Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos em Microplásticos de Praias do Litoral Brasileiro

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2021-07-30

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Universidade Federal do Pará

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Acesso Aberto
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BRANCO, Felipe Ohade Lopes. Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos em Microplásticos de Praias do Litoral Brasileiro. Orientador: José Augusto Martins Corrêa. 2021. 79 f. Dissertação (Mestrado em Geologia e Geoquímica) - Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2021. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14181 . Acesso em:.

DOI

Quando introduzidos no ambiente, os materiais plásticos podem ter vários destinos, sendo um deles a fragmentação. A contínua degradação e fragmentação dos materiais plásticos origina os chamados microplásticos (MP), partículas com tamanhos que variam de 5 mm a 1 μm de grande potencial de dispersão. Quando em ambientes poluídos, os microplásticos tendem a se tornar superfícies de adsorção para poluentes hidrofóbicos de forma mais eficiente do que partículas sólidas naturais, como os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA). Os HPA são poluentes orgânicos que podem ter sua origem tanto de forma natural quanto antrópica. Assim como os microplásticos, os HPA possuem uma alta persistência no meio ambiente, e por apresentarem propriedades mutagênicas e potencialmente carcinogênicas quando absorvidos pelo metabolismo humano e de organismos aquáticos são extremamente perigosos. Por sua característica tóxica e nociva à saúde ambiental e humana, dezesseis HPA são definidos como prioritários em estudos ambientais pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (US EPA). Diversos estudos avaliaram a ocorrência de microplásticos e HPA individualmente em matrizes ambientais, mas ainda são poucos os que investigaram a associação desses dois poluentes. Sendo assim, especialmente no Brasil, existe uma necessidade de expansão de trabalhos a respeito dessa temática. O presente trabalho tem por objetivo investigar a ocorrência e concentração de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos em microplásticos presentes em sedimentos praiais de oito estados costeiros brasileiros, verificar sua composição e possíveis fontes dos compostos para os MP nas áreas estudadas, relacionando o acumulo dos MP e presença dos HPA considerando os fatores de uso de terra e socioambientais de cada região, e por fim avaliar o potencial tóxico e de contaminação dos HPA através dos MP para organismos aquáticos. Amostras de sedimentos superficiais foram coletadas na linha de maré alta das faixas praiais de locais potencialmente poluídos nas praias do Ver-o-Rio e Farol (PA), Iracema (CE), Boa Viagem (PE), Porto da Barra (BA), Curva da Jurema (ES), Arpoador e Botafogo (RJ), Praia Grande, Santos e São Vicente (SP), e Praia Grande (RS). Em laboratório utilizando uma solução hipersalina e um sistema de filtração, os MP foram separados dos sedimentos. Os HPA foram extraídos utilizando três tipos de microplásticos, sendo estes 0,2-0,3 g de fragmentos e pellets, e 0,02 g de EPS (isopor) e analisados em Cromatógrafo a Gás acoplado a um Espectrômetro de Massas com Triplo Quadrupolo (GC/MS/MS). Foi possível detectar quatorze dos dezesseis HPA estudados, onde a concentração total de HPA (Σ-HPA) variou de 0,25 a 71,60 ng g-1 entre as amostras e os tipos de MP. Na região Norte e Nordeste, as baixas concentrações (0,31 a 71,60 ng g-1) dos HPA nos MP aparentam estar relacionadas aos intensos processos hidrodinâmicos atuantes. As concentrações do Naftaleno nas amostras de isopor estiveram acima do Threshold Effect Level (TEL > 35) nas amostras coletadas em Pernambuco e Bahia, e próxima no Ceará (70,15, 36,97 e 33,28 ng g-1, respectivamente); sendo assim, efeitos nos organismos podem ocorrer devido a esse composto. As regiões Sudeste e Sul são as únicas que apresentaram estudos anteriores de HPA em MP, foi então possível realizar uma melhor comparação e discussão dos dados obtidos no presente estudo. As fontes de HPA para o meio e consequentemente para os MP foram atribuídas à contribuição antropogênica (petrogênica e pirogênica). As maiores concentrações de HPA foram encontradas nas amostras de isopor, sugerindo que esse tipo de MP pode ter considerável contribuição na dispersão desses contaminantes especialmente em locais mais poluídos. Por fim, conclui-se que os HPA estão presentes em todos os estados brasileiros estudados e sua ocorrência foi evidenciada pela adsorção deles em MP coletados em ambientes praiais. Esses contaminantes orgânicos originam-se tanto petrogênica como pirogenicamente, sendo as principais fontes para os locais avaliados são as atividades industriais e portuárias, o descarte inadequado de efluentes, e o escoamento superficial urbano por águas pluviais.

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BRANCO, Felipe Ohade Lopes. Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos em Microplásticos de Praias do Litoral Brasileiro. Orientador: José Augusto Martins Corrêa. 2021. 79 f. Dissertação (Mestrado em Geologia e Geoquímica) - Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2021. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14181 . Acesso em:.