Programa de Pós-Graduação em Letras - PPGL/ILC
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2310
O Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) do Instituto de Letras e Comunicação (ILC) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Confere ao candidato habilitado o título de Mestre e/ou Doutor em Letras, nas Áreas de Concentração em Estudos Literários ou Estudos Linguísticos, tem como objetivos gerais e fundamentais: preparar pesquisadores capazes de desenvolver trabalhos científicos no campo dos Estudos da Linguagem; desenvolver a competência profissional e científica do graduado para que ele atue com criticidade na sua área de conhecimento; e produzir conhecimento científico relevante para o país, com ênfase, quando oportuno, para as especificidades linguísticas e literárias presentes na Região Amazônica.
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Letras - PPGL/ILC por Orientadores "CRUZ, Regina Célia Fernandes"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) O abaixamento das médias pretônicas no português falado em Aurora do Pará – PA: uma análise variacionista(Universidade Federal do Pará, 2013-08-19) FERREIRA, Jany Éric Queirós; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577A presente pesquisa teve como objeto de estudo a investigação do abaixamento das médias pretônicas na variedade do português falado em Aurora do Pará (PA). Pautou-se nos pressupostos da sociolinguística quantitativa de Labov (1972), suporte necessário para investigar e sistematizar a variação de uma comunidade linguística. Além destes, foram utilizados alguns procedimentos metodológicos adotados por Bortoni-Ricardo (1985) para as análises de redes sociais, importantes para o estudo de dialetos em comunidades de migração, como é o caso de Aurora do Pará, localizada na Mesorregião do Nordeste Paraense e que apresenta como particularidade o fato de ter recebido intenso fluxo migratório nas décadas de 60,70 e 80 do século passado. O corpus foi formado a partir de gravações de entrevistas de 28 informantes, divididos em dois grupos: a) um grupo de ancoragem, com 19 informantes migrantes do Ceará (9 (nove) do sexo masculino e 10 (dez) do sexo feminino), distribuídos nas faixas etárias de 30 a 46 anos e de 50 anos acima; b) outro de controle, com 9 (nove) informantes (3 (três) do sexo masculino e 6 (seis) do sexo feminino), paraenses descendentes do grupo de ancoragem. Os dados do corpus submetidos às análises somaram 4.033 ocorrências das vogais-objeto, anterior (2.394) e posterior (1.639). Foram estabelecidas como variáveis extralinguísticas: sexo, grupo de amostra, tempo de residência, e localidade. Para variáveis linguísticas, foram consideradas: natureza da vogal tônica, vogal pre-pretônica quando for oral, vogal pré-pretônica quando for nasal, vogal contígua, distância relativa à sílaba tônica, atonicidade, natureza do sufixo, consoante do onset da sílaba da vogal-alvo, consoante do onset da sílaba da vogal seguinte e peso silábico. Após as análises estatísticas computadas pelo software Goldvarb, os resultados mostraram que no dialeto de Aurora do Pará/PA predominam as variantes de não abaixamento – [.i,e] .71 e [o,u] .74 em detrimento das do abaixamento [E] .28 e [O] .26. Para o abaixamento, as variáveis favorecedoras foram: (i) natureza da vogal tônica, (ii) Vogal pré-pretônica, quando for oral, (iii) Vogal contígua, (iv) Distância relativamente à Sílaba Tônica, (v) Atonicidade, (vi) Natureza do sufixo, (vii) Consoante do onset da sílaba da vogal-alvo, (viii) Consoante do onset da sílaba seguinte, (ix) Peso silábico em relação à sílaba vogal alvo, (x) Sexo, (xi) Faixa etária, (xii) Tempo de residência. Os resultados revelaram perda da marca dialetal dos migrantes cearenses por conta do contato dialetal com outros dialetos e evidenciaram que o abaixamento vocálico no dialeto em questão é motivado, sobretudo pelo processo de harmonia vocálica. Tais resultados são reflexos da rede social dos informantes a qual tem baixa densidade e é uniplex, caracterizando-os como mais propensos a mudanças culturais e inovações linguísticas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O abaixamento das vogais médias pretônicas em Belém/PA: um estudo variacionista sobre o dialeto do migrante maranhense frente ao dialeto falado em Belém/PA(Universidade Federal do Pará, 2015-02-23) FAGUNDES, Giselda da Rocha; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577O presente estudo teve como objetivo investigar o Abaixamento das vogais médias pretônicas na variedade do português falado em Belém (PA). Pautamos-nos nos pressupostos da sociolinguística quantitativa de Labov (1972), e utilizados alguns procedimentos metodológicos adotados por Bortoni-Ricardo (1985) para as análises de redes sociais, importantes para o estudo de dialetos em comunidades de migração, como é o caso de Belém, que recebeu intenso fluxo migratório nas décadas de 50 a 80 do século passado. Utilizamos também, para comparação, os resultados de Castro (2008), Souza (2010) e Ferreira (2013). O corpus foi formado a partir de gravações de entrevistas de 18 informantes, divididos em dois grupos: a) um grupo de ancoragem, com 12 (doze) informantes migrantes do estado do Maranhão (06 (seis) do sexo masculino e 06 (seis) do sexo feminino), com idade de 50 ou mais, e que residem em Belém há mais de vinte e cinco anos; b) outro de controle, com 06 (seis) informantes (03 (três) do sexo masculino e 03 (três) do sexo feminino), paraenses descendentes do grupo de ancoragem, com idade entre 20 e 30 anos, ou que migraram para Belém muito novos, com até três anos. Os dados do corpus submetidos às análises somaram 3.099 ocorrências das vogais-objeto, anterior (1.948) e posterior (1.151). Foram estabelecidas como variáveis extralinguísticas: sexo, grupo de amostra e escolaridade. Para variáveis linguísticas foram consideradas: altura da vogal tônica, grau de recuo da tônica, grau de nasalidade da tônica, posição da pretônica no vocábulo, vogal contígua, distância relativa à sílaba tônica, segmento precedente, segmento seguinte e tipo de rima. Após as análises estatísticas computadas pelo software Goldvarb X, os resultados mostraram que no dialeto de Belém/PA há uma predominância das variantes de manutenção – [e] 40,7% e [o] 43,5% em detrimento das do alteamento – [i] 23,9% e [u] 16,1%, e do abaixamento – [E] 35,5% e [O] 40,4%, contudo, por ser o abaixamento a variante mais produtiva no Maranhão, este foi o fenômeno analisado. As variáveis linguísticas que favoreceram o abaixamento das variantes estudadas foram: (i) altura da vogal tônica, (ii) grau de recuo da tônica, (iii) grau de nasalidade da tônica, (iv) vogal contígua, (v) distância relativa à sílaba tônica, (vi) segmento precedente, (vii) segmento seguinte e (viii) tipo de rima. Com relação às variáveis extralinguísticas (ix) o grupo de amostra favoreceu o abaixamento tanto de quanto de e a variável (x) sexo favoreceu apenas o abaixamento de . Os resultados revelaram manutenção da marca dialetal dos migrantes maranhenses mesmo em virtude do contato interdialetal com outro dialeto e evidenciaram que o abaixamento vocálico no dialeto em questão é motivado, sobretudo pelo processo de harmonia vocálica. Tais resultados são reflexos da rede social dos informantes, a qual tem alta densidade e cujo vernáculo é símbolo de identidade.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise acústica da relação acento versus entoação no português falado em Mocajuba: contribuições para o Projeto Amper-Norte(Universidade Federal do Pará, 2015-02-27) COSTA, Maria Sebastiana da Silva; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577A presente Dissertação faz parte do projeto Atlas Prosódico Multimédia da Região do Norte do Brasil (AMPER-NORTE) e que, por sua vez, está vinculado ao projeto Atlas Prosódico Multimedia do Português (AMPER-POR). Seu objetivo principal é contribuir com o projeto AMPER-NORTE, com a caracterização da variação prosódica dialetal do português falado na zona urbana do município de Mocajuba (PA). Os procedimentos metodológicos adotados foram previamente estabelecidos pelo projeto AMPER. O corpus foi constituído com uma amostra de fala de seis informantes, três do gênero masculino e três do gênero feminino; uma mulher (BF51) e um homem (BF52) do ensino Fundamental, uma mulher (BF53) e um homem (BF54) do ensino Médio, uma mulher (BF55) e um homem (BF56) do ensino Superior, da variedade do português falado em Mocajuba. O corpus do município é formado por 102 frases, do tipo SVC (sujeito + verbo + complemento), com complemento adjetival e indicadores de lugar. Cada sentença foi repetida seis vezes, totalizando 612 frases por informante. A análise foi feita a partir de dados relativos aos seis informantes, para tanto foram selecionadas 42 frases, sendo 21 afirmativas e 21 interrogativas totais com sintagmas nominais simples ou compostos, elas foram selecionadas de modo a contemplar as três pautas acentuais do português apresentando um total de 14 oxítonas, 14 paroxítonas e 14 proparoxítonas. A análise acústica das vogais foi feita em seis etapas e os resultados mostram que os parâmetros físicos acústicos de freqüência fundamental (F0) e duração (ms) demonstraram resultados relevantes para esta análise, confirmando os referidos parâmetros como complementares na distinção das modalidades frasais nesta variedade em estudo. A F0 torna-se relevante, pelo movimento em formato de pinça, que ocorre preferencialmente na sílaba tônica, do vocábulo-alvo, nominal, nas três pautas acentuais e a duração mostra que as pautas acentuais (oxítona, paroxítona e proparoxítona) registraram valores inversamente proporcionais, confirmando-se como um parâmetro distintivo. Na intensidade, não se observou distinção suficientemente satisfatória para confirmá-la como complementar à F0 e ms na variedade do português falado em Mocajuba.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise perceptual da harmonia vocálica na fala Belenense(Universidade Federal do Pará, 2024-08-29) XAVIER, Francisco Cavalcante; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577O presente trabalho tem por objetivo investigar, perceptualmente, a produtividade da harmonia vocálica (HV) disparada por vogais baixas na variedade do português falada em Belém/PA. Para isso, formou-se um corpus com 42 vocábulos paroxítonos, em sua maioria, no molde silábico CV'CV.CV, em que /e/ e /o/ se alternam na sílaba pretônica e /i, e, ɛ, a, ᴐ, o, u/, na tônica. Com uso do conversor Wideo Text-to-Speech Software, geraram-se, como estímulos sonoros, três variantes para cada item do corpus, de acordo com a altura da vogal pretônica: para , [i], [e], [E]; para , [u], [o], [O]. Uma amostra de 60 belenenses, estratificados em sexo, faixa etária e escolaridade, respondeu a um questionário implementado na plataforma Gorilla Experiment BuilderTM, versão 4, com dois protocolos de coleta de dados: I - Avaliação de Frequência (AF); II - Avaliação de Identificação (AI). Para a AF, protocolo principal, os participantes atribuíram às variantes de , uma frequência de ocorrência/uso aproximada na fala belenense, a partir dos seguintes índices escalares: Nunca, Raramente, Às vezes, Quase sempre. Na AI, tomou-se a avaliação dos participantes em identificar as três variantes como, de fato, diferentes. Para o tratamento estatístico dos 10.080 dados coletados, aplicaram-se análises de Correlação Simples e de Regressão Logística Binária, por meio do Programa R, versão 2024.04.1. Tomadas , por variáveis dependentes e as sete vogais tônicas por variáveis independentes, os resultados revelaram que, na fala de Belém, em geral, com base na escolha do índice de ocorrência plena Quase sempre: (a) as variantes altas são as menos frequentes – [i], com frequência relativa de .13 e [u], com .20; (b) as variantes médias são largamente predominantes, ajustando-se relativamente bem a todas as vogais tônicas – [e], .77 e [o], .75; (c) as variantes baixas estão em segundo lugar como mais frequentes – [E], .43 e [O], .41 –, mas, fortemente atraídas por vogais tônicas baixas, tomam a hegemonia das médias nesse contexto estrutural – [E], .82; [O], .78. Por fim, dos fatores externos: (a) falantes com mais idade realçaram a hegemonia da HV – [E], .83; [O], .83; (b) falantes mais jovens atenuaram-na – [E], .72; [O], .65; c) indivíduos formados na área da pesquisa tiveram maiores índices de discriminação entre as três variantes na AI – , .89; , .87. Em vista disso, atestou-se, no campo perceptual, uma regra fonológica de HV disparada por vogais baixas em pleno funcionamento no falar de Belém, como já apontavam estudos acústicos (Sousa, 2010; Fagundes, 2015; Souza, 2020). O fenômeno revelou-se produtivo com todas as vogais baixas em sílaba tônica, tanto sobre quanto , contrariando, nesse ponto específico, o sinal acústico (Souza, 2020).Tese Acesso aberto (Open Access) Atitudes e estigma: investigações sobre o status do alteamento da vogal média posterior tônica na variedade marajoara(Universidade Federal do Pará, 2021-08-25) FRANCÊS JUNIOR, Celso; AGUILERA, Vanderci de Andrade; http://lattes.cnpq.br/8323910235303866; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577A presente tese, intitulada: Atitude e estigma: investigações sobre o status do alteamento da vogal média posterior tônica na variedade marajoara objetivou: i) examinar o papel das variáveis sociais sexo, escolaridade e faixa etária na formação das atitudes linguísticas diante de uma variedade desprestigiada e que sofre preconceito; ii) investigar os componentes cognitivo e afetivo, dentro de cada variável social, como elementos modificadores de atitudes, variações e mudanças linguísticas; e, iii) estudar, paralelamente, a recorrência das vogais médias posteriores em sílaba tônica na variedade do português falado na mesorregião do Marajó, como variante avaliada abaixo do nível da consciência do falante. Como complemento à pesquisa de atitude, realizou-se um estudo acústico vogal média posterior em sílaba tônica na variedade do português falado na mesorregião do Marajó, como possível variante alteada e avaliada de acordo com as atitudes linguísticas. Para tanto, foram utilizados os pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (CARDOSO, 2015; LABOV, 2008; AGUILERA, 2008; CALVET, 2002; MORENO FERNÁNDEZ, 1998; LÓPEZ MORALES, 1989) e da Psicologia Social (BEM, 1973; LAMBERT; LAMBERT, 1972; ROKEACH, 1968; LICKERT, 1932; THURSTONE, 1929). O universo desta pesquisa foi a mesorregião do Marajó, maior arquipélago de ilhas fluviais do mundo, com 16 municípios legalmente reconhecidos, dos quais, as cidades de Breves, Curralinho e Portel foram selecionadas como localidades alvo, pois, compreendem zonas de contato interdialetal. A metodologia deste trabalho contemplou procedimentos utilizados para a coleta, tratamento e análise de dados acústicos e de atitude linguística, a saber: i) instrumentos para a coleta de dados acústicos de produção de fala, a partir do protocolo de entrevista (Questionário Fonético-Fonológico); e, para a coleta de dados e medição de atitude linguística (técnica dos falsos pares), a partir do questionário de atitude; ii) perfil dos participantes da pesquisa, que somam 72 indivíduos estratificados socialmente em sexo, faixa etária e escolaridade; iii) variáveis controladas na descrição acústica (segmentais, prosódicas e sociais); e variáveis controladas na análise de atitude linguística (sexo, faixa etária e escolaridade); iv) tratamentos dos dados. No procedimento de análise, foram realizadas: i) uma caracterização acústica da vogal alvo, a partir dos parâmetros de F1 e F2; e, iii) uma análise das avaliações linguísticas do alteamento da vogal média posterior tônica na variedade marajoara. Os dados acústicos demonstraram ser categórica a ausência do alteamento na variável alvo, pois, na constituição de um espaço acústico que pudesse mostrar o comportamento efetivo do que se imaginava ser uma vogal alta posterior, as ocorrências do segmento [u] apresentaram sua distribuição na mesma região da média posterior [o], com valor médio de F1 em 471 Hz e de F2, 956 Hz. Isso nos leva a afirmar que se trata do mesmo segmento vocálico, a partir dos dados acústicos. O resultado das avaliações subjetivas revelou que falantes nativos dos municípios marajoaras, alvo da pesquisa, manifestaram atitudes positivas quando foram colocados em posição de juízes para julgarem possíveis variedades recorrentes na região marajoara. Essa valoração positiva revela que, embora os participantes não realizassem o alteamento da vogal posterior na tônica, eles avaliaram como uma variante de prestígio. A aceitação e prestígio dado à variante, produto de atitude positiva, estão somados ao sentimento solidário, motivado por emoções, saberes e reações positivas adquiridas no uso de sua variedade ou na de outros sujeitos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Atlas prosódico multimédia do município de Cametá (PA)(Universidade Federal do Pará, 2011-12-20) ESPÍRITO SANTO, Ilma Pinto do; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577O presente trabalho compreende os resultados obtidos com a condução do projeto AMPER no Norte do Brasil, mais especificamente com os resultados obtidos para o português falado no município de Cametá (PA). Adotamos aqui, portanto, todos os procedimentos metodológicos determinados pela coordenação geral do projeto AMPER, que tem como objetivo principal fornecer a caracterização acústica e prosódica das línguas românicas, assim como um atlas multimédia on-line (CONTINI et al, 2002; MOUTINHO et al, 2001). O corpus final da presente Dissertação é composto de seis sinais sonoros de 03 horas e 04 minutos de gravação. O material gravado sofreu cinco etapas de tratamento: a) codificação das repetições; b) segmentação vocálica dos sinais selecionados no programa PRAAT; c) aplicação do script praat; d) seleção das três melhores repetições; e) aplicação da interface MatLab para obter as médias dos parâmetros das três melhores repetições. Foram analisadas acusticamente 198 frases de cada informante (3 homens e 3 mulheres), totalizando 1.188 frases, considerando os parâmetros acústicos de Frequência Fundamental (Hz), de duração (ms) e de intensidade (dB). O tratamento estatístico efetuado compreende tomadas de médias das três melhores repetições de cada frase pela interface MatLab. A análise empreendida indica que, de uma maneira geral, as medidas de F0, duração e intensidade complementam-se para estabelecer a distinção dos enunciados afirmativos e interrogativos na variedade do português falada em Cametá (PA). Pode-se igualmente afirmar que as variações importantes dos três parâmetros acústicos controlados, ocorrem preferencialmente na sílaba tônica do elemento nuclear do sintagma e/ou na última sílaba tônica do enunciado.Tese Acesso aberto (Open Access) Caracterização acústica das vogais médias pretônicas /e/ e /o/ do português falado na Cidade de Cametá/PA(Universidade Federal do Pará, 2021-02-19) SOUSA, Josivane do Carmo Campos; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577A presente Tese de Doutoramento em Linguística tem como objetivo geral fornecer uma descrição acústica das vogais médias pretônicas /e/ e /o/ no português falado na área urbana da Cidade de Cametá/PA. Como objetivos específicos, buscou-se: a) verificar as possíveis influências de fatores sociais como sexo, faixa etária e escolaridade sobre a variação das vogais médias pretônicas; b) verificar se o fenômeno da harmonia vocálica favorece o processo de variação das vogais alvo na variedade de Cametá/PA; c) fornecer o espaço acústico das vogais alvo em análise, conforme os parâmetros de F1 (altura da língua), F2 (anterioridade/posterioridade); d) investigar o papel de F0 (frequência fundamental), F3 (arredondamento dos lábios) e Duração na caracterização acústica das vogais médias pretônicas na variedade estudada. Para tanto, os procedimentos metodológicos adotados foram os estabelecidos por Cruz (2011) na caracterização acústica do sistema vocálico pretônico do português falado na Amazônia Paraense: a) corpus padronizado - sendo 45 vocábulos selecionados com base no contexto de alta variabilidade em estudos sociolinguísticos anteriores; b) amostra estratificada socialmente em sexo, faixa etária e escolaridade; c) coleta de dados por meio do protocolo de leitura de texto em voz alta (Y); d) segmentação dos dados no Praat; e) aplicação do script Praat Analyser Tier para obtenção das medidas acústicas tomadas da parte central das vogais alvo; f) organização dos valores dos parâmetros físicos no Excel; g) tratamento estatístico por meio do programa R. Os resultados apresentados são do tratamento dos 789 dados oriundos do protocolo de coleta de dados por meio da leitura de texto (Y), contemplando os 18 (dezoito) sinais sonoros referentes à amostra. A análise sociolinguística mostrou a predominância das variantes médias, tanto da anterior (75%) quanto da posterior (60%). Depois, as variantes baixas: 15% para a anterior, e 27% para a posterior; e por último, as variantes altas: 10% da anterior, e 13% da posterior. Quanto aos fatores sociais analisados, a escolaridade se mostrou o fator mais interferente na variação das vogais em estudo, pois constatou-se que quanto maior o nível de escolaridade, maior a probabilidade de realização das variantes médias, e menor a probabilidade de variantes altas, confirmando, portanto, que o processo de escolarização no município de Cametá tende ao apagamento das marcas dialetais. A análise acústica, por sua vez, a partir da análise conjunta de F1 e F2, confirma ser o sistema vocálico pretônico cametaense mais compacto e com maior tendência à centralização, como já atestado por Lages (2017) e Verçosa (2018). A harmonia vocálica foi confirmada pelos testes de significância como processo fonológico favorecedor da variação vocálica. No que diz respeito a F0 e F3, estes se confirmam como parâmetros de identidade entre as variantes, justamente por apresentarem frequências muito próximas, permitindo então que se considerem realizações de um mesmo fonema no nível subjacente. A duração, por sua vez, foi considerada mais que um parâmetro distintivo de vogais, pois também pode ser tomada como um parâmetro de identidade entre as variantes das vogais em contexto pretônico.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização acústica das vogais médias pretônicas do porguês falado em Barcarena/PA(Universidade Federal do Pará, 2015-02-27) SOUZA, Gisele Braga; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577O presente estudo visa caracterizar acusticamente o português falado na Amazônia Paraense, tendo como foco as vogais médias pretônicas da variedade linguística falada no município de Barcarena/PA. Esta pesquisa é vinculada ao projeto Norte Vogais, integrante do PROBRAVO, que tem como um de seus objetivos analisar acusticamente o sistema vocálico átono do Português Brasileiro (PB) falado no estado do Pará. O corpus total é composto por amostras de fala de 18 (dezoito) informantes nativos de Barcarena/PA, estratificados socialmente em sexo (masculino e feminino), faixa etária (15 a 25 anos; 26 a 45 anos e acima de 45 anos) e nível de escolaridade (fundamental, médio e superior). Ao todo, 818 realizações das vogais médias pretônicas orais foram analisadas, sendo 411 anteriores e 407 posteriores. Os dados foram obtidos a partir da leitura de um texto sobre futebol, por meio do qual os informantes selecionados produziram 53 vocábulos contendo as vogais médias em posição pretônica. No tratamento dos dados, foram tomadas medidas de F1 e F2 (Hz) das vogais alvo. Constatou-se, a partir da análise empreendida, que os falantes da variedade estudada dão preferência à manutenção das vogais médias, resultado que corrobora com a hipótese apresentada nos estudos variacionistas realizados pela equipe do projeto Norte Vogais. Além disso, verificou-se que, na fala feminina, em relação às anteriores, a variante alta ocupa quase o mesmo espaço acústico da variante média fechada e as duas mantém uma grande distância da variante média aberta. No caso das posteriores, as mesmas ocupam espaços acústicos bem diferenciados. Em contrapartida, na fala masculina, as variantes anteriores estão bem discriminadas e a variante alta e a média fechada posteriores estão muito próximas, distanciando-se significativamente na variante média aberta posterior. Uma tendência à centralização das vogais também foi observada.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O comportamento da regra de alteamento das vogais médias pré-tônicas no português falado pelos migrantes maranhenses e seus descendentes no município de Tucuruí: uma análise variacionista(Universidade Federal do Pará, 2016-08-18) BORGES, Benedita do Socorro Pinto; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577A presente pesquisa de natureza fonética-fonológica teve como objetivo principal caracterizar o comportamento do alteamento das vogais médias pré-tônicas /e/ e /o/ do português falado pelos maranhenses e seus descendentes no município de Tucuruí (PA). No estudo, tomou-se por base a sociolinguística quantitativa de Labov (1972), para investigar as variações dialetais, considerando a comunidade linguística na qual se insere a pesquisa. Para compor a amostra, utilizaram-se os procedimentos metodológicos de Bortoni-Ricardo (1985) sobre grupo de referência. Foi analisada amostra de fala de 36 informantes, divididos em dois grupos (ancoragem e controle), estratificados em faixa etária e sexo. As 1720 ocorrências das variáveis alvos foram segmentadas por meio doprograma PRAAT e analisadas no GOLDVARB X. Os resultados apontam para a não aplicação da regra de alteamento na variedade em análise ( 32.1% para /e/ e 17.7% para /o/). Foram selecionados cinco grupos de fatores para a variável /e/ e sete para a variável /o/. De acordo com os resultados, o alteamento das vogais médias pré-tônicas é favorecido: pela presença da vogal alta (vogal alta .62 para /e/ e .88 para /o/); pela presença da vogal nasalizada tônica (.71 para /e/ e /o/), pela presença da vogal nasalizada pré-tônica (.68 para /e/ e .86 para /o/).Dissertação Desconhecido Contribuições para o atlas do Projeto AMPER-Norte: variedade linguística do município de Santarém (PA)(Universidade Federal do Pará, 2016-06-18) LIMA, Leydiane Sousa; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577A presente Dissertação tem como objetivo principal contribuir para o Atlas Prosódico do Norte do Brasil com caracterização da variação dialetal do português falado no município de Santarém (PA). Trata-se de um estudo vinculado ao Projeto Atlas Prosódico Multimédia do Português do Norte do Brasil (AMPER-POR) que está diretamente ligado ao projeto de pesquisa europeu Atlas Multimédia Prosodique de l'Espace Roman (AMPER). Para a constituição do corpus foi realizada pesquisa de campo no município de Santarém (PA) que faz parte da área de atuação do projeto principal, que investiga o dialeto da Amazônia interiorana paraense. Todos os procedimentos metodológicos adotados no presente estudo seguiram as orientações estabelecidas pela equipe do Projeto AMPER na condução da formação dos corpora para o Atlas Prosódico Multimídia das Línguas Românicas. Para este trabalho foi criado um corpus expandido composto de 416 frases do tipo SVC (sujeito + verbo + complemento) com suas expansões em Sintagma Adjetival e Sintagma Preposicional. As frases foram estruturadas obedecendo às mesmas restrições fonéticas e sintáticas do projeto AMPER-POR. As análises foram feitas a partir de dados relativos a informantes de nível fundamental e de nível médio. Para a presente Dissertação, foram selecionadas 24 frases, sendo 12 na modalidade afirmativa e 12 na modalidade interrogativa total. Os resultados mostraram que o parâmetro acústico de Frequência fundamental (F0) apresentou distinção relevante, pelo movimento de pinça, que ocorre na sílaba tônica das pautas acentuais oxítonas, paroxítonas e apenas alguns casos das proparoxítonas. No parâmetro da Duração (ms), observou-se que os valores eram maiores em todas as afirmativas de ambos os sexos na sílaba tônica do último elemento da frase. Na Intensidade (dB), constatou-se que as medidas da fala masculina são mais elevadas que as da feminina, em geral, as interrogativas são sempre mais longas que as afirmativas, apenas dois casos mostraram que essa inversão de valores neste parâmetro. Deste modo, a intensidade é não foi caracterizada como um parâmetro acústico complementar de F0 e ms. Portanto, fica comprovado que apenas os parâmetros acústicos de F0, ms são fatores determinantes de distinção nas modalidades frasais, afirmativa e interrogativa total referente à variedade falada em Santarém.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Contribuições para o Atlas Prosódico Multimídia do Português do Norte do Brasil – AMPER-POR: variedade linguística do município de Abaetetuba (PA)(Universidade Federal do Pará, 2013-08-28) REMÉDIOS, Isabel Cristina Rocha dos; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577O objetivo principal dessa Dissertação de Mestrado é caracterizar a variação prosódica dialetal do português falado no município de Abaetetuba (PA). Todos os procedimentos metodológicos adotados, aqui, neste estudo, seguem as orientações estabelecidas pela equipe do Projeto AMPER, na condução do tratamento dos dados, para a confecção do Atlas Prosódico Multimídia das Línguas Românicas. As produções linguísticas dos falantes foram gravadas usando um único padrão, garantindo uma produção do sinal acústico de qualidade uniforme e uma boa representatividade da variedade dialetal. O corpus é constituído de 102 frases, SVC (sujeito + verbo + complemento) e suas expansões (sintagma adjetival e preposicionado), estruturadas com as mesmas restrições fonéticas e sintáticas. Cada uma das sentenças foi repetida seis vezes, por cada um dos quatro informantes, e o corpus total é composto por 612 frases. O pitch, para os informantes do sexo masculino, está entre 50 Hz e 250 Hz; e 110 Hz a 370 Hz para os informantes do sexo feminino. Foram utilizados três parâmetros acústicos controlados: a Frequência fundamental (F0), a Duração (ms) e a Intensidade (dB). O tratamento dos dados foi realizado por meio de sete etapas: 1) codificação das repetições, 2) isolamento de cada sentença em áudio individual; 3) segmentação fonética realizado no software PRAAT; 4) aplicação do PRAAT script; 5) seleção das três melhores repetições; 6) aplicação da interface MATLAB; e 7) utilização do EXCEL para gerar os gráficos para análise comparativa dos dados. Os resultados mostram que “as três maiores variações dos parâmetros acústicos controlados ocorrem preferencialmente na sílaba tônica da parte central do sintagma e/ou no sintagma final do enunciado” (CRUZ; BRITO, 2011).Tese Acesso aberto (Open Access) Da promoção da cartografia das línguas indígenas na universidade á construção de diretrizes para uma política linguística institucional multilíngue(Universidade Federal do Pará, 2025-02-22) LEITE, Marília Fernanda Pereira; CRAVO, Marilucia de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/9728768970430501; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577O processo histórico de construção das políticas de ingresso e permanência dos estudantes indígenas na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) demonstra o exercício de diálogo existente entre a instituição, os estudantes indígenas e o movimento indígena da região. Em 2023 a Ufopa era a única universidade federal do Estado do Pará que não possuía uma resolução ou documento normativo de Política Linguística, o que nos levou a delinear como objeto de estudo as Políticas Linguísticas Institucionais na perspectiva das línguas indígenas. Nosso objetivo foi contribuir com a redução de pesquisas e dados institucionais quanto à realidade linguística dos estudantes indígenas da instituição. Por essa razão, a presente pesquisa inserese em uma área emergente das Políticas Linguísticas (Calvet, 2007) denominada Política e Planejamento Linguístico para a Ciência e a Educação Superior - PPLICES (Oliveira et al., 2017; Jesus, 2020). Realiza-se aqui um estudo de caso com abordagem etnográfica (Larchert, 2017; André, 2013; Mattos, 2011), a base teórica envolve, principalmente, os estudos sobre Políticas linguísticas educacionais (Maher, 2010; Guimarães, 2020); Direitos linguísticos (Abreu, 2020; Oliveira, 2003; Morello, 2012); Ensino superior indígena (Baniwa, 2019; Vaz Filho, 2010); Interculturalidade (Ponso, 2018; Walsh, 2009; Candau, 2009) e Línguas indígenas brasileiras (D’Angelis, 2012; Meirelles, 2020; Rodrigues, 1994; Rubim, 2016). Os procedimentos metodológicos se deram em quatro etapas: 1ª etapa) mapeamento dos povos e línguas indígenas presentes na Ufopa; 2ª etapa) elaboração do material educativo do curso “A cartografia das línguas indígenas da Ufopa” e dos questionários voltados para a comunidade acadêmica não indígena; 3º etapa) realização do curso e análise dos questionários quanto aos significados atribuídos às línguas e povos indígenas da instituição; 4ª etapa) elaboração de diretrizes quanto às línguas indígenas na política linguística institucional. Na primeira etapa mapearam-se 21 (vinte e um) povos indígenas e 11 (onze) línguas indígenas no corpo discente da instituição. No total, 182 participantes não indígenas responderam os questionários: 158 estudantes (87%), 18 professores (10%) e 6 técnicas (3%). Os resultados do tratamento estatístico apontaram que a comunidade acadêmica desconhece a diversidade étnica e linguística da instituição. Dos estudantes que participaram do estudo: 32% afirmaram não fazer atividades acadêmicas com indígenas e 51% apontaram a necessidade de atividades de acolhimento para melhorar a interação entre indígenas e não indígenas. Dos professores participantes: 78% apontaram que estavam atendendo indígenas com dificuldade em língua portuguesa no semestre e 67% avaliaram como regular a capacidade de apresentação em trabalhos expositivos. Das servidoras técnicas participantes: 50% afirmaram enfrentar dificuldades em se comunicar com estudantes indígenas; todas foram categóricas ao apontar não terem tido treinamento para atender o público indígena e ser a língua o maior desafio da interação com os estudantes indígenas. Nossas análises apontaram que o planejamento do processo de internacionalização da Ufopa, bem como o planejamento linguístico institucional, se promoverem as línguas locais no ambiente acadêmico poderão impactar positivamente no percurso acadêmico dos estudantes indígenas. Para a execução da presente proposta de tese, obtivemos apoio financeiro do Comitê Gestor de Programas Institucionais da Ufopa via Edital Nº 001/2023 do Programa Integrado de Pesquisa, Ensino e Extensão (PEEx/Ufopa).Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo perceptual da prosódia como elemento delimitador da estrutura de narrativas orais espontâneas: a diferença de tom(Universidade Federal do Pará, 2014-08-13) PEREIRA, Júlia Izabel Lopes; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577A presente pesquisa tem como tema o estudo perceptual da prosódia como elemento de segmentação de narrativas orais espontâneas e visa confirmar, ou não, se a prosódia facilita ao ouvinte leigo e inexperiente perceber a estrutura do texto narrativo. Este estudo investiga se a diferença de tom é um elemento prosódico relevante. A dissertação tem como corpus quatro narrativas espontâneas, as quais fazem parte do corpus analisado por Oliveira Jr.(2000), autor do projeto que inspirou esta pesquisa. Para saber se os participantes são capazes de delimitar a estrutura narrativa, baseando-se apenas no aspecto perceptual, conduziu-se um teste de percepção com 112 voluntários, recrutados na Universidade Federal do Pará e na Universidade Federal de Alagoas. Coube aos participantes a tarefa de indicar os pontos em que o falante teve a intenção de finalizar uma unidade comunicativa nas narrativas. A interpretação sobre unidade comunicativa foi subjetiva. Apresentou-se cada narrativa em quatro condições diferentes, a saber: (i) transcrição sem marca de pontuação e sem paragrafação; (ii) transcrição da narrativa acompanhada de áudio ; (iii) narrativa somente em áudio e (iv) áudio filtrado da narrativa, resultando numa versão deslexicalizada (fala ininteligível), mas com preservação da estrutura prosódica do discurso. Nas duas primeiras condições, a segmentação foi no texto transcrito, com barras transversais (/); nas demais, utilizou-se um programa de computador chamado ELAN. A análise dos dados obtidos baseou-se em tabelas, gráficos, análise estatística (teste do Qui-Quadrado), análise acústica (utilização do Programa PRAAT). Os resultados sinalizam que a prosódia ajuda o ouvinte leigo a perceber a estrutura básica do discurso narrativo. Com relação ao peso do Pitch Reset para auxiliar os ouvintes na demarcação de fronteiras, pode-se dizer que o teste estatístico do Qui-Quadrado encontrou evidências que lhe atribui essa função. Assim, neste contexto, ratifica-se o relevante papel da prosódia para o reconhecimento da estrutura de narrativas orais espontâneas e identifica-se o reflexo do peso da diferença de tom na percepção dos participantes.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Ideofones: um estudo no falar paraense(Universidade Federal do Pará, 2007-06-25) MELO, Helane de Fátima Fernandes; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577O estudo aqui empreendido sobre o Simbolismo sonoro no Português Brasileiro foi um desafio. Principalmente, pelas parcas referências sobre o assunto na língua portuguesa. Tal processo ainda não foi estudado, com particular inclinação no Português brasileiro, mas, entre poucos, alguns estudos existentes podem ser encontrados em outras línguas, como: bengali (DIMOCK, 1957), Bini (WESCOTT, 1973), koreano (LEE, 1992), na variedade do inglês falado em Singapura (LIM, 1998) e japonês (TAKEMOTO 1998). O atual estudo propõe-se a verificar a presença de ideofônes no Português brasileiro, a partir de dados do falar paraense. Porém, se faz necessário um estudo amplo e integrado que contemple uma descrição do processo no falar de todas as regiões brasileiras.Tese Acesso aberto (Open Access) Investigando desvozeamento vocálico no português brasileiro (PB) : análise acústica e perceptual das vogais altas pretônicas(Universidade Federal do Pará, 2019-06-26) FAGUNDES, Giselda da Rocha; MEIRELES, Alexsandro Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/9913871449747690; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577O desvozeamento, segundo Gordon (1998), ocorre em praticamente todas as línguas do mundo por ele estudadas, incluindo o Português Brasileiro, sendo as vogais altas mais suscetíveis à ocorrência do fenômeno que Gordon também associa ao ambiente adjacente surdo e a atonicidade. Segundo Meneses (2012, 2016) o desvozeamento está relacionado à redução da magnitude do gesto vocálico, provocada pelo curto tempo de articulação, permitindo que haja sobreposição dos gestos consonantais sobre os vocálicos. Assim sendo, esta Tese de doutoramento investiga o fenômeno do desvozeamento das vogais altas pretônicas no português brasileiro (PB), tanto do ponto de vista acústico como do perceptual, por meio da aplicação da teoria da Fonologia Gestual, levando em consideração os contextos fonéticos que mais favorecem esse fenômeno. Para a análise acústica foram coletadas um total de 1.440 frases veículo. Já para a percepção foram coletados 8.208 dados referentes à identificação e gradiência que, entre outras conclusões, convergem com os resultados de Meneses (2012, 2016) e de Hasegawa (1999), ou seja, que as vogais desvozeadas ocorrem sem prejuízo da percepção dessas mesmas vogais, que, assim como o desvozeamento, varia de indivíduo para indivíduo; e Gordon (1998), pois os fatores articulatórios e aerodinâmicos, que induzem o desvozeamento, estão em conflito com os fatores perceptivos, que advogam contra o desvozeamento, uma vez que, perceptualmente, não há uma distinção clara entre vogal vozeada e desvozeada, mas uma gradiência entre os extremos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Levantamento, análise e descrição de elementos paralinguísticos do português espontâneo(Universidade Federal do Pará, 2006-04-20) BULHÕES, Jailma do Socorro Uchôa; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577A fala apresenta aspectos paralinguísticos que não pertencem ao código linguístico convencional, mas contribuem significativamente para a unidade temática do discurso, Essas realizações se constituem em enunciados não-lexicalizados que funcionam que funcionam como atos de fala completos nas interações comunicativas interpessoais. Sobre essas emissões não-verbais, Campbell (2002a, 2002b, 2003 e 2004), Maekawa (2004), Fujie et. al (2004), Hoult (2004), Key (1958) apud Steimberg (1988) postulam que elas constribuem para a manifestação da fala expressiva. Para os autores, é justamente o fenômeno da paralinguagem que sinaliza informações sobre atitudes, opiniões e emoções do falante em relação ao interlocutor ou ao tópico discursivo. Nesse sentido, investigamos, neste trabalho, as manifestações paralinguísticas recorrentes em conversas informais para demonstrarmos seu papel expressivo na linguagem falada. Para tanto, fizemos um levantamento de 450 ocorrências de elementos paralinguísticos no processo de transcrição de amostras de falas do Português Regional Paraense produzidas em situações reais de conversação. Pressupondo que essas realizações não-verbais são caracterizadas por variações prosódicas, nós as submetemos a uma análise fonética por meio do software PRAAT. A partir dessa análise, constatamos a contribuição de duas propriedades: a frequência fundamental (F0) e o tempo de emissão, para a manifestação expressiva dos elementos paralinguísticos no discurso falado. Além disso, identificamos também a silabação como uma propriedade comum às realizações sonoras focalizadas. Após o processo de análise, fizemos a descrição do uso e do funcionamento desses elementos nas conversas, bem como da contribuição deles para a manifestação da fala expressiva. Os resultados nos mostram que os elementos paralinguísticos, além de contribuírem para a fluência do discurso falado, desempenham a função de sinalizar compreensão, interesse e/ou atenção, gerenciar relações interpessoais e expressar emoções, atitudes e afeto.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Marcação da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo em verbos regulares na fala de paraenses residentes em Belém(Universidade Federal do Pará, 2006-09-05) OLIVEIRA, Elienai Ferreira de; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577Tese Acesso aberto (Open Access) Movimentos oculares e prosódia de leitura oral: análise dos marcadores prosódicos gráficos na leitura de alunos do 5 º ano do Ensino Fundamental(Universidade Federal do Pará, 2021-02-25) VANSILER, Nair Daiane de Souza Sauaia; KLEIN, Angela Inês; http://lattes.cnpq.br/8845056127169633; https://orcid.org/0000-0001-6230-7938; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577A presente Tese de Doutorado investiga o processamento dos Marcadores Prosódicos Gráficos - MPGs (PACHECO, 2003) em leitura em voz alta. Tem como objetivo examinar o processamento da leitura oral no Português Brasileiro (PB) levando em consideração os MPGs: Vírgula (VG), Ponto (PT) e Dois-pontos (DP) de acordo com o sistema entoacional do PB definido por Cagliari (1981), o qual apresenta padrões tonais delimitados por um Grupo Tonal (GT) constituído por uma Sílaba Tônica Saliente (TT), Componente Tônico (CT) e Componente Pretônico (CPT). A metodologia utilizada concilia análise acústica e cognitiva. Para a análise acústica, foi gravada a produção oral realizada durante a leitura de 58 estudantes do 5º ano da rede municipal da cidade de Ponta Grossa (PR), todos com intervalo de idade entre 9 e 12 anos, classificados em torno da variável Fluência Leitora, com o total de 29 alunos no Grupo Fluente (FL) e 32 no Grupo Pouco Fluente (PF). Ao todo, foram analisados 928 dados (58 alunos x 16 frases-alvo). Foram controlados os aspectos acústicos: Intensidade (em dB) e Frequência Fundamental (f0) (em Hz) do CPT e CT, Duração (em ms) da TT e Pausa (em ms). Para a análise cognitiva, empregou-se a Técnica do Rastreador Ocular para tomadas de medidas dos movimentos oculares dos 58 participantes. Os aspectos oculares foram: Tempo Total de Leitura (TTL), Número de Fixações (NF), Número de Sacadas (NS) e Média do Tempo de Fixações (MTF). Para a relação entre dados oculares e acústicos, aplicaram-se testes combinando os aspectos estatísticas e os estímulos: Teste 1 (a quantidade de fixações e duração da pausa interna), Teste 2 (a quantidade de revisitas e duração da pausa interna), Teste 3 (a quantidade de fixações e duração da pausa final) e Teste 4 (a quantidade de revisitas e duração da pausa final). Os dados foram compostos por três estímulos, correspondentes à leitura de três tipos de textos diferentes: Texto 1, complexo com os marcadores DP (2 frases-alvo), VG (3 frases-alvo) e PT (3 frases-alvo), Texto 2, simples com os marcadores VG (3 frases-alvo) e PT (1 frase-alvo) e texto 3, simples sem pontuação, contendo 4 frases-alvo: i) 3 frases-alvo com valor de VG e ii) 1 frase-alvo com valor de PT. O tratamento dos dados compreendeu as seguintes etapas: i) extração dos dados oculares no software BeGaze; ii) segmentação dos sinais de áudio no software Praat; iii) extração das médias dos parâmetros físicos dos segmentos; iv) tabulação dos dados de relação acústica e ocular; v) aplicação dos testes quantitativos. Na análise prosódica, os participantes apresentam em todos os marcadores avaliados, inconsistência em relação à redução ou manutenção do CT e CPT em f0 e Intensidade e não alongamento da TT. A partir da comparação das médias dos aspectos oculares entre os grupos PF e FL comprova-se que, quanto mais complexo o texto, maior a diferença entre os grupos de fluência. Os resultados da análise de correlação indicam que há correlação significativa entre os aspectos pausa interna e fixações no teste 1 (nos textos 1 e 2) e pausa interna e revisitas no teste 2 (nos textos 2 e 3), o que caracteriza dificuldade no processamento de leitura devido às pausas internas, revisitas e fixações no interior da sentença; e entre os aspectos Pausa Final e Fixações no teste 3 (no texto 1) e pausa final e revisitas no teste 4 (no texto 2), o que significa dizer que, quando a duração da quantidade de fixações e revisitas aumenta, há aumento na duração da pausa final, o que pode comprovar o efeito dwell-time (HIROTANI; FRAZIER; RAYNER, 2006; RAYNER, 1998), em que os leitores permanecem no final de uma cláusula até a resolução da cláusula presente. De maneira geral, os dados mostraram que há uma forte correlação entre fixação, revisita e duração da pausa no processamento dos sinais de pontuação durante a leitura oralizada.Tese Acesso aberto (Open Access) Padrão geoprosódico do português falado na Amazônia Oriental: análise comparativa de Belém, Macapá e São Luís(Universidade Federal do Pará, 2021-05-19) LEMOS, Rosinele Lemos e; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577A presente tese tem como objetivo principal proceder a um mapeamento geoprosódico de três pontos de inquéritos do português brasileiro (PB) falado na Amazônia Oriental: Belém (PA), Macapá (AP) e São Luís (MA), tomando como objeto de análise a entoação modal. Trata-se de um estudo com base nos pressupostos da Sociofonética (THOMAS, 2011) por compreender uma análise acústica da fala que considera a atuação dos fatores sociais como sexo e escolaridade, na descrição do fenômeno analisado. A comparação interdialetal das três capitais compreende uma análise acústica dos parâmetros físicos de frequência fundamental (em st), duração (em Z-score) e intensidade (em Z-score), observados em sentenças declarativas neutras e interrogativas totais. Para a coleta dos dados utilizou-se a metodologia estabelecida pelo projeto AMPER. O tratamento dos dados consistiu em várias etapas, sendo que duas delas estão em consonância com a metodologia AMPER: a) codificação dos dados; b) isolamento dos áudios em arquivos individuais. As outras etapas foram realizadas com o suporte de scripts criados por Albert Rilliard (LIMSI-CNRS), utilizados na segmentação automática dos dados, a saber: c) script lance_batch_easyalign_v3.praat para obter o textgrid dos arquivos .wav; d) script de correção_segmentação.praat para a segmentação fonética no programa Praat 6.0.39, e) script AMPER_Textgrid2Txt_V3_boucle_DepoisEasyAlign_v2.praat que gerou os arquivos com os parâmetros acústicos; f) normalização dos parâmetros acústicos. Com os dados tratados, obtiveram-se as medidas acústicas dos parâmetros de frequência fundamental (f0), duração e intensidade, as quais foram organizadas em uma planilha do Excel para posterior tratamento estatístico e elaboração de gráficos no software R. Visando validar as análises acústicas, foram aplicados dois testes estatísticos não paramétricos (de Kruskal-Wallis e de Wilcoxon), e o teste Post hoc. Para esta pesquisa coletaram-se amostras de fala de dezoito locutores, estratificados em sexo, escolaridade (ensino fundamental, médio e superior) e localidades. O corpus total foi composto por 33 sentenças declarativas neutras e 33 interrogativas totais, sendo que os vocábulos utilizados para compor as frases contemplaram as três pautas acentuais do português (oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas), e a extensão das frases contém 10, 13 ou 14 vogais, com as sentenças repetidas seis vezes por cada locutor. No total, contou-se com 3.564 dados analisados (33 sentenças x 2 modalidades x 3 melhores repetições x 6 locutores x 3 localidades). As análises acústicas dos parâmetros de f0 normalizados (em st), duração (em Z-score) e intensidade (em Z-score) são relevantes na caracterização das localidades, observadas na sílaba tônica do último vocábulo da parte nuclear da sentença. As variações de f0, duração e intensidade verificadas na análise acústica interdialetal foram apontadas como significativas, com (p-valor ≤ 0,05) nos testes de Wilcoxon e Kruskal-Wallis. Isso demonstra que há diferenças significativas tanto para o fator localidade quanto para os fatores sociais (sexo e escolaridade dos locutores). As capitais confrontadas registraram um padrão prosódico similar com relação às variações de f0 na caracterização acústica das sentenças declarativas neutras e interrogativas totais. Os resultados apontaram que as as capitais paraense, macapaense e ludovicense acompanharam o padrão entoacional descrito para o PB, com elevação do pico entoacional na pretônica e queda de f0 na sílaba tônica na modalidade declarativa neutra (SILVESTRE, 2012). Já as interrogativas totais apresentaram valores de f0 mais baixos nas pretônicas com elevação nas tônicas finais, seguido de queda nas postônicas quando existiram, como o padrão circunflexo descrito por Moraes (1993) para o PB. Com relação ao contorno entoacional, as três capitais da Amazônia Oriental apresentaram contorno de f0 semelhante no sintagma nominal final (SNF). Por outro lado, houve diferença na altura de f0, visto que Macapá apresentou contornos mais altos de f0 nas sílabas tônicas finais, nas três pautas acentuais, para as duas modalidades frasais; enquanto São Luís e Belém registraram altura de f0 com médias aproximadas. Os resultados das análises acústicas do fator escolaridade mostraram que Macapá apresentou maior variação na altura de f0 nos três níveis de escolaridade, nas três pautas acentuais do português para as duas modalidades frasais. O parâmetro da duração atestou valores mais altos nas tônicas, com tempo de produção semelhante nas duas modalidades frasais, nas três localidades mapeadas, o que não se trata de uma particularidade da entoação modal, mas que está ligada ao acento lexical. Já as variações no parâmetro intensidade estão relacionadas à entoação modal. Portanto, o padrão prosódico das capitais constatado neste estudo tem comportamento semelhante ao PB, uma vez que não houve diferença do ponto de vista da entoação modal entre o padrão verificado no PB e o português falado nas três capitais da Amazônia Oriental.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A produção textual escrita de alunos de 1ª série do ensino fundamental: sob a influência dos métodos de alfabetização(Universidade Federal do Pará, 2006-09-04) PRADO, Jalma Geise Maria Brabo do; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577Com base em estudos que tomam como eixo central a alfabetização e o letramento, esta dissertação compreende uma investigação acerca da influência dos métodos de alfabetização, mais especificamente do método silábico e da proposta de alfabetização com base lingüística (ABL), na produção textual escrita de alunos de 1 série do Ensino Fundamental, alfabetizados ou pelo método silábico ou pela proposta ABL. Para tanto, este estudo partiu da hipótese de que a relação oralidade/escrita estabelecida pelo aluno em suas produções e a utilização de um número restrito de elementos coesivos que estabelecem as relações de sentido entre os enunciados que compõem o texto é, em parte, responsabilidade dos métodos e/ou propostas de alfabetização adotados. O diálogo estabelecido com autores que dão visibilidade à prática de alfabetizar letrando; os estudos sobre letramento, alfabetização, psicogênese da língua escrita e a produção de textos escolares ajudaram na condução desse trabalho, que além da pesquisa bibliográfica se valeu da pesquisa de campo realizada nas escolas N.S.A e L.C pertencentes à Rede Municipal de Ensino de Ananindeua e à Rede Privada de Ensino de Belém, respectivamente. Durante esta pesquisa, foram observados o desenvolvimento do trabalho de quatro professoras com turmas de alfabetização e da produção textual de doze alunos de duas turmas de 1 série da escola N.S.A; também foram aplicados dois questionários a sete professoras de turmas de alfabetização e 1 série das duas escolas citadas. A referida pesquisa tornou possível perceber que a alfabetização já começa a ser vista como um processo que visa não só ao domínio da tecnologia da leitura e da escrita, mas também aos usos sociais dessa tecnologia; mostra também que os alunos alfabetizados pela proposta ABL usam um maior número de elementos coesivos em suas produções que os alunos alfabetizados pelo método silábico e que a relação entre a fala e a escrita estabelecida na escrita de palavras é muito mais forte nas produções textuais escritas dos alunos alfabetizados pela ABL.
