Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2603
O Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA) surgiu em 1976 como uma necessidade de desmembramento do então já em pleno desenvolvimento Curso de Pós-Graduação em Ciências Geofísicas e Geológicas (CPGG), instalado ainda em 1973 nesta mesma Universidade. Foi o primeiro programa stricto sensu de Pós-Graduação (mestrado e doutorado) em Geociências em toda Amazônia Legal. Ao longo de sua existência, o PPGG tem pautado sua atuação na formação na qualificação de profissionais nos níveis de Mestrado e Doutorado, a base para formação de pesquisadores e profissionais de alto nível. Neste seu curto período de existência promoveu a formação de 499 mestres e 124 doutores, no total de 623 dissertações e teses.
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG por Orientadores "COSTA, João Batista Sena"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Aspectos lito-estruturais das minas de ferro N4E e manganês do azul, Serra dos Carajás-Pará(Universidade Federal do Pará, 1991-08-06) MARÇAL, Mônica dos Santos; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286As áreas das minas de ferro (N4E) e de manganês (Azul) da região da Serra dos Carajás foram investigadas com ênfase na geologia estrutural, visando a definição do arranjo geométrico dos diversos corpos de minério e do quadro cinemático, bem como suas relações com a estruturação regional. A mina de ferro (N4E) é subdividida em dois segmentos denominados de Aba Leste e Aba Sul. Os litotipos ocorrentes nessa área são representados por itabitito friável (hematita mole HM, hematita dura HD), metajaspilito, rochas metavulcânicas e canga, sendo que, especificamente na Aba Sul, ocorrem minérios de hematita compacta (hematita semibranda HSB e hematita semi dura HSD). Grande parte das unidades rochosas está distribuída sob a forma de lentes e faixas descontínuas e acunhadas, com orientação geral N-S na Aba Leste e E-W na Aba Sul, desenhando um “J” com concavidade voltada para noroeste. A análise dos elementos estruturais presentes nas rochas de mina de N4E, em consonância com as informações disponíveis para a região da Serra Norte, permitiu a caracterização de três conjuntos de estruturas principais: o conjunto mais antigo compreende a foliação milonítica, as zonas de cisalhamento com caráter de cavalgamento oblíquo, a lineação de estiramento e as dobras associadas; o segundo conjunto se refere às zonas de cisalhamento transcorrentes dúcteis NW-SE, E-W e N-S que cortam e limitam o corpo de N4; o último conjunto corresponde às dobras e crenulações presentes ao longo de todo corpo de minério. Esses conjuntos de estruturas são interpretados no contexto de um único evento deformacional. Os litotipos que compõem a mina de manganês (Azul) são classificados em três tipos: Protominérios, Depósitos Superficiais e Depósitos Subsuperficiais. A lavra está sendo realizada atualmente na parte central da jazida, compreendida entre as linhas LT00 e LT800E, onde foram identificados os minérios relacionados com os depósitos superficiais e subsuperficiais. O primeiro inclui pisolitos (PIS), blocos (BL), plaquetas (PLT) e brechas manganesíferas (BLM), e o segundo abarca pelitos manganesíferos (PM), material manganesífero granulado (MMG) e material manganesífero maciço (MMM). Os vários tipos de minério de manganês apresentam-se ondulados, definindo estruturas sinformais e antiformais orientadas na direção E-W e associadas a cavalgamentos fortemente inclinados para norte. As minas de N4E e do Azul encontram-se na borda norte e na região centro-norte da macroestruturação divergente da Serra dos Carajás, respectivamente. Tal arranjo geométrico regional é interpretado como uma estrutura em flor positiva associada a um binário sinistral E-W. Nesse sentido, as unidades lito-estruturais das duas áreas estudadas devem ser entendidas como frações de uma bacia vulcano-sedimentar transcorrente invertida.Tese Acesso aberto (Open Access) Aspectos litoestruturais e mineralizações Salobo 3A (Serra dos Carajás-PA)(Universidade Federal do Pará, 1996-10-29) SIQUEIRA, José Batista; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286O quadro geológico da região do Salobo, situada na Serra dos Carajás, faz parte do sistema transcorrente Cinzento e compreende gnaisses do Complexo Xingu e rochas supracrustais do Grupo Salobo, que se relacionam através de várias gerações de zonas de cisalhamento. O Complexo Xingu abarca gnaisses bandados de composições tonalítica, trondhjemítica e granodiorítica, e parcialmente magnetizados. O Grupo Salobo inclui magnetita-fayalita xistos, biotita-almandina-magnetita-fayalita-grϋnerita xistos, biotita xistos, anfibólio xistos, clorita xistos, formações ferríferas bandadas e quartzitos. As zonas de cisalhamento mais antigas correspondem a cavalgamentos dúcteis que respondem pela imbricação generalizada das unidades litológicas expressa sobretudo através do aleitamento definido pela alternância de faixas e lentes de rochas supracrustais com faixas de gnaisses; essa estruturação foi correlacionada com a movimentação que formou o sistema imbicado do Cinturão Itacaiúnas. Durante essa movimentação houve transformações minerais em condições térmicas da fácies anfibolito, bem como modificações importantes nas relações estratigráficas entre os diversos conjuntos litológicos. A segunda geração de zonas de cisalhamento compõe o dúplex transtentivo Salobo-Mirim. Tratam-se de zonas de cisalhamento transcorrentes sinistrais ligadas através de zonas de cisalhamento normais, ao longo das quais há registros de transformações minerais em fácies xisto verde. O desenvolvimento do dúplex foi fortemente controlado pela geometria do aleitamento, e a sua forma assimétrica foi em grande parte imposta pela presença de uma megalente de gnaisse do embasamento. A terceira geração de zonas de cisalhamento corresponde a transcorrências orientadas nas direções NW-SE e NNW-SSE, impõe modificações expressivas na geometria do dúplex Salobo-Mirim, e é interpretada como feições tipo X ligadas à movimentação sinistral. As zonas de cisalhamento do extremo oeste da área parecem representar projeções da terminação em rabo-de-cavalo da falha Carajás e, nesse caso, poderiam constituir cavalgamentos oblíquos. O depósito do Salobo 3A localiza-se na parte central de uma zona de cisalhamento normal oblíqua que pertence a um segmento curvo transtentivo, ao longo da zona de cisalhamento transcorrente mestra do dúplex Salobo-Mirim. As mineralizações de cobre e ouro acham-se alojadas em estruturas dilatacionais, destacando-se as seguintes: estruturas pull-part simples e compostas, cordões de sigmóides transtensivos, tension gashes, sombras de pressão e estruturas em estrela em cruzamentos de descontinuidades. O depósito Salobo 3A é um exemplo de concentração/reconcentração de mineralizações de cobre e ouro em zonas de cisalhamento transtensionais devido à atuação conjunta de processos deformacionais, metamórficos e hidrotermais.Tese Acesso aberto (Open Access) A associação anortosito-mangerito-granito rapakivi (AMG) do Cinturão Guiana Central, Roraima, e suas encaixantes paleoproterozóicas: evolução estrutural, geocronologia e petrologia(Universidade Federal do Pará, 2002-12-19) FRAGA, Lêda Maria; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286O mapeamento geológico na escala de 1:250.000, de uma área de aproximadamente 22.500 km2 na região central do estado de Roraima, aliado ao estudo petrográfico e microtectônico e a novos dados geocronológicos, litoquímicos e isotópicos, permitiu a caracterização de uma associação anortosito-mangerito-granito rapakivi (AMG), mesoproterozóica e suas encaixantes paleoproterozóicas. Ortognaisses, granitóides foliados e corpos de rochas charnockíticas da Suíte Intrusiva Serra da Prata mostram idades Pb-Pb (evaporação em zircão) em torno de 1,94 Ga, também inferida para os noritos e gabronoritos associados. As suítes ígneas paleoproterozóicas foram colocados sin-cinematicamente, durante o Evento Deformacional D1, com a evolução de petrotramas indicativas de temperaturas altas, a partir de 600º-650ºC. Estas feições incluem feldspatos recristalizados por rotação de subgrãos, feldspatos alcalinos pertíticos recristalizados e quartzo com subgrãos em padrão de tabuleiro de xadrez tendo sido observadas em diques sin-plutônicos que cortam a trama D1 cedo-cinemática nas encaixantes. A disposição NE-NW dos corpos paleoproterozóicos foi controlada pela estrutura prévia deste setor do Cinturão Guiana Central (CGC). Os ortognaisses e granitóides foliados abrangem duas suítes distintas, com características litoquímicas de granitóides tipo A, provavelmente relacionadas a diferentes condições de oxidação na fonte. As rochas charnockíticas mostam características químicas que se aproximam daquelas descritas para o magmatismo tipo C. Idades modelo Sm-Nd TDM entre 2,19 Ga e 2,05 Ga, com valores de ƐNd (T) variando de +0,68 até +2,47 sugeram fontes de limitada residência crustal. A idade dos eventos orogênicos em Roraima ainda não foi devidamente esclarecida, entretanto, apesar dos dados limitados , propõe-se para as suítes paleoproterozóicas estudadas um posicionamento pós-colisional após acresção de arcos magmáticos transamazônicos. As unidades paleoproterozóicas constituem o embasamento das suítes ígneas mesoproterozóicas, que compreendem os anortositos da unidade Repartimento e gabronoritos associados, os granitóides rapakivi da Suíte Intrusiva Mucajaí (SIM), e os charnockitos finos, porfiríticos, de ocorrência pontual e posicionamento geocronológico incerto. Na SIM foram identificadas três fácies de granitóides (faialita-piroxênio-quartzo-mangeritos a sienitos; hornblenda-biotita-granitos; e biotita-granitos porfiríticos) geoquímica e petrograficamente muito similares aos granitos rapakivi de áreas clássicas da Finlândia. A presença de faialita nas rochas mais primitivas da SIM indica condições de baixa fugacidade de oxigênio, observada em vários complexos de granitóides rapakivi. Os charnockitos finos não mostram correlação química cpm a SIM. As suítes mesoproterozóicas integram uma associação AMG (Anortosito-Mangerito-Granito rapakivi) colocada em ambiente anorogênico entre 1.54 e 1.53Ga. As idades modelos Sm-Nd, de 2,07 Ga a 2,01 Ga com valores de ƐNd (T) variando de -2,37 a -1,27 sugerem, para os granitóides da associação, fontes crustais separadas do manto no Paleoproterozóico, provavelmente durante o Transamazônico. Feições miloníticas relacionadas ao Evento Deformacional D2, registrando condições de temperaturas moderadas a baixas (400º-450ºC), em ambiente rúptil-dúctil, obliteram localmente as texturas ígneas das unidades mesoproterozóicas, bem como as petrotramas D1 de alta temperatura no embasamento paleoproterozóico. Estas feições encontram-se especialmente bem desenvolvidas em algumas zonas de cisalhamento que mostram cinemática transpressiva dextral. O evento D2 com idade em torno de 1,26 Ga relaciona-se ao Episódio Deformacional K’Mudku. As principais zonas miloníticas D2 foram reativadas no Mesozóico em níveis crustais rasos e condições rúpteis, durante a evolução do Graben Tacutu.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização morfoestrutural e morfotectônica de áreas transpressivas: Serra dos Carajás e Serra do Tiracambú(Universidade Federal do Pará, 1999-12-11) ESPÍRITO SANTO, Cláudia Vilhena do; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286Dissertação Acesso aberto (Open Access) O Cinturão Araguaia na região de Xambioá (TO) - São Geraldo do Araguaia: geometria, cinemática e aspectos litológicos(Universidade Federal do Pará, 1993-09-22) SANTOS, Raimundo Oliver Brasil dos; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286O segmento norte do cinturão Araguaia, nas imediacões das cidades de Xambioá e São Geraldo do Araguaia, é constituído principalmente por rochas supracrustais do Grupo Estrondo, além de gnaisses do Complexo Colméia, expostos nos núcleos das estruturas do Lontra e Xambioá, expostos nos núcleos das estruturas do Lontra e Xambioá, e de rochas do Grupo Pequizeiro, as quais compõem uma estreita faixa no extremo oeste da área. Considerando a geometria e a natureza das estruturas maiores bem como a complexidade do quadro estrutural, a área foi dividida em 5 (cinco) setores. De acordo com esse quadro, deduziu-se que o arranjo geométrico macro corresponde a um sistema imbricado de empurrões dúcteis, sobressaíndo-se raras feições do tipo "nappe'. Destacam-se ainda as estruturas branquianticlinais, decorrentes da propagação de uma segunda geração de empurrões; dobras holomórficas relacionadas aos empurrões tardios, ou a transpressão entre sistemas transcorrentes; e zonas de cisalhamento transcorrentes, interpretadas como rampas laterais. A nível mesoscópico as estruturas são representadas pela foliação milonítica, pela lineação de estiramento, por dobras de estilos diversos e pela clivagem de crenulação. Por outro lado, a análise de lâminas delgadas revelou microestruturas tais como: porfiroclastos e porfiroblastos assimétricos com sombras de pressão; "ribbons" de quartzo; arranjos S-C, maclas tectônicas em cristais de feldspato; feições pisciformes; agregados quartzo-feldspáticos sob a forma de lentes; microbandamentos; e feições de recuperação. Em termos tectônicos, foram caracterizados quatro movimentos principais na progressão da deformação cisalhante: o primeiro relaciona-se a intensa imbricação dos corpos rochosos decorrentes da propagação de cavalgamentos dúcteis, os quais devem ter sido acompanhados pela individualização das rampas laterais; o segundo está associado ao soerguimento de lascas do embasamento, impondo dobras quilométricas nos arranjos iniciais, devido à uma segunda geração de cavalgamentos que não afetou os pacotes mais superiores. Neste momento admite-se que houve movimentação expressiva ao longo das rampas laterais; o terceiro refere-se a rotação das megadobras, preferencialmente na parte central da área, em função da intensificação dos movimentos nas rampas laterais; e o quarto corresponde a imbricação que se superpôs ao arranjo geométrico criado por essas rampas laterais. A evolução tectônica como aqui entendida, desenvolveu-se de acordo com o processo de colisão oblíqua de massas continentais, com transportes preferencial das unidades de rochas de SE para NW. Finalmente, um regime rúptil é registrado através de sistemas de falhas e fraturas que estão associados aos eventos extensionais do Paleozóico e do Mesozóico e, em parte, ao quadro neotectônico.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Considerações lito-estruturais sobre o duplex transpessivo Serra Pelada(Universidade Federal do Pará, 1992-07-18) OULD LAB, Khalifa; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286Dissertação Acesso aberto (Open Access) Evolução estrutural da Bacia do Amazonas e sua relação com o embasamento(Universidade Federal do Pará, 1991-02-19) WANDERLEY FILHO, Joaquim Ribeiro; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286Este trabalho apresenta aspectos relativos à evolução estrutural da Bacia do Amazonas e discute o papel das estruturas do Prê-Cambriano no desenvolvimento da arquitetura fanerozôica. O quadro estrutural do Prê-Cambriano compreende estruturas ligadas a dois eventos termo tectônicos principais. O evento mais antigo, responsável pela instalação dos terrenos granito-"greenstones" e dos cinturões de cisalhamento de alto grau metamôrfico no Arqueano, impôs as linhas estruturais mestras NW-SE, NE-SW e E-W ao arcabouço tectônico regional. O segundo evento, no âmbito da Amazônia Oriental, proporcionou o desenvolvimento de falhas normais NW-SE e WNW-ESE, e de falhas de transferência NE-SW relacionadas a um eixo extensional NE-SW proterozóôico; várias bacias foram formadas neste evento, com destaque para o Graben do Cachimbo. A evolução estrutural da Bacia do Amazonas atraves do Fanerozóico foi fortemente controlada pela geometria das estruturas criadas no Prê-Cambriano. A instalação da Bacia do Amazonas está relacionada ao ciclo de abertura e fechamento do oceano Iapetus no Paleozóico, durante o qual as zonas de fraqueza antigas NE-SW e NW-SE foram reativadas em falhas normais e falhas de transferência, respectivamente. A movimentação associada às falhas de transferências promoveu a compartimentação da bacia em quatro blocos estruturais distintos; nesse contexto, destaca-se a zona compartimental de Purus (Arco de Purus), que evoluiu a partir de reativações de falha normais do Graben do Cachimbo, separando as Bacias do Amazonas e Solimões. Os efeitos da fragmentação do megacontinente Gonduana no Mesozóico estão registrados na Bacia do Amazonas através de falhas normais NE-SW e NNE-SSW, de falhas de transferência NW-SE, de falhas transcorrentes ENE-WSW e de produtos ígneos e sedimentares. No Cenozóico a Bacia do Amazonas e adjacências experimentaram movimentações essencialmente transcorrente de natureza dextral.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Evolução paleogeográfica, durante o cenozóico, da região de Bragança, NE do estado do Pará(Universidade Federal do Pará, 2002-02-28) ALMEIDA, João Revelino Caldas de; BORGES, Mauricio da Silva; http://lattes.cnpq.br/1580207189205228; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286As principais características morfológicas da região nordeste do Estado do Pará estão diretamente relacionadas com eventos tectônicos do Mesozóico-Cenozóico que respondem pela fragmentação do Gondwana resultando na formação do Oceano Atlântico Equatorial e da margem passiva. A área investigada faz parte da Bacia de Bragança-Viseu, que evoluiu a partir da incidência de tectônica extensional na região nordeste do Estado do Pará, desde o Jurássico Superior”. No Mioceno, essa região foi submetida a tectônica transtensional que gerou falhas normais de direção NW-SE e falhas transcorrentes dextrais E-W e NE-SW. Esse evento tectônico gerou extensas áreas abatidas e corredores que facilitaram a transgressão do mar até 150 km dentro do continente, a partir da linha de costa atual. A partir dessa transgressão marinha desenvolveu-se a sequência carbonática Pirabas, depositada em locais que possuíam paleodrenagens típicas de áreas subsidentes. Algumas áreas geograficamente situadas na região nordeste do Estado do Pará. Permaneceram emersas quando dessa transgressão marinha. Na área da Bacia de Bragança-Viseu são inexpressivos os registros de deposição dos sedimentos pertencentes à Formação Pirabas, o que permite deduzir a presença de um alto estrutural, que funcionou como anteparo ao avanço do Mar de Pirabas. A ocorrência de calcário na parte sul do município de Bragança sugere a existência de uma linha de costa caracterizada por enseadas e pontas voltadas para noroeste. A partir da interpretação de mapeamento geofísico efetuado no município de. Bragança ficou caracterizada a total ausência de calcário em direção a leste e nordeste, no contexto da Bacia de Bragança-Viseu. Portanto, não há registro de transgressão miocênica, permitindo sugerir que, nessa área, os dados atestam tão somente a presença do embasamento pré-cambriano, capeado por fluxos de detritos do Quaternário, expressos nos sedimentos Pós-Barreiras. A morfologia da área em questão não mudou muito desde o Mioceno-Plioceno; ainda hoje essa porção da Zona Bragantina se constitui em uma área elevada, o que é atestado pelo relevo colinoso. Os dados geológicos atuais sugerem que esse quadro morfológico é controlado por estruturas decorrentes da tectônica transtensional.Tese Acesso aberto (Open Access) Evolução tectono-estrutural da região de Dianópolis-Almas, SE do estado de Tocantins(Universidade Federal do Pará, 1993-12-17) BORGES, Maurício da Silva; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286No interior do Bloco Brasília, na Região de Dianópolis-Almas (SE do Estado de Tocantins), encontram-se registros de terrenos granito-"greenstone" do Arqueano-Proterozóico Inferior, metassedimentos proterozóicos do Grupo Bambuí, depósitos continentais cretácicos e colúvios e alúvios lateritizados, além de depósitos flúvio-lacustres holocênicos ligados à evolução cenozóica. O Arqueano-Proterozóico Inferior compreende vários feixes de rochas supracrustais do Grupo Riachão do Ouro e corpos de granitóides da Suíte Serra do Boqueirão, ambos embasados por gnaisses do Complexo Alto Paranã. O Complexo Alto Paranã é representado por gnaisses de composição tonalítica, bandados, milonitizados, parcialmente migmatizados, e com enclaves granulíticos e anfibolíticos. O Grupo Riachão do Ouro é composto de filitos bandados, xistos, metadacitos, metariolitos, formação ferrífera, quartzitos, metaconglomerados e brechas; os filitos, os xistos e as metavulcânicas são os tipos litológicos dominantes. A Suíte Serra do Boqueirão engloba granítóides de composição tonalítica, trondhjemítica, granodiorítica e granítica, deformados nas bordas e cortados por fases tardias de auto-injeção ligadas a aplitos e pegmatitos. Estas unidades litológicas estão afetadas por zonas de cisalhamento orientadas nas direções N10-20E, N45E, N25W e N55W, as quais definem um padrão anastomosado. Ao longo dos feixes de zonas de cisalhamento reconhecem-se duplexes transpressivos simétricos ou assimétricos, alternados com faixas de movimentação dominantemente direcional. Tais estruturas estão pronunciadamente desenvolvidas na interface rochas supracrustais-granitóides. Mesoscopicamente as zonas de cisalhamento são caracterizadas pela foliação milonítica, paralela ou em ligeira obliqüidade ao bandamento composicional. Outras estruturas são representadas por duplexes internos, bandas de cisalhamento, lentes de rochas menos deformadas e clivagem extensional do tipo "C'" (clivagem de crenulação), além de zonas de cisalhamento rúptil-dúctil marcadas por estruturas de dilatação. Uma forte trama linear é definida por bastões e barras de quartzo, eixos de agregados elípticos de minerais e minerais placóides alongados e alinhados. A rotação dextral associada é facilmente deduzida a partir de vários critérios cinemáticos. Os estudos de microtrama sugerem que a deformação foi acomodada principalmente por plasticidade cristalina e as tramas de forma e cristalográficas corroboram o sentido de movimentação dextral. Apenas os feixes de zonas de cisalhamento de direção N55W têm movimentação sinistral. Esse conjunto de estruturas é atribuído à atuação de um binário dextral orientado preferencialmente na direção N20E, de modo que as zonas de cisalhamento N10-20E, N45E, N25W e N55W são interpretadas como feições do tipo Y, R, P e R', respectivamente. A evolução da área no Arqueano-Proterozóico Inferior envolveu provavelmente colisão oblíqua entre massas continentais, resultando no soerguimento de rochas granulíticas, seguida de transtensão que originou várias bacias onde se instalaram as rochas supracrustais do Grupo Riachão do Ouro, sendo acompanhada de ascensão dos granitóides da Suíte Serra do Boqueirão. A progressão da deformação é expressa através de transpressão materializada pelas zonas de cisalhamento dúctil e transformações minerais e hidrotermais. O Proterozóico Médio a Superior é representado pelo Grupo Bambuí, o qual compreende ardósias, metassiltitos e filitos, com intercalações de calcários. Como estruturas tectógenas, ligadas à inversão da- Bacia do São Francisco no Proterozóico Superior, destacam-se os cavalgamentos oblíquos submeridianos e as rampas laterais NE-SW. Durante o Mesozóico, depositou-se o pacote de sedimentos da Formação Urucuia (Cretáceo Superior), caracterizado por três litofácies, a saber: (i) fácies conglomerática, que representa pavimentos residuais de deflação eólica e, em parte, acumulações interdunares e "wadi fans" ligados a drenagem intermitente; (ii) fácies arenosa com estratificação cruzada de grande porte, constituída de ortoquartzito e arcóseos/subarcóseos que representam acumulações arenosas eólicas; e (iii) fácies silex estratificado, com estratificação ondulada e irregular, que representa depósitos químicos lacustrinos. A bacia Alto Sanfranciscana, que acolheu esses sedimentos na região estudada, é um hemigráben, cuja arquitetura compreende uma carapaça, falhas normais sintéticas e antitéticas orientadas na direção geral NNW-SSE e falhas de transferência com direção NE-SW e de movimentação principalmente dextral. As falhas normais sintéticas formam um leque imbricado lístrico, mergulhando para E, desenvolvido a partir do colapso da lapa e ligado a um eixo extensional N50E. Durante o Cenozóico, no Terciário, houve a deposição de colúvios e alúvios que foram posteriormente lateritizados sob a forma de um perfil imaturo. No Quaternário instalou-se um sistema flúvio-lacustre. O sistema de drenagem ligado a bacia coletora dos rios Manoel Alves e Araguaia encontra-se fortemente adaptado a lineamentos NE-SW, cuja interação promoveu a edificação de cunhas e romboédros extensionais tipo "pull-apart", provavelmente relacionados à atuação de um binário dextral.Tese Acesso aberto (Open Access) A fragmentação do Gondwana na região meio-norte do Brasil durante o mesozóico(Universidade Federal do Pará, 2007-08-09) SOARES JÚNIOR, Adilson Viana; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286; 0141806217745286No final do Pré-Cambriano, os continentes Sulamericano, Africano, Indiano, Antártico e Australiano formavam um único e grande complexo continental chamado Gondwana. A partir do Mesozóico, este mega-continente passou a experimentar esforços extensionais em várias partes do seu interior, ocorrendo em várias escalas processos de soerguimentos regionais com ou sem vulcanismo associado, formação de junções tríplices e de rifteamentos em vários estágios. Estes eventos decorreram, na região meio-norte do Brasil, da Reativação Wealdeniana ou Evento Sul-Atlantiano que incidiram no interior e na borda da placa Sulamericana e foi acompanhado inicialmente por intenso magmatismo essencialmente básico, seguido pelo desenvolvimento de sistemas estruturais extensionais, tendo falhas normais lístricas ou planares como elementos fundamentais do arcabouço de cada bacia e envolvendo reativações de zonas de cisalhamento antigas no contexto da tectônica ressurgente. Estes processos foram materializados, a partir do Triássico, através de soerguimentos associados ao magmatismo em regiões de fraqueza do embasamento pré-cambriano e nas bacias paleozóicas instaladas. As áreas soerguidas foram intensamente erodidas e ocorreu a instalação de junções tríplices, com intenso vulcanismo intrusivo e explosivo associado. Estes eventos estão ligados à fragmentação do Pangea, formação do Oceano Atlântico Central e individualização dos supercontinentes Laurásia e Gondwana. O braço do Atlântico Central na América do Sul evoluiu para os estágios iniciais de rifteamento nas bacias da Foz do Amazonas e vulcanismo na Bacia do Parnaíba durante o Triássico e Jurássico. Este evento de rifteamento perdeu intensidade na região e migrou para o Caribe, separando a América do Norte da América do Sul. A partir do início do Cretáceo (final do Barremiano e início do Aptiano), nova fase de rifteamento surgiu na região, agora sem vínculo com o Atlântico Central. Houve a ampliação das bacias da Foz do Amazonas, formação da Bacia de Marajó e início de nova fase de soerguimento e vulcanismo seguido de rifteamento na região do Arco Ferrer-Urbano Santos, Bacia do Parnaíba, formação do Sistema de Grábens Gurupi (Bacias de Bragança-Viseu, São Luís e Ilha Nova) e Bacia do Grajaú. Neste processo, dois eventos distintos ocorreram, um de rifteamento com os estágios iniciais de formação das Bacias de Bragança-Viseu e Ilha Nova, e outro de subsidência termal, com a formação da Bacia de São Luís e Bacia de Grajaú, separados por curto intervalo de tempo. Estas bacias sofreram rápido processo de evolução, com registro de vários ambientes sedimentares, desde o fluvial, lacustre até ingressões marinhas. No Eocretáceo, o processo de ampliação da Bacia da Foz do Amazonas continuou e avançou para SE, resultando na formação das bacias do Pará-Maranhão e Barreirinhas no início do Albiano. Este evento iniciou a formação do Oceano Atlântico Equatorial, com ingressão marinha nas bacias do Pará-Maranhão e Barreirinhas, propiciando as entradas marinhas na bacias de São Luís e Ilha Nova e na Bacia de Grajaú, através de descontinuidades na região da Baía de São Marcos no Maranhão e colapso parcial do Arco Ferrer-Urbano Santos. No final do Eocretáceo, houve diminuição da movimentação nas Bacia de Marajó, parada na movimentação do Sistema de Grábens Gurupi e ruptura total dos continentes sulamericano e africano, com formação de crosta oceânica e margem passiva nas bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão e Barreirinhas. A partir do Neocretáceo, as margens leste da América do Sul e oeste da África assumiram a sua configuração atual, sofrendo atuação da deriva e posteriormente da Neotectônica.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia estrutural da Bacia do Marajó(Universidade Federal do Pará, 1994-12-01) CAHUANA VILLEGAS, Javier Marcelo; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geologia estrutural do Cinturão Araguaia e ao longo da seção compreendida entre as cidades de Marabá e Apinagés(Universidade Federal do Pará, 1994-08-05) LIMA, Jairo Bezerra de; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286Dissertação Acesso aberto (Open Access) Investigações tectônicas no embasamento da sub-bacia do Jandiatuba (bacia do Solimões)(Universidade Federal do Pará, 1995-08-10) VEGA SACASA, Roberto de Jesus; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286Através deste trabalho buscou-se o entendimento do arcabouço estrutural da crosta continental da porção ocidental da Bacia do Solimões denominada de Sub-bacia do Jandiatuba. Com esse enfoque, caracterizou-se a natureza dos sistemas estruturais do embasamento e do intraembasamento da bacia com base na geometria e profundidade dos refletores. A análise das seções sísmicas convencionais, utilizadas na prospecção de petróleo, e de três versões de um perfil sísmico profundo, com registros de 15 a 19 segundos (tempo duplo), proporcionou a definição dos seguintes elementos estruturais. (a) falhas inversas no pacote sedimentar da sub-bacia do Jandiatuba; (b) zonas de falhas que mergulham seguindo um padrão na forma de rampas, podendo ser relacionadas a zonas de cisalhamento ou retroempurrões, sobretudo na crosta superior; (c) descolamentos que permeiam a crosta e se projetam na interfase crosta-manto; (d) imbricações nos intervalos médio e inferior da crosta dúctil expressos através de assinatura fortemente anastomótica; (e) “transparência” sísmica da crosta superior rúptil evidenciada pela ausência de refletores, além de lentes “transparentes” nos níveis crustais mais profundos; (f) a descontinuidade do Moho caracterizada por vários feixes anastomóticos de refletores, pela diferenciação de refletividade e pelo decréscimo de amplitude e freqüência no intervalo de 38 a 45 Km. A análise do acervo de resultados dos diferentes programas existentes nos vários continentes sobre sísmica de reflexão profunda (COCORP, BIRPS, DEKORP e ECORS), ajudou na interpretação do conjunto de refletores e foi fundamental para a comparação e correlação entre as diversas assinaturas sísmicas. A complexidade do quadro de assinaturas sísmicas desse segmento crustal da Amazônia foi relacionado principalmente com a geometria de sistemas estruturais de cinturões de cavalgamento e transcorrentes, assim como de bacias extensionais. Em outras palavras, identificaram-se arranjos sísmicos decorrentes da atuação de regimes compressivo, direcional e extensional. O arcabouço estrutural definido foi discutido através de três modelos que consideram compressão e imbricação no Pré-Cambriano, distensão no início do Paleozóico e transpressão no Jurássico. Portanto, a região da sub-bacia do Jandiatuba corresponde a um segmento crustal que experimentou pelo menos três movimentações tectônicas principais durante a sua evolução geotectônica.Tese Acesso aberto (Open Access) Metodologia de interpretação radargeológica: exemplo da sinéclise do Parnaíba e de seu embasamento(Universidade Federal do Pará, 1995-09-29) LIMA, Mário Ivan Cardoso de; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286Desenvolve-se nesta tese o Método Sistemática de Elementos Radargráficos, inédito em termos mundiais, na interpretação geológica em imagens de Radar de Visada Lateral (Radargeologia), uma técnica de grande relevância no campo dos recursos naturais, tendo em vista ser a década de 90, a década do Radar. O Método Sistemática de Elementos Radargráficos (SER) revela de forma sistemática o roteiro metodológico adotado, quer através do texto, quer através de Figuras esquemáticas ou em imagens Radar de Visada Lateral (RVL), os elementos radargráficos (feições), auferidos em cinco diferentes estádios (etapas): Leitura, Reconhecimento, Identificação, Análise e Interpretação (stricto sensu). O Estádio Leitura visa lêr o significado dos elementos de imagem no terreno, objetivando entender seu significado; o Reconhecimento procura agrupá-los de acordo com a textura e tom radargráficos, a fim de obter zonas radargráficas homogéneas; o Identificação visa o estudo das formas de relevo em tais zonas, no que concerne a topo e pendente, como tambem o estudo dos padrões de drenagem, grau de dissecação e resistência à erosão; e o Análise estabelece as relações espacial e temporal das formas de relevo pesquisadas, através das feições lineares, planares e tabulares. De posse de tais informações, atinge-se o Estádio Interpretação, propriamente dito, no qual é possível a definição de litologias, estruturas circulares, descontinuidades, dobras e suas inter-relações, objetivando a execução do Mapa Radargeológico. Com efeito, selecionou-se uma área modelo para servir de paradigma aos diferentes estádios metodológicos acima reportados. Como um exemplo da aplicação do "Método Sistemática de Elementos Radargráficos", utilizou-se a região abrangida pela Sinéclise do Parnaíba e seu embasamento, com uma área em torno de 925 000 km2 , envolvendo principalmente os estados do Maranhão e Piauí, dispostos na região nordeste ocidental do território brasileiro. Tal exemplo visa enfatizar a aplicabilidade do sensoriamento remoto em terrenos sedimentares e seu embasamento metamórfico, haja vista a importância acadêmica e econômica que a mesma se reveste. Para a realização desta etapa utilizaram-se 52 mosaicos de imagem de Radar de Visada Lateral, escala 1:250 000, GEMS, banda X, resultando na definição de 39 unidades radargeológicas principais, com posicionamento temporal relativo, e 19 estruturas regionais e 30 locais, em que mais da metade são inéditas. Tais resultados estão expressos em texto explicativo e ilustrações, dentre os quais um Mapa Radargeológico na escala ao milionésimo, e um esboço estrutural na escala 1:2 000 000. Conclui-se pela potencialidades das imagens de Radar de Visada Lateral em mapeamentos geológicos, cujas dificuldades na definição dos elementos radargráficos (feições), devido principalmente a extensas sombras, encurtamento de pendentes, "layover" e efeitos paralaxe serão superados em Sistemas de Radar mais sofisticados (modo digital, estereoscopia, multifreqüência, diferentes ângulos de incidência, etc), a exemplo do SIR-C e RADARSAT . Finalmente, atestou-se a excelência do Método Sistemática de Elementos Radargráficos, em vista dos resultados alcançados no estudo da Sinéclise do Parnaíba e de seu embasamento, como seja: definição de unidades radargeológicas, as quais guardam estreita relação com as unidades litoestratigráficas já descritas na literatura; arcabouço estrutural com identificação de quase meia centena de morfoestruturas de caráter regional e local, em sua maioria inéditas; e perfeita correlação com mapas aeromagnéticos.Tese Acesso aberto (Open Access) Morfotectônica e evolução paleogeográfica da região da Calha do rio Amazonas(Universidade Federal do Pará, 1997-09-15) BEMERGUY, Ruth Léa; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286Esta tese constitui um exemplo intraplaca de aplicação do conceito atual da Geomorfologia Estrutural, que se traduz na caracterização das formas de relevo e dos padrões de drenagem em consonância com os elementos estruturais do quadro neotectônico da Amazônia. A concepção de neotectônica adotada é aquela que reúne dos vários conjuntos de estruturas, de seqüências sedimentares, de sistemas de relevo e de padrões e anomalias de drenagem desenvolvidos no Terciário Superior e no Quaternário. As discussões concentram-se na região da calha do Rio Amazonas, entre as cidades de Manaus e Belém, onde há amplas áreas de planície serpenteando entre áreas elevadas, além de enorme diversidade de padrões e anomalias de drenagem. O objetivo maior desta investigação é mostrar a relação entre as feições do complexo cenário geomorfológico com as estruturas decorrentes dos movimentos transcorrentes do Mioceno-Plioceno e do Pleistoceno Superior-Holoceno, que implica revisão dos modelos baseados em concepções estritamente morfoclimáticas ou em domínio de movimentos verticais. As dimensões das questões geomorfológicas selecionaram naturalmente os procedimentos da escala regional, os quais permitiram a individualização de seis compartimentos morfotectônicos com características próprias, a saber: Manaus-Nhamundá, Tupinambarana, Baixo-Tapajós; Comandaí, Gurupá e Marajoara. O Compartimento Manaus-Nhamundá é caracterizado por sistemas de serras e colinas com remanescentes de topo da superfície tabular erosiva que atingem cotas de até 200 m. Este relevo acha-se modelado nos sedimentos da formação Alter do Chão e é controlado por estruturas compressivas do Terciário Superior. O padrão de drenagem em treliça tem sentido de escoamento geral para sudeste e os rios principais são controlados por falhas normais NW-SE geradas no Quaternário. O Compartimento Tupinambarana tem a forma de um retângulo que se estende na direção NE-SW. Compreende baixos gradientes de relevo associados ao forte controle estrutural da drenagem registrado nos segmentos retos de rios, margens lineares de lagos e anomalias em arco e cotovelo decorrentes de lineamentos orientados na direção NE-SW que se ligam a outros menores de direção E-W. Os lineamentos de direções NE-SW e E-W foram interpretados como falhas transcorrentes dextrais e falhas normais, respectivamente; a movimentação principal desse evento foi atribuída ao Quaternário. O Compartimento Baixo Tapajós é caracterizado por relevos de cuestas, dômicos, vulcânicos e blocos soerguidos que representam relevos morto-estruturais em avançado estágio de erosão. O relevo e a drenagem são controlados por dois conjuntos de estruturas netoectônicas: as do Terciário Superior são representadas por dobras orientadas na direção NE-SW e ENE-WSW que impuseram o forte gradiente do relevo expresso por sistemas de serras com ampla distribuição areal, inclusive as cuestas e o domo de Monte Alegre e as estruturas do Quaternário são definidas por uma junção tríplice decorrente da propagação de falhas normais e transcorrentes. O Compartimento Comandai é composto por sistemas de serras na margem esquerda do rio Amazonas com expressivas variações morfológicas entalhadas pelo Rio Jarau e seus tributários, que a cortam transversalmente e refletem o padrão em treliça. A outra feição é dada por um conjunto de serras isoladas com topos tabulares nivelados a 300 m e entalhadas por vales encaixados, onde os cursos dos rios têm forte controle estrutural expresso por anomalias em arco e cotovelo. Na margem direita, o sistema colinoso constitui uma superfície tabular erosiva ao nível de 100 m, dissecada em escarpas curtas e retas, compondo o padrão de drenagem dendrítico-retangular. O controle do relevo e da drenagem e as anomalias do curso do Rio Amazonas são atribuídos ao ramo transcorrente da junção tríplice do Baixo Tapajós. Uma outra interpretação considera que as serras representariam testemunhos do Arco de Gurupá, portanto, associadas às falhas normais do Mesozóico. O Compartimento Gurupá tem como principal feição morfológica na Planície Amazônica, o arquipélago formado na foz do Rio Amazonas que imprime o padrão anastomótico ao seu curso. As ilhas são orientadas na direção NE-SW e têm formas retangulares. No continente o relevo é formado por interflúvios extensos e tabulares modelados nos arenitos da formação Alter do Chão, e do Grupo Barreiras. A drenagem é organizada no padrão subdendrítico. A atividade tectônica nesse compartimento é registrada desde o Mesozóico através de falhas transcorrentes dextrais de direção NE-SW, ao longo das quais se instalaram bacias "pull apart"; essa movimentação prosseguiu até o Terciário Superior. A paisagem atual também resultou da propagação de sistemas transcorrentes dextrais com as falhas mestras orientadas na direção NE-SW e as falhas normais de direção ENE-WSW. O Compartimento Marajoara inclui a Ilha de Marajó e parte da região nordeste do Estado do Pará, engloba feições típicas de estuário e esteve sujeita a movimentos tectônicos subsidentes desde o Mesozóico. No Terciário Superior formaram-se falhas normais de direção NW-SE, que controlaram a instalação da seqüência Pirabas-Barreiras, relacionadas a falhas transcorrrentes dextrais E-W. Essa movimentação transtensiva prosseguiu no Quaternário e responde pela morfologia do litoral. O desenvolvimento desses compartimentos não tem relação direta com a evolução das bordas norte e oeste da placa Sul-Americana, e sua abordagem pauta-se na deformação progressiva intraplaca através da Segunda metade do Cenozóico.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Neotectônica e morfogênese da região de Carolina (Ma, To), bacia do Paranaíba(Universidade Federal do Pará, 1996-10-05) BEZERRA, Pedro Edson Leal; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286O esclarecimento das características geométrico-cinemáticas das estruturas bem como da sua evolução paleo e neotectônica como base para o entendimento da morfogênese da aqui denominada Região de Carolina, foram os principais objetivos desta pesquisa. Esta região localiza-se entre os Paralelos 6°30' e 7°30'S e Meridianos 47°00' e 48°00' WGr., com 12.000 Km2 de área, envolvendo parte dos estados do Maranhão e Tocantins, dividida ao meio pelo rio Tocantins, sendo a cidade de Carolina, na porção Centro-Sul, o principal núcleo urbano. Geologicamente, insere-se totalmente nos domínios da Bacia do Parnaíba, e no mapa geológico (escala 1:250.000) encontram-se representadas as formações Pedra de Fogo (Permiano), Motuca (Permo-Triássico), Sambaíba (Triássico), a Formação Mosquito (Juro-Triássico), e rochas Intrusivas Básicas do início do Cretáceo. O Cenozóico inicia-se com as Coberturas Sedimentares Paleogênicas, seguidas por uma seqüência de leques aluviais da Formação Rio Farinha, aqui definida, de suposta idade miocênica. No Quaternário posicionam-se as Coberturas Sedimentares Pleistocênicas e as Aluviões Holocênicas. Dentre as estruturas investigadas o Cinturão Transcorrente Tianguá-Carolina compreende feixes de falhas transcorrentes dextrais orientadas N70-80E, que interagem com falhas normais neotectônicas de direção N40-60W, compondo um mosaico de romboedros transtensivos, localmente transpressivos, concretizados na paisagem sob a forma de altos e baixos estruturais. Secundariamente ocorrem falhas transcorrentes dextrais e sinistrais com direção N50- 60E. A deformação é caracterizada por cisalharnento simples e comportamento rúptil, sendo descritos e caracterizados quatro sistemas transcorrentes e duas zonas transtensivas. O Cinturão Distensivo Tocantins-Araguaia compreende feixes de falhas normais ou oblíquas dextrais e sinistrais de orientação submeridiana, evidenciando deformação por cisalhamento simples e comportamento rúptil, subdividido em três sistemas distensivos. Foram identificados dois ciclos ou eventos de erosão que constituíram superfícies de aplainamento de idades paleogênica e neogênica, respectivamente. O relacionamento das formas de relevo com as superfícies de aplainamento e o posicionamento desses conjuntos em relação aos cinturões transcorrente e distensivo compõem arranjos de relevo que permitiram que se compartimentasse a paisagem das áreas em processo de degradação em dois Domínios Morfoestniturais, três Regiões Geomorfológicas, oito Unidades Geomorfológicas compartimentadas nos Tipos de Modelados de aplainamento e dissecação, estes identificados pela forma do topo (tabular, convexo e aguçado) e pela intensidade do aprofundamento da drenagem. As áreas com relevos em processo de agradação corespondem ao Domínio das Planícies Aluvionares onde ocorre a Unidade Planície do Tocantins. Na evolução tectônica dessa região reconhecem-se três eventos cinemáticos. O primeiro caracteriza-se por deformação em regime extensional durante o Juro-Triássico, com σ1 - 63/S35W; σ2 - 10/N85W; σ3 - 16/N12E. No segundo evento ocorreu deformação em regime extensional durante o Cretáceo Inferior, com σ1 = 68/N52W; σ2 = 17/S12E; σ3 = 12/N73E. O terceiro evento é marcado por deformação em regime transcorrente a partir do Mioceno (Neotectônica). As orientações aproximadas dos tensores foram: σ1 = 3/S55E; σ2 = 85/N38E; σ3 = 6/S35W. O principais fatores responsáveis pelo modelamento das "Mesas de Carolina", são as falhas normais neotectônicas de direção N45-50W, desenvolvidas nas áreas transtensivas produzidas pela interação entre os feixes de falhas do Cinturão Transcorrente Tianguá-Carolina; as falhas normais do Cinturão Distensivo Tocantis-Araguaia, notadamente no lado oesta da área pesquisada; a dissecação estrutural da Superfície de Aplainamento Paleogênica ao longo dos citados feixes de falhas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Neotectônica na bacia de São Luís(Universidade Federal do Pará, 1996-02-12) FERREIRA JÚNIOR, Carlos Roberto Paranhos; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286As principais estruturas neotectônicas da bacia de São Luís são representadas por falhas transcorrentes dextrais de direção E-W e falhas normais de direções NW-SE e NNW-SSE . As falhas transcorrentes que definem o limite norte da bacia tem extensão superior a 150 km e ocupam uma faixa de mais de 70 km de largura, e controlam a orientação das rias voltadas para o Oceano Atlântico e o sistema de drenagem paralelo entre as cidades de Cururupu e Turiaçu; nesta região existe também um conjunto de colinas alongadas na direção das falhas. Em direção as partes centro-norte e oeste as falhas são realçadas por anomalias nos baixos cursos dos principais rios (Gurupi, Maracaçumé e Turiaçu). A essas falhas associa-se uma cinemática dominantemente dextral e definida, sobretudo, pelos deslocamentos nos segmentos de drenagens. As falhas transcorrentes do limite sul da bacia são definidas nas partes sul e sudeste da área, estendem-se para leste e ocupam uma faixa de aproximadamente de 70 km de largura; tais falhas são caracterizadas, sobretudo, por segmentos retos de drenagem e por anomalias em cotovelo ao longo do curso do rio Mearim. Nesta área dominam colinas com cotas de até 30 m, contudo, em direção a leste, prevalecem planícies fluviais com cotas inferiores a 10 m, retornando a ocorrência de colinas além do limite leste da área; esta alternância de áreas altas e baixas refletem movimentos transpressivos e transtensivos ao longo deste feixe, respectivamente. A cinemática dextral dessas falhas é também caracterizada pelo deslocamento de segmentos de drenagem. As falhas normais do limite nordeste da bacia controlam um conjunto de colinas alinhadas na direção NW-SE e com cotas de até 120 m, têm perfis planares e lístricos e acham-se inclinadas sistematicamente para SW. No perfil ao longo da estrada para o porto de Itaúna verifica-se que as falhas impõem rotações de até 45° nos sedimentos da Formação Itapecuru e do Grupo Barreiras, gerando uma estrutura do tipo roll-over segmentada em direção a SW; nesse caso, deduz-se que esse sistema de falhas evoluiu a partir do colapso da capa. Os hemigrabens acham-se preenchidos por depósitos de fluxo gravitacional, constituídos de blocos angulosos de crosta laterítica e de arenito ferruginoso imersos em matriz de areia grossa; esse quadro geométrico se repete até as adjacências da cidade de São Bento. O desnivelamento e a rotação dos blocos impuseram bloqueios nos principais rios (Turiaçu e Pericumã) desta região, resultando na formação de extensos lagos nas adjacências das cidades de Pinheiro e Santa Helena, bem como desativaram um sistema de rias que alcançava a parte sudoeste do município de Pinheiro. As falhas normais do limite sudoeste da bacia controlam conjuntos de colinas de até 85 m e alinhadas na direção NW-SE, têm perfis planares e mergulham sistematicamente para NE. A inclinação dos pacotes sedimentares da Formação Itapecuru para SW sugere que as falhas normais proporcionaram rotações nos blocos da ordem de 35º, contudo não há evidências de bloqueio no sistema de drenagem. Por outro lado, existem fortes anomalias no alto e médio cursos do rio Turiaçu e numerosos segmentos retos de drenagem. As falhas normais e transcorrentes descritas são afetadas por várias falhas trancorrentes orientadas na direção NE-SW, destacando-se as que controlam as baías de São Marcos, Cumã e Turiaçu. Algumas dessas falhas transcorrentes têm rejeito de mergulho normal. O arcabouço neotectônico da bacia de São Luís desenvolveu-se a partir da interação de feixes de falhas transcorrentes dextrais de direção E-W, com a componente transtensiva orientada na direção NE-SW. O lado NE experimentou taxa de movimentação mais elevada do que o lado SW e há indicações de que as falhas normais individualizaram-se progressivamente em direção ao centro da estrutura pull apart.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Organização lito-estrutural do duplex Salobo-Mirim Serra dos Carajás(Universidade Federal do Pará, 1990-06-06) SIQUEIRA, José Batista; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286O Grupo Salobo reúne uma sequência de rochas supracrustrais de natureza vulcano-sedimentar, implantada sobre um embasamento siálico, atrelado a evolução do Sistema Transcorrente Cinzento, que se situa imediatamente a norte do sistema transcorrente que proporcionou o estabelecimento do Grupo Grão-Pará. À macroestrutura da região abordada é formada por duas zonas de cisalhamento principais que convergem nos extremos leste e oeste, cuja interação define uma estrutura elítica assimétrica e alongada na direção WNW-ESE e por zonas de cisalhamento menores que convergem para as zonas principais, configurando assim o Duplex Salobo-Mirim. Localmente, essa estrutura elítica é deslocada e modificada por zonas transcorrentes com orientações NW-SE, NNE-SSW e NE-SW. Os litotipos que compõem o duplex tiveram suas assembléias mineralógicas equilibradas em condições térmicas de fácies anfibolito, num estágio de transpressão de cunho regional, seguidas por expressivo hidrotermalismo e transformações mineralógicas em condições térmicas de fácies xisto verde na progressão da transformação. Significativas mineralizações de bornita, calcocita e menos comumente calcopirita, com molibdenita, ouro e prata estão alojadas preferencialmente em formações ferríferas de fáceis silicatada, desfeitas em frações lenticularizadas. Biotita, almandina, fayalita e grunerita ocorrem em quantidades variáveis nessas formações ferríferas, além de magnetita. Esses sulfetos distribuem-se tanto em relações intragranulares nos minerais da ganga silicatada e magnetita, como foliações miloníticas S-C e fraturas R, R', P, T e Y=D, indicando a origem mista de tais fluidos mineralizantes. As informações obtidas permitem a visualização de dois modelos cinemáticos que explicam o quadro geológico-tectônico da região. São eles: sistema transcorrente sinistral, envolvendo transtensão inicial, transpressão, e transtensão final; e retrabalhamento de terrenos antigos em regime de transtensão.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Paleografia e evolução da paisagem do nordeste do estado do Pará e noroeste do Maranhão: cretáceo ao holoceno(Universidade Federal do Pará, 2002-02-28) SOARES JUNIOR, Adilson Viana; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286Este trabalho apresenta aspectos relativos à evolução estrutural e paleogeográfíca das regiões nordeste do Estado do Pará e noroeste do Estado do Maranhão, através da integração de dados estruturais, tectônicos, estratigráficos, sedimentológicos e paleontológicos. A Bacia de Marajó tem forma alongada na direção NW-SE e apresenta um pacote de rochas sedimentares depositado desde o Eocretáceo até o Recente, que compreende as seqüências pré, sin e pós-rifte. Estruturalmente, a Bacia de Marajó é caracterizada por falhas normais de direção NW-SE e falhas transcorrentes NE-SW e ENE-WSW, que limitam dois grandes compartimentos tectônicos denominados sub-bacias de Limoeiro e Cametá. A sudoeste da subbacia de Cametá há um alto do embasamento que a separa da sub-bacia de Mocajuba e ainda um feixe de falhas transcorrentes de direção NE-SW onde se desenvolveu a sub-bacia de Mexiana. O Sistema de Grábens Gurupi compreende as Bacias de Bragança-Viseu, São Luís e Ilha Nova, cujo preenchimento sedimentar é constituído por unidades litoestratigráficas do Cretáceo e do Terciário. A Bacia de Bragança-Viseu é caracterizada por dois grábens assimétricos de direção NW-SE separados por uma falha transcorrente: o Baixo de Caeté, localizado próximo à borda norte e o Baixo de Piriá, próximo ao limite sul. A Bacia de São Luís é constituída pelas sub-bacias de Maracaçumé, na região noroeste, Bacuri, na região nordeste, e Bequimão, a sudeste. A Bacia de Ilha Nova divide-se em dois meio-grábens separados por uma falha transcorrente: o meio-gráben oeste, com falhas antitéticas nas bordas sul e norte, e o meio-gráben leste com falhas antitéticas apenas na borda norte. A Bacia de Grajaú é uma estrutura extensional do Cretáceo, instalada pela tectônica ativa durante a abertura do Atlântico Equatorial, mediante reativação parcial da arquitetura da Bacia do Pamaíba, com estratigrafia composta pelas formações Grajaú, Codó e Itapecurú e geometria constituída por falhas planares normais N-S, com mergulho para oeste, articuladas através de falhas transcorrentes NE-SW, que funcionaram como falhas de transferência, conformando uma bacia composta por vários segmentos extensionais alongados na direção NE-SW. O Arco de Gurupá possui direção NW-SE e é o elemento estrutural que limita a Bacia do Amazonas da Bacia de Marajó, formado pela tectônica distensiva que originou a Bacia de Marajó, através de soerguimento por alívio de carga e por rotações nas adjacências do arco, associadas às falhas lístricas. 2 O Marajó Setentrional compreende a região entre a ombreira nordeste da Bacia de Marajó e a Plataforma de Ilha de Santana e é caracterizado por estruturas neotectônicas (falhas transcorrentes NE-SW), como as que controlam a frente de Belém e que capturaram o baixo curso do Rio Tocantins para a direção NE no Quaternário. O Arco de Tocantins é a feição estrutural positiva que separa a Bacia de Marajó da Bacia de Grajaú, funcionando como uma região transpressiva que articulou estas bacias. O Arco de Gurupi é a feição estrutural positiva que separa as bacias de Bragança-Viseu e São Luís, alinhado na direção NNE-SSW, que funcionou como área de acomodação no Cretáceo. O Arco Ferrer-Urbano Santos é a feição estrutural positiva de direção E-W que limita as bacias São Luís e Grajaú. Foi formado no Cretáceo, com eixo de soerguimento migrando para sul com o tempo. O colapso parcial deste arco formou a Bacia de São Luís. A Serra do Tiracambu formou-se através da inversão da Bacia de Grajaú, desde o Paleogeno, após a calmaria tectônica que originou o perfil laterítico maturo, através de dois pulsos de inversão (transpressão e transtensão) decorrentes da propagação de sistemas transcorrentes dextrais E-W. A Serra do Estrondo está relacionada a falhas normais N-S, interpretadas como derivadas de reativação durante o evento extensional do Cretáceo-Eoterciário e que controlam fortemente o curso dos rios Araguaia e Tocantins. As regiões nordeste do Estado do Pará e noroeste Estado do Maranhão vêm sofrendo atuação de tectônica transcorrente desde pelo menos o Jurássico, com a formação do Atlântico Norte, cujo resultado na Placa Sul-Americana, entre outros, foi a formação da Bacia de Marajó e processos tectônicos associados, como a formação do Arco de Gurupá. No Eocretáceo, houve o início da formação do Atlântico Equatorial, também sob regime transtensivo, com a formação do Sistema de Grábens Gurupi e das bacias costeiras, como Foz do Amazonas, Pará-Maranhão e Barreirinhas. A partir do Mioceno, houve o início da interação intraplaca, sob regime tectônico transcorrente dextral, com falhas de direção preferencial E-W e formação de várias bacias, como a que abrigou os sedimentos da Formação Pirabas e Grupo Barreiras, assim como inversão de bacias e de relevo, materializado, por exemplo, pela Serra do Tiracambu.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Tectônica cenozóica e movimentação salífera na Bacia do Amazonas e suas relações com a geodinâmica nas placas da América do Sul, Caribe, Cocos e Nazca(Universidade Federal do Pará, 2002-09-13) COSTA, Antônio Roberto Almeida; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286Esta pesquisa, baseada em interpretações de seções sísmicas, trata dos eventos tectônicos e do movimento de sal (halotectônica) que ocorreu na Bacia de Amazonas durante o Cenozóico. As estruturas principais foram comparadas com as assinaturas tectônicas das bacias do Solimões, Acre e Tacutu como subsídio para o entendimento da cinemática dos eventos que afetaram o preenchimento dessas bacias. As bacias do Amazonas, Solimões, Acre e Tacutu e algumas partes da Placa Sul-Americana foram submetidas à ação de esforços intraplaca durante o Cenozóico. A partir dos dados do Norte dos Andes e do Caribe, incluindo a porção norte da Placa Sul-Americana, e modelos cinemáticos disponíveis alcançou-se a integração do campo de stress que originou os principais elementos tectônicos que afetaram as bacias sedimentares da região Amazônica, especialmente a parte ocidental da Bacia do Amazonas. Do Mioceno Superior ao Holoceno, o norte dos Andes alcançou sua configuração atual. O Mioceno Superior corresponde ao começo do soerguimento do nordeste dos Andes e representa a mais dinâmica das fases tectônicas do Mioceno. As principais feições de relevo da Cadeia Andina foram desenvolvidas durante o Mioceno e poucas mudanças ocorreram desde então. O padrão estrutural complexo da parte norte da América Sul está relacionado ao stress oblíquo compressivo na margem da placa que impôs deformação nos sistemas convergentes do Cretaceo e Paleoceno, quando a América do Sul foi deslocada de encontro às placas do Caribe e de Nazca. Os dados de campo de stress intraplaca da porção setentrional da América do Sul ainda são poucos para suportar a melhor caracterização do padrão regional desta longa e vasta área, que é marcada por um contexto geotectônico diversificado e complexo. O campo de stress intraplaca parece ser o resultado da ação de forças locais e regionais na litosfera. Os padrões de stress localizados podem ser devidos às heterogeneidades estruturais, ao aumento e à redução da carga crustal e às anomalias térmicas da astenosfera. As forças regionais são mais uniformes e diretamente relacionadas às forças que movem as placas (driving forces), como: a força devido à expansão do assoalho oceânico (ridge-push); à flutuação negativa da placa submetida a subducção e forças de cisalhamento viscoso no limite da litosfera e astenosfera. O evento tectonico Juruá foi a mais importante deformação mesozóica que afetou as bacias paleozóicas do Solimões e do Amazonas. As estruturas transpressivas geradas durante este evento são aquelas reveladas como armadilhas para petróleo, principalmente na Bacia do Solimões. A partir da interpretação sísmica da Bacia do Amazonas, demonstrou-se uma importante variação de estilos estruturais de região para região. Algumas áreas mostram deformação fraca enquanto outras são caracterizadas por estruturas complexas. Com base nesses critérios, a bacia foi dividida em três domínios estruturais, identificados como domínios Norte, Sul e Central e compreendem 8 (oito) setores estruturais. O Domínio Norte inclui os seguintes setores: Rio Negro-Trombetas e Rio Curuá; o Domínio Sul compreende os setores do Rio de Canumã, Rio Mamuru e Rio Cupari; e o Domínio Central inclui os setores Rio Madeira, Rio Abacaxis-Tapajós e Rio Jurupari. Dois eventos tectônicos foram caracterizados a partir das interpretações sísmicas da Bacia de Amazonas. O primeiro foi caracterizado somente na área da Plataforma de Manaus. O segundo é provavelmente do Plioceno e é caracterizado por dobras suaves e blocos falhados relacionados ao sistema transpressivo que afeta as seqüências pós-paleozóica. A diversidade maior e a complexidade estrutural foram identificadas ao longo do setor Rio de Abacaxis-Tapajós, entre o domínio da Calha Central e as linhas que limitam os domínios do Flanco Norte e do Flanco Sul. É também nesta área que ocorrem as mais importantes feições halotectônicas, como as almofadas de sal. O desenvolvimento dessas feições é controlado principalmente pelos eventos tectônicos transcorrentes do Cenozóico que causaram a reativação de zonas dúcteis antigas e originaram falhas que cortam a Bacia do Amazonas nas direções NE-SW e NW-SE; maiores espessuras das camadas de halita que ocorrem nesta região; instabilidade gravitacional devido à carga diferencial causada pelas soleiras de diabásio; e pelos mergulhos acentuados das camadas. A halotectônica pode ter controlado o desenvolvimento de algumas feições de relevo e parte do sistema de drenagem da Bacia do Amazonas. As dobras irregulares e complexas na seqüência evaporítica da Formação Nova Olinda resultaram do comportamento de alta plasticidade e mobilidade tectônica das camadas de sal. Freqüentemente o intervalo sísmico abaixo da seqüência que contem halita não está deformado. Mas uma vez deformado, possui estilos estruturais diferentes daqueles do intervalo que contém halita. Os estilos estruturais nas áreas de plataforma (Manaus e Abacaxis-Mamuru) mostram características geométricas (transpressivas e transtensivas) mais simples quando comparadas com as estruturas mais complexas que ocorrem na área do Domínio da Calha Central que foram originadas sob regime de deformação mais plástico devido o maior volume de halita. As falhas transcorrentes geralmente originam efeitos estruturais complexos nas seções geológicas de algumas bacias que resultam em dificuldade para interpretação dos dados sísmicos. As complexidades estão relacionadas à natureza do mecanismo do falhamento transcorrente. O fluxo de sal ao longo das zonas trancorrentes segue os rejeitos em direção ao topo, resultando em dobras irregulares quando a espessura do sal aumenta. Portanto, quando a seqüência que contém camadas de sal é submetida a falhamento transcorrente a geometria das estruturas é normalmente complexa. Isto pode ser explicado devido ao comportamento plástico do sal que atua como uma camada onde os esforços transcorrentes são atenuados, impedindo a propagação do falhamento para as seqüências mais superiores. Na Bacia do Amazonas é clara esta relação entre as feições halotectônicas e os falhamentos transcorrentes cenozóicos. As interpretações sísmicas nesta pesquisa não são suficientes para identificar as estruturas relacionadas aos eventos do Quaternário, mas os dados geológicos e a informação da solução de mecanismo focal de terremotos e breakouts indicam que a Bacia do Amazonas tem permanecido ativa no Quaternário. Portanto, é possível que tenha ocorrido halotectônica durante o Quaternário.
