Navegando por Assunto "Comunidade Bom Jesus I"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Matando a fome de lazer "Lá no meu Setor": práticas e sociabilidades na periferia de Belém (PA)(Universidade Federal do Pará, 2021-10-21) LOBATO, Flavio Henrique Souza; BAHIA, Mirleide Chaar; http://lattes.cnpq.br/6052323981745384; https://orcid.org/0000-0001-7168-2019Historicamente, no bojo das perspectivas capitalista e eurocêntrica, foram concebidos conceitos, práticas e espaços próprios de uma concepção hegemônica de lazer, a qual legitimou formas convencionais do que seria, de como deveria ser e em que espaços e tempos deveria ocorrer o lazer. Em diversas políticas públicas, tais entendimentos foram incorporados como maneiras únicas e exclusivas de lazer, privilegiando algumas pessoas e negligenciando muitas outras. Nesse sentido, como convenção social, o lazer, seus espaços e suas práticas passaram a ser vistos de modo restrito pela sociedade. Diante disso, esta pesquisa objetivou analisar, considerando os contextos macro e micro de análise, as práticas de lazer da Comunidade Bom Jesus I, na periferia de Belém (PA), a partir dos processos de interação e de sociabilidade dos moradores. Com a intenção de viabilizar este estudo, a partir de uma abordagem qualitativa, foram empregadas pesquisas bibliográfica, documental e de campo. Em um exercício do fazer etnográfico, realizaram-se conversas informais, observação participante, entrevistas semiestruturadas e registros em caderno de campo. A investigação foi guiada tanto por um olhar “de fora e de longe”, considerando os processos estruturantes (perspectiva macro), quanto por um olhar “de perto e de dentro” (perspectiva micro), voltado às “inversões” praticadas, diariamente, para o lazer dessa população. Para “matar a fome de lazer”, os “achados” desvelaram que, ao longo dos anos, diferentes e alternativas práticas e sociabilidades foram criadas a partir dos processos de interação entre os moradores da comunidade. Constatou-se também que, muitas vezes alienada por compreensões hegemônicas, essa população não consegue enxergar ou considerar as suas experiências cotidianas como lazer. As conversações, o “rock doido”, o “jogo do bicho”, o futebol e o “piquenique” compreendem “formas de diversão”, caracterizadas por dinâmicas muito particulares, carregadas de sentidos e significados, que possibilitam esse “setor” se divertir, se fazer existir e resistir diariamente. A comunidade, portanto, “faz”, literalmente, o seu direito ao lazer.
