Teses em Geologia e Geoquímica (Doutorado) - PPGG/IG
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/6341
O Doutorado Acadêmico pertence ao Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Teses em Geologia e Geoquímica (Doutorado) - PPGG/IG por CNPq "CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Intemperismo tropical em fachadas azulejadas de edificacoes historicas em belem do para(Universidade Federal do Pará, 2007-05-14) SANJAD, Thais Alessandra Bastos Caminha; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302A aplicação de azulejos europeus nas fachadas das edificações de Belém iniciou no século XIX. Após mais de cem anos de exposição ao intemperismo, os azulejos começaram a apresentar alterações. Para entender esta alteração intempérica, dois edifícios do século XIX foram estudados: Palacete Pinho e Solar do Barão de Guajará, localizados no centro histórico de Belém. O Palacete possui azulejos alemães (PPA e PPA-C) e portugueses do Porto (PPP). O Solar tem apenas azulejos portugueses na fachada principal, também do Porto (BGFP). A principal alteração dos azulejos alemães é a presença de manchas escuras. Estas manchas estão localizadas entre o vidrado e o biscoito, sem perda de vidrado. No caso dos azulejos portugueses de ambas as edificações, a perda de vidrado é freqüente, além da presença de manchas verdes embaixo do vidrado descolado. Os resultados da caracterização física são os seguintes: 1) os azulejos alemães (PPA e PPA-C) tem mais baixa porosidade acessível (12,96% e 9,59%, respectivamente) e maior densidade (1,99 g/cm3 e 1,92g/cm3, respectivamente), que os portugueses (PPP: 29,34% e 1,59 g/cm3 e BGFP: 17,53% e 1,74 g/cm3); 2) os azulejos portugueses apresentam espessura de vidrado entre 0,06-0,1 mm (PPP) e 0,5-0,54 mm (BGFP) e os alemães entre 0,04-0,2 mm (PPA e PPA-C); 3) o vidrado dos azulejos portugueses tem um contato abrupto com o biscoito enquanto que os alemães apresentam uma zona de transição entre as duas camadas. As análises mineralógicas do biscoito foram realizadas utilizando DRX e MEV/SED. As principais fases identificadas são: quartzo, mullita e cristobalita (azulejos alemães) e quartzo, gehlenita, diopsídio e calcita (azulejos portugueses). Quartzo, cassiterita e apatita foram encontrados nos vidrados de ambos azulejos alemães e portugueses; somente a amostra PPP não tem cassiterita. A análise química total do biscoito dos azulejos alemães indicou uma quantidade maior de SiO2 (75%) e Al2O3 (18%). No caso dos azulejos portugueses, além de SiO2 (46%) e Al2O3 (15%), apresenta também concentrações elevadas de CaO (22%). Em relação aos vidrados, a composição química é formada principalmente por Si e Pb. As manchas escuras e as verdes embaixo do vidrado estão relacionadas a microrganismos das divisões Cyanophyta e Bacillariophyta. Dados climáticos de Belém desde 1898 foram pesquisados e mostraram que não aconteceram mudanças climáticas 9 significantes na região. Amostras e análises da água da chuva foram realizadas também nas vizinhanças das edificações estudadas. Os resultados mostraram pequenas concentrações de Ca acima dos níveis regulares para água da chuva, possivelmente relacionado com as argamassas. A medição de temperatura na superfície dos azulejos indica variações em diferentes partes das fachadas. No Solar, as áreas de maior temperatura na superfície são aquelas que o vidrado está descolado do biscoito. Os resultados mostraram que os azulejos apresentam certa resistência ao intemperismo tropical. Azulejos alemães têm uma menor perda de vidrado em função da zona de interface existente entre as camadas vidrado e biscoito. A ausência desta zona de transição nos azulejos portugueses os torna mais vulneráveis ao intemperismo devido às mudanças climáticas, principalmente as variações térmicas diárias, que permitem o descolamento do vidrado.
