Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia - PPGCOM/ILC
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/4452
O Programa de Pós-graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia (PPGCOM) é vinculado ao Instituto de Letras e Comunicação (ILC) da Universidade Federal do Pará (UFPA) e iniciou suas atividades no ano de 2010, com a implantação do seu curso de mestrado, autorizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES). Sua proposta geral é promover a análise dos fenômenos comunicacionais em sua relação com as práticas culturais e sociais contemporâneas e em suas peculiaridades na Amazônia, aprofundando o conhecimento profissional e acadêmico e possibilitando a formação de pesquisadores na área da Comunicação.
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia - PPGCOM/ILC por CNPq "CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAO::TEORIA DA COMUNICACAO"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Amazônicos e tecnológicos: os Suruís de Rondônia e suas articulações globais(Universidade Federal do Pará, 2012-08-03) COSTA, Tamiles do Espírito Santo; AMARAL FILHO, Otacílio; http://lattes.cnpq.br/2605877670235703Esta pesquisa objetiva descrever e analisar a experiência da comunidade indígena do povo Paiter-Suruí, situada entre os Estados de Rondônia e Mato Grosso, a qual vivencia um processo de inserção tecnológica. Com base em materiais divulgados na internet sobre as parcerias firmadas pelos suruís, com destaque para a formalizada com a multinacional Google, é realizado um estudo da mudança de posição do índio amazônico, relegado historicamente à subalternidade e que, nesse novo cenário tecnológico, ganha voz e capacidade de interferência em sua própria narrativa, em especial, com a utilização da internet. A partir dos conceitos de “ver” e “olhar”, “capital social” e de um apanhado sobre o imaginário construído acerca do indígena, pretende-se subsidiar uma breve análise fenomenológica apoiada pela realização de pesquisa de campo, que busca responder como os suruís enxergam subjetivamente os fenômenos objetivos que vivenciam. Além disso, outras discussões periféricas serão levantadas no decorrer do trabalho, como o pós-colonialismo, o diálogo entre tradição e modernidade e a hibridização das culturas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Cartografia movente: uma postura de pesquisa em comunicação na Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2013-08-30) MIRANDA, Fernanda Chocron; MALCHER, Maria Ataide; http://lattes.cnpq.br/5418062253829906Nesta dissertação, proponho uma discussão sobre o que denomino de cartografia movente, que é resultado de diversas articulações traçadas nos caminhos e recaminhos que estabeleci ao "mergulhar" na obra de Jesús Martín-Barbero em busca de marcas de sua trajetória de pesquisa-vida e da chamada "cartografia que se move". Ao longo desse enfrentamento, que se deu em diálogo com autores como Edgar Morin, observei que a cartografia movente se apresenta como postura de pesquisa-vida, em que o investigador se permite afetar pelo que estuda, revelando as diferentes faces de uma ciência diurna e noturna, a partir da qual se é pesquisador integralmente e aquilo que o constitui socioculturalmente integra a investigação e conduz seus caminhos. Como elemento central para as discussões sobre cartografia movente estão algumas situações chave que experienciei em cenários empíricos específicos do estado do Pará e que delinearam minha formação acadêmica antes mesmo do ingresso na Pós-Graduação. No exercício de ser pesquisadora e parte da pesquisa, comento os desafios e singularidades que delineiam os cenários empíricos da região, em especial a partir do conceito de cidadesflorestas observado por Pacheco (2006), um dos exemplos que percebo como realidades comunicacionais (logo, socioculturais), por entender, a partir de autores da área da comunicação, como Vera França e José Luiz Braga, que a comunicação se constitui como a força que dá liga ao social, aquilo que conecta as pessoas culturalmente. Assim, também demarco meu posicionamento frente à discussão epistemológica da área da Comunicação, que chama a atenção dos pesquisadores para a importância de estabelecer um “ângulo especial para olhar a sociedade”, o que, por sua vez, não inviabiliza a cartografia movente e sim delimita seu ângulo de entrada. Nesse sentido, o trabalho se aproxima da discussão do que seria investigar o objeto de estudo da comunicação e qual a contribuição da nossa área para a compreensão das realidades comunicacionais (logo, socioculturais) que observamos na paisagem movente da Amazônia.Tese Acesso aberto (Open Access) Comunicação, neoconservadorismo e reconhecimento: tensões, contradições e disputas acerca das noções de família no Brasil em ambientes de visibilidade ampliada(Universidade Federal do Pará, 2023-09-29) SEREJO, Elias Santos; LAGE, Danila Gentil Rodriguez Cal; http://lattes.cnpq.br/4593992869253877; https://orcid.org/0000-0003-3243-8368As crises democráticas e as rupturas políticas marcadas pelo golpe de 2016, que polarizaram o debate público no Brasil, nos mostraram que as noções de família têm pautado as discussões contemporâneas, sobretudo quando tensionadas a partir dos avanços das lutas por reconhecimento encampadas pelas populações LGBTQIA+ e das mulheres, por meio do debate feminista de gênero. Em diferentes espaços, pudemos assistir à mobilização do conceito de família tradicional, ou nuclear, como recurso de enfrentamento às mudanças sociais oriundas da visibilidade de outras relações e formas de ser e viver. Ao mesmo tempo, também vislumbramos em arenas de debates a afirmação de que, como um constructo histórico-social, a entidade familiar é mutável e diversa. Nesse contexto, nos perguntamos: quais argumentos são postos na esfera pública para defender uma ou outra forma de lidar com o tema? E os media como atuam nesse contexto? Essas perguntas instigaram esta pesquisa. Nosso objetivo geral neste trabalho é compreender como as noções de família pautam o debate político contemporâneo a partir das tensões oriundas da atuação de movimentos sociais e dos sentidos produzidos acerca da categoria família nos media. Especificamente queremos: a) Identificar quais sentidos/noções sobre família emergem em diferentes contextos comunicacionais; b) Investigar quais argumentos sobre família emergem em diferentes contextos comunicacionais a partir da tensão ocasionada pelas relações entre pessoas LGBTQIA+; c) Identificar quais marcos contemporâneos são determinantes para o debate sobre famílias na agenda política; d) Entender qual noção de política ou de democracia que subjaz os discursos sobre famílias e quais elementos/características/aspectos da entidade familiar estão em disputa; f) Compreender como os movimentos sociais de espectros políticos distintos (conservadores e progressistas) constroem suas agendas políticas acerca da categoria família. Para isso, nos debruçamos sobre um arcabouço teórico a fim de compreender os elementos que levaram à ascensão da extrema direita em democracias ocidentais, a conveniente parceria entre neoconservadores e cristãos fundamentalistas, sobretudo evangélicos, e a força do neoliberalismo operando como racionalidade nas relações sociais; o papel dos media na inserção de temáticas para discussão na esfera pública e como os movimentos sociais se apropriam de ambientes de visibilidade ampliada para reverberar suas pautas. O corpus de análise consiste em textos publicados nos portais de notícias O Globo e Estadão; e o conteúdo de sites de organizações progressistas (Abrafh e Aliança LGBTI+) e conservadores (Instituto Plínio Corrêa Oliveira e Movimento em Defesa da Família). Para responder nossas questões, desenvolvemos uma Análise de Conteúdo com suporte tecnológico do software Iramuteq, que nos auxiliou na sistematização dos dados. Para cada dimensão estabelecemos temáticas elaboradas a partir da Classificação Hierárquica Descendente (CHD) oriunda do Método de Reinert, produzido pelo software. A tematização nos permitiu compreender os argumentos sobre famílias disponibilizados que versam sobre a defesa de uma estrutura rígida, que contribui com a manutenção da tradicionalidade e uma noção ampliada de família. A família é percebida como uma entidade central na sociedade e nas discussões contemporâneas, especialmente em momentos de crise política. A relação entre tradição e família é complexa, onde a tradição pode reforçar a família, mas também pode limitar seu entendimento e aceitação de novas formas de família. Existe uma tensão entre as visões tradicionais da família e as lutas por reconhecimento, especialmente das populações LGBTQIA+. A "família tradicional" é frequentemente contraposta às mudanças sociais e à visibilidade de outras formas de relacionamentos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Da teoria à prática: uma análise das ações da ONG Projeto Saúde e Alegria no Telecentro Comunitário de Suruacá no Rio Tapajós(Universidade Federal do Pará, 2013) CORDEIRO, Everaldo de Souza; CASTRO, Fábio Fonseca de; http://lattes.cnpq.br/5700042332015787Este estudo é o resultado de uma pesquisa que analisou a relação entre teoria e prática das ações propostas pela Organização Não Governamental Projeto Saúde e Alegria (ONG-PSA), na localidade de Suruacá, no rio Tapajós, no município de Santarém, oeste paraense. A problemática de investigação foi conduzida a partir de dois questionamentos centrais: Como se dá a relação entre teoria e prática no que se refere ao trabalho desenvolvido pelo Projeto Saúde e Alegria no Telecentro Comunitário de Suruacá? E qual o impacto que o uso de novos meios comunicacionais causou na vivência cultural na área pesquisada? A análise dos dados foi produzida, a partir do levantamento bibliográfico e documental sobre as ações da ONG, de dados disponibilizados no site oficial do PSA, do vídeo institucional da ONG, do que se viu e ouviu na localidade Suruacá e da visão de pesquisadores e agentes das áreas de Comunicação, Cultura e Educação que atuam fora do PSA. Entre os resultados da pesquisa, constatou-se que a proposta publicizada pelo Projeto corresponde com a descrição da entrevista realizada com os moradores do local que nos últimos 25 anos têm acompanhado, trabalhado e recebido as ações do PSA. Percebeu-se que há uma práxis convergente presente na relação comunicacional e educacional entre o PSA e Suruacá, não de natureza exclusivamente dialética, mas também dialógica, no sentido de complexidade entendida no pensamento de Morin (1991), das mediações do pensamento de Martín-Barbero (1997) e da dialogicidade profunda no pensamento de Freire (1996), em processos envolvendo Comunicação, Cultura e Educação em Suruacá, mas pondera-se que a presença desta ONG no interior da Amazônia brasileira não dispensa a ação do estado na efetivação de políticas públicas nas áreas de comunicação, cultura, educação e saúde.Tese Acesso aberto (Open Access) Entrelaces da resistência: comunicação e práticas emancipatórias de mulheres negras trançadeiras da Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2023-06-13) SOUSA, Raissa Lennon Nascimento; AMORIM, Célia Regina Trindade Chagas; http://lattes.cnpq.br/9650931755253248A pesquisa tem enfoque nas práticas emancipatórias de mulheres negras trançadeiras que vivem na Amazônia paraense (Belém/Pará). Compreendemos a atividade trancista como experiência comunicativa de resistência, autonomia econômica e superação das opressões que atingem mulheres negras amazônidas. O trançado, para negras e negros, não é apenas uma questão de estética ou vaidade, representa um encontro com a ancestralidade africana e com a afirmação de uma identidade que é relegada historicamente em uma sociedade racista. Para Nilma Lino Gomes (2019), o cabelo e o corpo podem ser considerados expressões da identidade negra brasileira, uma vez que são símbolos de relações de violência e de desigualdades étnico-raciais. O objetivo deste trabalho é entender, à luz da comunicação e das ciências sociais, os atravessamentos que as mulheres trançadeiras vivem no referente a questões como racismo, identidade negra, colonialidade, ancestralidade, territorialidade e resistência. Entendemos que a cultura do trançado na Amazônia possibilita formas singulares de comunicação divergentes da lógica do sistema patriarcal branco capitalista e colonialista. Como caminhos metodológicos com inspiração em Kilomba (2019), utilizamos uma investigação centrada nos sujeitos, por meio de entrevistas não diretivas (em profundidade) com mulheres negras trancistas, que trabalham em Belém do Pará. A partir dos relatos extraídos desse diálogo, entrelaçamos uma epistemologia descolonial e afrodiaspórica, no qual as narrativas das mulheres é que nos mostram os caminhos da pesquisa. Somos amparados pela noção da organização do vínculo e do “comum” de Muniz Sodré (2014), na teoria crítica de Paulo Freire (2018), nas reflexões de raça e gênero de Grada Kilomba (2019), bell hooks (2017) e Nilma Lino Gomes (2019), e na perspectiva da negritude na Amazônia de Zélia Amador de Deus (2019) e Vicente Salles (1971), entre outros. As práticas emancipatórias das mulheres trançadeiras acontecem por meio da superação das dificuldades econômicas, na solidariedade, na valorização de uma identidade racial negra, feminista e amazônida e, sobretudo, na relação comunicativa de ancestralidade negra promovida pelo trançado.Tese Acesso aberto (Open Access) Espetáculos Culturais Amazônicos: a festa como resistência e experiência estética(Universidade Federal do Pará, 2023-03-24) LIMA, Nair Santos; AMARAL FILHO, Otacílio; http://lattes.cnpq.br/2605877670235703; https://orcid.org/0000-0001-5467-8528A tese trata das festas da cultura amazônica com ênfase nos espetáculos culturais, as quais, ao longo do tempo, vêm sendo ressignificadas, a partir de seus lugares de tradição. A visibilidade desses eventos ocorre por meio da midiatização, processo auferido pelos meios tecnológicos de comunicação e potencializados por um modelo de globalização, que os naturaliza como produto mercadológico. Na condução da pesquisa evidenciou-se a diferença entre “festas amazônicas”, que são as manifestações culturais no âmbito do território brasileiro (Amazônia Legal), e “festas da cultura amazônica” – culminando com os “espetáculos culturais amazônicos”, que são aquelas constituídas da experiência estética do imaginário dessas populações e, portanto, próprias da cultura ribeirinha ou cabocla. Percebeu-se, ainda que o termo “caboclo” tem se reconfigurado desde que os saberes desses povos revelou uma importância ímpar no contexto cultural e inseridos nos espaços acadêmicos das várias ciências, consubstanciando-se, sobretudo, na ideia de uma cultura amazônica específica, de características intrínsecas do ser amazônico, como também da compreensão de pesquisadores amazônicos sobre o tema. O lócus de enunciação ocorre nas cidades de Juruti e Santarém, no estado do Pará e na cidade de Parintins, no Amazonas, cujo corpus de análise são: a festa das tribos, a festa do Sairé, e o festival folclórico de Parintins. A pesquisa bibliográfica foi o procedimento que conduziu todas as fases desse estudo e a análise do fenômeno se fundamenta teórica e metodologicamente na conversão semiótica – atividade mental de natureza simbólica produzida pelo pensamento humano e que atua na produção de novos sentidos. O corpus tem por base três documentários contemplados pela lei Aldir Blanc referentes às três festas, porém, outros audiovisuais sobre o ambiente das festas postados no YouTube, e selecionados por critério de relevância, representatividade e participação dos organizadores e/ou “fazedores da festa” serviram de apoio para a análise. Sob essa perspectiva, compreende-se que os espetáculos culturais amazônicos são meios de expressividade e resistência de uma cultura que opera como forma de comunicação, e que por meio da plataforma YouTube e linguagens da comunicação digital ou midiatizada, transpõe-se o local, ganha visibilidade, lucro e produz novos sentidos, quer sejam pelo restabelecimento dos vínculos de pertencimento com a cultura local ou dos modos de festejar e do estar-juntos.Tese Acesso aberto (Open Access) Estratégias discursivas e relações de poder na Imprensa de Vigia, Pará, no século XIX: O Liberal da Vigia, O Espelho e Cidade da Vigia(Universidade Federal do Pará, 2023-11-02) SANTA BRÍGIDA, Jessé Andrade; SEIXAS, Netília Silva dos Anjos; http://lattes.cnpq.br/2301685130625189Esta pesquisa se concentra na análise da expansão da imprensa na região amazônica durante o século XIX, com destaque para a cidade de Vigia, no Pará. Os jornais O Liberal da Vigia, O Espelho e Cidade da Vigia servem como objetos empíricos para investigação. A pesquisa formulou o problema central de como esses periódicos se tornaram espaços de circulação das relações de poder na cidade de Vigia durante o século XIX, por meio das estratégias discursivas que adotavam em suas apresentações aos leitores. Os objetivos gerais incluíram a identificação das estratégias discursivas e ideais políticos e sociais promovidos pelos jornais de Vigia, a análise do papel desses periódicos na instalação e manutenção da imprensa na cidade, a investigação da circulação de discursos na cidade e a avaliação da importância dos jornais como meios de comunicação e sujeitos discursivos. A metodologia utilizada envolveu a análise de discurso de vertente francesa, dos periódicos, com ênfase na identificação das estratégias discursivas relacionadas à apresentação editorial e aos sentidos políticos e sociais propostos pelos jornais nas 83 edições disponíveis em acervos. Além disso, a pesquisa utilizou análise documental e bibliográfica para contextualizar o período estudado e a relevância dos periódicos da época. Os resultados revelaram que os jornais eram simples, frequentemente com entre duas e cinco colunas de texto, com diagramação criativa, considerando as limitações de recursos. O conteúdo dos periódicos variava, com destaque para a pauta política nos jornais O Liberal da Vigia e O Espelho, alinhados ao Partido Liberal, que enfatizavam questões de educação e letramento. O Cidade da Vigia, ligado ao Partido Republicano, apresentava conteúdo administrativo devido ao número limitado de edições disponíveis, mas ainda refletia posturas políticas importantes. As estratégias discursivas adotadas pelos impressos estavam associadas à política e à religião, refletindo a relação dos habitantes de Vigia com questões católicas e propondo a ideia de civilidade que não ignorava a religião como parte fundamental da identidade do grupo social. O Espelho utilizava uma estratégia peculiar, alternando textos em prosa e verso para elevar o debate político para o campo das ideias, enquanto O Liberal da Vigia e o Cidade da Vigia destacava sua filiação a partidos políticos como meio de legitimar suas propostas. Embora não tenhamos encontrado uma defesa unificada da imprensa como instituição na cidade, os jornais desempenharam papéis importantes na circulação de discursos políticos e sociais, contribuindo para a consolidação do poder político na cidade. Os resultados indicam a necessidade de preservação e estudo desses periódicos, destacando seu papel na história da Amazônia e do Brasil. Essa pesquisa representa um primeiro passo para futuros estudos sobre jornais em outras cidades paraenses nos séculos XIX e XX.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Justiça nos trilhos: redes comunicativas de comunidades e movimentos sociais em defesa das atingidas e dos atingidos pela Vale S.A. na Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2018-03-16) SANTOS, Larissa Pereira; AMORIM, Célia Regina Trindade Chagas; http://lattes.cnpq.br/9650931755253248Este trabalho tem o objetivo de analisar a Justiça nos Trilhos como uma rede comunicativa de comunidades e movimentos sociais que atua em defesa das atingidas e dos atingidos pela Vale S.A. na Amazônia. Partimos da hipótese de que a Rede Justiça nos Trilhos é uma articulação comunicativa de comunidades e movimentos sociais que, ao desenvolver atividades nos espaços físicos e virtuais, denuncia impactos e promove direitos por meio de ações locais, nacionais e internacionais. A Rede surgiu em 2007, como uma campanha internacional realizada para buscar apoio às pessoas atingidas pela Vale S.A., e ganhou adesão de vários movimentos sociais, comunidades, sindicatos e organizações durante o Fórum Social Mundial (FSM), em 2009, na cidade de Belém do Pará. Diante disso, tomamos por base o seguinte questionamento: como ocorrem as articulações comunicativas da Rede Justiça nos Trilhos com as diferentes comunidades e movimentos sociais para fazer frente às ações da Vale S.A.? Outras inquietações também foram necessárias: Quais são seus objetivos? Quais atores sociais compõem a rede? Quais processos comunicacionais podem ser observados face a face e na internet como forma de articulação em rede? Na busca de respostas, dialogamos com as contribuições teóricas de Freire (1983), Wolton (2010), Gohn (2013, 2014), Scherer-Warren ( 2006, 2011), Castells (2013, 2015), Melucci (1989), Touraine (1989, 1998), Pinsky e Pinsky (2013), Mouffe (2003, 2015), Buber (1982), Peruzzo (2005, 2009, 2013, 2017), Paiva (2003) e Amorim (2018), dentre outros, para adentrarmos nos estudos sobre movimentos sociais, redes de movimentos sociais, formas de mobilizações sociais, ações coletivas, comunicação, cidadania e comunidade. A metodologia se constitui de uma abordagem qualitativo-descritiva, com o uso do método de Análise de Conteúdo para estudarmos as formas de organização da Justiça nos Trilhos na internet. Como técnicas de pesquisa, realizamos rodas de conversas, observação participante, seguidas de entrevistas abertas e semiestruturadas no Encontro da Juventude Atingida pela Mineração (Maranhão), no Encontro Regional dos Atingidos pela Mineração (Pará e Maranhão) e na Exposição e Ciclo de Debates “Do rio que era doce ao outro lado dos trilhos, os danos irreversíveis da mineração” (Pará), para entendermos suas redes de comunidades e movimentos sociais. Os encontros e o ciclo de debates ocorreram em junho, julho e agosto de 2017. Durante os meses de junho e julho de 2017, também monitoramos a página no Facebook e o site da Rede Justiça nos Trilhos, com o intuito de perceber as articulações em redes manifestadas na internet. Consideramos que as redes comunicativas da Justiça nos Trilhos são processos desenvolvidos no âmbito da comunicação comunitária, alternativa, popular e dialógica, tendo a transformação das comunidades atingidas pela Vale S.A. como objetivo central, ajudando, por meio do desenvolvimento de suas práticas nas redes sociais ou na internet, na construção e ampliação da cidadania.Tese Acesso aberto (Open Access) Os moradores de Belém e suas relações com a cidade: tessitura de uma cartografia comunicativa(Universidade Federal do Pará, 2023-04-12) KABUENGE, Nathan Nguangu; COSTA, Alda Cristina Silva da; http://lattes.cnpq.br/2403055637349630A presente tese analisou as construções narrativas que os moradores de Belém fazem de si, do outro e de Belém. Considerando as construções imaginárias que se estabelecem entre os moradores da capital paraense, o medo se constitui como um dos tensionamentos na tessitura das narrativas. Na análise, indagou-se: Como a cartografia de Belém permite observar os processos comunicativos de construção de si, do outro e da cidade? A pergunta instigou a buscar saber como os moradores de Belém se percebem numa relação entre o eu e o outro. No contemporâneo, a compreensão dessa relação Eu-Tu se justifica porque tal relação tem-se configurado como calculista, na medida em que faz do outro um Isso, e não o eu exteriorizado determinante no entendimento do agir humano. Como percurso metodológico, elaborou-se uma cartografia comunicativa, com a finalidade de tecer os sentidos atribuídos pelos indivíduos a si mesmos e ao outro, assim como aos espaços por eles vivenciados. A cartografia foi apreendida como relação de poder, tensões e força na negociação de sentidos e no controle do espaço enquanto produto das práticas e relações sociais. Nessa construção, 15 entrevistas narrativas foram realizadas com moradores de 14 bairros de Belém, de janeiro a outubro de 2022. As análises de tais entrevistas tiveram inspirações nas aberturas teórico metodológicas: da narrativa-hermenêutica de Ricoeur, e as explicações sobre o desdobramento das mímesis I, II e III; da cartografia de Deleuze e Guattari; da dimensão ontológica da relação Eu-Tu em Buber; e da dimensão ética da relação face-a-face de Lévinas. A partir das histórias dos interlocutores sobre e de Belém, identificou-se como foi formado um quadro geral, denominado de ―quadro afetivo‖, com ramificações em outros quadros: urbanístico, sociocultural e de segurança. No quadro afetivo, os moradores cartografam a cidade de Belém de forma afetiva e pessoal. Em todos os quadros, emergiram experiências comunicativas categorizadas em três dimensões: a) no centro da cidade – uma forte relação da comunicação enquanto possibilidade ou incomunicação; b) na periferia, a comunicação como diálogo; e c) em Belém como um todo – a comunicação enquanto relação de alteridade. Os resultados da pesquisa apontaram para uma cartografia das relações, dos afetos, das intensidades, dos conflitos, das disputas de sentidos, das resistências, da territorialidade, desterritorialidade e da reterritorialidade, que cotidianamente os moradores de Belém vivem e fazem para tornar a cidade um lugar do possível, pois este mesmo lugar comporta, ao mesmo tempo, o sentir-se seguro e em perigo, em que há riqueza e pobreza. Apesar desses problemas, os moradores de Belém se esforçam, através das manifestações culturais, para vibrarem junto em torno da cidade.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Música e tecnointerações na Amazônia paraense: retóricas e identificações culturais em materialidades do Terruá Pará e da Banda de Thrash Metal Antcorpus(Universidade Federal do Pará, 2013-08-09) BAENA, Talita Cristina Araujo; AMARAL FILHO, Otacílio; http://lattes.cnpq.br/2605877670235703Há tempos a humanidade tem vivenciado um longo processo de midiatização social, intensificado com o advento das técnicas de reprodução da arte e da cultura. Este processo, na contemporaneidade, possibilitou a transformação da experiência real-histórica da música em experiência midiática. Neste contexto, cultura e negócios se fundem e se mundializam, reestruturando-se mutuamente. Na Amazônia paraense, a complexidade e as possibilidades dessa experiência midiática da música têm conduzido a região a mais uma onda de adequações a contextos globais. A dissertação trata dos processos comunicacionais e de identidade cultural por meio das materialidades de dois fenômenos da experiência da música contemporânea percebida na Amazônia paraense: o projeto de divulgação de música — Terruá Pará — e a Banda de Thrash Metal Antcorpus. As análises partiram da reflexão de que a comunicação pode ser entendida como uma hermenêutica da existência, atravessada por uma ambiência midiática. Dentre as observações verificadas, destacaram-se, pela importância: a midiatização social por meio de interações tecnológicas, isto é, tecnointerações, que vetorizam apropriações, e as incorporações de expressões musicais, tanto de agrupamentos de jovens quanto de profissionais relacionados às indústrias culturais locais. Ao vetorizar esses processos por meio de imagens midiáticas das experiências musicais, de identidade e diferença cultural, as tecno-interações exibem experiências sonoras da urbe, que em alguns casos sofreram processos metonímicos que evidenciam um sistema de norma do sentir que aqui denominamos política de estesia.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Não é só futebol: uma análise dos laços de afetos que envolvem os torcedores do Clube do Remo(Universidade Federal do Pará, 2017-03-24) FREITAS, Aline Meriane do Carmo de; CASTRO, Fábio Fonseca de; http://lattes.cnpq.br/5700042332015787Nesta dissertação proponho uma etnografia da intersubjetividade, isto é, uma análise dos processos socioculturais comunicativos com o objetivo de compreender a sensibilidade e produção de sentidos “sensíveis” que envolvem os torcedores do time de futebol Clube do Remo, a partir de uma dimensão afetiva e coletiva. O amor, a alegria, a dor, a excitação, a raiva e, em alguns momentos, a decepção são alguns dos sentimentos partilhados, afetivamente, pela torcida e fundamentais para a compreensão dos processos de socialidade que os envolvem. Apoiada em uma etnografia densa (GEERTZ, 1989) verifiquei a relação existente entre intersubjetividades e socialidades enquanto prática social do viver coletivamente a emoção. Esta metodologia permitiu maior liberdade entre a pesquisadora e os interlocutores em virtude de possibilitar a vivência, observação e interação. A própria percepção a um olhar, um gesto, um sorriso ajudou na compreensão pretendida e, assim, tudo se tornou relevante durante a pesquisa. A escolha de fazer uma etnografia utilizando como objeto de estudo a torcida do Clube do Remo, com foco na barra brava Camisa 33, ocorreu por motivos singulares. A barra tem como premissa não ter a burocracia das organizadas, possui forte presença na internet e acompanha o Remo em qualquer modalidade que ele estiver participando, inclusive, no esporte amador. Por meio da etnografia foi possível estabelecer uma relação direta com marcadores sociais da diferença e perceber que a torcida é caracterizada por ser classe média, boa parte dos integrantes, são jovens e universitários. Neste sentido, para analisar as relações que o futebol evoca durante os jogos e, para além deles, utilizei a fenomenologia proposta por Alfred Schutz (1967) e que possibilitou a categorização das tipificações engendradas pelos torcedores visando compreender experiências vivenciadas, por eles, em sua quotidianeidade e, portanto, práticas sociais que refletem a dimensão comunicacional do processo intersubjetivo, com foco na dimensão sensível da interação social. Dessa maneira, verifiquei de que modo o afeto, o gosto, o ethos e a empatia são tipificados e se fazem presentes na vida social quotidiana da torcida remista. Para fazê-lo, dialogo com um referencial teórico-metodológico com foco na perspectiva da intersubjetividade no qual utilizo conceitos de Alfred Schutz, Arlei Damo, Gilberto Velho, Michel Maffesoli e Roberto DaMatta.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A natureza comunicativa da cultura: pesquisa exploratória sobre a Festividade de Carimbó de São Benedito de Santarém Novo - Pará(Universidade Federal do Pará, 2013-08-16) GOMES, Gleidson Wirllen Bezerra; CASTRO, Fábio Fonseca de; http://lattes.cnpq.br/5700042332015787Esta dissertação tem como título A natureza comunicativa da cultura: pesquisa exploratória sobre a Festividade de Carimbó de São Benedito de Santarém Novo – Pará. O objetivo da pesquisa é compreender a natureza comunicativa dessa festividade, observando as características que a constituem e nelas buscando elementos que são interpretados como processos comunicativos. A proposta parte das noções de natureza comunicativa da cultura em Martín-Barbero (2006) e França (2001), além da concepção de processo comunicativo desta pesquisadora. Delineamos, assim, os contextos nos quais a pesquisa está inserida, refletindo sobre a “invenção” da Amazônia (ARAGÓN, 2007; MAUÉS, 1999; DUTRA, 2009) e sua formação socio-histórica (BEZERRA NETO, 2001; BECKER, 2009) e cultural (SALLES, 2004; ALVES FILHO, 2001; LOUREIRO, 2000). No que se refere à Comunicação, buscamos sua “perspectiva antropológica” (WOLTON, 2006) aliada às relações entre mídia e modernidade (THOMPSON, 2011). Entendendo a Comunicação a partir da cultura, discutimos, observando a experiência cultural que a festividade representa (RODRIGUES, 1994), as relações entre a tradição e a modernidade (THOMPSON, 2011) em seus processos de hibridação (GARCÍA-CANCLINI, 2008). Além disso, refletimos sobre a “herança funcional” das pesquisas em Comunicação (WOLF, 2008; MARTÍN-BARBERO, 2004, 2006, 2009a; MARTINO, 2004, 2006) e nossa perspectiva de natureza comunicativa da cultura (MARTÍN-BARBERO, 2006; FRANÇA. 2001), relacionando-a aos conceitos de “mediações comunicativas da cultura” e de “midiatização” (BRAGA, 2012; SODRÉ, 2011). Para desenvolvermos a pesquisa de campo, além da pesquisa bibliográfica, utilizamos técnicas da etnografia para a coleta de dados, tais como: a observação participante, a entrevista em profundidade com os integrantes da festa e o diário de campo. Compreendemos, assim, a natureza comunicativa da festividade a partir dos elementos que a constituem destacando o seu caráter comunitário e de tradição, o que nos levou a evidenciar a comunicação em seu sentido de compartilhamento e de comunhão.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Oralidade em uma comunidade amazônica: comunicação, cultura e contemporaneidade(Universidade Federal do Pará, 2012-08-01) CRISTO, Élida Fabiani Morais de; LOUREIRO, João de Jesus Paes; http://lattes.cnpq.br/2018214713424265A oralidade, diferentemente da fala, corresponde a um processo social: é comunicação. Portanto, vai além de uma modalidade de uso da língua ou uma forma de difundir informação. É busca do outro, e se dá de forma situada, de acordo com os diferentes contextos socioculturais. Dessa forma, esta pesquisa propõe investigar a oralidade amazônica a partir da comunidade Andirá, município de Curuçá-PA, na qual a oralidade contemporânea não abriu mão de seu caráter popular tradicional, pois permanece ainda vinculada à cultura e ao imaginário amazônicos, mas agora interage com os meios de comunicação midiáticos. Dessa interação resulta uma oralidade multiterritorializada, na medida em que os contextos trazidos pelos meios de comunicação contemporâneos, sobretudo pela televisão, são os mais diversos e passam a compor o imaginário local. Propõe-se um estudo de uma interface entre Comunicação e Cultura, para o qual se mostra essencial a perspectiva dos Estudos Culturais britânicos e o entendimento da modernidade enquanto processo histórico que tem no desenvolvimento da comunicação um facilitador e ao mesmo tempo uma de suas consequências.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Palafitas Digitais: comunicação, convergência cultural e relações de poder em Afuá(Universidade Federal do Pará, 2014-03-17) MIRANDA, Diogo Silva Miranda de; NEVES, Ivânia dos Santos; http://lattes.cnpq.br/2648132192179863O presente trabalho tem por objetivo analisar as questões de comunicação na Amazônia. Para isso, procuro discutir os usos sociais que os sujeitos atribuem às diferentes tecnologias envolvidas nesse processo e as relações de poder que se estabelecem nesse ambiente. Para tal exercício, entre os diferentes teóricos que subsidiam essa pesquisa, parto da proposta teórico-metodológica de Jesús Martín-Barbero (2004), que identifica na cartografia uma perspectiva de estudo mais aberta e rigorosa e que possibilita ao pesquisador experienciar as dinâmicas do objeto. Essa vivência seria a chave para apreender a materialidade social, que necessita ser experienciada para, enfim, ser analisada. E, para observar esse cenário contemporâneo, também busco apoio na obra de Henry Jenkins (2012) a fim de entender que a cultura está passando por transformações e as diferentes Tecnologias da Comunicação e Informação (TICs) estão se articulando e proporcionando aos indivíduos uma experiência diferente de interação em sociedade. Contudo, é preciso ter em vista que nem todos participam da mesma forma e, nesse sentido, Michell Foucault (1996; 2008) dá suporte a essa investigação para compreender as questões analíticas do poder em sociedade, a maneira como se manifestam as disputas em pequenas ações e como os indivíduos exercem pequenas formas de dominação entre si. A partir dessas questões é possível afirmar que a Amazônia apresenta um contexto multifacetado, onde as diferenças se inscrevem em cada parte de seu território. Afuá é um exemplo da complexidade que existe na região. Localizada no extremo norte do Arquipélago de Marajó, na Amazônia paraense, a “Veneza do Marajó” (como a cidade é chamada pelos seus moradores) tem suas ruas, casas e construções elevadas sobre palafitas que sustentam a cidade inteira sobre o leito dos rios. Neste lugar particular, a web se popularizou há poucos anos pelo sinal da telefonia móvel e proporcionou um novo cenário de interação entre os seus moradores. Mas é preciso destacar que seu sucesso está fortemente atrelado à importância que as rádios possuem no estabelecimento das relações sociais dessa comunidade. Por esse fenômeno é possível perceber como cada forma de uso das TICs está ligada as experiências que se estabelecem em sociedade. Nesse sentido, pensar a comunicação na Amazônia é um exercício que exige olhar a “natureza comunicativa” dos fenômenos sociais (FRANÇA, 2001), sem perder de vista que esses acontecimentos (FRANÇA, 2012) traduzem contextos específicos, que particularizam o lugar onde se realizam. São esses contextos que possibilitam as práticas de apropriação e os usos sociais diferentes das mídias que estão à disposição dos sujeitos, que tornam a experiência dos indivíduos um acontecimento único e singular e que permitem compreender a amplitude do processo comunicativo, que vai além da simples interação social.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Pensar a comunicação, repensar a moda(Universidade Federal do Pará, 2016-03-30) VASCONCELOS NETO, Dilermando Gadelha de; LIMA, Regina Lúcia Alves de; http://lattes.cnpq.br/8158415442871989Este trabalho busca investigar a interface entre moda e comunicação. Parte da conceituação de interface proposta por Braga (2004), que a considera como uma cooperação entre disciplinas ou campos de saber que vai além da subordinação dos postulados de uma disciplina a outras, ou da criação de uma disciplina nova a partir de diversos enunciados de disciplinas mais consolidadas. Pressupõe, mesmo, que as disciplinas utilizem seus aportes no sentido de endereçar problemas de pesquisa diferenciados. Para investigar as interfaces entre os dois campos de saber, utilizamos o aporte metodológico da arqueologia postulada por Foucault (2013a) e também o “modelo teórico de apreensão” dos processos comunicacionais proposto por França (2001). Nesse sentido, realizamos uma breve arqueologia dos domínios discursivos da moda e da comunicação, buscando perceber como são formados os objetos, conceitos, temas e teorias; além de buscar perceber, especificamente no campo da comunicação, como se constitui o olhar lançado aos processos comunicacionais nos vários estratos históricos de desenvolvimento do campo. Por fim, considerando a recorrência de uma preocupação com as relações/interações estabelecidas entre os sujeitos ou grupos nos estudos em moda, utilizamos os postulados do modelo relacional/praxiológico da comunicação (QUÉRÉ, 1991; FRANÇA, 2003) a fim de desenvolver a interface entre a moda e a comunicação. Utilizamos dois enunciados que emergem no cenário paraense, cujas análises embasam a nossa investigação.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Políticas públicas para a comunicação na Amazônia: o caso do Programa NavegaPará(Universidade Federal do Pará, 2012-08-31) BAÍA, Dayane Corrêa Pantoja; CASTRO, Fábio Fonseca de; http://lattes.cnpq.br/5700042332015787O Programa NavegaPará, desenvolvido pelo Governo do Estado do Pará, desde 2007, configura-se como uma política pública com o objetivo de garantir acesso à Internet de forma gratuita nos municípios paraenses, através de uma ampla rede de fibra óptica própria. Observando além da infraestrutura básica, buscou-se compreender o NavegaPará acima de tudo como uma política de comunicação, baseando-se na discussão sobre comunicação, informação e incomunicação. À luz da Economia Política da Comunicação, buscou-se compreender o contexto e de que maneira a metodologia do programa é aplicada em três infocentros distintos na capital Belém, a partir da análise de seus condicionantes político-sociais, materiais, institucionais-metodológicos e ideológicos. O método de abordagem é indutivo de enfoque qualitativo, com aplicação de entrevistas semi-estruturadas a três grupos de agentes sociais pertencentes à dinâmica. A pesquisa encontrou despadronização na metodologia dos infocentros, contribuindo para que a questão cultural da comunicação fosse preterida em relação ao aspecto tecnicista do acesso aos microcomputadores e à Internet.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Processos comunicacionais em Cajazeirinha: estudo exploratório em Ilhas do Lago da Usina Hidrelétrica de Tucuruí(Universidade Federal do Pará, 2013-07-31) SILVA, Edenice Pereira da; MARQUES, Jane Aparecida; http://lattes.cnpq.br/1197835678797660Esta pesquisa aborda processos comunicacionais em uma comunidade amazônica, denominada Cajazeirinha, situada no Lago da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no estado do Pará. O objetivo central da investigação foi identificar e analisar os processos comunicacionais das crianças no cotidiano da Cajazeirinha. Esta comunidade tem a especificidade de localizar-se a poucos metros da usina hidrelétrica e, contraditoriamente, não ter acesso ao fornecimento de energia elétrica, o que faz com que a população busque fontes alternativas de eletricidade (bateria de carro, placa solar ou gerador) para, entre outras coisas, utilizar meios de comunicação, como a televisão, o rádio e o celular. Inicialmente, partiu-se do pressuposto de que, para se analisar a comunicação de uma comunidade ou grupo de pessoas é necessário compreender o seu campo de ação e sua constituição, e então observar a realidade de maneira contextualizada, não dissociada no tempo e no espaço. Assim, procurou-se compreender os processos comunicacionais da comunidade, baseando-se nos conceitos teóricos de processos comunicativos de Vera França, processos comunicacionais de José Luiz Braga, no conceito de mediações de Jesús Martín-Barbero e nas bases teóricas dos Estudos de Recepção Latino Americano, a partir das autoras Ana Carolina Escosteguy e Nilda Jacks, além da noção de interação social, de John Thompson. O caminho metodológico trilhado tem como perspectiva a pesquisa exploratória com análise de dados qualitativos, a partir de pesquisas bibliográficas, de entrevistas em profundidade (com crianças, mães e formadores de opinião), da observação não participante sistemática e do diário de campo. O intuito foi identificar e analisar os processos comunicacionais da comunidade Cajazeirinha e mapear os meios de comunicação massivos existentes em Tucuruí e nas ilhas dessa comunidade. Nessa pesquisa, verificou-se que na Cajazeirinha os processos comunicacionais são constituídos a partir de mediações socioculturais, com destaque para a família, a igreja e a escola. Também foram observadas as interações comunicacionais que ocorrem em momentos de lazer e a presença dos meios de comunicação no cotidiano da comunidade, principalmente no que concerne a conteúdos como telenovelas, telejornais e desenhos animados. Por fim, verificou-se que os modos de recepção na Cajazeirinha são permeados por características espaço-temporais locais, por conta do ritmo do rio que determina a vida da comunidade.
