Navegando por Assunto "Soberania alimentar"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Agrobiodiversidade e conhecimentos locais das plantas alimentícias no quilombo de Deus Ajude, Arquipélago do Marajó – Pará(Universidade Federal do Pará, 2020-09-08) BEZERRA, Sueyla Malcher; SABLAYROLLES, Maria das Graças Pires; http://lattes.cnpq.br/0250972497887101; SILVA, Luis Mauro Santos; http://lattes.cnpq.br/7285459738695923Nesta pesquisa, buscamos analisar os conhecimentos e práticas tradicionais associadas à agrobiodiversidade das plantas alimentícias, bem como, a constituição da soberania alimentar e autonomia na produção dos alimentos no quilombo de Deus Ajude, Salvaterra/PA. Para o desenvolvimento da pesquisa, utilizamos a abordagem quali- e quantitativa. Em relação ao procedimento metodológico, optamos pelo estudo de caso, observação participante, entrevistas não diretivas, questionários, listas livres, coleta e identificação de material botânico. A análise dos dados coletados foi realizada pela sistematização das informações, análise vertical e horizontal das entrevistas, triangulação dos dados e Índice de Saliência Cognitiva. Os resultados demonstraram que o conhecimento e práticas tradicionais da comunidade quilombola sobre as plantas alimentícias é constituído a partir da relação diária dos quilombolas com a natureza, bem como, pela promoção continuada do diálogo de saberes entre as diferentes gerações. A sazonalidade amazônica revelou-se como uma reguladora da pluralidade de atividades produtivas ao logo do ano, e, estas são desempenhadas por intermédio de uma relação simbiótica, onde natureza e quilombo se sustentam. No mais, as comidas representativas do quilombo marajoara, como: beiju, cação, tiborna, cunhapira e crueira etc., transformam-se em uma das formas de manter a agrobiodiversidade do quilombo. Em contrapartida, as limitações de acesso ao território de uso comum impostas pelas fazendas ao redor do quilombo e as influências do mercado capitalista são ações concretas e simbólicas capazes de promoverem mudanças: na forma como os alimentos são obtidos e nos hábitos alimentares dos quilombolas. Portanto, a valorização da cultura quilombola e do seu modo de vida torna-se uma aliada na preservação dos conhecimentos, práticas e saberes tradicionais, bem como, da natureza manejada.Tese Acesso aberto (Open Access) Agrobiodiversidade Tentehar na Aldeia Olho D’Água, Maranhão: trajetórias, saberes e práticas(Universidade Federal do Pará, 2023-09-08) FELIX, Neusani Oliveira Ives; BARROS, Flávio Bezerra; http://lattes.cnpq.br/4706140805254262; https://orcid.org/0000-0002-6155-0511Nesta pesquisa abordei o tema da agrobiodiversidade entre os Tentehar da Aldeia Olho D’Água, TI Bacurizinho, estado do Maranhão. A agrobiodiversidade, no contexto desse estudo, é compreendida como a parte da biodiversidade que agrega variedades agrícolas e recursos genéticos, processos socioculturais, saberes associados às plantas, aos animais manejados e caçados para fins alimentares. Os caminhos metodológicos inseriram a observação participante, o controle de impressões, a memória coletiva, as narrativas orais, as entrevistas semiestruturadas e abertas, com 13 mulheres e 11 homens, o questionário e o caderno de campo. Essas estratégias foram fundamentais para a construção de uma etnografia atenta e alinhavada com base nas dimensões científicas, sociais e políticas para uma condução exitosa da pesquisa partindo de uma relação dialógica entre a pesquisadora e os interlocutores. Os agricultores reconhecem ou cultivam um imenso e rico conjunto de etnovariedades de plantas alimentícias de todo tipo. Nos quintais, além dos cultivares, se mantém a criação de animais, como porco, bode, galinha, angolista, pato, peru, codorna. Das matas se obtêm as caças tão importantes para a cultura alimentar dos Tentehar, dentre os quais, tatu, peba, veado catingueiro, veado mateiro, caititu, cutia, quati mundé, jacu, juriti, lambu, etc. A relação entre as práticas agrícolas, de roças e de quintais, as caças vindas das matas, e o conjunto da agrobiodiversidade se insere no debate sobre a soberania e segurança alimentar e nutricional e confere traços de singularidades na cultura alimentar Tentehar. A agrobiodiversidade se constitui o fio que entrelaça as relações do agricultor com o manejo das roças, dos quintais e com as caças, remetendo ao sentido de trajetórias, identidade e autenticidade, em que relações interespécies, regras, interdições e proibições são estabelecidas. Como guardiões da agrobiodiversidade, os agricultores Tentehar resistem com seus roçados, cultivando, multiplicando e trocando sementes com parentes e vizinhos. Nos quintais realizam experimentações com animais e plantas, e produzem mudas de cultivares que circulam entre si, em um sistema de conservação de recursos genéticos, in situ/on farm. Na prática da caça estão presentes os saberes ancestrais, as táticas empregadas para a captura dos animais, as armas, as armadilhas, as situações de convívio interespécies permeadas pela ambivalência entre matar a caça para se alimentar e o medo da represália vinda dos piwáras. Portanto, os dados da pesquisa apontam que o lugar da agrobioversidade na vida Tentehar é o lugar da resiliência e resistência, que se relaciona fortemente com a reprodução material e simbólica das famílias, assim como guarda enorme significado na manutenção dos modos de vida Tentehar.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Da natureza à mesa: a pesca artesanal na vida e alimentação dos quilombolas da Comunidade de Mangueiras (Ilha do Marajó – Pará)(Universidade Federal do Pará, 2020-03-21) NASCIMENTO, Anael Souza; BARROS, Flávio Bezerra; http://lattes.cnpq.br/4706140805254262Esta pesquisa comprometeu-se a estudar as formas de captura e preparo dos recursos pesqueiros, bem como a relação da comunidade quilombola de Mangueiras em Salvaterra - Ilha do Marajó – PA com a comida. Parti das dimensões culturais no contexto dos conhecimentos tradicionais, as formas de obter, preparar, acondicionar e consumir alimentos de origem pesqueira no quilombo. Além de caracterizar os recursos pesqueiros e as práticas utilizadas na pesca artesanal no quilombo de Mangueiras, descrever os saberes e práticas alimentares das famílias, destacando as estratégias envolvidas na transformação da sociobiodiversidade pesqueira em comida e descrever quais as preferências e restrições (tabus) acerca do consumo de recursos pesqueiros. A pesquisa de campo ocorreu no ano de 2019 e os principais instrumentos da metodologia empregada foram entrevistas abertas, entrevistas semiestruturadas, observação participante, turnês guiadas por pescadores locais, técnica da listagem livre e a etnofotografia. Os resultados alcançados demonstraram que os pescadores e pescadoras mantêm um constante diálogo de conhecimentos, adquirido através do cotidiano contato com os peixes e com o rio desde as fases iniciais da vida. O conhecimento tradicional revela muito da identidade e cultura do quilombo, território dominado por atores sociais com expertise nas espécies de peixes, diferenciando-os por seu habitat, preferências alimentares e comportamentos específicos, incluindo conhecimento acerca de aspectos climáticos e lunares que influenciam a dinâmica da pesca na região. Os recursos pesqueiros se mostraram importantes para os preparos de comidas como peixes fritos, assados e cozidos, mujica de caramujo, torta de caramujo, caranguejo ao leite do coco, ensopado de turu. No entanto, também observamos o incremento de alimentos processados, ocasionado por uma maior relação com a cidade e acesso aos programas sociais do Governo Federal brasileiro. Mesmo com todas as transformações ocorridas, é incontestável que o modo que se prepara os alimentos ainda se mantém até hoje como forma de valorização da cultura e resistência. Assim, as escolhas alimentares são influenciadas diretamente pelas características ambientais, além de preferências individuas ligadas as questões sociais e culturais do quilombo. Os tabus têm um papel importante e que influencia diretamente nas escolhas das espécies alvos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Formação, transformação e expansão dos quintais agroflorestais de agricultores familiares da Cooperativa D’Irituia, Pará(Universidade Federal do Pará, 2019-12-27) SILVA, Sinara Dias; SABLAYROLLES, Maria das Graças Pires; http://lattes.cnpq.br/0250972497887101; KATO, Osvaldo Ryohei; http://lattes.cnpq.br/4241891652832872; https://orcid.org/0000-0002-2422-9227Os diversos problemas ocasionados pelo processo de corte e queima demonstram o quanto o solo é importante para o agricultor familiar, por isso, o uso de práticas de manejo que possibilitem a ciclagem de nutrientes, através da manutenção da matéria orgânica e micro vida do solo são essenciais. Diante disso, a presente pesquisa tem como objetivo analisar o processo de formação, transformação e expansão de quintais agroflorestais em sistemas de produção de agricultores familiares da Cooperativa D’Irituia, Pará. Para atender a essa proposta, optou-se por utilizar uma metodologia fundamentada nas bases teóricas da abordagem sistêmica, para isso foram selecionadas 23 famílias de agricultores familiares da cooperativa D’Irituia que possuem quintais agroflorestais e cinco informantes chave das principais instituições ligada a dinâmica rural do município. As ferramentas metodológicas adotadas consistiram em entrevistas históricas, dados secundários, questionários semiestruturado, tipologia e crônicas dos estabelecimentos. Os resultados mostraram os fatores externos que influenciaram na formação dos quintais agroflorestais foram, as políticas públicas creditícias como o FNO e o Proambiente; a Secretaria de agricultura de Irituia e a própria cooperativa D’Irituia. Os quintais agroflorestais encontrados em Irituia apresentam grande diversidade de espécies, entre elas frutíferas e anuais. Vale ressaltar que, em 74% das áreas onde estão implantados hoje os quintais agroflorestais eram áreas de capoeira e 13% em áreas de roças. Através da tipologia foi possível formar dois grandes grupos, além disso um dos principais fatores responsáveis pela transformação e expansão dos quintais agroflorestais é a necessidade de aumentar a produção. Com as crônicas dos estabelecimentos podemos observar que os acontecimentos identificados no decorrer do tempo nem sempre foi o fator motivador das mudanças identificadas dentro dos estabelecimentos agrícolas, no entanto, afetou os dois grupos aqui representados, porém de forma diferente. Portanto, pode-se concluir que os Sistemas agroflorestais hoje encontrados no município de Irituia são de grande importância na garantia da soberania alimentar como também no desenvolvimento socioeconômico dessas famílias, além de ter um importante papel na preservação ambiental.Dissertação Acesso aberto (Open Access) PANC na visão dos estudantes de ciências biológicas da Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2022-04-26) DUARTE, Larissa Rodrigues Ferreira; MENEZES, Moirah Paula Machado de; http://lattes.cnpq.br/4242537967460940As plantas alimentícias não convencionais são todas aquelas plantas ou partes de plantas que possuem aproveitamento para alimentação humana, no entanto muitas vezes são inexploradas ou subutilizadas. O presente trabalho verificou o conhecimento e a utilização de plantas alimentícias não convencionais por estudantes de Ciências Biológicas da região Amazônica. A coleta das respostas foi realizada de março a junho de 2022 por meio de formulário eletrônico no Google Forms®. Obteve-se um número de 82 participantes de 10 Universidades Públicas Federais, sendo prevalente o gênero feminino. O conhecimento do termo PANC (plantas alimentícias não convencionais) foi relatado por 56% dos participantes. Foram registradas 112 espécies de plantas, dessas a maioria nativa com alto percentual de consumo (71%) dentre as espécies mais citadas apareceram: Manihot esculenta Crantz (mandioca), Xanthosoma sagittifolium (taioba), Acmella oleracea (jambu) e Physalis angulata (camapu) onde os principais lugares de obtenção foram: quintais, hortas, sítios e feiras. As partes vegetais mais utilizadas por categorias foram os frutos (77%), raízes e caules (76%), folhas (68%) e flores ou sementes (61%). O potencial alimentício é elevado na forma in natura para frutos, flores e sementes. A origem do conhecimento sobre as PANC é predominantemente familiar (42%) seguida de professores (22%). A relevância desse conhecimento para área de estudo segundo os estudantes se dá pelas questões de qualidade de vida e possibilidades de ensino uma vez que as consideram mais importantes do ponto de vista alimentar e científico. Apesar de conhecidas, ainda são negligenciadas em algumas regiões e carecem de melhor divulgação e popularização.Dissertação Acesso aberto (Open Access) UHE Belo Monte e a soberania alimentar dos povos indígenas na Volta Grande do Xingu(Universidade Federal do Pará, 2023-06-23) ROSA, Lorena Garcia da; PEZZUTI, Juarez Carlos Brito; http://lattes.cnpq.br/3852277891994862; GONÇALVES, Marcela Vecchione; http://lattes.cnpq.br/9274854854102856A trajetória histórica do processo de licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica (UHE) de Belo Monte incluiu a elaboração das medidas de mitigação e compensação voltadas para os povos indígenas afetados pelo empreendimento e que compõem o Plano Básico Ambiental (PBA). Dentre as medidas do PBA, destacam-se aquelas voltadas para a garantia da alimentação do povo indígena Yudjá (Juruna), que vive na Terra Indígena (TI) Paquiçamba, localizada na região da Volta Grande do Xingu (VGX). Esta região corresponde a um trecho de aproximadamente 130 km, onde a vazão do rio Xingu foi reduzida após a instalação da barragem que desvia suas águas para o reservatório da hidrelétrica. Entretanto, o monitoramento ambiental territorial independente realizado pelo povo Yudjá indica, no bojo do registro dos impactos sobre seu território e seus modos de vida, que as medidas do PBA não consideram os aspectos socioculturais de sua alimentação, de modo que a soberania alimentar dessa população pode estar em risco. Assim, esta pesquisa teve como objetivo geral explorar os processos de conflito entre as medidas do PBA e o monitoramento independente realizado pelo povo Yudjá, partindo das afetações e contradições geradas pelas ameaças à soberania alimentar desses grupos. A perspectiva de análise para a diferenciação entre o PBA e o monitoramento independente deu-se pelos instrumentais da análise do discurso, mais especificamente da análise de conteúdo dos dois documentos. Os principais resultados indicam contradições relacionadas à diminuição no consumo de pescado, às alterações nas espécies de peixes pescadas e às mudanças nos apetrechos de pesca na VGX.
