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Acesso aberto (Open Access)
O meio natural na Amazônia paraense: paisagem, configuração espacial e dinâmica social
(Universidade Federal do Pará, 2021-08-26) CARVALHO, Ana Cláudia Alves de; NAHUM, João Santos; http://lattes.cnpq.br/9009465125001273
Esta pesquisa integra-se ao projeto construído pelo Grupo de pesquisa Dinâmicas Territoriais do Espaço Rural na Amazônia – GDEA, onde Nahum (2018) propõe a utilização de conceitos geográficos que possibilitem analisar geograficamente a Amazônia paraense e em especifico seu processo de formação. De acordo com Nahum (2019) a Amazônia passou por uma sucessão e coexistência de meios geográficos, o meio natural sendo caracterizado pelas relações camponesas ligadas ao extrativismo; seguido de um meio técnico marcado por um período agrário ligado a atividades agropecuárias; e um meio técnico - científico - informacional sendo este rural, com atividades agroindustriais, compondo o quadro atual. Defende-se a ideia de que o meio natural ao qual a Amazônia passou compreende o período de 1616 a 1966. O ano de 1616 marca a fundação da cidade de Belém, e assim o início da formação da futura Companhia Geral do Pará e do Maranhão, definido como ponto de partida, e 1966 data o princípio da “Operação Amazônia”, conjunto de investimentos voltados para o desenvolvimento da região, como ponto de chegada. Tendo isso em conta, sustentamos a tese da existência de um meio natural na Amazônia paraense, busca-se construir uma periodização da Amazônia paraense, a fim de mostrar o movimento espacial que estruturou sua formação. Para isso, será caracteriza a paisagem, configuração espacial e dinâmica social nestes três séculos e meio, e assim singularizar o meio natural na Amazônia paraense. Pensar tal concepção exige-nos compreender que a existência dos meios geográficos caracterizados por Santos e Silveira (2001) são leituras espaciais que tem como referência a técnica. Busca-se nesta pesquisa ir além das contribuições, históricas, economicistas e sociológicas, no sentido de evidenciar a partir de uma periodização como a paisagem, configuração espacial e a dinâmica social de cada período possibilitou a Amazônia alcançar seu estágio atual. Pensando a metodologia analítica da pesquisa compreende-se que o espaço é a categoria fundamental para se compreender a ideia de período, evento e periodização em Santos (2008). Enquanto metodologia operacional, realizou-se revisão bibliográfica acerca da Amazônia paraense no período de 1616 a 1966, para assim construirmos a base de dados necessária ao entendimento da paisagem, configuração espacial e dinâmica social, da área de estudo. Incorporar a geografia no processo metodológico torna-se um desafio que se busca alcançar, no entanto, tem-se aqui uma tentativa.
Acesso aberto (Open Access)
O transporte público enquanto dimensão do processo de metropolização de Belém
(Universidade Federal do Pará, 2020-08-11) CASTRO, Carlos Jorge Nogueira de; RIBEIRO, Willame Oliveira; http://lattes.cnpq.br/0410219650119090; https://orcid.org/0000-0003-3692-4224; SILVA, Christian Nunes da; http://lattes.cnpq.br/4284396736118279
O processo de desenvolvimento das cidades brasileiras apresenta no transporte de cargas e passageiros elementos essenciais que sustentam ao longo dos séculos a produção do espaço urbano; desta forma, os meios de transportes participam da estruturação do espaço urbano articulando o centro e seus subcentros aos espaços periféricos. Isso garante a permanência de processos que caracterizam a desigualdade socioespacial. Nos últimos anos os debates orbitam entre as políticas de sustentabilidade ambiental e mobilidade urbana frente aos processos de metropolização. As particularidades do espaço amazônico exigem esforços teórico metodológicos capazes de articular o processo de metropolização do espaço e o papel desenvolvido pelo transporte enquanto elemento atuador, articulando e regulando as interações espaciais. A partir de tais elementos, e assumindo o objeto desta tese, o objetivo proposto nesta pesquisa consiste em analisar o principal sistema de transporte de passageiro urbano do espaço metropolitano de Belém; busca compreender o papel do Estado frente às principais estratégias identificadas nas territorialidades dos agentes transportadores ao longo das últimas duas décadas; analisar a expressão dessas territorialidades nos movimentos de expansão do sistema e do mercado dos transportes, enquanto elemento que compõe o processo de metropolização do espaço ao articular o centro aos seus subcentros e às suas periferias, o que garante a manutenção dos processos de desigualdade socioespacial no espaço metropolitano. Os procedimentos metodológicos desenvolvidos aproximam os diálogos constituídos pela fundamentação teórica, apoiada em grande volume na análise de dados e informações de fontes primárias, e dados secundários - alguns trabalhados em ambiente de Sistemas de Informação Geográfica (SIG’s) que calçam e subsidiam elementos essenciais para os encaminhamentos analíticos propostos nesta tese. Os resultados originários desta pesquisa demonstram fenômenos intrínsecos ao transporte público no contexto amazônico, revela a precarização programada no serviço de deslocamento de passageiros oferecida pelos agentes transportadores, com anuência do Estado, revelam as metamorfoses nos capitais dos agentes transportadores com atuação predominante no sistema, analisa o quadro societário das empresas e os movimentos territoriais que permitem afirmar que há participação ativa dos agentes transportadores no processo de metropolização de Belém. Deste modo, o transporte público atua como componente de grandeza no processo de metropolização de Belém e teve ao longo de sua trajetória conflitos dimensionados em rupturas e continuidades no fenômeno de deslocamento urbano de passageiros.