Navegando por Autor "BORGES, Benedita do Socorro Pinto"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) O comportamento da regra de alteamento das vogais médias pré-tônicas no português falado pelos migrantes maranhenses e seus descendentes no município de Tucuruí: uma análise variacionista(Universidade Federal do Pará, 2016-08-18) BORGES, Benedita do Socorro Pinto; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577A presente pesquisa de natureza fonética-fonológica teve como objetivo principal caracterizar o comportamento do alteamento das vogais médias pré-tônicas /e/ e /o/ do português falado pelos maranhenses e seus descendentes no município de Tucuruí (PA). No estudo, tomou-se por base a sociolinguística quantitativa de Labov (1972), para investigar as variações dialetais, considerando a comunidade linguística na qual se insere a pesquisa. Para compor a amostra, utilizaram-se os procedimentos metodológicos de Bortoni-Ricardo (1985) sobre grupo de referência. Foi analisada amostra de fala de 36 informantes, divididos em dois grupos (ancoragem e controle), estratificados em faixa etária e sexo. As 1720 ocorrências das variáveis alvos foram segmentadas por meio doprograma PRAAT e analisadas no GOLDVARB X. Os resultados apontam para a não aplicação da regra de alteamento na variedade em análise ( 32.1% para /e/ e 17.7% para /o/). Foram selecionados cinco grupos de fatores para a variável /e/ e sete para a variável /o/. De acordo com os resultados, o alteamento das vogais médias pré-tônicas é favorecido: pela presença da vogal alta (vogal alta .62 para /e/ e .88 para /o/); pela presença da vogal nasalizada tônica (.71 para /e/ e /o/), pela presença da vogal nasalizada pré-tônica (.68 para /e/ e .86 para /o/).Tese Acesso aberto (Open Access) Vai tirar um dinheiro que é teu: caracterização prosódica e gestual das narrativas de enterro(Universidade Federal do Pará, 2023-03-29) BORGES, Benedita do Socorro Pinto; CRUZ, Regina Célia Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3307472469778577No presente estudo focalizamos um tipo de narrativa oral, chamada de narrativa de enterro, que compreende o resgate de um tesouro sobrenatural, revelado a um escolhido de perfil merecedor. Segundo Fernandes (2007) a narrativa de enterro caracteriza-se por possuir quatro arquétipos: protoconto, descritiva, explicativa, logro e uma estrutura composta por: origem, anunciação, manifestação, marcação, provação e desenlace. A elaboração dos significados e da estrutura formal, subordinam-se à consciência linguística do narrador. Na pesquisa em tela, ampliamos as discussões de Fernandes (2007), postulando que o narrador associa prosódia e gesto, para realizar quebra discursiva e/ou produzir significado (s). O corpus da pesquisa, contempla 32 narrativas, gravadas em formato mp4 e wav, elaboradas por locutores nativos das comunidades quilombolas do Baixo Tocantins/PA: Mola, Itabatinga, Itapocu, Laguinho, Tomázia, Bom fim, Taxizal e Frade. O tratamento dos dados, envolveu: 1) transcrição, conforme o sistema de notação daAnálise daConversação (MARCUSCHI, 1986);2) análise estrutural (FERNANDES, 2007); 3) segmentação no PRAAT para mapear a pausa silenciosa (em ms) e f0 (em Hz,); 4) identificação de medidas acústicas com papel relevante para delimitação das partes (OLIVEIRA Jr., 2000); 5) notação no ELAN, de trilhas, contendo: a) partes da narrativa (FERNANDES, 2007); b) enunciado (sequência discursiva delimitada por uma pausa de extensão variável), c) dimensão gestual (MCNEILL, 2005): icônica, metafórica, dêitica e rítmica; e d) fases gestuais: preparação, golpe, pós-golpe (KENDON, 2004), e 6) tratamento no RsTudio. O resultado demonstrou que: 1) quanto a análise prosódica: a) a pausa delimita as partes da narrativa de enterro, pois, na fronteira tem duração (em ms) mais longa; b) o intervalo de pitch (mínimo, médio e máximo) tem papel crucial para definição das partes, pois apresenta uma curvatura descendente na fronteira. 2) Quanto às variáveis gestuais: a) o gesto rítmico tem maior ocorrência e b) a movimentação verbo-gestual concretiza-se pela elaboração da sua fase nuclear: o golpe. 3) Quanto à correlação entre gesto e prosódia detectamos que: a) durante a realização do pós-golpe, a duração da pausa é mais longa; b) a f0 máxima é mais proeminente no golpe e decresce no pós-golpe; c) a f0 média tem maior elevação durante a realização do pré-golpe, apresenta curvatura descendente no golpe e no pós-golpe; d) a f0 mínima aumenta durante o decurso do pré-golpe. Portanto, atestamos as hipóteses de que existe uma estrutura multimodal nas narrativas de enterro, pois o narrador associa a prosódia e os gestos para delimitar as partes e/ou produzir significado.
