Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2603
O Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA) surgiu em 1976 como uma necessidade de desmembramento do então já em pleno desenvolvimento Curso de Pós-Graduação em Ciências Geofísicas e Geológicas (CPGG), instalado ainda em 1973 nesta mesma Universidade. Foi o primeiro programa stricto sensu de Pós-Graduação (mestrado e doutorado) em Geociências em toda Amazônia Legal. Ao longo de sua existência, o PPGG tem pautado sua atuação na formação na qualificação de profissionais nos níveis de Mestrado e Doutorado, a base para formação de pesquisadores e profissionais de alto nível. Neste seu curto período de existência promoveu a formação de 499 mestres e 124 doutores, no total de 623 dissertações e teses.
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG por Autor "ALMEIDA, José de Arimatéia Costa de"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Geologia, geoquímica, geocronologia e petrogênese das suítes TTG e dos leucogranitos arqueanos do Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, sudeste do Cráton Amazônico(Universidade Federal do Pará, 2010-03-23) ALMEIDA, José de Arimatéia Costa de; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675; 2158196443144675As suítes tonalíticas-trondhjemíticas-granodioríticas (TTG) são os principais granitoides arqueanos, porém os corpos de leucogranitos calcico-alcalinos também possuem distribuição expressiva no Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria (TGGRM), sudeste do Cráton Amazônico. Mapeamento geológico em áreas chaves e estudos petrográficos e geoquímicos, aliados ao refinamento dos dados geocronológicos utilizando os métodos de datação Pb-Pb por evaporação e U-Pb por LA-ICP-MS em zircão, permitiram concluir que o TGGRM foi palco de, pelo menos, três eventos formadores de TTG durante o Mesoarqueano. O primeiro evento exibe idade de 2,96±0,2 Ga e nele deu-se a geração do Trondhjemito Mogno e das rochas mais antigas do Tonalito Arco Verde. No segundo evento, ocorrido em 2,93±0,1 Ga, deu-se a formação do Complexo Tonalítico Caracol, do Tonalito Mariazinha e das rochas mais jovens do Tonalito Arco Verde. O último evento apresenta idade de 2,86±0,1 Ga e nele foi gerado o Trondhjemito Água Fria, de distribuição areal muito restrita. Comprovou-se que a idade do Trondhjemito Mogno é significativamente maior do que a anteriormente admitida, reduzindo a importância do magmatismo TTG de idade próxima de 2,87 Ga no TGGRM. Além disso, uma nova unidade TTG, denominada Tonalito Mariazinha, foi definida no mesmo e constatou-se que as rochas formadoras do Tonalito Arco Verde exibem idades variáveis no intervalo de 2,98 a 2,93 Ga. Três grupos de TTGs foram identificados no TGGRM: 1) grupo com alta razão La/Yb, apresentando altas razões Sr/Y e Nb/Ta, originado a partir da fusão de uma fonte de composição máfica, em condições de pressão relativamente elevada (≥1,5 GPa), deixando granada e anfibólio no resíduo; 2) grupo com valor moderado da razão La/Yb, derivado de magmas gerados em condições intermediárias de pressão (~1,0-1,5 GPa), porém ainda no campo de estabilidade da granada; 3) grupo com baixa razão La/Yb, e também baixas razões Sr/Y e Nb/Ta, gerado a partir de magma formado em pressões comparativamente menores (≤1,0 GPa), proveniente da fusão parcial de fonte anfibolítica, tendo plagioclásio como fase residual. Não há nenhuma correspondência temporal entre os diferentes grupos e os três períodos de formação de magmas TTG em Rio Maria. Da mesma forma, não se observa relação direta entre estes grupos e as diferentes unidades, podendo algumas delas, como, por exemplo, o Tonalito Arco Verde, englobar granitóides com alta, intermediária e baixa razão La/Yb. Os dados geocronológicos demonstram que o magmatismo granítico stricto sensu arqueano (2,87- 2,86 Ga) registrado no TGGRM, sucedeu o principal evento de geração de TTGs (2,98- 2,92 Ga), sendo contemporâneo ou ligeiramente posterior à colocação da suíte sanukitoíde Rio Maria (~2,87 Ga). Com base em dados petrográficos e geoquímicos, foram distinguidas três suítes de leucogranitos arqueanos: a) leucogranitos potássicos (granitos Xinguara e Mata Surrão), compostos dominantemente por biotita-monzogranitos com alto conteúdo de SiO2, K2O e Rb, mostrando enriquecimento em elementos terras raras leves em relação aos pesados e moderada a pronunciada anomalia de Európio. Esses granitos são similares aos granitos baixo-CaO do Cráton Yilgarn e aos granitos calcico-alcalinos CA2, assumindo-se que seus magmas foram produzidos a partir da fusão parcial de TTGs; b) Anfibólio-biotita monzogranitos, representados pelo Granito Rancho de Deus, cuja gênese deveu-se à diferenciação por cristalização fracionada de magmas sanukitóides afins aos da suíte Rio Maria, com a qual se associa; c) grupo de leucogranodioritos e leucomonzogranitos enriquecidos em Ba e Sr com fracionamento de elementos terras raras pesados em relação aos leves e geralmente desprovidos de anomalia significativa de Eu. Essas rochas mostram notáveis similaridades geoquímicas com os granitos alto-CaO (TTGs transicionais) do Cráton Yilgarn e com os granitos calcico-alcalinos CA1. Propõe-se um modelo envolvendo mistura em diferentes proporções de magmas graníticos similares às amostras mais enriquecidas em Ba e Sr da Suíte Guarantã com magmas trondhjemíticos para explicar a gênese e a variação composicional das suítes de leucogranitos enriquecidos em Ba e Sr. Os líquidos graníticos que participaram da mistura foram derivados da cristalização de 35% de magma sanukitóide de composição granodiorítica (rocha dominante na Suíte Rio Maria) pelo fracionamento de plagioclásio (46,72%), hornblenda (39,05%), clinopiroxênio (10,36%), magnetita (3,12%), ilmenita (0,70%) e allanita (0,06%). Para explicar a evolução tectônica do TGGRM, propõe-se um modelo envolvendo a subducção de uma placa oceânica sob um platô oceânico espesso. Neste contexto, o grupo de TTGs com baixa razão La/Yb teria sido derivado de magmas originados pela fusão de metabasaltos da base do platô, em condições relativamente mais baixas de pressão, ao passo que os grupos com razões La/Yb alta e moderada, seriam gerados a partir da fusão parcial de metabasaltos da crosta oceânica subductada, em condições de pressão mais elevada. Parte dos magmas TTG gerados a partir da fusão da placa oceânica subductada teria reagido com a cunha do manto durante sua ascensão e foi totalmente consumida, levando ao metassomatismo do manto. Por volta de 2,87 Ga, ou seja, 50 milhões de anos após a formação da crosta tonalíticatrondhjemítica de Rio Maria, manifestações termais, possivelmente relacionadas a processo de slab-break-off ou à ação de plumas mantélicas, induziram a fusão do manto metassomatizado e levaram à geração de magmas sanukitóides. A ascensão desses magmas aqueceu a crosta de Rio Maria e possivelmente induziu a fusão de metabasaltos localizados na base da crosta, originando o magma parental do Trondhjemito Água Fria. A fusão da crosta tonalitíca-trondhjemítica, em mais baixa profundidade, fora do campo de estabilidade da granada, teria gerado os magmas dos leucogranitos potássicos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia, petrografia e geoquímica do granito anorogênico Bannach, terreno granito-Greenstone de Rio Maria, PA(Universidade Federal do Pará, 2005-03-24) ALMEIDA, José de Arimatéia Costa de; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675O Granito Bannach é um batólito alongado na direção SE-NW intrusivo em unidades arqueanas pertencentes ao Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, porção leste do Cráton Amazônico. Ele é constituído por um conjunto de rochas monzograníticas com mineralogia semelhante, apresentando microclina, quartzo e plagioclásio como minerais essenciais; anfibólio, biotita e, mais raramente, clinopiroxênio como varietais; titanita, allanita, apatita e zircão como acessórios primários; clorita, sericita-muscovita, carbonatos ± fluorita como fases secundárias. As características texturais e mineralógicas permitem identificar oito variedades petrográficas: fácies portadoras de anfibólio, biotita e, por vezes, clinopiroxênio de granulação grossa [Granito cumulático (GC), biotita-anfibólio monzogranito grosso (BAMzG), anfibólio-biotita monzogranito grosso (ABMzG)]; fácies portadora de biotita com textura porfirítica [biotita monzogranito porfirítico (BMzP)] e fácies constituídas por leucogranitos [leucomonzogranito grosso (LMzG), médios precoces e tardios (LMzMp e LMzMt) e fino (LMzF)]. A distribuição faciológica do corpo mostra que o maciço é zonado, com as fácies menos evoluídas (GC e BAMzG) ocupando as porções periféricas e as mais evoluídas as partes centrais (LMzMt e LMzG). O Batólito Bannach é subalcalino, metaluminoso a peraluminoso e possui altas razões FeOt/FeOt+MgO (0,86 a 0,97) e K 2 O/Na 2 O (1 a 2). Os padrões dos elementos terras raras revelam um aumento na anomalia negativa de európio da fácies menos evoluída para as mais evoluídas. Nesse mesmo sentido ocorre um discreto enriquecimento em elementos terras raras leves paralelamente ao ligeiro empobrecimento em terras raras pesados. Ele mostra afinidades geoquímicas com os granitos intraplaca (Pearce et al. 1984), com os granitos tipo -A (Whalen et al. 1987), com o tipo ferroso de Frost et al. (2001) e com os granitos do subtipo A2 (Eby 1992). As diferentes fácies do corpo Bannach possuem alta suscetibilidade magnética (SM), sendo os maiores valores relacionados com as fácies menos evoluídas, portadoras de anfibólio + biotita ± clinopiroxênio (GC e BAMzG), e os menores com as fácies leucograníticas (LMzG, LMzMt, LMzMp e LMzF). As diversas fácies do Granito Bannach provavelmente evoluíram por cristalização fracionada, comandada pelo fracionamento de ferromagnesianos e feldspatos. Este fracionamento indica um trend de diferenciação no sentido BAMzG-ABMzG-BMzP-LMzMp-LMzG-LMzF, sendo que o LMzMt representaria uma intrusão separada formada de um líquido muito evoluído e independente daquele formador das demais fácies. A existência de descontinuidade composicional entre a fácies granito cumulático (GC) e os BAMzG, sugere que o líquido formador destes últimos não poderia ter derivado do GC por simples fracionamento dos feldspatos. O GC possui uma evolução magmática particular, envolvendo possivelmente a participação de processos cumuláticos. A idade e posicionamento estratigráfico, juntamente com as características geológicas, petrográficas, geoquímicas e de petrologia magnética, permitem que o Granito Bannach seja enquadrado na Suíte Jamon, uma vez que apresenta notáveis similaridades com os corpos Jamon, Musa e Redenção, que compõem a mesma.
