Teses em Geologia e Geoquímica (Doutorado) - PPGG/IG
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/6341
O Doutorado Acadêmico pertence ao Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Teses em Geologia e Geoquímica (Doutorado) - PPGG/IG por Orientadores "ASP NETO, Nils Edvin"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Hidrodinâmica, transporte e proveniência sedimentar no baixo rio xingu e sua importância como “Tidal River” amazônico(Universidade Federal do Pará, 2022-07-14) MEDEIROS FILHO, Lucio Cardoso de; LAFON, Jean Michel; http://lattes.cnpq.br/4507815620234645; ASP NETO, Nils Edvin; http://lattes.cnpq.br/7113886150130994Está pesquisa é fundamentada na investigação dos processos (geológicos e hidrodinâmicos) que regem a evolução recente de um grande tributário do baixo Amazonas, o rio Xingu. O intuito foi investigar a evolução sedimentar e fluxos hidrológicos, a partir de dados já consolidados sobre o preenchimento de sua ria e como tem se estabelecido seus padrões de transporte e aprisionamento de sedimentos, seus efeitos sazonais e de maré, além compreender o papel do rio Amazonas como regulador na dinâmica de seu afluente. Medições hidrodinâmicas de vazão, velocidade e nível d’água juntamente com amostras de sedimentos de fundo e MPS foram coletados em 3 períodos anuais (fevereiro, junho e novembro). Os resultados deram subsídios para investigação da interação Xingu-Amazonas e a evolução da morfologia de fundo do baixo Xingu. Os resultados sugerem um enchimento da ria tanto pelo próprio rio Xingu, formando um proeminente delta de cabeceira, quanto pelo rio Amazonas, onde as variações das marés transportam sedimentos a montante no rio Xingu. Por outro lado, grandes áreas na parte central da ria indicam uma sedimentação lamosa. A geoquímica elementar permitiu traçar parte da história dos sedimentos e rochas de origem, juntamente com a análise dos elementos imóveis (Al, Ti, Zr, Hf, Th) e dos elementos terras raras (ETR) por serem pouco fracionados durante os processos de intemperismo e concentram-se nos sedimentos de fundo em detrimento da fração dissolvida dos rios. Os depósitos preservados no baixo rio Xingu, além de drenar regiões cratônicas em zonas mais elevadas, ratificam que o material de fundo é derivado de fontes heterogêneas com composições predominantemente ígnea intermediaria e que foram submetidos a importante reciclagem durante o transporte fluvial. A modelagem hidrodinâmica permitiu apontar a descarga fluvial como forçante mais relevante para dinâmica de deposição lamosa na ria do Xingu. A partir de um modelo numérico foi possível extrapolar a dinâmica de fluxo e transporte para além das fronteiras abertas, ou seja, a porção central da ria, elucidando o mecanismo de interação entre a descarga fluvial e maré e a dinâmica sedimentar associada. A determinação das amplitudes e fases das componentes de maré, sejam as de origem puramente astronômico ou decorrentes de águas rasas, assim como do nível médio e a descarga horária mostraram-se fundamentais para o entendimento dos processos regentes.Tese Acesso aberto (Open Access) A pluma do rio Amazonas: fonte: dinâmica e transporte de sedimentos para estuários e manguezais do litoral leste amazônico.(Universidade Federal do Pará, 2024-06-14) SILVA, Ariane Maria Marques da; ASP NETO, Nils Edvin; http://lattes.cnpq.br/7113886150130994; https://orcid.org/0000-0002-6468-6158O setor sudeste da Zona Costeira Amazônica (Southeastern Amazon Coastal Zone – SACZ) inclui a mais extensa faixa contínua de manguezais do mundo, com mais de 20 estuários de macromarés. Nessa área, um grande volume de sedimentos finos tem se depositado durante o Holoceno, porém, sabe-se que os rios locais são de água preta, transportando pequenas quantidades de sedimentos em suspensão. Desta forma, nos últimos anos, surgiram questionamentos relacionados às principais fontes e os mecanismos de transporte de sedimentos finos para os estuários e para o desenvolvimento dos manguezais na região. Recentemente, foi evidenciada a existência de uma fonte offshore de sedimentos lamosos para os manguezais. Por sua proximidade, o rio Amazonas tem sido visto como o provável fornecedor de sedimentos, com uma vazão média de 170x103 m3.s-1 e concentração de sedimentos em suspensão de ~80 mg.L-1, o que representaria uma fonte praticamente inexaurível de lama tanto para os estuários quanto para os manguezais. Porém, a proveniência e processos de transporte pelos quais a lama do Amazonas alcançaria a SACZ, propiciando a grande progradação dos manguezais, não são ainda completamente compreendidos, uma vez que, a pluma do Amazonas é principalmente derivada para noroeste. Neste sentido, a constituição sedimentar da plataforma interna e seu retrabalhamento precisam ser também avaliados, bem como a possibilidade de suprimento de lamas a leste da região de estudo. O presente estudo visou a integração e complementação de esforços acerca da dinâmica de sedimentos nos estuários (Mocajuba, Caeté e Gurupi) e manguezais da SACZ, combinando estudos na plataforma continental interna. Para tal, ferramentas e abordagens da hidrodinâmica, sedimentologia e biogeoquímica foram utilizadas para a identificação e entendimento das fontes e mecanismos de transporte de sedimentos lamosos para o setor, compondo um gradiente de distância da foz do rio Amazonas, bem como uma escala de dimensões das bacias hidrográficas locais. O estuário do rio Mocajuba apresenta aspectos bastante peculiares quanto a morfologia e hidrodinâmica. A morfologia do estuário é fortemente influenciada pela evolução estrutural e pelas falhas causadas pelos eventos neotectônicos desde o Neógeno, resultando em áreas profundas e retilíneas nas porções inferior e média do estuário. A maré se propaga estuário adentro sem sofrer significativas deformações, resultado da combinação entre a morfologia herdada e a hidrodinâmica. A salinidade apresentou maiores valores durante os períodos secos, enquanto a concentração de sedimentos em suspensão foi maior durante os períodos chuvosos. A circulação estuarina no Mocajuba é similar aos fiordes, devido a profundidade, porém, sem estratificação de salinidade. Não houve formação da zona de turbidez máxima estuarina devido às áreas de alta profundidade, baixas velocidades de corrente e baixa concentração de sedimentos em suspensão. No entanto, em ambos os períodos, uma “cunha turva” foi observada perto da foz do estuário, evidenciando a influência da pluma do rio Amazonas. O estuário do rio Caeté é classificado como planície costeira, dominado por marés, com regime semidiurno e consideráveis variações durante as fases de sizígia e quadratura. Do ponto de vista científico, este é um dos estuários mais conhecidos da SACZ, com trabalhos abrangendo áreas da geologia, geomorfologia, hidrodinâmica, sedimentologia, geoquímica, biogeoquímica, ecologia em geral, dentre outras áreas. Para a presente Tese, o estuário do Caeté foi considerado um “estuário modelo” devido a localização geográfica (em relação às distâncias da foz do rio Amazonas e dos estuários dos rios Mocajuba e Gurupi), o tamanho da bacia hidrográfica e os dados disponíveis em artigos científicos que comprovam a influência de uma fonte externa de sedimentos finos. O Gurupi é um típico estuário de planície costeira, raso, em formato de funil, dominado por maré, porém, parcialmente misturado. A salinidade e concentração de sedimentos em suspensão foram maiores na foz e diminuíram a montante. A zona de turbidez máxima estuarina foi observada em ambas as estações, porém, o aumento da descarga fluvial atenuou e deslocou essa zona em direção ao mar. A maré se propagou assimetricamente, com efeito hipersíncrono próximo à foz, sendo atenuado a montante. No que se refere a matéria orgânica sedimentar, os dados evidenciaram que as amostras estuarinas apresentam valores de δ13C mais negativos, como resultado da maior influência terrestre e dos manguezais. Os valores de δ13C das amostras coletadas na plataforma interna apresentaram valores menos negativos, indicando mistura entre as fontes de carbono marinha e manguezais. Além disso, os resultados evidenciaram que o tamanho da bacia de drenagem dos rios locais também é um fator relevante na dinâmica de matéria orgânica. O rio Gurupi, por exemplo, é grande o suficiente para contribuir com sedimentos orgânicos e terrígenos para o estuário e para plataforma interna. Em síntese, os estuários da SACZ são caracterizados pelo regime de macromarés, sujeitos aos aspectos particulares da geologia, geomorfologia e do rio local. No estuário do Mocajuba, a morfologia herdada apresentou forte influência nos processos hidrodinâmicos e sedimentares. Por outro lado, no estuário do Gurupi, a elevada vazão fluvial teve papel fundamental na dinâmica estuarina.
