Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2603
O Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA) surgiu em 1976 como uma necessidade de desmembramento do então já em pleno desenvolvimento Curso de Pós-Graduação em Ciências Geofísicas e Geológicas (CPGG), instalado ainda em 1973 nesta mesma Universidade. Foi o primeiro programa stricto sensu de Pós-Graduação (mestrado e doutorado) em Geociências em toda Amazônia Legal. Ao longo de sua existência, o PPGG tem pautado sua atuação na formação na qualificação de profissionais nos níveis de Mestrado e Doutorado, a base para formação de pesquisadores e profissionais de alto nível. Neste seu curto período de existência promoveu a formação de 499 mestres e 124 doutores, no total de 623 dissertações e teses.
Navegar
Navegando Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG por Orientadores "ASP NETO, Nils Edvin"
Agora exibindo 1 - 4 de 4
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise integrada da morfologia e sedimentologia do baixo curso do rio Xingu(Universidade Federal do Pará, 2019-01-28) SILVA, Ariane Maria Marques da; ASP NETO, Nils Edvin; http://lattes.cnpq.br/7113886150130994O rio Xingu é um importante afluente do rio Amazonas contribuindo com 5% de sua vazão líquida, embora não contribua significativamente com sedimentos. O baixo rio Xingu é definido como uma ria, em função do afogamento de seu vale como resultado da Última Grande Transgressão marinha. Em função de uma influência substancial de maré, com alturas de maré de mais de 1 m na confluência, este setor fluvial corresponde ainda a um tidal river. O presente estudo visa analisar a morfologia e sedimentologia de fundo do baixo rio Xingu, estabelecendo correlação com os dados hidrodinâmicos, visando o entendimento dos processos de preenchimento sedimentar da ria, ainda em andamento. A área amostrada vai desde a confluência com o Amazonas (proximidades da cidade de Porto de Mós) até o estreitamento do lago de ria a montante, nas proximidades da cidade de Vitória do Xingu. Foram efetuados levantamentos sedimentológicos durante períodos de alta (fev/2016) e baixa (nov/2016) descarga de sedimentos. Para o período de alta descarga foram coletadas 109 amostras de sedimentos de fundo. Durante o período de baixa descarga, a amostragem foi repetida em 11 destas estações. No período de máxima descarga liquida do rio Amazonas (jun/2018), foram também monitorados os níveis d’água em diversos pontos ao longo do rio Xingu, assim como ocorreu nos períodos de coleta anteriores. Os dados morfológicos referem-se aos levantamentos batimétricos realizados pela Marinha do Brasil (CLSAOR/DHN). Os resultados demonstram forte correlação da sedimentologia com a morfologia, revelando um preenchimento do lago de ria tanto a partir do próprio rio Xingu, formando um proeminente delta de cabeceira, como a partir do rio Amazonas, onde as variações de maré têm transportado sedimentos a montante no rio Xingu. Por outro lado, grandes áreas de seção transversal na parte central da ria demonstram que volumes relativamente pequenos de sedimento alcançam aquela área, com dinâmica reduzida e sedimentação lamosa. Transversalmente, as areias estão mais associadas às margens e sua erosão por ação de ondas. Longitudinalmente, as areias são substancialmente mais frequentes na região de delta de cabeceira, e na região da confluência com o Amazonas, onde as áreas de seção transversal são notadamente menores. Os resultados sugerem ainda que a sedimentação nas proximidades da confluência com o rio Amazonas tem se reduzido ao longo do tempo, onde a combinação de variação da área da seção transversal com a vazão do próprio rio Xingu reduz o fluxo a montante a partir do rio Amazonas.Tese Acesso aberto (Open Access) Hidrodinâmica, transporte e proveniência sedimentar no baixo rio xingu e sua importância como “Tidal River” amazônico(Universidade Federal do Pará, 2022-07-14) MEDEIROS FILHO, Lucio Cardoso de; LAFON, Jean Michel; http://lattes.cnpq.br/4507815620234645; ASP NETO, Nils Edvin; http://lattes.cnpq.br/7113886150130994Está pesquisa é fundamentada na investigação dos processos (geológicos e hidrodinâmicos) que regem a evolução recente de um grande tributário do baixo Amazonas, o rio Xingu. O intuito foi investigar a evolução sedimentar e fluxos hidrológicos, a partir de dados já consolidados sobre o preenchimento de sua ria e como tem se estabelecido seus padrões de transporte e aprisionamento de sedimentos, seus efeitos sazonais e de maré, além compreender o papel do rio Amazonas como regulador na dinâmica de seu afluente. Medições hidrodinâmicas de vazão, velocidade e nível d’água juntamente com amostras de sedimentos de fundo e MPS foram coletados em 3 períodos anuais (fevereiro, junho e novembro). Os resultados deram subsídios para investigação da interação Xingu-Amazonas e a evolução da morfologia de fundo do baixo Xingu. Os resultados sugerem um enchimento da ria tanto pelo próprio rio Xingu, formando um proeminente delta de cabeceira, quanto pelo rio Amazonas, onde as variações das marés transportam sedimentos a montante no rio Xingu. Por outro lado, grandes áreas na parte central da ria indicam uma sedimentação lamosa. A geoquímica elementar permitiu traçar parte da história dos sedimentos e rochas de origem, juntamente com a análise dos elementos imóveis (Al, Ti, Zr, Hf, Th) e dos elementos terras raras (ETR) por serem pouco fracionados durante os processos de intemperismo e concentram-se nos sedimentos de fundo em detrimento da fração dissolvida dos rios. Os depósitos preservados no baixo rio Xingu, além de drenar regiões cratônicas em zonas mais elevadas, ratificam que o material de fundo é derivado de fontes heterogêneas com composições predominantemente ígnea intermediaria e que foram submetidos a importante reciclagem durante o transporte fluvial. A modelagem hidrodinâmica permitiu apontar a descarga fluvial como forçante mais relevante para dinâmica de deposição lamosa na ria do Xingu. A partir de um modelo numérico foi possível extrapolar a dinâmica de fluxo e transporte para além das fronteiras abertas, ou seja, a porção central da ria, elucidando o mecanismo de interação entre a descarga fluvial e maré e a dinâmica sedimentar associada. A determinação das amplitudes e fases das componentes de maré, sejam as de origem puramente astronômico ou decorrentes de águas rasas, assim como do nível médio e a descarga horária mostraram-se fundamentais para o entendimento dos processos regentes.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Influência do rio amazonas nos sedimentos de fundo do rio Xingu: evidências mineralógicas e geoquímicas(Universidade Federal do Pará, 2018-12-27) SOUZA, Thiago Pereiras de; SILVA, José Francisco Berrêdo Reis da; http://lattes.cnpq.br/1338038101910673; ASP NETO, Nils Edvin; http://lattes.cnpq.br/7113886150130994O rio Xingu configura-se como um importante afluente do rio Amazonas em termos de descarga de água, destacando-se principalmente pela sua morfologia ímpar e dinâmica sedimentar diversificada. Estudos hidrodinâmicos registram o efeito da maré no baixo rio Amazonas e sua propagação em tributários como o rio Xingu e Tapajós, ambos classificados como tidal rivers. Esses estudos sustentam a hipótese de que o rio Amazonas é um agente regulador no transporte e deposição de sedimentos nesses ambientes, atuando ainda como fonte de sedimentos. Diante disso, este trabalho propôs determinar a possível área de influência do rio Amazonas no baixo rio Xingu através de análises granulométricas, mineralógicas e geoquímicas. Os pontos de coleta de sedimentos de fundo obedeceram a uma extensa malha amostral que abrangeu 109 pontos de coleta transversais e longitudinais de canais principais e secundários do rio Xingu. A determinação granulométrica foi realizada com um analisador de partículas a laser. As análises mineralógicas consistiram em dados de difração de raios-X (amostra total e fração argila) e descrição petrográfica de minerais pesados. As análises químicas totais foram realizadas em amostra total para quantificação dos elementos maiores, traços e terras raras, por espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS). Os resultados demonstraram que os sedimentos do rio Amazonas e Xingu possuem teores variáveis de areia, silte e argila e extrema variabilidade textural. A heterogeneidade da composição textural é atribuída essencialmente às condições hidrodinâmicas de deposição dos sedimentos. A análise mineralógica constatou a presença de trends composicionais relacionados aos argilominerais e minerais pesados, com a associação entre caulinita e minerais ultraestáveis para amostras à montante do rio Xingu e altos teores de esmectita e minerais instáveis para amostras da região de confluência entre rio Xingu e Amazonas, característica similar às amostras do rio Amazonas. Mais além, as análises sugerem que as margens do lago de ria do Xingu atuam como uma terceira possível fonte de sedimentos. Apesar da diversidade de composições texturais, os sedimentos dos dois rios não apresentaram variações significativas de elementos maiores, traços e terras raras ao longo das estações de amostragem, porém os índices de alteração química (CIA) indicaram condições diferenciadas de intemperismo na área fonte dos sedimentos do rio Amazonas e Xingu. O tratamento estatístico dos elementos maiores, traços e terras raras por PCoA e PERMANOVA, confirmou a diferenciação de dois grandes grupos de amostras do rio Amazonas, com relativa similaridade as amostras da região de confluência com o rio Xingu e amostras à montante do rio Xingu, corroborando padrões já indicados pela distribuição granulométrica e mineralógica. De acordo com as análises realizadas, ficou evidente a influência do rio Amazonas na composição dos sedimentos de fundo do rio Xingu em toda a área de confluência com o rio Amazonas.Tese Acesso aberto (Open Access) A pluma do rio Amazonas: fonte: dinâmica e transporte de sedimentos para estuários e manguezais do litoral leste amazônico.(Universidade Federal do Pará, 2024-06-14) SILVA, Ariane Maria Marques da; ASP NETO, Nils Edvin; http://lattes.cnpq.br/7113886150130994; https://orcid.org/0000-0002-6468-6158O setor sudeste da Zona Costeira Amazônica (Southeastern Amazon Coastal Zone – SACZ) inclui a mais extensa faixa contínua de manguezais do mundo, com mais de 20 estuários de macromarés. Nessa área, um grande volume de sedimentos finos tem se depositado durante o Holoceno, porém, sabe-se que os rios locais são de água preta, transportando pequenas quantidades de sedimentos em suspensão. Desta forma, nos últimos anos, surgiram questionamentos relacionados às principais fontes e os mecanismos de transporte de sedimentos finos para os estuários e para o desenvolvimento dos manguezais na região. Recentemente, foi evidenciada a existência de uma fonte offshore de sedimentos lamosos para os manguezais. Por sua proximidade, o rio Amazonas tem sido visto como o provável fornecedor de sedimentos, com uma vazão média de 170x103 m3.s-1 e concentração de sedimentos em suspensão de ~80 mg.L-1, o que representaria uma fonte praticamente inexaurível de lama tanto para os estuários quanto para os manguezais. Porém, a proveniência e processos de transporte pelos quais a lama do Amazonas alcançaria a SACZ, propiciando a grande progradação dos manguezais, não são ainda completamente compreendidos, uma vez que, a pluma do Amazonas é principalmente derivada para noroeste. Neste sentido, a constituição sedimentar da plataforma interna e seu retrabalhamento precisam ser também avaliados, bem como a possibilidade de suprimento de lamas a leste da região de estudo. O presente estudo visou a integração e complementação de esforços acerca da dinâmica de sedimentos nos estuários (Mocajuba, Caeté e Gurupi) e manguezais da SACZ, combinando estudos na plataforma continental interna. Para tal, ferramentas e abordagens da hidrodinâmica, sedimentologia e biogeoquímica foram utilizadas para a identificação e entendimento das fontes e mecanismos de transporte de sedimentos lamosos para o setor, compondo um gradiente de distância da foz do rio Amazonas, bem como uma escala de dimensões das bacias hidrográficas locais. O estuário do rio Mocajuba apresenta aspectos bastante peculiares quanto a morfologia e hidrodinâmica. A morfologia do estuário é fortemente influenciada pela evolução estrutural e pelas falhas causadas pelos eventos neotectônicos desde o Neógeno, resultando em áreas profundas e retilíneas nas porções inferior e média do estuário. A maré se propaga estuário adentro sem sofrer significativas deformações, resultado da combinação entre a morfologia herdada e a hidrodinâmica. A salinidade apresentou maiores valores durante os períodos secos, enquanto a concentração de sedimentos em suspensão foi maior durante os períodos chuvosos. A circulação estuarina no Mocajuba é similar aos fiordes, devido a profundidade, porém, sem estratificação de salinidade. Não houve formação da zona de turbidez máxima estuarina devido às áreas de alta profundidade, baixas velocidades de corrente e baixa concentração de sedimentos em suspensão. No entanto, em ambos os períodos, uma “cunha turva” foi observada perto da foz do estuário, evidenciando a influência da pluma do rio Amazonas. O estuário do rio Caeté é classificado como planície costeira, dominado por marés, com regime semidiurno e consideráveis variações durante as fases de sizígia e quadratura. Do ponto de vista científico, este é um dos estuários mais conhecidos da SACZ, com trabalhos abrangendo áreas da geologia, geomorfologia, hidrodinâmica, sedimentologia, geoquímica, biogeoquímica, ecologia em geral, dentre outras áreas. Para a presente Tese, o estuário do Caeté foi considerado um “estuário modelo” devido a localização geográfica (em relação às distâncias da foz do rio Amazonas e dos estuários dos rios Mocajuba e Gurupi), o tamanho da bacia hidrográfica e os dados disponíveis em artigos científicos que comprovam a influência de uma fonte externa de sedimentos finos. O Gurupi é um típico estuário de planície costeira, raso, em formato de funil, dominado por maré, porém, parcialmente misturado. A salinidade e concentração de sedimentos em suspensão foram maiores na foz e diminuíram a montante. A zona de turbidez máxima estuarina foi observada em ambas as estações, porém, o aumento da descarga fluvial atenuou e deslocou essa zona em direção ao mar. A maré se propagou assimetricamente, com efeito hipersíncrono próximo à foz, sendo atenuado a montante. No que se refere a matéria orgânica sedimentar, os dados evidenciaram que as amostras estuarinas apresentam valores de δ13C mais negativos, como resultado da maior influência terrestre e dos manguezais. Os valores de δ13C das amostras coletadas na plataforma interna apresentaram valores menos negativos, indicando mistura entre as fontes de carbono marinha e manguezais. Além disso, os resultados evidenciaram que o tamanho da bacia de drenagem dos rios locais também é um fator relevante na dinâmica de matéria orgânica. O rio Gurupi, por exemplo, é grande o suficiente para contribuir com sedimentos orgânicos e terrígenos para o estuário e para plataforma interna. Em síntese, os estuários da SACZ são caracterizados pelo regime de macromarés, sujeitos aos aspectos particulares da geologia, geomorfologia e do rio local. No estuário do Mocajuba, a morfologia herdada apresentou forte influência nos processos hidrodinâmicos e sedimentares. Por outro lado, no estuário do Gurupi, a elevada vazão fluvial teve papel fundamental na dinâmica estuarina.
