Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/15547
Tipo: Tese
Data do documento: 11-Fev-2022
Autor(es): ALENCAR, Larissa Fontinele de
Afiliação do(s) Autor(es): SEDUC/PA - Secretaria de Estado de Educação
Primeiro(a) Orientador(a): SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria Pereira
Título: Escrituras indígenas de autoria de mulheres Potiguara (Brasil) e Mapuche (Chile)
Citar como: ALENCAR, Larissa Fontinele de. Escrituras indígenas de autoria de mulheres Potiguara (Brasil) e Mapuche (Chile). Orientadora: Tânia Maria Sarmento-Pantoja. 2022. 230 f. Tese (Doutorado em Letras) - Instituto de Letras e Comunicação, Universidade Federal do Pará, Belém, 2022. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15547. Acesso em:.
Resumo: Nesta tese proponho um estudo no âmbito da literatura de resistência sobre as escrituras de autoria de mulheres dos povos originários Potiguara (Brasil) e Mapuche (Chile). Para tanto, esta pesquisa está configurada como uma grande tessitura, formada por fios e linhas teóricometodológicas em que as epistemologias de base se apoiam, inicialmente, no exercício de escovar a esteira da história a contrapelo para, assim, trançar, fio por fio, a trama literária (re)feita por mulheres indígenas. A priori, entendo que as literaturas de autoria indígena são literaturas de resistência, e que o corpo-território literário indígena, em meio e em conexão com a natureza, faz-se nas palavras em riste, bem como mantém-se firme em seus propósitos e ideologias próprias, mesmo com todas as imposições e subjugações engendradas pelo discurso hegemônico perpetuado pelo colonizador. É necessário frisar, também, que a literatura de resistência é um campo da teoria literária que estuda as literaturas que emergem em contextos de autoritarismo, estados de exceção, situações de barbárie, assim como em situações de traumas ou, ainda, que tematizam tais condições sócio-históricas e psicológicas. Sendo assim, esta subárea da literatura, configura-se como potencializadora da existência através da resistência, formando, desse modo, uma fratura poética de “rexistência”. Nesse sentido, considero que as escrituras de mulheres Potiguara e Mapuche são desenvolvidas por meio de palavras que transcendem a resistência sob a ótica tanto de gênero quanto de identidade étnica. Esta perspectiva é marcante no corpus literário desta pesquisa, e faz que o escopo da tese se dê pela expressão do corpo fraturado da mulher indígena, o qual, por isso mesmo, em resistência, tensiona, através da sua produção literária, a memória, a ancestralidade, as questões de gênero, a identidade étnica e as relações subjetivas e coletivas com o trauma colonial. Nessa perspectiva, o corpora literário desta investigação é composto por escrituras das autoras do povo Potiguara: Eliane Potiguara, Graça Graúna e Sulami Katy; do povo Mapuche foram selecionadas escrituras compostas pelas autoras: Graciela Huinao, Faumelisa Manquepillán e Daniela Catrileo. Ressalto, contudo, que, no decorrer da tese, também são feitas referências a uma significativa produção escrita de outras escritoras, inclusive, pertencentes a outros grupos étnicos. Assim sendo, esta pesquisa, de teor bibliográfico-qualitativo, foi desenvolvida a partir de uma abordagem analítico-descritiva e a partir das leituras interpretativas das escrituras literárias em questão. Para tanto, ao realizar a análise do corpora literário, busquei engendrar recortes que alinhavam a compressão dos aspectos poéticos das obras das escritoras indígenas na perspectiva de uma escrevivência ancestral, na construção de poéticas das identidades de gênero e identidades étnicas, além de uma perspectiva do olhar indígena sobre os traumas coloniais provocados pelo estado genocidário. E, por fim, lançando um olhar mais integral sobre esta pesquisa, considero que uma das contribuições mais significativas desta tese está na junção da literatura de resistência com as literaturas indígenas, posto que se agrega a esse campo uma narrativa outra, de fonte decolonial, que atravessa corpos e textos que foram, durante muito tempo, excluídos dos estudos literários.
Abstract: In this dissertation I propose a study in the field of resistence literature on the writings written by the women from the Potiguara (Brazil) and Mapuche (Chile) native peoples. For this purpose, this research is structured as a great tessitura formed by threads and theoreticalmethodological lines whereby the basic epistemologies support, initially, on the process of brushing history against grain, thereby, tracing the (re)made literary plot made by indigenous women thread by thread. A priori, I realize that the literatures of indigenous authorship are resistence literatures and that the indigenous literary territory-body in connection with nature is done through words in defense, as well as it remains firm in its purpose and own ideologies, even with all the impositions and subjugations engendered by the hegemonic discourse perpetuazed by the colonizer. It’s also important to emphasize that the resistence literature is a field of literary theory that studies the literatures that emerge in contexts of authoritarianism, state of exception, barbaric situation, likewise in trauma situtations, or, even, thematize such psychologycal and socio-historical conditions. Therefore, this literature sub-area configures itself as a great potential to existence through resistence, thus forming a poetry rupture of “reexistence”. Seen in these terms, I consider that the Potiguara and Mapuche women’s writings are developed by words that transcend the resistence both gender and ethnic identity. This perspective is significant on the literary corpus of this research, and enables that the scope of the dissertation is done through the expression of the fractured body of the indigenous woman, which, consequently, in resistence, it tenses through the literary production, the memory, ancestry, gender issues, ethnic identity and subjective and collective relationships with the colonial trauma. From this point of view, the literary corpora of this research is composed of the texts by the Potiguara writers: Eliane Potiguara, Graça Graúna and Sulami Katy; of the Mapuche people the texts selected were by the writers: Graciela Huinao, Faumelisa Manquepillán and Daniela Catrileo. However, I reinforce that on this dissertation, there are also references to a considerable writing production created by other writers, including even some that belong to other ethnic groups. Thus, this is a bibliografic and qualitative research developed from a descreptive analytical approach and also done through the reading comprehension of the literary texts selected for it. For this purpose, after doing the literary copora analysis, I pursued to make text snatches that were consonant to the compression of poetic aspects of the indigenous writers’ texts, on the conception of an ancient escrevivência on the development of gender identity poetries and ethnic identities, besides a perspective of the indigenous view about the colonial traumas caused by the genocidal state. Finally, taking an overview about this research, I consider that one of the most significant contributions of this dissertation is on the combination of the resistence literature to indigenous literature, because it adds to this field another literary narrative from decolonial source that goes through bodies and texts that were excluded from literary studies for a longe time.
Resumen: En esta tesis propongo un estudio en el ámbito de la literatura de resistencia sobre las escrituras de autorías de mujeres de los pueblos originarios Potiguara (Brasil) y Mapuche (Chile). Para tanto, esta investigación está configurada como un gran tejido, formado por hilos y telas teoricometodologicas en que las epistemologías de base se apoyan, inicialmente, en el ejercicio de cepillar el rastro de la historia al contrario para, así trenzar, hilo por hilo, la trama literaria (re)hecha por mujeres indígenas. A priori, entiendo que las literaturas de autoría indigena son literaturas de resistencia, y que el cuerpo-territorio literario indigena, en medio y en conexión con la naturaleza, se hace apuntando las palabras, así como la firmeza de sus propósitos e ideologías propias, incluso con todas las imposiciones y dominaciones engendradas por el discurso hegemónico perpetuado por el colonizador. Es necesario frisar, también, que la literatura de resistencia es un campo de la teoría literaria que estudia las literaturas que emergen en contextos de autoritarismo, estados de excepción, situaciones de barbarie, así como en situaciones de trauma o, todavía, que tematizan tales condiciones socio-históricas y psicológicas. Siendo así, esta subárea de la literatura, se configura como potencializadora de la existencia a través de la resistencia, formando, de ese modo, una fractura poética de “rexistencia”. En este sentido, considero que las escrituras de mujeres Potiguara y Mapuche son desarrolladas por a través de palabras que trascienden la resistencia bajo la óptica tanto de género como de identidad étnica. Esta perspectiva es marcante en el corpus literario de esta investigación, y hace que el alcance de la tesis ocurra por la expresión del cuerpo fracturado de la mujer indigena, la cual, por sí misma, en resistencia tensiona, a través, de su producción literaria, la memoria, la ancestralidad, las cuestiones de género, la identidad étnica y las relaciones subjetivas y colectivas con el trauma colonial. en esa perspectiva, el corpora literario de esta investigación es compuesto por escrituras de las autoras del pueblo Potiguara: Eliane Potiguara, Graça Graúna y Sulami Katy; del pueblo Mapuche fueron seleccionadas escrituras compuestas por las autoras: Graciela Huinao, Fraumelia Manquepillán y Daniela Catrileo. Resalto, sin embargo, que, en el transcurso de la tesis, también son hechas referencias a una significativa producción escrita de otras escritoras, inclusive, pertenecientes a otros grupos étnicos. Siendo así, esta investigación, de teor bibliográfico-cualitativo, fue desarrollada a partir de un enfoque analitico-descritivo y a partir de las lecturas interpretativas de las escrituras literarias en cuestión. Para tanto, al realizar el análisis del corpora literario, busque engendrar recortes que alineaban la comprensión de los aspectos poéticos de las obras de las escritoras indígenas en la perspectiva de una escrevivencia ancestral, en la construcción de poéticas de las identidades de género e identidad étnica, además de una perspectiva del mirar indigena sobre sobre los traumas coloniales provocados por el estado genocida. Y, por fin, lanzando una mirada más integral sobre esta investigación, considero que una de los aportes más significativos de esta tesis está en la unión de la literatura de resistencia con la literatura indígena, puesto que se agrega a ese campo una otra narrativa , de fuente decolonial, que atraviesa cuerpos y textos que fueron, durante mucho tiempo, excluidos de los estudios literarios.
Palavras-chave: Literatura
Resistência
Indígena
Mulheres
Mapuche
Potiguara
Poetry
Indigenous
Resistence
Women
Área de Concentração: ESTUDOS LITERÁRIOS
Linha de Pesquisa: LITERATURA, MEMÓRIAS E IDENTIDADES
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal do Pará
Sigla da Instituição: UFPA
Instituto: Instituto de Letras e Comunicação
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
Fonte: 1 CD-ROM
Aparece nas coleções:Teses em Letras (Doutorado) - PPGL/ILC

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Tese_EscriturasIndigenasAutoria.pdf2,51 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Este item está licenciado sob uma Licença Creative Commons Creative Commons