Braquiópodes devonianos da Bacia do Amazonas: novos dados taxonômicos, paleobiográficos e relações com as mudanças ambientais

dc.contributor.advisor1RAMOS, Maria Inês Feijó
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/4546620118003936pt_BR
dc.contributor.advisor1ORCIDhttps://orcid.org/0000-0003-0276-0575pt_BR
dc.creatorCORRÊA, Luiz Felipe Aquino
dc.creator.Latteshttp://lattes.cnpq.br/7202866019385188pt_BR
dc.creator.ORCIDhttps://orcid.org/0000-0003-4163-5451pt_BR
dc.date.accessioned2025-09-15T12:47:10Z
dc.date.available2025-09-15T12:47:10Z
dc.date.issued2024-10-01
dc.description.abstractThe Devonian marked a significant phase in the evolutionary history of the Brachiopoda. During this period, the Phylum achieved its peak diversity (Emsian) and suffered one of its most significant declines (Frasnian–Famennian), ranking second only to the mass extinction event Permo-Triassic. Among the Brazilian sedimentary basins, the Amazonas Basin has the greater diversity of Devonian brachiopod genera, distributed among the following formations: Manacapuru (Lochkovian), Maecuru (early Eifelian), Ererê (Late Eifelian), and Barreirinha (early Frasnian). Studies of Devonian brachiopods from the Amazonas Basin began in the late 19th century with identifications of material collected during the Morgan Expeditions (1870–1871) and the Imperial Geological Commission of Brazil (1876). These expeditions focused primarily on the Maecuru and Ererê formations. The brachiopod fauna of the Manacapuru Formation (Lochkovian) was unknown until 2015, when during paleontological salvage at the Belo Monte hydroelectric plant in Vitória do Xingu, Pará, Brazil, a significant number of Rhynchonelliformes and Linguliformes samples were recovered. This work aims to carry out the taxonomic identification of brachiopods from the Manacapuru Formation, in addition to analyzing and discussing the possible factors that influenced the diversity of brachiopod genera among the sedimentary units of the Amazonas Basin (Mancapuru, Maecuru, Ererê, and Barreirinha formations). The taxonomic study of brachiopods from the upper part of the Manacapuru Formation (Lochkovian) has allowed, to date, the identification of two genera, Orbiculoidea d'Órbigny, 1847 and Schellwienella Thomas, 1910. Among the materials, Orbiculoidea has the greater diversity, totaling five species: Orbiculoidea baini Sharpe, 1856, Orbiculoidea bodenbenderi Clarke, 1913 and Orbiculoidea excentrica Lange, 1943 in addition to two new species: Orbiculoidea xinguensis Corrêa & Ramos, 2021 and Orbiculoidea katzeri Corrêa & Ramos, 2021. The species O. baini, O. bodenbenderi, and O. excentrica were recorded for the first time in the Manacapuru Formation and Northern Brazil, and they are also the oldest records (Lochkovian) from South America. The presence of Orbiculoidea in the region can be explained by two reasons: the proximity of the Amazonas Basin, located in the northwest of Gondwana during the Lower Devonian, with the paleocontinent Laurussia (where most occurrences of Orbiculoidea are recorded during the Silurian), favored the specific exchange between these two geographic regions; and the global rise in sea level during this period, which flooded much of northwest Gondwana, resulting in the presence of shallow seas in the Amazonas Basin, represented by marine sediments in the upper part of the Manacapuru Formation. These conditions favored the colonization of inarticulate brachiopods during the Early Devonian in northern Brazil. Furthermore, the new species Schellwienella amazonensis Corrêa et al. 2024, of the Pulsiidae Family Cooper and Grant, 1974, is proposed, this being the first record of the genus in the Amazonas Basin. Schellwienella amazonensis n. sp. and Schellwienella marcidula Amsden, 1958 from the Bois d’Arc Formation (Lochkovian), USA, are the oldest records of the genus. In the Devonian, Schellwienella occurred in all stages (Lochkovian, Pragian, Emsian, Eifelian, Givetian, Frasnian, and Famennian), mainly in the marine siliciclastic environments of Gondwana, transiting between temperate and polar latitudes. In the Carboniferous, its stratigraphic distribution was restricted to the Tournaisian-Visean interval, with a preference for warm water environments and carbonate platforms typical of low latitudes. We identified three distinct stages when analyzing the variation in Devonian brachiopod diversity in the Amazonas Basin. In stage 1, the peak of brachiopod diversity occurred in the early Eifelian (Maecuru Formation), when the Amazonas Basin was between subtropical latitudes 30°S and 60°S, under shallow and cold marine conditions, justified by the absence of carbonates, evaporites, and reefs in the region. In stage 2, the first decline in diversity occurred, recorded in the Ererê Formation (late Eifelian), attributed to a warmer climate and deeper waters than in the Maecuru Formation. Stage 3 occurred during the Frasnian when there was a second decline in brachiopod diversity in the Amazonas Basin (Barreirinha Formation). A major global transgression happened at the end of the Devonian. During this period, the Amazonas Basin experienced the deepest marine conditions in its history. Brachiopods of the Barreirinha Formation occur in black shale layers (offshore), attributed to a dysoxic to the anoxic environment of high stress, which explains the low diversity of brachiopods in this unit.pt_BR
dc.description.resumoO Devoniano foi um período importante na história evolutiva dos braquiópodes. Durante esse período, o filo atingiu seu pico de diversidade (Emsiano) e sofreu o seu segundo maior declínio (Frasniano-Fameniano), ficando atrás apenas do evento de extinção em massa Permo-Triássica. Entre as bacias sedimentares brasileiras, a Bacia do Amazonas é a que possui a maior diversidade de gêneros de braquiópodes devonianos, distribuídos entre as seguintes formações: Manacapuru (Lochkoviano), Maecuru (Eoeifeliano), Ererê (Neoeifeliano) e Barreirinha (Eofrasniano). Os estudos de braquiópodes devonianos da Bacia do Amazonas começaram no final do século XIX com identificações de material coletado durante as "Expedições Morgan (1870-1871)" e a "Comissão Geológica Imperial do Brasil (1876)". Essas expedições se concentraram principalmente nas formações Maecuru e Ererê. A fauna de braquiópodes da Formação Manacapuru (Lochkoviano) era desconhecida até 2015, quando um número significativo de amostras de Rhynchonelliformes e Linguliformes foi recuperado durante salvamento paleontológico na usina hidrelétrica de Belo Monte em Vitória do Xingu, Pará, Brasil. Este trabalho tem como objetivo realizar a identificação taxonômica dos braquiópodes da Formação Manacapuru, além de analisar e discutir os possíveis fatores que influenciaram na diversidade de gêneros de braquiópodes entre as unidades sedimentares da Bacia do Amazonas (formações Manacapuru, Maecuru, Ererê e Barreirinha). O estudo taxonômico dos braquiópodes da parte superior da Formação Manacapuru (Lochkoviano), permitiu, até o momento, a identificação de dois gêneros, Orbiculoidea d’Órbigny, 1847 e Schellwienella Thomas, 1910. Dentre o material estudado, Orbiculoidea tem a maior diversidade, totalizando cinco espécies: Orbiculoidea baini Sharpe, 1856, Orbiculoidea bodenbenderi Clarke, 1913 e Orbiculoidea excentrica Lange, 1943 além de duas novas espécies Orbiculoidea xinguensis Corrêa & Ramos, 2021 e Orbiculoidea katzeri Corrêa & Ramos, 2021. As espécies O. baini, O. bodenbenderi e O. excentrica são registrados pela primeira vez na Formação Manacapuru e no Norte do Brasil, sendo também os registros mais antigos (Lochkoviano) da América do Sul. A presença de Orbiculoidea na região pode ser explicada por dois motivos: a proximidade da Bacia do Amazonas, localizada no noroeste de Gondwana durante o Devoniano Inferior, com o paleocontinente Laurussia (onde são registradas a maioria das ocorrências de Orbiculoidea durante o Siluriano), favorecendo o intercâmbio específico entre essas duas regiões geográficas; e a elevação global do nível do mar durante esse período, que inundou grande parte do noroeste de Gondwana, resultando na presença de mares rasos na Bacia do Amazonas, representados por sedimentos marinhos na parte superior da Formação Manacapuru. Essas condições favoreceram a colonização de braquiópodes inarticulados durante o Devoniano Inferior no norte do Brasil. Ainda, é proposta a nova espécie Schellwienella amazonensis Corrêa et al. 2024, da Família Pulsiidae Cooper e Grant, 1974, sendo este o primeiro registro do gênero na Bacia do Amazonas. Schellwienella amazonensis sp. nov. e Schellwienella marcidula Amsden, 1958 da Formação Bois d’Arc (Lochkoviano), EUA, são os registros mais antigos do gênero. No Devoniano, Schellwienella ocorreu em todos os estágios (Lochkoviano, Praguiano, Emsiano, Eifeliano, Givetiano, Frasniano e Famenniano), principalmente nos ambientes marinhos siliciclásticos de Gondwana, transitando entre as latitudes temperadas e polares. Já no Carbonífero, sua distribuição estratigráfica se restringiu ao intervalo Tournaisiano-Viséano, e com preferência por ambientes de águas quentes e plataformas carbonáticas, típicas de baixas latitudes. Ao analisarmos a variação da diversidade de braquiópodes devonianos na Bacia do Amazonas, identificamos três estágios distintos. No estágio 1), o pico da diversidade de braquiópodes ocorreu no Eoeifeliano (Formação Maecuru), quando a Bacia do Amazonas estava entre as latitudes subtropicais 30°S e 60°S, sob condições marinhas rasas e frias, justificadas pela ausência de carbonatos, evaporitos e recifes na região (Estágio 1). No estágio 2), ocorreu o primeiro declínio da diversidade, registrado na Formação Ererê (Neoeifeliano), atribuído a um clima mais quente e águas mais profundas do que na Formação Maecuru. O estágio 3) ocorreu durante o Frasniano, quando houve um segundo declínio da diversidade de braquiópodes na Bacia do Amazonas (Formação Barreirinha). Uma grande transgressão global ocorreu no final do Devoniano. Nesse período, a Bacia do Amazonas experimentou as condições marinhas mais profundas de sua história. Os braquiópodes da Formação Barreirinha ocorrem em camadas de folhelhos negros (offshore), atribuídas a um ambiente disóxico a anóxico de alto estresse, o que explica a baixa diversidade de braquiópodes nesta unidade.pt_BR
dc.description.sponsorshipCAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superiorpt_BR
dc.identifier.citationCORRÊA, Luiz Felipe Aquino. Braquiópodes devonianos da Bacia do Amazonas: novos dados taxonômicos, paleobiogeográficos e relações com as mudanças ambientais. Orientadora: Maria Inês Feijó Ramos. 2024. xxi. 173 f. Tese (Doutorado em Geologia) - Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2024. Disponível em:https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/17731 . Acesso em:.pt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/17731
dc.languageporpt_BR
dc.publisherUniversidade Federal do Parápt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.departmentInstituto de Geociênciaspt_BR
dc.publisher.initialsUFPApt_BR
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímicapt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.rightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil*
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/*
dc.source.uriDisponível na internet via correio eletrônico: bibgeociencias@ufpa.brpt_BR
dc.subjectOrbiculoideapt_BR
dc.subjectSchellwienellapt_BR
dc.subjectFormação Manacapurupt_BR
dc.subjectLochkovianopt_BR
dc.subjectManacapuru Formationpt_BR
dc.subject.areadeconcentracaoGEOLOGIApt_BR
dc.subject.cnpqCNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIApt_BR
dc.subject.linhadepesquisaANÁLISE DE BACIAS SEDIMENTARESpt_BR
dc.titleBraquiópodes devonianos da Bacia do Amazonas: novos dados taxonômicos, paleobiográficos e relações com as mudanças ambientaispt_BR
dc.typeTesept_BR

Arquivo(s)

Pacote Original

Agora exibindo 1 - 1 de 1
Carregando...
Imagem de Miniatura
Nome:
Tese_BraquiopodesDevonianosBacia.pdf
Tamanho:
14.4 MB
Formato:
Adobe Portable Document Format
Descrição:

Licença do Pacote

Agora exibindo 1 - 1 de 1
Nenhuma Miniatura disponível
Nome:
license.txt
Tamanho:
1.85 KB
Formato:
Item-specific license agreed upon to submission
Descrição: