Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia - PPGCOM/ILC
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/4452
O Programa de Pós-graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia (PPGCOM) é vinculado ao Instituto de Letras e Comunicação (ILC) da Universidade Federal do Pará (UFPA) e iniciou suas atividades no ano de 2010, com a implantação do seu curso de mestrado, autorizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES). Sua proposta geral é promover a análise dos fenômenos comunicacionais em sua relação com as práticas culturais e sociais contemporâneas e em suas peculiaridades na Amazônia, aprofundando o conhecimento profissional e acadêmico e possibilitando a formação de pesquisadores na área da Comunicação.
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia - PPGCOM/ILC por Linha de Pesquisa "COMUNICAÇÃO, CULTURA E SOCIALIDADES NA AMAZONIA"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Entrelaces da resistência: comunicação e práticas emancipatórias de mulheres negras trançadeiras da Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2023-06-13) SOUSA, Raissa Lennon Nascimento; AMORIM, Célia Regina Trindade Chagas; http://lattes.cnpq.br/9650931755253248A pesquisa tem enfoque nas práticas emancipatórias de mulheres negras trançadeiras que vivem na Amazônia paraense (Belém/Pará). Compreendemos a atividade trancista como experiência comunicativa de resistência, autonomia econômica e superação das opressões que atingem mulheres negras amazônidas. O trançado, para negras e negros, não é apenas uma questão de estética ou vaidade, representa um encontro com a ancestralidade africana e com a afirmação de uma identidade que é relegada historicamente em uma sociedade racista. Para Nilma Lino Gomes (2019), o cabelo e o corpo podem ser considerados expressões da identidade negra brasileira, uma vez que são símbolos de relações de violência e de desigualdades étnico-raciais. O objetivo deste trabalho é entender, à luz da comunicação e das ciências sociais, os atravessamentos que as mulheres trançadeiras vivem no referente a questões como racismo, identidade negra, colonialidade, ancestralidade, territorialidade e resistência. Entendemos que a cultura do trançado na Amazônia possibilita formas singulares de comunicação divergentes da lógica do sistema patriarcal branco capitalista e colonialista. Como caminhos metodológicos com inspiração em Kilomba (2019), utilizamos uma investigação centrada nos sujeitos, por meio de entrevistas não diretivas (em profundidade) com mulheres negras trancistas, que trabalham em Belém do Pará. A partir dos relatos extraídos desse diálogo, entrelaçamos uma epistemologia descolonial e afrodiaspórica, no qual as narrativas das mulheres é que nos mostram os caminhos da pesquisa. Somos amparados pela noção da organização do vínculo e do “comum” de Muniz Sodré (2014), na teoria crítica de Paulo Freire (2018), nas reflexões de raça e gênero de Grada Kilomba (2019), bell hooks (2017) e Nilma Lino Gomes (2019), e na perspectiva da negritude na Amazônia de Zélia Amador de Deus (2019) e Vicente Salles (1971), entre outros. As práticas emancipatórias das mulheres trançadeiras acontecem por meio da superação das dificuldades econômicas, na solidariedade, na valorização de uma identidade racial negra, feminista e amazônida e, sobretudo, na relação comunicativa de ancestralidade negra promovida pelo trançado.Tese Acesso aberto (Open Access) Espetáculos Culturais Amazônicos: a festa como resistência e experiência estética(Universidade Federal do Pará, 2023-03-24) LIMA, Nair Santos; AMARAL FILHO, Otacílio; http://lattes.cnpq.br/2605877670235703; https://orcid.org/0000-0001-5467-8528A tese trata das festas da cultura amazônica com ênfase nos espetáculos culturais, as quais, ao longo do tempo, vêm sendo ressignificadas, a partir de seus lugares de tradição. A visibilidade desses eventos ocorre por meio da midiatização, processo auferido pelos meios tecnológicos de comunicação e potencializados por um modelo de globalização, que os naturaliza como produto mercadológico. Na condução da pesquisa evidenciou-se a diferença entre “festas amazônicas”, que são as manifestações culturais no âmbito do território brasileiro (Amazônia Legal), e “festas da cultura amazônica” – culminando com os “espetáculos culturais amazônicos”, que são aquelas constituídas da experiência estética do imaginário dessas populações e, portanto, próprias da cultura ribeirinha ou cabocla. Percebeu-se, ainda que o termo “caboclo” tem se reconfigurado desde que os saberes desses povos revelou uma importância ímpar no contexto cultural e inseridos nos espaços acadêmicos das várias ciências, consubstanciando-se, sobretudo, na ideia de uma cultura amazônica específica, de características intrínsecas do ser amazônico, como também da compreensão de pesquisadores amazônicos sobre o tema. O lócus de enunciação ocorre nas cidades de Juruti e Santarém, no estado do Pará e na cidade de Parintins, no Amazonas, cujo corpus de análise são: a festa das tribos, a festa do Sairé, e o festival folclórico de Parintins. A pesquisa bibliográfica foi o procedimento que conduziu todas as fases desse estudo e a análise do fenômeno se fundamenta teórica e metodologicamente na conversão semiótica – atividade mental de natureza simbólica produzida pelo pensamento humano e que atua na produção de novos sentidos. O corpus tem por base três documentários contemplados pela lei Aldir Blanc referentes às três festas, porém, outros audiovisuais sobre o ambiente das festas postados no YouTube, e selecionados por critério de relevância, representatividade e participação dos organizadores e/ou “fazedores da festa” serviram de apoio para a análise. Sob essa perspectiva, compreende-se que os espetáculos culturais amazônicos são meios de expressividade e resistência de uma cultura que opera como forma de comunicação, e que por meio da plataforma YouTube e linguagens da comunicação digital ou midiatizada, transpõe-se o local, ganha visibilidade, lucro e produz novos sentidos, quer sejam pelo restabelecimento dos vínculos de pertencimento com a cultura local ou dos modos de festejar e do estar-juntos.Tese Acesso aberto (Open Access) Os moradores de Belém e suas relações com a cidade: tessitura de uma cartografia comunicativa(Universidade Federal do Pará, 2023-04-12) KABUENGE, Nathan Nguangu; COSTA, Alda Cristina Silva da; http://lattes.cnpq.br/2403055637349630A presente tese analisou as construções narrativas que os moradores de Belém fazem de si, do outro e de Belém. Considerando as construções imaginárias que se estabelecem entre os moradores da capital paraense, o medo se constitui como um dos tensionamentos na tessitura das narrativas. Na análise, indagou-se: Como a cartografia de Belém permite observar os processos comunicativos de construção de si, do outro e da cidade? A pergunta instigou a buscar saber como os moradores de Belém se percebem numa relação entre o eu e o outro. No contemporâneo, a compreensão dessa relação Eu-Tu se justifica porque tal relação tem-se configurado como calculista, na medida em que faz do outro um Isso, e não o eu exteriorizado determinante no entendimento do agir humano. Como percurso metodológico, elaborou-se uma cartografia comunicativa, com a finalidade de tecer os sentidos atribuídos pelos indivíduos a si mesmos e ao outro, assim como aos espaços por eles vivenciados. A cartografia foi apreendida como relação de poder, tensões e força na negociação de sentidos e no controle do espaço enquanto produto das práticas e relações sociais. Nessa construção, 15 entrevistas narrativas foram realizadas com moradores de 14 bairros de Belém, de janeiro a outubro de 2022. As análises de tais entrevistas tiveram inspirações nas aberturas teórico metodológicas: da narrativa-hermenêutica de Ricoeur, e as explicações sobre o desdobramento das mímesis I, II e III; da cartografia de Deleuze e Guattari; da dimensão ontológica da relação Eu-Tu em Buber; e da dimensão ética da relação face-a-face de Lévinas. A partir das histórias dos interlocutores sobre e de Belém, identificou-se como foi formado um quadro geral, denominado de ―quadro afetivo‖, com ramificações em outros quadros: urbanístico, sociocultural e de segurança. No quadro afetivo, os moradores cartografam a cidade de Belém de forma afetiva e pessoal. Em todos os quadros, emergiram experiências comunicativas categorizadas em três dimensões: a) no centro da cidade – uma forte relação da comunicação enquanto possibilidade ou incomunicação; b) na periferia, a comunicação como diálogo; e c) em Belém como um todo – a comunicação enquanto relação de alteridade. Os resultados da pesquisa apontaram para uma cartografia das relações, dos afetos, das intensidades, dos conflitos, das disputas de sentidos, das resistências, da territorialidade, desterritorialidade e da reterritorialidade, que cotidianamente os moradores de Belém vivem e fazem para tornar a cidade um lugar do possível, pois este mesmo lugar comporta, ao mesmo tempo, o sentir-se seguro e em perigo, em que há riqueza e pobreza. Apesar desses problemas, os moradores de Belém se esforçam, através das manifestações culturais, para vibrarem junto em torno da cidade.
