Navegando por Assunto "Testimony"
Agora exibindo 1 - 6 de 6
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Dissertação Acesso aberto (Open Access) O dispositivo da delação em regimes de exceção: análise das narrativas No corpo e na alma e Soledad no Recife(Universidade Federal do Pará, 2020-09-29) OLIVEIRA, Samantha Carolina Vieira de; SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria Pereira; http://lattes.cnpq.br/3707451019100958; https://orcid.org/0000-0003-1575-5679O estudo analisa o dispositivo da delação em narrativas que remetem ao período da ditadura civil-militar no Brasil. O corpus delimitado para construir a análise é o testemunho No corpo e na alma (2002), escrito por Derlei Catarina de Luca, e o romance Soledad no Recife (2009), escrito por Urariano Mota. Com base nas duas narrativas, foi possível problematizar a perspectiva do dispositivo da delação, categoria proposta para pensar como ocorriam e funcionavam as práticas da delação durante a vigência do Estado de Exceção, e, principalmente, como as práticas decorrentes escaparam como representações para o corpus. Por esse motivo, através do estudo de caso, a análise pontua, sem deixar de recorrer a outros exemplos, como as protagonistas de ambas as narrativas tiveram suas vidas desmobilizadas por conta da delação sofrida. A delimitação do contexto político e histórico foi fundamental, pois parto da análise do conceito de dispositivo pensado por Michel Foucault, cujo pressuposto é de que um dispositivo é uma tecnologia de controle que está em constante readaptação, a depender das suas necessidades, por isso, o trabalho entende como dispositivo da delação – esse situado em um contexto histórico e político – como uma tática de controle readequada de outros tempos e contextos. Para pensar melhor as implicações e nuances do dispositivo da delação, foi necessário sistematizá-lo a partir dos seus elementos de atuação, o que possibilitou a compreensão da prática da delação no interior do dispositivo. E para além, o trabalho também precisou apresentar as implicações da teoria literária no que tange aos estudos do testemunho e do teor testemunhal, conceito pensado por Márcio Seligmann-Silva (2009), uma vez que as duas narrativas precisavam ser problematizadas devido ao seu valor literário e das divergências estruturais apresentadas entre elas, sendo a primeira um testemunho e a segunda um romance de teor testemunhal. Ao levar essas implicações em consideração, esta produção precisou apoiar-se em categorias como “dispositivo”, de Michael Foucault (2017); “Estado de Exceção e soberania”, de Giorgio Agamben (2004; 2010); “Vida precária”, de Judith Butler (2018); além das contribuições teóricas sobre testemunho e teor testemunhal de Cecília de Luque (2003), Valéria de Marco (2004), Eugênia Vilela (2012), Márcio Seligamann-Silva (2017); Tânia Sarmento-Pantoja (2018) e Augusto Sarmento-Pantoja (2019). Por fim, a pesquisa toma como base metodológica a literatura comparada, especialmente por considerar a circulação de determinadas temáticas que emanam das relações entre história e cultura. E, também, do materialismo histórico, sobretudo, por analisar as emanações da barbárie em objetos de cultura e por apostar na percepção do passado como forma de repensar e mudar estruturas do presente.Tese Acesso aberto (Open Access) O exílio no testemunho da segunda geração: elementos para um paradigma narrativo(Universidade Federal do Pará, 2021-02-26) LOBATO, Ladyana dos Santos; SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria Pereira; http://lattes.cnpq.br/3707451019100958; https://orcid.org/0000-0003-1575-5679Analisamos, nesta pesquisa, o testemunho de filhos de perseguidos, desaparecidos e mortos políticos da Ditadura Militar de 1964, que se reporta à experiência da infância no exílio e à forma como essa experiência se encontra apresentada na produção literária e cinematográfica. Para isso, selecionamos dois corpora de pesquisa. O primeiro é constituído de narrativas testemunhais publicadas, em 2014, na obra Infância Roubada, dentre as quais selecionamos as narrativas intituladas: “O exílio do meu pai foi a nossa despedida”, de Suely Coqueiro; “Por que você é tão tristinha?”, de Marta Nehring; e “Adotados pela Revolução Cubana”, de Virgílio Gomes da Silva Filho. O segundo corpora é constituído pela novela intitulada Meninos sem Pátria, de Luiz Puntel, publicada em 1988, pela Série Vaga-Lume; o romance intitulado A Resistência, publicado em 2015, pelo escritor brasileiro Julián Fuks, filho de pais exilados da ditadura na Argentina; e o filme intitulado Diário de uma busca, lançado em 2010, por Flávia Castro, filha de perseguidos políticos da Ditadura no Brasil. A tese dialoga com conceitos do campo dos estudos migratórios (CAVALCANTI, 2017; OIM, 2009, SAYAD, 1998), dentre os quais destacamos o conceito de exílio (AGAMBEN, 1996; SAID, 2003; VIÑAR e VIÑAR, 1992; ROLLEMBERG, 1999, 2007). A tese dialoga, também, com os estudos sobre narrativas do exílio (ADORNO, 1999; CORTÁZAR, 2001; VIDAL, 2004; FIGUEIREDO, 2017), estado de exceção (AGAMBEN, 2004); testemunho (SELIGMANN-SILVA, 2003, 2005, 2013; VILELA, 2000; SALGUEIRO, 2012); literatura e testemunho (DE MARCO, 2004; LUQUE, 2003); memória (SARLO, 2007; BASILE, 2019; FANDIÑO, 2016); sobrevivência (PELBART, 2008, 2013) e utopia (SZACHI, 1972). O estudo possui como abordagem teórica central os estudos sobre exílio, testemunho e memória da segunda geração. Porém, verificamos que as narrativas testemunhais são atravessadas, tal como pelo conceito de utopia, pois há, nesses textos, um desejo pessoal dos filhos de compreensão de suas próprias identidades, que aponta para o paradigma de um presente ad infinitum da experiência traumatizada do evento histórico. Diante dessa realidade, surge uma alternativa, qual seja, o desejo da realização de um projeto coletivo que prima por outra forma de relação entre a população e o Estado. Seria essa a utopia por uma forma de vida não marcada pela violência de estado? A utopia da integridade do sujeito? Essa proposta utópica é, ao mesmo tempo, paradoxal, devido à sua impossibilidade, tendo em vista que, uma vez violada a integridade física, psicológica ou moral, jamais essa pode ser recuperada. Para responder a essa problemática, propomos um instrumento de análise comum para narrativas testemunhais que reportam experiências da infância no exílio. Neste processo, consideramos a presença de 4 (quatro) categorias de análise. São elas: 1) A Motivação (para a viagem); 2) A Viagem; 3) A Estada; 4) O Retorno. Na análise das narrativas dos corpora de pesquisa, a partir das quatro categorias propostas, verificamos que a experiência de exílio da segunda geração está atrelada a um conjunto de elementos que apontam para a forma como o estado ditatorial constituiu-se como agente promotor de violação de direitos fundamentais de crianças e que, por isso, a utopia é, na mesma medida, um projeto irrealizável. Assim, este estudo é de fundamental importância para apresentarmos a nossa contribuição teórica para os estudos do exílio, assim como propor um instrumento de análise que poderá ser utilizado por outros pesquisadores em corpora de pesquisas semelhantes.Tese Acesso aberto (Open Access) “Filho que é filho não abandona a mãe, e a mãe não abandona o filho”: Testemunhos de milagres na devoção à Nossa senhora de Nazaré em Belém do Pará(Universidade Federal do Pará, 2020-12-28) RAMOS, José Maria Guimarães; MORAES JÚNIOR, Manoel Ribeiro de; http://lattes.cnpq.br/2429279552706202; https://orcid.org/0000-0001-6986-7671O presente trabalho é um estudo sobre o catolicismo popular presente em Belém do Pará em um exercício de analisar elementos do imaginário social dos devotos da Virgem de Nazaré a partir dos elementos observados nas narrativas de milagres que assumem a forma de testemunhos, dos quais se faz uma abordagem hermenêutica. O campo de pesquisa foi a Casa de Plácido, e foi construído em torno de ações que caracterizam a dinâmica dos testemunhos, ou seja, narrativas de romarias, curas, graças e milagres. O pressuposto é que testemunhos de milagres fazem parte de um processo social, de uma visão religiosa do mundo que ajuda a configurar e compreender a cultura local. Por isso, o instrumental teórico escolhido para esta análise é a hermenêutica do testemunho de Paul Ricoeur, que é uma teoria para interpretar como o testemunho de cunho religioso e seus significados sociais são expressos nas narrativas testemunhais dos devotos.Tese Acesso aberto (Open Access) Narrativa, testemunho e memória do CCIUFPA: uma formação para identidade e profissionalidade docente(Universidade Federal do Pará, 2023-06-27) MAGNO, Cleide Maria Velasco; GONÇALVES, Terezinha Valim Oliver; http://lattes.cnpq.br/0496932429575513; https://orcid.org/0000-0001-8285-3274Com o propósito de escrever uma narrativa sobre o Clube de Ciências da Universidade Federal do Pará (CCIUFPA) que é vinculado ao Instituto de Educação Matemática e Científica. Por tratar-se de um Clube formalmente ligado a programas de formação de professores e iniciação científica que transcende o espaço físico onde se localiza, experimenta e aprende com os mais variados domínios dos saberes ao longo de sua história, torna-se uma densa fonte de experiências formativas para o Brasil. Na Região Norte foi o primeiro ponto da pesquisa para melhoria do ensino de Ciências e Matemática. É o espaço da religação entre o sujeito professor-pesquisador com a oportunidade de fazer ciência com prazer, partilha e paixão. Como pesquisadora-narrativa, assumo o lugar de testemunha para abraçar um conjunto de experiências que estão na base da formação realizada nesse espaço. Para tanto, busquei nos autores Jean-Philippe Pierron, Martins Júnior, Edgar Morin, Jacques Le Goff, Diniz-Pereira, Antônio Nóvoa, Clandinin e Connelly, Gonçalves, Moraes e Galiazzi dentre outros, os argumentos para falar sobre testemunho, narrativa e memória que se fazem história e ciência, assim como, em obras produzidas sobre o CCIUFPA procurei pistas para a construção da presente narrativa. Para compor o corpus da pesquisa, além de documentos, contei com oito testemunhos de professores que fizeram ali uma trajetória de formação, os quais foram obtidos por um Dispositivo Ativador de Memória (DAM). No tratamento e análise das informações obtidas fiz uso do software IRAMUTEQ associado à Análise Textual Discursiva (ATD), elencando categorias emergentes (Vórtices I, II e III) a partir das quais ficou explicitado que o envolvimento pessoal, protagonismo na aprendizagem, ambiente democrático e aprender fazer fazendo, emergiram como princípios formativos que se mantiveram ao longo do tempo, constituindo um modelo de formação integral que possibilita ao professor compreender sua identidade e sua prática em uma dinâmica que o impulsiona a ampliar sua consciência, sua cosmovisão e suas ações práticas e valorativas, elevando a si mesmo, os professores, o próprio CCIUFPA e a Amazônia brasileira. Tais argumentos me fazem defender a tese de que o olhar sistêmico baseado em testemunhos, registra, como uma espiral, o movimento evolutivo de formação, identidade e profissionalidade docente empreendido no CCIUFPA, expressando princípios formativos de professores para ensinar Ciências na contemporaneidade.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Testemunho da experiência da infância no exílio e sua representação no conto infanto-juvenil meninos sem pátria, de Luiz Puntel(Universidade Federal do Pará, 2019-12) LOBATO, Ladyana dos Santos; SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria PereiraAnalisamos o testemunho de filhos de militantes políticos da Ditadura Militar de 1964, que reporta à experiência da infância no exílio e a forma com que essa experiência fora representada na produção literária. Para isso, selecionamos dois objetos de estudos: 1) A narrativa testemunhal “Por que você é tão tristinha?”, de Marta Nehring, publicada em 2014; e 2) A narrativa ficcional Meninos sem Pátria, de Luiz Puntel, publicada em 1988. Utilizamos como referencial teórico os estudos sobre testemunho (SELIGMANN-SILVA, 2008, 2001); memória (SARLO, 2007; BASILE, 2019); literatura de testemunho (MARCO, 2004; SELIGMANN-SILVA, 2003; LUQUE, 2003); exílio (SAID, 2003; VIÑAR; VINÃR, 1992; ROLLEMBERG, 2007; BIROL, 2017; MONTAÑÉS, 2006); e utopia (SZACHI, 1972). Verificamos que as narrativas selecionadas apresentam um conjunto de características inerentes à experiência de exílio das crianças, dentre elas, a compreensão do exílio como um lugar utópico, espaço de liberdade, sobrevivência e resistência ao autoritarismo em estados de exceção.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) O testemunho em "O Sobrevivente": memória de um infante que escapou de Auschwitz(Universidade Federal do Pará, 2018-06) SARMENTO-PANTOJA, Carlos Augusto Nascimento; PINTO, Rosane CastroApresentamos neste texto uma análise da obra O Sobrevivente: memórias de um brasileiro que escapou de Auschwitz, publicado em 2000, numa parceria entre Aleksander Laks e Tova Sender. Trata do testemunho de Laks enquanto menino judeupolonês, que experimentou na adolescência os traumas do cotidiano do campo de concentração de Auschwitz. A sobrevivência e sua relação de gratidão com o Brasil e sua identificação como brasileiro. Sua narrativa testemunha uma das maiores barbaridades sofridas por seu povo, durante a Shoah, na Segunda Guerra Mundial. Procuramos verificar de que forma a exceção e a vida nua se apresentam e dialogam na narrativa reverberando sua sobrevivência. O nazismo sem dúvida nos lembra a tortura e o sofrimento de um povo que foi penalizado, pois Auschwitz, não era apenas um campo de concentração, era também um campo de trabalho forçado, de humilhação, de sofrimento e de extermínio. Nessa perspectiva utilizaremos como chave de leitura as ideias de Giorgio Agamben baseado no estado de Exceção e na vida nua, conceitos estes considerados importantes para a compreensão e reflexão de um período em que os direitos fundamentais foram suspensos e a sua memória será sempre um desafio, principalmente quando se trata dos infantes.
