Dissertações em Psicologia (Mestrado) - PPGP/IFCH
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2330
O Mestrado Acadêmico iniciou-se em 2005 e pertence ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP) do Instituto de Filosofia de Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Dissertações em Psicologia (Mestrado) - PPGP/IFCH por Orientadores "ALVARENGA, Eric Campos"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) “Gordura não é coisa de macho”: reverberações da gordofobia nas masculinidades de homens gordos(Universidade Federal do Pará, 2024-04-03) MODESTO, Lucas de Almeida; LIMA, Maria Lúcia Chaves; http://lattes.cnpq.br/2883065146680171; ALVARENGA, Eric Campos; http://lattes.cnpq.br/5734378044087055; https://orcid.org/0000-0002-1803-2356A gordofobia é uma forma de violência interseccional, estrutural, cultural e institucionalizada que atinge pessoas gordas, discriminando e hostilizando seus corpos. Está presente em diversos cenários e ancora-se em saberes patologizantes, historicamente determinados, utilizando-se de discursos de saúde e beleza na mídia, na indústria de cosméticos, fármacos e procedimentos que podem “curar” um corpo que foi “adoecido” pelo estigma social causado por este suposto saber. Elenca-se que a maioria das produções que questionam a gordofobia foram produzidas por e sobre mulheres gordas, havendo assim a necessidade de incluir o público masculino neste debate, uma vez que estes também são atravessados de distintas formas pela gordofobia. Uma dessas formas é no aspecto da masculinidade, considerando as formas plurais que homens são subjetivados no Brasil. Investiguei como esses processos podem ser gordofóbicos, tendo em vista, que a “masculinidade hegemônica” tem um padrão de corpo atlético e musculoso, sendo para esta a gordura um atributo de feminilidade. Dessa forma, homens gordos passam a ter sua masculinidade colocada à prova por possuírem em excesso o que o “homem de sucesso” busca eliminar”. Utilizo uma epistemologia de autores(as) que estudam as masculinidades de forma plural e sob viés feminista e lanço mão dos estudos transdisciplinares das corporalidades gordas. Neste sentido, este trabalho tem por objetivo analisar como a gordofobia afeta as masculinidades de homens gordos na região metropolitana de Belém. Trata-se de uma pesquisa de campo, com abordagem qualitativa que através de entrevistas semiestruturadas visa produzir informações que possam ser analisadas a partir da análise de conteúdo, a fim alcançar os objetivos propostos. Participaram da pesquisa 9 homens com idades entre 20 e 37 anos. A partir da análise de conteúdo surgiram três categorias, tais quais: “É mais fácil falar sobre ser gordo do que sobre ser homem” onde discuto acerca dos processos de subjetivação dos homens gordos a partir do corpo, dos esportes e da cisheterossexualidade compulsória; “É basicamente igual roupa, pode não ser a que você gosta, mas você tem que levar”, em que trato a respeito do preterimento amoroso e da fetichização que homens gordos vivenciam devido à gordofobia e “É o meu corpo, é o que eu tenho!” em que disserto sobre as formas de sofrimento e enfrentamento vivenciadas por homens gordos. Por fim, esta pesquisa se propõe a suscitar em homens gordos a necessidade de unir-se às discussões e ao movimento antigordofobia, ademais, também elucida a necessidade de pesquisas futuras com homens gordos cisheterossexuais, visto que somente um dos participantes se identifica dessa forma, assim algumas questões não puderam ser alcançadas sobre essa especificidade, mas salientaram possíveis idiossincrasias.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Missão principal: mulheres desenvolvedoras de jogos eletrônicos e o combate à violência de gênero(Universidade Federal do Pará, 2024-02-29) MELO, Renata Christine da Silva; ALVARENGA, Eric Campos; http://lattes.cnpq.br/5734378044087055; https://orcid.org/0000-0002-1803-2356Este trabalho objetivou explorar mulheres brasileiras desenvolvedoras de jogos eletrônicos, as experiências hostis vivenciadas no trabalho e as estratégias de enfrentamento utilizadas por elas para lidar com a violência de gênero nesse meio. A metodologia baseia-se na abordagem qualitativa de pesquisa, do tipo exploratória, com levantamento por meio de entrevista online individual com 10 participantes e a análise se deu a partir das propostas das práticas discursivas e produção de sentidos de Spink (2010). Os resultados apontaram que as mulheres gamedevs desse estudo seguem um perfil conforme o panorama da indústria, elas são majoritariamente brancas, habitam principalmente a região sudeste do Brasil e a maioria delas são dos setores de produção ou artes. Todas elas experienciaram violência de gênero de alguma forma – discriminação, assédios, microagressões – durante a carreira, proveniente de chefes ou colegas de trabalho. Para enfrentar e se ajustar a esse cenário adverso, elas utilizam estratégias de sobrevivência ligadas ao esforço de normalizar violências ou proteção (silenciar, recusar e evitar, adaptar o trabalho, rede de apoio...), e outras estratégias estão mais relacionadas com resistência e mudanças (falar e se impor, terapia, rede de apoio entre mulheres, gerenciamento consciente...). Elas também enfatizaram a necessidade de ações modificadoras individuais (pessoas, homens) e coletivas (instituições de ensino, empresas, mídias/redes sociais) que devem ser tomadas pela indústria com foco no incentivo, acolhimento e permanência de meninas e mulheres nas tecnologias e desenvolvimento, bem como no aumento da participação delas em posições de tomada de decisão (CEO) e na educação de homens e comunidade dev para conscientização de privilégios e preconceitos. Por fim, espera-se que esse estudo contribua para ampliar a nossa compreensão sobre gênero, trabalho, desenvolvimento de jogos e estratégias de enfrentamento, mas principalmente, para incentivar futuras pesquisas, projetos e ações que foquem em soluções para que esse cenário se torne mais inclusivo e adequado para grupos sub-representados.
