Dissertações em Geologia e Geoquímica (Mestrado) - PPGG/IG
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2604
O Mestrado Acadêmico pertence ao Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Adsorção de cromato em materiais sintetizados a partir de rejeito de caulim do rio Capim(Universidade Federal do Pará, 2008-05-13) MORAES, Milena Carvalho de; LEMOS, Vanda Porpino; http://lattes.cnpq.br/1829861620854008Resíduos industriais e domésticos causam sérios problemas ao meio ambiente. Empresas de beneficiamento de caulim vem depositando rejeitos em grandes lagoas de sedimentação e isto tem causado acidentes, como ocorreu em agosto de 2007 e fevereiro do corrente. O grande volume de rejeito nas lagoas de sedimentação resultou no rompimento da barragem com derrame de caulim para lagos e rios da região do Rio Capim do Estado do Para. Este fato provocou a poluição das aguas dos rios e morte de peixes. Este problema pode ser minimizado com o uso do rejeito de caulim (RC) na síntese de novos materiais. Neste trabalho foi usado RC tratado com acido orgânico (glicina em concentrações de 5%, 10% e 15%, sendo obtidos os adsorventes: RCgli-5; RC-gli-10; RC-gli-15, respectivamente) e com a mistura NaClO4:HClO4 (proporções de 1:50 e 1:75, sendo obtidos os adsorventes: RC-NaClO4:HClO4-1:50 e RC- NaClO4:HClO4- 1:75, respectivamente ) e RC como fonte de Al e Si na síntese de zeolitas. Os materiais foram caracterizados através da composição química e de dados de DRX, espectros IV com transformada de Fourier, curvas ATD-TG e MEV. Os materiais foram avaliados como adsorventes na retenção de CrO4 2- em soluções aquosas. Os resultados indicaram que o CrO4 2- e adsorvido pelo rejeito de caulim e os outros materiais obtidos a partir do RC na seguinte ordem: RC-gli-10> RC-gli-5>RC-gli-15> RC- NaClO4:HClO4- 1:75> zeolitas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Adsorção de molibdato em minerais de argila delaminados e amorfizados(Universidade Federal do Pará, 2012-04-15) PEREIRA, Patricia Magalhães; LEMOS, Vanda Porpino; http://lattes.cnpq.br/1829861620854008A busca por metodologias eficientes no controle da poluição ambiental, assim como o desenvolvimento de tecnologias nos âmbitos químico, físico e biológico têm sido amplamente discutida a fim produzir alternativas eficientes na melhoria da qualidade de vida e controle de poluentes químicos (orgânicos ou inorgânicos), que ao longo dos anos estão sendo despejados no meio ambiente de forma inconseqüente por residências e indústrias. Desta forma, é importante o conhecimento acerca do comportamento adsortivo de metais nos solos, pois elevadas concentrações de metais geram efeitos desfavoráveis ao meio ambiente. O molibdênio é um elemento essencial para funções biológicas de plantas e animais, porém em altas concentrações no organismo pode gerar deformidades ósseas, anemia, anomalias no fígado e levar a morte. A possibilidade de interação de compostos orgânicos-inorgânicos (Ácido Húmico, Uréia e H2SO4) em sedimentos “in natura” provenientes da região do Acre, foi investigada, com intuito de se avaliar a possibilidade de aplicação destes materiais em processos de adsorção de molibdato em soluções aquosas. As amostras naturais utilizadas neste estudo possuem elevado teor de minerais de argila, principalmente esmectita, baixo teor de caulinita e minerais primários como feldspato e quartzo. Todas as amostras “in natura” foram caracterizadas por DRX, FRX, FTIR, MEV e pHH2O e pHKCl. A modificação com ácido inorgânico nas concentrações (0.25; 0.5; 1 e 1,5 Mol.L-1), a temperatura e o tempo de contato foram parâmetros importantes no processo de delaminação desses minerais de argila. Assim como o uso de compostos orgânicos como uréia e ácido húmico foram eficientes no processo de amorfização. O estudo por DRX nas amostras modificadas evidenciam a modificação da estrutura quando utilizado H2SO4 nas quatro concentrações, porém tal fato é observado somente para o pico 15Å, característico da esmectita, todos os outros picos não apresentaram significativa alteração. A síntese com compostos orgânicos promoveram a amorfização do pico referencial da esmectita. Desta forma, como o sedimento naturalmente possui argilominerais (esmectita, caulinita) confirmado por DRX, assim como a presença de ferro, indicando uma possível transição da montmorilonita para nontronita, com substituição isomórfica do ferro, espera-se uma maior interação da adsorção do molibdato na fração modificada com relação à natural. A inserção de H+ devido o processo de modificação com ácido sulfúrico, promoveu a substituição dos íons cálcio na estrutura, confirmado pela análise semi-quantitativa realizada por EDS. Análise por MEV indicaram nas amostras naturais a presença de morfologia placoíde, tal fato não foi observado nas amostras modificadas, no qual foi observado delaminação e amorfização. As condições de equilíbrio no processo de adsorção foram investigados, no qual foi estabelecido, tempo de 2h e pH foi medido nas soluções antes e após o processo de adsorção. Os dados de equilíbrio foram representados pelos modelos de isotermas de Langmuir, Freundlich e Sips. O processo de adsorção teve melhor desempenho nas primeiras concentrações para as amostras S10H15 e S10UH. As amostras modificadas com ácido húmico possuíram maior qmáx = 3.43, os valores de regressão ajustados ao modelo de Freundlich obtidos apontam um eficiente processo de adsorção, as amostras modificadas adsorveram eficazmente o ânion molibdato em comparação a amostra natural.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Adsorção de nitrato em rejeito de caulim organofuncionalizado com uréia(Universidade Federal do Pará, 2012-05-30) TAVARES, Laís Conceição; LEMOS, Vanda Porpino; http://lattes.cnpq.br/1829861620854008Rejeitos de caulim, gerados em abundância por empresas paraenses, vem provocando problemas ao meio ambiente. Com intuito de dar contribuições sobre o reaproveitamento deste rejeito foi avaliada a retenção do íon nitrato em rejeito de caulim natural e modificado com uréia e estudado o equilíbrio dos processos de adsorção nas interfaces sólidas-soluções. Os materiais foram caracterizados por difração e fluorescência de raios X (DRX e FRX), a espectroscopia de infravermelho (espectro FTIR), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e por dados estimados de carga superficial. Experimentos de adsorção do íon nitrato no rejeito de caulim natural (CRJN) e modificado com ureia (CRJU) foram realizados sem ajuste de pH. As concentrações de H+ foram medidas por potenciometria direta antes e após os processos de adsorção e as concentrações de equilíbrio de nitrato foram medidas por cromatografia iônica. Os resultados obtidos indicaram: alta pureza do rejeito de caulim; formação do complexo caulinita-uréia confirmada pela reflexão de DRX em 2θ 8,28o e d=1,068 nm e pelo espectro FTIR com aparecimento de uma banda larga de baixa intensidade, contendo dois discretos ombros em torno de 3500 a 3380 cm-1 ,correspondentes às vibrações assimétrica e simétrica do grupamento –NH2 da caulinita-uréia, superpostos à vibração da molécula d’água; dados de cargas superficiais, sugerindo que os materiais apresentam maior capacidade de adsorção de cátions do que ânions, mas dependendo da concentração de H+ e OH- nos adsorventes, as hidroxilas superficiais podem ser protonadas originando cargas positivas que propiciam a adsorção de ânions; obtenção de quantidades adsorvidas expressivas de nitrato, tanto em CRJN como CRJU (0,27-0,73 e 0,18-0,70 mg.g-1, respectivamente); coeficiente de separação (RL) entre 0,28 a 0,828, variação de energia livre ΔGº = -2,094 a + 0,445 KJ mol-1 para CRJN e ΔGº=-1,036 a + 1,32 KJ mol-1 para CRJN. Foi concluído com base nos dados de RL que os processos de adsorção são pouco favoráveis na maioria dos pontos dos processos de adsorção e os resultados da variação de energia livre (ΔGº) indicaram que os processos de adsorção são espontâneos a não espontâneos e de natureza física.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Adsorção de Pb por caulinita tratada com ácidos acético e cítrico(Universidade Federal do Pará, 2005) SENA, Luciana Freitas de; LEMOS, Vanda Porpino; http://lattes.cnpq.br/1829861620854008A aplicação de aluminossilicatos na remoção de metais pesados vem sendo muito estudada devido ao baixo custo, fácil obtenção e possibilidade de reutilização desses materiais. Estudos do tratamento de caulinita com ácidos orgânicos, têm sido feitos para observar a influência desses compostos na adsorção de metais pesados pela superfície desses minerais, pois estes ácidos contêm grupos funcionais similares aos que ocorrem em águas naturais. Neste trabalho foi feito um estudo sobre a modificação das propriedades físicoquímicas superficiais da caulinita e goethita visando à obtenção de adsorventes aplicados à retenção de metais pesados presentes em solos e em águas. O Pb2+ foi o cátion selecionado para os testes de adsorção e, como adsorventes, uma amostra de resíduo de caulim de elevada pureza e outra de solo laterítico composta predominantemente por caulinita e goethita. As amostras foram tratadas com os ácidos acético e cítrico a 0,1M e suas propriedades estruturais avaliadas através de seus padrões de DRX, o qual não apresentou mudança aparente; determinação de carbono orgânico, onde foi contatado o aumento de componentes orgânicos pelas amostras após o tratamento com os ácidos orgânicos; curvas ATD-ATG, que nas amostras tratadas com o ácido cítrico, apresentaram diferenças na perda de massa; espectros FTIR, onde foi observada uma banda característica do grupo C=O proveniente do ácido cítrico, na região próxima a 1728 cm-1, confirmando assim, que houve a impregnação de ácido nos adsorventes. As propriedades texturais também foram investigadas, imagens de MEV e pHzpc, onde não foram observadas variações nos dados obtidos por MEV e apenas pequenas mudanças para pHzpc após o tratamento dos adsorventes com as soluções acidas. A adsorção do Pb2+ nos adsorventes naturais e com tratamento ácido foi avaliada experimentalmente e, os dados obtidos foram ajustados através do modelo de Langmuir. As isotermas de adsorção obtidas evidenciaram a diminuição da capacidade de adsorção do Pb2+ nos adsorventes submetidos ao tratamento com as soluções ácidas, fato que pode ser atribuído à protonação e consequentemente ao aumento da carga positiva nas superfícies dos materiais. Este estudo indica que a amostra de solo laterítico e a de resíduo de caulim naturais podem ser consideradas boas adsorventes aplicados na retenção de cátions metálicos em meio aquoso, mas quando tratados com soluções ácidas podem ser mais adequados na adsorção de espécies aniônicas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Adsorção simultânea de íons níquel, zinco e cobre em sedimentos argilosos da Formação Solimões no estado do Acre(Universidade Federal do Pará, 2011-09-02) CARDOSO, Vivian Mariana Miranda; LEMOS, Vanda Porpino; http://lattes.cnpq.br/1829861620854008As chuvas torrenciais na região Amazônica propiciam grande lixiviação de micronutrientes, que pode ser controlada a partir de reações de adsorção em minerais de argila. Estudos sobre as propriedades geoquímicas de sedimentos argilosos nas reações de adsorção de micronutrientes é um tema de pesquisa de grande relevância haja vista ao uso comprovado de minerais de argila com amplo espectro de aplicação em vários processos comerciais e em processos de adsorção envolvendo a remediação de solos, purificação do ar e águas. Com intuito de dar contribuições sobre as propriedades físico-químicas e aplicabilidade dos sedimentos da Formação Solimões do Estado do Acre foi realizado um estudo visando simular processo de adsorção competitiva natural de micronutrientes cobre, zinco e níquel em diferentes sítios adsorventes presentes nestes sedimentos e avaliar a influência dos atributos mineralógicos, químicos e físico-químicos nestes processos. Dados preliminares sobre a mineralogia permitiram selecionar quatro amostras distribuídas entre 4 estações nomeadas como H1RA, H6B, H9F e H23A, localizadas ao longo das rodovias BR 364 e BR 317, assim como nos afloramentos às margens do rio Acre. Análises das amostras o foram realizadas por DRX (método do pó no intervalo de 2θ= 5-75 ; análises da fração argila em lâminas orientadas secas ao ar, em atmosfera de etileno glicol e aquecidas a 550ºC em (2θ= 3-35º); análise química total por ICP-OES; análises de elementos trocáveis a fim de determinar parâmetros de fertilidade. Nos experimentos de adsorção as concentrações de equilíbrio do cobre, níquel e zinco foram determinadas por AAS. Foram usados os modelos de isotermas de Langmuir, Sips, Toth, Redlich-Petersen e Temkin no ajuste dos dados experimentais de adsorção. Os resultados indicaram que as amostras apresentam como minerais principais o quartzo e minerais de argila dos grupos da esmectita, mica e caulinita e o mineral a 14Å (H6B) preliminarmente apontado como interestratificado mica-clorita, esmectita-illita ou clorita-vermiculita. Os outros minerais identificados nas amostras foram o gipso em H1RA, microclinio em H6B e albita e microclinio em H9F. A composição química média é representada por 60,99 % de SiO2, 15,91% de Al2O3, 5,84 % de Fe2O3, 2,21 % de K2O , 0,34 %, de Na2O, 1,26 % de MgO, 0,86% de CaO e 0,86 % de TiO2. Os seguintes intervalos foram obtidos para os parâmetros de fertilidade: pHH2O= 5,24 a 8,36; pHKCl= 3,16 a 7,02; CTCefetiva= 3,37 a 25,42 Cmolc/Kg; %V(saturação por bases)= 83,08 a 97,63; saturação %Ca= 4,28 a 69,21; saturação %Mg= 11,32 a 76,42; saturação %K= 2,32 a 17,32;. Nos experimentos de adsorção foram obtidos os seguintes intervalos para a quantidade de cada elemento adsorvido (qe em mg/g) nas amostras de sedimento selecionadas: Cu) 91,30 a 147,46 em H1RA; 47,25 a 83,93 em H6B; 67,13 a 137,36 em H9F; 73,01 a 141,35 em H23A; Ni) 49,97 a 93,81 em H1RA; 42,51 a 113,44 em H6B; 62,52 a 134,86 em H9F; 54,13 a 172,58 em H23A; Zn) 50,11 a 104,50 em H1RA; 44,31 a 64,12 em H6B; 60,21 a 89,91 em H9F; 73,84 a 135,60 em H23A. Nestes experimentos foram obtidos os seguintes valores para o pH inicial das suspensões aquosas das amostras H1RA em pHinicial = 3,88 a 5,38; H6B em pHinicial =2,71 a 3,27; H9F em pHinicial =3,16 a 4,24 e H23A em pHinicial =2,61 a 3,29. Os valores de pH de equilíbrio foram 4,38 a 5,2 na amostra H1RA, 2,71 a 3,16 na amostra H6B, 3,24 a 4,2 na amostra H9F e 2,51 a 3,14 na amostra H23A. Foi concluído que as amostras de sedimento analisadas apresentam propriedades adsortivas adequadas na retenção simultânea de íons cobre, níquel e zinco em meio aquoso; Nas amostras em que o mineral esmectita (estação H23A) e o mineral a 14Å (H6B) são predominantes a adsorção de metais de transição se dá em valores de pH entre 2,5 a 3,1. Nas amostras H1RA e H9F com diferentes grupos de minerais de argila (esmectita, mica e caulinita) a adsorção de metais de transição se dá em valores de pH entre 3,2– 5,5. A força iônica aumenta com o decréscimo do pH final. Os melhores modelos para descrever os processos de adsorção do cobre, níquel e zinco nos sedimentos estudados foram os de Langmuir e Sips. Os valores de ns de Sips indicaram que a maior parte dos sistemas de adsorção enquadram-se entre sistemas homogêneos a heterogêneos. Os dados de equilíbrio e termodinâmico dos processos de interação simultânea entre estes íons e os minerais adsorventes indicaram que os processos são favoráveis, espontâneos e o tipo de adsorção é específica (adsorção química) com formação de complexos de esfera interna.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Afinidades geoquímicas entre sedimentos (solos) e vegetação (gramíneas e cultivares), além de cabelo de ribeirinhos, ao longo das praias de rios da bacia do Juruá, no estado do Acre e sua importância ambiental(Universidade Federal do Pará, 2005-06-10) RÊGO, José de Arimatéia Rodrigues do; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302O estado do Acre localiza-se no extremo sudoeste da Amazônia brasileira, ocupando uma área de 153.149 km2, com baixa densidade populacional (3,66 hab/km2). O estado é cortado pelas bacias dos rios Purus e Juruá, que drenam sedimentos siltico- argilosos da Formação Solimões. No período de cheia transportam grandes quantidades de sedimentos por tração e em suspensão, que são depositados em praias (barras em pontal) formadas ao longo dos rios. No período de estiagem as praias são expostas nos seus meandros, que além do lazer os ribeirinhos as usam para a agricultura de pequeno ciclo. As praias são cultivadas com milho (Zea-Mays) e feijão (Vigna unguiculata (L) Walp) ou não. Estas praias também apresentam uma sucessão de vegetação com capim canarana (Costus spicatus) e capim de orvalho (Brachiaria decumbes). Este estudo avalia a alta fertilidade dos sedimentos (solos) das praias e a afinidade geoquímica entre seus sedimentos, os cultivares e finalmente o cabelo de ribeirinhos, com o objetivo de avliar o ciclo dos elementos até o homem, bem como a importância ambiental deste ciclo. Para isto selecionou-se os principais rios que constituem a bacia do Juruá, a brangendo as cidades de Feijó, Tarauacá, Cruzeiro do Sul e Rodrigues Alves. Ao longo dos rios foram estabelecidas 9 estações para coleta de amostras de sedimentos de praia, folhas de capim canarana, folhas de capim de orvalho e grãos e folhas feijão, além da medição dos parâmetros físico-químicos em campo das águas dos rios. Nas cidades ribeirinhas foram coletadas amostras de cabelo humano. A mineralogia dos sedimentos foi analisada por difração de raios-X (DRX) e caracterização química (elementos maiores e traço) por ICP-MS. Nos cultivares foram determinados Ca, Fe, K, Na, Ba, Zn, Mo, Co, Cr, Cu, Pb, Hg, As e Se por ICP-MS e ativação neutrônica com o objetivo de determinar as concentrações desses elementos bem como sua transferência sedimento (solo) — cultivar, nas amostras de águas foram feitas medidas de parâmetros físico-químicos e quantificação dos suspensatos. As praias estudadas são constituídas essencialmente de sedimentos de granulometria fina a silte. Apenas as praias do rio Moa não cultivadas que são arenoquartizozas. Os sedimentos dessas praias são formados em ordem decrescente por quartzo, feldspato e minerais de argila (esmectita, illita e caulinita) são assim ricaos em SiO, (68,0 a 98,9 % em peso), com baixos teores de AlOs (0,41 a 11,9%), Fe>03 (0,13 a 4,375), MgO (0,02 a 1,03 %), K>O (0,16 a 1,94 %), CaO (0,02 a 1,05 %) e Na,0 (0,02 a 1,03 %). A composição química desses sedimentos pode ser comparada com aquela do PAAS (folhelhos australianos pós-arqueanos) e, por conseguinte com a Crosta Superior, embora ligeiramente empobrecidos em Al, Fe, Mg, K, Ti e mais ainda em Ca e Na, certamente diluídos pelos altos teores de SiO2. De um modo geral as águas dos rios da bacia do Juruá são barrentas do tipo águas brancas devido à elevada concentração de material inorgânico em suspensão (suspensatos). O critério de suspensatos e parâmetros físico-químicos (pH, OD, TDS, temperatura, resistividade, condutividade elétrica e salinidade) delimitam três zonas geográficas (sub-bacias): rio Envira-Tarauacá, Juruá e Moa. A sub-bacia Envira- Tarauacá apresenta os mais elevados valores de todos os parâmetros físico-químicos analisados, exceto resistividade. A área da sub-bacia Envira-Tarauacá coincide com a área de terras mais férteis do Estado Acre. Dos vegetais aqui estudados as folhas de capim canarana mostram-se mais enriquecidas em K, S, Ca, Mg, P do que as folhas de capim de orvalho. Capim canarana e capim de orvalho apresentam similaridade química com relação aos elementos K, P, S, Mg e Ca, apenas o capim canarana coletado nos sedimentos do rio Juruá tende a enriquecer-se mais em Ca e S. A transferência de elementos químicos sedimento (solo)-vegetal apresenta a seguinte ordem de absorção pelo vegetal K>P>Ca>P, esta ordem apresenta os maiores valores para os vegetais coletados nos sedimentos do rio Envira, ressaltando a importância desse rio como o de maior potencial de transferência de macronutrientes e sendo possivelmente um indicador de sua fertilidade superior aos demais rios da bacia do Juruá. O ciclo do Hg na cadeia sedimento-cultivar-humano mostra que nos sedimentos de praia dos rios Juruá, Envira e Tarauacá a concentração média deste elemento nos sedimentos (27 ppb) está abaixo da faixa de background (50 ppb) e nas plantas estão na faixa considerada normal (< 500 ppb) para plantas que crescem em solos com baixas concentrações de Hg; em cabelos a concentração média de Hg nas cidades de Tarauacá, Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Feijó é de 3992 ppb. A menor concentração (média: 1680 ppb) foi encontrada em Feijó e a maior (6240 ppb) em Cruzeiro do Sul. São valores normais a ligeiramente indicadores de impacto, não observado na região. Os valores ligeiramente anômalos de Hg em cabelos não devem estar relacionados ao cultivares e, por conseguinte também não aos sedimentos. Outras fontes de disponibilização de Hg para o homem devem ser avaliadas, sejam elas peixes ou carnes de animais domesticados ou selvagens. As praias e barrancos dos rios de água branca da região central e ocidental do Acre (bacia do Juruá) são de fato férteis adequados à agricultura de pequeno ciclo, e seus nutrientes e outros elementos são assimilados plenamente pelos vegetais e cultivares. A química dos sedimentos e dos cultivares, assim como de cabelos humanos, mostram que a região não apresenta anomalias geoquímicas sugestivas de impacto antropogênico, nem mesmo geológica.Dissertação Acesso aberto (Open Access) As águas subterrâneas de Belém e adjacências: influência da Formação Pirabas e parâmetros físico-químicos para medidas de qualidade(Universidade Federal do Pará, 1996-04-08) SAUMA FILHO, Michel; LIMA, Waterloo Napoleão de; http://lattes.cnpq.br/1229104235556506Na Região Metropolitana de Belém (PA) o abastecimento de água à população é proveniente de mananciais (área fisiográfica do Utinga) e de uma rede de poços tubulares posicionais, em geral, em zonas urbanas mais afastadas ou onde o bombeamento é precário. Este trabalho avalia as águas subterrâneas utilizadas na Região Metropolitana de Belém, correlacionando dados de parâmetros físicos, físico-químicos e químicos, na tentativa de compor um quadro compreensível sobre a qualidade dessas águas, e verificar a influência que sofrem das unidades geológicas nas quais estão situados os aquíferos que as preservam. Para a execução dos trabalhos, procedeu-se a coleta de amostras de água em dois períodos sazonais diferentes: de estiagem e chuvoso. Após exaustiva consulta aos arquivos de empresas, instituições e de pesquisadores, foram selecionados 17 poços tubulares, sendo 9 em Belém, 5 em Icoaraci, 2 em Mosqueiro e 1 em Ananindeua (Anexo A). Os índices mais frequentes de turbidez situaram-se entre 9 e 14 unidades (ppm de SiO2), mas alguns poços apresentaram valores mais elevados (33, 41 e 71 ppm de SiO2. Somente em alguns casos, essa turbidez pode ser imediatamente correlacionada com o teor de sílica obtidos por análise química. As medidas de cor mais frequentes se encontram no intervalo de zero a 7,5 U.C., predominando o índice zero. No entanto, alguns poços apresentaram valor acima de 100 U.C. e outros, menos frequentes, com índices variando entre 20 e 60 U.C. Constituíram-se parâmetros bastante diferenciados o pH e a condutividade elétrica. Assim, foram verificados os índices mais elevados de pH e de condutividade elétrica nos aquíferos da Formação Pirabas. Nesses casos, o pH se apresentou em torno de 6,4 a 7,6 e a condutividade entre 231 e 362 µS/cm, com uma descontinuidade em 87,5 µS/cm, também atribuída a um poço associado à supracitada Formação. Águas mais ácidas (pH abaixo de 6,38 e acima de 4,01) são, certamente, atribuídas aos aquíferos do Grupo Barreiras e Pós-Barreiras. Os constituintes químicos, notadamente os teores de Ca2+, Mg2+, Na+ e K+, são condizentes com a interpretação dos valores numéricos de pH e condutividade elétrica. Sem exceção, as concentrações de Ca2+ são superiores às dos demais cátions, estabelecendo-se uma ordem decrescente segundo Ca2+> Mg2+> Na+>K+, com alguma inversão entre Na+ e Mg2+. As concentrações mais elevadas de Ca2+ (logo seguidas pelas de Mg2+) são resultantes da dissolução de carbonatos presentes no calcário Pirabas. Aliás, confirmando esta assertiva, também as concentrações de HCO-3 são bem mais elevadas dos que as concentrações de Cl- e SO2-4. É de se esperar, portanto, que a dissolução de sedimentos Pirabas produzem concentrações mais elevadas de Ca2+ e HCO-3. Os teores de sílica e ferro também discriminam tais águas. Em geral, os teores mais elevados de sílica correspondem às maiores profundidades, como, aliás, seria de se esperar, levando-se em conta a ação do intemperismo químico em minerais de silicato. Quanto ao ferro, este constitui um parâmetro diferenciador das águas da Formação Pirabas, quase sempre em teores bem mais baixos do que os valores correspondentes associados aos aquíferos Barreiras e Pós-Barreiras, havendo, no entanto, exceções, nas quais se registraram índices apreciáveis de ferro relacionado aos sedimentos Pirabas. Saliente-se que a Formação Pirabas aparece na Região Metropolitana de Belém quase sempre às profundidades maiores do que 100 m, havendo registro, no entanto, de profundidades menores, mas são situações, aparentemente, mais raras, como são os casos do poço número 3, no Campus Universitário, às proximidades do rio Guamá, com 76 m de profundidade, e o poço de 94 m do Museu Paraense Emílio Goeldi, em zona central da cidade (Anexo A). A exaustiva consulta aos já mencionados arquivos de instituições, empresas e pesquisadores levou à constatação de que muitos poços tubulares instalados na zona urbana aproveitam águas associadas aos aquíferos Barreiras e Pós-Barreiras, onde os valores de pH são quase sempre, abaixo de 6 unidades, e as medidas de condutividade elétrica raramente atingem 100 µS/cm. Constata-se, finalmente, que há necessidade de maiores investimentos no sentido de aumentar a prospecção e a utilização de águas subterrâneas na região, pois estas, além de dispensarem tratamento prévio à distribuição, ainda são uma fonte de recursos, não dimensionados, mas de grande potencial.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Alteração hidrotermal e potencial metalogenético do vulcanoplutonismo paleoproterozoico da região de São Félix do Xingu (PA), Província Mineral de Carajás(Universidade Federal do Pará, 2015-08-27) CRUZ, Raquel Souza; VILLAS, Raimundo Netuno Nobre; http://lattes.cnpq.br/1406458719432983A região de São Félix do Xingu, centro-sul do Estado do Pará, expõe um sistema vulcano–plutônico excepcionalmente bem preservado e agrupado nas formações Sobreiro e Santa Rosa, nas quais foram reconhecidas alterações hidrotermais e mineralizações associadas. A Formação Sobreiro é constituída por fácies de fluxo de lava de composições andesítica, andesito basáltica e dacítica, conforme as proporções ou ausência de fenocristais de clinopiroxênio e/ou anfibólio. Fácies de rochas vulcanoclásticas ocorre geneticamente associada e é representada por tufos de cinza, cristais de tufo máfico, lapilli-tufo e brecha polimítica maciça. A Formação Santa Rosa é controlada por fissuras, formada por riolitos que compreendem fácies de fluxo de lava e fácies vulcanoclástica associada de tufos de cristais felsico, ignimbritos (tufo de cinza), lápilli-tufo, e brechas polimíticas maciças. Parte desse sistema é interpretado como ash-flow caldera parcialmente erodida e desenvolvida em vários estágios. Dados de petrografia, difração de raios X (DRX), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia de infravermelho mostram as paragêneses de alterações hidrotermais que ocorrem nessas rochas. Em geral, os minerais de alteração desenvolvem cristais subeuédricos a anédricos e substituem minerais magmáticos. Os tipos de alterações hidrotermais identificados mostram-se incipientes a pervasivos, sendo distinguidas as alterações propilítica, sericítica, argílica e potássica, as quais se sobrepõem, além de fases fissurais de silicificação com hematita e carbonato associados. A alteração propilítica, predominante na Formação Sobreiro, apresenta ambos os estilos pervasivo e fissural. A paragênese resultante consiste de epidoto + clorita + carbonato + clinozoisita + sericita + quartzo ± albita ± hematita ± pirita, que é sobreposta por alteração potássica pervasiva ou controlado por fratura, representada principalmente por feldspato potássico + biotita ± hematita. Localmente, ocorre fratura com associação prehnita-pumpellyita precipitada que poderia estar relacionado com metamorfismo de baixo grau. A alteração sericítica é marcada pela ocorrência principalmente de sericita + quartzo + carbonato ± epidoto ± clorita ± muscovita. Manifesta-se principalmente nos tufos de cristais máficos. Entretanto, a sobreposição desses tipos de alteração fica evidenciada pelas relíquias de clorita da alteração propilítica e texturas das rochas, parcialmente obliteradas, em que restaram apenas pseudomorfos de plagioclásio sericitizado. Já na Formação Santa Rosa é pervasiva e caracterizada pela ocorrência de sericita + quartzo + carbonato. Apresenta-se também em estilo fissural, que é marcado pela presença de sericita + quartzo. É o principal tipo de alteração identificado nessa unidade, atribuindo às rochas coloração esbranquiçada. Dados de MEV mostram que, associados à alteração sericítica, ocorrem fosfatos de chumbo e terras raras além de ouro, bem como rutilo e barita. A alteração potássica ocorre mais subordinadamente, em geral associada aos pórfiros graníticos e, localmente, aos riolitos. A paragênese característica é conferida por microclínio + biotita + clorita + carbonato + sericita ± albita ± magnetita. A alteração argílica intermediária foi reconhecida nos riolitos e possivelmente corresponde aos estágios finais da alteração hidrotermal. É caracterizada pela presença de montmorillonita + illita + caolinita + clorita ± sericita ± caolinita ± haloisita ± quartzo ± hematita, os quais foram identificados por DRX e espectroscopia de infravermelho. A argilização confere às rochas coloração esbranquiçada a rosa esbranquiçada. Os tipos de alteração foram controlados principalmente pela temperatura, composição do fluido e pela relação fluido/rocha. São compatíveis com anomalias térmicas relacionadas com o magma envolvendo uma diminuição da temperatura e neutralização devido à mistura com água meteórica, semelhante ao que foi descrito em mineralizações baixo e intermediário-sulfidação. A identificação de ouro e fases de acessórios compatíveis fornecem importantes subsídios para pesquisas prospectivas na região, sobretudo para potenciais depósitos epitermais low-sulfidation de metais preciosos (ouro e prata) em sistemas vulcano-plutônicos com ash-flow calderas associadas, assim como depósitos do tipo pórfiro de Cu, Au e Mo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Ambiente geológico e mineralizações associadas ao granito Serra Dourada (extremidade meridional) Goiás(Universidade Federal do Pará, 1983-08-29) MACAMBIRA, Moacir José Buenano; VILLAS, Raimundo Netuno Nobre; http://lattes.cnpq.br/1406458719432983O granito Serra Dourada pertence a um conjunto de estruturas dômicas, em geral mineralizadas em cassiterita, achando-se situado no centro-leste de Goiás, onde dominam rochas das faixas de dobramentos Uruaçu e Brasília e do maciço mediano de Goiás. Objetivando-se contribuir aos conhecimentos petrológico, metalogenético e estratigráfico dessas rochas graníticas, selecionou-se a extremidade meridional da Serra Dourada para a realização deste estudo. Adotou-se como metodologia o mapeamento na escala 1:45.000, estudos petrográficos, minerográficos e geocronológicos, além da determinação dos teores de elementos maiores em rochas e alguns minerais, e de elementos traços em rochas. As rochas graníticas da Serra Dourada foram classificadas como sienogranitos, apresentando três variedades: anfibólio-biotita granito, muscovita-biotita granito e biotita granito, sendo a última dominante. O gráfico K-Rb indica um avançado grau de fracionamento para essas rochas e sugere um trend que se inicia no granito a anfibólio e termina naquele a muscovita. Por sua vez, a variação sistemática dos teores e razões de alguns elementos traços denuncia um íntimo relacionamento entre essas variedades, devendo significar intrusões múltiplas que correspondem a diferentes graus de fusão parcial do material original. Nas tentativas de datações pelo método Rb-SR, observou-se que os fenômenos subseqüentes ao alojamento inicial na crosta introduziram possíveis rejuvenescimentos isotópicos. Contudo, essas rochas graníticas forneceram idades convencionais máximas próximas de 2 b.a. As últimas fases magmáticas do granito Serra Dourada foram os pegmatitos que, no núcleo do batólito, são zonados e possuem água-marinha, enquanto que na borda são portadores de tantalita-columbita, esmeralda, muscovita e monazita. Em seguida, grandes quantidades de soluções hidrotermais enriquecidas em Sn e F atingiram tanto o granito como suas encaixantes, alterando-as para greisens. Ao contactarem os enclaves, as soluções precipitaram cassiterita, magnetita, fluorita e sulfetos. Veios com wolframita e rutilo se alojaram nas encaixantes mais próximas. Em temperaturas mais baixas, essas soluções geraram caulim ao atingirem os pegmatitos da faixa de contato. Vários tipos de enclaves foram identificados no granito: biotititos, soda-gnaisse, xenólitos de xistos e quartzitos, e anfibolitos. Os enclaves de soda-gnaisse têm natureza trondhjemítica e também apresentam variedades a anfibólio e biotita, a biotita e a biotita e muscovita. A semelhança da assembléia e do quimismo de algumas fases mineralógicas sugere uma consangüinidade entre a soda-gnaisse e o granito, com a possibilidade que sejam fragmentos parcialmente intactos das rochas que deram origem, por anatexia, ao material granítico. Por outro lado, os teores e razões anômalas de alguns elementos do soda-gnaisse indicam reação com o magma, que é enfatizada pela posição dessas rochas no gráfico K-Rb. Essa reação certamente afetou as razões isotópicas, permitindo apenas sugerir-lhes uma idade arqueana. Por sua vez, os biotititos possivelmente são restritos. A seqüência onde o granito Serra Dourada se alojou compõe-se de intercalações de xistos e quartzitos do Grupo Serra da Mesa. As mineralizações típicas do magmatismo ácido, greissens, pegmatitos e sills graníticos nos metassedimentos, além de xenólitos oriundos das encaixantes e foliação pronunciada nas bordas do corpo, depõem pelo caráter intrusivo do granito nesses metamorfitos, cujo evento tardi-sintectônico está associado com a formação do braquianticlínio, que concorda com o padrão estrutural regional. Através da assembléia mineralógica dessas rochas atestou-se condições do facies anfibolito baixo para a sua formação onde dominaram pressões acima de 4,5 Kb e temperaturas em torno de 550°C.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise da dinâmica da cobertura e uso do solo na bacia hidrográfica dos lagos Bolonha e Água Preta, Belém, Pará.(Universidade Federal do Pará, 2024-12-20) BARROS, Jackison Mateus Lopes; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252; https://orcid.org/0000-0003-0252-808XO aumento da população urbana no mundo tem impactado bacias hidrográficas que abastecem cidades de água, abrangendo os serviços de tratamento e distribuição de água potável para uso doméstico, industrial e comercial. Um exemplo é a Bacia Hidrográfica dos Lagos Bolonha e Água Preta (BHLBA) na Região Metropolitana de Belém (RMB), o segundo maior aglomerado urbano da Amazônia brasileira, com 2,3 milhões de habitantes. Uma das melhores de monitorar a dinâmica das bacias hidrográficas é a partir de técnicas de sensoriamento remoto com imagens orbitais, devido a qualidade dos dados espaço-temporais. Esse trabalho objetiva analisar as mudanças da cobertura e uso do solo nas últimas quatro décadas na BHLBA, através de imagens da série de satélites Landsat dos anos 1984, 1989, 1994, 1999, 2004, 2008, 2018, 2021 e 2023, utilizando a metodologia de análise de imagem orientada a objetos geográficos (GEOBIA). Assim, formam avaliadas as classes de lagos (L), área urbana (AU), macrófitas aquáticas (MA), vegetação arbórea (VA) e pastagem (P). A acurácia global das imagens classificadas apresentou valores entorno de 90%, tendo como principal erro, os erros de alocação. Foram identificadas as mudanças que ocorreram ao longo dos anos, como o crescimento expressivo das macrófitas sobre o espelho de água dos lagos Bolonha e Água preta, que diminuiu cerca de 3,7%. Também foi registrado o aumento de 13,4% da vegetação arbórea na BHLHA, evidenciando uma recomposição florestal. Foi observado também um crescimento de 3,2% das áreas urbanas ao redor da BHLBA, o que é preocupante pois a influência antrópica pode colocar em risco a saúde dos mananciais de abastecimento hídrico da RMB. A metodologia GEOBIA mostrou-se adequada para o estudo e recomendamos que o monitoramento seja continuado em virtude da importância socioambiental da área em estudo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Uma análise de cluster via CiteSpace a propósito da espectrometria WDXRF para geocientistas (2001-2021)(Universidade Federal do Pará, 2023-08-17) CASTANHO, Rebeca Soares; PAZ, Simone Patrícia Aranha da; http://lattes.cnpq.br/5376678084716817O presente estudo bibliométrico trata acerca da espectrometria de fluorescência de raios-X por dispersão de comprimento de onda (Wavelength Dispersive X-Ray Fluorescence, WDXRF) aplicada a analise geoquímica a fim de avaliar as tendências cientificas ao longo de um recorte temporal de vinte anos – entre 2001 e 2021 – usando o software acadêmico e gratuito CiteSpace. Foram recolhidos 941 artigos científicos internacionais envolvendo WDXRF na plataforma Web of Science (WoS) a partir das expressões “wdxrf” ou “wavelength dispersive x-ray fluorescence”. A avaliação dos dados ocorreu em duas partes: na primeira, buscou-se compreender e interpretar os aspectos quantitativos da produção cientifica relacionada a técnica e, na segunda parte, realizou-se uma analise de concorrência de palavras-chaves dos trabalhos recuperados. Apesar das flutuações, houve um aumento constante do numero de artigos relacionados a essa espectrometria, sendo 2020 o ano de maior produtividade da serie histórica (105 publicações). Os Estados Unidos da América são lideres na classificação por países (110 artigos), contudo, a distribuição relativamente homogênea desses estudos revela que a WDXRF e uma técnica bastante difundida no mundo. O Brasil esta entre os dez países mais influentes da área, ocupando a oitava posição com 59 publicações. O periódico X-Ray Spectrometry, que conta com 82 artigos, predomina a divulgação sobre esta técnica analítica. No total, foram encontradas 569 palavras-chave conectadas por 2002 ligações de concorrência, destacando-se o termo trace elemento (“elemento traço”), que denota um interesse solidificado, mas sempre em voga, em relação ao uso da WDXRF para este nível de analise química. Por outro lado, nanoparticle (“nanopartícula”) e a palavra-chave de maior explosão de citações nestas duas décadas, especialmente entre os anos de 2015 e 2021, trazendo a luz uma tendência mais atual a caracterização elementar de compostos nanoestruturados. O programa CiteSpace identificou 13 grupos temáticos, sendo cinco os mais notáveis no emprego da instrumentação: caracterização de nanomateriais (cluster #0); analise de metais pesados em nível traço (cluster #1); especiação química (cluster #2); analise de materiais particulados em filtros (cluster #5) e proveniência de cerâmicas históricas (cluster #6). Em suma, pode-se concluir que a química dos materiais geológicos não constitui um corpo de estudos estreitamente definido em relação a WDXRF, porem esta e uma fronteira cientifica que se expande através da interdisciplinaridade, o que pode fornecer novas e integradas abordagens metodológicas as pesquisas dos geocientistas que se aprofundarem na técnica.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise de imagens Landsat ETM, Radarsat-1 e modelos numéricos de terreno para o mapeamento dos índices de sensibilidade ambiental ao derramamento de óleo na costa de manguezais do nordeste do Pará(Universidade Federal do Pará, 2006) BOULHOSA, Messiana Beatriz Malato; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252Acidentes relacionados à exploração e transporte de petróleo constituem uma ameaça às zonas costeiras de todo o mundo, pois um derrame de óleo trata-se de um evento ecologicamente desastroso e pode causar danos irreparáveis ao meio ambiente afetando principalmente os seres vivos que habitam na zona costeira e a economia local. Na costa nordeste do Pará, assim como ao longo de toda a costa norte do Brasil ocorre intenso fluxo de navios e balsas transportando petróleo e derivados, ameaçando os recursos naturais dessa região. Daí a necessidade de serem estabelecidas estratégias de prevenção e gestão dos impactos ambientais ao derrame de óleo para elaboração de planos de emergência. A caracterização dos ambientes costeiros, em especial os tropicais úmidos dominados por macromaré, é complexa em virtude de uma série de fatores limitantes para o mapeamento ao longo da zona costeira do nordeste do Pará. Primeiro, a planície de macromaré forma áreas baixas, onde a informação detalhada do relevo é muitas vezes escassa e a representação planimétrica é dominante. Segundo, as variações de maré em torno de 6 m produzem fortes modificações nos limites dos ambientes sedimentares costeiros em resposta aos amplos deslocamentos verticais e laterais das marés. Terceiro, as modificações geomorfológicas costeiras são muito intensas e rápidas. Dentro desse contexto o objetivo dessa dissertação de Mestrado é gerar o mapa dos ambientes costeiros e o mapa de índice de sensibilidade ambiental ao derrame de óleo dos ambientes costeiros de uma porção da costa nordeste do estado do Pará. A metodologia consistiu no processamento digital de imagens de sensores remotos na faixa do óptico (Landsat ETM +7) e das microondas (RADARSAT-1 Wide-1), associados aos dados do Modelo digital de elevação do SRTM (shuttle radar topographic mission) e aos dados de campo, em ambiente de SIG (sistema de informação geográfica) proporcionando assim uma análise integrada das características espectrais, geomorfológicas, altimétricas e sedimentológicas dos ambientes costeiros em base cartográfica georreferenciada. Os principais resultados gerados nesta dissertação permitiram: 1) Avaliação do potencial das imagens Landsat ETM+7, RADARSAT-1 e dos produtos de fusão multi sensores, para a identificação dos ambientes costeiros e dos Índices de Sensibilidade Ambiental ao derrame de óleo (ISA) nessa importante costa de manguezais; 2) Reconhecimento e descrição de cinco unidades morfológicas principais e quatorze subunidades: Planalto costeiro, Planície de Maré, Planície Litorânea e Planície aluvial; 3) Identificação e hierarquização de oito unidades de índices de sensibilidade ambiental (ISA), para a zona costeira amazônica, são eles: ISA 1B- Muro de arrimo; ISA 3A Praias com granulometria fina a média; ISA 3B- Escarpas expostas com declives ingresses em areia; ISA 9B- Bancos e planícies de marés lamosas vegetados; ISA 9C Campos herbáceos hipersalinas; ISA 10A- Campos herbáceos salinos e salobros; ISA 10C- Manguezal; ISA 10D- Várzea; 5) Geração do mapa de índice de sensibilidade ambiental ao derrame de óleo da área estudada. O uso das técnicas de sensoriamento remoto e SIG mostraram ser uma importante ferramenta para o reconhecimento e análise dos ambientes costeiros e geração dos mapas dos ambientes costeiros e dos índices de sensibilidade ambiental ao derrame de óleo da costa nordeste do Pará.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise integrada da paisagem para avaliação da vulnerabilidade à perda de solo das margens da Baía de Marajó, estado do Pará(Universidade Federal do Pará, 2011-11-30) GUIMARÃES, Ulisses Silva; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A Baía de Marajó faz parte da Zona Costeira Amazônica constituindo um estuário em forma de “V”, com intensos processos de erosão e progradação. As margens desta baía são o objeto desse estudo, desde a costa ocidental, representada pelos municípios de Soure e Salvaterra, até a costa oriental dada pela Ilha de Mosqueiro. A proposta é analisar os ambientes costeiros adjacentes à Baía de Marajó, com uma abordagem sistêmica e integrada utilizando bases de dados temáticos (Geologia, Geomorfologia, Pedologia, Climatologia e Uso e Cobertura da Terra) e imagens de sensores remotos (Landsat TM 5 e MDE SRTM) para elaborar cartas sínteses de unidades de paisagem e vulnerabilidade a perda de solo como subsidio a gestão costeira. O método teve como principais etapas: i) correção atmosférica por subtração do pixel escuro, correção geométrica por ortorretificação e classificação supervisionada com algoritmo Spectral Angle Mapper (SAM) através de amostras de treinamento para mapear o Uso e Cobertura da Terra; ii) compilação, adaptação e classificação para elaboração de dados de Morfologia; iii) elaboração de derivadas geomorfométricas; e,iv) integração das bases temáticas por álgebra de mapas, com uma equação de sobreposição para a carta síntese de unidades de paisagem e outra equação de média aritmética para elaboração do mapa de vulnerabilidade a perda de solo. As margens da Baía de Marajó apresentam majoritariamente a unidade de Campos com 17,61% da área de estudo (50.483,16 ha), a altimetria máxima obteve 58 m, o relevo é plano suave e a forma preponderante foram as vertentes retilíneas e planares. Os dados integrados indicam que os processos pedogenéticos prevalecem em apenas 3,58% (10.231,38 ha) da área de estudo. As áreas em equilíbrio de processos pedogenéticos e morfogênicos correspondem a 3,75% (10.737,63 ha), enquanto que a morfogênese prevalece em 42,40% (121.317,39 ha). A superioridade no terreno de unidades com morfogênese demonstra o risco natural desses ambientes costeiros à perda de massa por mecanismos superficiais de desagregação e erosão do substrato por processos de escoamento superficial e deslocamento de massa.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise palaeoambiental e caracterização dos Folhelhos Negros da Formação Barreirinha utilizando análises Multiproxy(Universidade Federal do Pará, 2025-06-04) CARVALHO, Wivian Maria Rodrigues; BRITO, Ailton da Silva; http://lattes.cnpq.br/9873489431846769; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0001-9224-5563; SOARES, Joelson Lima; http://lattes.cnpq.br/1345968080357131A Formação Barreirinha teve sua fase inicial de sedimentação vinculada a uma rápida elevação relativa do nível do mar, durante um expressivo evento de transgressão marinha que inundou a Bacia do Amazonas. Esses folhelhos ricos em matéria orgânica afloram ao longo de uma faixa estreita, porém extensa, situada na borda sul da Bacia do Amazonas. Existem poucos estudos dedicados especificamente às possíveis variações paleoambientais associadas à deposição desses folhelhos. Isso se deve, principalmente, à relativa uniformidade litológica dessas rochas, predominantemente compostas por sedimentos finos, além de sua relevância econômica, que direciona a maior parte das pesquisas para a maturação da matéria orgânica. Com objetivo de investigar as variações paleoambientais ocorridas durante a deposição destes sedimentos finos, com foco na dinâmica sedimentar, origem e proveniência da matéria orgânica, utilizando como base a associação de diversas técnicas quantitativas, semiquantitativas e qualitativas (multiproxy). Deste modo, a sucessão estratigráfica analisada é composta majoritariamente por folhelhos de tonalidades cinza a negras, apresentando variações faciológicas associadas a influxos de sedimentos terrígenos mais grossos e episódios de bioturbação. Essas características indicam um ambiente deposicional marinho profundo, anóxico e distal, sem influência de carbonatos, típico do Membro Abacaxis da Formação Barreirinha. Análises mineralógicas (cluster) revelam predomínio de caulinita, caracterizando a fácies Caolinita, com ocorrência subordinada de quartzo, sulfatos e sulfetos nas porções inferiores. A base da sucessão contém arenitos finos, maciços e com estratificação cruzada, correlacionados à Formação Ereré, de origem deltaica a plataforma interna. A transição para folhelhos laminados com intercalamentos de arenitos e siltitos marca o início da transgressão devoniana (Frasniano), com importante aporte continental, atestado por minerais pesados, restos vegetais piritizados e tasmanites. A ocorrência de dumpstones sugere influência de processos glaciais, com deposição por transporte glacial marinho (ice-rafted debris). Os níveis superiores exibem folhelhos mais homogêneos, enriquecidos em matéria orgânica, desprovidos de bioturbação e minerais detríticos, refletindo a máxima anóxia durante o pico transgressivo na Bacia do Amazonas. Do ponto de vista diagenético, os folhelhos passaram por compactação, fraturamento, substituições minerais, oxidação e intensa piritização, principalmente na forma framboidal, típica de ambientes marinhos redutores. A mineralogia é dominada por caulinita e quartzo, com minerais acessórios indicativos de processos de alteração e possíveis intrusões ígneas jurássico-triássicas (magmatismo Penatecaua), que elevaram a maturação térmica do querogênio. Análises de Rock-Eval e biomarcadores revelam querogênios tipo II-III, com potencial gerador de gás, variando de imaturo a pós-maturo conforme a distância das intrusões. Esses dados refletem um sistema transgressivo com forte controle ambiental e influência térmica regional.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise paleoambiental da Formação Pirabas no litoral do Maranhão, Brasil(Universidade Federal do Pará, 2011-06-03) OLIVEIRA, Samantha Florinda Cecim Carvalho de; ROSSETTI, Dilce de Fátima; http://lattes.cnpq.br/0307721738107549A Formação Pirabas é uma unidade geológica reconhecida pelo seu abundante conteúdo fossilífero, que inclui um grande número de grupo de invertebrados e vertebrados. Esta unidade aflora no litoral norte e nordeste brasileiro, nos estados do Pará, Maranhão e Piauí. A maior parte dos estudos fossilíferos da Formação Pirabas enfatizaram, inicialmente, os invertebrados. No entanto, estudos utilizando ictiólitos têm sido enfatizados nos últimos anos, o que se deve à sua resistência à dissolução, ao transporte e à deposição. Além disto, o tamanho diminuto favorece recuperação de maneira mais contínua em diferentes níveis estratigráficos, o que permite sua utilização como elemento auxiliar em interpretações paleoambientais. Este trabalho objetivou prospecção de ictiólitos da Formação Pirabas exposta no litoral do Estado do Maranhão, bem como sua identificação e integração com dados faciológicos. Esta área de estudo está inserida na Bacia de São Luís, que possui preenchimento de 4.000m de espessura, sendo principalmente representado por rochas cretáceas e uma delgada cobertura cenozóica, a última representada pelas formações Pirabas e Barreiras, depositadas, em grande parte, no Mioceno. As exposições estudadas ocorrem sob a forma de falésias dispostas entre as cidades de Alcântara e Guimarães. Carbonatos miocênicos com registro de ictiólitos nesta localidade são pontuais, com ocorrência sob forma de camadas delgadas inferiores a 2 m de espessura, que intergradam, lateral e verticalmente, com depósitos siliciclásticos. Estes estratos ocorrem sob forma de três unidades estratigráficas, sendo a unidade 2 a que documenta calcários fossilíferos relacionados com a Formação Pirabas. As falésias estudadas incluem as das localidades de Canelateua, Mamuna Grande, Peru e Base. Foram analisadas 16 secções delgadas de amostras derivadas destas localidades que resultou na descrição de quatro microfácies carbonáticas, além de uma de argilito. As amostras forneceram 30 ictiólitos que foram fotografados, identificados e descritos sob microscópio eletrônico de varredura. Além de ictiólitos, o estudo petrográfico registrou a presença de outros fósseis na localidade como: briozoários, foraminíferos, gastrópode, bivalves, algas e equinóides. A integração de dados paleontológicos e microfaciológicos são consistentes com deposição de carbonatos em paleoambientes dominantemente de baixa energia, com indícios de condições redutoras e sujeito à frequente introdução de grãos siliciclásticos. Essas características, adicionadas à baixa freqüência de fósseis em grande parte das amostras analisadas, corroboram interpretações anteriores de que a deposição desses estratos teria ocorrido em paleoambientais parálicos do tipo estuarino. Entretanto, a abundância de fósseis tipicamente marinhos em algumas amostras, associada à presença de elementos ictiológicos comuns em ambientes com salinidade normal, denotam introdução periódica de influxos salinos. Portanto, pode-se concluir que os estratos analisados foram depositados em associação a sistemas estuarinos, porém representando fácies mais distais deste sistema, representativas de ambientes sujeitos à maior influência marinha.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análises sequenciais para o ouro em solo do salobo 3A, Serra dos Carajás(Universidade Federal do Pará, 1989-06-07) FRANCO, Maria Esmeralda Bravo Esteves Bouça; RAMOS, José Francisco da Fonseca; http://lattes.cnpq.br/8189651755374537A área do Salobo 3A. na Serra dos Carajás no Estado do Pará pertence a uma faixa alongada. segundo direção WNW-E SE.de idade Arqueana, que bordeja o flanco norte do sinclinório de Carajás. Esta área tem sido objeto de diversos estudos, tendo como finalidade a prospecção e extração dos minérios de cobre e aproveitamento dos seus subprodutos. Com este trabalho pretende-se investigar a distribuição do ouro em solos da área do deposito de sulfetos de cobre do Salobo 3A. Foram coletadas 18 amostras em perfis horizontal e vertical junto à galeria G1 e outras dezesseis dos poços PA-O8 e PA-23. As concentrações de ouro nos solos foram determinadas segundo a abertura parcial sequencial de Gatehouse et al. (1977), que foi complementada pela extração orgânica. devido as baixas concentrações desse metal em solos. As fases consideradas isoladamente foram os óxidos e hidróxidos de ferro e manganês (amorfos e cristalinos), matéria orgânica e os silicatos argilominerais e quartzo. A fração granulométrica < 120 mesh foi escolhida. para evitar a presença de partículas maiores de ouro metálico. Além da análise sequencial. realizou-se o ataque de outras 5 gramas da mesma amostra com HF+HCl04 e de outras 5 gramas com HF+HCl04 seguido de ataque com água régia (Au-total). Todos os resultados foram comparados com os obtidos pela análise por ativação com nêutrons instrumental e com análises da DOCEGEO feitas através da abertura com água régia. O objetivo principal desse trabalho é mostrar a adequação de análises sequenciais para ouro em solos e, através dos resultados obtidos para as fases estudadas, aprofundar o conhecimento sobre o comportamento do ouro em ambiente supergênico. Desses, vale salientar a boa correlação entre a concentração de ouro determinada na matéria orgânica e a concentração de Au-total no solo (ou mesmo apenas com água régia. ou com valores obtidos por INAA). O estudo da quantidade de matéria orgânica relacionada com o ouro nela adsorvido parece estar de acordo com os mecanismos de mobilidade e transporte do ouro em ambiente supergênico conhecidos até ao momento. Das análises efetuadas conclui-se que, em geral, pouco ouro se encontra no estado nativo, se feita a comparação das concentrações obtidas pelas extrações parciais com a concentração de Au-total das amostras. Este elemento encontra-se preferencialmente nos silicatos (argilominerais e quartzo), na matéria orgânica e na goethita (nesses em menor quantidade).Dissertação Acesso aberto (Open Access) Aplicação da modelagem hidrodinâmica na circulação do estuário do rio Maracanã (NE do Pará)(Universidade Federal do Pará, 2017-10-16) BARBOSA, Leandro Patrick Ferreira; EL-ROBRINI, Maâmar; http://lattes.cnpq.br/5707365981163429O litoral do NE do Pará apresenta uma configuração recortada e um grande número de sistemas estuarinos, bastante ativos com amplitudes de maré entre 5-7m. Nesta região, está inserido o estuário do rio Maracanã - estuário de planície costeira e do tipo bem misturado - com uma extensão de 101 Km a partir do igarapé do Tubo até a ilha do Cumaru. O perfil deste é tipicamente meandrante, de baixa declividade que permite escoamento superficial, e possibilita um padrão de drenagem com grande quantidade de cursos d’água em várias direções e uma ordem de vazão de 103 a 104 m3 s-1. Este estuário sofre a influência do regime de macro-marés (>4m), de natureza semi-diurna, com influência de ventos (média de 6 m/s) e correntes de maré (média de 69,53 cm/s). O clima é do tipo Am (Tropical Úmido), que é caracterizado por ser quente e úmido (Clima Equatorial Amazônico), com temperatura entre 25°C e 28°C e pluviosidade de 2.500 mm/ano a 3.000 mm/ano, e dois períodos distintos, um seco (de junho a novembro) e outro chuvoso (dezembro a maio). O trabalho teve como objetivo a aplicação da modelagem hidrodinâmica na circulação do estuário do rio Maracanã (NE do Pará), utilizando como ferramenta a modelagem (Programa de Modelagem SisBAHIA – Sistema Base de Hidrodinâmica Ambiental), com base na interpretação dos dados coletados em campo e trabalhos experimentais realizados em laboratório. Os procedimentos metodológicos consistiram em três etapas básicas: levantamento bibliográfico, trabalhos de campo e de laboratório. No campo, foram realizados: (1) um levantamento ecobatimétrico de semi-detalhe, empregando-se uma Ecossonda DGPS/PLOTTER/SONAR FURUNO GP-1850 F, onde foram feitos transectos ecobatimétricos transversais e longitudinais no estuário, durante a maré cheia; (2) medição de correntes de maré, para obtenção de medidas de intensidade e direção das correntes em um ponto (00° 45,187’ S e 47° 26,712’ W), durante um período de amostragem contínuo de 8 dias (preamar e baixamar) (04/02/07 à 11/02/07), abrangendo a sizígia. Para tal, foi utilizado um Correntógrafo Falmouth Scientific 2DACM; (3) o monitoramento vertical da maré foi baseado nos Marégrafos Orphirmedes da marca OTT-Hidrometrie, que registraram o nível d'água simultaneamente, próximo à foz e na parte interna do estuário, durante um período de 8 dias contínuos a cada 20 minutos. No laboratório: (1) o processamento dos dados ecobatimétricos em ambiente Excel para correção em relação ao nível de maré. Ainda, o Surfer foi utilizado para digitalização dos dados de entrada para o modelo hidrodinâmico do Programa Sisbahia; (2) as séries temporais de Corrente e nível de maré foram submetidas a rotinas de processamento de dados elaboradas em ambiente Excel (3) Para vazão foi realizada uma estimativa baseada em método simples e racional. Os dados processados foram submetidos em seguida a análises: (1) Na implementação do modelo, foram reunidos todos os dados coletados na área de estudo e esses dados foram fornecidos ao modelo dentro de um domínio pré-definido; (2) Para calibração do modelo foram realizados ajustes na tentativa de fusão dos dados coletados em campo e o modelo; (3) a validação do modelo, que foi a precisão dos resultados computacionais do modelo em relação aos seus propósitos, e do sistema natural que o mesmo representa, a fim de reproduzir os fenômenos reais. Em seguida, colocou-se o modelo pra “rodar”, isto é, o modelo passa a gerar cenários de maré vazante, enchente, quadratura e sizígia. Com isso, puderam-se descrever os padrões da circulação estuarina do rio Maracanã e compreender os aspectos de sua complexa hidrodinâmica. Desta maneira, obtiveramse, mapas caracterizando padrões de correntes médias na vertical, ao longo de um ciclo de maré de sizígia e de quadratura (,meia maré vazante, meia maré enchente, estofa de preamar e estofa de baixamar). Observou-se que durante as marés de sizígia, as velocidades são maiores se comparadas com as marés de quadratura. A geometria do estuário é responsável pela restrição da penetração das águas costeiras e contribui para elevação da maré no interior do mesmo. Os resultados gerados pelo modelo não foram iguais aos medidos em campo, em virtude da complexidade da área e da quantidade de dados adquiridos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Aplicação de dados SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) no estado do controle neotectônico da rede de drenagem e microbacias hidrográficas, na região de Urucu e Adjacências (AM)(Universidade Federal do Pará, 2009-09-01) PINTO, Marcelo Lima; BORGES, Maurício da Silva; http://lattes.cnpq.br/1580207189205228Os estudos geológicos do Neógeno da Amazônia têm mostrado significativas evidências de processos tectônicos recentes, verificadas, sobretudo, a partir do controle estrutural dos vales e rios da região. Diante deste quadro, o objetivo desse estudo referiu-se à investigação neotectônica da região de Urucu e Adjacências (AM) por meio da análise estrutural dos sistemas de drenagens e relevo a partir de produtos digitais, a saber, imagens SRTM (Shuttle Radar Topography Mission). O entendimento da estruturação tectônica mais recente, da região de Urucu (AM), é fundamental na definição da geometria paisagística atual. Desta forma, esse estudo foi de importância fundamental para o reconhecimento de estruturas reativadas (NE-SW, NNE-SSW, NW-SE) e neoformadas (E-W e ENE-WSW), que certamente influenciam no controle paisagístico da drenagem e do relevo durante o Neógeno até o presente momento. A análise inicial dos alinhamentos de drenagem e relevo a partir das imagens SRTM permitiu a interpretação de dois grandes conjuntos de descontinuidades. O primeiro conjunto engloba as estruturas com orientação E-W e ENE-WSW, as quais se associam orientações NE-SW e NNESSW. O segundo conjunto reúne as estruturas posicionadas a NW-SE e NNW e SSE. O primeiro conjunto relaciona-se a estruturas com provável movimentação transcorrente, onde as orientações NE-SW representam “splays” que se dispõem de modo a compor estruturais sigmóidais semelhantes a duplexes direcionais. Os conjuntos estruturais orientados a NNE-SSW parecem representar um segundo pulso no contexto dessa movimentação direcional / transpressiva. O segundo conjunto é representado por descontinuidades NNW-SSE. Estas orientam a geometria e impõem assimetrias na rede de drenagem, as quais são compatíveis com a definição de “fronts” e reversos no relevo. A paisagem observada assemelha-se aquelas desenvolvidas em movimentações “dip-slip” normais. Um segundo pulso de movimentação com geometria de falha normal orientada a NW-SE limita as planícies aluviais e provoca a barragem natural do sistema hidrográfico, proporcionando deslocamentos dos canais fluviais. Este último pulso provavelmente ocorreu no Holoceno. Também, baseado em dados geofísicos do tipo Campo Total Reduzido do IGRF (International Geomagnetic Reference Field) pode-se observar que Os estudos geológicos do Neógeno da Amazônia têm mostrado significativas evidências de processos tectônicos recentes, verificadas, sobretudo, a partir do controle estrutural dos vales e rios da região. Diante deste quadro, o objetivo desse estudo referiu-se à investigação neotectônica da região de Urucu e Adjacências (AM) por meio da análise estrutural dos sistemas de drenagens e relevo a partir de produtos digitais, a saber, imagens SRTM (Shuttle Radar Topography Mission). O entendimento da estruturação tectônica mais recente, da região de Urucu (AM), é fundamental na definição da geometria paisagística atual. Desta forma, esse estudo foi de importância fundamental para o reconhecimento de estruturas reativadas (NE-SW, NNE-SSW, NW-SE) e neoformadas (E-W e ENE-WSW), que certamente influenciam no controle paisagístico da drenagem e do relevo durante o Neógeno até o presente momento. A análise inicial dos alinhamentos de drenagem e relevo a partir das imagens SRTM permitiu a interpretação de dois grandes conjuntos de descontinuidades. O primeiro conjunto engloba as estruturas com orientação E-W e ENE-WSW, as quais se associam orientações NE-SW e NNESSW. O segundo conjunto reúne as estruturas posicionadas a NW-SE e NNW e SSE. O primeiro conjunto relaciona-se a estruturas com provável movimentação transcorrente, onde as orientações NE-SW representam “splays” que se dispõem de modo a compor estruturais sigmóidais semelhantes a duplexes direcionais. Os conjuntos estruturais orientados a NNE-SSW parecem representar um segundo pulso no contexto dessa movimentação direcional / transpressiva. O segundo conjunto é representado por descontinuidades NNW-SSE. Estas orientam a geometria e impõem assimetrias na rede de drenagem, as quais são compatíveis com a definição de “fronts” e reversos no relevo. A paisagem observada assemelha-se aquelas desenvolvidas em movimentações “dip-slip” normais. Um segundo pulso de movimentação com geometria de falha normal orientada a NW-SE limita as planícies aluviais e provoca a barragem natural do sistema hidrográfico, proporcionando deslocamentos dos canais fluviais. Este último pulso provavelmente ocorreu no Holoceno. Também, baseado em dados geofísicos do tipo Campo Total Reduzido do IGRF (International Geomagnetic Reference Field) pode-se observar que existe uma forte correlação entre estruturas neotectônicas e as anomalias magnéticas, indicando que as estruturas neoformadas estão associadas à estruturas E-W e ENE-WSW e as estruturas de reativação das estruturas antigas apresentam-se com direções NE-SW, NNE-SSW, NW-SE.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Aplicação de geoprocessamento na análise ambiental das bacias hidrográficas do Igarapé Juruti Grande e rio Aruã – Juruti – Pará(Universidade Federal do Pará, 2007-03-26) TANCREDI, Nicola Saverio Holanda; BORGES, Maurício da Silva; http://lattes.cnpq.br/1580207189205228A área destas pesquisas localiza-se na região de Juruti, correspondendo as bacias hidrográficas do igarapé Juruti Grande e do rio Aruã. Está inclusa no domínio do clima equatorial úmido com precipitação pluviométrica total anual média de 2.223 mm, apresentando floresta densa com grande número de espécies vegetais. A pedologia mostra essencialmente latossolos amarelos e nas planícies de inundação do rio Amazonas, solos hidromórficos. Esta região situa-se na Bacia Sedimentar do Amazonas estando na parte superior, um espesso pacote de rochas cretáceas, pouco consolidadas, da Formação Alter do Chão, sendo recoberta na rede de drenagem por depósitos aluviais, destacando-se a planície de inundação do rio Amazonas. A área das bacias hidrográficas do igarapé Juruti Grande e rio Aruã apresentam bom estado de conservação. Contudo, desenvolve-se na área dos platôs dessas bacias o Projeto Juruti para explotação de bauxita, pela empresa Alcoa Inc., passando essa área por intensa especulação, com grande pressão sobre o meio ambiente, sendo necessário monitoramento periódico por parte dos órgãos competentes para manutenção do ecossistema equilibrado. Assim, o geoprocessamento desponta como uma alternativa eficiente, rápida e de baixo custo para este monitoramento ambiental, evidenciado pelos resultados apresentados nestas pesquisas. Disponibilizaram-se metodologias para gerenciar o capital natural da área de investigação, desenvolvendo-se sistemas de informação geográficas (SIG’s), pois possuem papel vital na administração das informações espaciais do meio ambiente, facilitando a gestão por meio digital dos dados cartográficas e permitindo a elaboração de prognósticos e diagnósticos decorrente dos problemas ambientais, subsidiando o planejamento e a tomada de decisões. Desta maneira aaplicação de SIG´s na área de investigação é de grande valia, uma vez que a região de Juruti passa e passará, por grandes transformações em vários aspectos ecológicos e sócioeconômicos, deixando de ser apenas mais uma região ribeirinha da Amazônia. Na construção do SIG para esta área, efetivou-se o armazenamento da geometria e dos atributos de dados georreferenciados, além de imagens de radar e de satélites, com datas de aquisição nos anos de 1972, 1986, 1997, 2000, 2001 e 2005. A abordagem multitemporal permitiu o acesso a informações sobre a evolução do uso da terra e as alterações qualitativas e quantitativas da cobertura vegetal natural, possibilitando análise dos biomas alterados entre os diferentes anos comparados, entendidos como fundamentais para avaliações iniciais da ecologia da paisagem, sobretudo no que concerne aos seus landcovers. O procedimento computacional possibilitou a uma avaliação inicial de parâmetros métricos (sobretudo os relacionados a diversidade paisagística) de forma automática, além da geração de mapas temáticos digitais. O desenvolvimento e aplicação destas metodologias tecnológicas (geoprocessamento e sensoriamento remoto aplicados a imagens de radar e de satélites), na região de Juruti, possibilitaram a geração de diversos produtos representativos, como os mapas multitemporais de uso e ocupação do solo, de altimetria, correlação de declividade com o relevo, lineamentos de drenagens, dentre outros. Os mapas temáticos de classificação e uso do solo apresentaram a evolução dos landcovers nos quatro anos utilizados como referência. A aplicação do índice de kappa para avaliação da qualidade do mapeamento temático apontou um resultado de 0,72, indicando que a classificação foi muito boa. Os mapas temáticos e os respectivos gráficos comparativos mostraram que a área de floresta apresentava 91,8% do total da área no ano de 1986; 87,22% em 1997; 85,57% em 2001 e 74,92% em 2005. As áreas antropizadas e de capoeira, aumentaram proporcionalmente à diminuição das áreas de florestas. O mapa de correlação de declividade com o relevo apresentou o predomínio de áreas com baixa declividade, em especial as áreas com relevo de várzea e planas a suave onduladas. As regiões que apresentaram relevo ondulado a forte ondulado concentraram-se, principalmente, na parte central das bacias hidrográficas. As interpretações geométricas e cinemáticas das principais estruturas neotectônicas existentes na área de trabalho com análise da rede de drenagem detalhada, consideraram apenas os segmentos retos, assumindo que os mesmos representariam lineações de drenagem. Neste sentido, detectaram-se as direções: NE-SW, bem marcada e caracterizando feixes extensos, marcados por conjuntos de lineações isoladas e por alinhamentos, concentrando-se sobretudo na porção SE da região investigada, NNE-SSW concentrada na porção NW da área, particularmente próximo ao rio Amazonas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Aspecto geoquímicos do material particulado da pluma estuarina do rio Amazonas: fatores que controlam as interações com as águas oceânicas(Universidade Federal do Pará, 2000-02-10) PEREIRA, Simone Baía; EL-ROBRINI, Maâmar; http://lattes.cnpq.br/5707365981163429; https://orcid.org/0000-0001-7850-1217Os aspectos geoquímicos abordados nesta investigação são a determinação da composição química do material em suspensão em águas costeiras sob influência da foz do rio Amazonas, indicando a localização possível da fonte de material em suspensão, assim como as influências que este sofre ao longo da transição continente-oceano. A análise de difração de raios-X indicou a predominância dos argilominerais caulinita, illita e, ainda, de quartzo, sobre os demais componentes inorgânicos identificados, observando-se a presença de clorita, ora como mineral subordinado em alguma amostras, ora como traço, e esmectita em teores-traço, que assim como a clorita está presente também como mineral subordinado. Estimou-se a composição mineralógica centesimal do material particulado, associando-se os resultados analíticos a dados de difração de raios-X, utilizando-se de cálculo estequiométrico, com base na literatura científica. Os resultados obtidos através do cálculo estequiométrico confirmam a tendência mostrada pelos difratogramas. Observa-se que os argilominerais dominantes são caulinita (máximo em 51,19%), associada a altos teores de alumínio distinguindo-se o domínio desse argilomineral na amostra em que este fato ocorre, e illita (máximo em 42,43%) associada aos teores elevados de potássio, quando ocorre o domínio deste argilomineral nas amostras, admitiu-se ainda a presença de colóides de ferro e titânio. Efetuou-se a avaliação do conteúdo e da natureza da matéria orgânica associadas aos sedimentos em suspensão, utilizando-se da análise elementar para carbono, nitrogênio e hidrogênio, de registros de termogramas e espectros de absorção na região do infravermelho. Nos sedimentos predominam os compostos orgânicos (argilominerais, sílica, colóides de ferro), ficando a matéria orgânica com conteúdo sempre abaixo de 3,6%. Portanto, na interpretação dos registros de espectros de absorção na região do infravermelho, as bandas mais intensas estão relacionadas com os argilominerais dominantes no material, ou seja, a mistura illita e caulinita. As bandas relativas às ligações químicas nos argilominerais dominam nos espectros do infravermelho. A nítida e intensa banda de vibração do estiramento Si-O, que se estendem desde 1200 a 1000 cm-1, com seus desdobramentos mais significativos às proximidades de 1180 e 1034 cm-1 é bem representativa de estruturas do tipo illita e caulinita. E há ainda, uma nítida banda, com fracos dobramentos em torno de 950 a 915 cm-1, relativa à ligação Al-OH; as bandas às proximidades de 790-800, 750-780, 640-690 cm-1; ou no intervalo de 400 - 600 cm-1, as intensas bandas de absorção registradas no intervalo de 4000 - 3400 cm-1, com seus vários desdobramentos, relacionadas com as ligações com hidroxila, –OH, tão comuns em argilominerais e uma intensa e média banda registrada às proximidades de 1640 cm-1 correspondente à deformação angular da ligação HOH, característica de água de constituição presente nos argilominerais. Os espectros de absorção na região do infravermelho de ácidos húmicos e fúlvicos, de diferentes origens, são semelhantes, porém não são idênticos. As diferenças (sutis) são resultantes de breves alterações em suas composições. Talvez a característica mais interessante do espectro de ácidos húmicos seja o aparecimento de intensas e largas bandas de absorção relacionadas com as vibrações de estiramento da ligação C=O de vários grupos funcionais orgânicos (ácidos carboxílicos e seus derivados, aldeídos, cetonas), no intervalo de 1709 a 1715 cm-1 e de vibrações de compostos aromáticos às proximidades de 1600 a 1613 cm-1. As bandas registradas às proximidades de 1698 a 1701 cm-1 e em torno de 1400 cm-1 indicam a presença de grupo de grupos de carboxila e carbonila. Os aspectos mais interessantes dos espectros registrados dizem respeito ao aparecimento de nítidas (porém fracas) bandas de absorção no intervalo de 2959-2885 cm-1, atribuídas aos grupos metileno –CH2- de hidrocarbonetos; e á presença de fraca (porém nítida) banda em torno de 1385 cm-1 referentes aos grupos carboxila e/ou carbonila. Levando a conclusão de tratar-se de material húmico presente na matéria orgânica oriunda de lixiviações e drenagem de solos amazônicos típicos, tais como podzólicos e latossólicos. Os teores de carbono orgânico elementar se estendem de 1,27% a 2,05%, enquanto que os de nitrogênio, de 0,03% a 0,13%. Esses teores produzem índices de relação C/N elevadas (mínimo em 12,7% e máximo em 68,3%) de material rico em produtos de decomposição de celulose, de origem vegetal. A integração de dados de análise química da matéria em suspensão com parâmetros físico-químicos de águas costeiras e a da variação de teores de fósforo (mínimo em 0,06% até o máximo de 0,71%, expressos em P2O5), associado a variação de salinidade (mínimo em 24,31‰ e máximo de 39,19‰), utilizados como parâmetros limitantes definiu a existência de três zonas características de origem de material em suspensão: uma predominantemente terrígena, uma de transição e outra predominantemente biogênica oceânica.
