Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2603
O Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA) surgiu em 1976 como uma necessidade de desmembramento do então já em pleno desenvolvimento Curso de Pós-Graduação em Ciências Geofísicas e Geológicas (CPGG), instalado ainda em 1973 nesta mesma Universidade. Foi o primeiro programa stricto sensu de Pós-Graduação (mestrado e doutorado) em Geociências em toda Amazônia Legal. Ao longo de sua existência, o PPGG tem pautado sua atuação na formação na qualificação de profissionais nos níveis de Mestrado e Doutorado, a base para formação de pesquisadores e profissionais de alto nível. Neste seu curto período de existência promoveu a formação de 499 mestres e 124 doutores, no total de 623 dissertações e teses.
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG por CNPq "CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIA::ESTRATIGRAFIA"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) A capa carbonática do sudoeste do cráton amazônico, estado de Rondônia: nova ocorrência e extensão dos eventos pós-glaciação marinoana (635 Ma)(Universidade Federal do Pará, 2014-11-27) GAIA, Valber do Carmo de Souza; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998Na porção oeste da Bacia dos Parecis, Estado de Rondônia, inserida no sudoeste do Cráton Amazônico, rochas carbonáticas expostas nas bordas dos grábens Pimenta Bueno e Colorado têm sido consideradas como parte do preenchimento eopaleozoico da bacia. A avaliação das fácies/microfácies e quimioestratigrafia dessas rochas nas regiões de Chupinguaia e Pimenta Bueno, confirmou a ocorrência de dolomitos rosados que sobrepõem, em contato direto, diamictitos glaciais previamente interpretados como depósitos de leques aluviais. Trabalhos prévios reportaram excursão negativa de δ13C, também confirmados neste trabalho, com variações entre -4.6 e -3,8‰VPDB em Chupinguaia e média de - 3,15‰VPDB em Pimenta Bueno. Esse padrão, de sedimentação e quimioestratigráfico, ausente nas rochas paleozoicas, é comumente encontrado nos depósitos carbonáticos anômalos do Neoproterozoico. No sul do Cráton Amazônico, Estado do Mato Grosso, rochas com essas mesmas características são descritas como capas carbonáticas relacionadas à glaciação marinoana (635 Ma). Neste trabalho, consideramos que os dolomitos rosados sobre diamictitos, em Rondônia, fazem parte do mesmo contexto das capas carbonáticas encontradas no Mato Grosso. Adicionalmente, destaca-se o contato brusco e deformado do dolomito sobre o diamictito, presente em ambas as ocorrências, configurando-se uma das feições típicas das capas carbonáticas do Cráton Amazônico. Essa relação paradoxal, entre diamictito e dolomito, tem sido interpretada como produto da mudança rápida das condições atmosféricas de icehouse para greenhouse, e a deformação da base foi gerada pelo rebound isostático. A capa carbonática de Rondônia compreende duas associações de fácies (AF2 e AF3) que recobrem depósitos glacio-marinhos compostos por paraconglomerados polimíticos (Pp), e arenito seixoso laminado (Asl), da AF1. A AF2 consiste em dolomudstone/dolopackstone peloidal com laminação plana a quasi-planar e com truncamentos de baixo-ângulo (fácies Dp), megamarcas onduladas (fácies Dm) e laminações truncadas por ondas (fácies Dt), interpretada como depósitos de plataforma rasa influenciada por ondas. Esta sucessão costeira é sucedida pela AF3, que compreende as fácies: dolomudstone/dolopackstone e dolomudstone/dolograinstone com partição de folhelho (Df) e siltito laminado (Sl). A fácies Df compreende um pacote de 6 metros de dolomito com partição de folhelho, apresentando lâminas de calcita fibrosa (pseudomorfos de evaporito) e dolomitos com laminações onduladas de corrente. Sobrejacente à fácies Df, ocorre a fácies Sl, apresentando 5 metros de siltito argiloso com laminação plana. Esta associação é interpretada como depósitos de plataforma rasa influenciada por maré, sendo sobreposta discordantemente, em contato angular, por depósitos glaciais do Eopaleozoico. Os valores isotópicos de C e O são negativos e refletem o sinal primário do C. No entanto, pode-se considerar uma leve influência da diagênese meteórica no sinal. As principais quebras nos sinais negativos podem estar associadas à influência meteórica, expressa pela substituição e preenchimento de poros por calcita e pela proximidade de superfícies estratigráficas, os quais refletem alguns padrões de alteração diagenética, representados nos sinais mais negativos. Diferentemente da capa carbonática do Mato Grosso, a capa de Rondônia possui níveis de pseudomorfos de evaporito e dolomitos com partição de folhelho (ritmito), em sucessão de fácies marinha rasa, onde os dolomitos de plataforma rasa influenciada por ondas passam para ritmitos e siltitos de plataforma rasa influenciada por maré (zona de inframaré), configurando uma sucessão retrogradante. Esta nova ocorrência de capa carbonática modifica a estratigrafia da base da Bacia dos Parecis, ao passo que exclui essas rochas carbonáticas da sequência eopaleozoica. Além disso, fornece informações que permitem reconstruir melhor a paleogeografia costeira da bacia neoproterozoica que acumulou os depósitos da plataforma carbonática do Grupo Araras, bem como estende os eventos pós-marinoanos ligados à hipótese do Snowball/Slushball Earth para o sudoeste do Cráton Amazônico, exposto no Estado de Rondônia.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Depósitos carbonáticos-siliciclásticos da porção superior da Formação Piauí, carbonífero da bacia do Parnaíba, região de José de Freitas-PI(Universidade Federal do Pará, 2015-07-22) MEDEIROS, Renato Sol Paiva de; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998A borda noroeste do Gondwana, no período Neocarbonífero, foi influenciada por um grande evento transgressivo-regressivo, depositando sequências carbonáticas delgadas, desde Bacias Andinas até porções centro meridionais do paleocontinente, como os limites estratigráficos da Bacia do Parnaíba. O Membro Superior da Formação Piauí na Bacia do Parnaíba, estudado na região de José de Freitas, exibe depósitos carbonáticos ricamente fossilíferos sobrepostos por clinoformas progradantes, definindo a transição de um trato de sistema transgressivo para um trato de sistema de mar alto. A análise de fácies e estratigráfica desta sucessão permitiu a individualização de 17 fácies e microfácies sedimentares agrupadas em 4 associações de fácies (AF): A AF1 – Campo de Dunas / Interdunas - é sotopostas as demais AF e composta por arenitos finos à médios, com grãos bem selecionados e bem arredondados, apresentando estratificações plano-paralelas com alto grau de bioturbação, estratificações cruzadas tabulares e laminação cruzada cavalgante subcrítica transladante. A AF2 – Depósitos de mar raso - é composta por uma planície carbonática com camadas tabulares e contínuas de carbonatos maciços e peloidais fossilíferos intercalados com delgadas lentes de folhelho betuminoso. A AF3 – Frente Deltaica e AF4 – Prodelta, consistem em camadas pelíticas e arenitos finos a médios, arcosianos e quartzo-arenito, marcados por superfícies de exposição subaérea, com gretas de contração, cimentado por carbonatos, dispostos em camadas tabulares contínuas ou na forma de lobos sigmoidais, assim como estruturas de liquefação do tipo load cast e flame, e fluidificação do tipo rompimento de camadas, que deformam os estratos. Os dados faciológicos corroboram com a ideia de que o mar no Pensilvaniano retrogradou até a borda da Bacia do Parnaíba e posteriormente com a Orogenia Apalachiana (300 Ma) o alto do Rio Parnaíba arqueou e retrocedeu a incursão marinha, seguidos de um evento progradacional sobre os depósitos marinhos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Depósitos pleistocenos da formação Itaubal: paleoambiente e implicações na evolução da planície costeira do Amapá(Universidade Federal do Pará, 2014-03-28) BEZERRA, Isaac Salém Alves Azevedo; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998A costa norte da América do Sul durante o Pleistoceno tardio esteve sujeita a oscilações do nível do mar, relacionadas a variações climáticas e influência da dinâmica de sedimentos carreados pelo Rio Amazonas, que moldaram a paisagem desta região. Terraços Pleistocenos da Formação Itaubal, anteriormente considerados como pertencentes à Formação Barreiras (Mioceno), constituem parte da Planície Costeira do Amapá e recobrem rochas do Escudo das Guianas. A integração das análises de fácies, estratigráfica e datações por Luminescência Opticamente Estimulada / regeneração de alíquota única e múltipla (LOE / SAR-MAR) entre 120.600 (± 12.000) e 23.150 (±6.800) anos AP permitiu o posicionamento da Formação Itaubal no Pleistoceno Superior. Estes depósitos siliciclásticos, de espessura máxima de 10 m, cor amarronzada a avermelhada com camadas de geometria tabular foram divididos em duas unidades separadas por inconformidade. A Unidade Inferior compreende as associações de fácies, de planície de inframaré (AF1) e de canal fluvial meandrante influenciado por maré (AF2), enquanto que a Unidade Superior, com maior concentração de argila que a Unidade Inferior, consiste em depósitos de planície de maré (AF3) e de canal fluvial entrelaçado (AF4). As duas unidades têm caracteristicas progradacionais dentro de trato de sistema de mar alto e regressivo, e foram depositadas diretamente sobre rochas do embasamento intensamente intemperizadas durante o Mioceno-Pleistoceno. Os depósitos da Formação Itaubal foram expostos durante o Último Máximo Glacial (22.000 - 18.000 anos AP) e posteriormente sobrepostos por depósitos finos do Rio Amazonas, que configuram a atual linha de costa da Costa norte da América do Sul. Pela primeira vez a Formação Itaubal define os eventos sedimentares do Pleistoceno na evolução da Planície Costeira do Amapá. A correlação de seus depósitos com os de Suriname e nordeste do Pará amplia a discussão sobre a configuração da linha de costa do norte da América do Sul desde o Pleistoceno.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estratigrafia e geoquímica orgânica da formação Longá, neodevoniano/eocarbonífero da Bacia do Parnaíba, região de Pedro Afonso-To(Universidade Federal do Pará, 2017-05-30) BRITO, Ailton da Silva; LIMA, Sidney Gonçalo de; http://lattes.cnpq.br/1655930426274093; SOARES, Joelson Lima; http://lattes.cnpq.br/1345968080357131O final do Devoniano é marcado por consideráveis mudanças paleoclimáticas e paleogeográficas relacionadas a ampla colonização do continente por plantas vasculares, aumento exponencial da produção de matéria orgânica e desenvolvimento de anoxia de fundo nos mares epíricos, típicos desse período. Além disso, o continente Gondwana encontrava-se em altas latitudes onde ocorreu pulsos glaciações na América do Sul. O estabelecimento de uma fase pós-glacial no Fameniano Superior levou a ocorrência de uma transgressão marinha e início da sedimentação fina da Formação Longá que perdurou até o Tournaisiano. O limite Devoniano-Carbonífero é marcado pela deposição de folhelhos negros em várias partes do mundo. O objetivo desse trabalho é a reconstituição paleoambiental e a caracterização geoquímica da matéria orgânica dos depósitos pós-glaciais pertencentes à Formação Longá que afloram na porção sudoeste da Bacia do Parnaíba. Para caracterização dos depósitos foi realizada uma análise litofaciológica da formação com auxílio da petrografia e difração de raios X. A análise geoquímica da matéria orgânica foi realizada através da determinação do Carbono Orgânico Total (COT), pirólise Rock-Eval e biomarcadores. A análise faciológica desses depósitos possibilitou a individualização de cinco litofácies: lag conglomerático (Gmm), folhelho laminado (Fl), Arenito grosso com megaripple (Sm), Arenito fino a médio com estratificação cruzada hummocky (Sh) e Folhelho intercalado com arenito fino com acamamento wavy-linsen (Fwl). As litofácies foram identificadas como pertencente a uma única associação de fácies que representam depósitos de plataforma, de offshore a shoreface. A base da Formação Longá é bem delimitada por um lag transgressivo produzido por ondas que a separa os depósitos não marinho da Formação Cabeças. A formação é caracterizada pela predominância de espessas camadas das fácies Fl e Fwl com eventos episódicos de tempestades e ocorrência de chuva de detritos oriundo do degelo de icebergs remanescentes. Na fácies Fwl ocorrem elementos típicos da Icnofácies Cruziana, caracterizada pela predominância de traços horizontais. Estas características sugerem um ambiente estressante ocasionado pela mudança de salinidade durante o input de águas de degelo na plataforma. As análises de geoquímica orgânica mostraram que os folhelhos Longá apresentaram baixo teor de COT, inferiores a 1%, valores para hidrocarbonetos livres (S1) abaixo do limite de detecção do equipamento Rock-Eval 6, e potencial gerador (S2) muito baixo (0,06 a 0,23). A temperatura máxima de pirólise (Tmax), assim como os parâmetros de maturação térmica calculados sobre os biomarcadores mostram que os folhelhos Longá são imaturos. Os valores de pristano/n-C17, Fitano/n-C18, índice de hidrogênio (IH) e índice de oxigênio (IO), sugerem querogênio tipo III e IV, formados a partir de plantas vasculares continentais como galhos, folhas e ceras vegetais, corroborado por teor de enxofre (TS) < 0.2 wt%, razão Terrígenos/aquáticos (TAR), C29-sterol, hopano/sterano e Metilfenantrenos (MPs). Essa matéria orgânica foi depositada em um mar epírico onde predominava águas rasas, condições oxidantes, salinidade normal, e baixas temperaturas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo sedimentológico da formação Pedra de Fogo-Permiano: Bacia do Maranhão(Universidade Federal do Pará, 1979-10-17) FARIA JUNIOR, Luis Ercílio do Carmo; TRUCKENBRODT, Werner Hermann Walter; http://lattes.cnpq.br/5463384509941553A Formação Pedra de Fogo, Eo-Meso-Permiano, da Bacia do Maranhão é caracterizada por uma sedimentação cíclica constituída de intercalações de arenitos finos, siltitos, folhelhos e bancos carbonáticos contendo abundantes níveis e concreções de sílex. A elaboração detalhada de 20 perfis estratigráficos, na escala 1:20, durante os trabalhos de campo, juntamente com as análises granulométricas dos arenitos, petrografia de carbonatos, minerais pesados e arenitos, determinação do teor carbonático e a análise difratométrica da fração argila dos carbonatos, siltitos e folhelhos permitem adicionar à Formação Pedra de Fogo novos dados obtidos. Em superfície divide-se esta Unidade em três partes: Membro Sílex Basal, Médio e Superior, Trisidela. Na seqüência inferior intercalam-se siltitos e bancos carbonáticos contendo concreções silicosas. Na parte média, inferior, encontram-se pacotes de arenitos seguidos até o topo por ciclotemas de siltitos, folhelhos e bancos carbonáticos com pequenas concreções silicosas. A seqüência superior inicia-se com intercalações laminares de folhelhos e níveis descontínuos de sílex, contendo brechas intraformacionais, que passam para novos ciclotemas constituídos de arenitos finos e/ou siltitos, folhelhos e bancos dolomíticos contendo concreções silicosas. Ocorrem ainda, especialmente nas seqüências inferior e superior da Formação Pedra de Fogo, níveis silicificados de oólitos, pellets, coquinas com restos de peixes e algas estromatolíticas. As madeiras silicificadas encontram-se nos sedimentos do topo da Formação Pedra de Fogo bem como da base da unidade superior, Formação Motuca. A mineralogia da Formação Pedra de Fogo reflete sua variabilidade litológica. Os minerais argilosos mais freqüentes são esmectitas e ilitas e, subordinadamente, os interestratificados ilita-montmorilonita e clorita-montmorilonita. A caulinita é também freqüente, mas encontra-se como produto de alteração, recente a subrecente, das rochas intemperizadas. Em escala reduzida ocorre a clorita. O quartzo e os feldspatos são essencialmente de origem clástica e ocorrem sob a forma de grãos subarredondados a arredondados. Nos arenitos, o quartzo é encontrado como grãos monocristalinos mas, também, aparecem aqueles policristalinos. Os feldspatos são potássicos e os plagioclásios sódicos (oligoclásio). As micas são raras, mas a muscovita é abundante em alguns arenitos da seqüência superior na região oeste da Bacia. Calcedônia, quartzino e massas microcristalinas de sílica são produtos diagenéticos das rochas silicificadas. Os minerais pesados por ordem de abundância são: granada, turmalina, estaurolita, zircão, rutilo, apatita e cianita. Nas regiões central e oeste são comuns granada e estaurolita. No leste, a estaurolita é menos presente e a granada torna-se rara. Nos arenitos friáveis estão sempre presentes zircão, turmalina e rutilo. Dolomita e calcita são os carbonatos encontrados, além é claro das rochas carbonáticas, nos arenitos, siltitos e folhelhos. A dolomita é mais abundante e constitui mais de 90% do carbonato total. Ocorre como cristais romboédricos e subeuedrais de dimensões variando entre 40 e 80 µ. A calcita é mais comum como cimento nos arenitos. A substituição de dolomita por calcita, no cimento de alguns arenitos, sugere processo de dedolomitização ligado com o intemperismo. Os fragmentos de rochas mais comuns são as "placas" de sílex que compõem as brechas intraformacionais. Microscopicamente identificam-se grãos líticos de chert, quartzo policristalino, argila, folhelhos e/ou siltitos. Os arenitos Pedra de Fogo são normalmente finos a muito finos, pobremente selecionados, com assimetria positiva a muito positiva devido a abundância das frações finas e com curtose muito leptocúrtica. A composição dos arenitos inclui os tipos mineralógicos e grãos líticos anteriormente descritos. Além destes, é válido ressaltar a presença de glauconita nos arenitos verdes. Classificam-se os arenitos Pedra de Fogo em Subarcósios, Sublitoarenitos e Arenitos Líticos (Chert Arenitos) de acordo com as relações quantitativas entre quartzo, feldspatos e grãos líticos. A aplicação do método estatístico de SAHU (1964) indica que estes arenitos depositaram-se num ambiente de média a baixa energia possivelmente de mar raso. Os tipos de contatos entre os grãos dos arenitos Pedra de Fogo demonstram que estes não foram submetidos a processos diagenéticos de profundidade. As rochas carbonáticas ocorrem principalmente no Membro Sílex Basal e na seqüência Superior, Trisidela. Constituem-se de extensas camadas que ajudam nas correlações de campo. Associadas à estas, são comuns camadas silicificadas de restos fósseis, pellets e algas estromatolíticas. As rochas carbonáticas Pedra de Fogo são compostas essencialmente de dolomita e, subordinadamente, de calcita. Os clásticos normalmente são: quartzo, feldspatos potássicos, chert e os argilominerais esmectitas e ilitas. Classificam-se em Dolomito arenoso, quando impuras, e Dolomito médio cristalino, aquelas com menos de 5% de clásticos. A silicificação na Formação Pedra de Fogo está representada pela abundância das espécies e estruturas de sílica encontradas. Ocorrem desde concreções e/ou nódulos milimétricos a centimétricos ("bolachas") até camadas inteiramente silicificadas (horizontes de pellets, etc.). Acredita-se que processos iniciais de silicificação sejam responsáveis pela formação das "placas" de sílex que constituem as brechas intraformacionais. As concreções e nódulos são típicos de processos diagenéticos de substituição dos carbonatos pela sílica. A origem das camadas inteiramente silicificadas estaria ligada aos processos intempéricos desenvolvidos nas áreas continentais. As áreas fornecedoras dos materiais terrígenos foram também a fonte de parte da sílica da Formação Pedra de Fogo, pois, sob condições alcalinas do clima árido, aumenta a solubilidade da sílica. Os processos tardios de silicificação estão representados pelos cristais anédricos desenvolvidos nos "poros", entre as pellets, do sílex oolítico. Esta silicificação tardia é possivelmente resultante das diferenças nas condições químicas uma vez que, conforme o que já foi citado anteriormente, faltam evidências de soterramento profundo nestes sedimentos. A Formação Pedra de Fogo depositou-se num ambiente marinho, restrito, raso, tipo Epicontinental, no qual desenvolveram-se, durante a sedimentação desta Unidade, duas fases transgressivas intercaladas por uma regressão. Referidas fases estão representadas pelas seqüências inferior e superior, transgressivas, e média, inferior, regressiva. As variações faciológicas laterais refletem a dinâmica sedimentar e permitem supor que o ambiente marinho tenha variado de transicional, deltáico, no leste e sul, a nerítico raso, no centro e oeste. As principais áreas fornecedoras dos sedimentos clásticos e de parte da sílica, situaram-se de nordeste a sul da Bacia, e seriam constituídas de rochas das Províncias Borborema e São Francisco. Subordinadamente, áreas emersas no oeste e sudoeste, compostas de rochas das Províncias Tocantins e Tapajós, forneceram materiais para a bacia de deposição. O clima durante a sedimentação Pedra de Fogo variou de temperado a semi-árido conseqüência da migração lenta do continente sulamericano na direção norte. A Bacia do Maranhão esteve parte do Permiano sujeita às condições semi-áridas e áridas de desertos em torno da latitude 30º S. Durante este Período a Bacia do Maranhão permaneceu estável tectônicamente. A lenta subsidência desta bacia intracratônica prosseguiu sem influenciar fortemente a deposição Pedra de Fogo. As invasões marinhas desenvolveram-se a partir do oeste, através da Bacia do Amazonas, a qual ligava-se à Bacia do Maranhão através do eixo Marajó de direção sudeste. Assim, com base ainda nas espessuras dos ciclotemas, supõe-se que a sedimentação cíclica da Formação Pedra de Fogo tenha-se desenvolvido a partir de oscilações do nível das águas na Bacia, responsáveis também pelas fases transgressivas e regressivas, e cujas origens estariam ligadas às variações climáticas desenvolvidas durante o Permiano.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo sedimentológico dos sedimentos Barreiras, Ipixuna e Itapecuru no nordeste do Pará e noroeste do Maranhão(Universidade Federal do Pará, 1981-06-24) GÓES, Ana Maria; TRUCKENBRODT, Werner Hermann Walter; http://lattes.cnpq.br/5463384509941553Este trabalho apresenta as características sedimentológicas das unidades sedimentares Itapecuru, Ipixuna e Barreiras aflorantes em grande parte no nordeste do Estado do Pará, bem como no noroeste (Maracaçumé - Turiaçu - Santa Inês) e sudoeste (Serra do Tiracambu. Açailândia) do Estado do Maranhão. Os sedimentos Barreiras subdividem-se em fácies Conglomerática. Argilo-Arenosa e Arenosa. Suas principais características são: má a moderada seleção de areias e seixos; altos teores de matriz; seixos quartzosos disseminados; presença pouco expressiva de estratificação. concreções e arenitos ferruginosos. O material foi depositado em ambiente subáreo a partir de fluxos gravitacionais de lama e areia e restritamente, em ambiente lacustre, durante um clima com tendência a semi-aridez. As principais áreas fonte são provavelmente os xistos da Formação Santa Luzia (Pré- Cambriano) e sedimentos preexistentes. Os sedimentos Itapecuru, dos quais apenas a parte noroeste de sua distribuição foi estudada, constituem-se por arenitos médios, localmente conglomeráticos, ricos em estratificação cruzada tangencial, acanalada e restritamente siltitos. Representam sedimentação típica de ambiente fluvial em clima, provavelmente, com tendência a semi-aridez. As áreas-fonte são predominantemente graníticas, secundariamente rochas metamórficas (xistos) e sedimentos preexistentes. Os sedimentos Ipixuna caracterizam-se por sua granulação arenosa fina, ausência de seixos, boa seleção das areias, matriz caulínica, bancos de caulim e abundância de estratificação cruzada tangencial. Subdividem-se em litologia A, formada por arenitos finos a médios caulínicos com estratificação cruzada e subordinadamente siltitos; litologia B, composta por intercalações ritmicas exibindo arenitos finos e argilitos e por bancos de caulim. Estas características indicam maior afinidade litológica entre as unidades Itapecuru e Ipixuna, principalmente de sua litologia A, do que com o Grupo Barreiras. Os sedimentos Ipixuna foram depositados em ambiente flúvio-lacustre, sendo os canais fluviais do tipo meandrante. A assembléia de minerais acessórios é pobre sugerindo que na fase anterior (ou durante ?) à sedimentação Ipixuna o clima é úmido, corroborado também pela presença de espessas camadas de caulim. O processo de bauxitização de idade terciária inferior atingiu indistintamente Ipixuna e Itapecuru, não tendo sido constatado no Barreiras.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Evolução geológica da região de Tucuruí - Pará(Universidade Federal do Pará, 1982-05-27) MATTA, Milton Antonio da Silva; HASUI, Yociteru; http://lattes.cnpq.br/3392176511494801A parte setentrional da Faixa Araguaia acha-se exposta na região de Tucuruí-Para, tendo suas características estratigráficas, metamórficas, estruturais e magmáticas sido estudadas com o intuito de definir a sua avaliação geológica e contribuir para a compreensão da história geológica da Faixa como um todo. A unidade estratigráfica mais antiga da área é o Complexo Xingu, composto essencialmente de gnaisses e granitos, com xistos e anfibolitos subordinados. Essas rochas sofreram eventos estruturais e metamórficos policíclicos, sobre elas se desenvolveu durante o Proterozóico Médio o Grupo Tucurúi, tendo na base uma sequência de derramos basálticos toleíticos, que foi aqui designada de Formação Caraipé, e no topo um pacote de sedimentos grauváquicos, enfeixados na Formação Morrote. No ciclo Uruaçuano ocorreu a evolução da Faixa de Dobramentos Araguaia. Esta feição geotectônica é representada na área pela Formação Couto Magalhães (Grupo Tocantins), constituída por metassedimentos psamo-pelíticos. Estas rochas mostram metamorfismo regional de fácies xisto verde e estruturas geradas em duas etapas de deformação compatíveis com o nível estrutural inferior. Após o metamorfismo da Faixa Araguaia, a Formação Couto Magalhães foi palco de intrusões máficas e ultramáficas e, tardiamente, a Falha de Empurrão de Tucuruí se desenvolveu, lançando os metamorfitos do Grupo Tocantins sobre as unidades do Grupo Tucuruí. Este falhamento, além de impor uma série de feições estruturais nas litologias dos dois grupos referidos e nos magmatitos a eles associados, foi acomp-anhado por um evento de metamorfismo dinâmico desenvolvido em condições físicas de fácies xisto verde. Através do tratamento estatístico da densa população de falhas que corta a área, foi possível deduzir as direções de encurtamento e estiramento relacionadas com a deformação progressiva induzida pelo empurrão que se deu de E para W. Díques máficos pós-empurrão, de idade mesozóica, constituem o último evento magmático observado na área. Durante o Cenozóico a área foi palco de sedimentação terciária da Formação Barreiras, com camadas de areia, argila a níveis conglomeráticos. Uma reativação final foi responsável pelo fraturamento e falhamento mostrado pela Formação Barreiras. Sedimentos quaternários, principalmente aluvionares, constitum os depósitos mais recentes da região.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Evolução paleogeográfica, durante o cenozóico, da região de Bragança, NE do estado do Pará(Universidade Federal do Pará, 2002-02-28) ALMEIDA, João Revelino Caldas de; BORGES, Mauricio da Silva; http://lattes.cnpq.br/1580207189205228; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286As principais características morfológicas da região nordeste do Estado do Pará estão diretamente relacionadas com eventos tectônicos do Mesozóico-Cenozóico que respondem pela fragmentação do Gondwana resultando na formação do Oceano Atlântico Equatorial e da margem passiva. A área investigada faz parte da Bacia de Bragança-Viseu, que evoluiu a partir da incidência de tectônica extensional na região nordeste do Estado do Pará, desde o Jurássico Superior”. No Mioceno, essa região foi submetida a tectônica transtensional que gerou falhas normais de direção NW-SE e falhas transcorrentes dextrais E-W e NE-SW. Esse evento tectônico gerou extensas áreas abatidas e corredores que facilitaram a transgressão do mar até 150 km dentro do continente, a partir da linha de costa atual. A partir dessa transgressão marinha desenvolveu-se a sequência carbonática Pirabas, depositada em locais que possuíam paleodrenagens típicas de áreas subsidentes. Algumas áreas geograficamente situadas na região nordeste do Estado do Pará. Permaneceram emersas quando dessa transgressão marinha. Na área da Bacia de Bragança-Viseu são inexpressivos os registros de deposição dos sedimentos pertencentes à Formação Pirabas, o que permite deduzir a presença de um alto estrutural, que funcionou como anteparo ao avanço do Mar de Pirabas. A ocorrência de calcário na parte sul do município de Bragança sugere a existência de uma linha de costa caracterizada por enseadas e pontas voltadas para noroeste. A partir da interpretação de mapeamento geofísico efetuado no município de. Bragança ficou caracterizada a total ausência de calcário em direção a leste e nordeste, no contexto da Bacia de Bragança-Viseu. Portanto, não há registro de transgressão miocênica, permitindo sugerir que, nessa área, os dados atestam tão somente a presença do embasamento pré-cambriano, capeado por fluxos de detritos do Quaternário, expressos nos sedimentos Pós-Barreiras. A morfologia da área em questão não mudou muito desde o Mioceno-Plioceno; ainda hoje essa porção da Zona Bragantina se constitui em uma área elevada, o que é atestado pelo relevo colinoso. Os dados geológicos atuais sugerem que esse quadro morfológico é controlado por estruturas decorrentes da tectônica transtensional.Tese Acesso aberto (Open Access) Evolução tectono-estrutural da região de Dianópolis-Almas, SE do estado de Tocantins(Universidade Federal do Pará, 1993-12-17) BORGES, Maurício da Silva; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286No interior do Bloco Brasília, na Região de Dianópolis-Almas (SE do Estado de Tocantins), encontram-se registros de terrenos granito-"greenstone" do Arqueano-Proterozóico Inferior, metassedimentos proterozóicos do Grupo Bambuí, depósitos continentais cretácicos e colúvios e alúvios lateritizados, além de depósitos flúvio-lacustres holocênicos ligados à evolução cenozóica. O Arqueano-Proterozóico Inferior compreende vários feixes de rochas supracrustais do Grupo Riachão do Ouro e corpos de granitóides da Suíte Serra do Boqueirão, ambos embasados por gnaisses do Complexo Alto Paranã. O Complexo Alto Paranã é representado por gnaisses de composição tonalítica, bandados, milonitizados, parcialmente migmatizados, e com enclaves granulíticos e anfibolíticos. O Grupo Riachão do Ouro é composto de filitos bandados, xistos, metadacitos, metariolitos, formação ferrífera, quartzitos, metaconglomerados e brechas; os filitos, os xistos e as metavulcânicas são os tipos litológicos dominantes. A Suíte Serra do Boqueirão engloba granítóides de composição tonalítica, trondhjemítica, granodiorítica e granítica, deformados nas bordas e cortados por fases tardias de auto-injeção ligadas a aplitos e pegmatitos. Estas unidades litológicas estão afetadas por zonas de cisalhamento orientadas nas direções N10-20E, N45E, N25W e N55W, as quais definem um padrão anastomosado. Ao longo dos feixes de zonas de cisalhamento reconhecem-se duplexes transpressivos simétricos ou assimétricos, alternados com faixas de movimentação dominantemente direcional. Tais estruturas estão pronunciadamente desenvolvidas na interface rochas supracrustais-granitóides. Mesoscopicamente as zonas de cisalhamento são caracterizadas pela foliação milonítica, paralela ou em ligeira obliqüidade ao bandamento composicional. Outras estruturas são representadas por duplexes internos, bandas de cisalhamento, lentes de rochas menos deformadas e clivagem extensional do tipo "C'" (clivagem de crenulação), além de zonas de cisalhamento rúptil-dúctil marcadas por estruturas de dilatação. Uma forte trama linear é definida por bastões e barras de quartzo, eixos de agregados elípticos de minerais e minerais placóides alongados e alinhados. A rotação dextral associada é facilmente deduzida a partir de vários critérios cinemáticos. Os estudos de microtrama sugerem que a deformação foi acomodada principalmente por plasticidade cristalina e as tramas de forma e cristalográficas corroboram o sentido de movimentação dextral. Apenas os feixes de zonas de cisalhamento de direção N55W têm movimentação sinistral. Esse conjunto de estruturas é atribuído à atuação de um binário dextral orientado preferencialmente na direção N20E, de modo que as zonas de cisalhamento N10-20E, N45E, N25W e N55W são interpretadas como feições do tipo Y, R, P e R', respectivamente. A evolução da área no Arqueano-Proterozóico Inferior envolveu provavelmente colisão oblíqua entre massas continentais, resultando no soerguimento de rochas granulíticas, seguida de transtensão que originou várias bacias onde se instalaram as rochas supracrustais do Grupo Riachão do Ouro, sendo acompanhada de ascensão dos granitóides da Suíte Serra do Boqueirão. A progressão da deformação é expressa através de transpressão materializada pelas zonas de cisalhamento dúctil e transformações minerais e hidrotermais. O Proterozóico Médio a Superior é representado pelo Grupo Bambuí, o qual compreende ardósias, metassiltitos e filitos, com intercalações de calcários. Como estruturas tectógenas, ligadas à inversão da- Bacia do São Francisco no Proterozóico Superior, destacam-se os cavalgamentos oblíquos submeridianos e as rampas laterais NE-SW. Durante o Mesozóico, depositou-se o pacote de sedimentos da Formação Urucuia (Cretáceo Superior), caracterizado por três litofácies, a saber: (i) fácies conglomerática, que representa pavimentos residuais de deflação eólica e, em parte, acumulações interdunares e "wadi fans" ligados a drenagem intermitente; (ii) fácies arenosa com estratificação cruzada de grande porte, constituída de ortoquartzito e arcóseos/subarcóseos que representam acumulações arenosas eólicas; e (iii) fácies silex estratificado, com estratificação ondulada e irregular, que representa depósitos químicos lacustrinos. A bacia Alto Sanfranciscana, que acolheu esses sedimentos na região estudada, é um hemigráben, cuja arquitetura compreende uma carapaça, falhas normais sintéticas e antitéticas orientadas na direção geral NNW-SSE e falhas de transferência com direção NE-SW e de movimentação principalmente dextral. As falhas normais sintéticas formam um leque imbricado lístrico, mergulhando para E, desenvolvido a partir do colapso da lapa e ligado a um eixo extensional N50E. Durante o Cenozóico, no Terciário, houve a deposição de colúvios e alúvios que foram posteriormente lateritizados sob a forma de um perfil imaturo. No Quaternário instalou-se um sistema flúvio-lacustre. O sistema de drenagem ligado a bacia coletora dos rios Manoel Alves e Araguaia encontra-se fortemente adaptado a lineamentos NE-SW, cuja interação promoveu a edificação de cunhas e romboédros extensionais tipo "pull-apart", provavelmente relacionados à atuação de um binário dextral.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Fácies e estratigrafia da parte superior da Formação Pedra de Fogo, Permiano da Bacia do Parnaíba, região de Filadélfia-TO(Universidade Federal do Pará, 2012-05-02) ANDRADE, Luiz Saturnino de; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998A Formação Pedra de Fogo, de idade permiana, pertencente ao Grupo Balsas da Bacia do Parnaíba, norte do Brasil, é caracterizada por uma sucessão cíclica siliciclástica-carbonática, com expressivo conteúdo de chert (sílex), raros estromatólitos e fósseis de animais e vegetais, destacando-se troncos de madeiras silicificados, principalmente do gênero Psaronius. No intuito de ampliar o conhecimento paleoambiental e estratigráfico da porção superior da Formação Pedra de Fogo, no sudoeste da Bacia do Parnaíba, realizou-se a análise de fácies em afloramentos na região de Filadélfia (TO), SW da Bacia do Parnaíba. O estudo permitiu definir uma sucessão de aproximadamente 100 m de espessura, predominantemente siliciclástica e com carbonatos e evaporitos subordinados. Foram definidas 25 fácies sedimentares agrupadas em seis associações de fácies (AF): AF1-Lacustre com rios efêmeros; AF2-Lago influenciado por ondas de tempestade; AF3-Sabkha continental; AF4-Lago central; AF5-Campo de dunas; e AF6-Lago/oásis com inundito. Estas associações indicam que durante o Permiano, desenvolveu-se um extenso sistema lacustre de clima árido, adjacente a campos de dunas e sabkha continental, com contribuições de rios efêmeros. As incursões fluviais nos lagos propiciavam a formação de lobos de suspensão e fluxos em lençol (AF1). Planícies de sabkha (AF3) formaram-se nas porções marginais do lago que, eventualmente, era influenciado por ondas de tempestades (AF2), enquanto as zonas centrais eram sítios de intensa deposição pelítica (AF4). O baixo suprimento de areia eólica neste sistema propiciou a formação de um campo de dunas restrito (AF5) com desenvolvimento de lagos de interdunas, onde proliferavam núcleos de samambaias gigantes, inundados esporadicamente por rios efêmeros (AF6). O predomínio de esmectita e a ausência de caulinita bem como a ocorrência de evaporitos na Associação AF3 corroboram os resultados faciológicos que a sedimentação da parte superior da Formação Pedra de Fogo ocorreu sob condições climáticas quentes e áridas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Fácies e proveniência de depósitos costeiros da Formação Raizama: evidências do registro Ediacarano-cambriano na faixa Paraguai, região de Nobres, Mato Grosso(Universidade Federal do Pará, 2014-03-10) SANTOS, Hudson Pereira; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998Rochas siliciclásticas da Formação Raizama, unidade basal do Grupo Alto Paraguai de idade ediacarana-cambriana (635 – 541 Ma), ocorrem distribuídas descontinuamente ao longo da margem sul do Cráton Amazônico e segmento norte da Faixa Paraguai, centro-oeste do Brasil, estado do Mato Grosso. Estas recobrem discordantemente os depósitos de plataforma carbonática do Grupo Araras, onde foram registrados evidências do evento glacial Marinoano (635 Ma). O Grupo Alto Paraguai representa os estágios finais da colisão entre os blocos Amazônico e Paranapanema que culminaram no fechamento do Oceano Clymene (540-520 Ma). A Formação Raizama com espessura de aproximadamente 570 m é constituída por pelitos, arenitos finos a grossos, e arenitos com cimento dolomítico previamente interpretados como depósitos flúvio-costeiros distribuídos nos membros inferior (270 m) e superior (300 m). O estudo faciológico e estratigráfico desta unidade na região de Nobres, Estado do Mato Grosso, foi focado principalmente na seção aflorante de 600 m no leito do rio Serragem, que inclui a Cachoeira da Serra do Tombador. Foram definidas 17 fácies sedimentares, agrupadas em cinco associações de fácies (AF) representativas de uma sucessão costeira progradante iniciando por depósitos de shoreface inferior, os quais recobrem em conformidade correlativa os depósitos de plataforma carbonática da Formação Serra do Quilombo (Grupo Araras). A AF1 consiste em arenitos com laminação plano-paralela e laminação truncada por onda (microhummocky), individualizada por camadas de pelito laminado interpretadas como depósitos de shoreface inferior. Destaca-se na AF1 a primeira ocorrência de níveis centimétricos bioturbados por Skolithos em depósitos neoproterozoicos – cambrianos na Faixa Paraguai. A AF2 é formada por arenitos com estratificação cruzada swaley e estratificação plano-paralela interpretada como depósitos de shoreface superior. A AF3 é composta por arenitos com estratificações cruzadas tangenciais e acanaladas com recobrimentos de siltito/arenito muito fino representativos de depósitos de canal e barras de submaré. A AF4 é caracterizada por arenitos com estratificações cruzadas tangencial e sigmoidal, laminação plano-paralela a cruzadas de baixo-ângulo, ritmito arenito muito fino/siltito com acamamento flaser e gretas de contração, organizados em ciclos métricos de raseamento ascendente de planície de maré. A AF5 é constituída por arenito com estratificação cruzada acanalada marcada por lags residuais na base da associação, arenito com estratificações plano-paralela e cruzada de baixo-ângulo, interpretados como depósitos fluviais distais de rios entrelaçados, parcialmente retrabalhados por ondas. Grãos detríticos de zircão foram obtidos da AF3 e datados pelo método U-Pb, sendo a idade de 1001±9 Ma interpretada como a idade de máxima deposição da Formação Raizama. Aliado a tal análise, as paleocorrentes NE-SE mostram que estes grãos teriam como áreas fontes principais a Faixa Sunsás, SW do Cráton Amazônico, não sendo descartada contribuições oriundas da parte NW desse Cráton. A idade mesoproterozóica obtida serviu principalmente para desvendar a proveniência da Formação Raizama, enquanto que as datações da base do Grupo Araras, em torno de 627-622 Ma, associada à presença inequívoca do icnogênero Skolithos, tornam esta unidade muito mais próxima do limite com o Cambriano Inferior. Traços fósseis do Proterozoico são caracterizados quase que exclusivamente por traços horizontais, sendo que bioturbações verticais praticamente são ausentes ao longo do Neoproterozoico. Esta inferência vem de encontro com a idade máxima de 541 Ma obtida para a Formação Diamantino, a qual recobre a unidade estudada. Os dados radiométricos aliados com as interpretações paleoambientais, que incluem o registro das primeiras atividades de organismos perfurantes na Faixa Paraguai, abrem perspectivas de entender com maiores detalhes a sequência de eventos que tipificam os estratos do limite Ediacarano-Cambriano do Brasil, ainda pouco conhecidos.Tese Acesso aberto (Open Access) Fácies, petrografia e geoquímica da Formação Codó neo-aptiano, bacia de São Luís - Grajaú(Universidade Federal do Pará, 2005) PAZ, Jackson Douglas Silva da; MACAMBIRA, Moacir José Buenano; http://lattes.cnpq.br/8489178778254136; ROSSETTI, Dilce de Fátima; http://lattes.cnpq.br/0307721738107549A Formação Codó, objeto deste estudo, corresponde a uma unidade geológica neoaptiana bem conhecida por ser o único registro exposto de rochas desta idade na margem equatorial brasileira. Esta formação, constituída de folhelhos betuminosos, calcários e evaporitos, é particularmente bem exposta nas bordas sul e leste da Bacia de São Luís-Grajaú, MA, áreas aqui investigadas com o intuito: 1. de aprimorar o entendimento do sistema deposicional, discutindo-se a hipótese de formação em ambientes lacustres; e 2. reconstituir as condições paleohidrológicas com base na integração de dados faciológicos, estratigráficos, petrográficos e isotópicos (C, O, Sr e S). Os dados de campo confirmaram sistema lacustre para a área de Codó, onde se desenvolveram lagos salinos, estáveis, bem estratificados, e com períodos de fechamento, quando prevaleceram condições anóxicas acompanhadas pela precipitação de sais em subambientes de lago central. Na região de Grajaú, por outro lado, prevaleceram condições mais efêmeras, com desenvolvimento de complexo de sabkha/saline pan, e precipitação de evaporitos principalmente nas margens do sistema, sob condições de salinas marginais e de planícies lamosas. Os estudos faciológico e estratigráfico mostraram, também, que a Formação Codó em ambas as áreas estudadas está organizada em ciclos de arrasamento ascendente, que registram a progradação de depósitos de lago marginal sobre os de lago central. Três categorias de ciclos foram distinguidos, designados aqui de inferior, intermediário, e superior. Os ciclos de ordem inferior, de espessuras variando entre milímetros a poucos centímetros, são formados por depósitos com acamamentos constituídos de um dos seguintes arranjos litológicos: a) folhelho negro betuminoso e evaporito; b) folhelho negro betuminoso e calcimudstone; c) folhelho negro betuminoso e packstone-wackestone peloidal; d) folhelho cinza-esverdeado e calcimudstone; e) folhelho cinza-esverdeado e packstone-wackestone peloidal; f) folhelho cinza-esverdeado e packstone-wackestone ostracodal; ou g) grainstone-wackestone ostracodal e/ou calcimudstone com tapetes criptomicrobiais e packstone ooidal-pisoidal. Estes ciclos são atribuídos a depósitos sazonais, tendo em vista as suas espessuras regulares na escala milimétrica, típicas de depósitos climaticamente controlados. Os ciclos de ordem intermediária têm, em média, 1,7 m de espessura e são subdivididos por ciclos completos e incompletos. Ciclos completos são compostos de depósitos de lago central, que gradam para acima a depósitos de lago intermediário e marginal, sendo representados por dois tipos: ciclos com depósitos de lago central, constituídos por folhelhos e evaporitos (C1); e ciclos com depósitos de lago central, constituídos por folhelho cinza esverdeado (C2). Ciclos incompletos são formados por sucessões faciológicas onde pelo menos uma das associações de fácies está ausente. São também de dois tipos: ciclos com depósitos de lago central e intermediário (I1); e ciclos com depósitos de fácies de lago intermediário e central (I2). Os ciclos de ordem superior medem, em média, 5,2 m de espessura e consistem em quatro unidades deposicionais, limitadas por superfícies de descontinuidade, sendo internamente constituídas por ciclos intermediários, tanto completos quanto incompletos, e de distribuição variável em direção ao topo das seções. A unidade 1, mais inferior, está apenas parcialmente exposta, com 2,7 m de espessura em média, sendo formada por um intervalo constituído por ciclos I1 delgados. A unidade 2 tem, em média, 5,2 m de espessura e contem todos os tipos de ciclos, principalmente ciclos completos. A unidade 3, com 2,6 m de espessura em média, é constituída por quase 80% de ciclos I2. A unidade 4 apresenta 2,2 m de espessura média, inclui exclusivamente ciclos incompletos, embora a maior parte desta unidade tenha sido destruída pela formação do limite da seqüência aptiana. A caracterização sedimentar detalhada e o padrão de empilhamento dos ciclos de ordens intermediária e superior suportam gênese ligada à atividade tectônica sin-sedimentar. Isto é particularmente sugerido pela alta variabilidade de fácies, pela extensão lateral limitada, e por mudanças aleatórias na espessura e freqüência dos ciclos de ordem intermediária. Além disto, os quatro ciclos de ordem superior são correlacionáveis com zonas estratigráficas apresentando diferentes estilos de estruturas de deformação sin-sedimentar, atribuídos em trabalhos anteriores a atividades sísmicas sin-deposicionais. Portanto, os vários episódios de arrasamento do lago, registrados na Formação Codó pelos ciclos de ordem intermediária e superior, são atribuídos a flutuações no nível de água do lago promovidas por pulsos sísmicos contemporâneos à sedimentação. A análise petrográfica dos evaporitos da Formação Codó permitiu que se definissem melhor as histórias tanto deposicional do sistema lago-sabkha-saline pan, quanto pós-deposicional. Sete morfologias de evaporitos foram reconhecidas: 1. gipso en chevron; 2. gipso/anidrita nodular/lenticular; 3. gipso acicular; 4. gipso em mosaico; 5. Gipso brechóide/gipsarenito; 6. gipso/anidrita pseudo-nodular; e 7. gipso em roseta. A despeito desta ampla variedade de fases, a abundância de gipso en chevron, gipso/anidrita nodular/lenticular e gipso brechóide/gipsarenito, registra a boa preservação de formas primárias. Esta interpretação é suportada pela associação destas morfologias de gipso com depósitos mostrando acamamento horizontal de natureza cíclica, que são atribuídos a flutuações do nível de base do lago, eventualmente culminadas com períodos de exposição subaérea. Mesmo o gipso acicular e o gipso em mosaico, interpretados como produtos de substituição do gipso en chevron e do gipso brechóide/gipsarenito, mostram características de formação autigência ainda sob influência do ambiente deposicional. Fases de formação de gipso sob condições diagenéticas mais profundas são registradas somente no gipso/anidrita pseudo-nodular, atribuídos a mobilizações durante halocinese. Além disto, gipso em rosetas, que interceptam todas as outras fases evaporíticas, têm também origem diagenética ligada a processos tardios por interação com água subterrânea e/ou intemperismo superficial. A constatação de forte influência deposicional registrada em, pelo menos, grande parte das morfologias dos evaporitos da Formação Codó (i.e., gipso primário ou eodiagenético), além da constatação de microfácies carbonáticas com poucas modificações diagenéticas, motivaram a aplicação de métodos isotópicos com propósitos de reconstituição paleoambiental. Os resultados obtidos mostram que ciclos de expansão/contração do sistema deposicional em ambas as áreas estudadas são acompanhadas por variações significativas nos valores isotópicos. A ampla dispersão de valores dos isótopos de Sr e S dentro de cada ciclo deposicional reforça a interpretação petrográfica de que a diagênese não modificou a assinatura geoquímica deposicional dos evaporitos, confirmando seu valor como ferramenta paleoambiental. Além disto, origem não marinha para os evaporitos é sugerida pelas razões 87Sr/86Sr, que variaram de 0,70782 a 0,70928, consideradas mais altas do que aquelas esperadas para evaporitos oriundos da água do mar no Neo-Aptiano (entre 0,70720 e 0,70735). O δ34S variou nas amostras estudadas de 16.12‰ to 17.89 ‰ (V-CDT) na região de Codó, mostrando-se também em total desarmonia com valores marinhos do Neo-Aptiano (i.e., entre 13‰ e 16‰ (V-CDT)). Tanto Sr quanto S foram influenciados pelas características das fácies deposicionais, de tal forma que, durante a expansão do sistema deposicional, os valores de 87Sr/86Sr decresceram devido à inibição do 87Sr liberado a partir de argilominerais pela drenagem interna de planícies lamosas. Nos picos de expansão, os valores de 87Sr/86Sr eram os mais baixos, o que é relacionado à submergência de planícies lamosas e introdução de águas depletadas em 87Sr oriundo do intemperismo de calcários e evaporitos marinhos permianos a neocomianos, tanto quanto basaltos triássicos a neocomianos. Enquanto o estudo dos isótopos de Sr e S observou o comportamento destes nos evaporitos da Formação Codó, análises de isótopos de C e O foram realizadas nos carbonatos e também revelaram uma ampla distribuição isotópica, com valores exclusivamente baixos de δ13C e δ18O, ou seja , entre –5.69‰ e –13.02‰ (PDB) e –2.71‰ e –10.80‰ (PDB), respectivamente. Adicionalmente, estas razões variam de acordo com ciclos de arrasamento considerados neste trabalho como de origem tectônica e que, em geral, mostram razões de δ13C e δ18O mais leves na base, onde predominam depósitos de lago central, e progressivamente mais pesados em direção ao topo, onde depósitos de lago marginal são mais expressivos. Também confirmando a assinatura deposicional, este comportamento leva a propor um modelo isotópico controlado por eventos de sismicidade sin-sedimentar. Assim, razões isotópicas com valores mais leves parecem estar relacionados com eventos de inundação promovidos por subsidência, que resultou no desenvolvimento de um sistema de lago perene. Razões isotópicas com valores mais pesados estariam relacionados a fases de lago efêmero e seriam favorecidas pelo soerguimento e/ou aumento da estabilidade tectônica. Além disso, os resultados mostram que sistemas de lagos fechados predominaram em pelo menos parte do tempo de evolução desses depósitos, o que é indicado pela boa covariância positiva (i.e., +0,42 e +0,43) entre o carbono e o oxigênio, embora fases de lago aberto também sejam registradas pelos valores de covariância negativa (i.e., –0,36).Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia, petrografia e geoquímica e suscetibilidade magnética do Granito Paleoproterozoico São João, Sudeste do Cráton Amazônico, Província Carajás(Universidade Federal do Pará, 2013-06-04) LIMA, Paulo Henrique Araújo; LAMARÃO, Claudio Nery; http://lattes.cnpq.br/6973820663339281O Granito São João (GSJ) é um batólito anorogênico de formato circular, com aproximadamente 160 km² de área, que secciona unidades arqueanas pertencentes ao Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, sudeste do Cráton Amazônico. É constituído dominantemente por quatro fácies petrográficas distintas: biotita-anfibólio monzogranito (BAMG), biotita-anfibólio sienogranito (BASG), anfibólio-biotita monzogranito a sienogranito (ABMSG) e biotita monzogranito a sienogranito (BMSG). O GSJ possui natureza metaluminosa a fracamente peraluminosa, razões FeOt/(FeOt+MgO) entre 0,94 e 0,99 e K<2O/Na2O entre 1 e 2, mostra afinidades geoquímicas com granitos intraplaca do tipo A, subtipo A2 e granitos ferrosos, sugerindo uma fonte crustal para sua origem. O GSJ possui conteúdos de ETRL mais elevados que os ETRP e um padrão sub-horizontalizado para esses últimos, além de anomalias negativas de Eu crescentes no sentido das rochas menos evoluídas para as mais evoluídas (BAMG → BASG→ ABMSG→ BMSG). Os dados de suscetibilidade permitiram identificar seis populações com diferentes características magnéticas, onde os valores mais elevados de SM relacionam-se às fácies menos evoluídas e os mais baixos às mais evoluídas. O estudo comparativo entre o GSJ e as suítes graníticas da Província Carajás mostra que ele apresenta maiores semelhanças geológicas, petrográficas, geoquímicas e de SM com os granitos que formam a Suíte Serra dos Carajás, podendo ser enquadrado na mesma.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O Grupo Águas Claras da Serra dos Carajás, Paleoproterozoico do Cráton Amazônico : fácies, litoestratigrafia e sequências deposicionais(Universidade Federal do Pará, 2018-09-24) ARAÚJO FILHO, Roberto Costa; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998A sucessão Águas Claras constitui uma unidade siliciclástica com aproximadamente 800 m de espessura pertencente à Bacia de Carajás. A avaliação do testemunho de sondagem ALV8- FD06 da Serra dos Carajás revelou um empilhamento complexo para esta sucessão, constituída por quatro unidades denominadas aqui de formações A, B, C e D. A análise de fácies permitiu a identificação de nove litofácies, agrupadas em três associações de fácies (AF), representativas de sistemas fluviais tipo braided, marinho e deltaico. A AF1 - planície fluvial braided - é constituída por conglomerados com acamamento maciço e estratificação cruzada incipiente, arenitos finos a grossos com acamamento maciço, laminação cruzada e estratificações cruzadas tabular e acanalada, organizados em ciclos métricos granodecrescentes ascendentes. A AF2 - foreshore/shoreface - compreende pacotes de arenitos finos a médios com laminação cruzada de baixo ângulo, laminação plano-paralela e acamamento maciço. A AF3 - frente deltaica - inclui arenitos finos a médios com estratificação cruzada sigmoidal, laminação cruzada e acamamento maciço, dispostos em ciclos com tendência granocrescente ascendente. A Formação A é constituída por depósitos fluviais braided da AF1 intercalados com tufos grossos, que indicam eventos de vulcanismo subaéreo adjacentes ao sistema fluvial durante trato de sistemas de mar baixo. A Formação B é composta exclusivamente por depósitos fluviais braided da AF1 desenvolvidos em trato de sistemas de mar baixo. A Formação C compreende depósitos de ambientes costeiros/marinhos de foreshore/shoreface da AF2 acumulados durante trato de sistemas transgressivo. Esta unidade inclui também estratos hospedeiros de mineralização de manganês primário. A Formação D é constituída dominantemente por depósitos fluviais braided da AF1 e subordinadamente por pacotes deltaicos da AF3, desenvolvidos em trato de sistemas de mar baixo. Os arenitos de ambas as formações foram classificados como quartzoarenitos parcialmente alterados por hidrotermalismo, que se expressa principalmente pela cloritização recorrente ao longo da sucessão. O empilhamento estratigráfico da unidade sugere uma sedimentação com tendência progradante-retrogradanteprogradante. Esta sedimentação está relacionada com prováveis eventos de subsidência termal (inicial) e flexural, responsáveis por gerar o espaço de acomodação e desenvolver os sistemas deposicionais. As formações do Grupo Águas Claras estão inseridas em três sequências deposicionais de terceira ordem, compostas por diferentes tratos de sistemas que refletem flutuações do nível do mar Águas Claras durante o Paleoproterozoico da Bacia de Carajás.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Paleoambiente da formação mosquito e a implantação do sistema desértico úmido da formação corda, jurássico superior, Centro-Oeste da Bacia do Parnaíba(Universidade Federal do Pará, 2013-03-06) RABELO, Cleber Eduardo Neri; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998O Mesozóico foi marcado por mudanças geológicas significativas, decorrentes de soerguimentos resultante da orogenia Gonduanide, que possibilitou a implantação de sistemas desérticos concomitantemente com expressivos eventos magmáticos. Na Bacia do Parnaíba, Nordeste do Brasil, estes eventos estão registrados nas unidades siliciclásticas do Triássico, os arenitos da Formação Sambaíba, representadas pelos derrames basálticos e arenitos fluviais e eólicos subordinados da Formação Mosquito e pelos arenitos flúvio-eólicos da Formação Corda. O estudo de fácies e estratigráfico realizado em afloramentos e testemunhos de sondagem na região entre Formosa da Serra Negra e Montes Altos, Estado do Maranhão, possibilitou reconstituir o paleoambiente do topo da Formação Mosquito e da Formação Corda, e inferir condições paleoclimáticas para a porção centro-oeste da Bacia do Parnaíba durante o Jurássico. Foram identificadas vinte fácies sedimentares agrupadas em cinco associações de fácies (AF) representativas de uma planície vulcânica com depósitos fluviais esporádicos e arenitos eólicos subordinados (AF1-Formação Mosquito), sucedida pela instalação de um sistema desértico úmido (AF2-AF5; Formação Corda). A planície vulcânica (AF1) constitui derrames basálticos intercalados com arenitos finos a grossos (arenitos intertrap) compostos por grãos arredondados a subangulosos de quartzo, feldspatos e fragmentos de vidro vulcânico. Os arenitos apresentam estratificações plano-paralela e cruzada de baixo ângulo, preenchendo geometria de canal ou em corpos tabulares. Depósitos de canal fluvial entrelaçado (AF2) consistem em conglomerados polimíticos, com grânulos e seixos subarredondados a angulosos de basalto, e arenitos grossos com estratificação cruzada acanalada e acamamento maciço. Os lençóis arenosos (AF3) foram divididos em dois elementos arquiteturais (EA), o primeiro (EA1) consistem em arenitos finos a muitos com geometria tabular e estruturas de deformação, o segundo (EA2) é composto por arenito fino a grosso com estratificação cruzada acanalada e laminação cruzada cavalgante, gutter cast de pequeno porte. O campo de dunas (AF4) foi subdividido em dois conjuntos de fácies (C), o primeiro (CI) é caracterizado por arenitos com estratificações cruzadas tabular e tangencial de pequeno a médio porte, estratificação planoparalela e laminação cruzada cavalgante transladante subcrítica. O segundo (CII) consiste de arenitos finos a médios, moderadamente selecionados, laminação ondulada e estruturas de adesão e gretas de contração com rip-up clast, curled mud flakes, forma ciclos de raseamento centimétricos, com topo marcado por horizontes mosqueados, ricos em óxido/hidróxido de ferro, bioturbações e gretas de contração, interpretados como depósitos de interdunas úmidas. Os lobos de suspensão (AF5) consistem em arenitos finos intercalados com pelitos e arenito/pelito com estratificação cruzada complexa. A abundância de esmectita na AF4 aponta para condições de clima semiárido. No Jurássico, a região centro-oeste da Bacia do Parnaíba, foi submetida a movimentos distensivos com recorrência de derrames básicos advindos de fissuras na crosta. Durante os intervalos de aquiescência sedimentos de rios efêmeros preenchiam depressões ou espraiavam-se na planície vulcânica. O final da atividade magmática foi sucedido pela implantação do desérto Corda com campo de dunas e canais fluviais efêmeros (wadi) que retrabalharam parte da planície vulcânica e esporadicamente invadiam os lençóis arenosos. Comparado aos ergs do Permo-Triássico (Formação Sambaíba), o deserto Jurássico da Formação Corda foi mais úmido e menos extenso precedendo os sistemas fluviais e costeiros de clima mais ameno do Cretáceo da Bacia do Parnaíba.Tese Acesso aberto (Open Access) Paleoambiente e proveniência da formação cabeças da bacia do Parnaíba: evidências da glaciação famenniana e implicações na potencialidade do reservatório(Universidade Federal do Pará, 2014-06-10) BARBOSA, Roberto César de Mendonça; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998O histórico de prospecção de hidrocarbonetos da Bacia Paleozoica do Parnaíba, situada no norte-nordeste do Brasil, sempre foi considerado desfavorável quando comparado aos super-reservatórios estimados do Pré-Sal das bacias da Margem Atlântica e até mesmo interiores, como a Bacia do Solimões. No entanto, a descoberta de gás natural em depósitos da superseqüência mesodevoniana-eocarbonífera do Grupo Canindé, que incluem as formações Pimenteiras, Cabeças e Longá, impulsionou novas pesquisas no intuito de refinar a caracterização paleoambiental, paleogeográfica, bem como, entender o sistema petrolífero, os possíveis plays e a potencialidade do reservatório Cabeças. A avaliação faciológica e estratigráfica com ênfase no registro da tectônica glacial, em combinação com a geocronologia de zircão detrítico permitiu interpretar o paleoambiente e a proveniência do reservatório Cabeças. Seis associações de fácies agrupadas em sucessões aflorantes, com espessura máxima de até 60m registram a evolução de um sistema deltaico Devoniano influenciado por processos glaciais principalmente no topo da unidade. 1) frente deltaica distal, composta por argilito maciço, conglomerado maciço, arenito com acamamento maciço, laminação plana e estratificação cruzada sigmoidal 2) frente deltaica proximal, representada pelas fácies arenito maciço, arenito com laminação plana, arenito com estratificação cruzada sigmoidal e conglomerado maciço; 3) planície deltaica, representada pelas fácies argilito laminado, arenito maciço, arenito com estratificação cruzada acanalada e conglomerado maciço; 4) shoreface glacial, composta pelas fácies arenito com marcas onduladas e arenito com estratificação cruzada hummocky; 5) depósitos subglaciais, que englobam as fácies diamictito maciço, diamictito com pods de arenito e brecha intraformacional; e 6) frente deltaica de degelo, constituída pelas fácies arenito maciço, arenito deformado, arenito com laminação plana, arenito com laminação cruzada cavalgante e arenito com estratificação cruzada sigmoidal. Durante o Fammeniano (374-359 Ma) uma frente deltaica dominada por processos fluviais progradava para NW (borda leste) e para NE (borda oeste) sobre uma plataforma influenciada por ondas de tempestade (Formação Pimenteiras). Na borda leste da bacia, o padrão de paleocorrente e o espectro de idades U-Pb em zircão detrítico indicam que o delta Cabeças foi alimentado por áreas fonte situadas a sudeste da Bacia do Parnaíba, provavelmente da Província Borborema. Grãos de zircão com idade mesoproterozóica (~ 1.039 – 1.009 Ma) e neoproterozóica (~ 654 Ma) são os mais populosos ao contrário dos grãos com idade arqueana (~ 2.508 – 2.678 Ma) e paleoproterozóica (~ 2.054 – 1.992 Ma). O grão de zircão concordante mais novo forneceu idade 206Pb/238U de 501,20 ± 6,35 Ma (95% concordante) indicando idades de áreas-fonte cambrianas. As principais fontes de sedimentos do delta Cabeças na borda leste são produto de rochas do Domínio Zona Transversal e de plútons Brasilianos encontrados no embasamento a sudeste da Bacia do Parnaíba, com pequena contribuição de sedimentos oriundos de rochas do Domínio Ceará Central e da porção ocidental do Domínio Rio Grande do Norte. No Famenniano, a movimentação do supercontinente Gondwana para o polo sul culminou na implantação de condições glaciais concomitantemente com o rebaixamento do nível do mar e exposição da região costeira. O avanço das geleiras sobre o embasamento e depósitos deltaicos gerou erosão, deposição de diamictons com clastos exóticos e facetados, além de estruturas glaciotectônicas tais como plano de descolamento, foliação, boudins, dobras, duplex, falhas e fraturas que refletem um cisalhamento tangencial em regime rúptil-dúctil. O substrato apresentava-se inconsolidado e saturados em água com temperatura levemente abaixo do ponto de fusão do gelo (permafrost quente). Corpos podiformes de arenito imersos em corpos lenticulares de diamicton foram formados pela ruptura de camadas pelo cisalhamento subglacial. Lentes de conglomerados esporádicas (dump structures) nos depósitos de shoreface sugere queda de detritos ligados a icebergs em fases de recuo da geleira. A elevação da temperatura no final do Famenniano reflete a rotação destral do Gondwana e migração do polo sul da porção ocidental da América do Sul e para o oeste da África. Esta nova configuração paleogeográfica posicionou a Bacia do Parnaíba em regiões subtropicais iniciando o recuo de geleiras e a influência do rebound isostático. O alívio de pressão é indicado pela geração de sills e diques clásticos, estruturas ball-and-pillow, rompimento de camadas e brechas. Falhas de cavalgamento associadas à diamictitos com foliação na borda oeste da bacia sugerem que as geleiras migravam para NNE. O contínuo aumento do nível do mar relativo propiciou a instalação de sedimentação deltaica durante o degelo e posteriormente a implantação de uma plataforma transgressiva (Formação Longá). Diamictitos interdigitados com depósitos de frente deltaica na porção superior da Formação Cabeças correspondem a intervalos com baixo volume de poros e podem representar trapas estratigráficas secundárias no reservatório. As anisotropias primárias subglaciais do topo da sucessão Cabeças, em ambas as bordas da Bacia do Parnaíba, estende a influência glacial e abre uma nova perspectiva sobre a potencialidade efetiva do reservatório Cabeças do sistema petrolífero Mesodevoniano-Eocarbonífero da referida bacia.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Rochas geradoras da Formação Guia, Neoproterozoico do sul do Cráton Amazônico, região de Cáceres e Nobres, estado do Mato Grosso(Universidade Federal do Pará, 2018-10-24) BEZERRA JUNIOR, Alexandre Castelo Branco; SILVA JUNIOR, José Bandeira Cavalcante da; http://lattes.cnpq.br/8615194741719443Extensos mares epíricos instalados na porção oeste do Gondwana, no final do Neoproterozoico, foram influenciados pelo último evento glacial global Marinoano (635 Ma) ligado a hipótese de Snowball Earth. A rápida mudança nas condições de icehouse para greenhouse favoreceu o desenvolvimento de extensas plataformas carbonáticas na margem sudeste do Cráton Amazônico, num contexto de Bacia Intracratônica, invertida no início do Paleozoico. Nesta região, estão expostos os depósitos do Grupo Araras, que registram a evolução das plataformas carbonáticas pós-glaciais. O Grupo Araras é composto, da base para o topo, pelas formações Mirassol d’Oeste (capa dolomítica), Guia (capa calcária), Serra do Quilombo e Nobres. A Formação Guia, objeto deste estudo, tem a sua base interpretada como capa calcária com até 30 metros de espessura nas ocorrências sobre o Cráton e depósitos de plataforma com até 225 metros na Bacia Intracratônica. Esta unidade consiste em calcários micríticos e folhelhos transgressivos ricos em matéria orgânica apresentando excelentes exposições nas regiões de Cáceres e Nobres, Estado do Mato Grosso, consistindo nas seguintes fácies/microfácies: mudstone calcífero (Mc); wackestone com terrígenos (Wt); mudstone com instraclastos (Mi); e brecha calcária (Bc). Este monótono conjunto de fácies/microfácies foi interpretado como um paleoambiente de plataforma marinha rasa abaixo do nível de ondas de tempestades, na zona offshore, sob condições redutoras. Estilólitos e dissolution seams são frequentes nas microfácies Mc e Wt, assim como, a presença de betume e pirita preenchendo poros intercristalinos. A fácies Wt apresenta conteúdo de terrígenos acima de 10%, representados por grãos de quartzo e muscovita, ambos variando de silte a areia fina. A análise dos grãos de quartzo por catodoluminescência indicam proveniência de fontes ígneas e metamórficas de médio a alto grau. A quantidade anômala de terrígenos disseminados nas fácies micríticas, considerada uma inversão textural, sugere influxo siliciclástico de margens próximas da bacia condizentes com um contexto paleogeogr fico de mares epíricos proposto para o núcleo do Gondwana Oeste. A análisede Conteúdo Orgânico Total (COT) indicou na sucessão aflorante na região de Cáceres valores de COT entre 0,06% a 0,23%, enquanto na região de Nobres, os depósitos apresentam valores entre 0,05 e 0,27%, condizentes com acumulações neoproterozoicas ao redor do mundo (geralmente inferiores a 1%). Esta acumulação de hidrocarboneto, apesar de inviável economicamente, compõe um sistema petrolífero não-convencional denominado de Araras. De tal forma que a sucessão estudada (Fm. Guia) constitui a rocha geradora e reservatório deste sistema e os dolomitos da Formação Serra do Quilombo representam a rocha selante. São registradas pelo menos duas fases de migração de hidrocarboneto, associados aos eventos tectônicos no Ediacarano superior e início do Paleozoico, com a abertura das bacias do Parecis e Paraná.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A sucessão siliciclástica paleoproterozóica associada ao depósito de manganês do Azul da Serra dos Carajás(Universidade Federal do Pará, 2017-11-21) COSTA, Franco Felipe Oliveira da; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998Os depósitos de Manganês pré-cambrianos da Serra dos Carajás têm sido estudados sob enfoque da geoquímica e de recursos minerais na única exposição da Mina do Igarapé Azul. Do ponto de vista estratigráfico trabalhos prévios têm incluído esses depósitos no Grupo Grão Pará que encerra rochas vulcânicas e formações ferríferas bandadas arqueanas ou nos depósitos siliciclásticos finos paleoproterozoicos do Membro Inferior da Formação Águas Claras. A análise faciológica e estratigráfica desta sucessão pelítica incluiu exposições da Mina do Igarapé Azul e a sucessão de 11 testemunhos de sondagem com destaque para a seção do furo 706 do Projeto Manganês do Azul, datado em 2,1 Ga (datação em pirita diagenética), confirmou a Formação Águas Claras como hospedeira do minério de Manganês. A sucessão foi estudada numa seção SE-NW, que inclui testemunhos distribuídos desde a porção do platô N4 (Domínio N4), passando pela Mina do Igarapé Azul (Domínio Azul) até as ocorrências no Igarapé Águas Claras (Domínio Águas Claras), perfazendo 25 km de extensão. Em relação aos demais segmentos, o Domínio Azul encontra-se encaixado na Falha Carajás, interpretado previamente como um bloco alçado. Apesar das descontinuidades estruturais, hidrotermalismo e/ou baixo grau de metamorfismo (?), as fácies deposicionais não foram alteradas, permitindo avaliar os processos sedimentares, interpretar o paleoambiente. Foram identificadas duas sucessões deposicionais em contato discordante erosivo. A Sucessão inferior corresponde aos depósitos de plataforma marinha que consiste em duas associações (AF): 1) offshore (AF1), caracterizada por intercalações de arenitos finos com pelitos maciços e laminados com base escavada ou plana, formando ciclos granodecrescentes ascendentes de escala centimétrica, interpretados como turbiditos distais de baixa densidade ligados as fases finais de desaceleração de fluxos turbulentos; e 2) offshore-transition a shoreface (AF2), representados por arenitos finos e siltitos manganesíferos maciços e laminados; siltito com laminações cruzadas, onduladas, truncamento de baixo ângulo e laminação pinch-and-swell indicando fluxos oscilatório e combinado (tempestades). O conteúdo de carbono orgânico total (COT) de até 1% dos pelitos carbonosos indicam condições de deposição dominantemente anaeróbicas no offshore. Os arenitos médios a grossos maciços da Sucessão superior (AF3) exibem estratificação cruzada tabular e plano-paralela e representam a migração de formas de leito durante incisão de canais entrelaçados sobre os depósitos de plataforma marinha, evidenciado por vários seixos de pelito nos foresets e base dos sets das estratificações cruzadas. A precipitação primária de Mn está associada a forma de óxido-hidróxidos através da oxidação de Mn+2 acima da interface redox em condições favoráveis de oxigenação na zona de offshore-transition a shoreface, simultaneamente a deposição das fácies influenciadas por ondas. Ciclos granocrescentes ascendentes de escala métrica formados por siltito manganesíferos/lâmina de óxido de Mn e siltito/arenito com estruturas produzidas por ondas sugerem recorrência da precipitação de Mn durante a deposição da Formação Águas Claras. É possível que o modelo mais coerente para deposição primária de Mn da Mina do Azul esteja relacionado à precipitação dominante de óxidos-hidróxidos em plataforma marinha rasa na zona de offshore-transition a shoreface, e uma fase carbonática subordinada relacionada ao offshore. Isto fornece uma nova perspectiva para o entendimento evolutivo dos mares pré-cambrianos sem correlação com análogos modernos, no Cráton Amazônico.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A sucessão siliciclástica-carbonática neocarbonífera da bacia do Amazonas, regiões de Monte Alegre e Itaituba (PA)(Universidade Federal do Pará, 2010-03-14) LIMA, Hozerlan Pereira; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998Registros sedimentares do Neocarbonífero, particularmente do Moscoviano, na Bacia do Amazonas, Norte do Brasil, caracterizam a zona de contato entre as formações Monte Alegre (rochas siliciclásticas) e Itaituba (rochas carbonáticas). A análise faciológica da sucessão Moscoviana de até 40 m de espessura, exposta na região de Monte Alegre e Itaituba, Estado do Pará, permitiu identificar 5 associações de fácies (AF), que correspondem a depósitos estabelecidos no ambiente costeiro, representados por dunas/intedunas eólicas (AF1), lençóis de areia/wadi (AF2), laguna/washover (AF3), praia/planície de maré (AF4) e laguna/delta de maré (AF5). A associação de campo de dunas/interdunas (AF1) é constituída por arenitos finos a médios, bimodais com estratificação cruzada de médio porte, laminação cavalgante transladante subcrítica e arenitos com gradação inversa. Arenitos finos com acamamento maciço, marcas de raízes e, subordinadamente, verrugas de aderência (adhesion warts), ocorrem nos limites dos sets de estratificação cruzada e indicam, respectivamente, paleossolos e migração de grãos por ação eólica sobre interduna úmida. Depósitos de lençóis de areia/wadi (AF2) são compostos de arenitos finos a médios com estratificação plano-paralela e laminação cavalgante transladante subcrítica, relacionados a superfícies de deflação (lençóis de areia), enquanto arenitos finos a médios com estratificações cruzadas tangencial e recumbente, e acamamento convoluto, caracterizam rios efêmeros com alta energia. Pelitos laminados e arenitos finos com laminação cruzada cavalgante, contendo o icnofóssil Palaeophycus, representam sedimentação em ambiente de baixa energia e foram agrupados na associação de laguna/washover (AF3). Os depósitos de praia/planície de maré (AF4) consistem em arenitos finos a médios, com estratificação plano-paralela a cruzada de baixo ângulo, intercalados com lentes de dolomito fino maciço, localmente truncados por arenitos finos a médios. Estas fácies foram formadas pelo fluxo-refluxo em ambiente de praia, localmente retrabalhadas por pequenos canais, enquanto o carbonato é interpretado como precipitado em poças (ponds). Na AF4 encontram-se também pelitos laminados com gretas de contração, lâminas curvadas de argila e arenitos com estratificação cruzada tabular de pequeno a médio porte, contendo filmes de argila sobre foresets e superfícies de reativação, sugerindo a migração de sandwaves na intermaré. A associação de laguna/delta de maré (AF5) é constituída por calcários dolomitizados (mudstones, wackestones, packstones e grainstones) com poros do tipo vug e móldicos e bioclastos de braquiópodes, equinodermas, foraminíferos, ostracodes, briozoários, trilobitas, moluscos e coral isolado não fragmentado, além do ichnofóssil Thalassinoides. Conglomerados com seixos de calcário dolomitizado, arenitos finos com estratificação cruzada de baixo ângulo e superfícies de reativação, localmente sobrepostos por arenitos finos com estratificação cruzada sigmoidal e laminação cruzada cavalgante, foram interpretados como depósitos de tidal inlet e delta de maré. As associações de fácies/microfácies e os dados paleontológicos descritos neste trabalho corroboram a predominância de ambientes lagunares, em parte, conectados a um ambiente desértico costeiro para o intervalo de transição entre as formações Monte Alegre e Itaituba. A abundância de grãos arredondados de areia fina nas fácies carbonáticas corrobora influxo siliciclástico advindo do ambiente desértico adjacente ao ambiente costeiro. Condições mais quentes e tropicais para a sucessão estudada são também indicadas pela presença de carbonatos e argilominerais como illita e, principalmente, esmectita, bem como uma fauna diversificada. Os litotipos siliciclásticos e carbonáticos intercalados que caracterizam a fase final da deposição Monte Alegre e o início da sedimentação Itaituba, justificam sua representação em um mesmo sistema deposicional costeiro.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A transição neoproterozoico-eopaleozoico no Graben Pimenta Bueno, NW da bacia dos Parecis, estado de Rondônia(Universidade Federal do Pará, 2016-05-30) AFONSO, Jhon Willy Lopes; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998O Graben Pimenta Bueno (GPB) representa uma sub-bacia da porção noroeste da Bacia Parecis, implantada sobre o sudoeste do Cráton Amazônico, preenchido por uma sucessão de rochas siliciclásticas e, subordinadamente carbonáticas de aproximadamente 1000 m de espessura em subsuperfície. Parte da sucessão siliciclástica de idade paleozoica exposta no GPB recobre rochas do embasamento cristalino e depósitos carbonáticos e siliciclásticos que foram previamente considerados como de idade paleozoica. A análise faciológica e estratigráfica da sucessão aflorante nos arredores dos municípios de Cacoal, Pimenta Bueno e Espigão d’Oeste, Estado de Rondônia, permitiram redescrever e redefinir as unidades basais do GPB, incluídas previamente nas formações Cacoal e Pimenta Bueno da Bacia dos Parecis. A Formação Cacoal que sobrepõe rochas cristalinas Pré-cambrianas, foi redefinida em duas unidades: uma homônima caracterizada por diamictitos e arenitos com dropstones, e a outra denominada de Formação Espigão d’Oeste que inclui dolomitos rosados, ritmito dolomito-siltito, e uma espessa sucessão de siltitos. Ambas as unidades foram inseridas na base do Ediacarano, e correlatas, respectivamente, aos depósitos glaciais e pós-glaciais ligados ao evento global Marinoano (635 Ma) relacionado à hipótese de Snowball-Slushball Earth. Estas unidades fazem parte da cobertura do embasamento do GPB, sem nenhuma relação com a sucessão paleozoica da Bacia dos Parecis. Os dolomitos rosados são interpretados como capa carbonática neoproterozoica, recoberta em discordância pela Formação Pimenta Bueno considerada de idade ordoviciana-siluriana. Vinte fácies sedimentares agrupadas em oito associações de fácies (AF) foram interpretadas como depósitos glácio-marinho, de plataforma carbonática e siliciclástica e depósitos costeiros influenciados por tempestades e maré. Os depósitos glácio-marinhos (AF1) da Formação Cacoal consistem em diamictito com clastos facetados e estriados (blocos e seixos de granito, gnaisse, rocha vulcânica, filitos, arenitos, pelitos e chert) intercalados com arenitos finos a médios com laminação cruzada cavalgante e raros dropstones. A capa carbonática da Formação Espigão d’Oeste é formada pela AF2 e AF3. A AF2 abrange doloboundstones e dolomudstones/dolopackstones rosados, peloidais e finamente laminados, depositados em plataforma carbonática marinha rasa com influência de onda, que passam em direção ao topo para uma sucessão de ritmitos dolomito/siltito lagunares (AF3). Valores de δ13C de –3,66 a -3,03 ‰ encontrados na AF2 e AF3, são típicos de capas carbonáticas marinoanas. A Formação Pimenta Bueno consiste em diamictitos maciços contendo clastos centimétricos até métricos, estriados e de composição variada e pelitos com dropstones intercalados por arenitos com estratificação cruzada sigmoidal, por vezes com estrutura tipo dump. Sucessões granocrescentes ascendentes foram interpretadas como ciclos de avanço e recuo de geleiras costeiras, com desenvolvimento de deltas de degelo (AF4). A consequente subida do nível do mar permitiu a instalação de zonas litorâneas dominadas por tempestades representadas por arenito com estratificação cruzada hummocky e pelito laminado (AF5), além de depósitos de shoreface (AF6) indicados por arenitos finos a médios com estratificação cruzada swaley. Arenitos com estratificação cruzada e mud drapes nos foresets e ritmitos arenito/pelito sugerem deposição em zona de submaré (AF7) e provável conexão oceânica do mar siluriano sem influência dos fenômenos glaciais. Pelitos laminados e maciços com arenitos lobados e laminação cruzada, localmente com Skolithos, em sucessões granocrescentes indicam progradação de lobos de suspensão em lagos ou mar restrito (AF8). A recorrência de eventos glaciais na sucessão estudada indica condições climáticas extremas de Snowball-Slushball Earth estenderam-se até a porção mais sudoeste do Cráton Amazônico durante o Neoproterozoico. As glaciações só retornaram a esta parte da Amazônia no final do Ordoviciano com registros importantes nas bacias intracratônicas do Brasil.
