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Tese Acesso aberto (Open Access) Movimentos sociais em área de mineração na Amazônia brasileira: ressonâncias e dissensos na proposição de um modelo de desenvolvimento alternativo(Universidade Federal do Pará, 2016-06-20) DIAS, Priscila Tamara Menezes; MATHIS, Armin; http://lattes.cnpq.br/8365078023155571A pesquisa aqui realizada trata do processo original, de produção comunicativa, dos movimentos sociais, em área de mineração, na defesa de uma pauta ampliada: a de promover um modelo de desenvolvimento alternativo. Nesse sentido, este trabalho objetiva analisar esse processo procurando entender como o movimento chega a esse tema, as suas origens, os protagonistas, a produção de sentidos e a criação de semânticas. Utilizamos como método, a análise da produção de sentido, da teoria sistêmica de Luhmann, assumindo-se que a análise se efetiva juntamente com os conceitos produzidos por esta teoria. Desta forma, a teoria sistêmica tendo conferido um significado teórico central à comunicação, torna-se necessário fazer o devido tratamento do que é que se diz quando algo se diz, e aqui está a importância do conceito de sentido, que é o meio que permite a criação seletiva de todas as formas sociais e psíquicas. Quando os movimentos sociais, em área de mineração, colocam em xeque o consenso pressuposto da indústria extrativista mineral e dos governos defensores das políticas de desenvolvimento regional calcadas nas atividades de mineração, eles, como resposta, tendem à promover a ressonância das expectativas divergentes, se propõem a tematizar um sentido de comunicação, para mostrar as inconsistências e precariedades por meio da construção de semânticas tais como injustiça, desigualdade, exploração dentre outros. É sob essa perspectiva que se analisa o movimento social Atingidos pela Vale, na Amazônia brasileira, a partir da criação do seu núcleo temático, que dá unidade ao movimento e produz sentidos, os quais servem para confirmar, difundir e generalizar os sentidos estabelecidos pela comunicação dominante. Ao afirmar que o movimento se propõe a busca por um “desenvolvimento” alternativo, indica que a desconstrução da ordem ou da comunicação dominante é feita por uma semântica alternativa mais abstrata que vai além de apenas ser um movimento contra a mineração, impõe-se a exigência de ser propositivo e isso leva tanto à ampliação dos que se agregam ao movimento, quanto ao aumento da capacidade de difusão da informação, o que também amplia o endereço do protesto. A possibilidade da propagação de uma semântica mais abstrata para facilitar a adesão da rede é uma constante para o movimento social que sempre requer maiores aderentes para impressionar seus adversários e produzir expectativas divergentes contra o que se quer protestar. No entanto, a ampliação produz um problema de manter a coesão do movimento, pois à medida que se amplia a temática e o problema, torna-se improvável que a comunicação produzida seja compreendida, dificultando saber o que a motiva e o que leva à mudança no endereço e na produção de resultados. Sendo assim, é difícil mostrar sucessos e resultados para manter os seguidores por muito tempo.Tese Acesso aberto (Open Access) ÒRÈ RÜ ÚKUẼ, sobre palavra e conselho: conhecimento e memória local na comunidade Mágüta (Tikuna) de Macedonia (Sul do Trapézio Amazônico- Colômbia)(Universidade Federal do Pará, 2020-02-13) GÓMEZ-PULGARÍN, Wilson Eduardo; RODRIGUES, Carmem Izabel; http://lattes.cnpq.br/5924616509771424; LÓPEZ-GARCÉS, Claudia Leonor; http://lattes.cnpq.br/5655397771707702; https://orcid.org/0000-0001-9550-0152As comunidades indígenas Tikuna ou Mágüta que hoje habitam a ribeira do rio Amazonas/ Solimões, além do contato com a escola, as igrejas católica e evangélica e o turismo impulsionado principalmente por empresas privadas, mantêm uma relação cada vez mais próxima com outros povos indígenas, com sociedades regionais ocupantes de terras amazônicas (os “novos colonos”) e com os diferentes Estado-Nação (o Brasil, a Colômbia e o Peru). As novas tecnologias de comunicação também se aproximam com a televisão, a internet e, portanto, com as redes sociais que conectam o mundo. Entretanto, a língua indígena vai cedendo terreno nos locais sociais das comunidades indígenas, as crianças e adolescentes começam a valorizar e usar outras línguas, outras oralidades, outras formas de comunicação. Nesse cenário, o povo Mágüta, apesar das constantes e persistentes influências de pensamento colonial e messiânico conserva a sua língua, suas narrações e sua palavra. Nas suas narrativas são exprimidas formas de conhecimento e de memória através das quais constroem seu posicionamento como povo e como sociedade na grande Amazônia. Portanto, esta pesquisa, procura problematizar e compreender como o conhecimento da palavra òrè (palavra oral e palavra mítica) é manifesto na comunidade indígena Tikuna de Macedonia, na ribeira colombiana do rio Amazonas/Solimões. Aqui serão importantes as interpretações em torno da oralidade, as representações locais que colocarão no cenário o “poder” da palavra òrè e as lembranças do conselho úkue͂. Deste modo, o tema central desta Tese explora as diversas formas da palavra Mágüta na comunidade de Macedonia, para se deter na oralidade e a mensagem manifesta no ato de aconselhar. Propõe-se assim, uma abordagem metodológica baseada no apelo à memória individual e coletiva, que explora atos comunicativos e que indaga junto com atores Mágüta locais (professores, pastores evangélicos, comunidade escolar e médico tradicional) que ainda fazem uso da língua nativa na comunidade. Ao final, a mensagem do òrè fala da origem, dos heróis, dos mitos e da construção social do povo Mágüta, mas também fala de cenários íntimos da cotidianidade, desde onde se ativa a palavra de conselho que costuma ser dada aos parentes, à comunidade e a todo aquele que deseje recebê-lo.
