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Tipo: Dissertação
Data do documento: 3-Mar-2023
Autor(es): PIRES, Alina Criane de Oliveira
Primeiro(a) Orientador(a): KÜTTER, Vinicius Tavares
Título: Concentração de mercúrio e selênio na Plataforma Costeira do Sudeste do Brasil
Citar como: PIRES,Alina Criane de Oliveira. Concentração de mercúrio e selênio na Plataforma Costeira do Sudeste do Brasil. Orientador:Vinicius Tavares Kutter. 2023. 87 f. Dissertação (Mestrado em Geologia e Geoquímica) - Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2023. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15546. Acesso em:.
Resumo: Recentes estudos têm abordado o aumento das concentrações de mercúrio (Hg) no Atlântico Sul, nos últimos 600 anos nas águas profundas desta bacia oceânica. Somado a essa crescente problemática, o Mercúrio possui alta toxicidade, além de sua capacidade de biomagnificação ao longo da teia trófica. Considerando a grande área do mar territorial brasileiro e pouca quantidade de informação a respeito deste elemento no Atlântico Sul, o presente estudo tem como objetivo apresentar dados da distribuição de Hg na plataforma do Sudeste do Brasil e sua relação com as principais massas de água da região. Dessa forma, este trabalho irá abordar dois tópicos: (i) Distribuição de Mercúrio e Selênio (Se) na Bomba biológica sob a influência da ressurgência na plataforma de Cabo Frio-RJ. Para isso, 79 amostras de plâncton (frações > 20μm, >64 μm , >150 μm e >300 μm), foram coletadas na Plataforma Continental de Cabo Frio durante 7 cruzeiro oceanográficos em 2012. O Hg foi determinado por absorção atômica por geração de vapor frio e o Se por ICP-MS; (ii) Distribuição de Mercúrio nas massas d’água no Oceano Atlântico Sul (24ºs A 20ºs), Zona Econômica Exclusiva Brasileira. Para isso, foi realizada coleta de água em dois cruzeiros, um de 5 a 6 de novembro de 2016 a bordo do navio Ocean Stalwart, e outro de 5 a 20 de dezembro de 2016, foi coletada água em17 pontos em perfis de profundidade. A determinação de HgT (não-filtrado) na água foi realizado de acordo com o método US EPA 1631. Estes dados compõe o o banco de dados do Projeto Ressurgência, da rede de Geoquímica da Petrobras, e foram interpretados para esta dissertação. Os resultados de Hg no plâncton marinho apresentam valores maiores na fração do zooplâncton ( 0,138 μg.g- 1) quando comparados a fração do fitoplâncton (0,064 μg.g-1), e demonstram um processo de biomagnificação e transferência trófica. Os valores de Se, no entanto, apresentam concentrações maiores no fitoplâncton e menores no zooplâncton. Estes resultados não foram sufucientes para demonstrar o antagonismo entre Se e Hg, mas são observadas altas concentrações do Se em relação ao Hg, o que pode estar relacionado ao papel do Se como inibidor de Hg, tal qual relatado em outros trabalhos para a região do Atlântico Sul. A relação Hg:Al vs P:Al no plâncton por tamanhos de malha em comparação com o valor da crosta (Hg:Al), obteve uma proporção média acima da média do sedimento e da crosta, o que indica fontes biogênica/antropogênica, e da própria ressurgência, além da remineralização deste elemento na coluna d’água, influenciado pelo próprio fenômeno. O processo de circulação de Hg respondeu às condições físicas e químicas impostas pela ACAS, onde os valores de HgT e Se foram maiores sob atuação desta massa na região de estudo. As massas d’água ainda, apresentam altos valores de Hg na região de estudo, com as maiores médias de 6,5pM, e indicam forte contribuição da circulaçao oceânica para as altas concentrações de Hg encontradas, além da descarga continental, e do tempo de residência deste metal em massas mais antigas. O carbono orgânico total (COT) parece ser importante proxy da concentração de Hg em águas marinhas. Ele pode ser responsável não só pela remineralizaçao do Hg, como pode se associar a este elemento e moderar sua especiação principalmente em ambientes de fundo. A bomba biológica parece influenciar, mesmo em pequena escala, a transferência destes metais para o sedimento, principalmente devido à neve marinha, que redistribui e recircula estes elementos na coluna de água.
Abstract: Recent studies have addressed the increase in mercury concentrations in the South Atlantic over the last 600 years in the deep waters of this oceanic basin. Added to this growing problem, Mercury has high toxicity, in addition to its ability to biomagnify along the trophic web. Considering the large area of the Brazilian territorial sea and little information about this element in the South Atlantic, the present study aims to present data on the distribution of Hg on the platform of Southeast Brazil and its relationship with the main water masses in the region. . Thus, this work will address two topics: (i) Distribution of Mercury and Selenium (Se) in the Biological Pump under the influence of upwelling on the Cabo Frio-RJ platform. For this, 79 samples of plankton (fractions > 20μm, >64 μm , >150 μm and >300 μm) were collected on the Cabo Frio Continental Shelf during 7 oceanographic cruises in 2012. Hg was determined by atomic absorption by generation of cold vapor and Se by ICP-MS; (ii) Distribution of Mercury in the water masses in the South Atlantic Ocean (24ºs to 20ºs), Brazilian Exclusive Economic Zone. For this, water was collected on two cruises, one from November 5 to 6, 2016 aboard the Ocean Stalwart ship, and another from December 5 to 20, 2016, at 17 points water was collected in depth profiles. The determination of HgT (non-filtered) in water was carried out according to the US EPA 1631 method. These data make up the Resurgence Project database, of the Petrobras Geochemistry network, and were interpreted for this dissertation. The results of Hg in marine plankton show higher values in the zooplankton fraction (0.138 μg.g-1) than in the phytoplankton fraction (0.064 μg.g-1), and demonstrate a process of biomagnification and trophic transfer. Se values, however, show higher concentrations in phytoplankton and lower concentrations in zooplankton. These results were not enough to demonstrate the antagonism between Se and Hg, but high concentrations of Se are observed in relation to Hg, which may be related to the role of Se as a Hg inhibitor, as reported in other studies for the region of the South Atlantic. The Hg:Al vs P:Al ratio in plankton by mesh sizes compared to crust value (Hg:Al), obtained an above average ratio of sediment and crust, which indicates biogenic/anthropogenic sources, and resurgence itself, in addition to the remineralization of this element in the water column, influenced by the phenomenon itself. The circulation process of this metal responded to the physical and chemical conditions imposed by the ACAS, where the values of HgT and Se were higher under the action of this mass in the study region. The water masses also present high Hg values in the study region, with the highest averages of 6.5pM, and indicate a strong contribution of the oceanic circulation to the high concentrations of Hg found, in addition to the continental discharge, and the time of residence of this metal in older masses. TOC appears to be an important proxy for Hg concentration in marine waters. It may be responsible not only for the remineralization of Hg, but it may also associate with this element and moderate its speciation, mainly in background environments. The biological pump seems to influence, even on a small scale, the transfer of these metals to the sediment, mainly due to sea snow, which redistributes and recirculates these elements in the water column.
Palavras-chave: Metal
Metalóide
Massa d’água
Ressurgência
Cabo Frio
Metalloid
Body of water
Upwelling
Área de Concentração: GEOLOGIA
Linha de Pesquisa: GEOLOGIA MARINHA E COSTEIRA
CNPq: CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal do Pará
Sigla da Instituição: UFPA
Instituto: Instituto de Geociências
Programa: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
Fonte: 1 CD-ROM
Aparece nas coleções:Dissertações em Geologia e Geoquímica (Mestrado) - PPGG/IG

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