Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais - PPGDT/NMT
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/3558
O Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais (PPGDT) integra o Núcleo de Medicina Tropical (NMT) da Universidade Federal do Pará (UFPA), realizando atividades de ensino, pesquisa e extensão e atuando na formação de docentes-pesquisadores para o estudo e o ensino das doenças tropicais e das patologias regionais no estado do Pará e na Amazônia.
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais - PPGDT/NMT por Afiliação "UFPA - Universidade Federal do Pará"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Contribuição ao conhecimento do escorpionismo e do escorpião Tityus obscurus Gervais, 1843 (Scorpiones: Buthidae), de duas regiões distintas no Estado do Pará na Amazônia brasileira(Universidade Federal do Pará, 2014-03-21) PARDAL, Pedro Pereira de Oliveira; VIEIRA, José Luiz Fernandes; ISHIKAWA, Edna Aoba YassuiIntrodução: O Tityus obscurus Gervais, 1843 (Scorpiones: Buthidae), sinônimo sênior de T. paraensis Kraepelin, 1896 e T. cambridgei Pocock, 1897 têm ampla distribuição na Amazônia brasileira, sendo o de maior importância médica na região e apresenta manifestação clínica diversificada, dependendo da região. Objetivos: Contribuir para o conhecimento da diversidade do escorpionismo e do escorpião T. obscurus na Amazônia brasileira, Metodologia: Descrever, analisar e comparar os aspectos clínico-epidemiológicos do envenenamento, o molecular ao nível do ácido desoxirribonucleico (DNA) de espécimes que ocasionaram acidentes, assim como, analisar a morfometria e a peçonha destes espécimes capturados nas regiões Leste e Oeste do Estado do Pará, Brasil, distantes cerca de 850 km. Resultados: No estudo clínico epidemiológico, foram analisados 48 envenenamentos comprovados por estes espécimes, no período de janeiro de 2008 a julho de 2011, sendo 70,8% da região Leste e 29,2% da Oeste, com maior ocorrência na faixa etária acima de 15 anos, nos membros superiores e no período diurno; contudo, o tempo para o atendimento médico foi abaixo de 3 horas, com maior mediana e intervalo interquartil no Oeste. Na Leste, predominou gravidade leve, enquanto na Oeste, o moderado foi significante. A frequência dos sintomas no sítio da picada foi similar em ambas as áreas, enquanto as manifestações sistêmicas foram significantes na Oeste, predomindo os sintomas gerais, oftalmológicos, gastrointestinais e neurológicos. Dentre os neurológicos, destacam-se as mioclonias, sensação de “choque elétrico”, disartria, parestesia, ataxia, dismetria e fasciculação, encontrados somente nesta região. No estudo do DNA, foi utilizado o gene mitocondrial 16S rRNA, cuja análise comparativa das sequências das duas regiões mostrou 9.06% de polimorfismo, com divergência de 9.7 a 11%, com as árvores filogenéticas formando dois clados distintos no Neijgbor-Joininge e na Máxima Parcimônia. Para a análise morfológica, foram aplicados critérios taxonômicos morfométricos em 18 espécies coletadas na região Leste e 20 da Oeste, com tamanho variando de 62,15 mm a 85,24 mm, cujas medidas dos 29 caracteres dos machos e fêmeas das duas populações apresentaram maiores proporções das médias nos espécimes da Oeste, enquanto a análise multivariada dos dois sexos mostrou nos estudos de conglomerados e na análise discriminante, distinção entre os indivíduos das duas populações. Já a análise química da peçonha por meio do RP-HPLC e pela espectrometria de massa do tipo MALDI-TOF/TOF encontrou divergência qualitativa e quantitativa no perfil cromatográfico das duas populações e nenhuma similaridade na composição química entre os seus componentes, com uma maior concentração de neurotransmissores para canais de K+ e para Na+ na região Oeste. Conclusões: Concluímos que os escorpiões analisados das populações das regiões do Leste e Oeste do Estado do Pará da Amazônia brasileira e que hoje conhecemos como T. obscurus Gervais, 1843, colocam em evidência uma diversidade regional deste escorpião que pode estar relacionada à especiação dos espécimes, decorrente da distância e de barreiras geográficas, chegando a formar duas linhagens distintas, o que justifica a diversidade genética na composição química da peçonha e nas manifestações clínicas nos envenenamentos encontrados neste estudo e sugerimos uma revisão taxonômica destes “espécimes”.Tese Acesso aberto (Open Access) Monitorização terapêutica de fármacos utilizados no tratamento da tuberculose no Brasil(Universidade Federal do Pará, 2018-12-07) ALBERIO, Carlos Augusto Abreu; VIEIRA, José Luiz FernandesA tuberculose continua sendo um problema de saúde pública em todo o Brasil. Diversos esforços têm sido realizados para aumentar suas taxas de cura, como o emprego da estratégia TDO (Tratamento Diretamente Observado por Curto Período) que visa reduzir os casos de abandono e melhorar a adesão ao tratamento. Em decorrência do aumento da resistência primária a isoniazida, o Ministério da Saúde modificou o esquema terapêutico em 2010, ajustando as doses da isoniazida e da pirazinamida, e acrescentando o etambutol na fase intensiva do tratamento. Pela falta de dados sobre as concentrações séricas das drogas de primeira linha na população brasileira neste novo esquema, este estudo teve como objetivo determinar as concentrações séricas da rifampicina, isoniazida e pirazinamida durante o tratamento e as suas associações com alterações hematológicas e bioquímicas, reações adversas e desfechos clínicos. Para tanto, foi realizado estudo prospectivo, tipo coorte, no período de setembro de 2013 a novembro de 2016, em duas unidades básicas de saúde na cidade de Belém (Pará). As reações adversas mais comuns foram irritação gástrica e o prurido, principalmente na fase intensiva do tratamento e o desfecho clínico mais frequente foi a alta por cura (87,5%). Houve alta taxa de negativação da baciloscopia (98,90%) no final da fase intensiva do tratamento. Os parâmetros hematológicos foram determinados por contador automático de células (Cobas 2300®) e os parâmetros bioquímicos por espectrofotometria (Varian®), os quais não apresentaram modificações relevantes durante o tratamento. Os medicamentos analisados foram a rifampicina, a isoniazida e a pirazinamida, e as suas concentrações séricas foram determinadas através da cromatografia líquida de alta eficiência em fase reversa (HPLC-RP). A rifampicina e a isoniazida apresentaram concentrações séricas dentro da concentração inibitória mínima (CIM), exceto a pirazinamida que apresentou valores abaixo da CIM (3,3μg/ml), porém com concentração máxima (Cmáx) bem acima dos valores preconizados (63,3μg/ml). Os pacientes do sexo feminino apresentaram concentrações séricas de rifampicina maiores que os do sexo masculino. As concentrações séricas da rifampicina e da isoniazida não apresentaram variações significativas entre a fase intensiva e a fase de manutenção. Os achados deste estudo permitem concluir que o tratamento atual é seguro e eficaz, pois as reações adversas menores foram as mais frequentes, não houve alterações hematológicas e bioquímicas relevantes, e a maioria dos pacientes evoluíram para cura.Tese Acesso aberto (Open Access) Perfil microbiológico e taxa de letalidade das infecções primárias de corrente sanguínea nas crianças menores de um ano em um hospital público de Belém/Pa.(Universidade Federal do Pará, 2019-12-19) LOPES, Cássia de Barros; FUZII, Hellen Thais; RODRIGUES, Anderson RaiolAs Infecções Primárias de Corrente Sanguínea (IPCS) estão entre as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) mais prevalentes e associadas a elevada morbidade e mortalidade sobretudo nas crianças jovens, recém-nascidos prematuros e de baixo peso ao nascimento e internados em unidades de terapia intensiva. Estas infecções são ainda mais graves quando causadas por microrganismos resistentes a antimicrobianos usuais da prática clínica. Determinar o tipo de agentes etiológicos envolvidos nas IPCS hospitalares e conhecer o perfil local de resistência aos antibióticos contribuirá com a adequada escolha da terapia antibiótica empírica e consequente impacto positivo nos desfechos clínicos. O objetivo deste estudo foi conhecer o perfil microbiológico e a taxa de letalidade das IPCS nas crianças menores de um ano de idade internadas em um hospital público, referência materno infantil da região norte do Brasil. Foi realizado um estudo tipo coorte retrospectiva, onde foram avaliados dados demográficos e o desfecho clínico das IPCS hospitalares com cultura de sangue positiva para germes patogênicos, que também foram analisados quanto ao perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos a partir do método Vitek2, no período de abril de 2015 a abril de 2018. Foram identificados 1763 casos de IPCS nas crianças menores de um ano de idade e 631 isolados de sangue positivos para cepas patogênicas. Os gêneros Candida e Klebsiella foram os principais agentes etiológicos das IPCS hospitalares e os recém-nascidos prematuros, do sexo masculino e com baixo peso ao nascer foram os mais acometidos. O fenótipo ESBL (extended-spectrum beta-Iactamase/beta-lactamase de espectro estendido) ocorreu em 70,8% das cepas de Serratia marsecens. A taxa de letalidade geral foi de 36,3%. O uso de cateter venoso central, de ventilação mecânica e internação nas unidades de terapia intensiva foram associados a maior mortalidade. Na análise multivariada, o patógeno Candida (p=0,05) foi o mais, significantemente, associado aos óbitos. As IPCS hospitalares são eventos adversos graves e associadas a taxa de letalidade elevada nas crianças menores de um ano de idade.
