Entre atos: o intermezzo do ensino musical durante a extinção do Instituto Carlos Gomes em Belém (1908-1929)

A proposta desta dissertação é investigar a trajetória histórica do Instituto Carlos Gomes, com ênfase na sua continuidade e ressignificação durante o período de sua interrupção, entre 1908 e 1929, denominado por Jonas Arraes como um período de "intermezzo", e no seu restabelecimento em 1929. Para isso, foi necessário o levantamento de fontes documentais, como jornais, revistas, programas de concertos, fotografias e outros. Como referencial teórico, buscamos os estudos de Pierre Bourdieu e Raymond Williams para compreender as relações envolvidas no processo de reabertura. O estudo inicia com a análise do contexto histórico que levou ao encerramento das atividades do ICG, um símbolo de ensino musical de alta qualidade que foi interrompido devido a fatores econômicos e políticos, como a crise da borracha e mudanças nas administrações governamentais. Em seguida, inquirimos como músicos, professores e alunos encontraram alternativas para continuar a educação musical e promover a cultura, por meio da criação de novos espaços e iniciativas. Por fim, esta pesquisa procurou examinar como a escola de música de Antonia Rocha de Castro, juntamente com o alinhamento entre músicos e figuras políticas, possibilitou o "renascimento" do Instituto.