Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2603
O Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA) surgiu em 1976 como uma necessidade de desmembramento do então já em pleno desenvolvimento Curso de Pós-Graduação em Ciências Geofísicas e Geológicas (CPGG), instalado ainda em 1973 nesta mesma Universidade. Foi o primeiro programa stricto sensu de Pós-Graduação (mestrado e doutorado) em Geociências em toda Amazônia Legal. Ao longo de sua existência, o PPGG tem pautado sua atuação na formação na qualificação de profissionais nos níveis de Mestrado e Doutorado, a base para formação de pesquisadores e profissionais de alto nível. Neste seu curto período de existência promoveu a formação de 499 mestres e 124 doutores, no total de 623 dissertações e teses.
Navegar
Navegando Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG por Agência de fomento "ANP - Agência Nacional do Petróleo"
Agora exibindo 1 - 7 de 7
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Dissertação Acesso aberto (Open Access) Datação pelo método de traços de fissão em apatita da região da estrutura dômica de Monte Alegre, Bacia do Amazonas (PA)(Universidade Federal do Pará, 2011-04-05) NEGRÃO, Sílvia Cristina Barroso; LELARGE, Maria Lidia Vignol; MOURA, Candido Augusto Veloso; http://lattes.cnpq.br/1035254156384979Na porção norte da Bacia Sedimentar do Amazonas, ao sul do município de Monte Alegre (PA), ocorre uma estrutura semi-elipitica desenhada por um conjunto de serras, conhecida como o Domo de Monte Alegre. Na sua porção central afloram rochas devonianas da Formação Ererê e, em direção a borda da estrutura, estão expostas rochas das formações Barreirinha, Curiri, Oriximiná, Faro e Monte Alegre com idades variando do Neoevoniano ao Mesocarbonífero. Esse conjunto de rochas é cortado por diques de diabásio de aproximadamente 200 Ma (Magmatismo Penatecaua). A formação da estrutura dômica de Monte Alegre tem sido atribuída à colocação dos diques e soleiras de diabásio. No entanto, não se pode descartar, a priori, a contribuição do tectonismo Terciário, presente em toda a Bacia do Amazonas, na formação do domo, uma vez que nas porções leste e sul dessa estrutura as rochas cretáceo/terciárias da Formação Alter do Chão se encontram em contato por falha com as rochas da Formação Ererê. Neste estudo empregou-se a termocronologia por traços de fissão em apatita nos diabásios do Magmatismo Penatecaua com o objetivo de definir a idade da estruturação do Domo de Monte Alegre, de modo a investigar o papel do tectonismo terciário na formação da estrutura. O método de traços de fissão em apatitas (TFA) é aplicado ao estudo da evolução termotectônica de uma região, uma vez que a quantificação dos traços de fissão presentes no mineral permite estimar a idade em que a rocha passou em uma determinada temperatura (temperatura de bloqueio), que pode estar relacionada a um evento tectônico (soerguimento/ subsidência) ocorrido na área. As rochas máficas estudadas na região de Monte Alegre forneceram idades aparentes médias de TFA entre 53,2 e 43,6 Ma. Estas idades representam um importante evento tectônico do Terciário (Eo a Meso Eoceno) que alçou para níveis crustais mais rasos estes diabásios e suas rochas encaixantes. As histórias térmicas obtidas após a modelagem dos dados de TFA permitiram a individualização de quatro eventos de resfriamento para as amostras de diabásio aqui estudadas, ocorridos em 140-110 Ma, 110-100 Ma, 55-45 Ma e 30 Ma-recente. Apenas a amostra TFMA 12, localizada fora do Domo de Monte Alegre, não registrou do evento do Eoceno. A modelagem dos dados possibilitou, ainda, a avaliação de taxas de resfriamento que variam de 0,4 ºC/Ma, para eventos mais lentos, até 2,82ºC/Ma, para eventos mais rápidos. Essas taxas permitiram estimar de 3 a 3,35 Km para as seções removidas associadas a reativações de falhas em diferentes momentos da história da região, principalmente no Cenozóico. As idades aparentes de traços de fissão em apatitas situadas entre 53,2 Ma e 43,6 Ma, assim como o marcante evento térmico de resfriamento do Eoceno registrado no modelamento sugerem uma importante participação do tectonismo terciário na formação da estrutura dômica de Monte Alegre. Acredita-se que as idades aparentes de traços de fissão (53,2 Ma e 43,6 Ma) colocariam limites na idade dessa tectônica terciária.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Morfologia e sedimentologia da praia de macromaré de Ajuruteua, Pará: um estudo para definição de índices de sensibilidade ambiental ao derramamento de óleo(Universidade Federal do Pará, 2007-10-28) BRAGA, Francisca de Paula da Silva; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins eA praia de macromaré de Ajuruteua, no norte do Brasil, está sujeita a poluição por óleo em função das rotas de navios petroleiros. Deste modo é importante que sejam conhecidas as características ambientais, para que possam ser traçados planos de contingência, de modo a identificar os ambientes mais sensíveis à poluição por óleo. O objetivo deste trabalho foi estudar a variação espacial e sazonal das propriedades granulométricas e morfológicas ao longo da Zona de Intermaré (ZI), assim como a permeabilidade, usando-os como parâmetros para estabelecer o Indice de Sensibilidade Ambiental (ISA) ao derramamento de óleo na zona de intermaré. Para a realização desta pesquisa, foram estabelecidos 23 perfis topográficos a partir das dunas frontais até 1,5 m de profundidade na zona inframaré (ZI), em condição de maré baixa de sizígia. Ao longo dos perfis, amostras sedimentares foram coletadas nos meses de junho, setembro e dezembro de 2005 e março de 2006. Testemunhos sedimentares foram coletados em nove pontos representativos da praia para se obter as propriedades físicas dos sedimentos. As amostras sedimentares foram processadas em um granulômetro a laser da Malvern no intervalo de 1/8φ. Os dados topográficos foram coletados com uma estação total Topcon, e processados nos programas TOPOGRAPH 98SE e GOLDEN SOFTWARE (SURFER 8.0). Os resultados mostram variações sazonais na distribuição morfológica e granulométrica na Zona Intermaré. Nos meses de junho e dezembro, a zona intermaré é plana e os sedimentos da zona Intermaré superior (ZIS) são finos, bem selecionados, apresentando assimetria positiva, e tendem a engrossar em direção a zona de intermaré inferior (ZII), onde os sedimentos se tornam moderadamente a pobremente selecionados e negativamente assimétricos. Enquanto que em março e setembro verifica-se a presença de um sistema de crista e calha que influencia na heterogeneidade da distribuição dos sedimentos na zona Intermaré. O tamanho dos grãos varia de areia fina a média, bem a mal selecionada com assimetria negativa. Nas calhas, os sedimentos tendem a ser mais grossos, com assimetria negativa e moderadamente selecionados. Para a confecção do mapa ISA da praia de Ajuruteua, classificou-se o índice 3A, como menos sensível e o índice 3E como o mais sensível. Em junho e dezembro, a zona de intermaré inferior é mais sensível (índice 3D) ao derramamento de óleo do que a zona de intermaré superior (índice 3A). Em março e setembro, a sensibilidade é maior principalmente na calha (3E), que funcionaria como armadilha, o que dificulta a limpeza do óleo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Paleoambiente dos calcários e folhelhos betuminosos da Formação Guia, Neoproterozóico, Sudoeste do estado do Mato Grosso(Universidade Federal do Pará, 2012-05-02) BRELAZ, Luciana Castro; LOPES, Renata Lourenço; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998A implantação de extensas plataformas carbonáticas após a última glaciação do Criogeniano (~ 635 M.a.) é relatada em diversas partes do globo em resposta à súbita elevação da temperatura global, concomitante ao degelo das coberturas glaciais responsáveis por eventos transgressivos globais. No Brasil, um dos melhores exemplos de depósitos transgressivos pósglaciação de idade Ediacarana (630 - 580 M.a.) é a Formação Guia, unidade calcária do Grupo Araras, exposta por centenas de quilômetros no segmento Norte da Faixa Paraguai e Sul do Cráton Amazônico. A Formação Guia consiste predominantemente de calcários e folhelhos betuminosos, com espessura de mais de 400 m. A partir da análise faciológica e estratigráfica das pedreiras situadas nas regiões de Cáceres, Nobres e Cuiabá, foram individualizadas oito litofácies, agrupadas em três Associações de Fácies (AF), representativas de uma plataforma carbonática retrogradante: AF1- face de praia inferior influenciada por tempestades, AF2- costa afora e AF3- costa afora externa inclinada. AF1 alcança espessuras de aproximadamente 160 m e incluem margas e calcários finos com abundantes grãos terrígenos e estruturas produzidas por fluxo oscilatório e combinado, relacionado a ondas de tempo bom e de tempestades. AF2 compreende os mais espessos depósitos da Formação Guia, com quase 200 m. É constituída por calcário cinza com partição de folhelho e abundante matéria orgânica. A notável a monotonia litológica e estrutural, refletida na continuidade lateral de camadas tabulares de calcário intercalado a delgadas lâminas de folhelho por centenas de quilômetros, denota que a sedimentação hemipelágica ocorreu em condições de baixa energia, abaixo da base de ondas de tempestades na zona de costa afora. A grande quantidade de material orgânico acumulado nestas rochas associado à presença de pirita revela a natureza anóxica e estagnante das águas na plataforma carbonática. Palinomorfos na AF2 compreendem poucas espécies de leiosferídeos, simples acritarcos esferomorfos indeterminados e prováveis fragmentos de algas. A coloração marrom do material orgânico amorfo e de acritarcos indica grau moderado de maturação. A raridade de formas orgânicas bem preservadas e a grande quantidade de matéria orgânica amorfa revelam moderada degradação. AF3 apresenta depósitos com até 70 m de espessura. É composta por brechas calcárias com clastos tabulares e feições de escorregamento, intercaladas a camadas tabulares de calcário fino. As brechas, de natureza intraformacional, foram formadas por fluxos gravitacionais de massa gerados pela instabilidade de carbonatos em zonas externas plataformais. Estes fluxos gravitacionais episódicos se alternaram com sedimentação hemipelágica cíclica (formando lama micrítica e terrígena). Para a definição da morfologia da plataforma, três aspectos foram considerados: 1) a transição vertical dos depósitos de águas rasas (shoreface) para de águas profundas (offshore) sem mudança abrupta de fácies, 2) a ausência de estruturas deformacionais rúpteis sinsedimentares (falhas e de depósitos de deslizamento) e 3) a extensão por centenas de quilômetros destes depósitos. Todas estas feições são diagnósticas de plataformas em rampa do tipo homoclinal. A presença de uma ampla plataforma carbonática na margem do Cráton Amazônico durante o Ediacarano, sítio deposicional de lama carbonática rica em matéria orgânica, abre perspectivas para a prospecção de rochas geradoras de um provável sistema petrolífero neoproterozóico, desenvolvido na região central do Brasil.Tese Acesso aberto (Open Access) Paleoambiente e proveniência da formação cabeças da bacia do Parnaíba: evidências da glaciação famenniana e implicações na potencialidade do reservatório(Universidade Federal do Pará, 2014-06-10) BARBOSA, Roberto César de Mendonça; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998O histórico de prospecção de hidrocarbonetos da Bacia Paleozoica do Parnaíba, situada no norte-nordeste do Brasil, sempre foi considerado desfavorável quando comparado aos super-reservatórios estimados do Pré-Sal das bacias da Margem Atlântica e até mesmo interiores, como a Bacia do Solimões. No entanto, a descoberta de gás natural em depósitos da superseqüência mesodevoniana-eocarbonífera do Grupo Canindé, que incluem as formações Pimenteiras, Cabeças e Longá, impulsionou novas pesquisas no intuito de refinar a caracterização paleoambiental, paleogeográfica, bem como, entender o sistema petrolífero, os possíveis plays e a potencialidade do reservatório Cabeças. A avaliação faciológica e estratigráfica com ênfase no registro da tectônica glacial, em combinação com a geocronologia de zircão detrítico permitiu interpretar o paleoambiente e a proveniência do reservatório Cabeças. Seis associações de fácies agrupadas em sucessões aflorantes, com espessura máxima de até 60m registram a evolução de um sistema deltaico Devoniano influenciado por processos glaciais principalmente no topo da unidade. 1) frente deltaica distal, composta por argilito maciço, conglomerado maciço, arenito com acamamento maciço, laminação plana e estratificação cruzada sigmoidal 2) frente deltaica proximal, representada pelas fácies arenito maciço, arenito com laminação plana, arenito com estratificação cruzada sigmoidal e conglomerado maciço; 3) planície deltaica, representada pelas fácies argilito laminado, arenito maciço, arenito com estratificação cruzada acanalada e conglomerado maciço; 4) shoreface glacial, composta pelas fácies arenito com marcas onduladas e arenito com estratificação cruzada hummocky; 5) depósitos subglaciais, que englobam as fácies diamictito maciço, diamictito com pods de arenito e brecha intraformacional; e 6) frente deltaica de degelo, constituída pelas fácies arenito maciço, arenito deformado, arenito com laminação plana, arenito com laminação cruzada cavalgante e arenito com estratificação cruzada sigmoidal. Durante o Fammeniano (374-359 Ma) uma frente deltaica dominada por processos fluviais progradava para NW (borda leste) e para NE (borda oeste) sobre uma plataforma influenciada por ondas de tempestade (Formação Pimenteiras). Na borda leste da bacia, o padrão de paleocorrente e o espectro de idades U-Pb em zircão detrítico indicam que o delta Cabeças foi alimentado por áreas fonte situadas a sudeste da Bacia do Parnaíba, provavelmente da Província Borborema. Grãos de zircão com idade mesoproterozóica (~ 1.039 – 1.009 Ma) e neoproterozóica (~ 654 Ma) são os mais populosos ao contrário dos grãos com idade arqueana (~ 2.508 – 2.678 Ma) e paleoproterozóica (~ 2.054 – 1.992 Ma). O grão de zircão concordante mais novo forneceu idade 206Pb/238U de 501,20 ± 6,35 Ma (95% concordante) indicando idades de áreas-fonte cambrianas. As principais fontes de sedimentos do delta Cabeças na borda leste são produto de rochas do Domínio Zona Transversal e de plútons Brasilianos encontrados no embasamento a sudeste da Bacia do Parnaíba, com pequena contribuição de sedimentos oriundos de rochas do Domínio Ceará Central e da porção ocidental do Domínio Rio Grande do Norte. No Famenniano, a movimentação do supercontinente Gondwana para o polo sul culminou na implantação de condições glaciais concomitantemente com o rebaixamento do nível do mar e exposição da região costeira. O avanço das geleiras sobre o embasamento e depósitos deltaicos gerou erosão, deposição de diamictons com clastos exóticos e facetados, além de estruturas glaciotectônicas tais como plano de descolamento, foliação, boudins, dobras, duplex, falhas e fraturas que refletem um cisalhamento tangencial em regime rúptil-dúctil. O substrato apresentava-se inconsolidado e saturados em água com temperatura levemente abaixo do ponto de fusão do gelo (permafrost quente). Corpos podiformes de arenito imersos em corpos lenticulares de diamicton foram formados pela ruptura de camadas pelo cisalhamento subglacial. Lentes de conglomerados esporádicas (dump structures) nos depósitos de shoreface sugere queda de detritos ligados a icebergs em fases de recuo da geleira. A elevação da temperatura no final do Famenniano reflete a rotação destral do Gondwana e migração do polo sul da porção ocidental da América do Sul e para o oeste da África. Esta nova configuração paleogeográfica posicionou a Bacia do Parnaíba em regiões subtropicais iniciando o recuo de geleiras e a influência do rebound isostático. O alívio de pressão é indicado pela geração de sills e diques clásticos, estruturas ball-and-pillow, rompimento de camadas e brechas. Falhas de cavalgamento associadas à diamictitos com foliação na borda oeste da bacia sugerem que as geleiras migravam para NNE. O contínuo aumento do nível do mar relativo propiciou a instalação de sedimentação deltaica durante o degelo e posteriormente a implantação de uma plataforma transgressiva (Formação Longá). Diamictitos interdigitados com depósitos de frente deltaica na porção superior da Formação Cabeças correspondem a intervalos com baixo volume de poros e podem representar trapas estratigráficas secundárias no reservatório. As anisotropias primárias subglaciais do topo da sucessão Cabeças, em ambas as bordas da Bacia do Parnaíba, estende a influência glacial e abre uma nova perspectiva sobre a potencialidade efetiva do reservatório Cabeças do sistema petrolífero Mesodevoniano-Eocarbonífero da referida bacia.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Paleoambiente e quimioestratigrafia da Formação Serra do Quilombo, Neoproterozóico da Faixa Paraguai Norte, regiões de Cáceres e Nobres (MT)(Universidade Federal do Pará, 2012-05-03) MILHOMEM NETO, João Marinho; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998; MACAMBIRA, Moacir José Buenano; http://lattes.cnpq.br/8489178778254136Após a última glaciação criogeniana (ca. 635 Ma), extensas plataformas carbonáticas desenvolveram-se sobre diversas regiões cratônicas da Terra. Apesar da intensa dolomitização de parte desses depósitos, muitos dos processos sedimentares e paleoceanográficos podem ainda ser resgatados, contribuindo no entendimento do paleoambiente e da composição isotópica da água do mar durante o Neoproterozóico. Um dos exemplos mais importantes deste período no Brasil é a Formação Serra do Quilombo, pertencente à porção superior do Grupo Araras, no segmento norte da Faixa Paraguai, sul do Cráton Amazônico. Esta unidade tem sido interpretada, em sua seção-tipo na região de Cáceres, estado do Mato Grosso, como representante de depósitos de plataforma moderadamente rasa a profunda influenciada por sismos e tempestades. A análise de fácies e estratigráfica, em combinação com dados de isótopos de C, O e Sr nas regiões de Cáceres (seção-tipo) e Nobres, permitiu reavaliar e ampliar estas interpretações paleoambientais e paleoceanográficas, visando à construção de um arcabouço quimioestratigráfico para a unidade. A sucessão estudada possui aproximadamente 140 m de espessura e inclui a Formação Serra do Quilombo e seus contatos com unidades adjacentes, a Formação Guia na base e Formação Nobres, no topo. Nessa sucessão foram descritas 5 fácies deposicionais que correspondem a dolomito fino laminado rico em matéria orgânica (Dl), dolomito fino maciço a laminado (Dml), dolomito arenoso com estratificação cruzada hummocky/swaley associada com estratificação plano-paralela (DAh), dolomito arenoso/oolítico com laminações produzidas por ondas (DAl) e brecha dolomítica com matriz (BDm). As fácies sedimentares foram agrupadas em duas associações de fácies (AF) que indicam ambientes de plataforma carbonática moderadamente profunda (AF1: Dm e Dl) e face litorânea influenciada por tempestades (AF2: DAh, DAl e BDm). A Formação Serra do Quilombo compõe uma sucessão de raseamento ascendente (shallowing upward), que representa o registro progradante de um trato de sistema de mar alto, em um contexto de rampa carbonática homoclinal instalada no sul do Cráton Amazônico durante o Ediacarano. As análises de C e O foram realizadas em 141 amostras (dentre calcários e dolomitos finos, dolomitos arenosos/oolíticos, além de clastos, cimento e matriz de brechas dolomíticas), das quais, 6 foram também selecionadas para análises de Sr. Estudos de elementos maiores (Ca, Mg e Fe) e traços (Rb, Sr e Mn), realizados em 20 amostras, auxiliaram na seleção daquelas para análise isotópica de Sr e na avaliação da natureza primária do sinal isotópico dos carbonatos estudados. Os valores de δ13C, interpretados como representativos da água do mar original, apresentam uma tendência que varia desde negativa, em torno de -2‰, na base da sucessão (Formação Guia), até composições enriquecidas de δ13C em direção ao topo da sucessão estudada, atingindo valores acima de 0‰. A seção-tipo da Formação Serra do Quilombo apresenta uma curva homogênea de isótopos de C, com valores de δ13C em torno de 0‰, o que permite sua perfeita correlação com outras sucessões como, por exemplo, sua seção de referencia em Nobres, distante cerca de 200 km. As razões 87Sr/86Sr seguem a tendência geral dos isótopos de C, com valores crescentes em direção ao topo da sucessão, variando de 0,7077 até 0,7083, diretamente relacionados com o raseamento dos ambientes e o consequente influxo de grãos siliciclásticos registrado na porção superior da unidade (AF2). Os dados de δ13C e δ18O obtidos para as brechas dolomíticas com matriz (BDm) indicam, em geral, uma similaridade entre o sinal isotópico, tanto da matriz quanto dos clastos, sugerindo sua natureza primária e sindeposicional. Por outro lado, para as brechas dolomíticas cimentadas, os valores obtidos para os cimentos de dolomita espática indicam menores valores de δ13C e, notadamente, de δ18O em relação aos clastos, sugerindo que sua origem é secundária, provavelmente resultante da interação com águas meteóricas ou fluidos hidrotermais durante o processo de formação das brechas. A implantação de uma plataforma carbonática moderadamente profunda a rasa com padrões isotópicos de C tendendo a valores positivos, distiguem-se dos depósitos pós-glaciais da base do Grupo Araras, com valores de C fortemente negativos, e podem representar o restabelecimento das condições normais de sedimentação. Da mesma forma, a tendência crescente da razão isotópica de Sr indica o aumento do influxo continental num cenário já completamente desprovido da influência glacial (Snowball/slushball Earth hypothesis). Os valores de Sr apontam idade ediacarana, entre 560 e 580 Ma, para a deposição da Formação Serra do Quilombo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Rochas geradoras da Formação Guia, Neoproterozoico do sul do Cráton Amazônico, região de Cáceres e Nobres, estado do Mato Grosso(Universidade Federal do Pará, 2018-10-24) BEZERRA JUNIOR, Alexandre Castelo Branco; SILVA JUNIOR, José Bandeira Cavalcante da; http://lattes.cnpq.br/8615194741719443Extensos mares epíricos instalados na porção oeste do Gondwana, no final do Neoproterozoico, foram influenciados pelo último evento glacial global Marinoano (635 Ma) ligado a hipótese de Snowball Earth. A rápida mudança nas condições de icehouse para greenhouse favoreceu o desenvolvimento de extensas plataformas carbonáticas na margem sudeste do Cráton Amazônico, num contexto de Bacia Intracratônica, invertida no início do Paleozoico. Nesta região, estão expostos os depósitos do Grupo Araras, que registram a evolução das plataformas carbonáticas pós-glaciais. O Grupo Araras é composto, da base para o topo, pelas formações Mirassol d’Oeste (capa dolomítica), Guia (capa calcária), Serra do Quilombo e Nobres. A Formação Guia, objeto deste estudo, tem a sua base interpretada como capa calcária com até 30 metros de espessura nas ocorrências sobre o Cráton e depósitos de plataforma com até 225 metros na Bacia Intracratônica. Esta unidade consiste em calcários micríticos e folhelhos transgressivos ricos em matéria orgânica apresentando excelentes exposições nas regiões de Cáceres e Nobres, Estado do Mato Grosso, consistindo nas seguintes fácies/microfácies: mudstone calcífero (Mc); wackestone com terrígenos (Wt); mudstone com instraclastos (Mi); e brecha calcária (Bc). Este monótono conjunto de fácies/microfácies foi interpretado como um paleoambiente de plataforma marinha rasa abaixo do nível de ondas de tempestades, na zona offshore, sob condições redutoras. Estilólitos e dissolution seams são frequentes nas microfácies Mc e Wt, assim como, a presença de betume e pirita preenchendo poros intercristalinos. A fácies Wt apresenta conteúdo de terrígenos acima de 10%, representados por grãos de quartzo e muscovita, ambos variando de silte a areia fina. A análise dos grãos de quartzo por catodoluminescência indicam proveniência de fontes ígneas e metamórficas de médio a alto grau. A quantidade anômala de terrígenos disseminados nas fácies micríticas, considerada uma inversão textural, sugere influxo siliciclástico de margens próximas da bacia condizentes com um contexto paleogeogr fico de mares epíricos proposto para o núcleo do Gondwana Oeste. A análisede Conteúdo Orgânico Total (COT) indicou na sucessão aflorante na região de Cáceres valores de COT entre 0,06% a 0,23%, enquanto na região de Nobres, os depósitos apresentam valores entre 0,05 e 0,27%, condizentes com acumulações neoproterozoicas ao redor do mundo (geralmente inferiores a 1%). Esta acumulação de hidrocarboneto, apesar de inviável economicamente, compõe um sistema petrolífero não-convencional denominado de Araras. De tal forma que a sucessão estudada (Fm. Guia) constitui a rocha geradora e reservatório deste sistema e os dolomitos da Formação Serra do Quilombo representam a rocha selante. São registradas pelo menos duas fases de migração de hidrocarboneto, associados aos eventos tectônicos no Ediacarano superior e início do Paleozoico, com a abertura das bacias do Parecis e Paraná.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A sucessão siliciclástica-carbonática neocarbonífera da bacia do Amazonas, regiões de Monte Alegre e Itaituba (PA)(Universidade Federal do Pará, 2010-03-14) LIMA, Hozerlan Pereira; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998Registros sedimentares do Neocarbonífero, particularmente do Moscoviano, na Bacia do Amazonas, Norte do Brasil, caracterizam a zona de contato entre as formações Monte Alegre (rochas siliciclásticas) e Itaituba (rochas carbonáticas). A análise faciológica da sucessão Moscoviana de até 40 m de espessura, exposta na região de Monte Alegre e Itaituba, Estado do Pará, permitiu identificar 5 associações de fácies (AF), que correspondem a depósitos estabelecidos no ambiente costeiro, representados por dunas/intedunas eólicas (AF1), lençóis de areia/wadi (AF2), laguna/washover (AF3), praia/planície de maré (AF4) e laguna/delta de maré (AF5). A associação de campo de dunas/interdunas (AF1) é constituída por arenitos finos a médios, bimodais com estratificação cruzada de médio porte, laminação cavalgante transladante subcrítica e arenitos com gradação inversa. Arenitos finos com acamamento maciço, marcas de raízes e, subordinadamente, verrugas de aderência (adhesion warts), ocorrem nos limites dos sets de estratificação cruzada e indicam, respectivamente, paleossolos e migração de grãos por ação eólica sobre interduna úmida. Depósitos de lençóis de areia/wadi (AF2) são compostos de arenitos finos a médios com estratificação plano-paralela e laminação cavalgante transladante subcrítica, relacionados a superfícies de deflação (lençóis de areia), enquanto arenitos finos a médios com estratificações cruzadas tangencial e recumbente, e acamamento convoluto, caracterizam rios efêmeros com alta energia. Pelitos laminados e arenitos finos com laminação cruzada cavalgante, contendo o icnofóssil Palaeophycus, representam sedimentação em ambiente de baixa energia e foram agrupados na associação de laguna/washover (AF3). Os depósitos de praia/planície de maré (AF4) consistem em arenitos finos a médios, com estratificação plano-paralela a cruzada de baixo ângulo, intercalados com lentes de dolomito fino maciço, localmente truncados por arenitos finos a médios. Estas fácies foram formadas pelo fluxo-refluxo em ambiente de praia, localmente retrabalhadas por pequenos canais, enquanto o carbonato é interpretado como precipitado em poças (ponds). Na AF4 encontram-se também pelitos laminados com gretas de contração, lâminas curvadas de argila e arenitos com estratificação cruzada tabular de pequeno a médio porte, contendo filmes de argila sobre foresets e superfícies de reativação, sugerindo a migração de sandwaves na intermaré. A associação de laguna/delta de maré (AF5) é constituída por calcários dolomitizados (mudstones, wackestones, packstones e grainstones) com poros do tipo vug e móldicos e bioclastos de braquiópodes, equinodermas, foraminíferos, ostracodes, briozoários, trilobitas, moluscos e coral isolado não fragmentado, além do ichnofóssil Thalassinoides. Conglomerados com seixos de calcário dolomitizado, arenitos finos com estratificação cruzada de baixo ângulo e superfícies de reativação, localmente sobrepostos por arenitos finos com estratificação cruzada sigmoidal e laminação cruzada cavalgante, foram interpretados como depósitos de tidal inlet e delta de maré. As associações de fácies/microfácies e os dados paleontológicos descritos neste trabalho corroboram a predominância de ambientes lagunares, em parte, conectados a um ambiente desértico costeiro para o intervalo de transição entre as formações Monte Alegre e Itaituba. A abundância de grãos arredondados de areia fina nas fácies carbonáticas corrobora influxo siliciclástico advindo do ambiente desértico adjacente ao ambiente costeiro. Condições mais quentes e tropicais para a sucessão estudada são também indicadas pela presença de carbonatos e argilominerais como illita e, principalmente, esmectita, bem como uma fauna diversificada. Os litotipos siliciclásticos e carbonáticos intercalados que caracterizam a fase final da deposição Monte Alegre e o início da sedimentação Itaituba, justificam sua representação em um mesmo sistema deposicional costeiro.
