Navegando por Assunto "Geomorphology"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Evolução multitemporal (2010-2024) do canal de acesso do estuário do rio Amazonas (canal Norte - baía de Macapá - margem ocidental)(Universidade Federal do Pará, 2025-02-27) SILVA, Eduardo Pantoja da; EL-ROBRINI, Maâmar; http://lattes.cnpq.br/5707365981163429; https://orcid.org/0000-0001-7850-1217O Rio Amazonas, o maior do mundo em volume de água, apresenta uma vazão média de ±209.000 m³/s e uma maré semidiurna que varia entre 4 m e 0,3 m durante a maré de sizígia. Sua bacia hidrográfica influencia profundamente a geomorfologia da Amazônia, moldando processos sedimentares e impactando diretamente a navegabilidade. A importância econômica da navegação em seu estuário contrasta com os desafios impostos pelas mudanças naturais e antrópicas, que afetam a estabilidade do canal ao longo do tempo. Neste contexto, esta dissertação analisa a evolução geomorfológica do canal norte do Rio Amazonas e da Baía de Macapá entre 2010 e 2024, avaliando os impactos da dinâmica sedimentar sobre a navegabilidade e a gestão portuária. A pesquisa foi conduzida por meio da análise de dados batimétricos, imagens de radar Sentinel-1 (38 cenas entre 2016 e 2024) processadas no Google Earth Engine e séries hidrológicas históricas. O processamento batimétrico (krigagem) foi realizado no SURFER, enquanto os dados espaciais foram tratados com ferramentas geoestatísticas em Python e QGIS (delimitação de bancos de areia e cálculo de áreas de modificação) para identificar padrões de erosão e deposição. A região de estudo, altamente dinâmica, sofre a influência combinada das marés, da descarga fluvial e da sedimentação, resultando na formação e migração de bancos arenosos e canais instáveis, que impactam diretamente a profundidade do leito e a segurança da navegação. Os resultados indicaram uma redução da profundidade média do canal norte de 26 m para 22 m, acompanhada por uma migração para leste-nordeste, evidenciada pela erosão na margem esquerda e deposição na margem direita. A análise tridimensional revelou que, enquanto em 2011 a morfologia do leito era relativamente homogênea, em 2024 observou-se uma compartimentação mais acentuada, refletindo uma taxa de mudança de 0,307 m/ano. O estudo também apontou variações significativas na extensão das áreas emersas na Baía de Macapá. Durante anos de El Niño (2016, 2018, 2023), a acreção média foi de 8.326,93 km², enquanto anos de La Niña (2017, 2020, 2021, 2022) registraram erosão média de -13.941,27 km². A regressão linear apresentou um R² ajustado de 0,163, sugerindo que tanto a variabilidade hidrológica quanto intervenções humanas influenciam a dinâmica sedimentar da região. As transformações geomorfológicas observadas impactam diretamente a gestão da hidrovia e do complexo portuário de Santana, exigindo estratégias eficazes para garantir a navegabilidade. O sensoriamento remoto revelou-se uma ferramenta essencial para monitorar essas mudanças, fornecendo subsídios estratégicos para otimizar a infraestrutura portuária e garantir a sustentabilidade da navegação na região. A pesquisa destaca a necessidade de monitoramento contínuo e de um planejamento hidrodinâmico eficiente para garantir a segurança da navegação e a eficiência logística na Amazônia. A integração de técnicas de geoprocessamento e batimetria contribui para um planejamento mais preciso, permitindo a adoção de medidas que mitiguem os impactos da sedimentação e garantam a viabilidade do transporte hidroviário na região. Assim, os resultados deste estudo oferecem subsídios fundamentais para a navegação da hidrovia, promovendo maior eficiência e segurança na navegação no canal norte do rio Amazonas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O sistema eólico das bacias costeiras de São Luís e Barreirinhas, NE do Brasil: implicações climáticas e tectônicas durante o Quaternário(Universidade Federal do Pará, 2021-10-25) SILVA JUNIOR, Antônio Gonçalves da; SUNDAL, Anja; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998A região entre a Baía de São Marcos, estado do Maranhão e o delta do Rio Parnaíba, estado do Piauí, no litoral nordeste do Brasil é caracterizada por campos de dunas ativos e inativos, formados sob influência dos ventos alísios de NE em um sistema costeiro dominado por ondas e por marés. Neste contexto insere-se os Lençóis Maranhenses — o maior campo de dunas ativo da América do Sul com cerca de 1.026 km2, adjacente aos maiores depósitos eólicos inativos registrados no continente, com cerca de 19.000 km2. Estes depósitos preenchem principalmente a porção onshore da Bacia de Barreirinhas sendo o Lineamento Pirapemas a principal estrutura do embasamento, com direção NE-SW. Dados prévios de gravimetria e sísmica mostram que este lineamento com rejeito normal para NW, tem atuado como modelador do relevo até no Holoceno. Interpretações prévias indicam que variações na umidade, velocidade do vento, cobertura vegetal e nível relativo do mar foram os principais fatores para a origem e preservação dessa sedimentação desde o final do Pleistoceno. Além disso, nossos resultados indicam que eventos de neotectônica ligados ao lineamento controlaram em parte esta sedimentação. O mapeamento das morfologias ativas e inativas deste sistema eólico com base principalmente em produtos de sensoriamento remoto e dados geocronológicos prévios, permitiu inferir estágios evolutivos que culminaram na configuração geomorfológica atual daquela região. A interpretação de imagens de satélite óptico de média/alta resolução espacial (SENTINEL-2 e CBERS-4a) e modelo digital de elevação (ALOS) foram associados a compilação de dados geocronológicos (LOE, C14 e termoluminescência) para fornecer uma estimativa espaço-temporal que subsidiou a evolução geológica proposta. Os depósitos eólicos são típicos de campo de dunas transgressivo, compreendem uma área de cerca de 20.000 km2, onde 12% são morfologias ativas e 88% são morfologias inativas. Os depósitos ativos estão próximos à costa e consistem em barcanas, cordões barcanóides e transversais. Os depósitos inativos estendem-se continente adentro por até 150 km, e são formados por variações de dunas parabólicas, transversais inativas e planícies de deflação. As idades mais antigas sugerem que os campos de dunas possam ter se iniciado há 240 ka. Idades a partir do Pleistoceno superior confirmam sucessivos pulsos de migração e preservação influenciados pelas variações do nível relativo do mar resultante de ciclos glaciais e interglaciais globais do Quaternário. O sistema costeiro-eólico teve sua maior expansão para o sul durante o Último Máximo Glacial (~22 ka) sob condições mais áridas e sua maior preservação ocorreu entre 19 e 14 ka, sob clima úmido em reflexo ao evento Henrich (HS1). No Holoceno, a reativação do Lineamento Pirapemas em regime distensivo gerou um aumento do espaço de acomodação a NW com amplo desenvolvimento dos sistemas costeiros. A porção SE deste lineamento foi soerguida causando o progressivo abandono e deflação do campo de dunas. Estes dois compartimentos distintos formam a configuração atual dos depósitos eólicos costeiros da porção onshore da Bacia de Barreirinhas.
