Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2603
O Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA) surgiu em 1976 como uma necessidade de desmembramento do então já em pleno desenvolvimento Curso de Pós-Graduação em Ciências Geofísicas e Geológicas (CPGG), instalado ainda em 1973 nesta mesma Universidade. Foi o primeiro programa stricto sensu de Pós-Graduação (mestrado e doutorado) em Geociências em toda Amazônia Legal. Ao longo de sua existência, o PPGG tem pautado sua atuação na formação na qualificação de profissionais nos níveis de Mestrado e Doutorado, a base para formação de pesquisadores e profissionais de alto nível. Neste seu curto período de existência promoveu a formação de 499 mestres e 124 doutores, no total de 623 dissertações e teses.
Navegar
Navegando Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG por Orientadores "CORRÊA, José Augusto Martins"
Agora exibindo 1 - 20 de 37
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Dissertação Acesso aberto (Open Access) Acúmulo e fracionamento de fósforo nos sedimentos do estuário do rio Coreaú (Ceará) para avaliação do impacto da carcinicultura(Universidade Federal do Pará, 2014-11-17) AQUINO, Rafael Fernando Oliveira; KAWAKAMI, Silvia Keiko; http://lattes.cnpq.br/5306256489815710; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568A criação de camarão (carcinicultura) é uma das atividades da aquicultura amplamente empregada nos estuários e manguezais brasileiros. A ração dada aos camarões é enriquecida em compostos fosfatados. Desta forma, os efluentes produzidos pelas fazendas podem acelerar os processos de eutrofização. O Estuário do Rio Coreaú (CE) vem apresentando um crescimento na prática da carcinicultura, porém dados de qualidade ambiental são escassos para o monitoramento da região. No presente trabalho, pretendeu-se avaliar a contribuição das fazendas de carcinicultura situadas às margens do Estuário do Rio Coreaú, no aporte de fósforo. As principais formas de fósforo: biodisponível (P-Bio), ligado aos oxi-hidróxidos de ferro (P-Fe), ligado à apatita biogênica, autigênica e aos carbonatos (P-CFAP), ligado à apatita detrítica (P-FAP) e o fósforo orgânico (P-Org), bem como carbono orgânico total (%COT) e clorofila-a foram determinadas em amostras de sedimentos superficiais e testemunhos das margens do Estuário do Rio Coreaú. As concentrações de P-Total obtidas nos sedimentos superficiais foram bastante elevadas e mostram a necessidade de estudos de monitoramento. A fração com maior representatividade foi a P-Fe compondo cerca de 30% do P-Total, o que demonstra a capacidade dos oxi-hidróxidos de ferro em imobilizar ou liberar o fósforo. A contribuição dos efluentes das fazendas ficou evidenciada pelas concentrações mais elevadas do P-Org nos pontos locados em frente às fazendas. Nos testemunhos, as concentrações de P-Total foram mais elevadas no ponto com sedimentos predominantemente finos (silte e argila), com as frações P-Fe, PCFAP e P-FAP sendo as principais contribuintes. Os dados de taxa de sedimentação disponíveis e os incrementos do P-Total indicam o possível período de desmatamento e o início ou a máxima atividade das fazendas de carcinicultura no final da década de 1980 e meados de 1990, respectivamente. As concentrações elevadas de fósforo, %COT e dos teores de clorofila-a obtidas sugerem uma contribuição antrópica significativa no Estuário do Rio Coreaú e um elevado potencial de eutrofização.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Adequação de método para avaliação de risco de contaminação ambiental em áreas de estocagem de combustíveis(Universidade Federal do Pará, 2002-02-28) CHAVES, Cláudio Cezar Cunha de Vasconcelos; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568Dissertação Acesso aberto (Open Access) Aspectos geoquímicos de gleissolos em pântanos salinos da região Bragantina, Pará(Universidade Federal do Pará, 2011-06-08) CAMARGO, Paloma Maria Pinto; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568O conhecimento sobre a natureza dos processos deposicionais atuantes nas planícies de maré, em que os pântanos salinos estão incluídos, são de grande importância para entender o ecossistema costeiro tropical. A presença de minerais evaporitos, como nos sabkhas, é observada no pântano salino de Bragança durante o período de estiagem. Halita é depositada sobre a superfície do solo e gipso e pirita precipitados no subsolo através de ação capilar de salmouras trazidas do lençol freático. Os processos pedogenéticos no pântano salino são dominados por reações químicas de hidromorfismo, halomorfismo e sufato redução. O objetivo deste estudo é caracterizar o solo do pântano salino de Bragança através das características texturais, mineralógicas e composição geoquímica dos sedimentos. A amostragem foi realizada em dois transectos localizados em ambos os lados da rodovia PA-458. Cada transecto tem 3 perfis com 1 metro de profundidade. As amostras foram coletadas com um trado holandês indicado para profundidades rasas (20 cm). A granulometria dos sedimentos foi obtida com um granulômetro a laser e a composição mineralógica foi realizada por técnicas de difração de raios-X. Os grãos de areia foram observados em microscópio petrográfico com captura de imagem digital. Os minerais neoformados e a fração argila+silte foram descritas usando um microscópio eletrônico de varredura (MEV). No solo também foram estudados o pH, condutividade elétrica, salinidade, teor de matéria orgânica, elementos maiores, menores e traço usando métodos químicos clássicos, espectrometria por fluorescência de raios X e de absorção atômica. O gleissolo presente no pântano salino mostrou textura síltico-argilosa, ser maciço, ligeiramente pegajoso a pegajoso, muito plástico a ligeiramente plástico e friável a firme. A mineralogia foi composta de quartzo, caulinita, esmectita, ilita, pirita, jarosita, polihalita e halita. Os valores de pH variaram de acidez alta para ácido e o menor valor encontrado foi na profundidade de 70-90 cm (pH = 3,85), P4 perfil. Alguns perfis apresentavam mosqueados amarelos a laranjas na Zona 2, onde o pH é ácido e que corresponde à oxidação da pirita. Baseado na composição do complexo de adsorção, os perfis de solo estudados apresentaram alta CTC, devido à grande quantidade de matéria orgânica e minerais de argila. A predominância de Na+ e Mg2+, seguido por Ca2+ e K+atribuem ao solo o caráter eutrófico. Apenas o perfil P4, transecto B, mostrou caráter distrófico. Todos os perfis mostraram alta concentração de sódio, caracterizando o solo do pântano salino como "Solonchak" e, portanto, pode ser classificado como Gleissolo Sálico Sódico. O solo do pântano salino contém altos valores de Al2O3, SiO2 e Fe2O3, que refletem os seus minerais principais. Ilita, esmectita, polihalita halita e pirita refletem o ambiente de sedimentação do pântano salino, que ocorre sob a influência da água do mar que contribui com Na+, K+, Ca2+ e Mg2+. A presença de jarosita indica a oxidação dos sulfetos. A elevada quantidade de Na2O reflete as altas taxas de evaporação a que o ambiente do pântano está submetido, que favorece a neoformação de halita em diferentes profundidades ao longo dos perfis. Os resultados e as observações de campo sugerem que essas novas fases minerais são essencialmente o resultado da alta taxa de evaporação, transformação de matéria orgânica e de fases minerais primárias.Tese Acesso aberto (Open Access) Avaliação da contaminação por metais pesados em sedimentos por atividades de estaleiros na Baia do Guajará e no canal do Rio Maguari(Universidade Federal do Pará, 2021-12-17) GUIMARÃES, Robledo Hideki Ebata; WALLNER-KERSANACH, Mônica; http://lattes.cnpq.br/7960214506412584; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568As tintas anti-incrustantes aplicadas em embarcações contêm altas concentrações de metais em sua composição, principalmente Cu e Zn, com concentrações superiores a 50% e 20%, respectivamente. Apesar de serem elementos essenciais para os seres vivos, em altas concentrações causam problemas no crescimento celular e na reprodução dos organismos. Na cidade de Belém, Estado do Pará, ocorre o lançamento de uma quantidade significativa de efluentes industriais e domésticos na Baía de Guajará, sendo uma delas relacionadas às atividades em estaleiros. Estudos anteriores mostraram indícios de contaminação por metais nos sedimentos da orla de Belém, entretanto, nenhum trabalho destacou a contaminação proveniente de estaleiros. Portanto, o objetivo desse trabalho é avaliar a contaminação de sedimentos por atividades em estaleiros e abandono de embarcações na orla de Belém. Foram realizadas 3 amostragens, em 5 estaleiros de Belém, sendo duas realizadas no período menos chuvoso (setembro de 2017 e novembro de 2019) e uma no período chuvoso em maio de 2018. O sedimento foi coletado até 10 cm de profundidade, sendo também coletadas amostras de fragmentos de tinta e fragmentos de cascos de embarcações abandonadas. Foi medido o pH in situ da água intersticial do sedimento. Em laboratório, as amostras de sedimento foram colocadas em estufa a 60°C para secar, foram desagregadas e em seguida peneiradas (< 63μm). As amostras de fragmentos de tinta e dos cascos de embarcações abandonadas foram lavadas com água deionizada e secas em estufa a 60°C, maceradas, misturadas a areia quartzosa maceradas e reservadas. Uma amostra da tinta comercial de maior utilização nos estaleiros foi comprada, e uma alíquota colocada em uma membrana de nitrato de celulose em uma capela, após, parte da amostra foi removida e macerada. Uma alíquota das amostras do sedimento de cada estaleiro foi utilizada para análise granulométrica, por meio de um analisador de partículas a laser. A composição mineralógica das amostras de sedimentos foi determinada por difração de raios X, método do pó. Para a determinação dos argilominerais foi por difração de raio x, seguindo a Lei de Stokes e de acordo com metodologia proposta por Moore & Reynolds Jr (2002). Para a determinação do carbono orgânico total foi usado um analisador de TOC - VCPH com detector de combustão. Para a determinação das concentrações de Cu, Zn, Pb, Ni, Cr, Ba, V, Li, Fe e Al contidos no sedimento, na tinta comercial, nos fragmentos de tinta e nos fragmentos de casco de embarcações abandonadas, as amostras passaram por extração química com água regia e determinadas através de Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-OES). Para tratamento estatístico dos dados foram aplicados à correlação de Spearman, para determinar a relação entre os parâmetros, e o teste Análise de Componentes Principais, para determinar a relação dos metais com os estaleiros, estação controle e estação de fonte antropogênica difusa. Foi também aplicado o teste Wilcoxon para averiguar se ocorreram diferenças significativas nas concentrações dos metais dos sedimentos coletados em frente ao estaleiro, com os sedimentos coletados em contato com a embarcação abandonada. Para avaliar o nível de contaminação por metais foi aplicado o índice de geoacumulação proposto por Muller (1969). A granulometria do sedimento da orla de Belem apresentam maior proporção de areia e silte. Os sedimentos são compostos por muscovita, ilita, caulinita, quartzo e plagioclásio. Já os argilominerais identificados foram: esmectita, caulinita, ilita e quartzo. Os valores do pH da água intersticial das amostras de sedimento da Baía do Guajará e Furo do Rio Maguari ficaram em torno 5,2 – 6,7. Já o carbono orgânico total do sedimento ficou em torno de 0,6 % a 2,2 %. A tinta comercial analisada apresentou as seguintes concentrações mais representativas: Fe (21,2 %), Cu (18.497 mg kg-1), Zn (16.589 mg kg-1) e Al (1,59 %). As maiores concentrações encontradas na composição dos fragmentos de tinta e nos fragmentos dos cascos das embarcações abandonadas foram: Fe (69,2 %), Ba (29.583 mg kg-1), Zn (9.350 mg kg-1) Pb (1.406 mg kg-1), Cu (697 mg kg-1) e Cr (548,7 mg kg-1). Esse resultado revelou que o abandono de embarcações é a maior fonte de contaminação nas áreas de estaleiro na cidade de Belém. De acordo com as Diretrizes de qualidade de sedimentos para metais em ecossistemas de água doce de Buchman (2008), apenas a concentração média do Cu, com 41,0 mg kg-1, no sedimento atingiu valores acima do Threshold Effects Level para o anfípode, Hyallela azteca (28,0 mg kg-1) no estaleiro ABSS. Os demais estaleiros apresentaram médias de Cu que variaram entre 13,3 – 28,3 mg kg-1. Os outros metais apresentaram concentrações médias sempre abaixo do valor de Threshold Effects Level, para o anfípode H. azteca. Espacialmente, os sedimentos que foram coletadas na frente do estaleiro ABSS para a maioria dos metais obtiveram concentrações mais altas em relação aos sedimentos que estavam em contato com o casco da embarcação abandonada, deste estaleiro. Contudo, os sedimentos que foram coletados na frente do estaleiro MS no geral obtiveram concentrações mais baixas em relação aos sedimentos que estavam em contato direto com a embarcação abandonada. Estes que apresentaram com concentrações de Cu (39,0 mg kg-1) e Zn (120,0 mg kg-1) que ultrapassaram o valor de Threshold Effects Level para o anfípode H. azteca. Contudo, o teste estatístico Wilcoxon Rank não atestou diferenças significativas nos sedimentos coletados em frente aos estaleiros com os sedimentos que estavam em contato com as embarcações abandonadas. Os principais elementos que compõem as tintas anti-incrustantes: Cu, Zn obtiveram correlação forte positiva (r = 0,80; p<0,05). A análise de componentes principais (PCA) confirmou a contaminação pelos metais Cu, Zn, Pb, Ni, Li, Fe e Al tem relação mais forte com as atividades em estaleiros e abandono de embarcações do que com as fontes geogênicas ou antropogênicas difusas. O índice de geoacumulação (IGeo) classificou os sedimentos próximos aos estaleiros IS e ABSS, como moderadamente poluídos para o cobre com índices de 2,0 e 2,5, respectivamente. Os demais metais Zn, Ba, Fe e Al nos estaleiros estudados mostram uma contribuição antropogênica por atividades em estaleiros e abandono de embarcações, classificando um ou mais estaleiros como já estando numa situação próxima de um ambiente poluído, para um ou mais metais estudados, com índice de geoacumulação próximo de 2. Os resultados podem apoiar estudos adicionais de contaminação por metais através de atividades em estaleiros e abandono de embarcações, ainda, pode auxiliar na aplicação da gestão de resíduos em estaleiros e cemitérios de navios em todo o mundo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Avaliação da qualidade dos sedimentos de fundo do Rio Murucupi, Barcarena-PA.(Universidade Federal do Pará, 2011-07-15) REIS, Rafael Melo dos; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568O crescimento de núcleos urbanos e do pólo industrial em Barcarena tem causado alterações substancias nos corpos hídricos que os cercam, sobretudo na qualidade da água, decorrentes de inputs de elementos-traço potencialmente tóxicos, conforme mostraram os trabalhos de Pereira et. al. (2007), Víglio (2008), Porto (2009) e Pereira (2009). Em acréscimo, grandes acidentes ambientais têm sido registrados, ligados principalmente ao rompimento ou transbordamento de barragens de acumulação de rejeitos industriais. Neste contexto, nos anos de 2003 e de 2009, a bacia do rio Murucupi, que comporta os núcleos urbanos de Vila dos Cabanos e Laranjal, foi contaminada por rejeitos do processo de beneficiamento de bauxita, conhecido como “lama vermelha”. O objetivo deste trabalho foi avaliar preliminarmente a qualidade dos sedimentos de fundo do rio Murucupí e a distribuição de elementos maiores (Al2O3, Fe2O3, TiO2 e Na2O) e traço (Zr, V, Cr, Th, Hf, Ga, La, Sc, Pb, Nb, As, Cd, Cu, Hg, Ni e Zn), enriquecidos na lama vermelha, ao longo do rio. Para isto, foram coletadas triplicatas de testemunhos de 50 cm de profundidade nos sedimentos de fundo, em sete pontos ao longo do rio Murucupi, no trecho de 5,3 Km compreendido entre a ponte de acesso à Vila dos Cabanos (ponto M-1) e a foz do rio (ponto M-7). Cada testemunho coletado em campo foi subdividido em laboratório em cinco intervalos de profundidade: 0-10 cm (intervalo A), 10-20 cm (intervalo B), 20-30 cm (intervalo C), 30-40 cm (intervalo D) e 40-50 cm (intervalo E). As triplicatas de testemunhos de cada ponto amostrado de respectivas profundidades foram totalmente homogeneizadas, posteriormente, sendo realizadas análises análises granulométricas, mineralógicas e químicas em cada amostra. Os resultados demonstraram que os sedimentos são compostos principalmente de quartzo, minerais do grupo das micas, principalmente muscovita, e albita, além de argilominerais – caulinita, esmectita e ilita. As concentrações superficiais dos elementos maiores P2O5 e S, e dos elementos-traço V, Cr, Ga, Pb, Hg e Zn, foram elevadas no ponto M-1 com forte diminuição em direção à foz, indicando contaminação por descargas de runoff urbano e esgotos domésticos provenientes de Vila dos Cabanos e Laranjal. Por outro lado, as concentrações suerficiais de S, As e Pb, foram altas no ponto M-7, indicando contribuições destes elementos provenientes do “furo” do Arrozal, advindos possivelmente do porto de Barcarena e adjacencias, trazidas para a foz do rio Murucupi por meio dos movimentos de maré. As concentrações destes elementos-traço nos sedimentos superficiais estiveram muito abaixo dos valores medidos por Braga (2007) na lama vermelha. Este fato está associado a diferença metodológica utilizada na análise química e à espessura da amostra. Porém, as correlações estatísticas obtidas entre o Al e Cr, V, Ga e Th, e entre Mg, K e Hf, La, Sc e Zr, assim como, entre Mg, K e a fração granulométrica “silte + argila” no decorrer da profundidade, demonstram que há uma “assinatura geoquímica” dos eventos de contaminação por lama vermelha, registrada nos sedimentos no intervalo A dos testemunhos coletados no leito do rio Murucupi. Os resultados obtidos pela distribuição dos elementos com a profundidade mostram que, de maneira geral, os elementos maiores Al2O3, MgO e K2O estão associados a fração granulométrica “silte + argila”, enquanto que, as variações das concentrações dos elementos-traço, refletem principalmente condições ambientais mais favoráveis para a mobilização ou persistência desses elementos ao longo da profundidade. No que se refere à qualidade de sedimentos, as concentrações medidas para cada elemento foram comparadas com os índices de qualidade de sedimento, conhecidos como Sediment Quality Guide Lines – SQG, desenvolvidos pelo Canadá e adotados pelo Brasil pela resolução CONAMA nº 344/2004, e com os índices “baseados no consenso”, desenvolvidos por Macdonald et al. (2000), e ainda, com valores de referência do background da região. Em alguns locais, os sedimentos de fundo do rio Murucupi apresentaram concentrações acima de ISQG e abaixo de PEL para os seguintes elementos: 1) Cr no ponto M-1, intervalos A (38,4 mg.Kg-1) e E (43,1 mg.Kg-1); 2) Ni no ponto M-6, intervalo E (18,9 mg.Kg-1), e no ponto B-1, intervalos A (18,6 mg.Kg-1), B (18,3 mg.Kg-1), C (18,4 mg.Kg-1) e E (18,3 mg.Kg-1); 3) As no ponto M-1, intervalo C (5,9 mg.Kg-1); e 4) Hg no ponto M-1, intervalo E (0,199 mg.Kg-1), e no ponto M-2, intervalo E (0,233 mg.Kg-1). Estes resultados indicam que, nestes locais, efeitos adversos aos organismos bentônicos podem ocorrer em virtude das altas concentrações de Cr, Ni, As e Hg nos sedimentos de fundo, o que enseja estudos complementares de biodisponibilidade nos sedimentos e toxicidade nos organismos aquáticos. Destaca-se que os elementos Pb, Cu, Ni, As, Hg e Zn estão enriquecidos em relação ao valor adotado como referência do background regional em todos os pontos amostrados no rio Murucupi, sendo que, o Cr também apresentou enriquecimento em relação às concentrações medidas por Nascimento (2007) nos sedimentos de fundo do rio Guamá. De maneira geral, os resultados obtidos mostram que a contaminação nos sedimentos do rio Murucupi está muito mais associada a fontes difusas de poluição, provavelmente provenientes do runoff urbano e descargas de esgotos domésticos a céu aberto, do que com os acidentes ambientais envolvendo a lama vermelha.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização geoquímica de sedimentos de fundo da orla de Belém-PA(Universidade Federal do Pará, 2001-09-14) PEREIRA, Kátia Regina de Brito; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização geoquímica de sedimentos de fundo nas proximidades do distrito de Icoaraci - PA(Universidade Federal do Pará, 2002-08-30) CARVALHO, Zilma Lima de; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568A baía do Guajará é o principal corpo hídrico receptor dos esgotos da rede oficial de Belém, recebendo um volume diário de 18.294 m3/dia, que é despejado in natura a partir do canal do Una. Esse trabalho tem o objetivo de avaliar a influência do lançamento desse esgoto sobre a qualidade dos sedimentos da orla da baía de Guajará. Para efeito de comparação foram escolhidas duas áreas: uma mais impactada, localizada entre o canal do Una e o distrito de Icoaraci (Área 1) e outra, menos afetada pelo lançamento do esgoto, localizada próxima à ilha do Cumbu (Área 2). Os sedimentos foram coletados em 18 pontos, 12 na Área 1 e 6 na Área 2. Foram determinadas as composições mineralógicas por difração de raios X e foi estudada a concentração de metais na amostra total e na fração solúvel. Os seguintes metais: Cu, Cr, Ni, Pb, Zn, Mn e Fe. As concentrações foram determinadas através da espectrometria de absorção atômica. Os resultados mostram que os sedimentos estudados são argilosos e constituídos principalmente por caulinita, ilita e esmectita. Na Área 1 apresentam em média 2,6% em peso de matéria orgânica, com concentrações médias de carbono e nitrogênio orgânico de 1,51% e 0,08%, respectivamente. A concentração do fósforo total apresenta uma média de 216 mg/kg e na medida em que os pontos amostrados se afastam do canal de Val de Cans, mostra um forte decréscimo (308 mg/kg a 132 mg/kg). Os metais da fração total, apresentaram as seguintes concentrações: Cu (16 mg/kg), Cr (66 mg/kg), Ni (24 mg/kg), Pb (59 mg/kg), Zn (70 mg/kg), Mn (531 mg/kg) e Fe (37.181 mg/kg). Em relação à fração remobilizável, as percentagens observadas foram as seguintes: Cu (50%), Cr (15%), Ni (17%), Pb (51%), Zn (71%), Mn (83%), e Fe (47%). Na Área 2, a concentração média de carbono orgânico foi de 0,43% em peso e a do nitrogênio orgânico foi de 0,1% em peso. A matéria orgânica atingiu um valor de 0,74% em peso e o fósforo orgânico 495 mg/kg. Em relação aos metais a concentração média observada foi: Cu (13 mg/kg), Cr (36 mg/kg), Ni (35 mg/kg), Pb (55 mg/kg), Zn (33 mg/kg), Mn (214 mg/kg) e Fe (17.029 mg/kg). Na fração rebobilizável,, os metais apresentaram o seguinte percentual em relação ao conteúdo total: Cu (41%), Cr (12%), Ni (32%), Pb (32%), Zn (73%), Mn (67%) e Fe (70%). As concentrações de metais encontradas na Área 2, foram inferiores àquelas observadas na Área 1, com exceção do fósforo. Os resultados confirmam a forte influência antropogênica na qualidade dos sedimentos do estuário do Guajará.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização hidrogeoquímica do reservatório da Usina Hidrelétrica de Coaracy Nunes-Amapá(Universidade Federal do Pará, 2012-07-03) BEZERRA, Clauber dos Santos; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568O trabalho caracterizou quimicamente a água do Reservatório da Usina Hidrelétrica de Coaracy Nunes, localizada no estado do Amapá, cerca de 20 km da cidade Ferreira Gomes e 150 Km da cidade de Macapá. As amostragens foram feitas em quatro campanhas trimestrais durante o ano, no perído de outubro de 2008 a setembro de 2009, o trabalho teve por objetivo caracterizar o comportamento espacial e sazonal dos parâmetros químicos e físico-químicos da água do Reservatório da usina hidrelétrica de Coaracy Nunes. No estado do Amapá o clima predominante é o Equatorial, nos meses das campanhas, dezembro a maio foi o período que apresentou maior índice de precipitações, e os meses de menores precipitações foi compreendido de agosto a novembro. No total foram amostrados 13 pontos em cada campanha, distribuídos a montante do reservatório de forma a representar todos os ambientes do reservatório. Em cada ponto foram coletadas amostras de água em quatro profundidades (superfície, dobro do secchi, meio e fundo). Nas amostras coletadas foram medidos os parâmetros físico-químicos como pH, temperatura, condutividade, íon amônio, STS, HCO3-, Dureza e OD. Os elementos químicos (Al, As, Ba, Be, Ca, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, Ga, Hg, K, Li, Mg, Mn, Na, Ni, Pb, Se, Sr, V, Zn) foram analisados por espectrometria de massa com fonte de plasma de argônio induzido (ICP-MS). Nas avaliações preliminares não evidenciamos estratificação no reservatório. as concentrações de alumínio, ferro e manganês se destacam nesse contexto, apresentam concentrações elevadas, uma vez que comparadas com as características químicas das águas da região amazônica. O reservatório apresentou as seguintes características químicas e físico-quimicas, valores médios obtidos no período estiagem em (μg/L) : Al (487,44), Ca (604,12), Fe (458,78), K (798,05), Mg (625,40), Mn (123,42), Na (1903,719), Pb (3,86), pH (6,50), Cond. (μs/cm) (33,20), Temperatura ºC (29,57), Dureza mg/L (5,61), HCO3 -(10,8). O reservatório apresentou as seguintes características químicas e físico-quimicas, valores médios obtidos no período chuvoso em (μg/L) : Al (430,48), Ca (527,74), Fe (511,57), K (700,97), Mg (485,67), Mn (84,06), Na (1899,18), Pb (5,25), pH (6,52), Cond. (μs/cm) (18,56), Temperatura ºC (27,1), Dureza mg/L (6,09), HCO3 -(9,00). O reservatório de Coaracy Nunes apresentou uma tendência a estratificação nas estações de coletas mais profundas, indicados pelos pontos MCN 02, MCN 03 e MCN 04, nos demais pontos essa tendência é menos marcada, pois os outros pontos possuem uma profundidade menor. Ao longo do eixo longitudinal do reservatório não observamos nenhuma tendência do reservatório atuar como um sistema de retenção de substancia em relação às que afluem a ele. Nos pontos amostrais de maior profundidade, o reservatório apresentou diminuição da concentração de oxigênio dissolvido com o aumento da profundidade, gerando zonas anoxidas no fundo do reservatório, favorecendo a liberação de elementos químicos como Fe e Al, que se encontram incorporados à partículas em suspensão, através de processos anaeróbicos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização hidroquímica do rio Murubira, Mosqueiro-PA.(Universidade Federal do Pará, 2001-10-10) SANTOS, Ivanilce Costa; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização hidroquímica do sistema aquífero Pirabas em Icoaraci, região metropolitana de Belém - estado do Pará(Universidade Federal do Pará, 2009-11-26) PARANHOS, Patrícia França; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568Belém cidade no norte do Brasil está localizada na foz do rio Pará. A geologia da área é caracterizada por uma cobertura sedimentar miocenica representada pela Formação Pirabas (principalmente carbonato) e Formação Barreiras (clásticos). O sistema hidrogeológico da região de Belém é composto de um sistema aqüífero superior desenvolvido no Pós-Barreiras e Barreiras com rochas semi-confinadas, aqüíferos de baixa condutividade em relação as rochas do sistema aqüífero mais profundo, relacionadas com Pirabas. O abastecimento público de água de Belém possui dois serviços: 1) utiliza água superficial do rio Guamá e 2) águas subterrâneas captadas a partir da formação Pirabas. O sistema aqüífero Pirabas no distrito Icoaraci é fortemente explotado para abastecimento público de água, onde vários poços são perfurados com vazões em torno de 150 - 300 m3/h. Investigações hidroquímicas das águas subterrâneas têm sido realizadas com objetivos de avaliação da qualidade dessas águas, bem como a possibilidade de misturas entre os dois sistemas hidrogeológicos (Barreiras - superior e mais vulnerável e Pirabas - menor vulnerabilidade, melhor qualidade). Dez poços foram estudados durante um ciclo hidrológico, com amostras mensais. Os principais parâmetros de qualidade da água como temperatura, pH, condutividade elétrica, alcalinidade, sólidos totais dissolvidos, e os principais íons foram investigados com métodos clássicos. Dois principais tipos de água (Fácies Hidroquímicas) foram identificadas, hidrofácies 1 - HCO3-Ca com pH ~ 7,6 e STD= 165 mg/ L e hidrofácies 2 - Cl-Na com pH ~ 4,0, STD= 89 mg/L. A mistura dos dois tipos de água foi confirmada com diagramas fingerprint e diagramas de composição. As percentagens da mistura foram calculadas com o software Acquachem 3.17 da Waterloo software e os resultados sugerem uma mistura de 10% das Hidrofácies. Os mapas hidroquímicos mostraram um decréscimo na concentração dos principais elementos no poço Eduardo Angelim. Isso significa que neste local a mistura das duas águas pode ser melhor observada e coincidentemente o poço está perto de uma falha geológica (Costa, 2004). Portanto, a mistura dos dois sistemas de águas ocorre porque as falhas causam descontinuidades nas seqüências de rochas e, portanto, controlam o fluxo de água. A hipótese de Costa (2004) foi confirmada com os dados hidroquímicos que ajudam o desenvolvimento futuro do abastecimento público de água.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização hidroquímica dos aquíferos freáticos costeiros na cidade de Salinópolis-PA.(Universidade Federal do Pará, 2016-06-08) RODRIGUES, Érika do Socorro Ferreira; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568A cidade de Salinópolis está localizada no nordeste paraense, região Bragantina do Estado do Pará. A geologia da área é caracterizada por uma cobertura sedimentar terciário representada pela Formação Pirabas, Grupo Barreiras e recobrindo essas rochas podem ocorrer sedimentos areno-argilosos a argilo-arenosos do Quaternário atual denominados sedimentos Pós-Barreiras. Os principais sistemas hidrogeológicos de Salinópolis, de forma geral, são: a) sistema aquífero superior desenvolvido no Pós-Barreiras, aquíferos livres; b) sistema aquífero Barreiras, aquíferos livres e semi-confinados; c) sistema aquífero Pirabas, mais profundo, aquíferos confinados, sendo este um aquífero aflorante na região. Para o estudo foram cadastrados 22 poços sendo 17 poços tubulares rasos com profundidade de até 30 m (PT), 2 poços amazonas (AM) e 3 fontes (FT). A coleta das amostras foi realizada em intervalos de 2 meses durante um ciclo hidrológico completo de maio de 2014 a março de 2015. Os principais parâmetros de qualidade da água investigados foram: temperatura, pH, condutividade elétrica, alcalinidade, sólidos totais dissolvidos e os íons principais: cátions (Na+, K+, NH4+, Ca2+, Mg2+) e ânions (F-, Cl-, NO3- e SO42-). Foram identificados quatro grupos hidroquímicos no diagrama de Piper: grupo 1 (SO4 -, Cl- e Na+) que assemelha-se ao aquífero Barreiras, grupo 3 ricas em (HCO3- e Ca2+) cálcio e bicarbonato identifica-se com as águas do aquífero Pirabas e grupos 2 e 4 apresentaram características dos grupos 1 e 3. A partir dos diagramas de Piper, observou-se que com o aumento da recarga hídrica as águas do grupo 2 e 4 tiveram um comportamento de conexão hídrica, migrando para outro grupo hidroquímico. No diagrama de Schöller mesmo identificando os íons dominantes foi possível visualizar que há misturas em águas de um mesmo grupo hidroquímico, visualizado pela disposição em leque. No Diagrama de Van Wirdum foi identificado a ação do clima e das rochas na hidroquímica dos aquíferos. Na variação temporal de cada íon, observou-se que com início do déficit hídrico os poços localizados em lava-jatos e próximos a postos de combustíveis assim como próximos a praia e a rios estuarinos apresentaram o aumento de íons dissolvidos nas águas; bem como nas fontes naturais ou nascentes houve um grande aumento de vários íons, principalmente do sulfato. A Influência do clima, rocha, águas oceânicas, rios estuarinos, como também a contribuição do aquífero Barreiras e Pirabas mostraram uma composição hidroquímica bastante peculiar nas águas dos aquíferos costeiros rasos na cidade de Salinópolis.Tese Acesso aberto (Open Access) Desenvolvimento metodológico e avaliação de contaminação por HPAs em sedimentos da baia de Guajará(Universidade Federal do Pará, 2014-03-31) SODRÉ, Silvana do Socorro Veloso; CAVALCANTE, Rivelino Martins; http://lattes.cnpq.br/2253127527012522; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568Os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) são poluentes de efeito tóxico, prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana, fazem parte de um grupo de compostos poluentes orgânicos persistentes (POPs), que por suas características tem impactado o ambiente, sendo por esse motivo bastante estudados. Podem estar presentes nas formas particulada, dissolvida e/ou gasosa, estando presentes em diferentes ambientes; solo, sedimento, ar, água, material particulado na atmosfera, organismos e alimentos (Kennish, 2007). As fontes naturais de HPAs incluem atividades vulcânicas, queimadas naturais, exsudação de óleos, além de processos biogênicos. HPAs antrogênicos podem ocorrer pela combustão incompleta de óleos combustíveis (automotores e industriais), queima intencional de madeira e plantações, efluentes domésticos e/ou industriais, drenagens pluviais urbanas, derrames acidentais de óleos e derivados. Hidrofóbicos e lipofílicos, essas substâncias podem ser facilmente adsorvidas em sedimentos, sendo este compartimento um importante reservatório desses poluentes. Para avaliar a presença desses compostos no ambiente, utilizou-se nesse trabalho a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência. As amostras utilizadas no desenvolvimento e otimização da metodologia foram coletadas na baia do Guajará (Belém – PA). O presente trabalho constituiu-se dessa forma em um desenvolvimento de um procedimento metodológico (com adaptações e timizações) para quantificar 16 HPAs em 10 pontos na baia do Guajará, Belém – PA, em duas etapas de campo, totalizando 20 amostras analisadas. Na etapa de desenvolvimento do método analítico foram testados sistemas de eluição, polaridade do sistema e fluxo do eluente entre outros. Para validação do método foram avaliados os parâmetros fidelidade, linearidade, limite de detecção, limite de quantificação do método. Razões diagnósticas foram calculadas para identificação das fontes primárias do HPAs encontrados na baia. Foram identificadas, a partir de razões diagnósticas da ΣHPAs BMM/ΣHPAsAMM; Fen/Ant; Flt/Pir; Ant/Σ178; Flt/Σ202; B(a)P/Σ228 e Ind(123cd) pireno/Σ276 as fontes primárias dos 16 HPAs estudados no sedimento da baia. A somatória das concentrações dos HPAs leves na primeira etapa de campo, variou de 132,13 ng.g-1 a 1704,14 ng.g-1, a ΣHPAs dos pesados de 125,82 g.g-1 a 1269,71 ng.g-1 e ΣHPAs totais de 317,84 ng.g-1 a 3117,06 ng.g-1.. Na segunda etapa de campo, as concentrações dos HPAs leves variou de 76,12 ng.g-1 a 1572,80 ng.g-1 ; a ΣHPAs pesados variou entre 213,90 ng.g-1 a 1423,03 ng.g-1, e Σ HPAs totais teve concentrações de 290,02 ng.g-1 a 2995,82 ng.g-1. A partir dos resultados obtidos pode-se classificar a baia do Guajará como moderadamente impactada. A combustão constitui a fonte predominante de HPAs nos sedimentos da baia do Guajará, seguida da combustão de biomassa vegetal e aporte de petróleo e derivados. A maioria dos pontos estudados nesse trabalho, nas duas etapas de campo, apresentaram concentrações de HPAs individuais acima dos VGQS.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Esteróis como marcadores geoquímicos da origem da matéria orgânica em sedimentos do rio aurá(região metropolitana de Belém-PA)(Universidade Federal do Pará, 2022-06-06) AGUDELO MORALES, Jorge Hernando; CORRÊA, José Augusto MartinsO rio Aurá, localizado no nordeste da Amazônia brasileira, vem recebendo há muitos anos aportes de matéria orgânica (MO) antropogênica relacionada à efluentes domésticos de comunidades ribeirinhas e do Aterro Sanitário do Aurá. Neste trabalho, determinamos a ocorrência, as fontes e a distribuição de sete esteróis em sedimentos superficiais do rio Aurá para avaliar a contaminação orgânica neste corpo hídrico. A cromatografia gasosa-acoplada a espectrometria de massas (GC/MS) foi empregada para determinar os esteróis: coprostanol, colestanol, colesterol, estigmasterol, β-sitosterol e estigmastanol.. Os analitos de interesse identificados e as razões diagnósticas indicaram que os sedimentos do rio estudado apresentam compostos orgânicos provenientes de fontes tanto antropogênicas (esgotos domésticos e MO do aterro sanitário) quanto biogênicas autóctones (plantas superiores terrestres). A Análise de Componentes Principais (PCA) corrobora com esse resultado e possibilitou o agrupamento dos pontos de amostragem segundo essas fontes. A estação 1 (ponto mais próximo do aterro Aurá) apresentou o maior nível de contaminação observado e o coprostanol foi detectado em maior concentração 219,8 ng g-1 nesse local, o que indica contaminação fecal humana moderada. Este trabalho demonstrou que a poluição por esgoto doméstico e insumos de MO do aterro do Aurá podem ser ameaças potenciais ao ecossistema e à saúde humana da região estudada.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo da dispersão de metais pesados em áreas de aterro sanitário.(Universidade Federal do Pará, 2000-09-11) RIPARDO, Hebe Simone Sousa; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo da qualidade dos sedimentos de fundo do Rio Barcarena-PA(Universidade Federal do Pará, 2009-08-22) PORTO, Liliane Jucá Lemos da Silva; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568Nos sistemas estuarinos, as fontes de metais traço são ambas naturais e antropogênicas. Isso dificulta frequentemente a distinção entre essas duas fontes devido a elevada variabilidade da concentração na coluna d’água. Muitos estudos tem mostrado a importância dos sedimentos no entendimento da contribuição antropogênica em relação ao carreamento de traços em sistemas estuarinos. Localizada dentro de uma região industrial importante, próximo a cidade de Belém, na Baía do Guajará, o rio Barcarena recebe descargas de efluentes urbanos e industriais. O Objetivo deste trabalho é estudar os sedimentos de fundo do rio Barcarena a fim de avaliar a entrada de substâncias químicas no rio oriunda das atividades antropogênicas. Foram coletadas 15 amostras ao longo do canal do rio. As amostras dos sedimentos de fundo foram coletadas, e analisadas para a identificação da composição química e mineral. Os dados revelaram que os argilominerais identificados eram compostos principalmente de esmectita, caulinita e ilita. A análise de elementos traço e metais pesados mostraram a seguintes médias de concentração e desvio padrão: Pb (32.54 mg.Kg-1, σ = ± 5.6), Cr (104.33 mg.Kg-1, σ = ± 7.98), Ni (34.27 mg.Kg-1, σ = ± 4.48), Cu (34.71 mg.Kg-1 , σ = ± 4.38), V (116.33 mg. kg-1, σ = ± 42.37), Nb (19.86 mg.Kg-1, σ = ± 3.83), Zr (122.31 mg.Kg-1 σ = ± 21.33). Foi encontrada elevada concentração dos elementos estudados próximo ao núcleo urbano de São Francisco, provavelmente devido a presença do porto e a descarga de resíduos sólidos e efluentes na região. A concentração dos elementos traço foi função da distribuição do tamanho das partículas e teor de matéria orgânica. A concentração dos elementos Pb, Cr, Cu e Nb nos sedimentos do rio Barcarena quando comparados com os sedimentos da Baía do Guajará (Saraiva, 2007) rio Guamá (Nascimento, 2007) e o minério de bauxita (Braga, 2007) mostraram valores maiores que os dois primeiros, no entanto menor que a bauxita. Os diagramas indicam que os metais pesados versus Al sugere uma possibilidade de mistura física entre a bauxita e os sedimentos do rio Barcarena. Os elementos Pb e Cu mostraram concentrações acima dos valores de TEL (Threshold Effect Level), 35 mg.Kg-1 e 35.7 mg.Kg-1 respectivamente. Portanto, os sedimentos de fundo provavelmente são causadores de efeitos adversos aos organismos bentônicos. Os elementos Cr e Ni mostraram valores de concentração muito superiores ao índice TEL (Cr = 37.3 mg.Kg-1 and Ni =18 mg.Kg 1 ) e o índice PEL (Probably Effect Level) Cr = 90 mg.Kg-1 and Ni = 36 mg.Kg-1. Os valores acima do índice PEL sugere que os efeitos tóxicos à biota aquática são frequentes. Atualmente, os metais introduzidos são depositados próximo a área fonte e são principalmente associados aos sedimentos, implicando indicando que os sedimentos do rio agem mais como um sumidouro do que como reservatório. O acúmulo e enriquecimento de elementos traço tóxicos podem gerar potencial poluição nas águas do rio e consequentemente à biota aquática.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo de uma ocorrência de argila do tipo ball clay na região de Mirasselvas, NE-Pará, para a aplicação na indústria de cerâmica branca(Universidade Federal do Pará, 2020-11-11) SOUZA, Jorge Eduardo Oliveira de; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568; 6527800269860568A caracterização dos depósitos de argilas é de fundamental importância para estabelecer o seu melhor uso industrial. Este trabalho teve como objetivo a caracterização química, mineral e tecnológica de uma argila da região de Mirasselvas, distrito de Capanema, NE-PA. Foram realizadas análises por fluorescência de raios X, difração de raios X, além de teste de limite de plasticidade e liquidez. Posteriormente foram preparados os corpos de prova em matriz metálica de 10cmX5cm, com prensagem a 100KN, secos em estufa a 110°C e submetidos a queima em 950°C e 1200°C. Foram determinadas as propriedades tecnológicas pelos ensaios de retração linear de queima, absorção de água, perda ao fogo e módulo de ruptura e flexão. Os resultados comprovam que o quantitativo de Fe2O3 está abaixo do limite máximo estabelecido para a classificação de uma ball clay (1%) e tem o quartzo, a caulinita e a muscovita como os minerais essenciais. Mesmo tendo 75% do seu total de partículas com granulometria < 0,062 μm, o material não possui plasticidade. Entretanto, apresenta cor de queima branca e resultados de retração, absorção de água e perda ao fogo dentro do intervalo dos resultados das argilas de referência nacional e internacional, demonstrando potencial uso na formulação de massas cerâmicas e até mesmo na fabricação direta de cerâmica branca.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo do comportamento de metais pesados nas frações < 2 μm e < 63 μm nos sedimentos de fundo do rio Arienga – Barcarena – Pará.(Universidade Federal do Pará, 2011-05-18) MENEZES, Helenice Quadros de; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568Os corpos d’águas superficiais, dos grandes centros urbanos e industriais, vêm sofrendo progressivamente o impacto da ação humana. Que causa dentre outros problemas ambientais o input do teor de metais pesados que se acumulam nos sedimentos de fundo causando sérios danos ao sistema aquático. Com o intuito de estudar o grau de contaminação dos sedimentos de fundo do rio Arienga, importante rio da cidade de Barcarena – PA, e avaliar possíveis contaminações por rejeitos tóxicos oriundos da atividade siderúrgica do pólo industrial da cidade, foram realizadas análises granulométricas, mineralógicas e químicas em 9 amostras coletadas ao longo do rio e 1 na foz do igarapé Bacabal. Os resultados granulométricos dos sedimentos mostraram a predominância da fração silte sobre as demais (areia e argila). Apenas nos três primeiros pontos coletados, em virtude da proximidade com a foz, houve a predominância da fração areia. O estudo mineralógico das amostras revelou o caráter essencialmente quartzoso da fração < 63 μm e a presença de caulinita, illita e esmectita na fração < 2 μm. A análise de matéria orgânica apresentou teor médio de 5,90±1,87 mg.Kg-1. As análises para determinação dos elementos traço foram realizadas tanto na fração < 63 μm, quanto na fração < 2 μm. Observou-se que houve um enriquecimento considerável na concentração dos metais na fração mais fina do sedimento (< 2 μm): o Ni passou de uma média de 11,10±1,89 mg.Kg-1 na fração < 63 μm para uma média de 37,94±1,94 mg.Kg-1 na fração < 2 μm; o Pb aumentou seu teor médio de 14,61±2,37 mg.Kg-1 para 46,02±2,49 mg.Kg-1; o Zn passou de uma concentração média de 41,60±6,33 mg.Kg-1 para 107,40±7,78 mg.Kg-1; o Cu aumentou sua concentração média de 12,38±2,28 mg.Kg-1 para 30,37±5,70 mg.Kg-1; para o V, o Co e o Ba, o aumento na concentração média foi de respectivamente 92,10±9,35 mg.Kg-1; 9,08±1,45 mg.Kg-1 e 344,70±46,76 mg.Kg-1 para respectivamente 140,80±7,19 mg.Kg-1; 16,82±1,58 mg.Kg-1 e 428,50±36,81 mg.Kg-1. Ficando clara a afinidade de todos os metais analisados com a fração argila. A determinação do Índice de Geoacumulação (IGeo) demonstrou que o rio Arienga, embora esteja situado em uma área de risco, não encontra-se contaminado para os metais estudados, sendo portanto os valores encontrados provavelmente devidos a geologia local.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) em amostras de água e material particulado em suspensão no rio Aurá, Belém – PA.(Universidade Federal do Pará, 2019-07-12) SOUZA, Larissa Costa de; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568; MENDES, Rosivaldo Alcântara; http://lattes.cnpq.br/6356779173598420Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) são contaminantes orgânicos ubíquos gerados por processos naturais e antropogênicos. Eles são formados principalmente durante a decomposição da matéria orgânica induzida por altas temperaturas. São compostos persistentes e que podem ser transportados por longas distâncias. Dezesseis desses HPA são considerados prioritários em estudos ambientais pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (US EPA), devido as suas propriedades tóxicas, mutagênicas e carcinogênicas. Este trabalho teve como objetivo avaliar a contaminação ambiental por HPA, no rio Aurá, através dos níveis estabelecidos pela legislação e suas possíveis fontes de origem em amostras de água e Material Particulado em Suspensão (MPS). Dez amostras de água e MPS foram coletadas em dois períodos distintos (Chuvoso e Menos Chuvoso). As técnicas de extração utilizadas foram o SPE automatizado para as amostras de água e extração assistida por micro-ondas para as amostras de MPS. As amostras foram analisadas em Cromatógrafo Gasoso acoplado a Espectrômetro de Massas com Triploquadropolo. Em água, as concentrações de HPA encontradas ficaram abaixo do limite de detecção do equipamento. No MPS, as concentrações totais de HPA variaram de 31,71 a 2.498,15 μg L-1, no período menos chuvoso e de 31,71 a 2.865,84 μg L-1, no período chuvoso. A discriminação das fontes de HPA e seu potencial de toxicidade é necessário para avaliar seus efeitos no meio ambiente. As fontes dos HPA tenderam para uma associação à origem petrogênica, porém foram classificadas como de origem mista, petrogênica e pirolítica, devido às respostas obtidas nas razões diagnósticas aplicadas. Estudos anteriores realizados no sedimento de fundo do rio Aurá, enquanto o aterro sanitário estava em funcionamento, mostraram uma predominância de HPA de origem pirogênicas, enquanto que os resultados obtidos neste estudo, após a desativação do aterro, mostraram uma maior concentração de fontes petrogênicas, indicando a influência que o aterro exercia sobre a área de estudo.Tese Acesso aberto (Open Access) Evolução dos pântanos da região central da península de Bragança-PA de acordo com as mudanças do nível relativo do mar durante o holoceno(Universidade Federal do Pará, 2016-12-07) CAMARGO, Paloma Maria Pinto; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568Esta pesquisa integra dados de geomorfologia, feições sedimentares, pólen, diatomáceas, isótopos, mineralogia, análises químicas e datações C-14 obtidos de testemunhos da Península de Bragança, litoral do Pará. Os dados polínicos indicam que a zona central e topograficamente mais elevada da Península de Bragança foi uma área dominada por manguezais, com ampla expansão de árvores de Avicennia, presença de diatomáceas marinhas, uma tendência de aumento de matéria orgânica sedimentar de origem estuarina e uma assembleia mineralógica formada principalmente por pirita e hematita típica de sedimentos redutores de manguezais entre >6300 e ~4900 cal anos AP. Entre 4900 e 4300 cal anos AP houve uma zona estéril, sem pólen que pode ser interpretada como um brusco desaparecimento da vegetação costeira (manguezal e pântanos salgados). Nesse intervalo ocorrem ainda espécies de diatomáceas marinhas e estuarinas, assim como um aumento na contribuição de matéria orgânica sedimentar de origem marinha e um desaparecimento de minerias tipicamente formados em ambientes redutoes. No Holoceno tardio (<4300 cal anos AP), o local de estudo foi recolonizado por ervas com árvores de Avicennia restritas às bordas da planície herbácea e uma significativa tendência de aumento da contribuição de matéria orgânica de origem terrestre (plantas C4), além da presença de resíduos de diatomáceas de água doce. A composição mineralógica é formada principalmente por minerais típicos de ambientes expostos a intensa evaporação. Nas últimas décadas existe uma tendência de migração dos manguezais por sobre superfícies mais elevadas ocupadas por ervas de metabolismos C3 e C4, assim como um aumento na contribuição de matéria orgânica de origem estuarina e uma tendência de incremento nas concentrações de Sr na superfície (últimos 10 cm). Tais dados sugerem fortemente uma dinâmica dos manguezais e pântanos salgados controlados principalmente pela variação do nível relativo do mar. Provavelmente, o aumento do nível relativo do mar pós-glacial contribuiu significativamente para a implantação e expansão dos manguezais na Península de Bragança com grande impacto na expansão de árvores de Avicennia, diatomáceas marinhas/estuarinas, aumento na contribuição de matéria orgânica de origem estuarina e favorecimento de ambientes adequados para a precipitação por exemplo de pirita. Entre 4900 e 4300 cal anos AP, provavelmente o nível relativo do mar continuou aumentando. Isso causou um aumento na contribuição de espécies de diatomáceas marinhas/estuarinas e matéria orgânica de origem marinha, porém o contínuo aumento do nível relativo do mar na área de estudo afogou os manguezais e vegetações associadas, causando o desaparecimento desses pântanos do local de estudo, e, consequentemente, desfavorecimento das condições de anoxia do substrato que inviabilizou a precipitação de minerais formados por S e Fe. Após 4300 anos, houve um aumento na contribuição de matéria orgânica de origem de plantas C4 terrestre, assim como a presença de fragmentos de diatomáceas de água doce. A composição mineralógica sugere um ambiente árido tipo sabkha. Tais dados sugerem uma diminuição no nível relativo do mar que causou a recolonização por ervas de metabolismos principalmente C4 com presença de árvores de Avicennia apenas nos setores topograficamente mais baixos da planície herbácea. Considerando as últimas décadas, a migração das árvores de Avicennia em direção aos campos herbáceos, assim como a tendência de aumento de matéria orgânica de origem estuarina e nas concentrações de Sr para o topo do testemunho analisado sugerem um aumento no nível relativo do mar.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos em Microplásticos de Praias do Litoral Brasileiro(Universidade Federal do Pará, 2021-07-30) BRANCO, Felipe Ohade Lopes; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568Quando introduzidos no ambiente, os materiais plásticos podem ter vários destinos, sendo um deles a fragmentação. A contínua degradação e fragmentação dos materiais plásticos origina os chamados microplásticos (MP), partículas com tamanhos que variam de 5 mm a 1 μm de grande potencial de dispersão. Quando em ambientes poluídos, os microplásticos tendem a se tornar superfícies de adsorção para poluentes hidrofóbicos de forma mais eficiente do que partículas sólidas naturais, como os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA). Os HPA são poluentes orgânicos que podem ter sua origem tanto de forma natural quanto antrópica. Assim como os microplásticos, os HPA possuem uma alta persistência no meio ambiente, e por apresentarem propriedades mutagênicas e potencialmente carcinogênicas quando absorvidos pelo metabolismo humano e de organismos aquáticos são extremamente perigosos. Por sua característica tóxica e nociva à saúde ambiental e humana, dezesseis HPA são definidos como prioritários em estudos ambientais pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (US EPA). Diversos estudos avaliaram a ocorrência de microplásticos e HPA individualmente em matrizes ambientais, mas ainda são poucos os que investigaram a associação desses dois poluentes. Sendo assim, especialmente no Brasil, existe uma necessidade de expansão de trabalhos a respeito dessa temática. O presente trabalho tem por objetivo investigar a ocorrência e concentração de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos em microplásticos presentes em sedimentos praiais de oito estados costeiros brasileiros, verificar sua composição e possíveis fontes dos compostos para os MP nas áreas estudadas, relacionando o acumulo dos MP e presença dos HPA considerando os fatores de uso de terra e socioambientais de cada região, e por fim avaliar o potencial tóxico e de contaminação dos HPA através dos MP para organismos aquáticos. Amostras de sedimentos superficiais foram coletadas na linha de maré alta das faixas praiais de locais potencialmente poluídos nas praias do Ver-o-Rio e Farol (PA), Iracema (CE), Boa Viagem (PE), Porto da Barra (BA), Curva da Jurema (ES), Arpoador e Botafogo (RJ), Praia Grande, Santos e São Vicente (SP), e Praia Grande (RS). Em laboratório utilizando uma solução hipersalina e um sistema de filtração, os MP foram separados dos sedimentos. Os HPA foram extraídos utilizando três tipos de microplásticos, sendo estes 0,2-0,3 g de fragmentos e pellets, e 0,02 g de EPS (isopor) e analisados em Cromatógrafo a Gás acoplado a um Espectrômetro de Massas com Triplo Quadrupolo (GC/MS/MS). Foi possível detectar quatorze dos dezesseis HPA estudados, onde a concentração total de HPA (Σ-HPA) variou de 0,25 a 71,60 ng g-1 entre as amostras e os tipos de MP. Na região Norte e Nordeste, as baixas concentrações (0,31 a 71,60 ng g-1) dos HPA nos MP aparentam estar relacionadas aos intensos processos hidrodinâmicos atuantes. As concentrações do Naftaleno nas amostras de isopor estiveram acima do Threshold Effect Level (TEL > 35) nas amostras coletadas em Pernambuco e Bahia, e próxima no Ceará (70,15, 36,97 e 33,28 ng g-1, respectivamente); sendo assim, efeitos nos organismos podem ocorrer devido a esse composto. As regiões Sudeste e Sul são as únicas que apresentaram estudos anteriores de HPA em MP, foi então possível realizar uma melhor comparação e discussão dos dados obtidos no presente estudo. As fontes de HPA para o meio e consequentemente para os MP foram atribuídas à contribuição antropogênica (petrogênica e pirogênica). As maiores concentrações de HPA foram encontradas nas amostras de isopor, sugerindo que esse tipo de MP pode ter considerável contribuição na dispersão desses contaminantes especialmente em locais mais poluídos. Por fim, conclui-se que os HPA estão presentes em todos os estados brasileiros estudados e sua ocorrência foi evidenciada pela adsorção deles em MP coletados em ambientes praiais. Esses contaminantes orgânicos originam-se tanto petrogênica como pirogenicamente, sendo as principais fontes para os locais avaliados são as atividades industriais e portuárias, o descarte inadequado de efluentes, e o escoamento superficial urbano por águas pluviais.
