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Tipo: Dissertação
Data do documento: 26-Jan-2021
Autor(es): FERRAZ, Maíra de Maria Pires
Primeiro(a) Orientador(a): CALVACANTE, Lília Iêda Chaves
Primeiro(a) coorientador(a): VELOSO, Milene Maria Xavier
Título: Autores de agressão sexual de crianças e adolescentes: experiências adversas na infância e fatores associados
Título(s) alternativo(s): Sex Offenders of Children and Adolescents: Adverse Childhood Experiences and Associated Factors.
Agência de fomento: 
Citar como: FERRAZ, Maíra de Maria Pires. Autores de agressão sexual de crianças e adolescentes: experiências adversas na infância e fatores associados. Orientadora: Lília Iêda Chaves Cavalcante; Coorientadora: Milene Maria Xavier Veloso. 2021. 192 f. Dissertação (Mestrado em Teoria e Pesquisa do Comportamento) - Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento, Universidade Federal do Pará, Belém, 2021. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/13801. Acesso em:
Resumo: Estudos sobre os diferentes perfis dos autores de agressão sexual de crianças e adolescentes (AASCA) são encontrados com mais frequência na literatura da área nas últimas décadas, contudo, na população brasileira, a investigação acerca de sua trajetória de vida tem recebido menos atenção, principalmente na perspectiva da bioecologia do desenvolvimento humano. Este estudo teve por objetivo demonstrar possíveis relações entre Experiências Adversas na Infância (EAI) e fatores pessoais e situacionais de AASCA do sexo masculino (N = 30), que cumpriam pena em unidades prisionais localizadas nas mesorregiões do estado do Pará-Brasil. Para tanto, foi construído um sistema de categorias apoiado no instrumento ACE-IQ, que define as EAI como vivências potencialmente traumáticas que se tornam fonte de estresse crônico, com desfechos negativos para o desenvolvimento em idades posteriores. Os resultados foram analisados a partir de duas etapas: a primeira, quantitativa, onde os descritores da ocorrência, frequência e tipologia de EAI foram identificados, e uma segunda, quanti-qualitativa, em que trechos das entrevistas com os AASCA foram inseridos no Software IRAMUTEQ para realização de análises textuais simples e multivariadas. Neste grupo amostral, 96,67% dos AASCA relatou ter vivenciado ao menos uma subcategoria de EAI, enquanto mais da metade (60%) revelou quatro ou mais, com média de 4,36 EAI por participante. O abuso físico foi a EAI mais relatada (70%), estando relacionada principalmente à figura da mãe, enquanto a morte e/ou separação dos pais (56,67%) e o abuso de substâncias no contexto doméstico (53,33%) estiveram relacionadas ao pai. Cerca de 40% dos participantes relataram experiências envolvendo o abuso sexual, cujos relatos especificavam características como idade e vínculo com o possível autor da agressão, enquanto as violências sociais apareceram principalmente em contextos de transição da infância para a adolescência. Observou-se que experiências de morte e/ou separação dos pais, negligência emocional e violência doméstica na trajetória de vida de AASCA podem elevar o risco de vivenciar abuso sexual na infância. AASCA com maiores scores de EAI agrediram suas vítimas de forma mais recorrente e com menor necessidade do uso de álcool e/ou outras drogas. Os resultados confirmaram a relação entre a frequência e a tipologia de EAI e fatores referentes à prática da agressão sexual, demonstrando que esta é uma variável a ser considerada na investigação com AASCA, uma vez que os efeitos do estresse por estas gerado podem manifestar-se em curto e longo prazos, o que pode implicar na adoção futura de comportamentos sexualmente abusivos. Sugere-se que estudos posteriores possam aplicar diretamente o ACE-IQ em amostras maiores, com a realização de pós-teste para conferir maior confiabilidade aos relatos coletados.
Abstract: Studies that identify the different profiles of sex offenders against children and adolescents have been more explored in the literature, however, the investigation of their life trajectory remains less observed in the Brazilian population, mainly from the perspective of Bioecological Theory of Human Development. This study aimed to demonstrate possible relationships between Adverse Childhood Experiences (ACE) and personal and situational factors in the bioecology of the development of male sex offenders against children and adolescentes (n = 30), who were serving time in prison units located in the mesoregions of the state of Pará. To this aim, a system of categories was built based on the ACE-IQ Test instrument, which defines ACE as potentially traumatic experiences that become a source of chronic stress, with negative outcomes for development at later ages. The results were analyzed from two different stages: the first, quantitative, where the descriptors of the occurrence, frequency and typology of ACE were identified, and a second, quanti-qualitative, in which excerpts from the interviews with sex offenders were inserted into the Software IRAMUTEQ to perform simple and multivariate textual analysis. In this sample, 96.67% of sex offenders reported having experienced at least one subcategory of ACE, while more than half (60%) revealed four or more, with an average of 4.36. Physical abuse was the most reported ACE (70%), being mainly related to the figure of the mother, while the death and/or divorce of parents (56.67%) and substance abuse in the domestic context (53%, 33) were related to the father. About 40% of the participants reported experiences involving sexual abuse, whose reports specified characteristics such as age and bond with the possible perpetrator, while social violence appeared mainly in contexts of ecological transition from childhood to adolescence. It was observed that experiences of death and/or divorce of the parents, emotional neglect and domestic violence in the trajectory of sex offenders in this sample can increase the risk of experiencing sexual abuse in childhood. Participants with higher ACE scores abuse children more frequently and with less need of alcohol or other drugs use. The results reveal the existence of a relationship between the frequency and tipology of ACE and factors related to the commitment of sexual aggression, demonstrating that this is a variable to be considered in the investigation with sex offenders, since the effects of stress resulting from such experiences can manifest both in the short and long term, influencing the future adoption of sexually abusive behaviors. It is suggested that further studies may directly apply the ACE-IQ Test to larger samples, with the realization of a post-test to provide greater reliability to the collected reports.
Palavras-chave: Autores de agressão sexual
Crianças e Adolescentes
Experiências adversas na Infância
Sex offenders
Children and adolescents
Adverse childhood experiences
Área de Concentração: ECOETOLOGIA
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal do Pará
Sigla da Instituição: UFPA
Instituto: Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento
Programa: Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Fonte URI: https://ppgtpc.propesp.ufpa.br/index.php/br/teses-e-dissertacoes/dissertacoes/3675-2021
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