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Dissertação Acesso aberto (Open Access) A guerrilha do Araguaia: meios de comunicação contra-hegemônicos da Amazônia para a Europa(Universidade Federal do Pará, 2017-03-22) RODRIGUEZ, Lorena de Meira; AMORIM, Célia Regina Trindade Chagas; http://lattes.cnpq.br/9650931755253248O presente estudo busca refletir acerca do papel das mídias contra-hegemônicas na divulgação de notícias sobre a Guerrilha do Araguaia nas dimensões internacionais, nacionais e regionais e tem como objetos empíricos de análise os seguintes meios de comunicação alternativos: rádio Tirana (Albânia), jornais Frente Brasileño de Informaciones (1968-1973) (Chile), Politique Hebdo (1970-1978/1982) e Liberatión (1973) (França), A Classe Operária (1925), O Araguaia (1974-1975), Coojornal (1976-1983) e Resistência (1978-1983) (Brasil). Para este fim foram selecionadas veiculações que abordassem a Guerrilha, uma de cada meio, dando-se prioridade à primeira identificada seguindo a ordem cronológica. Estes veículos de comunicação alternativos referiram-se à Guerrilha do Araguaia, movimento de resistência armada à ditadura militar brasileira (1964-1985) que aconteceu entre as décadas de 1960 e 1970, no sudeste do Pará, enquanto esta ainda se encontrava em curso e sob a mordaça do Estado brasileiro. A hipótese apreciada é a de que, mesmo essas mídias tendo sido produzidas em âmbitos e locais distintos, eram alimentadas por uma ou mais redes de informações, preocupadas em divulgar o conflito. A questão que originou esta pesquisa foi: como as notícias da Guerrilha chegavam à mídia contra-hegemônica internacional se o conflito era negado pelo Regime Militar Brasileiro e pouco foi divulgado na imprensa chamada “oficial”, à época de sua ocorrência? De modo a poder desvelar o objeto de estudo preterido buscamos como referências conceitos fundamentais ao tema tais como o de hegemonia proposto por Antonio Gramsci (1999), que aborda o domínio de um grupo detentor de capital financeiro e/ou intelectual sobre outro o qual detém a condição de oprimido, este logo alude à contra-hegemonia, aqui ancorada por Denis de Moraes (2011). Outros preceitos foram fundamentais como a censura à imprensa debatida por Karl Marx (2006), em âmbito internacional, e por Beatriz Kushnir (2015) e Anne-Marie Smith (2000), no plano nacional. Nos debruçamos ainda sobre a mídia tida como radical e alternativa, contestadora do status quo, através de John Downing (2002) e Cecília Peruzzo (2006) dentre outros. Logo, para a Guerrilha, estudamos as obras de Fernando Portela (1986), Élio Gáspari (2002) e Paulo Fonteles Filho (2013). A pesquisa mostrou-se relevante uma vez que levantou meios de comunicação alternativos que abordaram a temática da Guerrilha e, todavia, não haviam sido trabalhados anteriormente. Para além do ineditismo, o estudo fez-nos perceber que, mesmo estando a imprensa nacional censurada sobre o assunto, o tema alcançou inclusive veículos internacionais, sendo estes fundamentais para que o conflito fosse registrado e legitimado. Inferiu-se que as notícias eram partilhadas por redes de informações. A pesquisa foi feita a partir do viés qualitativo proposto por Ortez e Gonzáles e das técnicas de análise de conteúdo propostas por Laurece Bardin (1979).
