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Dissertação Acesso aberto (Open Access) A contística das águas como escrita do desastre e da catástrofe: vidas viradas pelo avesso na Pan-Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2021-01-22) SOUZA, Irisvaldo Laurindo de; SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria Pereira; http://lattes.cnpq.br/3707451019100958; https://orcid.org/0000-0003-1575-5679Esta Dissertação de Mestrado resulta de uma pesquisa que investigou a representação das águas na literatura amazônica, com foco na contística que tem como leitmotiv os desastres hidrológicos típicos da região. Dentre eles a “llocllada” andina, as terras caídas, as enchentes e a maré fluviomarinha conhecida como pororoca. O corpus é constituído por seis histórias curtas de quatro autores: “Terra caída”, de Alberto Rangel (2008), que integra o livro Inferno verde; “La llocllada” e “Sob as primeiras estrelas” [Cielo sin nubes], do escritor peruano Francisco Izquierdo Ríos (1975; 2010); “A enchente”, do escritor amazonense Arthur Engrácio (1995); e ainda “Poraquê” e “Mamí tinha razão”, do escritor paulista radicado no Pará João Meirelles Filho (2017). Esta pesquisa adota o método comparativo e sua forma de abordagem é qualitativa, com base bibliográfica. A hipótese principal foi observar de que modo a disrupção das águas impacta a experiência do sujeito amazônico tanto em sua relação direta com a natureza como em suas relações com a ordem social vigente. O eixo teórico que orienta a investigação é o conceito de catástrofe, tomado do pensamento filosófico contemporâneo mas diretamente articulado com a doutrina aristotélica da potência humana. A segunda chave teórica utilizada é o conceito de desastre, trazido do pensamento sociológico e também vinculado epistemologicamente à potência do ato natural na doutrina de Aristóteles. Com esse instrumental empreende-se a leitura analítica da contística das águas como alegorização do modus vivendi do homem amazônico e de sua exposição, problemática e por vezes traumática, às potências que regem as ações da Natureza e os fatos da Cultura. A interpretação crítica de textos literários de autores de diferentes épocas e filiações estéticas proporciona assim uma reflexão sobre as fraturas que os desastres das águas provocam no cotidiano e na experiência de sujeitos individuais e coletivos na Pan-Amazônia, bem como sobre os traumas que lhes são impostos na modernidade tardia em função do avanço da civilização do capital na fronteira amazônica.
