A transição neoproterozoico-eopaleozoico no Graben Pimenta Bueno, NW da bacia dos Parecis, estado de Rondônia

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30-05-2016

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AFONSO, Jhon Willy Lopes. A transição neoproterozoico-eopaleozoico no Graben Pimenta Bueno, NW da bacia dos Parecis, estado de Rondônia. Orientador: Afonso César Rodrigues Nogueira. 2016. 85 f. Dissertação (Mestrado em Geologia e Geoquímica) – Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2016. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/10625. Acesso em:.

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O Graben Pimenta Bueno (GPB) representa uma sub-bacia da porção noroeste da Bacia Parecis, implantada sobre o sudoeste do Cráton Amazônico, preenchido por uma sucessão de rochas siliciclásticas e, subordinadamente carbonáticas de aproximadamente 1000 m de espessura em subsuperfície. Parte da sucessão siliciclástica de idade paleozoica exposta no GPB recobre rochas do embasamento cristalino e depósitos carbonáticos e siliciclásticos que foram previamente considerados como de idade paleozoica. A análise faciológica e estratigráfica da sucessão aflorante nos arredores dos municípios de Cacoal, Pimenta Bueno e Espigão d’Oeste, Estado de Rondônia, permitiram redescrever e redefinir as unidades basais do GPB, incluídas previamente nas formações Cacoal e Pimenta Bueno da Bacia dos Parecis. A Formação Cacoal que sobrepõe rochas cristalinas Pré-cambrianas, foi redefinida em duas unidades: uma homônima caracterizada por diamictitos e arenitos com dropstones, e a outra denominada de Formação Espigão d’Oeste que inclui dolomitos rosados, ritmito dolomito-siltito, e uma espessa sucessão de siltitos. Ambas as unidades foram inseridas na base do Ediacarano, e correlatas, respectivamente, aos depósitos glaciais e pós-glaciais ligados ao evento global Marinoano (635 Ma) relacionado à hipótese de Snowball-Slushball Earth. Estas unidades fazem parte da cobertura do embasamento do GPB, sem nenhuma relação com a sucessão paleozoica da Bacia dos Parecis. Os dolomitos rosados são interpretados como capa carbonática neoproterozoica, recoberta em discordância pela Formação Pimenta Bueno considerada de idade ordoviciana-siluriana. Vinte fácies sedimentares agrupadas em oito associações de fácies (AF) foram interpretadas como depósitos glácio-marinho, de plataforma carbonática e siliciclástica e depósitos costeiros influenciados por tempestades e maré. Os depósitos glácio-marinhos (AF1) da Formação Cacoal consistem em diamictito com clastos facetados e estriados (blocos e seixos de granito, gnaisse, rocha vulcânica, filitos, arenitos, pelitos e chert) intercalados com arenitos finos a médios com laminação cruzada cavalgante e raros dropstones. A capa carbonática da Formação Espigão d’Oeste é formada pela AF2 e AF3. A AF2 abrange doloboundstones e dolomudstones/dolopackstones rosados, peloidais e finamente laminados, depositados em plataforma carbonática marinha rasa com influência de onda, que passam em direção ao topo para uma sucessão de ritmitos dolomito/siltito lagunares (AF3). Valores de δ13C de –3,66 a -3,03 ‰ encontrados na AF2 e AF3, são típicos de capas carbonáticas marinoanas. A Formação Pimenta Bueno consiste em diamictitos maciços contendo clastos centimétricos até métricos, estriados e de composição variada e pelitos com dropstones intercalados por arenitos com estratificação cruzada sigmoidal, por vezes com estrutura tipo dump. Sucessões granocrescentes ascendentes foram interpretadas como ciclos de avanço e recuo de geleiras costeiras, com desenvolvimento de deltas de degelo (AF4). A consequente subida do nível do mar permitiu a instalação de zonas litorâneas dominadas por tempestades representadas por arenito com estratificação cruzada hummocky e pelito laminado (AF5), além de depósitos de shoreface (AF6) indicados por arenitos finos a médios com estratificação cruzada swaley. Arenitos com estratificação cruzada e mud drapes nos foresets e ritmitos arenito/pelito sugerem deposição em zona de submaré (AF7) e provável conexão oceânica do mar siluriano sem influência dos fenômenos glaciais. Pelitos laminados e maciços com arenitos lobados e laminação cruzada, localmente com Skolithos, em sucessões granocrescentes indicam progradação de lobos de suspensão em lagos ou mar restrito (AF8). A recorrência de eventos glaciais na sucessão estudada indica condições climáticas extremas de Snowball-Slushball Earth estenderam-se até a porção mais sudoeste do Cráton Amazônico durante o Neoproterozoico. As glaciações só retornaram a esta parte da Amazônia no final do Ordoviciano com registros importantes nas bacias intracratônicas do Brasil.

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