Navegando por Assunto "Isolamento"
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Tese Acesso aberto (Open Access) A Cidade dos Lázaros: isolacionismo, políticas públicas e lepra no Pará (1900-1934)(Universidade Federal do Pará, 2024-06-28) VIEIRA, Elis Regina Corrêa; SANJAD, Nelson Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/9110037947248805; https://orcid.org/0000-0002-6372-1185No final do século XIX e início do século XX, a lepra viveu um processo marcado por um intenso debate que perpassou a etiologia, a terapêutica e a profilaxia da doença. Nesse contexto, existiu um esforço teórico para consolidar a lepra como uma doença causada por um bacilo e transmitida por contágio. Ao mesmo tempo, se a doença era contagiosa e seus meios de transmissão eram incertos, fortaleceu-se a ideia de que o isolamento dos doentes era a única forma de evitar a propagação da moléstia. No Brasil, diversos médicos e intelectuais participaram de uma rede internacional de cientistas que debateram a doença. No mesmo contexto, o movimento sanitarista cobrava que a União ampliasse suas responsabilidades na saúde pública. A profilaxia da lepra foi beneficiada por essas discussões e o Governo Federal começou a implantar diversas leprosarias em parceria com os governos estaduais. Instalada em 1923 e inaugurada oficialmente em junho de 1924, a Lazarópolis do Prata, no Pará, nasceu nesse contexto. Minha tese propõe que os médicos criaram um modelo de isolamento para a Lazarópolis, todavia, a experiência de sujeitos diversos recriaram os sentidos desse isolamento, desafiando o ideal higienista de um lázaro dócil, disciplinado e submisso aos médicos. Desse modo, até mesmo uma instituição entendida como modelo, enfrentava desafios como as fugas e as transgressões às normas estabelecidas.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) “No olho do furação”: a construção projeto de isolamento social frente ao Covid-19, em um grupo indígena na Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2021-06) POTIGUAR JUNIOR, Petrônio LauroExpomos aqui este relato de experiência, fruto de uma viagem de cinco meses de pesquisa de campo na aldeia Mapuera, onde vivem vários grupos indígenas denominado genericamente de “Etnia Wai Wai”, na cidade de Oriximiná, no noroeste do Pará, por conta da fase final da tese de doutorado que está em curso. Apresentamos aqui os momentos de angustias e inquietações vividos pelo autor desse relato e indígenas nesse local, nas primeiras manifestações da pandemia da Covid-19, denominado aqui de “olho do furacão”, em março de 2020.Tal experiência nos direcionou ao seguinte questionamento: como antropólogo poderia contribuir em contexto de pandêmico em grupos indígenas, em especial, em Mapuera? A partir dessa pergunta, articulações foram feitas envolvendo cacique geral, lideranças, Conselho de Saúde da Mapuera, lideranças da igreja evangélica local, professores e profissionais da saúde que prestam serviço no local pela Fundação Ovídio Machado, frente ao Distrito Sanitário Guamá Tocantins- DSEI-GUATOC, incidido na elaboração de um projeto de isolamento social. Até a primeira quinzena de junho de 2020, momento da saída de campo, o referido projeto não tinha sido usado, pois nenhum caso de covid-19 acometera qualquer indígena no local, mas somente atingido alguns deles que estavam fora desse espaço, como na cidade de Belém, Santarém e Oriximiná, inclusive com óbito. Também notícias dão conta que, apesar de não adesão ao “projeto de Isolamento Social” pelo DSEI GUATOC, sua produção serviu de parâmetro para a feitura de um plano de proteção à equipe de saúde e aos indígenas do local, revelando um dos objetivos dessa proposição, inspirar ações de políticas públicas em tempos de pandemia para a proteção dos povos indígenas na Amazônia, independentemente de quem quer que seja.
