Envelhecimento e proteção cognitiva: influências da escolaridade e da aptidão física

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2016-07-25

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Universidade Federal do Pará

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TORRES, Natáli Valim Oliver Bento. Envelhecimento e proteção cognitiva: influências da escolaridade e da aptidão física. 2016. 110 f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas, Belém, 2016. Programa de Pós-graduação em Neurociências e Biologia Celular.

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Estudou-se a influência da idade, educação formal e da aptidão física no desempenho cognitivo de idosos usando avaliação clínica e hematológica. Para isso, foram concebidos três ensaios independentes. No primeiro, investigou-se as influências da idade e baixa escolaridade no desempenho cognitivo de idosos saudáveis. No segundo investigou-se possíveis associações entre o declínio cognitivo associado à idade, nível de atividade física e volume de plaquetas, este último, um marcador indireto de inflamação. No terceiro, comparou-se idosos saudáveis com pacientes com doença de Alzheimer (DA), onde é prontamente reconhecido a contribuição da inflamação para a progressão mais rápida da doença. Para medir a influência da educação, utilizou-se testes selecionados da Bateria Cambridge de Testes Neuropsicológicos Automatizados (CANTAB) minimizando a influência de variáveis sócio-culturais e educacionais, normalmente presentes nos procedimentos clássicos de avaliação neuropsicológica. Assim, a atenção visual sustentada, tempo de reação, memória espacial de trabalho e aprendizagem e memória episódica foram medidos em 182 idosos. Foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: mini-exame de estado mental (MEEM) dentro dos parâmetros de normalidade, acuidade visual de 20/30 ou superior, ausência de história prévia ou atual de traumatismo craniano, acidente vascular cerebral, alcoolismo crónico, doenças neurológicas, queixas de perda de memória e ausência de doenças psiquiátricas, incluindo depressão e presença de sinais clínicos e/ou hematológicos de infecção ativa. Os indivíduos foram agrupados de acordo com a escolaridade (1 a 7 e ≥ 8 anos de estudo) e idade (60-69 e ≥ 70 anos de idade). A análise de variância de dois critérios indicou que o nível de escolaridade influenciou a atenção visual sustentada, aprendizagem e memória, tempo de reação e memória de trabalho espacial, e a idade influenciou a latência do tempo de reação. Os resultados sugerem que a melhoria da educação deve ser um dos alvos de ações preventivas para reduzir o declínio cognitivo relacionado à idade e que a CANTAB pode ser usada para detectar o declínio cognitivo sutil no envelhecimento saudável. No estudo que mediu associações potenciais entre as alterações morfológicas de plaquetas, aptidão física e declínio cognitivo relacionado à idade, foram adotados os mesmos critérios utilizados no primeiro ensaio e avaliou-se 152 idosos saudáveis. O questionário internacional de atividade física (IPAQ - forma longa) e medidas de aptidão física (agilidade, força muscular dos membros inferiores e condicionamento cardiorrespiratório) foram adotados como indicadores do nível de atividade física. Com base no autorrelato da prática de exercício físico, os voluntários que exerciam atividades físicas supervisionadas pelo menos três vezes por semana compuseram o grupo Exercício, enquanto o grupo Sedentário foi composto por idosos que não realizaram exercícios durante os seis meses anteriores à avaliação. Os idosos ativos apresentaram desempenho significativamente maior em todos os testes físicos, atenção visual sustentada e tempo de reação, e estes resultados foram associados com volumes de plaquetas significativamente menores. Foram encontradas correlações significativas entre os volumes de plaquetas e as performances nos testes de aprendizagem e memória, processamento visual rápido e atenção sustentada. No terceiro estudo, comparando a morfologia de plaquetas de pacientes com doença de Alzheimer com idosos saudáveis, identificou-se que os voluntários com DA mostraram plaquetas com volumes significativamente maiores em associação a baixo desempenho no MEEM. Tomados em conjunto, os resultados mostram que a atividade física e a aptidão física dela decorrente estão associadas a um volume de plaquetas menor e menor declínio cognitivo durante o envelhecimento. O encontro de plaquetas com volumes médios maior e menor, encontrados respectivamente em pacientes com doença de Alzheimer e em idosos que se exercitam regularmente, sugere que este parâmetro, geralmente ignorado em análises de rotina hematológica, parece ter valor preditivo para encorajar medidas preventivas.

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TORRES, Natáli Valim Oliver Bento. Envelhecimento e proteção cognitiva: influências da escolaridade e da aptidão física. 2016. 110 f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas, Belém, 2016. Programa de Pós-graduação em Neurociências e Biologia Celular.