Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas - PPGECM/IEMCI
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2290
O Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas (PPGECM) faz parte das atividades do Instituto de Educação Matemática e Científica (IEMCI), antigo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação Matemática e Científica (NPADC) da Universidade Federal do Pará (UFPA). O PPGECM visa oferecer aos graduados e formadores de professores das áreas de Ciências (Física, Química e Biologia), Matemática, Educação Ambiental e áreas afins, oportunidade de estudos e pesquisas sobre os fundamentos atuais do ensino e pesquisa na área de Ensino de Ciências e Matemáticas (Área 46 da CAPES).
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas - PPGECM/IEMCI por Orientadores "ALVES, José Jerônimo de Alencar"
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Tese Acesso aberto (Open Access) 1963: educação, ciência e redenção econômica em uma capital na periferia da modernidade: a Escola de Chimica Industrial na Belém dos anos 1920(Universidade Federal do Pará, 2016-03-23) MACHADO, Jorge Ricardo Coutinho; ALVES, José Jerônimo de Alencar; http://lattes.cnpq.br/9586790409626243Nos anos1920, em Belém do Pará, comerciantes e cientistas uniram-se, mediante negociações e acordos de interesses, na criação de um laboratório de análises com o objetivo de pesquisar produtos naturais amazônicos capazes de serem utilizados na indústria e, com isso, inaugurarem um novo ciclo de prosperidade econômica após o fim do chamado “ciclo do látex” (belle époque amazônica). O laboratório de análises, simultaneamente tornou-se um laboratório-escola para formação de químicos, de acordo com um modelo formativo inaugurado anteriormente na Europa e que modelou, daí em diante, todos os sistemas formativos de profissionais da Química. Desse laboratório-escola (que existiu de 1922 a 1930) egressaram nove químicos industriais e um Boletim Científico com o resultado das pesquisas produzidas na instituição. Essa narrativa desdobra-se nos capítulos deste estudo, onde são desenvolvidos relatos mais detalhados sobre os atores (agentes humanos e não-humanos) que participam, em rede, dessa história: O contexto amazônico com seus produtos naturais e a cidade de Belém do Pará, capital na periferia da modernidade; A química, ciência moderna em expansão pelo mundo; Diplomatas, políticos, comerciantes, estudantes de química e cientistas-professores. As análises realizadas amparam-se principalmente na Sociologia da Tradução, instrumental teórico que permite mapear de forma inseparável os elementos reunidos nessa rede, para cuja tessitura concorrem igualmente aqueles oriundos da natureza e aqueles da sociedade, sem assimetrias. As conclusões permitem constatar a fertilidade da abordagem (os Estudos Sociais Sobre Ciência e Tecnologia) na construção de narrativas sobre objetos que, embora já estudados pela historiografia tradicional, vinham sendo tratados assimetricamente, sem dar voz com igual eloquência a cientistas, produtos naturais amazônicos, políticos e comerciantes, resultando quase sempre em hagiografias ou em narrativas conduzidas pela flecha positiva do progresso e do avanço de um “passado errado” para um “futuro correto”. Espera-se que narrativas como esta, escritas com apoio na Sociologia da Tradução, possam lançar novas luzes sobre a história da expansão das ciências naturais na Amazônia, explicitando não uma história de vencedores (ou da ocupação de um “vazio epistemológico”), mas aquela onde seja possível perceber-se a ciência em ação, com todas as negociações, hesitações, convicções, reveses e recalcitrâncias típicas de um campo de vida em aberto, onde razão e paixão; saber e poder entrelaçam-se inseparavelmente.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Ciências naturais no ensino profissional do Pará: : Instituto de Educando Artífices e Instituto Lauro Sodré (1870/1901)(Universidade Federal do Pará, 2019-04-04) TEIXEIRA, Kelúbia Soares; ALVES, José Jerônimo de Alencar; http://lattes.cnpq.br/9586790409626243O objetivo desta pesquisa é analisar o processo de inserção das Ciências Naturais no currículo do primeiro Instituto de Formação Profissional de Belém do Pará, Brasil, no período de 1870 a 1897 – quando funcionou como Instituto de Educando Artífices – e de 1897 a 1901 – quando funcionou como Instituto Lauro Sodré. Constatou-se que as Ciências Naturais fizeram parte do Instituto de Educando Artífices com as disciplinas Breves Rudimentos de Física e Química no ensino primário de 1870 a 1883 e no Curso Industrial do Instituto Lauro Sodré com as disciplinas Física, Química, História dos Três Reinos, Noções de Zoologia e Botânica de 1899 a 1901. Ressalta-se que a racionalidade científica moderna começou a ser expandida na Amazônia por via marítima em navios a vapor vindos da Europa, de modo que Belém começou a tomar impulso como centro urbano em torno da década de 1870 com a denominação particular de Belle Èpoque amazônica. A partir da implantação da República, o processo de urbanização acelerou-se e Belém modernizou-se. Evidencia-se que o contexto de modernização vivida por Belém do Pará nos momentos expostos ofereceu condições para a introdução das Ciências Naturais no currículo do Instituto de Educando Artífices e Instituto Lauro Sodré, refletindo o contexto amazônico de valorização das ciências como indispensável para a modernização que acontecia na cidade, portanto, estabelecendo-se um conhecimento válido para a formação de um tipo de indivíduo cujos discursos apontaram como sendo individuo operário. Diante desse objetivo, desde a infância, introduziu-se o educando nesta ordem discursiva de receber instrução para uma profissão “útil” ao estado – gerando lucro à província – e para a constituição de sociedade civilizada moderna, estando na ordem do discurso um sujeito que dominava o saber científico do mundo moderno, sabedoria esta que chegava à Amazônia como modelo a ser seguido.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Ciências no currículo do curso normal rural da vila de Santa Izabel, Estado do Pará (1931- 1936)(Universidade Federal do Pará, 2024-05-02) NUNES, Joás Murilo; ALVES, José Jerônimo de Alencar; BARROS, Jônatas Barros eA presente pesquisa busca lançar luz sobre um aspecto pouco explorado na interface entre a História da Ciência e a Educação na Amazônia: a inserção das ciências nas instituições escolares do interior do Estado do Pará. O trabalho tem como objeto de pesquisa o Curso Normal Rural, instituído no Colégio Antônio Lemos, localizado em Santa Izabel do Pará, a partir de 1931. Essa instituição, patrimônio histórico, ainda hoje chama atenção pela arquitetura monumental, sobretudo se considerarmos o contraste com a cidade que, na época em que foi criada, era um núcleo agrícola do nordeste paraense. O Curso destinava-se à formação de professoras primárias para atuar nas escolas localizadas em áreas rurais do Estado, que estava em consonância com o movimento pela ruralização do ensino no Brasil, que se expandia na época. Diante disto, tivemos como objetivo analisar as condições que possibilitaram a inserção das ciências nos programas de ensino do Curso Normal Rural, criado em 1931. Para atingi-lo, a pesquisa foi norteada pelas seguintes questões: como essas ciências e o curso que as abrigou encontraram condições de se viabilizar na cultura local? Que ciências foram essas, como foram representadas e como se situaram em relação as demais disciplinas no interior dos programas de ensino adotado? O conceito de cultura e de representação cunhados por Hall (2016) foram fundamentais para a análise das fontes historiográficas, tais como, decretos e regulamentos governamentais, programas de ensino e demais discursos que passaram a se inserir na cultura local, estas fontes primárias foram consultadas nos arquivos disponíveis nos acervos da Hemeroteca e Seção de Obras Raras da Biblioteca Arthur Vianna e no acervo do Arquivo Público do Estado do Pará, ambos localizados na cidade de Belém-PA. Entre essas representações havia as que requeriam a implantação de um ensino rural orientado para a prática de uma agricultura que seria eficiente, intensiva e, ao mesmo tempo, com profundo apreço pela terra e pela natureza, com fins de lidar com o problema do êxodo rural enfrentado na época. As disciplinas científicas que foram adotadas no programa do Curso Normal Rural de Santa Izabel, foram as denominadas: Ciências Naturais, em 1931 e Ciências Físicas e Naturais, em 1934.Tese Acesso aberto (Open Access) Condições culturais de inserção da história natural na instrução pública do Pará (1851-1891)(Universidade Federal do Pará, 2023-03-16) LIMA, Marcelino Carmo de; ALVES, José Jerônimo de Alencar; http://lattes.cnpq.br/9586790409626243Esta tese pretende contribuir para a historiografia que procura compreender o processo de institucionalização das ciências nas escolas e tem como principal objetivo analisar o processo inicial de inserção da História Natural na instrução pública do Pará, as características que assumiu nesse processo e as condições culturais que possibilitaram essa inserção. A tese abrange um período que se entende entre 1851 até o período inicial da primeira República, em 1891. A escolha deste período inicial de análise se justifica pelo fato de que um dos ramos da História Natural, a Botânica, foi inserida no currículo do Liceu Paraense, com a criação da cadeira Elementos de Física, Química e princípios gerais de Botânica, em 1851. Enquanto disciplina autônoma, a História Natural só seria introduzida em 1873, quando passou a fazer parte do currículo do Curso Normal, anexo ao Liceu Paraense, integrando a cadeira Noções Gerais de Física, Química, História Natural e Agricultura, sendo retirada logo em seguida, em 1874. Após o advento da República, em 1889, disciplinas do campo da História Natural foram introduzidas nos currículos do Liceu Paraense e da Escola Normal, aparecendo, inclusive, outras disciplinas como Biologia, Higiene e Higiene Escolar, em ambas as escolas. Os três momentos que se destacam acima constituem os capítulos desta tese, que tem como embasamento teorizações dos campos de estudos da História do Currículo, História das Disciplinas Escolares e dos Estudos Culturais. Para analisarmos as características, as representações e os significados atribuídos à História Natural em cada um desses contextos, resgatamos os planos de ensino e outros documentos que pudessem indicar as especificidades que esta ciência assumiu no currículo escolar paraense. No que se refere às condições que a possibilitaram, averiguamos, principalmente, os discursos da época, impressos, sobretudo, em jornais e relatórios governamentais da época. Constatamos que, primeiramente, a presença de atividades ligadas ao campo da História Natural, como as dos naturalistas e de pesquisas na área da Botânica no contexto da cultura local, se constituíram fatores importantes para a inserção, num primeiro momento, da Botânica entre as ciências que constituíram a primeira cadeira científica do currículo da instrução pública paraense. Posteriormente, notamos que, embora existisse pessoas com pensamento voltado para a inserção de tais conhecimentos na educação, propondo sua inserção, eles não se mantiveram por questões culturais alegadas nos discursos veiculados nos jornais da época, como sendo de desinteresse. No último período, o da República, há indicações de que estes conhecimentos possam ter sido introduzidos e consolidados na cultura e no sistema escolar local, tendo em vista que houve reformas no sentido de adequar a um novo regime em que as ciências passaram a ser mais valorizadas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) As condições de emergência da escola de engenharia do Pará (1870 – 1931)(Universidade Federal do Pará, 2013) RIBEIRO, Erick Elisson Hosana; ALVES, José Jerônimo de Alencar; http://lattes.cnpq.br/9586790409626243A Escola de Engenharia do Pará foi fundada no ano de 1931, por iniciativa de engenheiros locais que atuavam na região desde o final da década de 1870, e o propósito deste trabalho é investigar as condições que possibilitaram o surgimento desta instituição de ensino no cenário educacional paraense. Para entendermos estas condições, tomamos o período compreendido entre 1870 a 1930 e analisamos como surgiu a demanda por engenheiros na região e como os engenheiros foram ganhando espaço na sociedade local. Além disso, analisamos como se deu a atuação profissional dos engenheiros fundadores da Escola nas instituições da administração pública. Por fim analisamos o processo de formação destes engenheiros e, levando em conta que a maioria deles estudaram no Rio de janeiro fizemos uma análise dos conteúdos presentes nos currículos da Escola Politécnica do Rio de Janeiro. De acordo com os discursos da época, pudemos observar que a demanda por engenheiros teve seu momento de maior intensidade durante a Belle Époque, devido ao grande volume de obras públicas empreendidas neste período. Contudo esta demanda ainda se verificou nos períodos posteriores, sendo uma das condições que possibilitaram a fundação da Escola. A partir de então, os engenheiros fundadores da escola atuaram em diversas obras da região, sobretudo aquelas desenvolvidas pela Repartição de Obras Públicas no intuito de promover a modernização da região. Essa atuação possibilitou o reconhecimento social da categoria e contribuiu para a emergência da Escola de Engenharia, pois culminou com a criação do Clube de Engenharia (1919) que teve um importante papel na criação e manutenção da escola. Por fim, ao analisarmos a formação, concluímos que esta possibilitou a atuação dos engenheiros como professores da Escola e influenciou fortemente o currículo inicial da Instituição, se tornando mais uma das condições de emergência da Escola.Tese Acesso aberto (Open Access) A dimensão subjetiva do aprender na formação para a docência interdisciplinar: um estudo de caso no Clube de Ciências da UFPA(Universidade Federal do Pará, 2022-06-10) RIBEIRO, Rosineide Almeida; ALVES, José Jerônimo de Alencar; http://lattes.cnpq.br/6500775506186127Relato nesta tese um estudo de caso, que objetivou compreender a configuração subjetiva da ação do aprender de uma professora estagiária iniciante, ao planejar, realizar e avaliar atividades de ensino, dando atenção às características de criatividade e interdisciplinaridade de tais práticas. A pesquisa foi fundamentada na Teoria da Subjetividade, na Epistemologia Qualitativa e no Método Construtivo-interpretativo desenvolvidos por González Rey. Participaram desta investigação sete professores estagiários de uma turma de 6º e 7º anos do Ensino Fundamental, no Clube de Ciências da UFPA. As reuniões de planejamento e avaliação da equipe, assim como as atividades realizadas com os sócios mirins foram gravadas, transcritas e analisadas, junto com informações de outros instrumentos como complemento de frases, redação e conversações da equipe com a pesquisadora. Em termos coletivos, a equipe esteve, nos primeiros encontros, preocupada em proporcionar um ensino diferenciado, com foco no interesse dos alunos, contextualizado, lúdico, interdisciplinar e dialógico. Em seguida, norteada pelos mesmos princípios, deu ênfase ao caráter investigativo, utilizando atividades práticas. A turma foi dividida em grupos, que realizaram pesquisas sobre diferentes temas. Nesse contexto, a configuração subjetiva da ação de aprender de Tina, foco do nosso estudo de caso, esteve pautada por sentidos subjetivos convergentes aos da equipe e por outros de sua subjetividade individual. Caracterizei diferentes momentos de produções subjetivas de Tina em sua trajetória no Clube de Ciências, marcados por diferentes intencionalidades. No primeiro momento, a preocupação central de Tina foi vencer sua insegurança de interagir com a turma e fazer sua parte no ensino interdisciplinar. O segundo momento caracterizou-se por sua necessidade de aprender a dialogar. O terceiro, em conseguir a motivação e aprendizagem dos estudantes. O quarto, e último, caracterizou-se pela necessidade de aprender como motivar e favorecer a aprendizagem dos sócios mirins. No caso analisado, tais aprendizagens, originadas tanto na motivação individual quanto no trabalho coletivo, implicaram o desenvolvimento de estratégias relacionais e/ou operacionais, que foram suprindo, parcialmente, as necessidades de um momento e possibilitando o surgimento de novas demandas de aprendizagem. Nessa perspectiva, os resultados do estudo sustentam a tese de que a formação inicial de professores estagiários no CCIUFPA, ao incentivar práticas pedagógicas interdisciplinares, oferece condições favorecedoras para aprendizagens de docência pelos licenciandos e de estratégias relacionais e operacionais para realizar tais práticas.Tese Acesso aberto (Open Access) Do Campo à escola: as ciências no ensino agrícola do Pará (1909-1921)(Universidade Federal do Pará, 2021-04-22) SANTOS, José Arimatéa Gouveia dos; ALVES, José Jerônimo de Alencar; http://lattes.cnpq.br/9586790409626243Esta Tese tem por objetivo analisar a difusão das Ciências por meio do Ensino Agrícola no Pará, entre 1909 e 1921. Período esse que se justifica pela criação do Campo de Agricultura Experimental, em 1909, e se entende até 1921, quando a Escola de Agronomia do Pará apresentou a consolidação de suas atividades. Para alcançar nosso intento, abordamos uma historiografia que considera as condições de possibilidades para que as Ciências Naturais estivessem presentes em instituições agrícolas. E entre essas possibilidades, enfatizamos os discursos, embora não desconsiderando os outros elementos. Essa abordagem caracteriza a metodologia historiográfica elaborada por autores como Foucault (1986) e Wortmann e VeigaNeto (2001), que consideram o discursivo como condição histórica para o surgimento de objetos. Por último, em relação à difusão das Ciências no contexto histórico, social e cultural na região aqui recortado, nos apoiamos em historiadores da Ciência, como Saldaña (2000) e Quevedo (2000). Como pesquisa de natureza histórica, as fontes utilizadas foram principalmente o jornal Estado do Pará e as Mensagens de Governo do Estado do Pará, em que analisamos os discursos de Ensino Agrícola baseados nas Ciências. Em decorrência da pesquisa, podemos considerar que a difusão das Ciências no Ensino Agrícola no Pará, entre 1909 a 1921, foi mediada por aspectos culturais, sociais e históricos, produzindo efeitos para que essa difusão ocorresse de forma gradual e instável, iniciando no Campo de Cultura Experimental, a partir de um único saber, a Zoologia Agrícola, em 1911. Em seguida, em 1913, o Ensino Agrícola foi proposto por Lei para ser implantado em um conjunto de escolas e outras instituições agrícolas e modalidades de ensino com uma variedade de saberes das Ciências. No entanto, a despeito dessa lei, a proposta desse ensino não esteve em compasso com o que se observava nos discursos a respeito, pois as fontes indicam que as Ciências estavam na forma de coleções didáticas, em 1916. No ano seguinte, em 1917, foi criada uma escola agrícola secundária com o currículo rico em Ciências Naturais, porém não apresentou continuidade no seu funcionamento, sendo mais um caso de instabilidade das Ciências. Todavia, por meio do ensino superior, as Ciência se consolidaram, entre 1919 a 1921, por meio de currículo, práticas docentes e artigos publicados em periódicos por professores da Escola de Agronomia e Veterinária do Pará.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A Escola Normal do Pará e a introdução do ensino das Ciências Naturais no Pará (1870 a 1930)(Universidade Federal do Pará, 2010-09-06) BARROS, Jônatas Barros e; ALVES, José Jerônimo de Alencar; http://lattes.cnpq.br/9586790409626243A presente pesquisa tem o objetivo de analisar o currículo da Escola Normal do Pará, mais especificamente no que se refere às Ciências Naturais que constaram em sua estrutura, desde 1870 até 1930. Esta instituição foi criada em 1871 com o fim de formar professores para atuarem na instrução primária. Situada em Belém, que era o centro mais urbanizado da região, a Escola Normal estava entre as principais instituições da instrução pública paraense. As Ciências Naturais fizeram parte do primeiro currículo da Escola Normal do Pará, sendo elas a Física e a Química, contudo deixaram de fazer parte em 1874. O retorno das Ciências da Natureza se deu durante a Primeira República, por meio da Física, da Química e da História Natural, as quais se consolidaram ao longo deste período. A pesquisa analisa esta trajetória partindo do pressuposto que o currículo é um artefato social e histórico, sujeito a flutuações e que refletiu e continua a refletir as relações de poder envolvidas nos processos de seleção e transmissão cultural. Outra perspectiva analítica deste estudo considera o currículo como um meio de difusão científica, que também determina os modos que esta deve ocorrer. Sobre a difusão científica, parte-se do princípio que este processo não é simétrico, que os saberes científicos são criados em centros mais fortes e que ao serem difundidos para a periferia tem que interagir com a cultura que os recebe, os quais são conformados e modificados, sendo-lhes agregados valores diferentes dos que possuem nos países de centro. Assim, a pesquisa divide-se em três capítulos. O primeiro tem o objetivo de ver o desenvolvimento das Ciências Naturais no currículo do município do Rio de Janeiro, entre 1850 e 1890, que era a sede do governo central e o principal centro difusor de idéias para outras localidades do país, tanto em termos de educação quanto em outras áreas da administração pública. Com isso, analisa-se o desenvolvimento curricular do ensino primário, secundário e normal do Rio, mais especificamente em relação as Ciências Naturais, a partir das Reformas Coutto Ferraz (1854), Leôncio de Carvalho (1879) e Benjamin Constant (1890), as quais determinaram mudanças no currículo e na educação de modo geral. O segundo capítulo faz um resgate do desenvolvimento curricular da instrução pública primária e secundária paraense (1840-1870), isto para ver qual era o cenário curricular da instrução pública as vésperas da criação da Escola Normal, o que permite perceber e analisar que mudanças foram introduzidas por esta instituição neste contexto. O terceiro capítulo, num primeiro momento, revê a trajetória da Escola Normal do Pará e, num segundo momento, analisa-se o desenvolvimento do currículo normalista do Pará em relação as Ciências Naturais, de modo que é evidenciado a emergência e solidificação dos saberes científicos, tal como a distribuição de carga-horária em relação aos outros saberes e as próprias ciências constituintes do currículo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A geometria na província do Grão-Pará: a inserção nos currículos e em outros discursos(Universidade Federal do Pará, 2019-04-22) SANTOS, Everaldo Roberto Monteiro dos; ALVES, José Jerônimo de Alencar; http://lattes.cnpq.br/9586790409626243O objetivo deste trabalho é realizar uma descrição analítica dos aspectos que favoreceram à modificação do Ensino de Matemática na Província do GrãoPará durante o século XIX. Esta pesquisa foi iniciada a partir de um levantamento preliminar em documentos que versavam sobre a História do Ensino na Amazônia nesse período, para atingir o propósito do trabalho, partiuse dos seguintes questionamentos: Qual o contexto social na Província do Grão-Pará, que favoreceu a emergência desses saberes? Quais os discursos veiculados na época sobre o Ensino de Matemática? Qual a relação dos professores de Matemática com as estruturas de poder político? Buscando responder tais questionamentos debruçou-se, principalmente, em fontes primárias como: leis, decretos e relatórios governamentais relativos à Instrução Pública da Província, regulamentos da instituição Liceu Paraense, livros e jornais da época e também, em fontes secundárias que tratavam sobre este assunto ou correlatos. A análise documental se estendeu de 1838, ano da retomada das atividades da Assembleia Provincial, órgão que legislava sobre a educação da Província até 1851, ano de uma reforma que modificou o Ensino de Geometria no Liceu Paraense. Chegou-se a algumas conclusões, como as elencadas a seguir: em 1838 emergiram discursos favoráveis para a inserção de saberes Geométricos na Província. O objetivo destes discursos fora efetivado em 1840, com a criação da escola de Geometria que funcionou no Seminário Episcopal nos anos de 1840 e 1841 e que tinha como principal finalidade formar mão de obra capacitada para tocar as obras de infraestrutura da cidade. Com a reforma de 1841, que entre outras coisas previa a implantação do Liceu Paraense, instituição que tinha a finalidade de proporcionar o ensino secundário, na Província do Grão-Pará; a Escola de Geometria passou a fazer parte do quadro das Cadeiras desta instituição, sendo que este saber passou a integrar a Cadeira “ Aritmética, Álgebra e Geometria” e que a presença da Geometria desde o primeiro currículo do Liceu Paraense, fez parte de um processo de modernização da educação na Província Império. Que os docentes que lecionavam a disciplina de Geometria, além de professores eram cidadãos influentes na vida social e política da sociedade da Província, ocupando cargos como juiz de Direito e Deputados provinciais.Tese Acesso aberto (Open Access) História e currículo do curso de física (licenciatura) da Universidade Federal do Pará (1955-1976)(Universidade Federal do Pará, 2020-03-05) SANTOS, Janes Kened Rodrigues dos; ALVES, José Jerônimo de Alencar; http://lattes.cnpq.br/9586790409626243O foco desta pesquisa são as condições que possibilitaram a criação em implementação do Curso de Física (Licenciatura) em Belém do Pará (1965) até sua alteração com a proposição do Curso de Bacharelado em Física (1976). Foram consideradas os contextos normativos que prescreveram proposições curriculares, estabeleceram exigências para a formação profissional dos professores, os projetos institucionais, o apoio financeiro e técnico para a construção das salas de aula, a constituição do grupo docente do Curso. Assim, este trabalho de pesquisa apresenta a história do Curso de Física (Licenciatura); desde sua criação na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Belém, em 1954; até as alterações curriculares estabelecidas na década de 1970; com mudança na denominação para Licenciatura em Física, passando a ser responsabilidade do Centro de Ciências Exatas e Naturais. Para tal, inicialmente, alguns aspectos do Curso de Matemática (Bacharelado) da Faculdade supracitada serão apresentados tais como: currículo, demanda de alunos e professores, pois neste Curso havia disciplinas de física em sua composição curricular e vários egressos dele se tornaram professores do Curso de Física (Licenciatura), quando este iniciou suas atividades de ensino, dez anos depois da Matemática. Posteriormente, foi abordado o contexto de implantação do Curso de Física (Licenciatura) com a finalidade de analisar as condições de possibilidades sua criação, bem como as modificações curriculares e perspectivas formativas para o Licenciado em Física. Para o desenvolvimento de tal estudo, foram examinados: o contexto histórico e políticos que motivaram a criação do Curso de Física (Licenciatura), a formação dos professores, as normativas nacionais e resoluções institucionais que orientaram a condução dos trabalhos no Curso, a matriz curricular das cadeiras/disciplinas presentes nos currículos do Curso de Física (Licenciatura), na década de 1960 e na década de 1970, quando ele passou a designado Licenciatura em Física. Neste seguimento de mudança, evidenciou-se alterações formativas. Neste sentido, como informações a serem destacadas, cito: a presença de disciplinas de física na formação dos matemáticos, a predominância de disciplinas de física e de matemática na formação do licenciado e do bacharel em física na década de 1970, a presença de temáticas ambientais para os licenciados, a consideração das recomendações nacionais para a composição curricular dos cursos de Física em Belém, os convênios firmados com a República Federativa da Alemanha e com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico que possibilitaram a aquisição de equipamentos e a realização de cursos voltados para a execução de experimentos, a consolidação de pesquisas em geociências em função do intercâmbio de professores e técnicos alemães, a absorção de alunos do Curso de Mestrado como professores auxiliares e assistentes do Departamento de Física do Centro de Ciências Exatas e Naturais.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A institucionalização do ensino odontológico na Escola Livre de Odontologia do Pará: dos “sacamuelas” aos cientificistas (1911- 1920)(Universidade Federal do Pará, 2016-07-07) LIMA, Marcelino Carmo de; ALVES, José Jerônimo de Alencar; http://lattes.cnpq.br/9586790409626243A Escola Livre de Odontologia do Pará foi criada em 1914, com objetivo de disseminar o ensino odontológico moderno. Ela foi fundada por cirurgiões dentistas, médicos e farmacêuticos, que ocupavam cargos relevantes na estrutura política e institucional do Estado. O objetivo desta pesquisa é analisar as condições de institucionalização do ensino odontológico na Escola Livre de Odontologia do Pará. A pesquisa se situa entre 1911 e 1920, pois abrange um período em que mudanças foram introduzidas na regulamentação da prática odontológica, passando pela criação da Escola, até o momento em que ela se adéqua às normas nacionais previstas para as Faculdades, em que, a partir de então se tornou Faculdade Livre de Odontologia do Pará. Na pesquisa procuramos analisar: os antecedentes da criação da Escola; as relações na prática odontológica no Pará; as resistências no processo de introdução de novas práticas odontológicas. Para isso, foram analisados os currículos da escola, atas da Congregação e os discursos dos docentes e governantes, etc. A pesquisa mostrou que antes da criação da Escola havia cirurgiões dentistas e dentistas práticos, que atuavam no campo odontológico local. Esses grupos disputaram pelo monopólio da prática odontológica no Pará. Os cirurgiões dentistas buscavam ampliar os espaços da odontologia moderna em meio à sociedade. Defendiam que sua prática odontológica era científica. Utilizavam-se de discursos que desqualificavam aos dentistas práticos. Com a criação da Escola Livre de Odontologia promoveu-se o ensino odontológico na região, que visava expandir o número de profissionais da saúde formados na ordem do discurso moderno, ou seja, profissionais formados no discurso científico. A Escola buscou ampliar o espaço da odontologia moderna no meio da população local, criando a Clínica de assistência dentária, que se destinou a prestar serviços cirúrgicos dentários gratuitamente a soldados da Brigada Militar, desvalidos do Hospício de Alienados e alunos das escolas públicas de Belém.Tese Acesso aberto (Open Access) A introdução das Ciências Naturais no Pará por meio das instituições de ensino(Universidade Federal do Pará, 2016) BARROS, Jônatas Barros e; ALVES, José Jerônimo de Alencar; http://lattes.cnpq.br/9586790409626243O objetivo desta pesquisa é analisar o processo de introdução das Ciências no Pará, por meio das escolas, e as condições que possibilitaram esse processo. Retomamos as Reformas Pombalinas da segunda metade do século XVIII, que marcaram a introdução da Racionalidade Científica Moderna no Reino Português, onde o Pará era Colônia. Expulsaram os Jesuítas, inserindo uma lacuna na educação, que começou a ser preenchida com a criação do Colégio dos Nobres, da Reforma na Universidade de Coimbra e implantação de Aulas Régias. Nessa fase as Ciências Naturais foram introduzidas somente na Metrópole, enquanto que no Pará criaram Aulas que mantiveram o predomínio das Letras e Humanidades. As Reformas do Marquês de Pombal tornaram o ambiente educacional paraense mais favorável a receptividade das Ciências da Natureza, principalmente por causa da estatização da educação. Esta se tornou incisiva a partir da segunda metade da década de 1830. Governantes do Pará sugeriram a introdução de disciplinas científicas e modelos educacionais que vigoravam em países como a França, que era um centro difusor da modernidade. Isso começou a se concretizar com a criação do Liceu Paraense em 1841, que tinha o propósito de proporcionar o ensino secundário. Dez anos depois, em 1851, ele implantou pela primeira vez a Física e a Química, o que se repetiu por mais duas vezes, em 1868 e 1873. Na primeira inserção a Botânica também esteve presente, enquanto que na última, a História Natural. Em 1871, fase inicial da Belle-Époque, momento em que a entrada da Modernidade no Pará estava acelerando, Física e Química tiveram continuidade na Escola Normal do Pará, criada nesse ano, com o fim de formar professores para atuarem na instrução primária, mas somente até 1872, quando foram retiradas desta instituição. Em 1890 retornaram com mais expressividade, sendo representada por seis Ciências. Na instrução primária, as Ciências da Natureza também constaram, a partir de 1870, motivando professores desse ramo a cursarem Física e Química na Escola Normal e no Liceu Paraense. Com isso, as instituições de ensino foram fundamentais na introdução das ciências no Pará, condicionadas pelo contexto social, inicialmente das Reformas Pombalinas, que culminou na estatização da educação, e da Belle-Époque, com a aceleração da entrada da Modernidade no Pará. A presença científica nos currículos foi marcada por descontinuidades, na fase inicial, visto que a recepção do processo modernizador, pela cultura local, ainda não tinha tornado a aprendizagem das ciências uma necessidade imperativa. Isso começou a acontecer a partir de 1890, quando as Ciências passaram a se ampliar nos currículos escolares.Dissertação Acesso aberto (Open Access) José Veríssimo: ciência e educação feminina no século XIX(Universidade Federal do Pará, 2012-04-30) SILVA, Lêda Valéria Alves da; ALVES, José Jerônimo de Alencar; http://lattes.cnpq.br/9586790409626243O trabalho tem por objetivo examinar o pensamento do escritor paraense José Veríssimo no que diz respeito aos estudos das ciências naturais e as suas ideias sobre educação científica feminina na transição do século XIX para o século XX, momento da transição do regime imperial para o republicano. Esse período foi selecionado, por ser o momento em que José Veríssimo escreveu seus livros e textos, como o livro A Educação Nacional, publicado em 1890, acerca da educação no país. Entusiasmado pelas idéias positivistas, evolucionistas e pelo republicanismo, o autor examina como se encontrava o estudo das ciências naturais na época de transição, já que para as doutrinas elencadas por Veríssimo era importante que escola tivesse um papel “iluminador” da sociedade e isso seria obtido através das ciências. Em seguida examino como a reforma na educação nacional ansiada por Veríssimo influenciou no modelo de ensino científico no qual a mulher brasileira deveria se submetida por ser a primeira educadora dos filhos. O autor indica um currículo a ser ensinado às mulheres para que melhor aprendessem as ciências. A pesquisa então assume relevância para a história da educação científica brasileira, já que contribui para conhecer as ideias de educação de José Veríssimo, um dos escritores brasileiros que mais se empenhou em fazer no país um elo entre o progresso e a educação.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A “lição de coisas”: o Museu Paraense e o ensino da história natural (1889-1900)(Universidade Federal do Pará, 2010-03-25) MACHADO, Diego Ramon Silva; ALVES, José Jerônimo de Alencar; http://lattes.cnpq.br/9586790409626243Meu objetivo nesta dissertação é analisar a difusão da História Natural no Pará durante o final do século XIX, por meio do ensino de ciências promovido pelo Museu Paraense de História Natural e Etnografia (1889-1900). No estudo, enfatizo as noções de Educação e História Natural nos discursos dos sujeitos envolvidos historicamente com a Instituição, e as estratégias por ele utilizadas para difundir ciência no Estado. Identifico, ainda, alguns episódios encontrados nos relatórios dos Governadores paraenses e do Boletim do Museu Paraense, evidenciando que desde sua idealização, em 1866, objetivou-se estudar a natureza local, publicar os resultados das pesquisas e promover lições sobre História Natural. Discuto a importância educacional das Conferências Públicas, da formação de jovens aprendizes em Ciências Naturais, do Boletim do Museu Paraense de História Natural e Etnografia (1894) e do Parque Zoobotânico, dentro de suas características específicas. Com isso, o presente estudo alia-se às diferentes disciplinas e correntes de investigação, que têm se ocupado com o estudo da história do ensino e a difusão das informações científicas em Museus de História Natural; e mostra a contribuição desta análise para outras pesquisas sobre a difusão e a história do ensino das Ciências Naturais, além de servir de suporte teórico e metodológico para estudos comparativos na área.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O papel das escolas agrícolas na introdução da racionalidade científica no Pará (1860-1912).(Universidade Federal do Pará, 2013-09-19) SANTOS, José Arimatéa Gouveia dos; ALVES, José Jerônimo de Alencar; http://lattes.cnpq.br/9586790409626243O objetivo desta pesquisa é analisar a racionalidade moderna com a introdução das ciências naturais e técnicas modernas nas primeiras escolas agrícolas do Pará (Escola Rural D. Pedro II, Curso Regente Agrícola no Instituto Lauro Sodré e Estação Experimental de Agricultura Prática) e ver até que ponto elas refletiram o projeto; pautado nas novas ideias de racionalidade vindas da Europa que se introduziram neste local. Para esta investigação serão analisados, em primeiro lugar, os discursos dos governantes do Pará para saber até que ponto eles refletiam a nova mentalidade que se implantava na agricultura, ao ponto de exigir a criação de escolas agrícolas. Em seguida, serão analisados alguns elementos que constituem as escolas (o currículo, o ensino e o espaço físico), no propósito de verificar em quais aspectos contribuíam para introdução das ciências naturais e técnicas modernas. O resultado da pesquisa mostra que os discursos sobre instrução e ensino agrícola baseado nas ciências e técnicas modernas contribuíram para a criação de escolas agrícolas como meio de fixar o homem local e desenvolver práticas racionais na agricultura. O currículo, ensino e espaço físico foram elementos da escola que difundiram as ciências naturais, promoveram formas de ensino que se diferenciavam do que existiam no Estado do Pará, estabeleceram uma diversidade do espaço físico para ensino de ciências e introduziram tecnologias no ensino agrícola.Tese Acesso aberto (Open Access) Sistema métrico decimal: difusão no sistema escolar do Pará (1868 – 1918)(Universidade Federal do Pará, 2019-05-17) CORRÊA, Patrícia de Campos; ALVES, José Jerônimo de Alencar; http://lattes.cnpq.br/3793526621124658O Sistema Métrico Decimal foi introduzido no currículo das escolas paraenses na segunda metade do Século XIX, em atendimento à Lei Imperial de 1862, que o tornava de ensino obrigatório no Brasil. A partir da década de 1870, no Pará, este conhecimento passou a fazer parte do currículo das escolas profissionalizantes. Os discursos governamentais veiculados pela imprensa e os registrados em relatórios de Província, regulamentos escolares, currículos das escolas, os livros escolares também possibilitaram circular o Sistema Métrico Decimal onde já havia outras práticas e formas de medir. Nesta pesquisa objetivamos analisar como ocorreu a institucionalização do Sistema Métrico Decimal no sistema escolar do Pará no período compreendido entre 1868 até 1919. Para isso analisamos alguns discursos favoráveis à implantação do Sistema Métrico Decimal como as Leis, Regulamentos Educacionais, os ditos dos deputados da Assembleia Legislativa, dos presidentes de Província, de diretores de Instrução Pública, dos governadores, dos autores de livros sobre essa temática, e ainda dos jornais locais relacionados com a cultura e sociedade da época e a relação com os sistemas utilizados anteriormente. Nas análises foram considerados alguns aspectos dos estudos culturais, que corroboraram para a compreensão de como esse processo de institucionalização ocorreu, a posição social dos sujeitos que pronunciaram os discursos difusores, as condições que possibilitaram a circulação desses discursos e em qual contexto cultural. A modernidade que se inseria na região amazônica, na segunda metade do Século XIX tinha como principal porta de entrada o Pará, e era financiada pela economia do látex alimentada pelos discursos de desejo de progresso aliado ao cientificismo, a educação escolar e a formação profissional. A institucionalização do Sistema Métrico Decimal ocorreu mediante discursos que não se referiam apenas ao processo educacional, mas a introdução de visão de mundo associada à modernidade que se introduzia na região, no período da Bélle Époque amazônica e a coexistência de outras formas de medir.
