Programa de Pós-Graduação em Letras - PROFLETRAS/ILC
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/8045
O Mestrado Profissional em Letras em Rede Nacional (PROFLETRAS), cuja coordenação geral está sediada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN/Natal), é um Programa de Pós-Graduação stricto sensu (nota 4), criado em 2013, que tem como finalidade a “capacitação de professores de Língua Portuguesa para o exercício da docência no Ensino Fundamental, com o intuito de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino no país” (trecho do Regimento do Programa). A UFPA é uma das 49 unidades que integram o conjunto de Instituições Associadas do Programa (IAPs), tendo atualmente 35 alunos matriculados e 14 professores Doutores envolvidos. A UFPA é a Instituição que vem apresentando a maior demanda do Programa em todo o Brasil, tendo obtido em 2013 o recorde de 857 candidatos inscritos para 26 vagas.
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Letras - PROFLETRAS/ILC por Orientadores "FAIRCHILD, Thomas Massao"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Conotação e metáfora no ensino da escrita para alunos da Educação de Jovens e Adultos(Universidade Federal do Pará, 2015-07-13) RIBEIRO, Jandiassy Nazaré Braz da Silva; FAIRCHILD, Thomas Massao; http://lattes.cnpq.br/1771292039081039A presente pesquisa foi produzida a partir da observação de turmas da terceira e quarta etapas do ensino fundamental da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Estadual Dr. Carlos Guimarães, no período de setembro de 2014 a maio de 2015. Consistiu na elaboração e realização de atividades de ensino pautadas no uso da conotação e de metáfora, e na análise de produções escritas por alunos da EJA em resposta a estas atividades. O foco na conotação e na metáfora foi escolhido porque consideramos serem recursos expressivos usados pelos alunos. Trabalhamos com as perspectivas teóricas de Lakoff e Johnson (1998 [1980]), para os quais a metáfora é um processo cognitivo ecapaz de influenciar nossos pensamentos e ações; e Perelman e Olbrechts-tyteca (2005) que, à luz da nova retórica, consideram a metáfora uma argumentação; Geraldi (1996; 2010; 2011; 2013) sugere o ensino de Língua Portuguesa sob a égide da linguagem como fundamental para o desenvolvimento do homem e propõe trabalhá-la em um processo interativo, tendo como objeto de ensino o texto. Após análise dos textos verificamos que há um padrão quanto ao uso da conotação e da metáfora. Esses fenômenos linguísticos ocorrem sutilmente, por meio de expressões cristalizadas. Essas ocorrências são percebidas na modalidade oral da língua. Na modalidade escrita, percebemos os alunos mantendo uma relação burocrática com a escola, por meio da qual se privam de uma escrita que os evidencie como sujeitos em constituição para reproduzir as demandas da cultura de massa. Em contrapartida, há os alunos com postura diferenciada no momento de produção escrita, usando expressões peculiares, mesmo que de forma cristalizada, investindo na utilização de uma língua mais próxima de suas realidades linguísticas, abandonando o discurso sistematizado muitas vezes imposto pela instituição escolar. Nesta argumentação, portanto, constatamos a existência de um Ensino de Língua Portuguesa por meio de atividades estimulantes à produção escrita, possibilitando aos alunos o diálogo sobre/com os recursos expressivos disponíveis sobre a linguagem no processo interlocutivo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Da tradição oral ao texto escrito: trabalho com a escrita em sala de aula(Universidade Federal do Pará, 2023-09-28) GONÇALVES, Roseli Ferreira da Costa; FAIRCHILD, Thomas Massao; http://lattes.cnpq.br/1771292039081039Neste trabalho, discutimos uma experiência de apropriação da escrita nas aulas de Língua Portuguesa por alunos de uma turma de 5.º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Rotary, situada na cidade de Belém, no bairro da Condor. A pesquisa teve como ponto de partida múltiplas atividades de escrita e reescrita de textos baseadas no estudo de lendas. Partimos de uma pergunta essencial: “Como as marcas do trabalho do sujeito com a linguagem se manifestam, principalmente no processo de apropriação da ‘lenda’ por meio da escrita?”. Nosso objetivo geral consistiu em descrever marcas de um sujeito que trabalha com e sobre a linguagem ao apropriar-se de “lendas” por meio da escrita. Para a consecução deste, propusemos como objetivos específicos: a) estabelecer uma avaliação diagnóstica ampla das habilidades de escrita dos alunos nos momentos iniciais; b)identificar marcas que indiciem o trabalho do sujeito para apropriar-se de conhecimentos linguísticos, em diferentes níveis, dentro de atividades escolares de ensino de escrita; c)identificar marcas de uma apropriação “criativa” das lendas pelos alunos, por meio de suas produções escritas; d) discutir as possibilidades de desenvolvimento de um ensino de língua centrado no trabalho do sujeito com e sobre a linguagem no contexto das atuais práticas de ensino e de pesquisa sobre o ensino. O enfoque teórico pautou-se em autores adotam a perspectiva interacionista, entre eles: Volóchinov([1979] 2018) e o círculo de Bakhtin, Geraldi(2011, 2013,2015 e 2019), Franchi (1995), Gancho(2006). A metodologia de nosso trabalho, consistiu em uma Pesquisa-ação por apresentar seus princípios fundamentais, segundo Thiollent e Colette (2014) — contrato, participação, mudanças, discurso e ação. Tivemos como enfoque uma pesquisa descritivo-qualitativa de caráter diagnóstico, pela qual realizamos um trabalho de observação, investigação e reflexão do produto de nossa própria prática docente. Em sala de aula realizamos múltiplas atividades pautadas nos eixos da escrita e da reescrita textual, seguindo a concepção de Geraldi (2011) de escrita como trabalho. Mostramos com a nossa experiência que o processo de apropriação da escrita de texto pelo aluno se dá por meio da interação, prática e reflexão. A escrita do sujeito constitui-se de vozes, as quais ecoam nas escolhas de palavras, expressões e forma de pensar o mundo, evidenciando a constituição de processos de escrita que consintam aos alunos constituírem-se como autoresDissertação Acesso aberto (Open Access) A devolução da palavra ao aluno por meio de narrativas literárias(Universidade Federal do Pará, 2016-01-16) GOMES, Patrícia Albuquerque de Campos; FAIRCHILD, Thomas MassaoEste trabalho é uma pesquisa realizada em uma turma do 6º ano do ensino fundamental de uma escola municipal acerca da devolução da palavra ao aluno em sala de aula. O trabalho constituiu-se por duas etapas. A primeira foi para diagnosticar o desempenho dos alunos no que tange às habilidades de leitura e escrita e elaborar uma proposta de intervenção. A segunda etapa objetivou aplicar atividades que estimulassem a produção de narrativas literárias a partir de elementos da experiência pessoal e/ou familiar dos alunos. O diagnóstico realizado na primeira etapa mostrou que parte dos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental não foram inseridos num certo tipo de cultura oral desde cedo (como contação de história); e consequentemente os resultados mostraram que isso se manifesta no baixo desempenho dos alunos no que tange às habilidades de leitura e escrita. O objetivo geral desta pesquisa é devolver a palavra ao aluno através de atividades que estimulem a experiência e o contato com o texto literário. Dessa forma, discutiremos, neste trabalho, a importância do texto literário em sala de aula e, como base teórica, mostraremos as ideias de alguns autores que defendem a presença desses textos na escola: ZILBERMAN (1988), LAJOLO (1988), BELINTANE (2013), entre outros, os quais sustentam que a presença do texto literário na escola é imprescindível para a formação e o desenvolvimento do leitor/escritor, além de preparar o aluno para ler todos os discursos sociais. Neste trabalho, é abordado, ainda, a concepção interacionista da linguagem pautada em BAKHTIN/ VOLOCHINOV (2014). Como metodologia para a coleta de dados, aplicamos quatro atividades diagnósticas. Em seguida, fizemos as análises e chegamos à conclusão de que, para intervir na realidade dos alunos, seria importante um levar para a sala de aula um conjunto de atividades em que o aluno tivesse a oportunidade de ter versando sobre a devolução da palavra, pautada em Geraldi (2003), trabalhando em torno de textos literários.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A dinâmica discursiva no jornal escolar: a negociação de vozes em práticas de uso real da língua(Universidade Federal do Pará, 2018-11-09) GOMES, Sacha Emmanuelle de Sousa; FAIRCHILD, Thomas Massao; http://lattes.cnpq.br/1771292039081039Nesta pesquisa, a partir de uma intervenção de pesquisa que visou o ensino de escrita para um jornal escolar, analisamos 11 textos jornalísticos escritos por alunos do 9º ano de uma escola estadual. Isso aconteceu depois de termos observado que as críticas que os discentes faziam em relação à escola não tinham espaço nos textos que escreviam nas aulas. Como forma de atender a esses dizeres não ouvidos, vimos a necessidade de investigar como os alunos, ao escreverem para o jornal escolar pensavam as experiências escolares e como incorporavam a palavra do outro, como a dos entrevistados, em seus textos. Pautamo-nos pela seguinte pergunta de pesquisa: como o aluno ao planejar e organizar as ideias, pesquisas e entrevistas, elabora construções textuais que incluem sua voz e a voz do outro no texto do jornal escolar? Tivemos como objetivo geral criar por meio de um jornal escolar um espaço para que o aluno use a palavra em práticas de uso reais da língua. Buscamos nos objetivos específicos: i) “Devolver a palavra” ao aluno tal como na expressão de Geraldi, para quem o texto deve ser construído com base em uma escrita real na qual o leitor do texto não seja apenas o professor, ii) Discutir como os alunos constroem pontos de vista sobre as situações vividas no espaço escolar e iii) Ensinar estratégias de gerenciamento de vozes tendo como base a intenção a ser alcançada, iv) Analisar os mecanismos linguísticos utilizados para a introdução da palavra do outro e negociação de vozes surgidas a partir do ensino do gerenciamento das vozes presentes no texto por intermédio de uma proposta de intervenção. Esta é uma pesquisa-ação que compreende uma perspectiva social da escola e outra que é a perspectiva discursiva da linguagem. Para a construção da primeira tomamos como base os teóricos Soares (2017), Geraldi (1993) e Apple (1995). Para a segunda, baseamo-nos nos teóricos Pêcheux (2014), Maingueneau (2014) e Authier-Révuz (2004). A metodologia de nossa intervenção incluiu a criação de um jornal escolar chamado “Jornal Tipití”, a instauração de práticas de escrita de textos para esse jornal, como a leitura e reescrita contínuas, às vezes em caráter voluntário. Em sala de aula, realizamos atividades voltadas para o ensino das formas de inclusão das palavras do outro no discurso que partiram da leitura de um texto, dando conta das interferências reais surgidas a partir dele. Os resultados mostraram que o texto escrito para o jornal escolar provocou diversas polêmicas na escola e a compreensão da inserção da voz do outro no texto contribuiu para um ensino e aprendizagem de escrita mais reflexivos no que diz respeito à intenção do texto escrito no Ensino Fundamental.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Filigranas da memória: a construção de narrativas de histórias de vida na EJA(Universidade Federal do Pará, 2018-02-23) MONTEIRO, Tânia Carla da Silva; FAIRCHILD, Thomas Massao; http://lattes.cnpq.br/1771292039081039A presente pesquisa foi realizada em duas turmas da EJA de uma escola da rede estadual localizada na periferia de Belém e trata da produção de narrativas de memórias pelos alunos. O enfoque teórico baseia-se no embricamento entre memória e consciência, de acordo com o embasamento fornecido pelas obras Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem, de Mikhail M. Bakhtin/Voloshínov (2014), e Memória e sociedade: lembranças de velhos, de Ecléa Bosi (1994). Na obra de Bakhtin/Voloshínov, buscamos os conceitos de signo e consciência, e na de Bosi, o conceito de memória. Buscamos mostrar que essas noções se articulam à medida que, ao se reconstruir a memória, se procede à construção de discursos que refletem e refratam a realidade da sociedade na qual está inserido o sujeito. A questão norteadora é: Como ensinar escrita por meio de narrativas de memórias de alunos da EJA? O objetivo geral é contribuir para o aperfeiçoamento da escrita desses alunos, a fim de superar a resistência em relação a essa modalidade de produção de textos, levando-os a aprimorarem suas habilidades em relação ao uso da língua portuguesa. Como objetivos específicos, pretendemos: a) diagnosticar as dificuldades existentes na produção de textos; b) superar a resistência dos alunos em relação à narração dos fatos de sua vida na construção de suas memórias; c) desenvolver habilidades de reescrita para melhorar seus textos no que diz respeito à estrutura narrativa e ao conteúdo e d) discutir a situação paradoxal em que esses alunos se encontram, estando ao mesmo tempo incluídos e excluídos na sociedade. A metodologia adotada consistiu na realização de uma pesquisa-ação aplicada em dois momentos. Na primeira, a pesquisa-piloto, trabalhamos com: escrita, orientação individualizada, gravação de áudios das memórias e reescrita. Os resultados da pesquisa-piloto serviram para aperfeiçoar a pesquisa final. Na segunda, a pesquisa final, trabalhamos com: escrita, estudo da estrutura narrativa, leitura literária, gravação de áudio, correção textual-interativa e reescrita. Como resultado final, constatamos que é possível ensinar escrita por meio de narrativas de histórias de vida, uma vez que, ao se narrar, ao mesmo tempo em que reconstitui as filigranas de sua memória, o aluno aprimora suas habilidades linguísticas e reflete sobre si e sobre o outro, revendo as ideologias que formam sua consciência e seu espaço na sociedade.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Idas e vindas da escrita: construção coletiva de procedimentos de avaliação da produção textual para os anos finais do Ensino Fundamental(Universidade Federal do Pará, 2020-06-18) CARDOSO, Natália Moraes; FAIRCHILD, Thomas Massao; http://lattes.cnpq.br/1771292039081039Neste trabalho, discutimos uma experiência de ensino da escrita pautada na organização coletiva do trabalho pelos professores da área de Língua Portuguesa da Escola Municipal de Ensino Fundamental Raimunda da Silva Barros, situada na periferia da cidade de Cametá, nordeste do Pará. A pesquisa teve início com a avaliação e re(construção) de um projeto de escrita previamente existente na escola, pensada a partir das análises dos resultados do projeto e dos textos produzidos pelos alunos. Propusemos, no ano letivo de 2019, algumas alterações e/ou modificações no projeto baseando-nos em nosso objetivo geral, que consistiu em desenvolver uma proposta de ensino da escrita para os anos finais do ensino fundamental que permitisse ao corpo docente de Língua Portuguesa da instituição produzir sua própria avaliação do desempenho dos alunos, com vistas à elaboração de um projeto de formação do aluno leitor e escritor. Para a consecução deste, propusemos como objetivos específicos: a) criar espaços de trabalho coletivo na escola, envolvendo o corpo docente de Língua Portuguesa dos anos finais do Ensino Fundamental, por meio da proposição de um grupo de trabalho sobre escrita; b) avaliar coletivamente os resultados do projeto “A redação em exame” do ano de 2018; c) tornar a escola e a sala de aula de língua materna espaço de exercício cotidiano da escrita pela proposição e execução de um projeto de escrita coletivamente construído pelos docentes de Língua Portuguesa; d) criar formas de avaliação e acompanhamento do desenvolvimento da escrita dos alunos que possam ser compartilhadas pela escola, de modo a favorecer a continuidade do trabalho. O enfoque teórico que nos ajudou a pensar essas ações pautou-se em duas “frentes”. Na primeira, de modo geral relacionada à área da educação, valemo-nos dos estudos de Michael Apple (1989; 1995); Jorge Larrosa (2002) e Maurice Tardif e Claude Lessard, (2005), que discutem a relação entre as práticas docentes e os conhecimentos que sustentam o trabalho docente. Na segunda, no âmbito da linguagem, contamos com as contribuições de Mikhail Bakhtin e Valentín Volochinov ([1979] 1997), Eglê Franchi (1986), Lucy Mccormick Calkins (1989), Magda Soares (1992), Cláudia Riolfi et al. (2008), Sírio Possenti (2009), e, de modo especial, com as obras de João Wanderley Geraldi (1984; 1997; 2015), as quais nos ofereceram a oportunidade de pensar o ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa numa perspectiva interacionista, considerando as próprias práticas escolares como espaço social de trocas, de resistências e de transformações. A metodologia de nosso trabalho consistiu em uma pesquisa-ação crítica, nos termos de Ghedin e Franco (2008), cuja natureza se constitui de uma pesquisa descritivo-qualitativa de caráter diagnóstico, pela qual realizamos um trabalho de observação, investigação e reflexão do produto de nossa própria prática docente. Em sala de aula, realizamos atividades diversas pautando-nos nos três pilares do ensino de língua materna que, segundo Geraldi (1984), são: leitura, produção textual e análise linguística. De modo geral, essas atividades tiveram como objetivo levar os alunos a produzir textos de bases narrativo-descritiva e expositivo-argumentativa. Os resultados apontam em duas direções: a primeira refere-se à possibilidade de se efetivar na escola espaços de discussão nos quais a coletivização do trabalho aponte caminhos para soluções de problemas enfrentados na sala de aula. Já no que se refere aos alunos, mostramos com nossa experiência no chão da sala de aula que é possível nas aulas de língua materna propiciar a construção de processos de escrita que permitam aos alunos constituírem-se como autores.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Produção de textos autorais: uma experiência com alunos do 9º ano(Universidade Federal do Pará, 2020-09-10) RIBEIRO, Suzianne Carvalho Oliveira; FAIRCHILD, Thomas Massao; http://lattes.cnpq.br/1771292039081039Esta pesquisa discute a prática de produção de textos, sob o viés da autoria, em uma turma de 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública da rede estadual de ensino, localizada em Vigia/PA. O contexto da pesquisa foi escolhido por ser ter observado, a partir das vivências de sala de aula, a dificuldade dos alunos em construir textos com características autorais. Tem-se como objetivo principal contribuir para a constituição da autoria dos alunos na produção de textos escritos. O enfoque teórico baseia-se, principalmente, em Bakhtin/Volochinov (2014) com a concepção interacionista de linguagem; Britto (1999), Pécora (1999), Geraldi (2012[1984]) e Koch e Elias (2015) com abordagens sobre escrita na escola; Foucault (2001) com reflexões acerca da autoria no âmbito mais abrangente, Possenti (1995, 2002) e Riolfi e Magalhães (2008) com discussões relacionadas a questões de autoria em textos escolares. A metodologia adotada para a realização do trabalho foi a pesquisa-ação, sendo aplicada em dois momentos. O primeiro consistiu na realização de atividade diagnóstica para levantamento dos primeiros dados da pesquisa, os quais constataram problemas quanto à produção de textos autorais. O segundo momento foi de elaboração e realização da proposta pedagógica, em que trabalhamos com atividades de leitura, escrita, análise linguística, revisão e reescrita. Como resultado, observamos uma evolução na escrita dos alunos quanto aos aspectos trabalhados em nossas aulas, relacionados à autoria, pois se observou nos textos um discurso com mais densidade, historicidade, referência a outras vozes, o que indica uma articulação dos conhecimentos e experiências dos alunos. Assim, os dados finais mostram uma aposta maior dos discentes em suas produções escritas, demonstrando amadurecimento da prática discursiva referentes aos aspectos de autoria considerados na pesquisa.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A revalorização da palavra nas aulas de língua portuguesa: uma proposta de ação perante a violência escolar(Universidade Federal do Pará, 2015-07-13) OLIVEIRA, Silvana Bandeira; FAIRCHILD, Thomas Massao; http://lattes.cnpq.br/1771292039081039A presente pesquisa se originou da decisão de fazer da linguagem um instrumento capaz de mediar situações permeadas por atos de violência vividos no contexto de uma escola pública municipal da perifeira, na cidade de Belém/PA. Para fazer frente a isso, ocupamo-nos em criar oportunidades para tratar de assuntos que valorizassem o conhecimento dos alunos e que trabalhassem estratégias que se mostraram enfraquecidas nas relações mantidas no ambiente escolar. Desta forma, executamos aulas de Língua Portuguesa em quatro turmas do 6º ano do Ensino Fundamental, ao longo do ano letivo de 2014. Inicialmente, trabalhamos a produção de narrativas e de paródias sobre a temática do carnaval, para identificar as dificuldades apresentadas pelos alunos, bem como utilizar estratégias que promovessem o surgimento de posições subjetivas em seus discursos. Na sequência, desenvolvemos as atividades sobre enquetes, para as quais exploramos temas relacionados à vivência dos alunos a fim de obter informações acerca do universo estudantil para a promoção de outras ações pedagógicas. Em seguida, executamos as atividades sobre charges, a partir de um conteúdo que explorou temas que envolviam o espaço escolar, em que o conhecimento dos alunos esteve a serviço de uma produção criativa e subjetiva, como nas paródias. Posteriormente, trabalhamos a produção de textos descritivos que exploraram as brincadeiras populares do bairro, entre as quais, aquelas mais apreciadas pelos alunos em seu contexto extraescolar. Essas propostas promoveram a criação de espaços em que os alunos produziram discursos de forma às vezes mais subjetiva, a partir das contribuições de seus conhecimentos, assumindo, portanto, a palavra e responsabilizando-se por ela durante as aulas de Língua Portuguesa. A pesquisa encontrou nas contribuições de Soares (1995), Rodari (1982), Geraldi (1996, 1997, 1999), Antunes (2003), Riolfi (2008a, b) e Riolfi e Magalhães (2008) subsídios à construção do projeto de ensino. Esses estudos se direcionam para um fazer docente que favorece o processo de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa por meio de um trabalho de revalorização da palavra do aluno no ambiente de sala de aula. Durante o desenvolvimento da ação, o diário de campo foi utilizado para registro e reflexão das observações do educador nas aulas, bem como a recolha e digitalização das tarefas dos alunos envolvidos no processo. Para esta discussão, quatro conjuntos de atividades foram selecionados para análise e algumas conclusões foram elencadas. Além disso, criamos quatro categorias de avaliação, a saber: 1) procura por uma escuta, 2) “ética” de escrita, 3) criação de “efeitos estéticos” com a linguagem, e 4 ) Incidência de reescrita. Os dois primeiros critérios indicaram maior interação entre professor e alunos, e produções discentes com sinais de uma busca da criatividade e da singularidade de seus discursos, a partir de escritas que apontam a tentativa da construção de um texto próprio. Identificamos também a dificuldade apresentada pelos alunos nos dois últimos critérios de avaliação, uma vez que muitos alunos não conseguiram desenvolver a linguagem de forma estética e exercer o processo de reelaboração da escrita nas atividades. Destacamos ainda, a existência de algumas dificuldades no processo de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa, como, por exemplo, a falta de assiduidade na realização nas tarefas e a existência de oscilação nos resultados das tarefas do mesmo aluno. Acreditamos que essa pesquisa nos permitiu ter uma visão mais concreta dos resultados alcançados pelos alunos em seu processo de ensino-aprendizagem em Língua Portuguesa dentro do contexto vivenciado no espaço escolar em 2014.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Vidas em movimento: desenvolvendo a escrita narrativa no Ensino Fundamental II(Universidade Federal do Pará, 2016-12-16) BARROS, Gizely Amaral da Silva; FAIRCHILD, Thomas Massao; http://lattes.cnpq.br/1771292039081039A presente pesquisa apresenta uma proposta de intervenção realizada com alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental II de uma Escola Estadual localizada em uma vila no município de Igarapé-Açu. O trabalho objetiva, principalmente, desenvolver a escrita narrativa dos alunos, por meio de atividades de leitura de textos literários narrativos e a prática de produção textual, utilizando estratégias de revisão e reescrita. Nossa pesquisa tem como base fundamental a concepção sociointeracionista (BAKHTIN; VOLOCHINOV, 2014). Para construir nosso quadro teórico, abordamos algumas concepções de leitura, como as de Kleiman (1998) e Kato (1999), além de buscarmos suporte nas estratégias de leitura apontadas por Menegassi (2005). Também discorremos acerca de alguns estudos sobre o processo de produção textual e o trabalho com o texto literário nas aulas de língua materna, dentre os quais destacamos Koch e Elias (2015), Sercundes (1997), Geraldi (2012, 2013), Menegassi (2010), Candido (1995), Perrone-Moises (2006), Lajolo (2010), Zilberman (2008), Britto (2013) e Belintane (2013). Na primeira fase do trabalho, a fim de diagnosticar as turmas estudadas, foram desenvolvidas duas atividades de leitura, uma atividade de produção escrita e um questionário; este, como intuito de coletar informações socioeconômicas e culturais dos alunos. Observamos, assim, a familiaridade de todos os alunos com a leitura de textos literários narrativos, mas também, a resistência da maioria deles quanto à utilização das estratégias de revisão e reescrita, na atividade de produção textual escrita realizada. Na segunda fase do nosso trabalho, realizamos as atividades de intervenção, com ênfase em trabalhos de leitura e escrita. Como resultados, verificamos que a grande maioria conseguiu desenvolver a escrita narrativa, ainda que sutilmente, e produziu, em alguns casos, textos bastante expressivos, apesar dos efeitos negativos da escolarização sobre o estilo de escrita dos alunos.
