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https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/13396
Tipo: | Dissertação |
Data do documento: | 2016 |
Autor(es): | ANDRADE, Josiele Pantoja de![]() |
Primeiro(a) Orientador(a): | KATO, Osvaldo Ryohei![]() |
Primeiro(a) coorientador(a): | ALMEIDA, Ruth Helena Cristo![]() |
Título: | Labor e prazer: a prática e o sentido dos mutirões na comunidade Monte Sião, São Domingos do Capim - PA |
Agência de fomento: | CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior |
Citar como: | ANDRADE, Josiele Pantoja de. Labor e prazer: a prática e o sentido dos mutirões na comunidade Monte Sião, São Domingos do Capim - PA. Orientador: Osvaldo Ryohei Kato. Coorientadora: Ruth Helena Cristo Almeida. 2016. 138 f. Dissertação (Mestrado em) - Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural, Universidade Federal do Pará, Belém, 2016. Disponível em: . Acesso em:. |
Resumo: | Objetivamos nesse trabalho compreender as práticas e o sentido do mutirão e como os mesmos contribuem para o estabelecimento das relações de reciprocidade camponesa, a partir de uma análise do trabalho, em especial em mutirões, como parte integrante da vida camponesa, entendido como um espaço de reprodução da vida cotidiana. Esse estudo foi realizado na comunidade Monte Sião, Nordeste Paraense. Para a realização da pesquisa, optamos pela abordagem metodológica qualitativa, entretanto, métodos quantitativos também foram utilizados como uma forma de auxiliar a interpretação da realidade social. Como estratégia metodológica, utilizamos o estudo de caso, realizado com 45 famílias, nos valendo da observação participante, entrevistas e questionários, os quais permitiram compreender a história de formação da comunidade, a instalação da igreja Assembleia de Deus, a organização da APEPA, os festejos, a divisão social do trabalho na unidade de produção familiar, os espaços de sociabilidade e, sobretudo, compreender a organização dos distintos mutirões e as relações de reciprocidade que se estabelecem entre camponeses e camponeses e divindades, além apreendermos a noção de mutirão que os camponeses detêm. O estudo aponta a reciprocidade na essência camponesa. O mutirão até o século XX era realizado para auxílio em trabalhos agrícolas, em casos de doença, especialmente nos trabalhos das roças de mandioca. Havia duas formas de realizar o trabalho dos roçados: o mutirão e o trabalho de companhia. O primeiro, uma forma de ajuda mútua não formalizada, porém entendida como um contrato moral; o segundo entendido como uma forma institucionalizada, composto por um grupo fixo de camponeses, com registro hierárquico dos cargos ocupados e das atividades a serem executadas. Com as transformações socioeconômicas, a entrada da comercialização do açaí e a diminuição dos recursos naturais, as roças deixaram de ser a principal atividade econômica dos camponeses e, como consequência, o trabalho de companhia deixava de existir no trabalho dos roçados, sendo ressignificado e ganhando força em outras atividades, como na instituição religiosa, onde os camponeses se reúnem em mutirões movidos por um sentimento de fé e amizade para realizar determinados trabalhos, como construções, festejos, artesanatos e campanhas para captar recursos financeiros para doar a Deus, uma relação de reciprocidade entre os homens e Deus. A Associação, durante um período, também acionou os mutirões para o manejo dos açaizais e confecção de artesanatos. E, por último, o mutirão organizado pelos camponeses para ter acesso à energia elétrica. Esses mutirões ultrapassam a ideia utilitarista, são entendidos como um espaço pedagógico de aprendizagem coletiva. E, mais ainda, como uma forma de ação política, além de representar a união dos camponeses e a luta por acesso a serviços públicos historicamente negados. Eles não existem separados do restante da vida. Durante o trabalho as pessoas conversam da vida, fofocam, dão risos, fazem brincadeiras e até podem ocorrer desentendimentos. Assim, concluímos que os mutirões, em Monte Sião, continuam vivos na essência camponesa, sendo ressignificados e acionados de acordo com as necessidades econômicas, sociais, políticas, religiosas e culturais da comunidade. |
Abstract: | The objective of this work is to understand the practices and the meaning of the joint effort and how they contribute to the establishment of peasant reciprocity relations, based on an analysis of work, especially on joint effort, as an integral part of peasant life, understood as a space of everyday life reproduction. This study was conducted on Monte Sião Community, Northeastern Pará. For research, we opted for the qualitative methodological approach, however, quantitative methods have also been used as a way to assist the interpretation of social reality. As methodological strategy, we use the case study, conducted with 45 families, worth of participant observation, interviews and questionnaires, which made it possible to understand the story of community training, the installation of the Assembly of God Church, the organization of the APEPA, celebration, the social division of work in household production unit, the spaces of sociability and, above all, understand the organization of different joint efforts and reciprocal relations that are established between farmers and peasants and deities, as well as apprehend the notion of collective effort that the peasants have. The study points to reciprocity in essence peasant. The joint effort until the 20th century was conducted to aid in farm work, in cases of illness, especially in the work of cassava plantations. There were two ways to perform the work of clearings: joint effort and the work of the company. The first, a form of mutual assistance not formalised, but understood as a moral contract;the second understood as an institutionalized form, composed of a fixed group of peasants, with tiered registration occupied positions and the activities to be performed.With the socioeconomic transformations, the input of the marketing the açai berry and the depletion of natural resources,the plantations are no longer the main economic activity of the farmers and, as a consequence, the work of company wouldn't exist in the work of clearings, being ressignificado and gaining strength in other activities, such as in the religious institution, where the villagers gather in joint efforts driven by a sense of faith and friendship to perform certain jobs, such as buildings, celebrations, crafts and campaigns to capture financial resources to donate to God, a relationship of reciprocity between men and God. The Association, during a period, also triggered the collective efforts for the management of the palm heart tree and making handicrafts. And, lastly, the joint effort organized by the peasants to have access to electricity. These joint efforts go beyond the utilitarian idea, are understood as a pedagogical space of collective learning. And, even more so, as a form of political action, in addition to representing the union of peasants and the struggle for access to public services historically denied. They don't exist apart from the rest of life. While working people talk of life, gossip, give laughter, make jokes and even disagreements may occur. Thus, we conclude that the joint efforts, in Monte Sião, still alive in essence, peasant being redefined and fired according to the economic, social, political, cultural and religious needs of community. |
Palavras-chave: | Camponeses - São Domingos do Capim (PA) (PERGAMUM) Relações culturais - São Domingos do Capim (PA) (PERGAMUM) Cooperação - São Domingos do Capim (PA) (PERGAMUM) Religiosidade (PERGAMUM) Relações trabalhistas - São Domingos do Capim (PA) (PERGAMUM) Reciprocidade Ressignificação dos mutirões Igreja Reprodução do conhecimento Reciprocity Reframing the task forces Church Reproduction of knowledge |
Área de Concentração: | AGRICULTURAS FAMILIARES E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL |
Linha de Pesquisa: | DINÂMICAS ECONÔMICAS, CULTURAIS E SOCIOAMBIENTAIS NO DESENVOLVIMENTO RURAL NA AMAZÔNIA SUSTENTABILIDADE DA AGRICULTURA FAMILIAR NA AMAZÔNIA |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal do Pará Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária |
Sigla da Instituição: | UFPA EMBRAPA |
Instituto: | Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
Fonte URI: | https://drive.google.com/file/d/19Skg-kp7V5d95NXu33J-tn7UpUojgeyw/view |
Aparece nas coleções: | Dissertações em Agriculturas Amazônicas (Mestrado) - PPGAA/INEAF |
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