Navegando por Área de Concentração "BIODIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Abelhas das orquídeas (Apidae: Euglossini) e as plantações de palma de óleo (Elaeis guineensis Jacq.) na Amazônia Oriental: mudanças na composição de espécies, tamanho corporal e diversidade funcional(Universidade Federal do Pará, 2018-08-02) BRITO, Thaline de Freitas; MAUÉS, Márcia Motta; http://lattes.cnpq.br/0976385386657517; CONTRERA, Felipe Andrés León; http://lattes.cnpq.br/0888006271965925Neste trabalho, foi avaliado o papel das reservas legais (RL) e das áreas de preservação permanente (APP) na manutenção das espécies de abelhas das orquídeas, e testada a influência de parâmetros abióticos e estruturais do hábitat sobre a diversidade taxonômica e funcional desse grupo. Além disso, foi investigada a ocorrência de variações fenotípicas (tamanho corporal e de asas e assimetria flutuante) como resposta ao estresse ambiental provocado por plantações de palma de óleo. Os machos de abelhas das orquídeas foram coletados em nove áreas (3 RL, 3 APP e 3 plantios de palma de óleo) no município de Tailândia, sudeste do estado do Pará. Em cada área foram instaladas seis estações de coleta separadas 500 m entre si, contendo seis armadilhas odoríferas; totalizando 36 armadilhas por área e 108 por tipo de hábitat. Foram comparadas as diferenças na abundância e riqueza observadas usando uma ANOVA One-Way, os padrões de composição de espécies foram avaliados através de uma PCoA, e também por uma análise de indicador de espécies. Uma RDA parcial foi aplicada para avaliar a influência de atributos do hábitat, do espaço e do tipo de hábitat sobre parâmetros taxonômicos e funcionais das abelhas. Adicionalmente, foram comparadas as variações de tamanho corporal e de asas dos indivíduos em função do tipo de hábitat. Os resultados deste trabalho indicam que os plantios de palma de óleo são caracterizados pela presença de poucos indivíduos e espécies, baixa diversidade funcional e por abelhas de maior tamanho corporal. Apesar disso, foram registradas quatro espécies associadas às RL, que podem ser indicadores úteis de comunidades de abelhas de orquídeas da floresta Amazônica. A estrutura do hábitat não foi um bom preditor da composição funcional e taxonômica, e não foram detectados níveis de assimetria flutuante, mas as abelhas dos plantios apresentaram asas maiores comparadas com as das áreas de floresta. Esta pesquisa destaca que as APPs desempenham um papel importante na manutenção da composição taxonômica e funcional das abelhas das orquídeas, o que poderia reforçar o fato de que as abelhas utilizam essas áreas como corredores de deslocamento em uma matriz formada por plantação de palma de óleo. Assim, tanto as RLs quanto as PPAs cumprem seu propósito de proteger a biodiversidade das abelhas das orquídeas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Atributos funcionais como características distintivas de comunidades: o que diferencia anuros do Cerrado e da Caatinga?(Universidade Federal do Pará, 2019-01) SANTOS, Mayra Caroliny de Oliveira; COSTA, Maria Cristina dos Santos; http://lattes.cnpq.br/1580962389416378As condições ambientais influenciam a distribuição de organismos e modificam as características funcionais. Essas características podem ser morfológicas, comportamentais e fisiológicas que apresentem uma função. Avaliamos a diversidade taxonômica e funcional de anuros em ambientes de Cerrado e Caatinga no Piauí, Brasil. Os anuros foram coletados no município de Floriano, em área de Cerrado com fitofisionomia de cerradão e no município de Alvorada do Gurguéia, na Caatinga com fitofisionomia de caatinga arbórea. O método utilizado foi busca ativa e auditiva entre janeiro e abril de 2018. Foram estabelecidas seis parcelas, com no mínimo 500 metros de distância entre elas em cada localidade. A composição das espécies foi verificada pela análise de PCoA e PERMANOVA. Para diversidade funcional foi usado a entropia quadrática de Rao. A RLQ e o método fourth-corner relacionaram os atributos com às características ambientais. Os resultados mostraram separação e diferença na composição das espécies de acordo com as diferentes áreas. As fitofisionomias de Cerrado e Caatinga apresentaram diferenças nos valores de diversidade funcional dos anuros. A área de Cerrado teve relação com a temperatura e precipitação e a área de Caatinga com a serrapilheira. A composição de anuros foi influenciada por variáveis ambientais e não teve significância sobre a composição de atributos funcionais. Assim, a composição foi influenciada pelo ambiente e as distinções entre as fitofisionomias como período chuvoso e quantidade de microhabitats foram importantes para as diferenças nos atributos funcionais de espécies de anuros e por consequência na diversidade funcional.Tese Acesso aberto (Open Access) Avaliação dos efeitos da plantação de palmas (Elaeis guineensis) na conservação de anuros na Amazônia oriental(Universidade Federal do Pará, 2017-06-30) CORREA, Fabricio Simões; JUEN, Leandro; http://lattes.cnpq.br/1369357248133029; COSTA, Maria Cristina dos Santos; http://lattes.cnpq.br/1580962389416378Esta tese analisou os efeitos do cultivo de palmas de dendê (Elaeis guineensis) sobre a diversidade taxonômica e funcional de anuros na Amazônia oriental, além de como o grupo responde às variações ambientais nas áreas de cultivo e de florestas ao redor. Fizemos amostragens durante o mês de abril de 2012, 2015 e 2016, usando o método de parcelas de 2100 m² por procura ativa visual e acústica. Durante as coletas de 2016 também foram medidas variáveis microclimáticas (temperatura e umidade do ar) e estruturais do hábitat (profundidade e largura da poça, altura de serrapilheira, abertura de dossel e densidade de árvores) nas áreas de floresta e de plantação de dendê. Observamos maior riqueza e diversidade funcional nas florestas, com diferença na composição de espécies e distribuição dos caracteres funcionais entre esses dois ambientes. Nas plantações de palma de dendê, largura e profundidade do corpo d’água afetaram positivamente a riqueza e abundância total de anuros, respectivamente, enquanto que profundidade do corpo d’água e temperatura diurna tiveram influência na composição de espécies. Nas áreas de floresta, somente a abundância total de anuros foi afetada positivamente pela temperatura diurna e umidade noturna, enquanto que nenhuma variável ambiental afetou a composição de anuros nesse ambiente. Nossos resultados deixam claro que a conversão de hábitats florestais para monoculturas de palma de dendê afeta negativamente a diversidade de anuros tanto no nível taxonômico quanto funcional, tornando cada vez mais necessária a manutenção de florestas ao redor das monoculturas como forma de amenizar seus impactos.Tese Acesso aberto (Open Access) Avaliação dos efeitos de monocultura de palma de dendê na estrutura do habitat e na diversidade de peixes de riachos amazônicos(Universidade Federal do Pará, 2018-03-30) RUFFEIL, Tiago Octavio Begot; MONTAG, Luciano Fogaça de Assis; http://lattes.cnpq.br/4936237097107099O cultivo de palma de dendê na Amazônia vem crescendo exponencialmente nos últimos anos, alterando as características naturais da paisagem e constituindo uma possível ameaça à biodiversidade. As alterações provocadas se estendem aos ecossistemas aquáticos, que por serem altamente relacionados com a vegetação adjacente, também sofrem os impactos decorrentes dessa prática agrícola, como alterações na estrutura do habitat físico, afetando a distribuição das espécies e os processos ecossistêmicos. Com isso, estudos que avaliam o impacto dessa monocultura na Amazônia são fundamentais para subsidiar estratégias mais eficientes para a redução dos impactos e a manutenção da biodiversidade. Sendo assim, esta tese busca responder as seguintes perguntas: 1) Quais as diferenças entre riachos que drenam plantações de palma de dendê e fragmentos florestais quanto às estruturas do hábitat e das assembleias de peixes? 2) Quais os efeitos da substituição da floresta na paisagem por palma de dendê na estrutura física do habitat, bem como na diversidade taxonômica de peixes de riachos neotropicais? 3) Como os padrões de diversidade, taxonômica e funcional, das assembleias de peixes de riachos amazônicos respondem às alterações ambientais, do habitat físico e da paisagem, provocadas pela monocultura de palma de dendê? Para responder a essas questões foram amostrados e analisados 39 riachos na Amazônia Oriental. Para a caracterização do habitat físico de riachos foi aplicado um extenso protocolo da avaliação, gerando 238 variáveis ambientais do habitat, além da utilização de características da paisagem baseadas na porcentagem de usos de solo adjacente aos riachos. Para a coleta dos peixes utilizou-se rede de mão pelo período de seis horas em cada riacho. Foram tomadas medidas morfológicas e informações ecológicas das espécies coletadas para posterior cálculo dos atributos funcionais referentes ao terceiro capítulo. Com os resultados obtidos, verificou-se que as monoculturas de palma de dendê afetam a estrutura do habitat físico de riachos, modificando principalmente a morfologia do canal, a estrutura do substrato e a oferta de micro-habitat, como presença de madeiras e raízes. Consequentemente, a distribuição das espécies de peixes foi afetada, resultando em mudanças na estrutura das assembleias de peixes. Por outro lado, não foram registradas alterações na estrutura funcional dessas assembleias. Em resumo, estes resultados auxiliam a idenficar alguns problemas ocasionados pela expansão da palma de dendê na Amazônia, gerando conhecimento necessário para uma produção mais sustentável, minimizando os impactos ambientais e, consequentemente, protegendo a biodiversidade.Tese Acesso aberto (Open Access) As aves do estado do Maranhão: atualização do conhecimento e conservação em uma região de ecótono entre a floresta Amazônica e Cerrado(Universidade Federal do Pará, 2018-09-12) CARVALHO, Dorinny Lisboa de; SILVA, Daniel de Paiva; http://lattes.cnpq.br/1409353191899248; SANTOS, Marcos Pérsio Dantas; http://lattes.cnpq.br/7941154223198901O estado do Maranhão localiza-se entre o leste da Amazônia e o norte do Cerrado, apresentando uma grande variedade de ambientes em sua área ecotonal. Devido a esta heterogeneidade ambiental, o Maranhão possui uma das mais ricas avifauna do Brasil. Contudo toda esta riqueza também está situada entre as províncias biogeográficas mais ameaçadas do mundo. Com o intuito de contribuir para o conhecimento e conservação da avifauna nesta região, este estudo teve como principais objetivos nos seguintes capítulos: 1) a revisão e atualização da lista de espécies de aves do maranhão, buscando identificar lacunas de amostragem ainda existentes no Estado; 2) testar a efetividade do sistema de Áreas protegidas (APs) e Terras Indígenas (TIs) do Estado na proteção de espécies de aves ameaçadas e endêmicas, utilizando SDMs e; 3) avaliar os potenciais impactos das alterações climáticas na distribuição e conservação de 24 táxons de aves ameaçados que ocorrem no Estado, comparando as distribuições atuais e futuras previstas (2070) com o atual sistema de reservas, buscando identificar áreas potencialmente mais estáveis que podem servir como corredores de dispersão das espécies. No capítulo 1) registramos a ocorrência de espécies de aves, distribuídas em 88 famílias e 30 ordens. Assim, adicionamos 114 espécies novas (95 residentes, 13 migratórias e 6 vagantes) à lista reportada 27 anos para a mesma região. No capítulo 2) observamos que táxons com distribuições mais amplas são potencialmente tão protegidos quanto os táxons com distribuições menores e APs maiores são mais eficientes que APs menores. No entanto, as APs do Cerrado são na sua maioria mal alocadas. Sugerimos seis áreas prioritárias para conservação das aves presentes no Estado e destacamos a importância das TIs na conservação da biodiversidade. No capítulo 3) nossos resultados indicaram que, embora os táxons ameaçados da Amazônia e do Cerrado estejam potencialmente protegidos, em ambos os cenários, presente e futuro, a maioria dos táxons provavelmente apresentará declínios drásticos em suas populações e até mesmo a previsão de extinção global em um futuro próximo. Destacamos a possibilidade de criação de um sistema de corredores de dispersão que interliguem APs nesta região, bem como a implementação de políticas públicas para manutenção e mitigação das áreas adjacentes a esses corredores, visando a conservação da riqueza e diversidade de espécies nessa região.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Biologia reprodutiva do peixe tetra splash Copella arnoldi (Regan 1912) em uma bacia do atlântico noroeste ocidental(Universidade Federal do Pará, 2017-12) FARIAS, Rafael Rodrigues; ROCHA, Rossineide Martins da; http://lattes.cnpq.br/4371300451793081; https://orcid.org/0000-0001-9224-3138; MONTAG, Luciano Fogaça de Assis; http://lattes.cnpq.br/4936237097107099; https://orcid.org/0000-0001-9370-6747Peixes que desovam em ambiente terrestre tendem a ter um maior gasto energético contra o risco de desidratação dos ovos e com o grau de sobrevivência de juvenis, acabando por ajustar a sua reprodução com as condições hidrológicas do ambiente. Assim sendo, o presente trabalho teve como objetivo analisar a influência da precipitação na biologia reprodutiva do peixe tetra splash Copella arnoldi no rio Taiassuí, uma bacia do Atlântico Noroeste Ocidental, Estado do Pará, Brasil. Um total de 171 espécimes foram coletados em campanhas bimensais de agosto de 2016 a junho de 2017, em laboratório foi avaliado comprimento padrão e o peso total, em seguida os espécimes foram eviscerados para posterior pesagem e análise das gônadas. Análises histológicas foram realizadas para determinação do estágio de desenvolvimento gonadal. As gônadas maturas foram colocadas em solução de Gilson e dissociadas para obtenção dos dados de fecundidade e tipo de desova. Em média, cada fêmea madura de C. arnoldi. possuí 85 oócitos; a menor e maior frequência de diâmetro dos oócitos ficou na classe dos 700 a 300 μm, respectivamente; a distribuição do tipo modal indica uma desova total. O L50 foi estimado em 18,09 mm para fêmeas e 18,52 mm para os machos. A relação peso-comprimento indicou que fêmeas e machos tendem a crescer em proporções iguais de peso e comprimento. O fator de condição não variou em relação ao ciclo pluviométrico, apesar de valores levemente mais altos serem observados durante o período de estiagem. A razão sexual se manteve ao esperado (1:1) para todo o período de estudo, entretanto durante abril e agosto há uma predominância de fêmeas na população. A período de desova de C. arnoldi aparenta estar associado a estação de maior precipitação, visto que dois picos reprodutivos podem ser observados em dezembro (início do período chuvoso) e abril (mês de maior precipitação). Assim, evidenciamos que C. arnoldi sincroniza a desova com a estação chuvosa provavelmente devido a um menor risco de desidratação dos ovos e maior sobrevivência de juvenis.Tese Acesso aberto (Open Access) Conservação de tartarugas marinhas na costa maranhense, Brasil(Universidade Federal do Pará, 2022-03) RIBEIRO, Luis Eduardo de Sousa; BARRETO, Larissa Nascimento; http://lattes.cnpq.br/1295307492454506; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0002-3396-4821; PEZZUTI, Juarez Carlos Brito; http://lattes.cnpq.br/3852277891994862; https://orcid.org/0000-0002-5409-8336Tartarugas marinhas têm longo histórico de exploração humana em todo o mundo, o que tem contribuído para o declínio populacional das espécies, juntamente com outras ameaças, com destaque para a captura acidental por diversos tipos de pesca, destruição dos hábitats e poluição. Atualmente, a interação com a pesca é a maior causa de mortandade entre as tartarugas marinhas, seguida por ingestão de material inorgânico (lixo). O acúmulo desses resíduos no mar, principalmente os plásticos, tem atraído uma considerável atenção nas últimas décadas, visto que a poluição é uma grande ameaça para a vida marinha. Neste trabalho, realizamos o mapeamento das áreas de ocorrência e de nidificação de cada espécie de tartaruga marinha na zona costeira do Estado do Maranhão, a análise da frequência de encalhes ao longo dos anos e a avaliação dos impactos sobre as populações de tartarugas marinhas no Parque Nacional (PARNA) dos Lençóis Maranhenses, assim como a composição da dieta e ingestão de resíduos sólidos. Essa pesquisa inclui registros de encalhes de animais vivos ou mortos durante os anos de 2005 a 2020, oriundos do banco de dados do Projeto Queamar - Quelônios Aquáticos do Maranhão – UFMA e de campanhas bimestrais ao PARNA dos Lençóis Maranhenses. Cinco espécies de tartarugas marinhas foram observadas (Caretta caretta, Eretmochelys imbricata, Lepidochelys olivacea, Chelonia mydas e Dermochelys coriacea), com registros reprodutivos para duas delas (E. imbricata e L. olivacea), ao longo de todo o litoral maranhense. Dos impactos registrados, a interação antrópica foi o fator mais notado (n=35), sendo o afogamento e a amputação as principais consequências do emalhamento (n=12). A obstrução intestinal causada pela ingestão de material inorgânico também foi frequentemente observada (n=13). Durante o período da pesquisa, foram realizadas duas Pesquisas Sísmicas Marítimas Marinhas 3D para prospecção de petróleo e gás, e que coincidiram com um aumento significativo na frequência de encalhes no PARNA dos Lençóis Maranhenses, que podem ter sido provocados pela poluição sonora causada pelos ruídos dos canhões de ar. Ainda que o litoral maranhense seja coberto por áreas legalmente instituídas para conservação, como o PARNA Lençóis Maranhenses e a RESEX de Cururupu, estudos a longo prazo sobre espécies de ciclo migratório internacional, como as tartarugas marinhas, que ocupam posição importante no cenário de conservação, possibilitam detectar tendências temporais e mudanças, assim como avaliar os impactos das zonas de atividades antropogênicas costeiras.Tese Acesso aberto (Open Access) Contaminação de Podocnemis unifilis (Testudines: Podocnemididae) por agrotóxicos e mercúrio na bacia do Rio Xingu, Brasil(Universidade Federal do Pará, 2017-02-16) PIGNATI, Marina Teófilo; PIGNATI, Wanderlei Antonio; http://lattes.cnpq.br/1262870406586508; PEZZUTI, Juarez Carlos Brito; http://lattes.cnpq.br/3852277891994862A política de ocupação no norte do estado de Mato Grosso e no estado do Pará, através de atividades como mineração, pecuária e posteriormente agricultura, causou a alteração da paisagem e a contaminação do habitat. Os agrotóxicos, por exemplo, estão no ambiente em decorrência de seu uso na agricultura, e o mercúrio (Hg) é mobilizado para o ambiente através das atividades de mineração, desmatamento e queimadas. Estes contaminantes são altamente persistentes e se biomagnificam na cadeia alimentar. Quelônios, por serem organismos de vida longa e poderem acumular substâncias tóxicas por longos períodos, têm se mostrado importantes monitores de contaminação. Podocnemis unifilis, uma espécie de quelônio com ampla distribuição na bacia amazônica, representa um importante recurso proteico para populações ribeirinhas e indígenas, com ampla distribuição na bacia do rio Xingu. Este estudo investigou as alterações da paisagem e a contaminação de agrotóxicos e Hg em P. unifilis na bacia do rio Xingu. Selecionamos localidades que apresentavam nascentes ou afluentes na bacia do rio Xingu, nos estados do Mato Grosso e Pará, sendo descritas quanto à área plantada e o consumo de agrotóxicos nas culturas de algodão, cana-de-açúcar, milho e soja, bem como os focos de calor e desmatamento na série histórica dos anos 2005 a 2014. Entre setembro e dezembro de 2014 cinquenta indivíduos de P. unifilis foram capturados para coleta de amostras de fígado, músculo e tecido adiposo. Avaliamos 14 princípios ativos de agrotóxicos organoclorados, através de um cromatógrafo gasoso com detector de captura de elétrons (GC-ECD) e o Hg total (HgT) nos tecidos de P. unifilis, através de aparelho espetrômetro de absorção atômica vapor a frio. Evidenciou-se que a produção agrícola, bem como o uso de agrotóxicos na bacia do Xingu no estado do Mato Grosso vem aumentando a cada ano, sendo o princípio ativo de agrotóxico mais utilizado o Glifosato em 2014 (8.055.248 litros). Analisando-se os estados separadamente, o Glifosato, Metamidofós, Atrazina, 2,4 D e Endosulfan foram os princípios ativos mais utilizados no estado do Mato Grosso e nos municípios do estado do Pará foram Atrazina, Glifosato, Endosulfan, Clorpirifós e Tebuconazol respectivamente. Os estados do Mato Grosso e do Pará tiveram um aumento significativo no desmatamento e focos de calor entre os anos pesquisados (2005-2014), com destaque para o município de São Félix do Xingu com 17.686,20 km² desmatados apenas em 2014 e Feliz Natal com 272% de aumento nos focos de calor no último ano pesquisado (2014). Foram encontrados oito tipos de agrotóxicos nos tecidos de P. unifilis, incluindo isômeros e metabólitos (valores como média ± desvio padrão): Lindano = 1,39 ± 8,46 ng/g-1; pp`DDT = 20,32 ± 24,54 ng/g-1; pp`DDD = 4,00 ± 6,96 ng/g-1; pp`DDE = 0,95 ± 1,15 ng/g-1; op`DDT = 0,90 ± 3,97 ng/g-1; α-Endosulfan = 3,45 ± 17,73 ng/g-1; β-Endosulfan = 3,81 ± 8,01 ng/g-1; e Sulfato de Endosulfan = 7,12 ± 12,05 ng/g-1. Detectamos HgT em todos os indivíduos (fígado: 134,20 μg/g-1; músculo: 24,86 μg/g-1). O tipo de tecido influenciou na concentração de agrotóxicos e Hg, sendo que as variações da contaminação de P. unifilis por agrotóxicos e Hg nos tecidos não foram explicadas pela interação entre o sexo e o comprimento retilíneo da carapaça. Comparando-se os resultados com a legislação vigente nacional e internacional para recursos proteicos, verificamos que os indivíduos de P. unifilis apresentaram concentrações de agrotóxicos maiores que o limite máximo de resíduo para Lindano e ΣEndosulfan e concentração de Hg 100 vezes superior ao máximo aceitável. Concluímos que as culturas são "agroquímico-dependentes“ e que os indivíduos de P. unifilis estão contaminados por agrotóxicos organoclorados e Hg. A população ribeirinha e indígena da bacia do rio Xingu que consome estes quelônios pode estar sendo gradativamente contaminada, com consequências futuras para saúde.Tese Acesso aberto (Open Access) Determinantes da estrutura de comunidades de insetos aquáticos em riachos na Amazônia: o papel do habitat e da escala especial(Universidade Federal do Pará, 2017-01-30) BATISTA, Gilberto Nicacio; HAMADA, Neusa; http://lattes.cnpq.br/1512994126787334; JUEN, Leandro; http://lattes.cnpq.br/1369357248133029Os ecossistemas aquáticos são ambientes altamente complexos, pois os seus componentes bióticos e abióticos são dependentes da variação na estrutura física e das características limnológicas, que em geral, são fatores que atuam de forma específica em diferentes escalas espaciais e temporais. Assim, considerando essa complexidade dos habitats encontrados em ecossistemas lóticos amazônicos esta tese tem como objetivo geral avaliar quais são os fatores determinantes dos padrões de distribuição das comunidades de insetos aquáticos em riachos e suas relações com a variação ambiental desses ecossistemas e os efeitos da escala geográfica (variação espacial). Para responder a este objetivo a tese foi dividida em quatro capítulos. No primeiro através de uma análise cienciométrica foi realizada uma avaliação em escala mundial do uso de insetos da família Chironomidae (Diptera) em ecossistemas aquáticos e suas respostas como bioindicadores nesses ambientes. Encontramos que as principais questões apresentadas nos estudos foram relacionadas aos impactos antrópicos causados pelas atividades humanas sobre os ecossistemas aquáticos e as dificuldades taxonômicas sobre a utilização das espécies em biomonitoramentos. No segundo foram analisados os padrões de distribuição e diversidade de comunidades de Chironomidae, sob as predições da Teoria de Metacomunidades, para avaliar as relações das assembleias com a variação da escala espacial e do ambiente. Como principais resultados, encontramos que as assembleias são afetadas principalmente por componentes da estrutura física do habitat e parcialmente limitadas pela dispersão entre os riachos quando consideradas em larga escala na região hidrográfica. No terceiro capítulo, foi avaliada a composição de traços morfológicos e funcionais das comunidades de insetos aquáticos (Coleoptera, Diptera, Ephemeroptera, Hemiptera, Lepidoptera, Megaloptera, Odonata, Plecoptera, Trichoptera) e as suas respostas à variação na estrutura do habitat consideradas sob as premissas da Teoria de Habitat Templet. Assim, encontramos como resultados deste capítulo, relações entre a distribuição dos traços morfológicos e funcionais com as variáveis da estrutura do habitat e a características limnológicas dos riachos. No quarto capítulo foram avaliados os efeitos da variação espacial e ambiental sobre a similaridade de composição das comunidades de insetos das ordens Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera em riachos de duas regiões hidrográficas distintas. Neste último capítulo, encontramos diferenças na composição das comunidades como resultado da distância geográfica e das características ambientais locais de cada região. Demonstramos como a estrutura do habitat dos riachos pode afetar as comunidades de insetos aquáticos em diferentes contextos de escala geográfica. Também, as características dos hábitats foram importantes para a seleção de atributos ecológicos e funcionais das comunidades de insetos aquáticos. Com isso, a partir dos resultados encontrados, concluímos que as variáveis que compõem a estrutura física dos riachos são fatores determinantes na estruturação das comunidades de insetos aquáticos em escalas geográficas em contextos regionais e locais específicos. Além disso, foi destacada a importância dos fatores locais (proporção da vegetação ripária/composição dos substratos/características limnológicas) em relação a composição de características morfológicas e funcionais das assembleias, enquanto que os fatores regionais (distância geográfica/limitação de dispersão) foram os componentes determinantes da similaridade da estrutura das comunidades.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Diversidade morfológica de aves e extinções na Região Metropolitana de Belém, Pará, Brasil(Universidade Federal do Pará, 2018-03) SILVA, Victória de Nazaré Gama Silva; ALEIXO, Alexandre Luis Padovan; SILVA, Rogério Rosa da; http://lattes.cnpq.br/5989181105383977A diversidade morfológica, um conceito diretamente relacionado à diversidade funcional, envolve a caracterização da diversidade de caracteres fenotípicos e representa uma das medidas de diversidade biológica de comunidades. A abordagem morfológica tem sido tradicionalmente aplicada em estudos sobre estruturação de comunidades de aves. No presente estudo, avaliamos se extinções de aves documentadas na Região Metropolitana de Belém (RMB), localizada no nordeste do Estado do Pará, alteraram o espaço morfológico das espécies na RMB através de mudanças na distribuição dos caracteres morfológicos. Inicialmente, os registros de aves para a RMB foram compilados da literatura, resultando em 490 espécies documentadas. Em seguida, uma base de dados sobre extinções regionais de aves ou de espécies ameaçadas de extinção foi determinada para a RMB, a partir de dados da literatura, o que resultou em quatro listas (subconjuntos da lista total de espécies na RMB). Na fase final de aquisição de dados, organizamos uma matriz morfológica para as aves da RMB, envolvendo medidas de 2.360 indivíduos e nove caracteres morfológicos comumente usados em estudos sobre ecologia e morfologia de aves (dados sobre tamanho do bico, asa, causa e tarso). O espaço morfológico ocupado pela avifauna da RMB foi descrito por uma Análise de Componentes Principais. Em seguida, métricas de distância morfológica (MPD e MNND) foram utilizadas para comparar valores observados com cenários de extinções de espécies na RMB (as quatro listas de espécies ou subconjuntos da lista regional). Extinções simuladas de aves da RMB foram empregadas para quantificar valores esperados em modelos de extinção aleatória ou modelos com probabilidade de extinção. Os resultados sugerem que, se a RMB perder espécies que delimitam a periferia do espaço morfológico, mudanças na estrutura da avifauna podem acontecer, ainda que um número relativamente pequeno de espécies desapareça. Modelos simulados de extinção sugerem uma relação monotônica entre diversidade morfológica e riqueza de espécies, estritamente decrescente, indicando que a RMB perderá diversidade funcional com extinção acumulada de espécies; por outro lado, medidas sobre estrutura do espaço morfológico (como MPD e MNND), sugerem maior redundância da estrutura do espaço morfológico de aves na região. Em conjunto, os resultados obtidos indicam efeitos de extinções regionais na estrutura morfológica de aves da RMB, com possíveis desaparecimentos de aspectos funcionais para a região, como polinização e dispersão de plantas por aves.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Ecologia urbana de uma abelha nativa: respostas comportamentais de colônias de uruçu amarela (Melipona flavolineata, Apidae, Meliponini) às variações climáticas em um gradiente de urbanização(Universidade Federal do Pará, 2020-02) GATTY, Dora Carmela Ramirez; VEIGA, Jamille Costa; http://lattes.cnpq.br/2287525928643401; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0001-7554-2785; CONTRERA, Felipe Andrés León; http://lattes.cnpq.br/0888006271965925; https://orcid.org/0000-0002-7078-5048A urbanização pode gerar mudanças na estrutura do ambiente afetando também processos físico- químicos. Essas mudanças ao longo do tempo têm provocado a perda de habitats e com elas a redução de populações de abelhas sem ferrão, que são um grupo de insetos importantes para a manutenção dos ecossistemas. As populações de abelhas sem ferrão, a diferença do gênero Apis, correm o risco de reduzir a sua população por serem pouco flexíveis às mudanças e sua possibilidade de adaptação a áreas urbanizadas é muito baixa. Por isso o nosso estudo teve por objetivo conhecer a ecologia urbana da espécie de abelha sem ferrão Melipona flavolineata, medindo a suas respostas no comportamento de forrageio e de postura aos parâmetros climatológicos em ambientes com diferentes graus de urbanização (agroflorestal- semi-urbano e urbano). Observamos 12 colônias de M. flavolineata durante cinco meses. As observações foram semanais intercalando atividade interna e atividade externa. A taxa de forrageio (média semanal), foi avaliada de 07h00 as 11h00 (horário de maior forrageio) e se contabilizavam as abelhas voltando à colônia, paralelo a esse processo se registraram dados de temperatura, umidade relativa, luminosidade e pressão barométrica. A taxa de postura (média semanal), foi avaliada durante quatro dias consecutivos na semana correspondente. Os resultados mostraram que os parâmetros climatológicos tiveram uma alta variação nos três pontos de coleta, afetando a performance das abelhas. A pressão barométrica e a umidade relativa do ar tiveram um efeito positivo e significativo sobre a coleta de pólen. Umidade relativa e a temperatura tiveram um efeito positivo e significativo com o forrageio de néctar; a pressão barométrica teve um efeito negativo, não significativo. A taxa de postura foi maior à medida que a umidade relativa do ar se acrescentava, mostrando uma relação positiva; a pressão barométrica teve um efeito positivo, mas não significativo. As relações entre a taxa de forrageio e a taxa de postura; assim como a relação entre a taxa de forrageio de pólen e a taxa de forrageio de néctar, foram positivas e significativas e não se diferenciaram entre os ambientes, apenas pela amplitude dos dados. Assim concluímos que a abelha sem ferrão M. flavolineata é uma espécie pouco tolerante a áreas completamente urbanizadas, e a sua capacidade de adaptar a ambientes com condições ambientais desfavoráveis é muito limitada, pois suas atividades estão restringidas pelas altas variações climáticas e provavelmente pela escassez de recursos alimentares. Nesse sentido seria bom implementar estudos da ecologia urbana de espécies menores, e adicionar nos estudos de respostas aos fatores climáticos o parâmetro da pressão barométrica que, ao parecer, segundo nossos resultados afetam o comportamento das abelhas sem ferrãoDissertação Acesso aberto (Open Access) Efeito da exploração madeireira na estrutura ecomorfológica das assembleias de peixes em riachos de terra firme na Amazônia Oriental(Universidade Federal do Pará, 2018-04) JACOB, Laís Lobato; PRUDENTE, Bruno da Silveira; http://lattes.cnpq.br/0790796091423878; https://orcid.org/0000-0003-4226-2431; SILVA, Rogério Rosa da; http://lattes.cnpq.br/5989181105383977Alterações ambientais resultantes da exploração madeireira modificam a estrutura física do habitat de riachos indiretamente, e consequentemente a estrutura ecomorfológica das assembleias de peixes. O presente estudo objetivou avaliar o efeito das modificações na estrutura física do habitat, resultantes da exploração madeireira convencional (EC) e de impacto reduzido (EIR) na estrutura ecomorfológica das assembleias de peixes de riachos da Amazônia Oriental, verificando (1) quais variáveis da estrutura física do habitat estão associadas aos diferentes métodos de exploração; (2) se há diferença na estrutura ecomorfológica das assembleias de peixes dos diferentes tratamentos, e (3) quais caracteres ecomorfológicos estão associados a variáveis físicas do habitat. Em cada riacho foram mensuradas 14 variáveis físicas do habitat, bem como realizadas coletas de peixes utilizando redes de mão. Os espécimes coletados foram acometidos em Eugenol, fixados em formalina a 10% e depois de 48h transferidos para álcool 70%. Possíveis diferenças na estrutura do habitat e na estrutura ecomorfológica das assembleias de peixes entre os tratamentos, foram avaliadas por uma Análise Discriminante Linear Múltipla (MLDA). As relações entre as variáveis do habitat e os caracteres ecomorfológicos foi avaliada através de Análise de Redundância (RDA). A estrutura do habitat dos riachos diferiu entre todos os tratamentos, sendo que áreas controle apresentaram maior cobertura vegetal e maior tamanho médio de substrato. Quanto à ecomorfologia, também constatamos que houve diferença na estrutura ecomorfológica entre todos os tratamentos. Em ambientes de EC, espécies com maior comprimento relativo da cabeça, com a nadadeira peitoral mais larga e com pedúnculo caudal mais comprimido foram predominantes nesses ambientes; em áreas controle espécies com boca mais larga foram favorecidas; e em áreas de EIR, espécies mais achatadas foram predominantes. A exploração madeireira afeta a estrutura do habitat dos riachos, resultando na perda de cobertura vegetal e no tamanho médio de substrato. Houve redução da cobertura vegetal e de tamanho médio do substrato em áreas de EC e áreas de EIR. Nesse sentido, acredita-se que tanto a EC quanto a EIR tem potencial para alterar a estrutura ecomorfológica, e consequentemente os serviços ecossistêmicos prestados pelas assembleias de peixes de riachos da Amazônia. Então, mesmo que a EIR reduza os danos as florestas, não está conseguindo proteger os ecossistemas de riachos, visto que foi constatada alterações nesses ambientes quando comparados com áreas controle. Contudo maiores esforços devem ser empregados para entendermos completamente tal relação e proporções que os danos podem causar ao ecossistema.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Efeito da paisagem sobre a diversidade de vertebrados terrestres em fragmentos florestais na Amazônia Oriental(Universidade Federal do Pará, 2019-01-17) SILVA, Jacqueline Almeida da; MASCHIO, Gleomar Fabiano; http://lattes.cnpq.br/7967540224850999Contexto: O avanço das atividades antrópicas sobre a fronteira amazônica tem provocado um intenso processo de fragmentação florestal que reduz a biodiversidade e submete as espécies a uma situação de alta vulnerabilidade. Objetivos: Testar em múltiplas escalas espaciais a relação do tamanho do fragmento, isolamento e caracterização da matriz de fragmentos florestais, sobre a riqueza de anfíbios da ordem Anura, répteis da ordem Squamata e mamíferos de pequeno, médio e grande porte. Métodos: O estudo foi realizado em 12 fragmentos no nordeste da Amazônia. O tamanho do fragmento foi calculado em hectares, o isolamento em ENN_MN (média da distância euclidiana dos vizinhos mais próximos) e a matriz foi organizada em categorias. Essas métricas de paisagem foram consideradas como variáveis explicativas e calculadas em três escalas espaciais: 1, 2 e 3 km. Avaliamos a relação das métricas com a riqueza de vertebrados terrestres através de regressões múltiplas com seleção de modelos. Resultados: Registramos 130 espécies de vertebrados terrestres. Não houve efeito significativo do tamanho do fragmento nas escalas espaciais para nenhum grupo de espécies. O isolamento se mostrou significativo apenas na escala de 3 Km para o grupo de espécies de anfíbios e serpentes. A categoria de áreas abertas na matriz foi significativa nas três escalas espaciais para o grupo de espécies de lagartos e de mamíferos de médio e grande porte. Conclusões: A configuração da paisagem é extremamente importante no contexto de fragmentação, houve respostas diferentes dos grupos taxonômicos, possivelmente devido às diferenças quanto ao uso do habitat.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Efeito da plantação de palmeira de dendê (Elaeis guineensis Jacq.) sobre a fauna de carnívoros na Floresta Amazônica(Universidade Federal do Pará, 2016-07-28) OLIVEIRA, Geovana Linhares de; OLIVEIRA, Ana Cristina Mendes de; http://lattes.cnpq.br/1199691414821581A monocultura de Palmeira de Dendê tem sido considerada uma atividade promissora em regiões tropicais. Sua expansão proporcionou grande perda de habitats de floresta tropical, sendo considerada uma ameaça para a biodiversidade. Apesar da maioria das áreas de cultivo utilizar áreas anteriormente desmatadas, os efeitos desta monocultura sobre a biodiversidade da região amazônica ainda são pouco conhecidos. Neste estudo investigamos o efeito da plantação de palmeira de dendê sobre a fauna de carnívoros da região amazônica. Realizamos o levantamento e monitoramento deste grupo de mamíferos e relacionamos com algumas métricas ambientais que estariam relacionadas aos efeitos da monocultura sobre as espécies registradas. As métricas avaliadas neste estudo foram área basal de categorias DAP 5-10cm e DAP>10cm, distância perpendicular da matriz de palma ou floresta, distância de corpos d’água. Houve um efeito na composição e abundância de carnívoros, onde os habitats diferiram sobre o aspecto de área basal de categorias DAP 5-10cm, sendo que nas áreas de plantação essa métrica não possui evidência. Apesar da plantação não ser considerada uma matriz impermeável, a fauna de carnívoros não se apresenta distribuída de uma maneira homogenia na paisagem. As espécies mais afetadas foram carnívoros de grande porte e as espécies generalistas e oportunistas, como os mesopredadores, foram beneficiados pela plantação. Nossos resultados evidenciam que o monitoramento e estratégias voltadas para entender como os atributos da plantação influenciam na ocorrência desses animais é de fundamental importância para conservação.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O efeito das espécies raras e comuns na diversidade funcional de aves florestais em uma paisagem dominada por palma-de-dendê na Amazônia Oriental(Universidade Federal do Pará, 2024-03) PINHEIRO, Beatriz Tavares; ALMEIDA, Sara Miranda; http://lattes.cnpq.br/2785084573828283; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0002-8372-5482; SANTOS, Marcos Pérsio Dantas; http://lattes.cnpq.br/7941154223198901; https://orcid.org/0000-0001-8819-867XO avanço da agroindústria na Amazônia representa uma grande ameaça à biodiversidade pois provoca desmatamento intenso para dar lugar à pecuária e monoculturas, como a palma-de-dendê. A perda de áreas florestais pode alterar a distribuição e o tamanho populacional das espécies raras, as quais são restritas em número de indivíduos ou área de ocorrência, afetando a estrutura funcional das comunidades e os serviços ecossistêmicos. Assim, nesse estudo avaliamos a contribuição das espécies raras e comuns para a diversidade funcional das comunidades de aves florestais em uma paisagem dominada por palma-de-dendê. A amostragem de aves foi realizada através de censo por pontos de escuta em plantações de palma-de-dendê e em fragmentos florestais na Amazônia oriental. Ao todo, registramos 232 espécies de aves, das quais 198 ocorreram nos fragmentos e 53 em plantação de palma. Para cada espécie registrada nos fragmentos florestais calculamos um índice de raridade, que combina a abundância local, o alcance geográfico e a especificidade de habitat. Para avaliar a estrutura funcional, calculamos a riqueza funcional (FRic), originalidade funcional (FOri), especialização funcional (FSpe) e a composição funcional (CWM), e as comparamos entre as comunidades de florestas e de plantações considerando três cenários: 1) florestas com todas as espécies versus palma; 2) espécies raras são removidas das florestas; e 3) espécies mais comuns são removidas das florestas. Houve uma clara diferença na composição de características entre os dois habitats. A remoção de espécies raras aumentou a diversidade funcional, mas diminuiu a redundância funcional. Em contraste, a remoção de espécies comuns reduziu os valores de FOri e FSpe, demonstrando que espécies comuns de aves florestais fazem contribuições funcionais únicas. Concluímos que a perda de espécies raras e comuns afeta as comunidades de aves florestais e que é essencial conservar e proteger áreas florestais para garantir a saúde e a resiliência do ecossistema.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Efeitos da orfandade sobre o comportamento e longevidade de operárias de Scaptotrigona aff. postica (Hymenoptera: Apidae, Meliponini)(Universidade Federal do Pará, 2018-04-02) LOPES, Bárbara dos Santos Conceição; CONTRERA, Felipe Andrés León; http://lattes.cnpq.br/0888006271965925A morte da rainha fisogástrica pode implicar na desorganização comportamental das operárias de abelhas eussociais, que podem assumir diversas estratégias reprodutivas e comportamentais. Para as operárias a longevidade está relacionada ao esforço fisiológico desempenhado durante sua vida, mas as condições internas da colônia também afetam a longevidade, como a presença ou ausência de rainha. Nesse sentido, o objetivo do trabalho foi estudar o comportamento e a longevidade da população de operárias de abelhas sem ferrão em colônias órfãs, comparando-as com colônias com rainha fisogástrica presente. Para isso, foram utilizadas oito colônias de Scaptotrigona aff. postica, sendo quatro colônias com rainha e quatro sem rainha. Cada colônia teve o total de 1.200 operárias marcadas com cores diferentes por dia de nascimento (idade zero), obtendo assim grupos de idade. Durante 100 dias observamos atividade de forrageio colonial, idade das operárias que constroem células de cria, idade de forrageio e longevidade em todas as colônias, com rainha (CR) e sem rainha (SR). Ao longo do tempo em colônias CR a atividade de forrageio diminuiu ligeiramente; entretanto, as colônias SR apresentaram maior redução no número de forrageiras (X2 = 48.874; Gl = 1; p < 0.001). Em colônias órfãs observamos que ao longo do tempo, além das operárias jovens, as operárias mais velhas também constroem células de cria; já em colônias com rainha as operárias que participaram da construção de novas células de cria foram apenas as de idade jovem (X2 = 116.11; Gl = 1; p < 0.001). Em ambas as colônias, CR e SR, a idade de forrageio aumentou ao longo do tempo, porém em colônias SR observamos forrageiras com idade muito avançada (X2 = 66.546; Gl = 1; p < 0.001). A longevidade máxima encontrada para operárias de colônias com rainha foi de 54 dias de idade e para as operárias órfãs foi de 79 dias de idade. As curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier indicaram diferenças significativas entre colônias CR e SR (p < 0.001). Dessa forma, concluímos que (1) operárias de S. aff. postica em colônias sem rainha realmente diminuem a atividade externa ao longo do tempo; (2) as operárias órfãs de idade avançada continuam construindo células de cria, provavelmente, para tentar produzir machos; (3) é possível que as operárias de colônias SR passam a evitar o forrageio e realizam essa tarefa apenas eventualmente ou elas tendem a realizar essa atividade mais tarde; (4) o comportamento egoísta de se reproduzir, evitando o forrageamento e seus riscos e, assim, permanecendo mais tempo dentro da colônia pode prolongar a longevidade das operárias de S. aff. postica em colônias órfãs.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estrutura da comunidade de helmintos parasitos de Bothrops atrox (Linnaeus, 1758) (Serpentes: Viperidae) da Amazônia Oriental brasileira(Universidade Federal do Pará, 2025-05) MOURA, Fred Gabriel Haick de; MELO, Francisco Tiago de Vasconcelos; http://lattes.cnpq.br/8939740618818787; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0001-8935-2923; MASCHIO, Gleomar Fabiano; http://lattes.cnpq.br/7967540224850999; https://orcid.org/0000-0002-9013-4437As serpentes desempenham um papel importante nos ciclos de vida de uma ampla variedade de helmintos parasitos, atuando tanto como hospedeiras definitivas quanto intermediárias. Diversos fatores podem influenciar a diversidade, a composição e a estrutura das comunidades parasitárias associadas a esses répteis. Bothrops atrox, uma serpente peçonhenta pertencente à família Viperidae com ampla distribuição pela Amazônia, é de grande relevância médica e, apesar de possuir uma helmintofauna relativamente bem conhecida, ainda há lacunas quanto à dinâmica das relações parasito-hospedeiro envolvendo essa espécie. Diante disso, nosso objetivo nesse estudo foi analisar a diversidade e estrutura da comunidade parasitária de B. atrox de duas localidades da Amazônia Brasileira. Estruturamos essa dissertação em dois capítulos, sendo que no primeiro apresentamos os resultados obtidos a partir de uma análise comparativa da estrutura da comunidade de helmintos parasitos de B. atrox de dois ambientes contrastantes da região amazônica: floresta ombrófila e campos naturais. Nossas análises revelam uma maior abundância de parasitos em hospedeiros proveniente de áreas florestadas, além de mostrar uma correlação positiva entre o tamanho dos hospedeiros e a abundância parasitária. Este é o primeiro estudo dedicado a investigar a diversidade e a estrutura das comunidades de helmintos de B. atrox em diferentes ecossistemas. No segundo capítulo apresentamos, com base em características morfológicas e dados moleculares, uma nova espécie do gênero Kalicephalus, que apresentou os maiores índices de abundância, dominância e prevalência nas comunidades florestais. Esse capítulo também tráz novas perspectivas sobre a história evolutiva do gênero, contribuindo para o entendimento da diversidade e da evolução desse grupo de parasitos. Assim, nosso estudo fornece dados inéditos para a compreensão da diversidade e ecologia de helmintos parasitos de serpentes na Amazônia.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Fatores determinantes na ocorrência de espécies de carnívoros (Mammalia: Carnivora) em áreas degradadas na amazônia oriental(Universidade Federal do Pará, 2018-05) RIBEIRO, Ana Carolina da Cunha; OLIVEIRA, Ana Cristina Mendes de; http://lattes.cnpq.br/1199691414821581; https://orcid.org/0000-0002-7863-9678; WIIG, Oystein; http://lattes.cnpq.br/6664624762387564Desmatamento, a fragmentação de habitats e o empobrecimento da floresta, tem provocado a redução da diversidade biológica e perdas das funções ecossistêmicas na Florestas Amazônica. Em função do contexto de alta pressão antrópica, tem-se discutido na literatura, a importância das Florestas Primárias degradadas e Florestas secundárias para a conservação de espécies tropicais. Neste trabalho investigamos quais as características de uma paisagem degradada têm sido determinantes para a ocorrência de espécies da ordem Carnívora, em um contexto de alta pressão antrópica na Amazônia oriental. Como o uso de armadilhas fotográficas, relacionamos variáveis ambientais e de paisagem com a abundância das espécies utilizando analises de Modelos Globais Generalizados. A respostas das espécies de carnívoros foram diferenciadas em relação à algumas variáveis, entretanto concluímos que mesmo num contexto de alta degradação, o fator que ainda modula a ocorrência da maioria dos carnívoros é a floresta, mesmo que degradada.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Fatores determinantes para a abundância de espécies de mamíferos ameaçados em área de alta pressão antrópica na Amazônia Oriental(Universidade Federal do Pará, 2019-04-17) SANTOS, Juliana Januária Teixeira; WIIG, Oystein; http://lattes.cnpq.br/6664624762387564; OLIVEIRA, Ana Cristina Mendes de; http://lattes.cnpq.br/1199691414821581Nos últimos 60 anos, a degradação e fragmentação de habitats nativos modificaram a paisagem na Amazônia oriental brasileira. A plasticidade adaptativa de um organismo tem sido crucial para sua sobrevivência e sucesso a longo prazo nesses novos ecossistemas. Neste estudo, investigamos a resposta de quatro espécies ameaçadas de grandes mamíferos terrestres às variações na qualidade de seus habitats originais, em um contexto de alta pressão antrópica. A distribuição dos Myrmecophaga tridactyla, Priodontes maximus, Tapirus terrestris e Tayassu pecari em todos os habitats amostrados sugere sua tolerância à degradação. No entanto, a capacidade de sobrevivência de cada espécie nos diferentes habitats não foi a mesma. Entre as quatro espécies, T. pecari parece ser a que possui menor capacidade de sobrevivência em ambientes mais alterados. A influência positiva dos habitats alterados antropogenicamente nas abundâncias de três das quatro espécies estudadas, como observado nas áreas de regeneração, pode ser considerada como uma possível indicação do fenômeno das armadilhas ecológicas. Este estudo reforça a importância dos remanescentes florestais para a sobrevivência de espécies de mamíferos ameaçadas, em regiões de alta pressão antropogênica, como na Amazônia oriental brasileira.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O futuro dos quelônios amazônicos no contexto das mudanças climáticas(Universidade Federal do Pará, 2023-04) SILVA, Iago Barroso da; FAGUNDES, Camila Kurzmann; http://lattes.cnpq.br/7942655716698636; MASCHIO, Gleomar Fabiano; http://lattes.cnpq.br/7967540224850999; https://orcid.org/0000-0002-9013-4437A avaliação dos efeitos do aquecimento global na distribuição das espécies é amplamente necessária para o entendimento das suas consequências na biodiversidade. Com base no conhecimento sobre os impactos atuais e previstos das mudanças climáticas na Amazônia e no grupo dos quelônios, este estudo utilizou modelos de distribuição de espécies para compreender as consequências dessas modificações nas áreas potenciais de ocorrência das espécies, respondendo as seguintes questões: 1) Quais as regiões e qual a extensão da distribuição dos quelônios amazônicos que serão afetadas pelas mudanças climáticas futuras? 2) Quais espécies serão mais impactadas? Como resultados, observamos que os modelos apresentaram desempenhos consideráveis. Destacam-se as, como projeções de distribuições potenciais no período atual, a ampla distribuição das espécies Chelonoidis denticulatus; C. carbonarius e Platemys platycephala. Para as projeções no cenário climático futuro, todas as espécies perderam área potencial. Phrynops tuberosus (87.69%), M. nasuta (82.51%), P. platycephala (45.16%), M. raniceps (43.96%), P. sextuberculata (38.69%), C. denticulatus (36.19%) são as espécies que mais perderam área nesse cenário. Para um cenário de um futuro mais extremo, as espécies que perderam maior área potencial são M. nasuta (98.93%), P. tuberosus (97.87%), P. erythrocephala (66.26%), M. raniceps (63.46%), C. denticulatus (61.62%). Quelônios são animais muito afetados pela dinâmica hidrológica dos corpos d’água, a qual será especialmente impactada na Amazônia, prevendo-se modificações na vazão, precipitação, umidade, extensão de inundação e na intensidade desses fenômenos em diferentes estações da bacia. Essas mudanças trarão efeitos deletérios para os quelônios, os quais dependem do nível dos rios e da área e período de inundação para reprodução e alimentação. Quelônios com hábitos semiaquáticos também perdem áreas importantíssimas de alimentação com a modificação do regime hidrológico e da paisagem do entorno dos rios. É muito preocupante o fato que todas as espécies de quelônios da Amazônia serão afetadas pelas mudanças climáticas, sendo que a grande maioria perderá amplas extensões de áreas ambientalmente adequadas para sua ocorrência. Ações governamentais mitigatórias, a longo prazo, em diferentes escalas, são essenciais para suavizar os impactos desse cenário e contribuir para a conservação dessas espécies.
