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    TeseAcesso aberto (Open Access)
    Arcabouço estrutural e geocronologia dos granitóides da região de Várzea Alegre: implicações para a evolução crustal da Província Borborema
    (Universidade Federal do Pará, 2024-07-25) SOUSA, Luis Kennedy Andrade de; DOMINGOS, Fabio Henrique Garcia; http://lattes.cnpq.br/3975188208099791; https://orcid.org/0000-0002-2447-3465; GALARZA TORO, Marco Antonio; http://lattes.cnpq.br/8979250766799749; https://orcid.org/0000-0002-7271-4737
    Na Província Borborema, no nordeste do Brasil, são encontrados diversos batólitos e plútons graníticos que são registros de episódios de subducção e colisão relacionados a Orogenia Brasiliana. Dentro desse grande sistema orogênico, os mecanismos de colocação de muitos granitos estão intimamente relacionados ao desenvolvimento de zonas de cisalhamento de grande profundidade, sendo uma delas, a Zona de cisalhamento Patos, que no seu segmento oeste, é composto por fatias de rochas como, granitos, gnaisses, metapelitos, quartzitos e anfibolitos que formam um sistema imbricado. Neste contexto, o presente trabalho foi realizado com o objetivo de trazer novos dados geocronológicos e microestruturais para acrescentar no entendimento da natureza dos processos que formaram e modificaram os granitoides indiferenciados e gnaisses do embasamento, da região de Várzea Alegre (CE). Os granitos são classificados como Biotita Monzogranito e Granada Monzogranito, apresentam textura fanerítica e porfirítica, em alguns locais, a sua composição mineralógica é constituída principalmente por plagioclásio, K-feldspato e quartzo, além de biotita, muscovita e granada. Os granitoides são compostos por corpos alongados concordantes com as rochas encaixantes. A deformação imposta nos corpos graníticos, desenvolveu estruturas dúcteis com orientação NE-SW, com mergulhos predominantemente para SE, critérios cinemáticos que a deformação ocorreu predominantemente destral. Feições microestruturais, observadas principalmente nas rochas próximo às bordas dos corpos graníticos, mostram que os cristais de quartzo apresentam microestruturas do tipo contatos suturados a lobados, extinção ondulante, ribbons, e o padrão tabuleiros de xadrez (“chessboard”), indicativas de recristalização por migração de limite de grão (GBMR), compatíveis com temperaturas de 500ºC. Cristais de biotita que definem a foliação milonítica, caracterizam uma foliação espaçada, que separa domínios de micrólitos formados por agregado de quartzo e plagioclásio, com geometria lenticular assimétrica, nos granitos, similar à foliação impressa nos gnaisses do Complexo Granjeiro. Com base em dados EBSD, os granitos apresentam em sua distribuição de tamanho de grãos, a concentração em cristais < 100 μm. A partir das figuras de polo, a OPC de quartzo mostra que o sistema dominante foi romboédrico a prismático, indicando uma temperatura de deformação de média a alta, em um contexto de deformação não-coaxial progressivo. Contudo, a partir da interpretação do ângulo de misorientation, mostra que durante a história deformacional dos granitos, estes corpos passaram por uma deformação de temperatura mais baixa. Os dados geocronológicos U-Pb em zircão forneceram idades de cristalização de 573 a 576 Ma para esse magmatismo granítico. As idades modelos Hf-TDM C desses granitoides variaram de 2,84 a 3,30 Ga e os valores de ƐHf(t) de –21,9 a –29,6 sugerindo uma forte incorporação de fonte crustal mesoarqueana. Dados similares Sm-Nd em rocha total mostram que esses granitoides apresentam idades modelo Nd-TDM entre 2,14 a 3,33 Ga e valores de ƐNd(t) entre –20,02 a –31,79, que sugerem uma forte contribuição de crosta meso-paleoarqueana e paleoproterozoica (orosiriana a riaciana) para a formação do magma granítico que originou os granitos da região de Várzea Alegre (CE). Esses corpos graníticos são classificados como do tipo Itaporanga e sin-transcorrentes, por apresentarem idades e feições estruturais similares a outros corpos graníticos sin-transcorrentes na Província Borborema. Estes granitos foram gerados a partir do magmatismo associado à mudança na deformação predominante na Província Borborema, que foi resultado dos estágios finais da Orogenia Brasiliana dentro do contexto de deformação simples, com o desenvolvimento das grandes zonas de cisalhamento.
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    Artigo de PeriódicoAcesso aberto (Open Access)
    Aspectos texturais do magmatismo e tramas da tectônica impostas ao Granito Chaval na Zona de Cisalhamento Santa Rosa, extremo Noroeste da Província Borborema
    (2014-12) GORAYEB, Paulo Sérgio de Sousa; LIMA, Aline Maria Meiguins de
    A região Noroeste da Província Borborema apresenta uma diversidade de corpos graníticos de natureza e evolução tectônica diversificadas, do Paleoproterozoico ao Paleozoico, com maior incidência relacionada ao Neoproterozoico e alojamento em diferentes fases da orogenia Brasiliana. Um desses exemplos é o Granito Chaval, que representa um batólito aflorante próximo à costa Atlântica do Ceará e Piauí, intrusivo em ortognaisses do Complexo Granja e supracrustais do Grupo Martinópole. Ele é, em parte, coberto por depósitos cenozoicos costeiros e rochas sedimentares paleozoicas da Bacia do Parnaíba. O Granito Chaval tem como característica marcante a textura porfirítica, destacando-se megacristais de microclina, em sienogranitos e monzogranitos, e outras feições texturais/estruturais de origem magmática, Essas permitiram interpretar sua evolução como de alojamento relativamente raso do plúton, conduzido por processos de cristalização fracionada, mistura de magmas com fluxo magmático e ação gravitacional em função da diferença de densidade do magma, levando à flutuação e ascensão de megacristais de microclina no magma residual, com alojamento de leucogranitos e pegmatitos nos estágios finais da evolução deste plutonismo. Por outro lado, em toda a metade Leste do plúton, encontra-se um rico acervo de estruturas tectógenas de cisalhamento, relacionada à implantação da Zona de Cisalhamento Transcorrente Santa Rosa, que levou a transformações tectonometamórficas superpostas às feições magmáticas, as quais atingiram condições metamórficas máximas na fácies anfibolito baixo. Cartograficamente, foram individualizados três domínios estruturais em que estão presentes uma gama de variações petroestruturais do Granito Chaval, sejam feições texturais/estruturais ígneas e tectônicas. As rochas plutônicas foram deformadas e modificadas progressivamente à medida que se dirige para Leste, no qual as rochas mudam-se para tonalidades mais escuras do cinza e os processos de cominuição e recristalização dinâmica reduzem, progressivamente, a granulação grossa desses granitos bem como o tamanho dos fenocristais para dimensões mais finas, mantendo-se suas características porfiroides. Desse modo, a trama milonítica se torna evidente, acentuando-se ao atingir a porção principal da Zona de Cisalhamento Transcorrente Santa Rosa. Como principais feições estruturais, destacam-se extinção ondulante forte; encurvamento e segmentação de cristais; geminação de deformação; rotação de cristais; microbudinagem; foliação anastomosada, inclusive S-C; lineação de estiramento; formas amendoadas de porfiroclastos, fitas e folhas de quartzo e recristalização. Os produtos desses processos de cisalhamento resultam na formação de protomilonitos, milonitos e ultramilonitos. Essas faixas miloníticas representam os locais de maior concentração da deformação, por isso é possível acompanhar progressivamente suas modificações texturais e mineralógicas, configurando uma sequência clássica de deformação progressiva heterogênea, por cisalhamento simples, em condições frágil-dúctil e dúctil. O alojamento do Granito Chaval aconteceu no final do Criogeniano (aproximadamente 630 Ma) e pode ser interpretado como magmatismo sin a tardi-tectônico em relação ao evento Brasiliano. O processo de cisalhamento que gerou a Zona de Cisalhamento Transcorrente Santa Rosa se formou nos incrementos finais da deformação de uma colisão continental em um sistema de cavalgamento oblíquo, em que se edificou o Cinturão de Cisalhamento Noroeste do Ceará, devido ao extravasamento lateral de massas crustais em fluxo dúctil acontecido no final da orogenia Brasiliana no Noroeste da Província Borborema.
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    TeseAcesso aberto (Open Access)
    A associação anortosito-mangerito-granito rapakivi (AMG) do Cinturão Guiana Central, Roraima, e suas encaixantes paleoproterozóicas: evolução estrutural, geocronologia e petrologia
    (Universidade Federal do Pará, 2002-12-19) FRAGA, Lêda Maria; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286
    O mapeamento geológico na escala de 1:250.000, de uma área de aproximadamente 22.500 km2 na região central do estado de Roraima, aliado ao estudo petrográfico e microtectônico e a novos dados geocronológicos, litoquímicos e isotópicos, permitiu a caracterização de uma associação anortosito-mangerito-granito rapakivi (AMG), mesoproterozóica e suas encaixantes paleoproterozóicas. Ortognaisses, granitóides foliados e corpos de rochas charnockíticas da Suíte Intrusiva Serra da Prata mostram idades Pb-Pb (evaporação em zircão) em torno de 1,94 Ga, também inferida para os noritos e gabronoritos associados. As suítes ígneas paleoproterozóicas foram colocados sin-cinematicamente, durante o Evento Deformacional D1, com a evolução de petrotramas indicativas de temperaturas altas, a partir de 600º-650ºC. Estas feições incluem feldspatos recristalizados por rotação de subgrãos, feldspatos alcalinos pertíticos recristalizados e quartzo com subgrãos em padrão de tabuleiro de xadrez tendo sido observadas em diques sin-plutônicos que cortam a trama D1 cedo-cinemática nas encaixantes. A disposição NE-NW dos corpos paleoproterozóicos foi controlada pela estrutura prévia deste setor do Cinturão Guiana Central (CGC). Os ortognaisses e granitóides foliados abrangem duas suítes distintas, com características litoquímicas de granitóides tipo A, provavelmente relacionadas a diferentes condições de oxidação na fonte. As rochas charnockíticas mostam características químicas que se aproximam daquelas descritas para o magmatismo tipo C. Idades modelo Sm-Nd TDM entre 2,19 Ga e 2,05 Ga, com valores de ƐNd (T) variando de +0,68 até +2,47 sugeram fontes de limitada residência crustal. A idade dos eventos orogênicos em Roraima ainda não foi devidamente esclarecida, entretanto, apesar dos dados limitados , propõe-se para as suítes paleoproterozóicas estudadas um posicionamento pós-colisional após acresção de arcos magmáticos transamazônicos. As unidades paleoproterozóicas constituem o embasamento das suítes ígneas mesoproterozóicas, que compreendem os anortositos da unidade Repartimento e gabronoritos associados, os granitóides rapakivi da Suíte Intrusiva Mucajaí (SIM), e os charnockitos finos, porfiríticos, de ocorrência pontual e posicionamento geocronológico incerto. Na SIM foram identificadas três fácies de granitóides (faialita-piroxênio-quartzo-mangeritos a sienitos; hornblenda-biotita-granitos; e biotita-granitos porfiríticos) geoquímica e petrograficamente muito similares aos granitos rapakivi de áreas clássicas da Finlândia. A presença de faialita nas rochas mais primitivas da SIM indica condições de baixa fugacidade de oxigênio, observada em vários complexos de granitóides rapakivi. Os charnockitos finos não mostram correlação química cpm a SIM. As suítes mesoproterozóicas integram uma associação AMG (Anortosito-Mangerito-Granito rapakivi) colocada em ambiente anorogênico entre 1.54 e 1.53Ga. As idades modelos Sm-Nd, de 2,07 Ga a 2,01 Ga com valores de ƐNd (T) variando de -2,37 a -1,27 sugerem, para os granitóides da associação, fontes crustais separadas do manto no Paleoproterozóico, provavelmente durante o Transamazônico. Feições miloníticas relacionadas ao Evento Deformacional D2, registrando condições de temperaturas moderadas a baixas (400º-450ºC), em ambiente rúptil-dúctil, obliteram localmente as texturas ígneas das unidades mesoproterozóicas, bem como as petrotramas D1 de alta temperatura no embasamento paleoproterozóico. Estas feições encontram-se especialmente bem desenvolvidas em algumas zonas de cisalhamento que mostram cinemática transpressiva dextral. O evento D2 com idade em torno de 1,26 Ga relaciona-se ao Episódio Deformacional K’Mudku. As principais zonas miloníticas D2 foram reativadas no Mesozóico em níveis crustais rasos e condições rúpteis, durante a evolução do Graben Tacutu.
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    DissertaçãoAcesso aberto (Open Access)
    Caracterização geológica, petrográfica, geoquímica e geocronológica do magmatismo granítico da região de Porto Nacional-TO
    (Universidade Federal do Pará, 2003-02-28) CHAVES, César Lisboa; GORAYEB, Paulo Sérgio de Sousa; http://lattes.cnpq.br/4309934026092502
    Na região de Palmas-Porto Nacional, porção central do Estado do Tocantins, está presente uma série de corpos graníticos que compreendem dois eventos magmáticos distintos, do Paleoproterozóico (granitos Areias, do Carmo, Itália, Ipueiras), e do Neoproterozóico (granitos Lajeado, Aroeira, Matança e Palmas). Estudos cartográficos, petrográficos, litoquímicos e geocronológicos revelaram as principais características dos corpos graníticos, e permitiram avançar no conhecimento do magmatismo granítico desta região. Os granitos paleoproterozóicos constituem corpos de grandes dimensões, e normalmente são afetados por pequenas zonas transcorrentes e falhas. Petrograficamente, são representados por sienogranito, monzogranito e quartzo sienito, com quantidades variadas de hornblenda e biotita. As assinaturas geoquímicas dos granitos paleoproterozóicos são semelhantes, sendo de natureza subalcalina, caráter peraluminoso a levemente metaluminoso. São enriquecidos em ETR, geralmente mais fracionados em ETRL, apresentam anomalia negativa de európio e são classificados como granitos Tipo A. As datações dos granitos Areias, Ipueiras e Itália pelo método de evaporação de Pb em zircão apresentaram idades de 2.086  5 Ma, 2.073  2 e 2.078  4 respectivamente, sendo interpretadas como idade de colocação desses corpos. Resultados analíticos de Sm-Nd para esses granitos revelaram valores TDM entre 2,19 Ga e 2,15 Ga e εNd(2,08Ga) entre +2,26 e +2,89. Os valores TDM indicam idade paleoproterozóica de extração do manto do protólito ígneo que originou estas rochas e os valores positivos de εNd indicam contribuição mantélica para a formação desses corpos, relacionado a fusão de crosta juvenil paleoproterozóica. Os granitos neoproterozóicos são petrograficamente classificados como sienogranito, monzogranito e quartzo sienito com diferentes quantidades de ortopiroxênio, hornblenda e biotita, sendo no geral charnoquítos. Os estudos geoquímicos revelaram semelhança entre os granitos neoproterozóicos, que são de natureza subalcalina, caráter metaluminoso a peraluminoso. Esses granitos são ricos em ETR, e no geral são mais fracionados em ETRP que ETRL. Nos diagramas de tipologia são classificados como granitos Tipo A. Os estudos isotópicos Sm-Nd para os granitos neoproterozóicos revelaram idades TDM entre 2,1 Ga e 1,71 Ga e os valores de εNd(0,55Ga) entre –13,34 e –9,77 mostram a forte contribuição crustal e misturas de fontes para a formação desses corpos graníticos. Com estes resultados confirma-se a existência de dois principais eventos de granitogênese na região de Palmas-Porto Nacional. O mais antigo é representado pelos granitos do Carmo, Areias, Ipueiras e Itália, do Paleproterozóico, de idade em torno de 2,08 Ga. O evento mais jovem é representado pelos granitos Lajeado, Palmas, Matança e Aroeira, do Neoproterozóico, com idade próxima de 0,55 Ga.
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    TeseAcesso aberto (Open Access)
    O cenozoico superior do centro-oeste da Bacia do Amazonas: paleobotânica do embasamento cretáceo e evolução do Rio Amazonas
    (Universidade Federal do Pará, 2018-11-08) BEZERRA, Isaac Salém Alves Azevedo; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998
    No final do Neógeno e durante o Quaternário o desenvolvimento do Rio Amazonas promoveu expressivas mudanças paleoambientais e geomorfológicas que culminaram na paisagem atual da Amazônia. Diversos modelos têm sido elaborados em escala continental, baseados principalmente em dados obtidos de um testemunho de sondagem realizado na plataforma continental atlântica, distante cerca de 200 km da foz do Amazonas. Enquanto estes modelos sugerem o estabelecimento desta drenagem com proveniência Andina a partir do Mioceno Superior, estudos baseados em afloramentos da porção oeste e central da Amazônia têm indicado idades mais jovens para esse ecossistema, desde Plioceno ao Quaternário. O estudo sedimentológico e estratigráfico de terraços fluviais do Rio Amazonas, expostos na porção centro-oeste da Bacia do Amazonas, auxiliado por geocronologia de luminescência, permitiu sequenciar os eventos de sedimentação e as mudanças paleoambientais e paleogeográficas desde o final do Neógeno. Estes depósitos sobrepõem rochas do Cretáceo da Formação Alter do Chão, cujo estudo sedimentológico e paleobotânico revelou o registro inédito de angiospermas para a porção aflorante desta formação, em depósitos de planície de inundação e canal abandonado de rios meandrantes. A preservação de impressões e contra-impressões de laminas foliares e outros macro restos vegetais com características das famílias Moraceae, Fagaceae, Malvaceae, Sapindaceae e Anarcadiaceae com aparecimento a partir do Cretáceo Superior, e a família Euphorbiaceae com registro se iniciando no Cretáceo Médio, confirmam a idade cretácea para estas rochas. A sucessão neógena-quanternária foi subdividida informalmente em unidade inferior e superior constituídos de areia, cascalho e subordinadamente argila, organizados em ciclos granodecrescentes ascendentes de preenchimento de canal e de inundação. Estes depósitos registram que dinâmica da construção do vale do Rio Amazonas foi influenciada pela neotectônica (106 anos) e oscilações climáticas (104-105 anos). A unidade inferior foi interpretada como registro do proto-Amazonas, com migração para leste e posicionada através de datação utilizando o sinal de luminescência opticamente estimulada de transferência térmica por volta de 2 Ma. Esta unidade é correlata aos depósitos do Mioceno-Plioceno da Formação Novo Remanso, da Bacia do Amazonas e registra o desenvolvimento de um sistema fluvial com planície aluvionar restrita, seguindo preferencialmente as zonas de fraqueza do embasamento paleozoico e Cretáceo. A unidade superior foi interpretada como o registro do estabelecimento do Rio Amazonas moderno e posicionada através de datação utilizando o sinal de infravermelho em feldspatos por volta de 1 Ma a 140 ka, correlata aos depósitos da Formação Içá, da Bacia do Solimões. A partir do Quaternário as oscilações climáticas que marcam este período alterou o regime hidrológico através do aumento do volume de chuvas orográficas na região de cabeceira no flanco leste da cordilheira andina. A amplificação dos processos de erosão de escarpas na porção centro-leste da Amazônia promoveu a expansão da planície aluvionar em uma ampla área de 120 km. Nesta fase a porção leste da Bacia do Amazonas, topograficamente mais alta, restringia a sedimentação pleistocena em espaço mínimo de acomodação. A paisagem da porção centro-leste da Amazônia dominada durante o Neógeno por terra firme em áreas elevadas passou a ser regida durante o Quaternário pela dinâmica de expansão e contração da planície aluvionar. Ao final do Quaternário a várzea constituída por áreas alagadiças dentro da planície aluvionar se tornou cada vez mais restrita pelos contínuos processos de incisão fluvial durante o máximo glacial (18 a 22 ka). A migração lateral do canal meandrante levou ao confinamento da calha pelas escarpas fluviais esculpidas no embasamento cretáceo. Análise detalhada das propriedades dos protocolos utilizados na geocronologia por luminescência permitiu entender melhor as limitações e o uso dete método em estudos na Amazônia, método este em constante evolução e aperfeiçoamento A partir destes resultados foi possível questionar dados de trabalhos anteriores obtidos a partir do uso desta imporante ferramenta e indicar que algumas destas idades podem ser idades mínimas ao invés de idades de soterramento para depósitos pré-quaternários. A identificação da dinâmica mais antiga da drenagem foi inserida na interpretação dos estágios do proto-Amazonas até a passagem para a fase do Rio Amazonas moderno, que culminou na paisagem atual no centro-leste da Amazônia.
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    Artigo de PeriódicoAcesso aberto (Open Access)
    Cerro Porã Batholith: post-orogenic A-type granite from the Amoguijá Magmatic Arc - Rio ApaTerrane - South of the Amazonian Craton
    (2013-09) PLENS, Dalila Pexe; RUIZ, Amarildo Salina; SOUSA, Maria Zélia Aguiar de; BATATA, Maria Elisa Fróes; LAFON, Jean Michel; BRITTES, Ana Flávia Nunes
    O Batólito Cerro Porã é um corpo de aproximadamente 30 por 4 km de extensão, localizado na região de Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul. Situa-se nos domínios do Terreno Rio Apa, porção sul do Cráton Amazônico. Constitui-se pela Fácies sienogranítica rosa e Fácies monzogranítica cinza. A primeira é caracterizada por textura equi a, essencialmente, inequigranular xenomórfica e pela presença constante de intercrescimentos gráfico e granofíric; constitui-se por feldspatos alcalinos, quartzo e plagioclásio, tendo biotita como único máfico primário. A Fácies monzogranítica cinza apresenta textura porfirítica, com uma matriz de granulação fina gráfica a granofírica e consiste de quartzo, plagioclásio, feldspatos alcalinos e agregados máficos (biotita e anfibólio). Ambas foram metamorfizadas na fácies xisto verde e a Fácies sienogranítica rosa mostra-se milonitizada quando em zonas de cisalhamento. Foi identificado um evento deformacional dúctil-rúptil originado em regime compressivo, responsável pela geração de xistosidade e lineação de estiramento mineral. A Zona de Cisalhamento Esperança relaciona-se a esta fase e reflete a história cinemática convergente, reversa a de cavalgamento, com transporte de topo para NWW. Quimicamente, esses litotipos classificam-se como granitoides do tipo A2 da série alcalina potássica saturada em sílica. Determinação geocronológica obtida pelo método U-Pb (SHRIMP) em zircão, forneceu idade de 1749 ±45 Ma para sua cristalização. Do ponto vista geotectônico, admite-se que o Granito Cerro Porã corresponda a um magmatismo associado a um arco vulcânico desenvolvido no Estateriano e que sua colocação se deu no estágio tardi a pós-orogênico.
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    Artigo de PeriódicoAcesso aberto (Open Access)
    Datação Sm-Nd em rocha total e granada do metamorfismo granulítico da região de Tartarugal Grande, Amapá Central
    (2008-03) OLIVEIRA, Elma Costa; LAFON, Jean Michel; GIOIA, Simone Maria Costa Lima; PIMENTEL, Márcio Martins
    O procedimento experimental do método Sm-Nd utilizado no laboratório de Geologia Isotópica Pará-Iso (Universidade Federal do Pará) é apresentado detalhadamente para poder ser utilizado como referência pelos usuários do laboratório. A datação Sm-Nd de granulitos félsicos da área de Tartarugal Grande, nordeste do Bloco Arqueano Amapá, (sudeste do Escudo das Guianas) forneceu idades isocrônicas rocha total-granada de 2017 ± 12 Ma, 1981,6 ± 2,8 Ma e 2018 ± 2,3 Ma. A análise das mesmas amostras no Laboratório de Geocronologia (Universidade de Brasília) indicou idades de 2037 ± 8,4 Ma, 1988 ± 11 Ma e 2013 ± 15 Ma, respectivamente. Esses resultados indicam que temperaturas acima de 700°C foram alcançadas pelos granulitos de Tartarugal Grande entre 2,04 - 1,98 Ga, comprovando uma idade tardi-Transamazônica para o evento de alto grau metamórfico, na região nordeste do Bloco Arqueano Amapá. As idades-modelo TDM(Nd) entre 3,15 Ga e 2,79 Ga constituem mais um registro do evento principal de acresção crustal mesoarqueano, já identificado na porção sudeste do Escudo das Guianas.
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    Artigo de PeriódicoAcesso aberto (Open Access)
    Depósitos flúvio-costeiros da Formação Raizama, Ediacarano-Cambriano da faixa Paraguai Norte, região de Nobres, Mato Grosso, Brasil
    (2014-12) SANTOS, Hudson Pereira; SILVA JÚNIOR, José Bandeira Cavalcante da; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; ABRANTES JÚNIOR, Francisco Romério
    Depósitos siliciclásticos da Formação Raizama de idade ediacarana-cambriana são expostos descontinuamente ao longo da margem sul do Cráton Amazônico e Faixa Paraguai Norte, centro-oeste do Brasil. Estes depósitos são interpretados por sucessões costeiras progradacionais, sobrepondo em conformidade os depósitos carbonáticos do Grupo Araras. A análise faciológica e estratigráfica da seção aflorante na região de Nobres, Estado do Mato Grosso, permitiu a individualização de dezessete fácies sedimentares agrupadas em cinco associações de fácies (AF): AF1) shoreface inferior consiste de arenitos com laminação plano-paralela e truncada por onda (microhummocky), intercalados por pelitos laminados, e com níveis bioturbados por tubos verticais perfurantes; AF2) shoreface superior, formada por arenitos com estratificação plano-paralela e cruzada swaley; AF3) submaré, composta por arenitos com estratificações cruzadas tangenciais e acanaladas com recobrimentos de siltito/arenito muito fino interpretados como depósitos de canal e barras; AF4) planície de maré é caracterizada por arenitos com estratificação cruzada tangencial e sigmoidal, laminação plano-paralela a cruzada de baixo ângulo, gretas de contração, intercalados por siltititos/arenito muito finos com acamamento flaser, organizados em ciclos de raseamento ascendente; e AF5) fluvial entrelaçado distal é constituída por arenitos com estratificação cruzada acanalada com lags lateralmente descontínuos, estratificações plano-paralelas e cruzadas de baixo-ângulo, parcialmente retrabalhadas por onda. A sedimentação da Formação Raizama indica que o fornecimento de sedimentos siliciclásticos estariam relacionado a soerguimentos no Cráton à noroeste da área estudada, sucedendo os depósitos carbonáticos do Grupo Araras. Traços fósseis tubulares descritos na AF1 indicam, pela primeira vez, a presença de traços fósseis perfurantes sugerindo uma idade deposicional para Formação Raizama mais próxima ao limite Ediacarano-Cambriano.
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    DissertaçãoAcesso aberto (Open Access)
    Estudo da razão isotópica 87 Sr /86 em macrofosséis da Formação Pirabas, nordeste do estado do Pará
    (Universidade Federal do Pará, 2001-10-10) BELÚCIO, Elcinice Ferreira; MOURA, Candido Augusto Veloso; http://lattes.cnpq.br/1035254156384979
    A razão isotópica 87 Sr/86Sr de rochas carbonáticas e fósseis tem sido utilizada em estudos de correlação e datação de seqüências carbonáticas. Devido à potencialidade dessa técnica no estudo geocronológico de bacias sedimentares e à crescente demanda por esse tipo de pesquisa, sobretudo pela indústria de petróleo, no Laboratório de Geologia Isotópica da UFP A (Pará-Iso) estão sendo desenvolvidos estudos visando à investigação da aplicabilidade dessa técnica em seqüências carbonáticas. Neste trabalho são reportados os estudos realizados sobre macrofósseis da Formação Pirabas, que ocorre na Região Nordeste do Estado do Pará, datada do Eomioceno com base nos fósseis guias Orthau/ax pugnax (Gabb) e espécies de G/obigerinoides. o material fossilífero coletado para análise passou por seleção, identificação, pulverização, pesagem e dissolução com HCt** 2,5N. Na separação cromatrográfica do estrôncio foi utilizada a resina específica (Eichrom Sr SPS) e HN03 ** 3,5N e H20 milli-Q como soluções eluentes. Após a separação, o estrôncio foi depositado em filamento simples de tungstênio utilizando ativador de tântalo para ter sua composição isotópica eterminada por espectrometria de massa no aparelho VG ISOMASS 54. A metodologia de separação cromatográfica de estrôncio foi implantada com êxito no tratamento de rochas carbonáticas para análise isotópica de estrôncio e proporcionou uma perfeita separação do estrôncio, tanto do rubídio quanto do cálcio. Além disso, ela permitiu a redução na quantidade de reagentes utilizados na eluição das amostras, contribuindo para a diminuição da contaminação laboratorial. Finalmente foi possível também, diminuir o tempo empregado na separação cromatrográfica do estrôncio. Os valores obtidos para a razão isotópica 87 Sr/86Sr para a Ecofácies Capanema se concentraram no intervalo de 0,7086-0,7088. Utilizando como referência as curvas de variação da razão isotópica 87Srl6Sr de DePaolo & Ingram (1985) e Harris et ai. (2000) para o Terciário, verifica-se que este intervalo de valores indica uma idade entre 15 Ma e 19 Ma, coincidindo com a idade atribuída pelos estudos bioestratigráficos. Dessa forma, a utilização da razão isotópica 87 Sr/86Sr para a determinação da idade de deposição da seqüência carbonática da Ecofácies Capanema teve um resultado satisfatório, pois a idade obtida pela razão isotópica 87 Sr/86Sr, coincidiu com a idade anteriormente determinada através de estudos bioestratigráficos. Portanto, com base nos resultados apresentados, acreditasse que a razão isotópica 87 Srl6Sr pode ser utilizada para determinação de idades das seqüências carbonáticas da Formação Pirabas. Na Ecofácies Castelo, esta metodologia não proporcionou um resultado esperado, já que os valores resultantes das análises, em sua grande maioria, não coincidiram com as idades de deposição da Formação Pirabas determinadas a partir de dados bioestratigráficos. Acredita-se que este problema decorreu de uma possível interação da água do mar atual com as amostras.
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    DissertaçãoAcesso aberto (Open Access)
    Estudo de Proveniência das rochas metassedimentares do Complexo Ceará, na região de Sobral e adjacências, com base em datação U-Pb de zircão e idades-modelo Sm-Nd
    (Universidade Federal do Pará, 2015-06-05) FEITOSA, Jeremias Vitório Pinto; MOURA, Candido Augusto Veloso; http://lattes.cnpq.br/1035254156384979
    A Província Borborema é uma importante província tectônica, com aproximadamente 450.000 km², que ocorre na região nordeste do Brasil, onde estão registrados inúmeros e marcantes processos geológicos que ocorreram na Terra ao longo do tempo. Essa província apresenta grandes semelhanças com províncias existentes no continente africano, como a província Benin/Nigéria. Sucessivos ciclos geológicos estão registrados nos litotipos da Província Borborema, que remontam a uma evolução geológica de grande complexidade iniciada no Arqueano, culminando ao final do Neoproterozóico com a ocorrência de efetivos eventos tectonotermais e magmáticos do chamado Ciclo Brasiliano, que resultou com o fechamento de um domínio oceânico nessa região. O chamado Complexo Tamboril - Santa Quitéria é a unidade mais expressiva desse processo final de colisão continental observado no Domínio Ceará Central da Província Borborema. Ela conta com um razoável conjunto de dados geocronológicos e isotópicos que permitem entender o contexto e a evolução geológica dessa unidade. Entretanto, as rochas metassedimentares que flanqueiam esse Complexo, reunidas no Complexo Ceará, são carentes de estudos e informações que possibilitem a elaboração de modelos geológicos mais refinados para o melhor entendimento do quadro evolutivo desta região. A idade paleoproterozóica sugerida inicialmente para essas rochas metassedimentares do Complexo Ceará está sendo questionada por diversos autores em função do contexto geológico em que elas estão inseridas. Dessa forma, o estudo de proveniência sedimentar aqui proposto, por meio de datação U-Pb em zircão detrítico e de idade-modelo Sm-Nd, visa investigar a idade máxima de deposição dessas rochas metassedimentares, e a provável idade de formação do segmento crustal que originou esses sedimentos. Com isso, pretende-se contribuir para o entendimento do quadro evolutivo e estratigráfico do Domínio Ceará Central. Este trabalho contou com a amostragem de 20 pontos escolhidos na região, sendo feito lâminas delgadas para estudos petrográficos nas amostras não friáveis. Deste total, 6 amostras de quartzito foram coletadas para análise de U-Pb em zircão, e 14 foram feitas análises de idade-modelo Sm-Nd. Essas rochas (amostras) passaram por um minucioso trabalho de preparação para a datação dos grãos detríticos de zircão utilizando o sistema de abrasão a laser acoplado ao espectrômetro de massa com plasma induzido (LA-MC-ICPMS) e determinação de idades-modelo Sm-Nd. As características petrográficas observadas nas amostras do Complexo Ceará coletadas a oeste do Complexo Tamboril Santa-Qutéria (CTSQ), permitem classificá-las como: granada gnaisses a cianita gnaisses, com texturas dominantemente lepidoblástica, e ainda granoblásticas. Além dessas rochas ocorrem silimanita quartzito e muscovita quartzito, com texturas granoblásticas poligonais que correspondem aos litotipos reportados na literatura disponível da região. Na região situada a leste do CTSQ, as rochas estudadas do Complexo Ceará foram granada gnaisses com texturas lepidoblásticas a granoblásticas, além de granada anfibolitos com texturas nematoblásticas principalmente e porfiroblásticas. As idades modelo Sm-Nd entre 2,12 e 2,07 Ga. e valores de ?Nd(2,1Ga) positivos (+3,30 a + 2,60) sugere um forte contribuição de crosta paleoproterozóica para os sedimentos situados a leste do CTSQ. Essa contribuição está também registrada nas rochas metassedimentares situadas a oeste do CTSQQ, no entanto, idade-modelo de 1,66 Ga encontrada em uma rocha indica também uma contribuição de crosta mais jovem. Os dados U-Pb obtidos em quartzitos das rochas do Complexo Ceará, de modo geral, apresentam predominância de zircões de idade paleoproterozóicos com maior frequência no Orosiriano (1800-2050 Ma) e Riaciano (2050-2300 Ma), o que sugere que a(s) principal(ais) fonte(s) de sedimentos para essas rochas é/são de idade paleoproterozóica. No entanto a presença de grãos detríticos de zircão de idade estateriana (1750 ± 50, 1777 ± 58, 1628 ± 53 Ma ) e esteniana (1154 ± 29 Ma) encontradas nas rochas situadas a leste do CTSQ indica a contribuição de rochas mais jovens, de certa forma, corroborando a contribuição de crostas mais jovens para a sucessão sedimentar do Complexo Ceará. A idade de 1154 ± 29 Ma, é um marcador da idade máxima de deposição desses sedimentos, e sugere que o evento de sedimentação pode ter ocorrido no Neoproterozóico como sugerem evidências geológicas e geocronológicas apontadas por outros autores que estudaram essa sucessão em outras regiões do Domínio Ceará Central.
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    DissertaçãoAcesso aberto (Open Access)
    Estudo geocronológico e de geoquímica isotópica da área Pojuca (Província Mineral de Carajás - PA)
    (Universidade Federal do Pará, 1996-03-15) SOUZA, Sandro Rogério Balieiro de; MACAMBIRA, Moacir José Buenano; http://lattes.cnpq.br/8489178778254136
    A área Pojuca, localizada na porção norte da Província Mineral de Carajás (sudeste do Estado do Pará – Brasil), apresenta unidades arqueanas como: seqüências metavulcano-sedimentares do Grupo Igarapé Pojuca, com importantes depósitos de Cu (Au, Ag, Mo); granitóides deformados (Granito Deformado Itacaiúnas); rochas sedimentares da Formação Águas Claras; e diques metagabróicos. O Granito Pojuca é um corpo Proterozóico intrusivo nas rochas arqueanas. Estudos geocronológicos e de geoquímica isotópica foram desenvolvidos nestas litologias utilizando-se os métodos Pb-Pb por evaporação em zircão, Pb-Pb em rocha total e fesdspato e Rb-Sr em rocha total e minerais (todos os resultados calculados com desvios de 2σ). Nas metavulcânicas do Grupo Igarapé Pojuca observou-se dois tipos distintos de zircão (metamíticos e não metamíticos). Os zircões metamíticos apresentam alta contaminação de Pb estranho, possivelmente provocada pela ação de fluidos hidrotermais durante eventos térmicos (metamorfismo regional arqueano, intrusões do Granito Deformado Itacaiúnas e do Granito Pojuca). Os zircões não metamíticos não mostraram quantidade de Pb detectáveis pelo espectrômetro de massa. As análises efetuadas pelo método Pb-Pb em rocha total e feldspatos não forneceram bons resultados em consequência da dispersão dos pontos analíticos no gráfico 206Pb/204Pb vs. 207Pb/204Pb. No entanto os valores das razões Th/U (2,5) indicaram para as rochas metavulcânicas uma fonte mantélica. O método Pb-Pb por evaporação em zircão foi aplicado com sucesso no Granito Deformado Itacaiúnas, obtendo-se uma idade de 2560 ± 37 Ma, interpretada como a idade mínima de cristalização dessas rochas. Confirmando para esse corpo uma idade arqueana próxima da obtida anteriormente pelo método Rb-Sr em rocha total (2480 ± 40 Ma), sendo a mesma correlacionada à idade do Granito Antigo Salobo (2573 ± 2 Ma, U-Pb em zircão). As análises pelo método Pb-Pb em rocha total e feldspatos não forneceram bons resultados no Granito Deformado Itacaiúnas. As idades obtidas (1597 ± 13 Ma e 2215 ± 86 Ma), indicam uma perturbação do sistema isotópico do Pb, causada possivelmente pela intrusão do Granito Pojuca. Este mesmo evento afetou e rehomogeneizou, em escala dos minerais, o sistema Rb-Sr deste corpo, como indica a idade Rb-Sr em rocha total e minerais (1810 ± 57 Ma). No Granito Pojuca apenas um zircão possibilitou obter uma idade de 1873 ± 59 Ma, similar à idade U-Pb em zircão anteriormente obtida (1874 ± 2 Ma). Pelo método Pb-Pb em rocha total e minerais obteve-se para o Granito Pojuca a idade de 1856 ± 23 Ma, interpretada igualmente como a idade de cristalização do corpo. O valor de µ = 10,5 ± 0,32, bem como as altas razões 206Pb/204Pb, 207Pb/204Pb e 208Pb/204Pb, indicam fonte crustal para o magma granítico. Os zircões das rochas metagabróicas (diques) apresentam-se petrograficamente semelhantes aos zircões metamícticos das rochas vulcânicas. Não sendo possível obter-se resultados geocronológicos satisfatórios. Nas rochas analisadas pelo método Pb-Pb em rocha total e feldspatos da área Pojuca verificou-se razões 206Pb/204Pb, 207Pb/204Pb e 208Pb/204Pb bastantes elevadas. No Granito Deformado Itacaiúnas e no Granito Pojuca essas razões são interpretadas como produto do enriquecimento dos magmas-fonte desses granitos nos elementos U e Th. Nas rochas metavulcânicas acredita-se que as altas razões refletem uma contaminação isotópica devido a fluidos hidrotermais associados com as intrusões do Granito Deformado Itacaiúnas e do Granito Pojuca. Lançando-se as razões isotópicas do Pb nos diagramas de discriminação 206Pb/204Pb vs. 208Pb/204Pb, 204Pb/206Pb vs. 207Pb/206Pb e 204Pb/206Pb vs. 208Pb/206Pb, nota-se que cada unidade estudada ocupa um domínio diferente. Contudo observa-se uma ligeira superposição entre os campos definidos pelas razões isotópicas das rochas metavulcânicas e do Granito Pojuca, podendo indicar uma contaminação das rochas metavulcânicas pelo granito.
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    DissertaçãoAcesso aberto (Open Access)
    Estudo geoquímico e isotópico dos processos metalogenéticos associados ao depósito de Pb-Zn (Cu-Ag) Santa Maria, região de Caçapava do Sul, Rio Grande do Sul
    (Universidade Federal do Pará, 2018-05-11) PEREIRA, David Ramos; MACAMBIRA, Moacir José Buenano; http://lattes.cnpq.br/8489178778254136
    Os depósitos Camaquã, de Cu (Au-Ag), e Santa Maria, de Pb-Zn (Cu-Ag), que constituem as Minas do Camaquã, correspondem aos maiores depósitos de metais base hospedados pelas sequências vulcano-sedimentares do Neoproterozoico da Bacia do Camaquã, situada no centro-sul do estado do Rio Grande do Sul. As rochas encaixantes desses depósitos compreendem arenitos e conglomerados das formações Seival e Rincão dos Mouras, pertencentes ao Grupo Santa Bárbara.O depósito Camaquã (minas São Luiz e Uruguai) é conhecido desde 1865, tendo suas atividades de lavra se desenvolvido principalmente entre os anos de 1950 e 1996. Corresponde essencialmente a sulfetos de Cu (calcopirita, bornita e calcocita), com Au e Ag como subprodutos mais importantes. As encaixantes são principalmente conglomerados grossos e o minério filoniano predomina relativamente ao disseminado. O depósito Santa Maria, localizado 3 km a SW do depósito Camaquã, foi descoberto em 1978e encontra-se em fase avançada de avaliação econômica,conduzida pela empresa Nexa Resources, ex-Votorantim Metais. É composto dominantemente por sulfetos de Pb-Zn (esfalerita e galena), e de forma subordinada por sulfetos de Cu (calcopirita, bornita e calcocita) e Ag nativa. As encaixantes são arenitos, conglomerados finos e andesitos, e o minério ocorre de forma disseminada ou em veios. Em virtude de sua importância, já foram alvo de diversos pesquisadores, com a consequente proposição de variados modelos metalogenéticos. O estudo petrográfico, geoquímico e isotópico do depósito Santa Maria permitiu classificá-lo como epitermal de sulfetação intermediária. A identificação de feições indicativas de boilingem uma zona mineralizada, de uma associação mineralógica com estado de sulfetação dominantemente intermediário, de alterações hidrotermais tipicamente epitermais, de uma razão Ag/Au elevada (> 100), assim como a presença do mineral raro betekhtinite, dão suporte a essa hipótese e indicam a possibilidade de existência de um depósito porfirítico em profundidade na região das Minas do Camaquã ou em suas proximidades. A presença da Formação Acampamento Velho na região das Minas do Camaquã foi identificada, de forma inédita, através da datação de um sillandesítico, com idade de cristalização de 565 ± 5 Ma (U-Pb em zircão LA-MC-ICP-MS). Essa formação é hospedeira do minério do depósito Santa Maria e os dados de isótopos de Pb sugerem uma associação entre ambos. Essa relação já foi apontada em estudos anteriores, quando então o minério foi associado a um magmatismo alcalino de 545 ± 5 Ma (Rb-Sr). Portanto, a mineralização parece ter se desenvolvido entre 565 e 545 Ma, aproximadamente, a partir de eventos magmáticos de afinidade alcalina. Os dados isotópicos de Pb sugerem ainda uma fonte dominantemente crustal e antiga do embasamento para o Pb, e possivelmente para os outros metais, com proveniência orogênica ou mista e idade modelo de 1066 Ma, o que significaque fluidos magmáticos-hidrotermais lixiviaram os metais das rochas percoladas. O processo de precipitação do minério parece estar relacionado tanto a reações químicas com as rochas encaixantes (tamponamento) quanto à manifestação localizada de boiling. Em ambos os casos, sua precipitação teria sido ocasionada a partir da neutralização de uma solução hidrotermal inicialmente ácida.O ambiente tectônico de formação das Minas do Camaquã -riftpós-colisional com magmatismo alcalino associado ¿assemelha-se ao de depósitos epitermais (de baixa e intermediária sulfetação) vinculados a rochas magmáticas alcalinas, também desenvolvidos em ambientes de extensão intensa e fora dos arcos vulcânicos convencionais. Também é possível admitir a hipótese de um depósito epitermal de sulfetação intermediária para o depósito Camaquã. A diferença nas associações mineralógicas observadas nesses depósitos, ambas com um estado de sulfetação dominantemente intermediário, é atribuída a diferentes graus de interação dos fluidos mineralizantes com as rochas encaixantes do minério, ocasionando uma leve variação em seu estado de sulfetação.
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    TeseAcesso aberto (Open Access)
    Estudo isotópico do depósito aurífero Volta Grande, domínio Bacajá, sudeste do cráton amazônico
    (Universidade Federal do Pará, 2024-03-22) PIMENTEL, Helmut Sousa; VASQUEZ, Marcelo Lacerda; http://lattes.cnpq.br/4703483544858128; https://orcid.org/0000-0003-2729-9404; MACAMBIRA, Moacir José Buenano; http://lattes.cnpq.br/8489178778254136
    A área da Volta Grande do Rio Xingu é crucial para o entendimento geológico dos períodos Sideriano e Riaciano do Domínio Bacajá, Província Maroni-Itacaiúnas, Cráton Amazônico, que comporta mineralizações auríferas. O Domínio Bacajá é composto por associações tectônicas com direção NW-SE que comportam fragmentos arqueanos e siderianos retrabalhados essencialmente no Riaciano com expressivo crescimento crustal durante o Ciclo Transamazônico (2,26 a 2,06 Ga). O objetivo desta tese é investigar o ambiente tectônico e discutir a evolução crustal em ambiente de terrenos acrescionários e colisionais continentais. O estudo baseou-se no levantamento de campo, mapeamento geológico-geofísico, petrografia, geoquímica, geocronologia e geoquímica isotópica, tendo sido aplicados os métodos U-Pb e Lu-Hf em zircão via SHRIMP e LA-ICP-MS, U-Pb em titanita via LA-ICP-MS e Sm-Nd em rocha total via TIMS. A integração geológica-geofísica destacou a Zona de Cisalhamento Bacajá de direção NW-SE, com bordas bem delimitadas, com terrenos foliados de altas susceptibilidades magnéticas, que deformou plasticamente os litotipos em seu interior. O estudo petrográfico identificou rochas metavulcanossedimentares da sequência Três Palmeiras, Suíte Intrusiva Oca (composta de granodiorito, quartzo monzodiorito, quartzo monzonito, monzodiorito e diorito), além de granodiorito, monzogranito e sienogranito do Complexo Bacajaí e da Suíte Intrusiva Arapari. A mineralização orogênica hidrotermal zonada de ouro ocorre no contato entre o Grupo Três Palmeiras com a Suíte Intrusiva Oca. A geoquímica das rochas vulcânicas máficas da Formação Itatá (inferior) do Grupo Três Palmeiras é de caráter toleítico evoluído em uma dorsal mesoceânica e em arcos de ilha juvenis, enquanto as rochas vulcânicas da Formação Bacajá (superior) estão relacionadas a arcos vulcânicos cálcioalcalinos em margens continentais ativas de domínio compressional. Distingue-se três grupos de granitoides que representam diferentes fases da evolução magmática e tectônica do Domínio Bacajá no Riaciano, cujos resultados revelaram idades num intervalo de cerca de 110 Ma: granitoides de 2,20-2,17 Ga da Suíte Intrusiva Oca, e 2,17 Ga, sienogranito com biotita do Complexo Bacajaí, além do monzogranito com biotita de 2,09 Ga da Suíte Intrusiva Arapari. A Suíte Intrusiva Oca é composta de rochas intermediárias a ácidas, cálcico a álcali-cálcico, ultramagnesianas a médio magnesianas, metaluminosas a peraluminosas formadas em ambiente de granitos de cordilheira relacionadas a arcos vulcânicos. Os ETR dos granitoides da Suíte Intrusiva Oca mostram forte fracionamento magmático, traduzido pela alta razão (La/Lu)N, e enriquecimento nos elementos Rb, Th e K, e empobrecimento em Ba, Nb, P e Ti, tendo como fonte rochas máficas com alto a baixo teores de K. O Complexo Bacajaí é representado por viii quartzo monzonito, granito e granodiorito cálcico a álcali-cálcico, médio-magnesianos e peraluminosos, cujas fontes são rocha máficas com baixo-K e alto-K com alguma contribuição de metassedimentos. As rochas da Suíte Intrusiva Arapari são médio-magnesianas, cálcio-álcali a álcali-cálcico e metaluminosas, tendo como fontes rochas máficas com alto-K. Os granitoides sin a tardi-colisionais (Complexo Bacajaí e Suíte Intrusiva Arapari) são ricos em LILE e ETRL, apresentam anomalias negativas de Ni, P e Ti, e depletação em HFSE, típicos de granitos orogênicos de arcos vulcânicos. Em termos de isotópicos. a sequência Três Palmeiras possui Nd-TDM de 2,35 a 2,58 Ga com Nd(t) de -0,41 a +3,20. A Suíte Intrusiva Oca encerra rochas com Nd-TDM entre 2,24 e 3,06 Ga e εNd(t) que variam entre -5,99 e +2,44. As idades de cristalização U-Pb em zircão dessa suíte são: 2203 ± 23 Ma com Hf-TDM C entre 2,4 e 2,8 Ga e ɛHf(2,20Ga) entre -0,45 e +5,24 para o corpo Ouro Verde; 2173 ± 7 Ma com Hf-TDM C entre 2,3 e 2,6 Ga e ɛHf(2,17Ga) entre +2,04 e +7,65, adicionado a uma idade U-Pb 2171 ± 17 Ma em titanita, para o corpo Central, e 2171 ± 13 Ma com Hf-TDM C entre 2,4 e 3,4 Ga e ɛHf(2,17Ga) entre -10,32 e +4,34 para o corpo Buma, com gerações distintas de crosta entre o Mesoarqueano e o Sideriano/Riaciano. O Complexo Bacajaí apresenta idade de cristalização de 2165 ± 10 Ma, Hf-TDM C entre 2,5 e 2,8 Ga e ɛHf(2,16Ga) de -0,35 a +3,04, com fontes mantélicas do Neoarqueano. A Suíte Intrusiva Arapari possui idade de cristalização 2094 ± 13 Ma, Nd-TDM de 2,38 Ga, εNd(2,09Ga) de -1,15, Hf-TDM C entre 2,6 e 2,8 Ga, e o ɛHf(2,09Ga) variando de -2,77 a +1,59, o que indica mistura de fonte mantélica e crustal geradas do Neoarqueano ao Sideriano. A evolução geológica da região estudada é marcada por diversos eventos. No Sideriano, sequências vulcanosedimentares com basaltos toleíticos e andesitos de arco de ilhas foram depositados, seguidas de colocação de granitoides durante a colisão e formação de arco continental composto por dioritos a granitos entre 2,20 e 2,09 Ga. O estágio mais avançado e tardio da orogenia Transamazônica na região da Volta Grande é representado pela colocação granitoides peraluminosos da Suíte Intrusiva Arapari, que encerram a complexa evolução geológica da região. A análise realizada neste estudo destaca a proposta de similaridade fundamentada na similaridade petrográfica, geocronológica e isotópica entre a região da Volta Grande e os domínios Lourenço e Carecuru, localizados no estado do Amapá, na porção nordeste da Província Maroni-Itacaiúnas.
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    DissertaçãoAcesso aberto (Open Access)
    Estudo petrográfico, geocronológico e tipológico de zircão de rochas associadas às do grupo Grão Pará, Serra dos Carajás, Pará
    (Universidade Federal do Pará, 2018-10-24) RODRIGUES, Anderson Sérgio Batista; MACAMBIRA, Moacir José Buenano; http://lattes.cnpq.br/8489178778254136
    Na bacia de Carajás, norte da Província Mineral de Carajás, sequências de rochas vulcano-sedimentares com idade entre 2,76 e 2,73 Ga compõem o Supergrupo Itacaiúnas. Esse supergrupo reúne os grupos Igarapé Salobo (2,76 Ga), Grão Pará (2,76 Ga), Igarapé Bahia (2,74 Ga) e Igarapé Pojuca (2,73 Ga). A proximidade de idades e a afinidade litológica dessas unidades indicam que possivelmente essas rochas se formaram sob um mesmo contexto geológico, podendo ser diferentes expressões de um mesmo evento. O Grupo Grão Pará é constituído de duas formações: uma espessa sequência de rochas vulcânicas (Formação Parauapebas; 2758 ± 2 Ma, U-Pb em zircão), e jaspilitos com minério de ferro (Formação Carajás). Em vista da grande dificuldade da compreensão dos limites geográficos e geocronológicos do Grupo Grão Pará, procurouse desenvolver estudos petrográficos através da descrição de lâminas delgada, estudos geocronológicos utilizando o método evaporação de Pb em cristais zircão e estudo tipológico de zircão a partir de amostras associadas às formações Carajás e Parauapebas. Rochas do Grupo Grão Pará, assim como a maioria das rochas arqueanas da bacia Carajás, encontram-se alteradas hidrotermalmente e em diferentes graus de intensidade, independentemente de seu tipo litológico, contudo, um grande número de feições texturais primárias foram preservadas e estudos petrográficos permitiram a classificação das amostras estudadas em dois grupos distintos, basalto de coloração cinza escuro a esverdeado, granulação fina, com textura intergranular predominante e pertencente a Formação Parauapebas; e gabro apresentando textura intergranular, subofídica e de forma menos representativa, micrográfica, possuindo intensa alteração hidrotermal, principalmente serecitização, que constitui os diques que cortam toda a sequência. Para a Serra Sul da bacia Carajás, duas amostras de saprolito de rochas vulcânicas intercaladas com a formação ferrífera, coletadas em testemunhos de furos de sondagem, foram analisadas neste trabalho. Em função do avançado intemperismo que afetou as amostras selecionadas para geocronologia, apelou-se para um estudo tipológico de zircão na tentativa de identificar as rochas pretéritas, o qual permitiu classificar os litotipos como de filiação monzogranitos-granitos alcalinos. Datações pelo método de evaporação de Pb em cristais de zircão, em duas amostras de saprolito de rochas vulcânicas intercaladas com as formações ferríferas, pertencentes a Formação Carajás, indicaram idades de 2745 ± 2 Ma para a amostra FS11D-161 e 2746 ± 2 Ma para a amostra FS11D-122, entendidas como tempo de cristalização dos cristais ix analisados e de formação da rocha vulcânica que os contêm. Além da grande precisão desses dados, eles estão em perfeita concordância entre si e dentro do estabelecido para o para Supergrupo Itacaiúnas. Além do mais, como os grãos analisados provêm de rochas intercaladas com a formação ferrífera, sejam elas concomitantes (derrames) ou posterior (intrusivas), elas estabelecem um limite mínimo para a idade de deposição dessa formação. Por outro lado, a idade da Formação Parauapebas, base do Grupo Grão Pará, estabelece a idade máxima para a Formação Carajás, como sendo de 2759 ± 2 Ma. Portanto, a Formação Carajás se depositou em cerca de 15 milhões de anos, o que é coerente para uma espessura estimada de 400 m. Adicionalmente, o Grupo Grão Pará é sobreposto pelo Grupo Igarapé Bahia, cujas rochas vulcânicas da base indicam idades de 2745 ± 1 Ma, que coincide perfeitamente com as idades obtidas neste trabalho, o que vem corroborar o previamente proposto para a período de deposição da Formação Carajás, ou seja, máximo de 15 milhões de anos. Aliás, a insignificante diferença de idade aqui proposta para a Formação Carajás e para a base do Grupo Igarapé Bahia, faz suspeitar que todas essas rochas fazem parte de uma mesma sequência.
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    TeseAcesso aberto (Open Access)
    Estudos isotópicos de U-Pb, Lu–Hf e δ18o em zircão: implicações para a petrogênese dos granitos tipo-A paleoproterozóicos da província Carajás – Cráton Amazônico
    (Universidade Federal do Pará, 2018-04-05) TEIXEIRA, Mayara Fraeda Barbosa; SANTOS, João Orestes Schneider; http://lattes.cnpq.br/5516771589110657; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675
    Em ~1880 Ma, um extenso evento magmático gerou granitos tipo-A com afinidade rapakivi no Cráton Amazônico, com destaque para a Província Carajás. Nesta província, esse magmatismo compreende batólitos e stocks anorogênicos agrupados em três suítes: (1) Suíte Jamon oxidada; (2) Suíte Velho Guilherme, ferrosa reduzida, com leucogranitos estaníferos associados; (3) Suíte Serra dos Carajás, constituída por plutons moderadamente reduzidos. Além dessas três suítes, também ocorrem nos diferentes domínios da província outros corpos graníticos tipo-A com características semelhantes aos das suítes mencionadas. Entre eles, dispõem-se de informações sobre os granitos Seringa, São João, Gogó da Onça, Rio Branco e Gradaús. O Granito Gogó da Onça Granite (GGO) compreende um stock localizado no sudeste de Canaã dos Carajás, composto por biotita-anfibólio granodiorios, biotita-anfibólio monzogranito e biotita-anfibólio sienogranito. Apresenta comportamento geoquímico similar aos granitos anorogênicos de Carajás. É um granito metaluminoso, ferroso do subtipo A2- com caráter reduzido. O comportamento dos elementos traços sugere que suas diferentes fácies são relacionadas por cristalização fracionada. Dados U-Pb SHRIMP em zircão e titanita mostraram que o GGO cristalizou entre ~ 1880 e 1870 Ma. Esse granito mostra contrastes significativos com as suítes Jamon e Velho Guilherme. O GGO é mais parecido com a Serra dos Carajás e com os granitos Seringa e São João, e aos granitos Sherman (mesoproterozóico) dos EUA e o Batólito Suomenniemi (paleoproterozóico) da Finlândia. Novos dados U-Pb SHRIMP para os granitos das suítes Jamon, Serra dos Carajás e Velho Guilherme, e para os granitos Seringa e São João mostraram que esses plutons cristalizaram entre 1880 Ma e 1857 Ma, situando-se o principal pico do magmatismo em cerca de 1880 Ma. As análises em zircão e titanita revelaram ainda idades de ~1900 Ma a ~1920 Ma nas suítes Velho Guilherme e Jamon e no Granito Seringa que representam possivelmente fases cristalizadas precocemente, incorporadas nos pulsos magmáticos dominantes, mais tardios. Também foram obtidas idades mais jovens (~1865 Ma a ~1857 Ma), comparadas aquelas obtidas para as fases menos evoluídas, para leucogranitos que formam stocks tardios nos corpos Bannach e Redenção. Esses dados sustentam a interpretação de que estes leucogranitos foram gerados por pulsos magmáticos independentes e tardios na evolução daqueles corpos, conforme já havia sido proposto por outros autores. Além das idades mencionadas, uma idade de 1732 ± 6 Ma foi obtida na facies de leucogranita do pluton Antônio Vicente da Suite Velho Guilherme, e poderia representar um evento magmático na região do Xingu ainda não relatado ou, eventualmente, poderia corresponder a um evento hidrotermal isolado que permitiu o crescimento de zircões. Além dos dados geocronológicos esses granitos foram analisados por isótopos de Hf, O e alguns plutons por isótopos de Nd. Em geral, os zircões analisados desses granitos têm composição inicial 176Hf/177Hf razoavelmente restrita, variando entre 0,281156 e 0,281384, com valores fortemente negativos εHf(t) variando de -9 a -18 e δ18O homogêneos variando de 5,50 ‰ a 7,00 ‰. Os valores obtidos para o ƐHf(t) nos diferentes granitos analisados são fortemente negativos e coerentes de modo geral com os dados isótopicos de Nd. Na Suíte Serra dos Carajás os valores de ƐHf(t) variam entre -14 a -15,5, na Suíte Jamon entre -9,5 a -15, e na Suíte Velho Guilherme entre -12 a -15, enquanto que os granitos São João, Seringa e Gogó da Onça tendem a apresentar valores mais acentuadamente negativos [ƐHf(t)= -12 a -18]. Apesar dos dados isotópicos serem homogêneos, pequenas variações foram observadas em diferentes plutons de uma mesma suíte e em diferentes fácies de um pluton. Com por exemplo na Suite Jamon, as composições isotópicas são mais variáveis, especialmente nos leucogranitos evoluídos dos plutons Bannach e Redenção, e fontes com contraste no grau de oxidação podem ser desenvolvidas na geração desses leucogranitos. Os dados isotópicos de Hf indicaram fontes crustais paleoarqueanas (3.3Ga 3.6 Ga) com menor contribuição mesoarquena (3,0 Ga a 3,2 Ga) como fontes desses granitos. Essas idades são mais antigas que as idades das rochas Arquenas encaixantes desses granitos, que estão expostas na Província Carajás, e é necessário investigar a presença de crosta arqueana mais antiga em Carajás. As composições de Nd, Hf e O dos granitos paleoprozozóicos da Província de Carajás atestam claramente fonte crustais ígnea arqueanas na origem de seus magmas. As diferenças observadas podem resultar em contrastes nos domínios crustais da Província Carajás que foram a fonte dos granitos ou por processos de contaminação local.
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    Evolução da região de Santana do Araguaia (PA) com base na geologia e geocronologia Pb-Pb em zircão de granitoides
    (2014-06) CÔRREA, Lívio Wagner Chaves; MACAMBIRA, Moacir José Buenano
    A região de Santana do Araguaia, foco deste trabalho, localiza-se no sudeste do Estado do Pará, que, por sua vez, fica no sudeste do Cráton Amazônico. Sob o ponto de vista tectônico, posiciona-se no Domínio Santana do Araguaia, interpretado como um terreno arqueano afetado pelo Ciclo Transamazônico. Um estudo petrográfico e geocronológico, com suporte de dados de campo, foi empreendido em granitoides da região com o intuito de desvendar a evolução desse domínio. Em termos modais, as rochas estudadas compõem-se de biotita monzogranito, biotita metagranodiorito, hornblenda-biotita granodiorito, hornblenda-biotita metatonalito e enderbito. Essas rochas apresentam-se não deformadas a moderadamente deformadas, com algumas particularidades: o biotita metagranodiorito apresenta foliação seguindo um trend E-W; o hornblenda-biotita metatonalito possui uma foliação seguindo a direção NW-SE, com mergulhos normalmente altos a subverticais; o biotita monzogranito é isotrópico e os litotipos hornblenda-biotita granodiorito e enderbito apresentam apenas uma leve orientação de seus cristais, perceptível principalmente em lâmina delgada. Esses litotipos foram analisados pelo método de evaporação de Pb de zircão, tendo sido obtidas as seguintes idades: biotita metagranodiorito, 3066 ± 3 Ma e 2829 ± 13 Ma, hornblenda-biotita metatonalito, 2852 ± 2 Ma; biotita monzogranito (ML-08), 2678 a 2342 Ma; hornblenda-biotita granodiorito, 1990 ± 7 Ma; e enderbito, 1988 ± 4 Ma. Os dados geocronológicos indicam que as rochas cristalizaram tanto no Arqueano quanto no Paleoproterozoico, contudo, não foram detectadas evidências que comprovem a ação do Ciclo Transamazônico na região.
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    Evolução de um sistema lacustre árido Permiano, parte superior da Formação Pedra de Fogo, borda oeste da Bacia do Parnaíba
    (2014-12) ANDRADE, Luiz Saturnino de; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; SILVA JÚNIOR, José Bandeira Cavalcante da
    Análise faciológica e estratigráfica realizada na região de Filadélfia, TO, borda oeste da Bacia do Parnaíba, permitiu redefinir o paleoambiente da parte superior da Formação Pedra de Fogo, de idade permiana. Os depósitos estudados constituem uma sucessão de aproximadamente 100 m de espessura, predominantemente siliciclástica, com carbonatos e evaporitos subordinados, onde foram definidas 21 fácies sedimentares agrupadas em seis associações de fácies (AF): AF1) Lacustre com rios efêmeros; AF2) Lago influenciado por ondas de tempestade; AF3) Sabkha continental; AF4) Lago central; AF5) Dunas eólicas; e AF6) Lago/oásis com inundito. Estas associações indicam que durante o Permiano, um extenso sistema lacustre de clima árido, desenvolveu-se adjacente a campos de dunas eólicas e sabkha continental, com contribuições de rios efêmeros. Incursões fluviais nos lagos propiciavam a formação de lobos de suspensão e fluxos em lençol (AF1). Planícies de sabkha (AF3) formaram-se nas porções marginais do lago que, eventualmente eram influenciados por ondas de tempestades (AF2), enquanto zonas centrais eram sítios de intensa deposição pelítica (AF4). O baixo suprimento de areia eólica neste sistema propiciou a formação de um campo de dunas restrito (AF5), com desenvolvimento de lagos de interdunas (oásis), onde proliferavam núcleos de samambaias gigantes, inundados esporadicamente por rios efêmeros (AF6). Os dados faciológicos, corroborados pela paleogeografia da região durante o Permiano Superior, indicam que a sedimentação da parte superior da Formação Pedra de Fogo ocorreu sob condições climáticas quentes e áridas.
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    TeseAcesso aberto (Open Access)
    Evolução geológica da porção centro-sul do Escudo Guianas com base no estudo geoquímico, geocronológico (evaporação de Pb e U-Pb ID-TIMS em zircão) e isótopo (Nd-Pb) dos granitóides paleoproterozóicos do sudeste de Roraima, Brasil
    (Universidade Federal do Pará, 2006-11-17) ALMEIDA, Marcelo Esteves; MACAMBIRA, Moacir José Buenano; http://lattes.cnpq.br/8489178778254136
    Este estudo focaliza os granitóides da região centro-sul do Escudo das Güianas (sudeste de Roraima, Brasil), área caracterizada essencialmente por dois domínios tectono-estratigráficos denominados Güiana Central (DGC) e Uatumã-Anauá (DUA) e considerada limite entre províncias geocronológicas (Ventuari-Tapajós ou Tapajós-Parima, Amazônia Central e Maroni- Itacaiúnas ou Transamazônica). O objetivo principal deste trabalho é o estudo geoquímico, isotópico e geocronológico dos granitóides desta região, buscando ao mesmo tempo subsidiar a análise petrológica e lito-estratigráfica local e contribuir com as propostas e modelos evolutivos regionais. O DGC é apenas localmente abordado na sua porção limítrofe com o DUA, tendo sido apresentados novos dados geológicos das rochas ortognáissicas e duas idades de zircão (evaporação de Pb) de biotita granodiorito milonítico (1,89 Ga) e de hastingsita-biotita granito foliado (1,72 Ga). Essas idades contrastam com as idades obtidas para os protólitos de outras áreas do DGC (1,96-1,93 Ga), sugerindo a existência de cenários litoestratigráficos distintos dentro do mesmo domínio. Mapeamento geológico regional, petrografia, geoquímica, e geocronologia por evaporação de Pb e U-Pb ID-TIMS em zircão efetuadas nas rochas do DUA apontam para a existência de um amplo magmatismo granítico paleoproterozóico cálcio-alcalino. Estes granitóides estão distribuídos em diversas associações magmáticas com diferentes intervalos de idade – entre 1,97 e 1,89 Ga - estruturas e afinidades geoquímicas, individualizados em dois subdomínios no DUA, denominados de norte e sul. No setor norte dominam granitos tipo-S (Serra Dourada) e tipo-I cálcio-alcalino com alto- K (Martins Pereira) mais antigos (1,97-1,96 Ga), ambos intrusivos em inliers do embasamento composto por associação do tipo TTG e seqüências meta-vulcanossedimentares de médio a alto grau (>2,03 Ga). No setor sul, xenólitos do Granito Martins Pereira e enclaves ricos em biotita são encontrados no Granito Igarapé Azul (1,89 Ga), que é caracterizado por seu quimismo cálcioalcalino de alto-K, restrito a termos monzograníticos ricos em SiO2. O Granito Caroebe (1,90- 1,89 Ga) também apresenta quimismo cálcio-alcalino de alto-K, mas possui composição mais expandida e ocorre associado a rochas vulcânicas co-genéticas (1,89 Ga, vulcânicas Jatapu) e a charnoquitóides (1,89 Ga, p.ex. Enderbito Santa Maria). As características petrográficas similares, aliada à idade obtida em amostra do Granito Água Branca em sua área-tipo (1,90 Ga) permite incluí-los numa mesma suíte (Suíte Água Branca). O setor sul é caracterizado apenas por discretas e localizadas zonas de cisalhamento dúctil-rúptil dextrais com direção NE-SW. Duas gerações de granitos tipo-A (Moderna, 1,81 Ga; Mapuera. 1,87 Ga) cortam o DUA, embora sejam mais freqüentes no setor sul. Além disso, foram identificados três tipos diferentes de metalotectos nesta região: a) mineralização de ouro hospedada em granitóides Martins Pereira- Serra Dourada (setor norte), b) columbita-tantalita aluvionar assentada em região dominada por granitóides Igarapé Azul (setor sul), e c) ametista associada a pegmatitos hospedados em granitos do tipo Moderna. Os dados isotópicos dos sistemas do Nd (rocha total) e do Pb (feldspato) sugerem que todos os granitóides do DUA analisados são produtos de fontes crustais mais antigas, sejam elas de natureza mais siálica (de idade sideriana-arqueana) e/ou juvenil (de idade transamazônica), afastando a possibilidade de participação de magmas mantélicos na sua geração. Embora o mecanismo de subducção tenha sido dominante no estágio inicial da evolução do setor norte do DUA, o magmatismo pós-colisional do setor sul teve significante participação na adição de material crustal. É possível que após o fechamento do oceano do sistema de arco Anauá (2,03 Ga) e após a orogenia colisional (1,97-1,94 Ga?), líquidos basálticos tenham sido aprisionados na base da crosta (mecanismo de underplating). Estes líquidos basálticos puderam então interagir com a crosta inferior, fundi-la e gerar, subseqüentemente em ambiente pós-colisional, imenso volume de granitos e vulcânicas observados entre 1,90 e 1,87 Ga. Quadro similar é identificado no domínio Tapajós (DT), sugerindo que ambos domínios (DUA e DT) fazem parte de uma mesma província (Ventuari-Tapajós ou Tapajós-Parima). Apesar dessas semelhanças, o estágio colisional parece não ter sido tão efetivo no DT, como atestam os escassos indícios de granitos tipo-S e de rochas de alto grau metamórfico.
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    Evolução geológica das sequências do embasamento do Cinturão Araguaia na região de Paraíso do Tocantins (TO), Brasil
    (2013-09) ARCANJO, Silvia Helena de Souza; ABREU, Francisco de Assis Matos de; MOURA, Candido Augusto Veloso
    Estudos isotópicos baseados nas metodologias Pb-Pb em zircão e Sm/Nd (rocha total), permitiram avanços no entendimento do quadro geológico evolutivo e litoestratigráfico do embasamento do segmento sul do Cinturão Araguaia. Os processos geológicos identificados aconteceram a partir do Arqueano (2,6 Ga e TDM 2,78 – 3,25 Ga) e se estenderam até o Neoproterozoico. Os ortognaisses do Complexo Rio_dos Mangues posicionam-se no Paleoproterozoico (2,05 – 2,08 Ga) e TDM 2,35 – 2,21 Ga. Um forte encurtamento crustal e fusão parcial de compartimentos isolados e espessados, gerou corpos ígneos de 1,85 e 1,82 Ga e o Granito Serrote (1,86 Ga), que provêm de fontes entre 2,50 e 2,43 Ga. No final do Mesoproterozoico a região foi marcada por processos tafrogenéticos, evidenciados por magmatismo máfico e alcalino (1,05 Ga) e bacias deposicionais, como a que acolheu os sedimentos que originaram as supracrustais do Cinturão Araguaia. No Neoproterozoico, através da inversão nas condições geodinâmicas, ocorreu novo processo de encurtamento/espessamento crustal com fusões que originaram expressivas massas batolíticas (Granitos Matança e Santa Luzia). O Cinturão Araguaia foi edificado a partir dessa movimentação tectônica. O transporte de massas tectônicas no sentido do Cráton Amazônico teria ocorrido, resultando na atual arquitetura em que se encontram as várias unidades lito-estratigráficas, organizadas sob a forma de lascas imbricadas.
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    TeseAcesso aberto (Open Access)
    Evolução geológica das seqüências do embasamento na porção sul do Cinturão Araguaia - Região de Paraíso do Tocantins
    (Universidade Federal do Pará, 2002-09-12) ARCANJO, Silvia Helena de Souza; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626
    As unidades litoestratigráficas do embasamento do segmento sul do Cinturão Araguaia, em função dos restritos registros geocronológicos, foram inicialmente consideradas como de idade arqueana. Este posicionamento estratigráfico começou a ser modificado após as primeiras investigações geocronológicas sistemáticas que surgiam, a partir da segunda metade da última década, revelaram um predomínio de processos geológicos do Paleoproterozóico, contrastando com as idades arqueanas encontradas em ortognaisses do embasamento do segmento setentrional do cinturão. Um estudo isotópico foi realizado nas rochas que constituem as seqüências do embasamento no segmento sul do Cinturão Araguaia, arredores de Paraíso do Tocantins e os resultados do mesmo, apresentados neste trabalho, tiveram como base as metodologias de evaporação de Pb em monocristais de zircão (Pb-Pb em zircão) e Sm-Nd (rocha total). Estes foram empregados com intuito de aperfeiçoar o quadro estratigráfico e reconstituir a evolução geológica desse segmento crustal, onde ocorrem o Grupo Rio do Coco, o Complexo Rio dos Mangues e o Granito Serrote, bem como à Suíte Monte Santo, que também aparece nesse contexto. Os processos geológicos identificados para a região aconteceram a partir do Arqueano e estenderam-se até o Neoproterozóico. Os primeiros indícios de fontes arqueanas foram obtidos em alguns restritos corpos ortoderivados no setor leste da área mapeada, cujas idades TDM situaram-se entre 3,25 e 2,78 Ga. De maneira clara, o Arqueano, ocorre na porção noroeste da área estudada, sendo representado por uma rocha metabásica pertencente ao Grupo Rio do Coco (seqüência greenstone belt), com idade de 2.618 ± 14 Ma, que é interpretada como a idade de extrusão do protólito vulcânico. Representariam assim dois segmentos crustais pretéritos individualizados na região. No Paleoproterozóico foi constituído o Complexo Rio dos Mangues, a unidade de maior expressão no embasamento, cujos registros das idades (Pb-Pb em zircão) encontrados nos ortognaisses que o compõem variaram desde 2.054 ± 4 Ma até 2.086 ± 16 Ma, formados a partir de fonte mantélica, juvenil, com uma menor contribuição crustal e idades TDM entre 2,35 e 2,21 Ga. Os processos geológicos que marcaram este período, de maneira geral, envolveram encurtamento crustal, com a participação de colisões e cavalgamentos que facilitaram a fusão parcial de compartimentos crustais, espessados, resultando na geração de alguns corpos ígneos (1,85 e 1,82 Ga) e do Granito Serrote (1,86 Ga). O Granito Serrote, apesar de ter se colocado ao final do Paleoproterozóico, foi gerado a partir de fontes ainda mais antigas que aquelas do Complexo Rio dos Mangues, situadas entre 2,50 e 2,43 Ga. O segmento crustal continental então estabelecido, com rochas de idades e origens diversas, pode ser projetado para leste, muito além da área aqui enfocada, no contexto da arquitetura do Supercontinente Atlântica, consolidado de forma definitiva no final do Paleoproterozóico. Ao término de um longo período durante o qual não se registraram eventos tectônicos significativos, no final do Mesoproterozóico, sobreveio na região, uma nova fase de instabilidade marcada por processos tafrogenéticos, cujas evidências seriam o aparecimento de magmatismo alcalino e máfico, além de bacias deposicionais que assinalam um contexto distensivo por toda a área. Em uma dessas bacias tem destaque a que acolheu os sedimentos que originaram as supracrustais do Cinturão Araguaia, a qual, durante o seu processo evolutivo, alcançou o estágio de proto-rifte. Mais distalmente, ao norte do Maciço de Goiás, este processo de quebramento aparentemente permitiu a constituição de um domínio oceânico, que por evolução e reciclagem, teria gerado as rochas que compõem o Arco Magmático de Goiás. Na região trabalhada este terreno de arco seria apenas prenunciado pelo aparecimento de um gnaisse tonal ítico com idade de 840 Ma e idade modelo TDM de 1,83 Ga. Os efeitos dos processos dessa tafrogênese, dos quais os principais vestígios são os gnaisses sieníticos encontrados na Suíte Monte Santo, com idade de 1.051 ± 17 Ma, correlacionam-se aos processos de fissão ocorridos mundialmente e que levaram à fragmentação do Supercontinente Rodinha. Os protólitos desta suíte também foram gerados durante o Mesoproterozóico, conforme atestam as idades modelo TDM entre 1,49 e 1,70 Ga. Finalmente, passando ao Neoproterozóico, através da inversão nas condições geodinâmicas, seguir-se-iam na região processos de encurtamento horizontal e de espessamento crustal, além de fusões, espacial e volumetricamente distintas, que teriam gerado o Granito Matança e o Granito Santa Luzia, encontrado no domínio do Cinturão Araguaia. Este cinturão foi edificado a partir dessa movimentação tectônica, guardando registros de feições estruturais pretéritas, também presentes nos conjuntos litoestruturais mais antigos. O transporte de massas tectônicas no sentido do Cráton Amazônico teria ocorrido, resultando na atual arquitetura em que se encontram, na forma de lascas imbricadas.
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