Navegando por Assunto "Mulheres trabalhadoras"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Dissertação Acesso aberto (Open Access) Missão principal: mulheres desenvolvedoras de jogos eletrônicos e o combate à violência de gênero(Universidade Federal do Pará, 2024-02-29) MELO, Renata Christine da Silva; ALVARENGA, Eric Campos; http://lattes.cnpq.br/5734378044087055; https://orcid.org/0000-0002-1803-2356Este trabalho objetivou explorar mulheres brasileiras desenvolvedoras de jogos eletrônicos, as experiências hostis vivenciadas no trabalho e as estratégias de enfrentamento utilizadas por elas para lidar com a violência de gênero nesse meio. A metodologia baseia-se na abordagem qualitativa de pesquisa, do tipo exploratória, com levantamento por meio de entrevista online individual com 10 participantes e a análise se deu a partir das propostas das práticas discursivas e produção de sentidos de Spink (2010). Os resultados apontaram que as mulheres gamedevs desse estudo seguem um perfil conforme o panorama da indústria, elas são majoritariamente brancas, habitam principalmente a região sudeste do Brasil e a maioria delas são dos setores de produção ou artes. Todas elas experienciaram violência de gênero de alguma forma – discriminação, assédios, microagressões – durante a carreira, proveniente de chefes ou colegas de trabalho. Para enfrentar e se ajustar a esse cenário adverso, elas utilizam estratégias de sobrevivência ligadas ao esforço de normalizar violências ou proteção (silenciar, recusar e evitar, adaptar o trabalho, rede de apoio...), e outras estratégias estão mais relacionadas com resistência e mudanças (falar e se impor, terapia, rede de apoio entre mulheres, gerenciamento consciente...). Elas também enfatizaram a necessidade de ações modificadoras individuais (pessoas, homens) e coletivas (instituições de ensino, empresas, mídias/redes sociais) que devem ser tomadas pela indústria com foco no incentivo, acolhimento e permanência de meninas e mulheres nas tecnologias e desenvolvimento, bem como no aumento da participação delas em posições de tomada de decisão (CEO) e na educação de homens e comunidade dev para conscientização de privilégios e preconceitos. Por fim, espera-se que esse estudo contribua para ampliar a nossa compreensão sobre gênero, trabalho, desenvolvimento de jogos e estratégias de enfrentamento, mas principalmente, para incentivar futuras pesquisas, projetos e ações que foquem em soluções para que esse cenário se torne mais inclusivo e adequado para grupos sub-representados.
