Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2603
O Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA) surgiu em 1976 como uma necessidade de desmembramento do então já em pleno desenvolvimento Curso de Pós-Graduação em Ciências Geofísicas e Geológicas (CPGG), instalado ainda em 1973 nesta mesma Universidade. Foi o primeiro programa stricto sensu de Pós-Graduação (mestrado e doutorado) em Geociências em toda Amazônia Legal. Ao longo de sua existência, o PPGG tem pautado sua atuação na formação na qualificação de profissionais nos níveis de Mestrado e Doutorado, a base para formação de pesquisadores e profissionais de alto nível. Neste seu curto período de existência promoveu a formação de 499 mestres e 124 doutores, no total de 623 dissertações e teses.
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG por Orientadores "DALL'AGNOL, Roberto"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização geológica, petrográfica e geoquímica de Granitos Arqueanos da Folha Marajoara, Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria Sudeste do Pará(Universidade Federal do Pará, 2009-07-08) DIAS, Samantha Barriga; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675Na Folha Marajoara foram distinguidos três grupos de granitos arqueanos: Suíte Guarantã, Granito Rancho de Deus e corpos leucogranítico. O primeiro grupo é formado por três corpos graníticos, intrusivos no Tonalito Arco Verde (TAV), que receberam a denominação de Granito Guarantã (Gg), Granodiorito Azulona (GDaz) e Granodiorito Trairão (GDt), sendo formados por rochas muito similares em termos geológicos, petrográficos e geoquímicos, agrupadas no presente trabalho sob a denominação de Suíte Guarantã. O Granito Rancho de Deus possui forma amendoada, apresenta contato a sul com o Granodiorito Rio Maria, e a norte com o Granito Guarantã, porém controlado por extensa zona de cisalhamento. O terceiro grupo corresponde a pequenos corpos leucograníticos intrusivos no TAV e no Granodiorito Rio Maria. Os granitóides da Suíte Guarantã são formados por epidoto-biotita monzogranitos a granodioritos, com foliação mineral discreta, textura porfirítica e fenocristais grossos (5 a 20 mm) de feldspato potássico imersos em matriz equigranular média. O Granito Rancho de Deus é constituído por monzogranitos com incipiente foliação mineral e textura porfirítica, com fenocristais grossos (5 a 30 mm) de feldspato potássico em matriz equigranular média. O anfibólio ocorre como fase varietal juntamente com a biotita. Os leucogranitos são rochas hololeucocráticas, equigranulares de granulação média.Os dados geoquímicos mostram que a suíte Guarantã e os corpos leucograníticos possuem características dominantemente peraluminosas, enquanto que o Granito Rancho de Deus varia de metaluminoso a peraluminoso. Os três grupos de granitos exibem diferenças composicionais marcantes. As amostras da Suíte Guarantã são enriquecidas em Al2O3, CaO, Na2O, Ba, Sr e Ga e empobrecidas em Fe2O3, K2O, MgO, Rb e Th comparativamente ao Granito Rancho de Deus. Já os corpos leucograníticos, comparados aos dois grupos anteriores, são enriquecidos em SiO2 e K2O e empobrecidos em Fe2O3, MgO, Na2O, CaO, P2O5, Ba, Sr, Zr. Os padrões de ETR dos três grupos apresentam fracionamento expressivo de ETRP, sendo que os da Suíte Guarantã são desprovidos de anomalias de Eu ou apresentam anomalias discretas, ora positivas, ora negativas, enquanto que as amostras do Granito Rancho de Deus tendem a apresentar discretas anomalias negativas de Eu e os leucogranitos anomalias negativas marcantes. As rochas do Granito Rancho de Deus e da Suíte Guarantã são análogas geoquimicamente aos granitos arqueanos cálcico-alcalinos do tipo CA2. Porém, os contrastes geoquímicos entre os dois grupos não podem ser explicados por processos de diferenciação magmática, tendo em vista apresentarem teores de SiO2 superpostos e não seguirem o mesmo trend de diferenciação, sendo improvável, portanto, que esses dois grupos tenham se formado a partir de um mesmo magma parental, apesar de sua associação espacial. A hipótese assumida é que estas rochas se originaram de fontes ou por processos distintos e que seus magmas evoluíram independentemente.Comparações entre os três grupos de granitos estudados e corpos afins do TGGRM revelaram que as rochas da Suíte Guarantã apresentam maior similaridade com os granodioritos e monzogranitos dos corpos satélites do pluton Xinguara, podendo também representar termos menos evoluídos do Granito Guarantã, tal como originalmente definido. O Granito Rancho de Deus apresenta maiores afinidades petrográficas e geoquímicas com o Granodiorito Rio Maria e rochas sanukitóides afins, podendo corresponder a um termo mais evoluído da associação sanukitóide. Os corpos leucograníticos, por sua vez, possuem afinidade petrográfica e geoquímica com o Granito Mata Surrão.O estudo realizado demonstra que, além dos leucogranitos cálcico-alcalinos ricos em potássio, representados pelos granitos Xinguara e Mata Surrão, leucogranodioritos e monzogranitos menos evoluídos, aqui definidos como Suíte Guarantã, tiveram um papel importante na evolução do TGGRM. Esta suíte encontra-se melhor exposta na Folha Marajoara, mas corpos com características similares, tais como os corpos satélites do pluton Xinguara, já foram identificados.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo das relações de contato do granodiorito rio Maria com os granitos musa e jamon e com diques do proterozóico(Universidade Federal do Pará, 1996-08-10) SOARES, Claudomiro de Melo; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675Tese Acesso aberto (Open Access) Estudos isotópicos de U-Pb, Lu–Hf e δ18o em zircão: implicações para a petrogênese dos granitos tipo-A paleoproterozóicos da província Carajás – Cráton Amazônico(Universidade Federal do Pará, 2018-04-05) TEIXEIRA, Mayara Fraeda Barbosa; SANTOS, João Orestes Schneider; http://lattes.cnpq.br/5516771589110657; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675Em ~1880 Ma, um extenso evento magmático gerou granitos tipo-A com afinidade rapakivi no Cráton Amazônico, com destaque para a Província Carajás. Nesta província, esse magmatismo compreende batólitos e stocks anorogênicos agrupados em três suítes: (1) Suíte Jamon oxidada; (2) Suíte Velho Guilherme, ferrosa reduzida, com leucogranitos estaníferos associados; (3) Suíte Serra dos Carajás, constituída por plutons moderadamente reduzidos. Além dessas três suítes, também ocorrem nos diferentes domínios da província outros corpos graníticos tipo-A com características semelhantes aos das suítes mencionadas. Entre eles, dispõem-se de informações sobre os granitos Seringa, São João, Gogó da Onça, Rio Branco e Gradaús. O Granito Gogó da Onça Granite (GGO) compreende um stock localizado no sudeste de Canaã dos Carajás, composto por biotita-anfibólio granodiorios, biotita-anfibólio monzogranito e biotita-anfibólio sienogranito. Apresenta comportamento geoquímico similar aos granitos anorogênicos de Carajás. É um granito metaluminoso, ferroso do subtipo A2- com caráter reduzido. O comportamento dos elementos traços sugere que suas diferentes fácies são relacionadas por cristalização fracionada. Dados U-Pb SHRIMP em zircão e titanita mostraram que o GGO cristalizou entre ~ 1880 e 1870 Ma. Esse granito mostra contrastes significativos com as suítes Jamon e Velho Guilherme. O GGO é mais parecido com a Serra dos Carajás e com os granitos Seringa e São João, e aos granitos Sherman (mesoproterozóico) dos EUA e o Batólito Suomenniemi (paleoproterozóico) da Finlândia. Novos dados U-Pb SHRIMP para os granitos das suítes Jamon, Serra dos Carajás e Velho Guilherme, e para os granitos Seringa e São João mostraram que esses plutons cristalizaram entre 1880 Ma e 1857 Ma, situando-se o principal pico do magmatismo em cerca de 1880 Ma. As análises em zircão e titanita revelaram ainda idades de ~1900 Ma a ~1920 Ma nas suítes Velho Guilherme e Jamon e no Granito Seringa que representam possivelmente fases cristalizadas precocemente, incorporadas nos pulsos magmáticos dominantes, mais tardios. Também foram obtidas idades mais jovens (~1865 Ma a ~1857 Ma), comparadas aquelas obtidas para as fases menos evoluídas, para leucogranitos que formam stocks tardios nos corpos Bannach e Redenção. Esses dados sustentam a interpretação de que estes leucogranitos foram gerados por pulsos magmáticos independentes e tardios na evolução daqueles corpos, conforme já havia sido proposto por outros autores. Além das idades mencionadas, uma idade de 1732 ± 6 Ma foi obtida na facies de leucogranita do pluton Antônio Vicente da Suite Velho Guilherme, e poderia representar um evento magmático na região do Xingu ainda não relatado ou, eventualmente, poderia corresponder a um evento hidrotermal isolado que permitiu o crescimento de zircões. Além dos dados geocronológicos esses granitos foram analisados por isótopos de Hf, O e alguns plutons por isótopos de Nd. Em geral, os zircões analisados desses granitos têm composição inicial 176Hf/177Hf razoavelmente restrita, variando entre 0,281156 e 0,281384, com valores fortemente negativos εHf(t) variando de -9 a -18 e δ18O homogêneos variando de 5,50 ‰ a 7,00 ‰. Os valores obtidos para o ƐHf(t) nos diferentes granitos analisados são fortemente negativos e coerentes de modo geral com os dados isótopicos de Nd. Na Suíte Serra dos Carajás os valores de ƐHf(t) variam entre -14 a -15,5, na Suíte Jamon entre -9,5 a -15, e na Suíte Velho Guilherme entre -12 a -15, enquanto que os granitos São João, Seringa e Gogó da Onça tendem a apresentar valores mais acentuadamente negativos [ƐHf(t)= -12 a -18]. Apesar dos dados isotópicos serem homogêneos, pequenas variações foram observadas em diferentes plutons de uma mesma suíte e em diferentes fácies de um pluton. Com por exemplo na Suite Jamon, as composições isotópicas são mais variáveis, especialmente nos leucogranitos evoluídos dos plutons Bannach e Redenção, e fontes com contraste no grau de oxidação podem ser desenvolvidas na geração desses leucogranitos. Os dados isotópicos de Hf indicaram fontes crustais paleoarqueanas (3.3Ga 3.6 Ga) com menor contribuição mesoarquena (3,0 Ga a 3,2 Ga) como fontes desses granitos. Essas idades são mais antigas que as idades das rochas Arquenas encaixantes desses granitos, que estão expostas na Província Carajás, e é necessário investigar a presença de crosta arqueana mais antiga em Carajás. As composições de Nd, Hf e O dos granitos paleoprozozóicos da Província de Carajás atestam claramente fonte crustais ígnea arqueanas na origem de seus magmas. As diferenças observadas podem resultar em contrastes nos domínios crustais da Província Carajás que foram a fonte dos granitos ou por processos de contaminação local.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Evolução petrológica e estrutural do gnaisse estrela, Curionópolis, PA(Universidade Federal do Pará, 1991-12-18) BARROS, Carlos Eduardo de Mesquita; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675A leste da Serra dos Carajás, na Região de Curianópolis, aflora um conjunto de rochas granitóides fortemente deformadas, o que tudo indica de idade arqueana, que são enquadrados sob a designação de Gnaisse Estrela. Esta unidade litológica é constituída petrograficamente por piroxênio-hornblenda gnaisse monzogranítico, hornblenda gnaisse monzogranítico, biotita gnaisse monzogranito e por termos transicionais entre os dois últimos. De modo subordinado, encontram-se variações petrográficas de composição tonalítica, granodiorítica e sienogranítica. estas rochas são cortadas por frações pegmatóides com anfibólio ou por veios aplíticos hololeucocráticos. Essas variações petrográficas foram interpretadas como sendo associadas às feições originais do corpo granitóide do qual derivaram-se os ortognaisses. Na região em que aflora o Gnaisse Estrela instalaram-se zonas de cisalhamento dúctil de natureza transcorrente e oblíqua compressional. as primeiras predominam na parte sul da área e possuem dioreção E-W, ao passo que as últimas ocorrem na parte norte e possuem direção aproximadamente N-S. Como resultado da deformação, as rochas estudadas mostram uma estruturação gnáissica à milonítica, lineações minerais e, localmente, bandamnto tectônico. Outras feições estruturais são representadas por dobras assimétricas, dobras ptigmáticas e estruturais tipo "pinch-and-swell". As análises químicas do Gnaisse Estrela revelaram que as suas diversas fácies possuem composição granítica e características subalcalinas, sendo possível a individualização de dois grupos geoquimicamnte distintos: um metaluminoso e o outro peraluminoso. O primeiro envolve as rochas cujo mineral máfico predominante é a hornblenda. O segundo grupo compreende as rochas ricas em biotita. As altas razões K2O/Na2, Rb/Sr e Fe/Mg, bem como os altos valores de Y, Zr e Nb, fazem com que o Gnaisse Estrela tenha afinidade geoquímica com granitos intraplacas ou do tipo A, cuja assinatura é totalmente diferente daquela verificada nas rochas granitóides da região de Rio maria, onde predominam termos da associação tonalítica-trondhjemítica-granodiorítica do Arqueano.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia e geoquímica do maciço granítico arqueano Xinguara e de sua encaixantes, sudeste do estado do Pará(Universidade Federal do Pará, 1995-12-12) LEITE, Albano Antônio da Silva; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675Tese Acesso aberto (Open Access) Geologia e petrogênese do “Greenstone Belt” identidade: implicações sobre a evolução geodinâmica do terreno granito - “Greenstone” de Rio Maria, SE do Pará(Universidade Federal do Pará, 1994-10-07) SOUZA, Zorano Sérgio de; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675Este trabalho trata da geologia e petrogênese do "greenstone belt" Identidade, situado entre as cidades de Xinguara e Rio Maria, SE do Estado do Pará. Os dados obtidos permitiram discutir a evolução geodinâmica do terreno granito - "greenstone" da região de Rio Maria, inserindo-a no contexto da Província Mineral de Carajás (PMC), SE do cráton Amazônico. O "greenstone" em lide compõe um cinturão "sinformal" direcionado WNW-ESE, correspondendo a um pacote metavulcãnico, com xistos ultramáficos (UM), basaltos (BAS) e gabros (GB) na base, e, no topo, rochas hipabissais dacíticas (DAC - ca. 2,94 Ga, Pb/Pb). O conjunto foi intrudido por metaplutônicas Mesoarqueanas, os tipos mais precoces sendo quartzo dioríticos, seguidos sucessivamente por granodioritos (com enclaves máficos), trondhjemitos / tonalitos e leucogranitos. O embasamento gnáissico (GN - aflorante a norte e reconhecido por conter uma fábrica mais antiga Sn-1/D1), o "greenstone" e os metagranitóides foram intrudidos no final do Paleoproterozôico por enxames de diques riolíticos (ca. 1,60 Ga, Rb/Sr) e diabásicos. O "greenstone" apresenta estruturas e texturas ígneas reconhecíveis, porém obliteradas em regiões de contato com metagranitóides e em zonas de cisalhamento. As ultramáficas ocorrem como tremolititos, tremolita - talco xistos e talco xistos; o anfibólio é bastante alongado e fino, comumente em arranjos paralelos, interpretados como fantasmas de texturas "spinifex". Os basaltos são maciços ou almofadados, freqüentemente variolíticos. Mostram diferentes graus de recristalização, sendo identificados restos de texturas hialofiticas, pilotaxíticas e traquitóides. Clinoanfibólio (hornblenda actinolítica), epídotos e plagioclásio (albita - andesina) são os minerais mais abundantes. Os gabros são maciços a porfiriticos, distinguindo-se relíquias de texturas subofiticas e granofiricas. Os dacitos são porfiríticos, com fenocristais de quartzo e plagioclásio (oligoclásio), além de hornblenda e nódulos máficos (biotita, clorita, opacos, epidotos, titanita, apatita) nas variedades menos evoluídas. Dentre os metagranitóides, os leucogranitos e trondhjemitos contêm biotita cloritizada, enquanto granodioritos e parte dos tonalitos portam biotita ou biotita + hornblenda (também em quartzo dioritos). O "greenstone" e os metagranitóides foram afetados por uma deformação dúctil, heterogênea, que evoluiu para zonas miloníticas. A estruturação da área é marcada por uma fábrica planar (Sn//Sm/D2) direcionada WNW-ESE a E-W, de mergulhos divergentes. Lineações de estiramento E-W, WNW-ESE ou NW-SE, meso e microestruturas assimétricas S-C, peixes de micas e de clinoanfibólios, e rotações de porfiroclastos a e 15 indicaram uma megaestrutura resultante de um binário com encurtamento NW-SE. A geometria atual do "greenstone" seria derivada de transpressão dextrógira, com o "greenstone" compondo uma estrutura em flor positiva. O regime transpressivo favoreceu a criação de regiões transtrativas, onde se alojaram plútons graníticos no NW, além de clivagens de crenulação extensional (Sn+i/D2) no SW. A quantificação da deformação revelou encurtamento da ordem de 60%, extensão subhorizontal, paralela ao "trend" do "greenstone", de 68 a 500%, e extensão vertical de 101 a 280%. O elipsóide de deformação variou de oblato a prolato, com mudanças de densidade e rotação do eixo de estiramento máximo (X) nas zonas miloníticas. A inversão da deformação permitiu reconstruir a forma original do "greenstone", que seria também alongada WNW-ESE, embora de excentricidade menor que a atual. Estes dados, juntamente com a petrofábrica do eixo c do quartzo, sugeriram que a deformação progressiva envolveu mecanismos de cisalhamento puro e simples, sendo o arcabouço final resultante deste último. Falhas e fraturas rúpteis diversas, afetando também diques riolíticos e diabásicos, marcaram o último evento (D3). As paragêneses minerais do metamorfismo principal (Mn/M2) originaram-se de recristalização estática, pré-tectônica, que modificou parte das texturas e quase totalmente a mineralogia das rochas do "greenstone". Formaram-se anfibólio verde azulado (hornblenda actinolítica), epídotos (pistacita predominante), titanita e quartzo em BAS e GB; tremolita, talco e clorita em UM. Saussuritização e sericitização de plagioclásio, biotitização de anfibólio, cloritização de biotita e transformação de hornblenda em titanita verificaram-se nos metagranitóides. A coexistência de hornblenda + plagioclásio (An> 17) e/ou hornblenda actinolítica + epidotos + clorita em rochas metabásicas mostrou que o evento supra foi de pressão baixa e temperaturas transicionais entre as fácies xisto verde e anfibolito. Este episódio essencialmente térmico refletiu o aquecimento crustal produzido pelo plutonismo do final do Mesoarqueano, tendo obliterado as associações prévias do metamorfismo de fundo oceânico. Ligeiramente concomitante a francamente subseqüente, houve um evento de recristalização dinâmica extensiva (Mm/M2) na fácies xisto verde, particularmente em zonas de cisalhamento e contatos litológicos. Em tais locais, existem evidências de aporte de fluidos (blastomilonitos xistosos e abundantes veios de quartzo) e remobilização da maioria dos elementos químicos (Al, Fe, Ca, K, Na, Rb, Sr, Zr). Em condições PT ainda menores, deu-se finalmente a ação de um evento discreto, relacionado com crenulações e formando clorita, epídotos e quartzo (Mn+1/M2). O evento M2, bem como aquele detectado somente em GN (M1 em fácies anfibolito), foram de natureza dúctil, o que os distinguiu nitidamente do último episódio (D3/M3). Este foi posicionado no final do Paleoproterozóico, tendo caráter hidrotermal e associado á feições rúpteis de alto nível crustal. A evolução progressiva do metamorfismo M2, com pico térmico precoce ao pico da deformação, sugeriu uma trajetória P-T-t anti-horária, correspondente á evolução metamórfica de bacias marginais fanerozóicas. Algumas análises químicas de rochas metavulcânicas permitiram a definição de séries magmáticas e discussão de modelos petrogenéticos. Reconheceram-se três séries geoquímicas, a saber, da mais antiga para a mais nova, komatiítica (UM), toleitica (BAS e GB) e cálcio-alcalina (DAC). A primeira corresponde a komatiitos peridotíticos, com MgO>18% em peso (base anidra), com um "trend" de enriquecimento em Al, tal como em Geluk e Munro, e menos cálcico do que Barberton. Os padrões de terras raras leves são irregulares, com razões (La/Sm)N entre 0,42 e 4,2 e anomalias negativas de Eu. Os terras raras pesadas pareceram menos afetados por processos pós-eruptivos, sendo planos ou ligeiramente fracionados (1,0<(Gd1Yb)N<2,3). Modelos quantitativos foram de dificil execução em virtude da remobilização de vários elementos, porém, em termos qualitativos, foi possível estimar cumulados ricos em olivina e ortopiroxênio. Dentre os toleítos, BAS e GB apresentaram padrões geoquímicos muito similares entre si. Ambos são toleítos de baixo potássio, comparáveis a toleítos arqueanos empobrecidos. Os elementos terras raras são quase planos, com valores 10X o condrito, e anomalias fracas ou inexistentes de Eu. Modelos preliminares sugeriram cumulados semelhantes para BAS e GB, compostos essencialmente de clinopiroxênio e plagioclásio. De acordo com alguns cálculos geoquímicos, a fonte dos magmas que originaram os komatiitos e toleítos seria o lherzolito a granada. Os DAC apresentaram características geoquímicas afins à metavulcânicas e metaplutônicas cálcio-alcalinas tanto modernas quanto arqueanas, seguindo o "trend" trondhjemítico. A diferenciação magmática teria decorrido por fracionamento de plagioclásio>quartzo>hornblenda>K-feldspato, com quantidades accessórias de biotita, magnetita, titanita, alanita e zircão. A fonte do magma dacítico seria crustal do tipo toleíto metamorfisado em fácies granada anfibolito e ligeiramente enriquecido em terras raras leves. No modelo geodinâmico proposto, já existia um embasamento gnáissico antes de 2,96 Ga. Entre 2,96 e 2,90 Ga, a conjugação de alto gradiente geotérmico com extensão litosférica provocou o rifteamento continental, formando bacias marginais, onde se daria a extrusão de komatiitos e toleítos. Em torno de 2,94(?)-2,90 Ga, geraram-se os DAC através de fusão de crosta oceânica em zonas de subducção, evoluindo por fracionamento a baixas pressões. Os mesmos mecanismos geradores dos DAC também seriam responsáveis pelo plutonismo cálcio-alcalino, culminando com a inversão estrutural do "greenstone", espessamento crustal e forma final do terreno granito - "greenstone" (transpressão dextrógira ca. 2,88-2,86 Ga). A região sofreu ainda um episódio de (rea)quecimento, detectado a nível de minerais, sem deformação e metamorfismo correlatos, ao final do Eoarqueano (2,69-2,50 Ga), e intrusão de enxames de diques riolíticos (1,60 Ga, Rb/Sr) e diabásicos ao final do Paleoproterozóico. A correlação com o conhecimento atual da PMC permitiu admitir que o terreno granito - "greenstone" de Rio Maria já estava configurado quando da implantação do Supergrupo Itacaiúnas (ca. 2,76 Ga) e da granitogênse alcalina na Serra dos Carajás. Assim, a transpressão sinistrógira que inverteu aquele supergrupo corresponderia a um evento posterior e bem distinto da transpressão dextrógira da região de Rio Maria.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia e petrologia da região central da Serra da Cordilheira-Goiás(Universidade Federal do Pará, 1984-09-21) TEIXEIRA, Nilson Pinto; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675A área em foco foi mapeada na escala 1:100.000 e situa-se a oeste da cidade de Araguaína (Goiás) em região localizada nos distritos de Aragominas (antigo Pé do Morro) e Muricilândia e nas suas adjacências. Está limitada pelos paralelos de 7°00'00" e 7°25'23" de latitude sul e pelos meridianos de 48°23'36" e 48°40'00" de longitude oeste, perfazendo um total de aproximadamente 1395km². Geologicamente, situa-se, em sua maior parte, no interior da Faixa de Dobramentos Araguaia. Nessa área ocorrem as estruturas dômicas de Grota Rica e Cocalândia em cujos núcleos afloram rochas gnáissicas, anfibolitos e rochas álcali-alumino-magnesianas, que constituem o Complexo Colméia. Essas estruturas são semelhantes às descritas anteriormente nas regiões de Xambioá, Lontra, Colméia, Cantão, Rio Jardim e Rio Cunhãs, sendo realçadas pelos quartzitos e mica-xistos da Formação Morro do Campo. Esta passa gradativamente a mica-xistos da Formação Xambioá, que são os tipos litológicos dominante regionalmente. A Formação Xambioá contém ainda, localmente, lentes de anfibolitos. O conjunto das rochas constitutivas da Formação Morro do Campo (inferior) e Xambioá (superior) compõe o Grupo Estrondo. Corpos ultrabásicos metamorfisados, ocorrem localmente, formando morros alinhados de disposição submeridiana. Esses corpos ultrabásicos, juntamente com as unidades do Grupo Estrondo, constituem o Super Grupo Baixo Araguaia. O Grupo Estrondo acha-se encoberto a leste pelos sedimentos da Formação Pimenteiras da Sinéclise do Parnaíba e a oeste por Coberturas terciário-quaternárias. Entre as rochas gnáissicas do complexo Colméia, foram identificados gnaisses trondhjemíticos e graníticos, sendo os primeiros amplamente dominantes. Nos gnaisses trondhjemíticos, foram descritos dois bandamentos (1 e 2). O bandamento 1 tem ocorrências restritas e mostra-se dobrado pelo menos duas fases deformativas, sendo que o primeiro dobramento, ausente nas demais unidades, apresenta orientação e se relaciona a um ciclo termotectônico mais antigo (presumivelmente de arqueano), enquanto que o segundo com orientação N-S, está relacionado ao ciclo termo-tectônico gerador das rochas constitutivas do Super Grupo Baixo Araguaia (do Précambriano Superior). O bandamento 2 associa-se a esse ciclo, é fortemente penetrativo, trunca localmente e bandamento 1, apresentando uma disposição pararela ao traço axial (em planto) do segundo dobramento. O bandamento 2 mostra-se no geral amoldado às estruturas dômicas. Associados ao primeiro ciclo (arqueano) e concordantes com o bandamento 1, ocorrem veios quartzo-feldspáticos, ao que tudo indica relacionados com a fase mais antiga. Existem ainda outros veios quartzo-feldspáticos, ora concordantes, ora discordantes, com o bandamento 2. Quimicamente os gnaisses trondhjemíticos apresentam, quase sempre, composição pouco variável, ocorrendo o mesmo com os gnaisses graníticos. Os veios quartzo-feldspáticos concordantes e discordantes com o bandamento 2 têm sua origem atribuída a processos anatéxico, que ocorreram em profundidade, durante o segundo ciclo (do Précambriano Superior). Esses processos foram parciais e restritos, e aliados a outros fatores, permitiram a ascensão diapírica dos gnaisses do Complexo Colméia cujo alojamento gerou as estruturas dômicas, sob condições metamórficas equivalentes ao grau médio. Na Formação Xambioá, as rochas dominantes - mica-xistos- revelaram, através de suas características petrográficas e químicas, uma predominância, entre os sedimentos originais, de pelitos e grauvacas, com contribuições menores de carbonatos. No estudo petrográfico observou-se uma íntima relação entre a ausência de granada e a presença de epídoto e vice-versa embora haja incompatibilidade entre ambos. As análises químicas mostraram que essas relações são controladas pelo teor de CaO de cada amostra. Quando ele ultrapassa um certo valor, é favorecida a cristalização de epídoto e inibe a cristalização de granada, ocorrendo o contrário em caso inverso. Essa variação composicional é observada mesmo em escala milimétrica e reflete-se na área através da distribuição errática da granada, que impossibilita o traçado de qualquer isógrada baseada no aparecimento desse mineral. Fenômeno análogo se verifica em relação à estaurolita, cuja cristalização só é possível em rochas de composição adequada, condição essa que não é satisfeita pela quase totalidade de amostras dos xistos analisados. Nesse caso, o fator crítico é o conteúdo de FeO da rocha que deve ser elevado para permitir a formação da estaurolita. As paragêneses presentes nos diversos tipos litológicos do Super Grupo Baixo Araguaia indicam que o metamorfismo atingiu condições mínimas equivalentes ao grau fraco superior e máxima condizente com o início do grau médio, com regime de pressão razoavelmente elevado (5 a 6kb). A cristalização de granada, epídoto e estaurolita foi controlada pela composição dos sedimentos originais. Este fato foi também observado a poucos quilômetros ao norte na região de Xambioá e a quilômetros ao sul nas regiões de Cantão, Rio Jardim e Rio Cunhãs. O estudo estrutural do Super Grupo Baixo Araguaia permitiu a caracterização de pelo menos cinco fases de deforcionais dentro de um processo progressivo de deformação, sendo que as quatro primeiras se desenvolveram em regime de compressão, gerando dobramentos diversos e falhamentos inversos (?), enquanto que a última se desenvolveu num estágio de relaxamento dos esforços. Um acidente de grande expressão é o Falhamento Inverso (?) de Aragominas de Orientação N-S coincidente com a Serra das Cordilheiras, que secciona os mica-xistos da Formação Xambioá, afetando-os intensamente. Esta unidade aflora tanto a leste quanto a oeste da escarpa, podendo-se supor que as demais unidades também tenham sido afetadas pelo falhamento embora não se achem expostos ao longo do mesmo nível atual de erosão. Outros expressivos lineamentos com orientações NNW-SSE e NNE-SSW, melhor marcado nos domínios da Formação Xambioá, também ocorrem, sendo que alguns podem corresponder a falhamentos direcionais ao longo de S2. A partir da interpretação dos dados obtidos a de sua integração com os já existentes, conclui-se que a evolução geológica da região estudada foi policíclica, distinguindo-se ainda diversas fases em cada ciclo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia e petrologia do extremo norte da Serra do Estrondo (GO)(Universidade Federal do Pará, 1984-05-02) SOUZA, Antonio Celso Costa de; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675Tese Acesso aberto (Open Access) Geologia, geoquímica e geocronologia do magmatismo paleoproterozóico da região de Vila Riozinho, Província Aurífera do Tapajós, Cráton Amazônico(Universidade Federal do Pará, 2001-09-27) LAMARÃO, Cláudio Nery; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675A Província Aurífera do Tapajós (PAT), situada na porção centro-meridional do Cráton Amazônico, é caracterizada pela ocorrência de extensas suítes de rochas plutônicas e vulcânicas. Muitas destas estão representadas na região de Vila Riozinho, localizada na porção nordeste da PAT, próxima ao contato entre as províncias Ventuari-Tapajós ou Tapajós-Parima e Amazônia Central. O magmatismo da porção sul da região de Vila Riozinho é representado pelas rochas vulcânicas da Formação Vila Riozinho e pelo maciço São Jorge, no qual foram individualizados os granitos São Jorge Antigo e São Jorge Jovem, além de pequenas ocorrências de granitos pórfiros. A Formação Vila Riozinho é constituída por andesitos basálticos, traquiandesitos basálticos, traquitos, riolitos, tufos e brechas com assinatura geoquímica cálcico-alcalina alto-K a shoshonítica. Datações Pb-Pb em zircão em traquitos desta unidade revelaram idades de 2004±4 Ma e 1998±3 Ma. O Granito São Jorge Antigo corresponde a maior parte do pluton São Jorge. Este é composicionalmente zonado, sendo formado por uma série expandida à base de monzodioritos a quartzo-monzodioritos nas bordas nordeste, norte e leste, monzogranitos a quartzo-monzonitos nas porções intermediária-central e leucomonzogranitos a sienogranitos no centro, correspondendo às rochas mais evoluídas do corpo. Apresenta composição metaluminosa a fracamente peraluminosa, afinidade cálcico-alcalina alto-K e características geoquímicas de granitos gerados em ambiente de arco vulcânico. Datações Pb-Pb em zircão em rochas monzograníticas forneceram idades de 1981±2 Ma e 1983±8 Ma, interpretadas como idades de cristalização do corpo. O Granito São Jorge Jovem foi identificado inicialmente em testemunhos de sondagens na área de garimpo São Jorge, sendo o hospedeiro da mineralização aurífera primária. É mineralógica e petrograficamente similar ao Granito São Jorge Antigo, porém apresenta feições geoquímicas contrastantes e idade de cristalização de 1891±3 Ma. A porção norte da região de Vila Riozinho é dominada por rochas vulcânicas efusivas e piroclásticas félsicas pertencentes à Formação Moraes Almeida, associadas ao Granito Maloquinha. A Formação Moraes Almeida é constituída predominantemente por ignimbritos com riolitos e traquitos subordinados. Os ignimbritos forneceram idade Pb-Pb em zircão de 1875±4 Ma, enquanto riolitos e traquitos de 1890±6 Ma e 1881+4 Ma, respectivamente. O Granito Maloquinha, com idade Pb-Pb em zircão de 1880±9 Ma, é formado por leuco-sienogranitos com leucomonzogranitos subordinados. Os estudos realizados mostraram que as rochas pertencentes a essas duas unidades possuem fortes similaridades petrográficas e assinaturas geoquímicas semelhantes a de granitos do tipo-A aluminosos. Tais fatos evidenciam uma ligação genética entre o Granito Maloquinha e a Formação Moraes Almeida. Além desses, foi estudado, ainda que de modo preliminar, o Granito Jardim do Ouro situado na extremidade noroeste da área. Corresponde a um anfibólio-biotita-monzogranito com idade de 1880 +3 Ma similar a do Granito Maloquinha, porém com feições mineralógicas e geoquímicas distintas deste. Os escassos dados disponíveis indicam que o Granito Jardim do Ouro diverge igualmente dos granitos São Jorge Antigo e São Jorge Jovem, por ser comparativamente mais alcalino e formado em condições menos oxidantes. Pelo menos dois tipos de granitos pórfiros foram identificados na região de Vila Riozinho. O primeiro, provavelmente mais velho, associa-se espacialmente e mostra muitas similaridades geoquímicas com a fácies anfibólio-biotita-monzogranito a quartzo-monzonito do Granito São Jorge Antigo. O segundo, ocorre no contato entre os ignimbritos da Formação Moraes Almeida e o Granito Maloquinha. Mostra uma assinatura geoquímica similar à do Granito Jardim do Ouro e à do traquito da Formação Vila Riozinho. Dois importantes períodos de intensa atividade magmática foram identificados na região de Vila Riozinho no final do Paleoproterozóico. No primeiro, compreendido entre 2010 e 1970 Ma, foram gerados a Formação Vila Riozinho e o Granito São Jorge Antigo. No segundo, situado entre 1900 e 1870 Ma, foram originados a Formação Moraes Almeida e os granitos São Jorge Jovem, Maloquinha e Jardim do Ouro. Admite-se que o magmatismo cálcico-alcalino alto potássio formado no período de 2010 a 1970 Ma teve sua origem relacionada a processos de subducção. As manifestações magmáticas que ocorreram em torno de 1,88 Ga poderiam representar uma fase tardia, ainda vinculada aos processos de subducção ou corresponder às primeiras manifestações de processos de tafrogênese que afetaram globalmente o Cráton Amazônico a partir de 1,88 Ga e se estenderam durante o Mesoproterozóico. A segunda hipótese implica admitir fontes crustais para o magmatismo e é adotada neste trabalho.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia, geoquímica e petrologia magnética do granito paleoproterozóico redenção, se do Cráton Amazônico(Universidade Federal do Pará, 2001-06-29) OLIVEIRA, Davis Carvalho de; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675Tese Acesso aberto (Open Access) Geologia, geoquímica, geocronologia e petrogênese das suítes TTG e dos leucogranitos arqueanos do Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, sudeste do Cráton Amazônico(Universidade Federal do Pará, 2010-03-23) ALMEIDA, José de Arimatéia Costa de; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675; 2158196443144675As suítes tonalíticas-trondhjemíticas-granodioríticas (TTG) são os principais granitoides arqueanos, porém os corpos de leucogranitos calcico-alcalinos também possuem distribuição expressiva no Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria (TGGRM), sudeste do Cráton Amazônico. Mapeamento geológico em áreas chaves e estudos petrográficos e geoquímicos, aliados ao refinamento dos dados geocronológicos utilizando os métodos de datação Pb-Pb por evaporação e U-Pb por LA-ICP-MS em zircão, permitiram concluir que o TGGRM foi palco de, pelo menos, três eventos formadores de TTG durante o Mesoarqueano. O primeiro evento exibe idade de 2,96±0,2 Ga e nele deu-se a geração do Trondhjemito Mogno e das rochas mais antigas do Tonalito Arco Verde. No segundo evento, ocorrido em 2,93±0,1 Ga, deu-se a formação do Complexo Tonalítico Caracol, do Tonalito Mariazinha e das rochas mais jovens do Tonalito Arco Verde. O último evento apresenta idade de 2,86±0,1 Ga e nele foi gerado o Trondhjemito Água Fria, de distribuição areal muito restrita. Comprovou-se que a idade do Trondhjemito Mogno é significativamente maior do que a anteriormente admitida, reduzindo a importância do magmatismo TTG de idade próxima de 2,87 Ga no TGGRM. Além disso, uma nova unidade TTG, denominada Tonalito Mariazinha, foi definida no mesmo e constatou-se que as rochas formadoras do Tonalito Arco Verde exibem idades variáveis no intervalo de 2,98 a 2,93 Ga. Três grupos de TTGs foram identificados no TGGRM: 1) grupo com alta razão La/Yb, apresentando altas razões Sr/Y e Nb/Ta, originado a partir da fusão de uma fonte de composição máfica, em condições de pressão relativamente elevada (≥1,5 GPa), deixando granada e anfibólio no resíduo; 2) grupo com valor moderado da razão La/Yb, derivado de magmas gerados em condições intermediárias de pressão (~1,0-1,5 GPa), porém ainda no campo de estabilidade da granada; 3) grupo com baixa razão La/Yb, e também baixas razões Sr/Y e Nb/Ta, gerado a partir de magma formado em pressões comparativamente menores (≤1,0 GPa), proveniente da fusão parcial de fonte anfibolítica, tendo plagioclásio como fase residual. Não há nenhuma correspondência temporal entre os diferentes grupos e os três períodos de formação de magmas TTG em Rio Maria. Da mesma forma, não se observa relação direta entre estes grupos e as diferentes unidades, podendo algumas delas, como, por exemplo, o Tonalito Arco Verde, englobar granitóides com alta, intermediária e baixa razão La/Yb. Os dados geocronológicos demonstram que o magmatismo granítico stricto sensu arqueano (2,87- 2,86 Ga) registrado no TGGRM, sucedeu o principal evento de geração de TTGs (2,98- 2,92 Ga), sendo contemporâneo ou ligeiramente posterior à colocação da suíte sanukitoíde Rio Maria (~2,87 Ga). Com base em dados petrográficos e geoquímicos, foram distinguidas três suítes de leucogranitos arqueanos: a) leucogranitos potássicos (granitos Xinguara e Mata Surrão), compostos dominantemente por biotita-monzogranitos com alto conteúdo de SiO2, K2O e Rb, mostrando enriquecimento em elementos terras raras leves em relação aos pesados e moderada a pronunciada anomalia de Európio. Esses granitos são similares aos granitos baixo-CaO do Cráton Yilgarn e aos granitos calcico-alcalinos CA2, assumindo-se que seus magmas foram produzidos a partir da fusão parcial de TTGs; b) Anfibólio-biotita monzogranitos, representados pelo Granito Rancho de Deus, cuja gênese deveu-se à diferenciação por cristalização fracionada de magmas sanukitóides afins aos da suíte Rio Maria, com a qual se associa; c) grupo de leucogranodioritos e leucomonzogranitos enriquecidos em Ba e Sr com fracionamento de elementos terras raras pesados em relação aos leves e geralmente desprovidos de anomalia significativa de Eu. Essas rochas mostram notáveis similaridades geoquímicas com os granitos alto-CaO (TTGs transicionais) do Cráton Yilgarn e com os granitos calcico-alcalinos CA1. Propõe-se um modelo envolvendo mistura em diferentes proporções de magmas graníticos similares às amostras mais enriquecidas em Ba e Sr da Suíte Guarantã com magmas trondhjemíticos para explicar a gênese e a variação composicional das suítes de leucogranitos enriquecidos em Ba e Sr. Os líquidos graníticos que participaram da mistura foram derivados da cristalização de 35% de magma sanukitóide de composição granodiorítica (rocha dominante na Suíte Rio Maria) pelo fracionamento de plagioclásio (46,72%), hornblenda (39,05%), clinopiroxênio (10,36%), magnetita (3,12%), ilmenita (0,70%) e allanita (0,06%). Para explicar a evolução tectônica do TGGRM, propõe-se um modelo envolvendo a subducção de uma placa oceânica sob um platô oceânico espesso. Neste contexto, o grupo de TTGs com baixa razão La/Yb teria sido derivado de magmas originados pela fusão de metabasaltos da base do platô, em condições relativamente mais baixas de pressão, ao passo que os grupos com razões La/Yb alta e moderada, seriam gerados a partir da fusão parcial de metabasaltos da crosta oceânica subductada, em condições de pressão mais elevada. Parte dos magmas TTG gerados a partir da fusão da placa oceânica subductada teria reagido com a cunha do manto durante sua ascensão e foi totalmente consumida, levando ao metassomatismo do manto. Por volta de 2,87 Ga, ou seja, 50 milhões de anos após a formação da crosta tonalíticatrondhjemítica de Rio Maria, manifestações termais, possivelmente relacionadas a processo de slab-break-off ou à ação de plumas mantélicas, induziram a fusão do manto metassomatizado e levaram à geração de magmas sanukitóides. A ascensão desses magmas aqueceu a crosta de Rio Maria e possivelmente induziu a fusão de metabasaltos localizados na base da crosta, originando o magma parental do Trondhjemito Água Fria. A fusão da crosta tonalitíca-trondhjemítica, em mais baixa profundidade, fora do campo de estabilidade da granada, teria gerado os magmas dos leucogranitos potássicos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia, petrografia e geoquímica da associação tonalitotrondhjemito-granodiorito (TTG) do extremo leste do subdomínio de transição, Província Carajás(Universidade Federal do Pará, 2013-07-31) SANTOS, Patrick Araujo dos; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675Os estudos geológicos realizados no extremo leste do Subdomínio de Transição da Província Carajás demonstraram que a área estudada é composta dominantemente por associações tonalito-trondhjemito-granodiorito (TTG). De modo subordinado, ocorrem rochas monzograníticas deformadas, associadas aos granitos tipo Planalto, e gabros inseridos na associação máfico-enderbítica. Granitos isotrópicos e diversos diques máficos desprovidos de deformação expressiva seccionam os litotipos arqueanos mapeados. A associação TTG aflora na forma de blocos ou lajedos, geralmente em áreas de relevo arrasado. São rochas de cor cinza e granulação média, mostrando bandamento composicional ou, por vezes, aspecto homogêneo, frequentemente englobando enclaves quartzo-dioríticos. Apresentam-se intensamente deformadas, com foliação dominante segundo E-W e mergulhos fortemente inclinados a subverticais. Localmente apresentam estruturas NE-SW, transpostas por cisalhamentos E-W. Em algumas ocorrências, exibem feições miloníticas a protomiloníticas, registradas nas formas ovaladas dos porfiroblastos de plagioclásio ou de veios leucograníticos boudinados. São reconhecidas duas variedades petrográficas para esta associação: Biotitatrondjhemito e, subordinados, biotita-granodioritos, ambos com conteúdos modais variáveis de muscovita e epidoto. Essas variedades possuem aspectos texturais similares e mostram trama ígnea pouco preservada, mascarada por intensa recristalização, acompanhada do desenvolvimento de foliação milonítica incipiente a marcante. Análises por EDS efetuadas em microscópio eletrônico de varredura revelaram que o plagioclásio possui composição de oligoclásio cálcico (An27-19), com teores de Or variando de 0,6 a 2,3%. As biotitas são ferromagnesianas, com ligeira dominância de Fe sobre Mg (Fe/[Fe+Mg] variando de 0,54 a 0,59) e os epidotos analisados apresentam teores de pistacita que variam de 23 a 27,6%, situados em sua maioria no intervalo de epidotos magmáticos. Estudos litogeoquimicos identificaram duas composições distintas: uma de afinidade trondhjemitica (dominante) e outra granodiorítica e cálcico-alcalina. A primeira apresenta características típicas das suítes TTG arqueanas. A última apresenta enriquecimento em LILE, especificamente K2O, Rb e Ba, quando comparada com os trondhjemitos dominantes, mas ainda preserva alguns aspectos afins das associações TTG arqueanas. Diferentes mecanismos são propostos para explicar a origem e evolução desses dois litotipos. Os dados geoquímicos são inconsistentes com as hipóteses de diferenciação desses dois grupos de rochas por meio de processos de cristalização fracionada a partir de magma tonalítico/trondhjemítico ou derivação dos granodioritos por anatexia das rochas TTG dominantes. Os tonalitos e trondhjemitos exibem afinidade com os grupos de TTG de alta razão La/Yb e Sr/Y da Província Carajás, sugerindo que foram derivados de fontes à base de granada anfibolitos em altas pressões (ca. 1,5 GPa), ou no mínimo apresentam uma evolução magmática controlada pelo fracionamento de granada, fato normalmente admitido para os TTG arqueanos. O estudo comparativo apontou maiores similaridades entre os TTG estudados e o Tonalito Mariazinha e o Trondhjemito Mogno, do Domínio Rio Maria, e com o Trondhjemito Colorado e, em menor grau, Trondhjemito Rio Verde, do Domínio Carajás. As características geoquímicas particulares das rochas granodioríticas podem ser devidas à contaminação de magmas ou rochas TTG a partir de metassomatismo litosférico ou à assimilação de sedimentos oriundos da crosta oceânica em subducção durante a gênese do liquido trondhjemítico. Em ambas as hipóteses, haveria a preservação de parte das características de associações TTG. As associações arqueanas identificadas neste trabalho implicam existência expressiva de rochas TTG no Subdomínio de Transição. Esse fato tende a fortalecer a hipótese de que o Subdomínio de Transição representa uma extensão do Domínio Rio Maria, mas afetado por eventos de retrabalhamento crustal durante o Neoarqueano. Na porção leste da área ocorrem pequenos corpos monzograníticos alongados segundo E-W, claramente condicionados por cisalhamentos. Suas rochas apresentam texturas miloníticas, caracterizadas por porfiroclastos de feldspatos com formas amendoadas, contornados principalmente por micas e quartzo recristalizados. Apresentam assinaturas geoquímicas de granitos tipo-A reduzidos e são similares aos granitos da Suíte Planalto, da área de Canaã dos Carajás. Rochas máficas afloram restritamente na porção centro-norte da área na forma de blocos. São rochas com textura dominantemente granoblástica, com arranjos em mosaico, constituídas basicamente por anfibólio e plagioclásio, com quartzo e biotita subordinados. Na porção norte da área mapeada foi identificado um corpo de granito isotrópico, sem deformação expressiva, com texturas rapakivi localizadas. Apresenta relevo de colinas suaves, com padrão morfológico distinto dos granitóides arqueanos. Este corpo granítico foi correlacionado aos granitos tipo-A paleoproterozoicos, representados no Domínio Carajás pela Suíte Serra dos Carajás e pelo Granito Rio Branco. Esses granitos não são objeto desta pesquisa e, portanto, não foram estudados em maior detalhe.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia, petrografia e geoquímica do granito anorogênico Bannach, terreno granito-Greenstone de Rio Maria, PA(Universidade Federal do Pará, 2005-03-24) ALMEIDA, José de Arimatéia Costa de; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675O Granito Bannach é um batólito alongado na direção SE-NW intrusivo em unidades arqueanas pertencentes ao Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, porção leste do Cráton Amazônico. Ele é constituído por um conjunto de rochas monzograníticas com mineralogia semelhante, apresentando microclina, quartzo e plagioclásio como minerais essenciais; anfibólio, biotita e, mais raramente, clinopiroxênio como varietais; titanita, allanita, apatita e zircão como acessórios primários; clorita, sericita-muscovita, carbonatos ± fluorita como fases secundárias. As características texturais e mineralógicas permitem identificar oito variedades petrográficas: fácies portadoras de anfibólio, biotita e, por vezes, clinopiroxênio de granulação grossa [Granito cumulático (GC), biotita-anfibólio monzogranito grosso (BAMzG), anfibólio-biotita monzogranito grosso (ABMzG)]; fácies portadora de biotita com textura porfirítica [biotita monzogranito porfirítico (BMzP)] e fácies constituídas por leucogranitos [leucomonzogranito grosso (LMzG), médios precoces e tardios (LMzMp e LMzMt) e fino (LMzF)]. A distribuição faciológica do corpo mostra que o maciço é zonado, com as fácies menos evoluídas (GC e BAMzG) ocupando as porções periféricas e as mais evoluídas as partes centrais (LMzMt e LMzG). O Batólito Bannach é subalcalino, metaluminoso a peraluminoso e possui altas razões FeOt/FeOt+MgO (0,86 a 0,97) e K 2 O/Na 2 O (1 a 2). Os padrões dos elementos terras raras revelam um aumento na anomalia negativa de európio da fácies menos evoluída para as mais evoluídas. Nesse mesmo sentido ocorre um discreto enriquecimento em elementos terras raras leves paralelamente ao ligeiro empobrecimento em terras raras pesados. Ele mostra afinidades geoquímicas com os granitos intraplaca (Pearce et al. 1984), com os granitos tipo -A (Whalen et al. 1987), com o tipo ferroso de Frost et al. (2001) e com os granitos do subtipo A2 (Eby 1992). As diferentes fácies do corpo Bannach possuem alta suscetibilidade magnética (SM), sendo os maiores valores relacionados com as fácies menos evoluídas, portadoras de anfibólio + biotita ± clinopiroxênio (GC e BAMzG), e os menores com as fácies leucograníticas (LMzG, LMzMt, LMzMp e LMzF). As diversas fácies do Granito Bannach provavelmente evoluíram por cristalização fracionada, comandada pelo fracionamento de ferromagnesianos e feldspatos. Este fracionamento indica um trend de diferenciação no sentido BAMzG-ABMzG-BMzP-LMzMp-LMzG-LMzF, sendo que o LMzMt representaria uma intrusão separada formada de um líquido muito evoluído e independente daquele formador das demais fácies. A existência de descontinuidade composicional entre a fácies granito cumulático (GC) e os BAMzG, sugere que o líquido formador destes últimos não poderia ter derivado do GC por simples fracionamento dos feldspatos. O GC possui uma evolução magmática particular, envolvendo possivelmente a participação de processos cumuláticos. A idade e posicionamento estratigráfico, juntamente com as características geológicas, petrográficas, geoquímicas e de petrologia magnética, permitem que o Granito Bannach seja enquadrado na Suíte Jamon, uma vez que apresenta notáveis similaridades com os corpos Jamon, Musa e Redenção, que compõem a mesma.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia, petrografia e geoquímica do Granodiorito Sanukitoide Arqueano Rio Maria e rochas máficas associadas, leste de Bannach-PA(Universidade Federal do Pará, 2005) OLIVEIRA, Marcelo Augusto de; ALTHOFF, Fernando Jacques; http://lattes.cnpq.br/1004206862799097; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675As ocorrências do Granodiorito Rio Maria (GDrm), a leste da cidade de Bannach, imediatamente a oeste de sua área tipo estão inseridas no Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, sudeste do Cráton Amazônico. Assim como nas demais ocorrências, o GDrm é caracterizado nessa região por marcante presença de enclaves máficos, porém tem-se, além disso, domínios expressivos de rochas máficas a intermediárias (RMI), associadas e ligadas geneticamente ao GDrm. Na área estudada, o GDrm é intrusivo nas seqüências supracrustais do Supergrupo Andorinhas. Admite-se idades similares em relação aos tonalitos-trondhjemitos arqueanos (TTGs). Ele é intrudido por leucogranitos correlacionados aos granitos Xinguara e Mata Surrão e pelos granitos paleoproterozóicos Musa e Bannach da Suíte Jamon. As rochas do GDrm propriamente dito tem aspecto bastante homogêneo, com textura, equigranular média a grossa e composição essencialmente granodiorítica com variações monzograníticas localizadas. Em geral, o GDrm apresenta coloração cinza clara com tons esverdeados, devidos aos cristais de plagioclásio saussuritizados. Os monzogranitos tendem a apresentar cor cinza rosada com tons esverdeados. De uma forma geral, o GDrm apresenta uma foliação de direção WNW-ESE. As RMI concentram-se em duas ocorrências: um corpo principal, localizado próximo à cidade de Bannach, formado por quartzo-dioritos e quartzo-monzodioritos, e uma ocorrência menor situada na porção central da área, onde foram identificadas rochas acamadadas. As rochas do corpo maior são mesocráticas, verde-escuras, por vezes com tons rosados. Têm textura equigranular, fina a grossa. As rochas acamadadas foram originadas por processo cumulático, são inequigranulares com concentrações notáveis de cristais grossos de anfibólio, em geral quadráticos ou em prismas curtos, envoltos por material intercumulus leucocrático. As rochas do GDrm e RMI apresentam grandes similaridades texturais e mineralógicas, sendo o GDrm formado essencialmente por epidoto-biotita-hornblenda-granodiorito (EpBtHbGd) com variações bastante localizadas para epidoto-hornblenda-biotita-granodiorito (EpHbBtGd) e epidoto-biotita-hornblenda-monzogranito (EpBtHbMzG). Os enclaves máficos presentes no GDrm são epidoto-biotita-hornblenda-dioritos (EpBtHbDr) transicionando para variedades monzodioríticas. No corpo máfico principal domina epidoto-biotita-hornblendaquartzo-diorito (EpBtHbQzD) e epidoto-biotita-hornblenda-quartzo-monzodiorito (EpBtHbQzMzD). As rochas acamadadas são enriquecidas em máficos, sobretudo anfibólio, com feldspato potássico ausente ou inexpressivo. As amostras do GDrm e RMI apresentam caráter metaluminoso e características afins com as séries cálcico-alcalinas em certos diagramas, porém mostram conteúdos mais baixos de Al2O3 e CaO e mais altos de MgO, Cr e Ni do que estas séries, assemelhando-se geoquimicamente às suítes sanukitóides da Província Superior do Canadá. Os conteúdos e padrões de elementos terras raras das diferentes rochas são bastante similares, com enriquecimento acentuado em elementos terras raras leves (ETRL) em relação aos elementos terras raras pesados (ETRP), indicando forte a moderado fracionamento dos ETRP (La/Ybn=11,92 a 44,38). Há, entretanto, diferenças importantes nos valores da razão (La/Yb)n, mais baixos nos EpBtHbQzD e EpBtHbQzMzD (La/Ybn=17,20 a 22,81) do que no GDrm (La/Ybn=15,52 a 44,38), e enriquecimento relativo em ETRP nas rochas acamadadas (La/Ybn=11,92 a 14,37), provavelmente em resposta ao acúmulo de anfibólio nas mesmas. O GDrm e RMI tem algumas afinidades e ao mesmo tempo significativos contrastes geoquímicos e são interpretados como cogenéticos, porém não comagmáticos. Os dados geoquímicos mostram, ainda, que há uma descontinuidade entre ambas e as rochas acamadadas e enclaves máficos, sugerindo diferentes processos de formação para esses grupos de rochas. As características petrográficas, geoquímicas e de campo indicam a cogeneticidade das rochas do GDrm e RMI. Entretanto os dados geoquímicos levam a destacar a hipótese de um trend de evolução ligando as rochas intermediárias e o GDrm por cristalização fracionada. A ampla distribuição de rochas granodioríticas e a escassez de rochas intermediárias nas diferentes ocorrências do GDrm também não favorecem a hipótese de uma origem comum para GDrm e RMI. Admite-se, portanto, que os dois grupos de rochas derivaram de líquidos distintos, evoluindo independentemente. Conclui-se, ainda, que as rochas intermediárias provém de fontes similares às do GDrm, mas resultam possivelmente de um maior grau de fusão. As particularidades das rochas acamadadas indicam que as mesmas, embora geneticamente vinculadas à associação sanukitóide, tem uma evolução magmática particular envolvendo a participação de processos de acúmulo de cristais.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia, petrografia e geoquímica do Trondhjemito Mogno e rochas arqueanas associadas, Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria - SE do Pará(Universidade Federal do Pará, 2009-07-15) GUIMARÃES, Fabriciana Vieira; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675Mapeamento geológico e estudos petrográficos e geoquímicos, na principal área de ocorrência do Trondhjemito Mogno no Terreno Granito Greenstone de Rio Maria (TGGRM), levaram à identificação em duas associações TTG distintas. A designação de Trondhjemito Mogno foi mantida para a associação dominante, com padrão estrutural NW-SE a EW, distribuída nos domínios leste e oeste da área mapeada. A associação identificada na porção centro-oeste da área mapeada, com foliação dominante NE-SW e NS, foi definida como uma nova unidade estratigráfica denominada de Tonalito Mariazinha. Na área mapeada, foi possível também a individualização de outra unidade, denominada de Granodiorito Grotão, intrusivo no Tonalito Mariazinha, e foi proposta a redefinição do Tonalito Parazônia que passa a ser denominado de Quartzo-diorito Parazônia. Dados geocronológicos (Almeida em prep.) revelaram que o Trondhjemito Mogno e o Tonalito Mariazinha não fazem parte da segunda geração de TTGs do TGGRM, pois possuem idades mais antigas que 2,87 Ga e que o Quartzo-diorito Parazônia possui idade similar àquelas fornecidas pela associação sanukitóide do TGGRM. O Trondhjemito Mogno e o Tonalito Mariazinha são constituídos principalmente por quartzo e plagioclásio, tendo biotita e epidoto magmático como principais minerais ferromagnesianos. Suas características geoquímicas são compatíveis com as dos granitóides TTG arqueanos do grupo com alto Al2O3, sendo ainda relativamente pobres em elementos ferromagnesianos e possuem padrões de ETR com fracionamento moderado a forte de ETRP e anomalias de Eu discretas. O Granodiorito Grotão é um leucogranodiorito constituído principalmente por plagioclásio, quartzo e feldspato potássico, tendo a biotita e epidoto como principais minerais ferromagnesianos. Apresenta caráter metaluminoso a peraluminoso e mostra comportamento geoquímico distinto dos granitóides TTG do TGGRM e do Granito Xinguara (Leite 2001, Leite et al. 2004). No diagrama K-Na-Ca, o Granodiorito Grotão foge do trend trondhjemítico, pois mostra enriquecimento em K em relação aos granitóides TTG, porém com conteúdos menores de K que o Granito Xinguara e o biotita-granodiorito estudado por Medeiros (1987). O Quartzo-diorito Parazônia apresenta composições que variam de quartzo-dioríticas a granodioríticas. O Quartzo-diorito Parazônia é muito similar às rochas intermediárias sanukitóides do TGGRM (Oliveira et al. 2006, 2009), embora o Quartzo-diorito Parazônia apresenta também algumas diferenças significativas em relação às rochas intermediárias de Bannach, entre elas o menor teor de sílica e menor valor de Mg #.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia, petrografia e geoquímica dos diques da região de Rio Maria, SE-PA(Universidade Federal do Pará, 1996-09-09) SILVA JÚNIOR, RENATO OLIVEIRA DA; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675Na região de Rio Maria, SE do Pará, foram mapeados diversos diques, intrusivos principalmente no Granodiorito Rio Maria (GdRM) e, subordinadamente, no granito anorogênico Musa (GM). Formando pequenas cristas alongadas que sobressaem na morfologia com um relevo positivo, dispondo-se, principalmente, segundo os trends NW-SE e E-W e, subordinadamente, N-NE. A largura máxima desses corpos é de 30 m, e têm extensão aflorante de 1.500 a 2.000 m, podendo alcançar 3.000 m. Foram identificados petrograficamente cinco grupos de diques: diabásios, dioritos, quartzo-dioritos, dacitos e riolitos. Os perfis transversais e longitudinais à direção desses corpos, mostram diminuição na granulação da rocha, no sentido centro-borda do corpo, culminando geralmente com rochas afaníticas, que representam, via de regra, a borda de resfriamento do dique. Próximo a essas bordas observam-se frequentemente, encraves e amigdalas preenchidas por material quartzo-feldspático. Os contatos com suas encaixantes são abruptos, por vezes marcados pela presença de bordas de resfriamento, cuja espessura é variável desde poucos centímetros até, excepcionalmente, 2 m. As idades K-Ar desses diques são: (1) 700 ± 8 Ma em qz-diorito (rocha total); (2) 883 ± 10 Ma em diorito (plagioclásio); (3) 1.099 ± 39 Ma em diabásio (plagioclásio); (4) 1.802 ± 22 Ma em diabásio com olivina (concentrado máfico). As três primeiras idades são interpretadas como idades mínimas para esses corpos. A idade 1.802 ± 22 Ma é compatível com a de 1.707 ± 17 Ma (Rb-Sr em RT) obtida para os dacitos e granitos pórfiros. Os dados geocronológicos disponíveis para os diques da região de Rio Maria permitem situá-los no Proterozóico, e as idades mais confiáveis sugerem que, pelo menos parte desses diques, seja contemporânea ao magmatismo granítico anorogênico. Os diabásios foram divididos em quatro subtipos: (1) diabásio com olivina- exibe textura subofítica. É constituído por labradorita (An55-65), augita + pigeonita, olivina, opacos e hornblenda; (2) microdiabásio porfirítico- corta o diabásio com olivina, é formado por fenocristais de plagioclásio imersos em matriz pilotaxítica formada por ripas de plagioclásio, augita, opacos e anfibólio; (3)) anfibólio-diabásio- exibe textura granular com tendência subofítica, é constituído de labradorita (An54-64), augita minerais opacos, anfibólio tárdio (tremolita-actinolita) e, raramente, hiperstênio; (4) auginita-diabásio (RJ-18B) com textura ofítica, é formado por labradorita (An56), augita, opacos e, anfibólio secundário. Os dioritos e quartzo-dioritos mostram, em geral, textura granular tendendo a subofítica ou, porfirítica com matriz rica em intercrescimentos granofíricos. Os dioritos são formados por plagioclásio bastante saussuritizado, augita, quartzo, hornblenda e opacos. Os quartzo-dioritos têm mineralogia similar aos dioritos, diferindo apenas quanto ao conteúdo modal de quartzo e intercrescimentos granofíricos. Alguns dioritos e diabásios apresentam fenocristais de plagioclásio com textura em peneira, sugerindo a atuação de processos de mixing e/ou mingling. Os dacitos são formados por dacitos pórfiros e dacitos pórfiros ricos em máficos. Ambos apresentam textura porfirítica, localmente glomeroporfirítica, formada por agregados de fenocristais de plagioclásio, bastante saussuritizados, hornblenda envolvendo localmente augita, além de fenocristais isolados de quartzo. Os dois subtipos apresentam matriz dominantemente granofirítica, por vezes, esferulítica. Notou-se a presença de quartzo microcristalino formando agregados amendoados (ocelos), atribuídos a processos de mixing. Os riolitos exibem textura porfirítica, localmente glomeroporfirítica, formada por fenocristais de plagioclásio e quartzo, imersos em matriz microcristalina com tendência micrográfica. Ocorrem também agregados microcristalinos constituídos por clorita, biotita e opacos. O diagrama TAS exibe boa correlação entre a classificação modal e os dados geoquímicos. Neste diagrama os diabásios e dioritos plotaram dentro do campo de seus correspondentes vulcânicos. Os quartzo-dioritos situam-se em geral no campo dos dacitos de baixa sílica. Os dacitos propriamente ditos são um pouco mais ricos em sílica que o grupo precedente, embora ambos incidam no mesmo campo. No diagrama AFM as amostras situam-se no campo subalcalinos tholeítico. A presença de hiatos composicionais entre os grupos, principalmente entre diabásios e dioritos, e destes para os quartzo-dioritos, reforça a hipótese que esses grupos de rochas estudados não apresentam uma evolução magmática contínua. A amostra RJ-18B, embora apresente características de diabásio, mostra geoquimicamente maiores afinidades com os dioritos. Os dados geoquímicos, reforçam também a hipótese que os diques de Rio Maria, embora apresentem uma filiação tholeítica, provavelmente, foram gerados a partir de líquidos distintos, uma vez que são muito acentuados os hiatos composicionais entre os vários grupos. Os dacitos, embora apresentem, em alguns diagramas, uma superposição com os quartzo-dioritos, deles diferem petrografica e geoquimicamente, também, e, em termos de ocorrência no campo. Há evidências petrográficas de que a cristalização dos diabásios foi comandada principalmente pelo fracionamento da olivina, enquanto nos dioritos, augita e plagioclásio tiveram papel dominante. Os dados petrográficos e geoquímicos mostram que os diabásios, com exceção da amostra RJ-18B, são inteiramente distintos dos demais grupos em termos de evolução magmática. Os dioritos e quartzo-dioritos, por sua vez, embora mostre-se petrograficamente similares, apresentam hiato composicional que enfraquece e hipótese imediata desde último representar um termo mais evoluído, derivado dos primeiros. A amostra RJ-18B é interpretada como um concentrado máfico desses dioritos. Esta hipótese pode ser justificada pela composição modal e química dessa amostra. Os dacitos e riolitos, estão, provavelmente, vinculados geneticamente ao magmatismo granítico anorogênico, com prováveis processos de mixing associados, principalmente, no caso dos dacitos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia, petrografia e geoquímica dos granitoides arqueanos da área de Vila Jussara, Província Carajás(Universidade Federal do Pará, 2012-12-03) SILVA, Alice Cunha da; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675Mapeamento geológico, seguido de estudos petrográficos e geoquímicos, realizado nas proximidades de Vila Jussara, localidade situada a sul de Canaã dos Carajás, no Subdomínio de Transição da Província Carajás, permitiu avanço expressivo na caracterização de granitoides arqueanos anteriormente englobados no Complexo Xingu. A unidade mais antiga identificada na área possui idade mesoarqueana, e formada por hornblenda-biotita tonalitos e foi denominada de Tonalito São Carlos. Segue-se na estratigrafia, uma associação TTG mesoarqueana tonalítica-trondhjemitica-granodioritica (Trondhjemito Colorado) e Leucogranodioritos, distintos daqueles associados aos TTG, ainda sem denominação e idade definida. Além desses, possuem importante distribuição na área estudada corpos granitoides neoarqueanos (ca. 2,74-2,73 Ga.), anteriormente correlacionados a Suite Planalto e designados informalmente neste trabalho como Granitoides Vila Jussara. Diques máficos seccionam todas as unidades anteriores. O Tonalito São Carlos e Trondhjemito Colorado foram o alvo principal desta pesquisa, sendo, portanto, discutidos com maior profundidade. Os Leucogranodioritos e os Granitoides Vila Jussara tiveram uma caracterização petrográfica e geoquímica mais sucinta porque são objeto de estudo de outros pesquisadores. O principal objetivo em relação a essas unidades foi verificar sua afinidade petrográfica e geoquímica, e compara-las com as duas unidades tonaliticas estudadas. Isso era particularmente relevante no caso dos Granitoides Vila Jussara porque apresentam termos granodioriticos a tonaliticos passiveis de confusão com as rochas das duas associações tonalíticas. O Tonalito São Carlos possui características peculiares, como foliação de direção NE-SW a N-S, discordante do trend regional, e é composto por anfibolio-biotita tonalitos, com marcante recristalização dos cristais de plagioclasio e quartzo. Forneceu idade de ~2,93 Ga. (Pb-Pb por evaporação em zircão; Guimaraes em preparação). Geoquimicamente diverge do Trondhjemito Colorado por ser comparativamente empobrecido em silica e enriquecido em TiO2, Fe2O3, MgO, CaO e P2O5. Possui baixo fracionamento de elementos terras raras (ETR) pesados e anomalias de Eu discretas a ausentes. Suas características não permitem associa-lo com as típicas suites TTGs arqueanas, tampouco a suite Sanukitoide Rio Maria. Diverge igualmente do Trondhjemito Bom Jardim e Suite Pedra Branca, mas apresenta afinidade geoquímica com as variedades portadoras de anfibolio do Complexo Tonalitico Campina Verde da área de Canaã dos Carajás do Subdomínio de Transição. O Trondhjemito Colorado possui bandamento composicional e foliação com orientação E-W a NW-SE, localmente N-S, com mergulhos fortes. São rochas bastante homogêneas petrograficamente, formadas por biotita tonalitos/trondhjemitos e, subordinadamente, granodioritos, compostos essencialmente por quartzo e plagioclasio, tendo biotita e epidoto como principais ferromagnesianos. Mostram intensa recristalização, que afeta principalmente os cristais de plagioclasio e quartzo. Suas características geoquímicas são compatíveis com aquelas dos TTGs arqueanos. Possuem conteúdo relativamente baixo de ferromagnesianos e os ETR mostram sempre marcante fracionamento de ETR pesados (altas razoes [La/Yb]n) e, ora anomalias de Eu positivas, ora negativas e muito discretas ou mesmo ausentes. Essa unidade possui idade de 2,87 Ga. (Pb-Pb por evaporação em zircão). Os Leucogranodioritos exibem foliações predominantemente E-W e apresentam biotita, epidoto e muscovita como minerais varietais. Destaca-se o aspecto heterogranular dessa unidade, com fenocristais de plagioclasio e feldspato alcalino em meio a uma fina matriz recristalizada. Essa unidade encontra-se melhor exposta em área imediatamente a leste, onde esta sendo estudada em maior detalhe. Dados químicos de suas rochas, indicam um caráter distinto em relação aos granodioritos da associação TTG (Trondhjemito Colorado). Os Granitoides Vila Jussara são intrusivos no Trondhjemito Colorado e no Tonalito São Carlos e formam corpos alongados preferencialmente segundo E-W na porção central da área estudada. Os granitos stricto sensu dominantes nessa unidade não foram alvo desta pesquisa. Porem, os granodioritos e tonalitos associados foram estudados devido a importância de uma clara separação entre os mesmos e granitoides mesoarqueanos de mesma classificação. Os dados petrográficos e geoquímicos demonstram que os granodioritos e tonalitos associados aos Granitoides Vila Jussara são distintos daqueles presentes no Tonalito São Carlos e Trondhjemito Colorado. Isso foi corroborado por diversas datações realizadas que confirmaram a idade neoarqueana dos primeiros (2,75 a 2,72 Ga.; Pb-Pb por evaporação em zircão; Guimaraes em preparação).Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia, petrografia e geoquímica dos granitóides arqueanos de Sapucaia - Província Carajás-PA(Universidade Federal do Pará, 2013) TEIXEIRA, Mayara Fraeda Barbosa; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675Os estudos geológicos desenvolvidos na porção leste do Subdomínio de Transição, Província Carajás, a sul da cidade de Canaã dos Carajás e a norte de Sapucaia, permitiram a identificação, individualização e caracterização de uma diversidade de unidades arqueanas, anteriormente englobadas no Complexo Xingu. A unidade mais antiga da área compreende anfibólio tonalitos correlacionados ao Tonalito São Carlos (~2,92 Ga), com foliação orientada segundo NW-SE a E-W, ou, por vezes, aspecto homogêneo. Geoquimicamente, diferem das típicas associações tonalito-trondhjemito-granodiorito (TTG) arqueanas por apresentarem enriquecimento em TiO2, MgO e CaO, baixos teores de Sr e similares de Rb para amostras com menores teores de sílica, que se refletem em razões Rb/Sr mais elevadas e Sr/Ba mais baixas. Os padrões dos ETR mostram baixo a moderado fracionamento de ETR pesados em relação aos leves, e anomalias negativas de Eu discretas ou moderadas. Seguindo na estratigrafia, e também como a unidade de maior expressão na área, ocorrem rochas de afinidade TTG correspondentes ao Trodhjemito Colorado (~2,87 Ga), intensamente deformadas, com foliações NW-SE a E-W. Intrusivos nesta unidade, ao sul da área, aflora um corpo de aproximadamente 40 km2, de rochas de composição leucogranodiorítica porfirítica denominados de Leucogranodiorito Pantanal, e seccionado em sua porção oeste por leucogranitos deformados de composição monzogranítica. O Leucogranodiorito Pantanal têm afinidade cálcio-alcalina peraluminosa, enriquecimento em Ba e Sr, e padrões de ETR sem anomalias expressivas de Eu e com acentuado fracionamento de ETRP, que refletem em altas razões La/Yb semelhante com a Suíte Guarantã (~2,87 Ga) do Domínio Rio Maria. Os leucogranitos revelam assinatura geoquímica de granitos tipo-A reduzidos, possivelmente, originados a partir da fusão desidratada de rochas cálcico-alcalinas peraluminosas durante o Neoarqueano. Além dessas unidades, na porção leste do Leucogranodiorito Pantanal, hornblenda-biotita granito neoarquenos tipo-A oxidados da Suíte Vila Jussara. Ainda correlacionáveis ao magmatismo subalcalino neoarqueano, na porção norte, ocorrem dois stocks graniticos. São tonalitos a granodioritos com assinatura geoquímica de granitos tipo-A oxidados similares a Suíte Vila Jussara, e monzogranitos com assinatura de granitos tipo-A reduzidos que se assemelham a Suíte Planalto. Ao norte da área ocorre uma associação máfico-enderbitica composta de hornblendanoritos, piroxênio-hornblenda-gabros, piroxênio-hornblenda-monzonito, hornblenda-gabros, anfibolitos e enderbitos. Essas rochas estão intensamente deformadas e recristalizadas, provavelmente por retrometamorfismo na presença de água de rochas de série noríticavii charnockítica de origem ígnea associada com outras variedades de rochas não necessariamente cogenéticas. Seu comportamento geoquímico sugere que os hornblendanorito, hornblenda-gabros e anfibolitos são toleíticos subalcalinos, enquanto que os enderbitos, piroxênio-hornblenda-gabro e piroxênio-hornblenda-monzonito têm assinatura cálcico-alcalina. As baixas razões La/Yb das rochas máficas indicam baixo grau de fracionamento, enquanto que as altas razões La/Yb dos enderbitos é indicativo de fracionamento expressivo dos ETR pesados durante a formação ou diferenciação dos seus magmas, e a concavidade no padrão de ETR pesados, indica provável influência de fracionamento de anfibólio durante sua evolução. Na porção central e centro-norte da área ocorrem biotita-monzogranitos peraluminosos, de assinatura cálcio-alcalina, que podem ser desdobrados em dois grupos geoquímicos distindo. Um tem altas razões Sr/Y e (La/Yb)n, mostram possível afinidade com o Granito Bom Jesus da área de Canaã dos Carajás. O outro tem mais baixa razão (La/Yb)n se aproxima mais do Granito Serra Dourada e do Granito Cruzadão também da área de Canaã dos Carajás. Essa comparação deverá ser aprofundada com dados geocronológicos e maior número de amostras.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia, petrografia e geoquímica dos granitóides de Canaã dos Carajás, SE do estado do Pará(Universidade Federal do Pará, 2003-10-11) GOMES, Alan Cardek Brunelli; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia, petrologia e geoquímica dos granitóides cálcico-alcalinos da região de Portovelo-Zaruma, El Oro-Equador(Universidade Federal do Pará, 1996-07-30) LOYOLA PAZ, Jorge Eduardo; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675Na região de Portovelo-Zaruma, no sudoeste do Equador, na encosta Ocidental da Cordilheira Ocidental dos Andes Equatorianos, ocorrem cinco corpos granitóides (El Prado, Guayabo-Porotillo, Ambocas, Rios Luis-Ambocas e Amarillo-Pindo) os quais foram mapeados na escala 1: 60.000. As demais unidades aflorantes na região ainda carecem de estudos mais aprofundados, tendo sido efetuado apenas um reconhecimento regional nas mesmas. Destacam-se : o Grupo Tahuin, subdividido nas Formações San Roque e Capiro, ambas provavelmente do Paleozóico. A primeira é composta de quartzitos, xistos, gnaisses, migmatitos e anfibolitos, este último pertencente possivelmente ao Grupo Piedras. A segunda é representada por quartzitos, filitos e xistos; Formação Celica, possivelmente de idade Cretácea, composta por basaltos e andesitos; acha-se dobrada e recoberta discordantemente por outra sequência vulcânica terciária formada por rochas piroclásticas e derrames andesíticos. Os vários corpos granitóides afloram em áreas muito próximas e, tendo em vista as suas semelhanças geológicas e petrográficas, é possível que representem partes descontínuas de um único batólito, exposto descontinuamente no atual nível de erosão. As idades desses granitóides não são definidas sendo, entretanto, consideradas triássicas a cretáceas. O granitóide El Prado secciona a Formação Capiro. Apresenta forma alongada na direção NW-SE, com dimensões aproximadas de 10 km de comprimento por 3 km de largura. O granitóide Guayabo-Porotillo está colocado no Grupo Tahuin e apresenta forma alongada na direção NW-SE, e dimensões aproximadas de 7 km de comprimento por 3 km de largura. O granitóide Ambocas apresenta forma grosseiramente circular, com aproximadamente 3 km de diâmetro e secciona a Formação Capiro. Os granitóides Rios Luis-Ambocas e Amarillo-Pindo são muito pequenos e seccionam as Formações San Roque e Capiro, respectivamente. As relações desses granitóides com a Formação Celica não são conclusivas, pois os contatos existentes acham-se encobertos ou em áreas inacessíveis. Considerando o conjunto de granitóides, as fácies presentes caracterizam uma série expandida que inclui: gabros, quartzo-gabros, quartzo-dioritos, tonalitos, granodioritos e monzogranitos. No diagrama Q-A-P, seguem preferencialmente o trend cálcio-alcalino tonalítico, mas há amostras granodioríticas e monzograníticas que se dispõem segundo o trend cálcio-alcalino granodiorítico. Foram distinguidos dois conjuntos de rochas: (a) relativamente enriquecidas em minerais máficos, com rochas máficas a intermediárias, em que são dominantes gabros, quartzo-gabros e quartzo-dioritos. (b) rochas granitóides tonalíticas, granodioríticas e monzograníticas de caráter mais félsico. os minerais máficos são piroxênios, anfibólios e biotita no primeiro grupo e biotita no segundo. As rochas félsicas do corpo Guayabo-Porotillo apresentam frequentemente muscovita primária e enriquecimento em quartzo, bem como intensa alteração hidrotermal. A muscovita também é uma fase importante nos granitóides dos corpos Ambocas, rios Luis-Ambocas e rios Amarillo-Pindo. O anfibólio é expressivo em alguns granitóides do corpo El Prado. As texturas das rochas máficas a intermediárias são porfiríticas, pilotaxíticas, ou seriadas, havendo localmente texturas em peneira nos plagioclásios. As rochas félsicas apresentam textura granular hipidiomórfica dominante, granulação média e não exibem evidências de deformação. Os dados geoquímicos desses granitóides revelam a existência de um intervalo composicional entre as rochas máfico-intermediárias e as félsicas. Entretanto, o conjunto enquadra-se perfeitamente em uma série cálcio-alcalina, cujas características são análogas às observadas no magmatismo plutônico andino de arco continental. As rochas máficas intermediárias são claramente metaluminosas. As rochas enriquecidas em muscovita são peraluminosas a fortemente peraluminosas, havendo uma descontinuidade entre os dois conjuntos ao invés de uma passagem gradual. No diagrama razão logarítmica de cálcio/álcalis vs. sílica, as rochas situam-se dominantemente no campo dos granitóides cálcio-alcalinos de arcos normais. Porém, diversas amostras dos granitóides enriquecidos em sílica localizam-se fora do trend geral, refletindo contaminação crustal ou forte alteração hidrotermal. Dentre os vários corpos, as amostras de El Prado parecem as menos perturbadas. Elas seguem um trend muito similar ao das séries do cinturão móvel da Nova Guiné e dos granodioritos tardios do Panamá. Os elementos traços confirmam um ambiente tectônico de arco vulcânico (VAG). Dentre os dois conjuntos de granitóides, os metaluminosos assemelham-se em termos petrográficos e geoquímicos aos granitos do tipo I australiano. Entretanto, em relação ao ambiente tectônico, correspondem melhor aos granitos do tipo I cordilheirano. Os granitóides peraluminosos, à primeira vista análogos aos granitos do tipo S australianos, deles divergem uma vez que não exibem cordierita, mineral típico dos granitóides do tipo S australiano. Admite-se que os granitóides peraluminosos derivaram de magmas do tipo I, contaminados localmente com material metassedimentar através de processos de assimilação, assemelhando-se ao descrito no SW da América do Norte. Outras possibilidades, válidas, sobretudo para as rochas extremamente peraluminoas, seriam a sua descrição a partir de uma fonte sedimentar ou o seu empobrecimento acentuado em álcalis ser devido a transformações subsolidus.
