Teses em Geologia e Geoquímica (Doutorado) - PPGG/IG
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/6341
O Doutorado Acadêmico pertence ao Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Teses em Geologia e Geoquímica (Doutorado) - PPGG/IG por CNPq "CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIA"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Análise crítica das metodologias gerais de mapeamento geotécnico visando formulação de diretrizes para a cartografia geotécnica no trópico úmido e aplicação na região metropolitana de Belém escala 1:50.000(Universidade Federal do Pará, 2001-11-09) COSTA, Tony Carlos Dias da; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626; GANDOLFI, Nilson; http://lattes.cnpq.br/2605833412394930A presente tese traz, em seu escopo, a partir da analise critica das principais metodologias nacionais e internacionais de cartografia geotécnica (IAEG, Australiana, Francesa, EESC-USP, IPT, IG-UFRJ e IG-SP) a sistematização de um conjunto de diretrizes para a elaboração de mapas e cartas geotécnicas no Trópico Úmido Brasileiro. Apresenta também o mapeamento geotécnico, na escala 1:50.000, da Região Metropolitana de Belém, no Estado do Pará, formada pelos municípios de Belém, Ananindeua e Marituba. Metodologicamente, baseou-se nas diretrizes acima citadas, sendo apresentados onze produtos cartográficos: mapa de documentação da Região Metropolitana de Belém (na escala 1:50.000), mapa de documentação da área central de Belém (na escala 1:10.000), mapa de declividade, mapa geológico, mapa de materiais inconsolidados, mapa de faixas de proteção permanente dos corpos d'água, mapa de áreas institucionais e unidades de conservação, mapa de áreas de várzea e terra firme, mapa de uso do solo, carta de áreas preferenciais à exploração de materiais naturais de construção e carta de áreas preferenciais à instalação de aterro sanitário.Tese Acesso aberto (Open Access) Análise da dinâmica das áreas de manguezal no litoral Norte do Brasil a partir de dados multisensores e hidrossedimentológicos(Universidade Federal do Pará, 2016-12-16) NASCIMENTO JUNIOR, Wilson da Rocha; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252O objetivo desta pesquisa é analisar a dinâmica das áreas de manguezal no litoral norte do Brasil a partir de imagens de sensores remotos orbitais e dados hidrossedimentológicos (vazão e concentração de sedimentos em suspensão). Buscamos compreender a existência de causalidade entre a expansão ou retração dos manguezais com a descarga sólida em suspensão calculada a partir de dados de vazão e concentração de sedimentos em suspensão. Os manguezais foram mapeados, utilizando a técnica de classificação orientada ao objeto, nos anos de 1975, 1996 e 2008 tendo como base dados de sensores imageadores na faixa das microondas (RADAM/GEMS; JERS-1; ALOS/PALSAR). Foram utilizados os dados de estações fluviométricas e sedimentos da Agência Nacional de Águas para calcular a descarga sólida em suspensão nos rios Araguari, Gurupi, Pindaré, Grajaú e Mearim buscando relacionar a acresção e erosão nas áreas de manguezal com a carga sedimentar dos rios que deságuam no litoral. As variações de vazão refletem a precipitação nas sub-bacias dos rios analisados e apresentaram correlação forte e moderada com as anomalias de temperatura na superfície do oceano Pacífico evidenciando uma relação dos fenômenos El Niño e La Niña com os regimes de precipitação na Amazônia. As variações de concentração de sedimentos em suspensão não apresentaram relação com a variação fluviométrica sugerindo que as oscilações médias anuais são reflexos de outros fenômenos (cobertura e uso do solo). Os resultados mostram que as áreas drenadas das sub-bacias mais impactadas pela ação antrópica contribuem com uma carga sedimentar superior a rios que possuem maior concentração de floresta nativa. A vegetação nativa contribui para a contenção da erosão do solo e as áreas de solo exposto e pastagem são mais vulneráveis a erosão dos solos. Os rios Gurupi, Pindaré, Grajaú e Mearim apresentaram carga sólida em suspensão superior ou igual ao rio Araguari. Analisando os manguezais nos estuários percebemos a acresção dos manguezais nas margens nos estuários dos rios Gurupi e Mearim (Baia de São Marcos) e a diminuição das áreas de manguezal no estuário do rio Araguari. A zona costeira amazônica está sujeita a processos naturais de grande magnitude, porém as atividades atrópicas influenciam na dinâmica natural da região ao implementar práticas econômicas ambientalmente insustentáveis.Tese Acesso aberto (Open Access) Análise evolutiva da paisagem da serra Tepequém - Roraima e o impacto da atividade antrópica(Universidade Federal do Pará, 2008-01-23) BESERRA NETA, Luiza Câmara; BORGES, Maurício da Silva; http://lattes.cnpq.br/1580207189205228; 1580207189205228; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302; 1639498384851302A região norte do estado de Roraima apresenta grande diversidade de feições geomorfológicas formadas por planaltos dissecados, bordejados por pediplanos intramontanos e relevo com morfologia tipo platô que se individualiza nas extensas áreas de planícies, a exemplo da serra Tepequém. Esta foi palco desde os anos de 1930 de intensa atividade garimpeira para diamante que imprimiu mudanças na paisagem. Entender a dinâmica evolutiva da paisagem da serra Tepequém sob ação garimpeira diamantífera e o porquê da sua susceptibilidade a erosão, seja natural ou antrópica, é o principal objetivo deste estudo. Visando este entendimento, foram realizados trabalhos de campo, com descrição de perfis de solos e rocha saprolitizadas, bem como perfis lateríticos. Em seguida foram coletadas amostras de solos, rochas alteradas, lateritos e de carvão. Além disso, aquisição de medidas de largura, profundidade, extensão e alinhamento direcional dos canais das voçorocas. Os materiais coletados foram submetidos às seguintes análises: granulométricas, por via úmida; identificação de minerais por difração de raios-X e microscopia eletrônica de varredura; químicas totais (elementos maiores) por ICP-MS e medidas do conteúdo de matéria orgânica, umidade e densidade do solo. As amostras de carvão foram submetidas à datação radiocarbono por AMS (Accelerator Mass Spectrometry). Também foram elaborados mapas de lineamentos estruturais, relevo (altimetria e declividade), drenagem e da cobertura vegetal a partir da interpretação de imagens ópticas (Landsat-5/TM e Cbers-2/CCD) e a base cartográfica pré-existente. A serra Tepequém com formato retangular a rômbico e contorno de escarpas íngremes elaboradas sobre rochas sedimentares do Paleoproterozóico se destaca em meio à paisagem dominada por relevo de colinas, morros residuais e superfícies planas a levemente onduladas. A rede de drenagem da região delineia padrões do tipo paralelo, retangular angulado e treliça de falhas. A morfologia do relevo e drenagem da serra Tepequém e região de entorno, definem uma subordinação ao arranjo estrutural de direção E-W, NE-SW e NW-SE representado por falhas normais e transcorrentes. Na serra Tepequém os compartimentos geomorfológicos são estabelecidos por superfícies intravales aplainadas com altitudes de 575 a 670 m, cujos limites se constituem por morros e colinas residuais de até 744 m e vertentes de entorno que se elevam até 1.100 m. Nesta paisagem, domina a savana arbustiva graminosa, a floresta ombrófila densa que recobre as escarpas de entorno e se prolonga na planície regional. A mata ciliar concentra-se em pequenas manchas ao longo dos rios Cabo Sobral e Paiva. Este cenário foi bastante modificado com a atividade do garimpo de diamante. No entanto, com o declínio desta atividade, a mata ciliar se recupera espontaneamente, como mostra as imagens ópticas dos últimos 22 anos (1984, 1995 e 2006). Sobre solos arenosos desenvolveram-se as planícies intravales, os quais são constituídos por domínio de areia média e fina, grãos subangulosos a subarredondados, pobremente selecionados, com baixa coesão e pobreza de matéria orgânica. Estes se desenvolvem sobre saprólitos derivados de arenitos e siltitos. Localmente se observam linhas de pedra e colúvios, normalmente sobre os saprólitos. Lateritos imaturos são encontrados nas colinas situadas no centro-norte da serra Tepequém. Os solos são constituídos predominantemente de quartzo, muscovita em plaquetas sub-milimétricas e caulinita envolvendo parcialmente os grãos de quartzo, enquanto os perfis lateríticos se constituem de gibbsita, goethita e hematita, além de quartzo e caulinita. Fragmentos de lateritos e de quartzo constituem as linhas de pedra. Os teores elevados de SiO2 confirmam o caráter essencialmente quartzoso dos solos, enquanto os valores de Al2O3, K2O, MgO, Fe2O3 e TiO2 são mais expressivos nas zonas saprolíticas, confirmando o domínio de caulinita, muscovita e hematita, derivados de argilitos e siltitos. As idades radiocarbono em carvão obtidas para os materiais superficiais (colúvios e linhas de pedra) mostram que estes materiais se formaram pelo menos há 3.822 anos AP. As planícies intermontanas revelam em sua paisagem feições erosivas na forma de dutos, dolinas e voçorocas, desenvolvidas preferencialmente nos terrenos de domínio de materiais areno-siltosos. Os canais das voçorocas estão alinhados principalmente nas direções NE-SW e NW-SE correspondentes às direções de fraturas e falhas que secionam a Formação Tepequém. As voçorocas aparentemente estabilizadas se encontram parcialmente recobertas por pteridófitas (samambaias) que colonizam as paredes e fundo do canal. A evolução da paisagem da serra Tepequém, sobretudo, a formatação de seu arcabouço geral envolve a tectônica ainda no Proterozóico. A morfologia herdada se reflete nas escarpas íngremes do entorno, bem como, no topo na formatação de grande sinclinório. A evolução da paisagem da serra Tepequém durante o Cenozóico é marcada por formação de pequenas colinas e morros, alguns destes protegidos por crostas lateríticas sugerindo registro de um paleoclima úmido e quente no Pleistoceno, o qual pode ter favorecido a instalação da rede de drenagem; o trabalho erosivo dos cursos fluviais, aliados com o forte gradiente, favoreceu o transporte de parte dos sedimentos para W-SW, contribuindo na formação das planícies intermontanas. O cenário atual é marcado pela retomada erosiva favorecida pela natureza arenosa, incoesa dos solos, aliado a um paleo-relevo inclinado para os vales e fortemente fraturado e falhado que ocasiona um forte fluxo aquoso subsuperficial propiciando a forma de dutos, que evoluem para dolinas e por conseqüência voçorocas. Assim, a atividade garimpeira diamantífera pode ter contribuído na intensificação das voçorocas, mas no entanto, não foi o fator determinante. Portanto, a evolução da paisagem da serra Tepequém, no Proterozóico e no Cenozóico, até o presente, decorre, da interação de múltiplos processos, envolvendo a história tectônica, as mudanças climáticas e os vários ciclos de erosão, bem como a sedimentação restrita e a pequena contribuição antrópica.Tese Acesso aberto (Open Access) Aplicação da composição isotópica de multielementos no monitoramento ambiental de área circunvizinha à barragem de rejeito: o caso da mina de cobre da Serra do Sossego, Canaã dos Carajás – PA(Universidade Federal do Pará, 2017-06-09) OLIVEIRA, Simone Pereira de; MOURA, Candido Augusto Veloso; http://lattes.cnpq.br/1035254156384979Barragem de rejeito de atividades de beneficiamento de minérios representa um compartimento de relevância no monitoramento ambiental, devido à barragem poder apresentar formas indesejáveis de saídas de água, como a infiltração. Nesse sentido, o presente trabalho propôs avaliar o uso da composição isotópica de oxigênio, hidrogênio, estrôncio e chumbo como ferramenta para o monitoramento ambiental de água subterrânea vulnerável à barragem de rejeito. Essa pesquisa foi conduzida na área da mina de cobre da Serra do Sossego e, além do estudo isotópico multielementar, realizou a caracterização hidroquímica das águas subterrânea e superficial. Paralelamente, neste trabalho foi aplicado, pela primeira vez no laboratório Pará-Iso, o método de leitura direta da composição isotópica do chumbo (sem tratamento químico da amostra), utilizando espectrometria de massa com fonte de plasma. A caracterização hidroquímica da água subterrânea da área da mina Serra do Sossego mostrou que ela é moderadamente ácida (pH ~ 6). Apenas os poços AP15 e PS32, sob influência da drenagem das pilhas de misto (rejeito + estéril), apresentam elevada condutividade elétrica (599 μS/cm2 e 694 μS/cm2) e teores mais elevados de sulfato (1,82 a 6,57 meq/L). De forma geral, o ferro (29,7 mg/L), o manganês (69,7 mg/L) e o cobre (24,9 mg/L) apresentaram os teores mais elevados de metais na água subterrânea. Em termos dos estudos isotópicos, a água subterrânea dos poços PS17, PS04, AP15, PS32 e da Barragem possuem uma assinatura isotópica do chumbo menos radiogênica. As águas dos poços AP15 e PS32 seriam representativas da composição isotópica do chumbo da água subterrânea da área da mina (206Pb/207Pb = 1,1481 a 1,1663), possivelmente refletindo, em grande parte, a assinatura isotópica do chumbo na água meteórica. A composição isotópica do chumbo da água subterrânea dos poços PS04 (206Pb/207Pb =1,1784 – 1,1850) e PS17 (206Pb/207Pb = 1,2100 a 1,2160) pode indicar uma contribuição, embora pequena, das rochas da região (206Pb/207Pb > 1,6807). Por sua vez, a composição isotópica do chumbo na água da Barragem (207Pb/206Pb de 1,2279), representaria, como esperado, uma contribuição um pouco mais acentuada do minério e da rocha. Por outro lado, a assinatura isotópica do chumbo na água subterrânea dos poços MNA23 e PS06 é bem mais radiogênica (206Pb/207Pb = 1,6741 a 1,9196), sendo similar à assinatura da calcopirita e do diabásio da cava Sequeirinho, o que revela uma significativa contribuição da rocha e do minério sulfetado. Considerando que a composição isotópica do chumbo na água da barragem é diferente daquelas da água subterrânea, ela pode ser usada no monitoramento ambiental da influência da água da barragem de rejeito na água subterrânea na área da mina Serra do Sossego. Por sua vez, a aplicação dos isótopos de enxofre no monitoramento ambiental apresenta uma certa limitação na área de estudo, devido não haver contraste na composição isotópica desse elemento entre os sulfetos do deposito Sossego (δ34S 2 - 7 ‰), a barragem de rejeito (δ 34S ~2 ‰), e a água oriunda da drenagem das pilhas de misto (δ 34S ~2 ‰). Os modelos de mistura utilizando os valores da razão 87Sr/86Sr em função da concentração de estrôncio e em função dos valores de δ 18O, também apresentam limitações, por não existir contraste entre os valores da razão 87Sr/86Sr da água da barragem de rejeito (0,7458 a 0,7539) e as rochas da área da mina (granito = 0,7474). Tal similaridade, a princípio, não permitiria individualizar a eventual contribuição da barragem de rejeito. No entanto, como a água subterrânea apresenta valores menos radiogênicos da razão 87Sr/86Sr (0,7161 a 0,7283) e bem abaixo dos valores da barragem, a composição isotópica do estrôncio pode ser usada no monitoramento ambiental da água subterrânea. Os dados isotópicos de hidrogênio e oxigênio revelaram que no período chuvoso, os valores δ 18O e δ D para a água subterrânea variaram de -2,74 a -7,17 ‰ e de -15,6 a -46,0 ‰, respectivamente. Por sua vez, os períodos de estiagem mostraram um enriquecimento de 18O e D, com valores de δ 18O entre -1,67 e -7,29 ‰ e de δ D entre -0,23 e –46,1 ‰. A água da barragem exibe valores de δ 18O de 1,24 a 2,79 ‰ e de δ D de 1,40 a 7,0 ‰, que contrastam com os valores desses parâmetros para a água subterrânea e da drenagem da pilha. O modelo de mistura com os isótopos de oxigênio e hidrogênio mostrou que estes elementos são os que melhor respondem como indicadores da contribuição da água da barragem de rejeito para a água subterrânea. A aplicação desse modelo de mistura não mostrou influencia da água da barragem de rejeito sobre a água subterrânea, durante o período deste estudo. Os resultados obtidos no estudo isotópico de multielementos sugerem que o monitoramento ambiental da água subterrânea da mina Serra do Sossego visando investigar uma eventual contribuição da água barragem de rejeito, pode ser feito mais eficientemente com os isótopos de oxigênio e hidrogênio. As composições isotópicas de chumbo e estrôncio podem igualmente ser utilizadas neste desde ele seja feito de modo sistemático em função do pequeno contraste entre a composição isotópica destes elementos na água da barragem e da água subterrânea.Tese Acesso aberto (Open Access) A aplicação da cromatografia gasosa acoplada (GC-FID), isótopos estáveis, palinologia e razão C:N na reconstituição paleoambiental de manguezais do Estado da Bahia e Espírito Santo.(Universidade Federal do Pará, 2024-07-30) SILVA, Fernando Augusto Borges da; ALBERGARIA-BARBOSA, Ana Cecília Rizzatti de; http://lattes.cnpq.br/2666263256585897; FRANÇA, Marlon Carlos; http://lattes.cnpq.br/8225311897488790; https://orcid.org/0000-0002-3784-7702Os manguezais dependem de fatores geomorfológicos, geoquímicos e climáticos ideais para que possam se desenvolver. O Brasil, por apresentar um litoral bastante recortado sob regime climático tropical e sub-tropical apresenta condições adequadas ao estabelecimento desses ecossistemas e distribuição. A dinâmica desses manguezais pode ser influenciada por fatores ligados às variações climáticas e alterações no fluxo hidrodinâmico, que resultam em modificações no aporte de sedimentos e origem da matéria orgânica, alterações que podem ser observados ao longo do Holoceno de modo distinto nas diferentes regiões do país. No litoral nordeste e sudeste, a evolução desses ecossistemas está associada a flutuações do nível relativo do mar (NRM) e à dinâmica sedimentar, enquanto na região sul, a mudança na distribuição dos manguezais é reflexo das flutuações do NRM e mudanças climáticas ocasionados pelo aquecimento global. Estudos recentes buscam descrever a evolução desses ambientes a partir da caracterização elementar e isotópica da matéria orgânica. Essas constituem importantes ferramentas na reconstituição paleoambiental. Entretanto, é necessário lembrar que a análise comparativa do maior número de parâmetros independentes possíveis é relevante ao passo que agrega valor à pesquisa e aumenta a confiabilidade nos dados a serem analisados, gerando informações mais precisas. Portanto, visando desvendar a dinâmica da matéria orgânica em ambientes de manguezais, bem como compreender movimentos de expansão e/ou contração desses ecossistemas, foram realizadas análises de n-alcanos por cromatografia gasosa acoplada (GC-FID), associadas ao estudo sedimentar, análises polínicas, análises isotópicas e elementares, sincronizadas com datações por 14C e 210Pb, as quais permitiram a obtenção de informações sobre processos biogeoquímicos pretéritos e alterações ambientais durante o Holoceno e o Antropoceno na planície costeira da foz do rio Itapicuru (BA) e na foz dos rios Barra Seca e Jucu (ES). Assim, os resultados desta pesquisa estão apresentados em cinco artigos científicos. O primeiro, ver capítulo III, trata sobre a expansão dos manguezais na foz do rio Itapecuru (BA) durante o Antropoceno. O segundo artigo científico (capítulo IV) trata da dinâmica dos manguezais na foz rio Barra Seca, litoral norte do Estado do Espírito Santo. O terceiro artigo (capítulo V) aborda sobre a ferramenta da palinologia utilizada na compreensão sobre a dinâmica da vegetação costeira. O quarto artigo (capítulo VI) apresenta as alterações ambientais ocorridas na foz do rio Jucu, litoral central do Estado do Espírito Santo. Por fim, o quinto artigo apresenta os resultados das análises de n-alcanos, comparadas com dados isotópicos, elementares, palinológicos e datações na planície costeira do rio Barra Seca.Tese Acesso aberto (Open Access) Aproveitamento dos resíduos cauliníticos das indústrias de beneficiamento de caulim da região amazônica como matéria-prima para fabricação de um material de construção (pozolanas)(Universidade Federal do Pará, 2007-12-18) BARATA, Márcio Santos; ANGÉLICA, Rômulo Simões; http://lattes.cnpq.br/7501959623721607; https://orcid.org/0000-0002-3026-5523As regiões do Rio Capim e do Rio Jarí (Morro do Felipe) são os principais distritos cauliníticos da Região Amazônica, detentores das maiores reservas brasileiras de caulim de alta alvura para aplicações como cobertura de papel. O caulim é lavrado e beneficiado por três companhias, a IRCC, a PPSA e a CADAM, que são responsáveis anualmente pela geração de aproximadamente 1 milhão de toneladas de resíduo constituído essencialmente por caulinita, decorrente da etapa de centrifugação. Esse resíduo, na forma de polpa, é depositado em lagoas de sedimentação que ocupam grandes extensões. Há outro tipo de resíduo, relacionado a um material não processado, rico em ferro, denominado caulim duro, sobreposto ao horizonte caulinítico (ROM), localizado somente na região do Rio Capim. Esses resíduos exibem características excelentes para a produção do metacaulim de alta reatividade por serem constituídos essencialmente por partículas de caulinitas extremamente finas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a viabilidade do uso desses resíduos como matéria-prima para a produção de adições minerais para concretos de cimento Portland. Os resíduos foram caracterizados por difratometria de raios-x, análise térmica, espectroscopia de infravermelho, microscopia eletrônica de varredura e fluorescência de raios-x. Posteriormente, foram avaliadas a influência de três temperaturas de calcinação (750ºC, 850ºC e 900ºC) sobre a atividade pozolânica, através de métodos mecânicos tradicionais que empregam o cimento Portland e a cal hidratada, além do ensaio de “Chapelle” modificado. Os resultados mostraram que as pozolanas mais reativas foram aquelas produzidas a partir de temperaturas que proporcionaram a maior perda ao fogo. As temperaturas ótimas de queima para produzir a metacaulinita a partir do caulim duro foi 750ºC enquanto que para os resíduos cauliníticos do Rio Jarí e Capim foram 850ºC e 900ºC, respectivamente. As diferentes temperaturas estão associadas às quantidades de defeitos dessas caulinitas. O caulim duro e o resíduo do Rio Jarí são compostos essencialmente por uma caulinita de alto grau de defeitos enquanto que o resíduo caulinítico do Rio Capim possui baixo grau de defeitos. O uso do metacaulim proveniente dos resíduos calcinados proporcionou melhores resultados que os obtidos com os concreto de referência, sílica ativa e um metacaulim produzido industrialmente.Tese Acesso aberto (Open Access) Aspectos litoestruturais e mineralizações Salobo 3A (Serra dos Carajás-PA)(Universidade Federal do Pará, 1996-10-29) SIQUEIRA, José Batista; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286O quadro geológico da região do Salobo, situada na Serra dos Carajás, faz parte do sistema transcorrente Cinzento e compreende gnaisses do Complexo Xingu e rochas supracrustais do Grupo Salobo, que se relacionam através de várias gerações de zonas de cisalhamento. O Complexo Xingu abarca gnaisses bandados de composições tonalítica, trondhjemítica e granodiorítica, e parcialmente magnetizados. O Grupo Salobo inclui magnetita-fayalita xistos, biotita-almandina-magnetita-fayalita-grϋnerita xistos, biotita xistos, anfibólio xistos, clorita xistos, formações ferríferas bandadas e quartzitos. As zonas de cisalhamento mais antigas correspondem a cavalgamentos dúcteis que respondem pela imbricação generalizada das unidades litológicas expressa sobretudo através do aleitamento definido pela alternância de faixas e lentes de rochas supracrustais com faixas de gnaisses; essa estruturação foi correlacionada com a movimentação que formou o sistema imbicado do Cinturão Itacaiúnas. Durante essa movimentação houve transformações minerais em condições térmicas da fácies anfibolito, bem como modificações importantes nas relações estratigráficas entre os diversos conjuntos litológicos. A segunda geração de zonas de cisalhamento compõe o dúplex transtentivo Salobo-Mirim. Tratam-se de zonas de cisalhamento transcorrentes sinistrais ligadas através de zonas de cisalhamento normais, ao longo das quais há registros de transformações minerais em fácies xisto verde. O desenvolvimento do dúplex foi fortemente controlado pela geometria do aleitamento, e a sua forma assimétrica foi em grande parte imposta pela presença de uma megalente de gnaisse do embasamento. A terceira geração de zonas de cisalhamento corresponde a transcorrências orientadas nas direções NW-SE e NNW-SSE, impõe modificações expressivas na geometria do dúplex Salobo-Mirim, e é interpretada como feições tipo X ligadas à movimentação sinistral. As zonas de cisalhamento do extremo oeste da área parecem representar projeções da terminação em rabo-de-cavalo da falha Carajás e, nesse caso, poderiam constituir cavalgamentos oblíquos. O depósito do Salobo 3A localiza-se na parte central de uma zona de cisalhamento normal oblíqua que pertence a um segmento curvo transtentivo, ao longo da zona de cisalhamento transcorrente mestra do dúplex Salobo-Mirim. As mineralizações de cobre e ouro acham-se alojadas em estruturas dilatacionais, destacando-se as seguintes: estruturas pull-part simples e compostas, cordões de sigmóides transtensivos, tension gashes, sombras de pressão e estruturas em estrela em cruzamentos de descontinuidades. O depósito Salobo 3A é um exemplo de concentração/reconcentração de mineralizações de cobre e ouro em zonas de cisalhamento transtensionais devido à atuação conjunta de processos deformacionais, metamórficos e hidrotermais.Tese Acesso aberto (Open Access) A associação anortosito-mangerito-granito rapakivi (AMG) do Cinturão Guiana Central, Roraima, e suas encaixantes paleoproterozóicas: evolução estrutural, geocronologia e petrologia(Universidade Federal do Pará, 2002-12-19) FRAGA, Lêda Maria; COSTA, João Batista Sena; http://lattes.cnpq.br/0141806217745286O mapeamento geológico na escala de 1:250.000, de uma área de aproximadamente 22.500 km2 na região central do estado de Roraima, aliado ao estudo petrográfico e microtectônico e a novos dados geocronológicos, litoquímicos e isotópicos, permitiu a caracterização de uma associação anortosito-mangerito-granito rapakivi (AMG), mesoproterozóica e suas encaixantes paleoproterozóicas. Ortognaisses, granitóides foliados e corpos de rochas charnockíticas da Suíte Intrusiva Serra da Prata mostram idades Pb-Pb (evaporação em zircão) em torno de 1,94 Ga, também inferida para os noritos e gabronoritos associados. As suítes ígneas paleoproterozóicas foram colocados sin-cinematicamente, durante o Evento Deformacional D1, com a evolução de petrotramas indicativas de temperaturas altas, a partir de 600º-650ºC. Estas feições incluem feldspatos recristalizados por rotação de subgrãos, feldspatos alcalinos pertíticos recristalizados e quartzo com subgrãos em padrão de tabuleiro de xadrez tendo sido observadas em diques sin-plutônicos que cortam a trama D1 cedo-cinemática nas encaixantes. A disposição NE-NW dos corpos paleoproterozóicos foi controlada pela estrutura prévia deste setor do Cinturão Guiana Central (CGC). Os ortognaisses e granitóides foliados abrangem duas suítes distintas, com características litoquímicas de granitóides tipo A, provavelmente relacionadas a diferentes condições de oxidação na fonte. As rochas charnockíticas mostam características químicas que se aproximam daquelas descritas para o magmatismo tipo C. Idades modelo Sm-Nd TDM entre 2,19 Ga e 2,05 Ga, com valores de ƐNd (T) variando de +0,68 até +2,47 sugeram fontes de limitada residência crustal. A idade dos eventos orogênicos em Roraima ainda não foi devidamente esclarecida, entretanto, apesar dos dados limitados , propõe-se para as suítes paleoproterozóicas estudadas um posicionamento pós-colisional após acresção de arcos magmáticos transamazônicos. As unidades paleoproterozóicas constituem o embasamento das suítes ígneas mesoproterozóicas, que compreendem os anortositos da unidade Repartimento e gabronoritos associados, os granitóides rapakivi da Suíte Intrusiva Mucajaí (SIM), e os charnockitos finos, porfiríticos, de ocorrência pontual e posicionamento geocronológico incerto. Na SIM foram identificadas três fácies de granitóides (faialita-piroxênio-quartzo-mangeritos a sienitos; hornblenda-biotita-granitos; e biotita-granitos porfiríticos) geoquímica e petrograficamente muito similares aos granitos rapakivi de áreas clássicas da Finlândia. A presença de faialita nas rochas mais primitivas da SIM indica condições de baixa fugacidade de oxigênio, observada em vários complexos de granitóides rapakivi. Os charnockitos finos não mostram correlação química cpm a SIM. As suítes mesoproterozóicas integram uma associação AMG (Anortosito-Mangerito-Granito rapakivi) colocada em ambiente anorogênico entre 1.54 e 1.53Ga. As idades modelos Sm-Nd, de 2,07 Ga a 2,01 Ga com valores de ƐNd (T) variando de -2,37 a -1,27 sugerem, para os granitóides da associação, fontes crustais separadas do manto no Paleoproterozóico, provavelmente durante o Transamazônico. Feições miloníticas relacionadas ao Evento Deformacional D2, registrando condições de temperaturas moderadas a baixas (400º-450ºC), em ambiente rúptil-dúctil, obliteram localmente as texturas ígneas das unidades mesoproterozóicas, bem como as petrotramas D1 de alta temperatura no embasamento paleoproterozóico. Estas feições encontram-se especialmente bem desenvolvidas em algumas zonas de cisalhamento que mostram cinemática transpressiva dextral. O evento D2 com idade em torno de 1,26 Ga relaciona-se ao Episódio Deformacional K’Mudku. As principais zonas miloníticas D2 foram reativadas no Mesozóico em níveis crustais rasos e condições rúpteis, durante a evolução do Graben Tacutu.Tese Acesso aberto (Open Access) Biogeoquímica dos sedimentos lamosos e sua influência no padrão de distribuição da vegetação, no manguezal de Bragança, NE do Pará.(Universidade Federal do Pará, 2009-10-30) CRUZ, Cleise Cordeiro da; LARA, Rubén José; http://lattes.cnpq.br/8695520453124286; 8695520453124286A presente pesquisa examina as relações sedimento-planta e os processos biogeoquímicos envolvidos no desenvolvimento e distribuição espacial dos manguezais na região de Bragança, NE do Pará, sujeitos a regime de macromarés (4 m). Para tanto, foram selecionadas três áreas em distintos níveis topográficos da planície, colonizados por padrões diferenciados da vegetação: Transecção 1 (T1) e Transecção 2 (T2); e Platô herbáceo (PHb). A vegetação em T1 é composta principalmente por espécies de Rhizophora mangle e Avicennia germinans, e se localiza numa zona com regime de inundação semi-diurno. T2, compreende uma floresta jovem colonizada por vegetação arbórea e arbustiva do gênero de Avicennia e vegetação herbácea. Na parte elevada desta transecção com baixa frequência de inundação e alto estresse de salino, as herbáceas halófitas Sesuvium portulacastrum e Sporobolus virginicus estão associadas a vegetação arbustiva de Avicennia schaueriana. O PHb, localizado na zona com menor frequência de inundação, apresenta pequenas colonizações em forma de moitas arbustivas de A. schaueriana e espécies de S. portulacastrum e S. Virginicus com a presença da Batis maritima.Foram realizadas medidas da frequência de inundação; inventário florístico e fitossociológico dos bosques de manguezal e da vegetação herbácea halófita, concomitantemente às coletas de amostras de sedimentos e vegetação (folhas, caules e raízes). Nos sedimentos foram realizadas análises granulométricas, mineralógicas e químicas (amostra total); além de determinação da umidade, matéria orgânica (MO), salinidade e capacidade de troca catiônica (CTC). Também, foram realizadas análises químicas de fósforo total (P-total); fósforo inorgânico (P-inorg.); fósforo orgânico (P-org.) e fósforo bio-disponível (P-biodisp.),. Na vegetação foram realizadas análises químicas de fósforo nas folhas (P-folhas) na espécie arbórea e folhas, caule e raízes na espécie herbácea. A análise de variância (ANOVA) One Way (Post Hoc, teste de Fisher) foi aplicada para testar as médias das variáveis (umidade, salinidade, matéria orgânica P-total) entre os sítios amostrados. A Análise Discriminante foi utilizada para mensurar o grau de influência das variáveis ambientais (Umidade, Salinidade, MO e P-total) sobre a discriminação destes sítios. A análise de correlação linear de Pearson verificou o grau de interação entre as variáveis discriminadas com as condições hidro-edáficas e com os parâmetros fitossociólógicos determinados distintamente nas transecções no interior do manguezal (T1 e T2) e ao longo da península (T1, T2 e PHb). Os sedimentos de T1 e T2 são predominantemente finos (argilosos) e indicam zonas de deposição calma, influenciados pela morfologia do terreno. Sedimentos finos (argila) em T1 e T2 sugerem areas de lenta deposição, enquanto no Platô altos niveis de areia sugere formação de paleoduna com intenso retrabalhamento eólico de areia e entrada de sedimentos finos pela maré. A mineralogia principal dos sedimentos é composta pelo quartzo (dominante nas frações areia), silte e argilominerais como a caulinita e illita, outros minerais de origem autigênica são: pirita, jarosita e vivianita e, possivelmente, a esmectita e o k-feldspato. A mineralogia principal (caulinita e illita) e a composição química dos elementos maiores e traços indicam a forte influência dos sedimentos e solos da Formação Barreiras sobre a gênese dos sedimentos dos manguezais de Bragança. Em T1 (zona mais inundada), a espécie arbórea dominante é a R. Mangle, enquanto que em T2 (zona menos inundada) predomina o gênero de Avicennia. No Platô herbáceo a dominância da espécie S. portulacastrum, cinco vêzes maior que a do S. virginicus, sugere ao Sesuvium maior habilidade de sobreviver em ambientes de estresse salino. O gradiente de inundação mostra uma forte correlação positiva com a umidade. Essa tendência é refletida na altura das árvores, volume e área basal que apresenta significativa correlação positiva com a disponibilidade do fósforo em T1 e com a CTC em T2. Os resultados da Análise Discriminante mostram que em T1 a umidade é a variável que mais contribui na discriminação do bosque de Avicennia dos bosques (Misto e de Rhizophora), enquanto a MO é a variável que mais discrimina o bosque Misto do bosque de Rhizophora. Em T2, a umidade, o Ptotal e a salinidade são as variáveis que mais contribuem para a discriminação dos sítios desta transecção. A distribuição da vegetação reflete diferentes respostas ecofisiológicas aos gradientes ambientais. Assim, a combinação da umidade, MO, salinidade, fósforo e a alta capacidade de troca catiônica dos sedimentos representa um significativo papel na colonização e estabelecimento da vegetação na península de Bragança.Tese Acesso aberto (Open Access) Braquiópodes devonianos da Bacia do Amazonas: novos dados taxonômicos, paleobiográficos e relações com as mudanças ambientais(Universidade Federal do Pará, 2024-10-01) CORRÊA, Luiz Felipe Aquino; RAMOS, Maria Inês Feijó; http://lattes.cnpq.br/4546620118003936; https://orcid.org/0000-0003-0276-0575O Devoniano foi um período importante na história evolutiva dos braquiópodes. Durante esse período, o filo atingiu seu pico de diversidade (Emsiano) e sofreu o seu segundo maior declínio (Frasniano-Fameniano), ficando atrás apenas do evento de extinção em massa Permo-Triássica. Entre as bacias sedimentares brasileiras, a Bacia do Amazonas é a que possui a maior diversidade de gêneros de braquiópodes devonianos, distribuídos entre as seguintes formações: Manacapuru (Lochkoviano), Maecuru (Eoeifeliano), Ererê (Neoeifeliano) e Barreirinha (Eofrasniano). Os estudos de braquiópodes devonianos da Bacia do Amazonas começaram no final do século XIX com identificações de material coletado durante as "Expedições Morgan (1870-1871)" e a "Comissão Geológica Imperial do Brasil (1876)". Essas expedições se concentraram principalmente nas formações Maecuru e Ererê. A fauna de braquiópodes da Formação Manacapuru (Lochkoviano) era desconhecida até 2015, quando um número significativo de amostras de Rhynchonelliformes e Linguliformes foi recuperado durante salvamento paleontológico na usina hidrelétrica de Belo Monte em Vitória do Xingu, Pará, Brasil. Este trabalho tem como objetivo realizar a identificação taxonômica dos braquiópodes da Formação Manacapuru, além de analisar e discutir os possíveis fatores que influenciaram na diversidade de gêneros de braquiópodes entre as unidades sedimentares da Bacia do Amazonas (formações Manacapuru, Maecuru, Ererê e Barreirinha). O estudo taxonômico dos braquiópodes da parte superior da Formação Manacapuru (Lochkoviano), permitiu, até o momento, a identificação de dois gêneros, Orbiculoidea d’Órbigny, 1847 e Schellwienella Thomas, 1910. Dentre o material estudado, Orbiculoidea tem a maior diversidade, totalizando cinco espécies: Orbiculoidea baini Sharpe, 1856, Orbiculoidea bodenbenderi Clarke, 1913 e Orbiculoidea excentrica Lange, 1943 além de duas novas espécies Orbiculoidea xinguensis Corrêa & Ramos, 2021 e Orbiculoidea katzeri Corrêa & Ramos, 2021. As espécies O. baini, O. bodenbenderi e O. excentrica são registrados pela primeira vez na Formação Manacapuru e no Norte do Brasil, sendo também os registros mais antigos (Lochkoviano) da América do Sul. A presença de Orbiculoidea na região pode ser explicada por dois motivos: a proximidade da Bacia do Amazonas, localizada no noroeste de Gondwana durante o Devoniano Inferior, com o paleocontinente Laurussia (onde são registradas a maioria das ocorrências de Orbiculoidea durante o Siluriano), favorecendo o intercâmbio específico entre essas duas regiões geográficas; e a elevação global do nível do mar durante esse período, que inundou grande parte do noroeste de Gondwana, resultando na presença de mares rasos na Bacia do Amazonas, representados por sedimentos marinhos na parte superior da Formação Manacapuru. Essas condições favoreceram a colonização de braquiópodes inarticulados durante o Devoniano Inferior no norte do Brasil. Ainda, é proposta a nova espécie Schellwienella amazonensis Corrêa et al. 2024, da Família Pulsiidae Cooper e Grant, 1974, sendo este o primeiro registro do gênero na Bacia do Amazonas. Schellwienella amazonensis sp. nov. e Schellwienella marcidula Amsden, 1958 da Formação Bois d’Arc (Lochkoviano), EUA, são os registros mais antigos do gênero. No Devoniano, Schellwienella ocorreu em todos os estágios (Lochkoviano, Praguiano, Emsiano, Eifeliano, Givetiano, Frasniano e Famenniano), principalmente nos ambientes marinhos siliciclásticos de Gondwana, transitando entre as latitudes temperadas e polares. Já no Carbonífero, sua distribuição estratigráfica se restringiu ao intervalo Tournaisiano-Viséano, e com preferência por ambientes de águas quentes e plataformas carbonáticas, típicas de baixas latitudes. Ao analisarmos a variação da diversidade de braquiópodes devonianos na Bacia do Amazonas, identificamos três estágios distintos. No estágio 1), o pico da diversidade de braquiópodes ocorreu no Eoeifeliano (Formação Maecuru), quando a Bacia do Amazonas estava entre as latitudes subtropicais 30°S e 60°S, sob condições marinhas rasas e frias, justificadas pela ausência de carbonatos, evaporitos e recifes na região (Estágio 1). No estágio 2), ocorreu o primeiro declínio da diversidade, registrado na Formação Ererê (Neoeifeliano), atribuído a um clima mais quente e águas mais profundas do que na Formação Maecuru. O estágio 3) ocorreu durante o Frasniano, quando houve um segundo declínio da diversidade de braquiópodes na Bacia do Amazonas (Formação Barreirinha). Uma grande transgressão global ocorreu no final do Devoniano. Nesse período, a Bacia do Amazonas experimentou as condições marinhas mais profundas de sua história. Os braquiópodes da Formação Barreirinha ocorrem em camadas de folhelhos negros (offshore), atribuídas a um ambiente disóxico a anóxico de alto estresse, o que explica a baixa diversidade de braquiópodes nesta unidade.Tese Acesso aberto (Open Access) O Camp nas bacias dos Solimões, Amazonas, Parnaíba e Parecis, Norte do Brasil: implicações geotectônicas e deposicionais para o jurássico do Gondwana Ocidental.(Universidade Federal do Pará, 2024-08-23) REZENDE, Gabriel Leal; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998Estudos geológicos em conjunto com aplicações de técnicas geofísicas estão sendo bastante utilizados para destacar e caracterizar anomalias gravimétricas do CAMP ao longo do Norte do Brasil, incluindo as bacias dos Solimões, Parecis, do Amazonas e Parnaíba. Interpretações de anomalias gravimétricas residuais destas bacias foram utilizadas para ampliar a compreensão da distribuição do CAMP ao longo da subsuperfície. Este estudo foi realizado por meio de interpretações qualitativas e quantitativas de dados gravimétricos, apoiadas em informações geológicas superficiais, principalmente dados estratigráficos baseados em afloramentos. A partir de uma modelagem gravimétrica direta, baseada em modelos de estrutura gravitacional da crosta disponíveis para separar um sinal de gravidade residual dos dados de gravidade observados, interpretou-se características geológicas e tectônicas realisticamente detalhadas, fornecendo informações úteis para uma interpretação geofísica de fontes geológicas. Com a anomalia residual, obteve-se o mapa da espessura elástica (Te) das bacias, a partir de um novo procedimento, permitindo presumidamente preencher algumas lacunas apresentadas na literatura atual sobre o CAMP. Para cada valor de Te foi calculado o sinal gravimétrico residual, considerando as superfícies descritas pela topografia e profundidade da Moho para um modelo regional com densidade padrão e discretizado em prismas. A correlação cruzada entre o sinal gravimétrico observado e o sinal gravimétrico calculado permitiu obter o mapa da espessura elástica das áreas estudadas. O maior valor de correlação está diretamente relacionado ao melhor valor de espessura elástica e profundidade da Moho associados à deformação da crosta. Nosso estudo utilizou a combinação dessas técnicas para presumidamente definir a possível extensão do magmatismo do Jurássico, a reologia das bacias na intrusão de corpos ígneos e a história de subsidência térmica que controlou amplamente o controle deposicional durante e depois do CAMP. A presença de baixos valores de gravidade está intimamente relacionada as unidades litológicas menos densas da crosta superior, enquanto os altos valores de gravidade são relacionados as rochas de alta densidade, correlacionadas aos basaltos de inundação toleíticos continentais do CAMP. O uso da anomalia gravimétrica residual, baseada em modelagem crustal e combinada com dados geológicos prévios, foi eficaz na identificação no registro do CAMP nestas bacias sedimentares da Amazônia. Outrossim, algumas assinaturas gravimétricas correlacionam-se bem com as principais descontinuidades estruturais, particularmente com o Domo Monte Alegre e arcos de Xambioá, Serra Formosa e Vilhena, respectivamente, nas bacias do Amazonas, Parnaíba e Parecis. Esta interpretação fornece uma explicação razoável para a compreensão de lineamentos estruturais sem conotações exclusivamente tectônicas, presumindo uma nova interpretação para o campo gravitacional relacionado ao contraste de densidade intracrustal ou campo gravimétrico residual para essas bacias. O Gondwana ocidental foi gradualmente soerguido pelos corpos subvulcânicos do magmatismo Penatecaua nas bacias do Amazonas e do Solimões. Em contrapartida, o vulcanismo extrusivo caracteriza o magmatismo Mosquito na bacia do Parnaíba intercalado com sedimentos intertrap. Informações obtidas a partir do mapa da espessura elástica, profundidade da moho e sinal gravimétrico residual indicam uma crosta mais fina na bacia do Parnaíba favorecendo a erupção magmática induzida por um hot spot instalado na borda oeste da bacia. Por outro lado, nas bacias com crosta mais densa e espessa, o magma acumula-se principalmente como soleiras, proporcionando maior resistência à ruptura pelo intumescimento do CAMP. A Bacia do Parnaíba experimentou três pulsos magmáticos em intervalos de aproximadamente 1 milhão de anos, alternando com o desenvolvimento de sistemas eólico-fluvial-lacustres (sedimentos intertrap) durante períodos não agmáticos, indicando curtos intervalos de retomada magmática e resfriamento no CAMP, contrastando com o agmatismo mais longo e contínuo nas bacias do Amazonas e do Solimões, que carecem de depósitos intertraps. Estes resultados são importantes para uma nova disposição da história tectonomagmática, estrutural e estratigráfica destas bacias, pois a partir de um novo contexto ou evolução geológica para a área permitirá uma melhor compreensão das bacias estudadas na interação lava-sedimento, preservadas do Jurássico e relacionado aos eventos CAMP, que precederam a principal ruptura continental no noroeste da Pangeia.Tese Acesso aberto (Open Access) A capa carbonática marinoana do Sul do Cráton Amazônico: multiproxies aplicados na reconstituição paleoceanográfica e geobiológica do início do Ediacarano.(Universidade Federal do Pará, 2024-08-30) SANTOS, Renan Fernandes dos; SANSJOFRE, Pierre; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998A extensa deglaciação pós Marinoano (~650-635Ma), associada ao evento Snowball Earth, induziu alterações profundas na química dos oceanos, registradas em sucessões de capa carbonática distribuídas globalmente. Estes eventos desencadearam grandes alterações paleoceanográficos, principalmente pelos efeitos da eustasia glacial (nível do mar global), ajuste glacioisostático (GIA) e ice gravity, e expansão térmica dos oceanos em condições de efeito estufa, impactando o nível relativo do mar. A rápida deglaciação causou uma estratificação de densidade estável com condições geoquímicas complexas, composta por águas profundas hipersalinas e uma camada superficial de água de degelo. A escala de tempo para a desestratificação oceânica varia de dezenas de milhares a milhares de anos. A capa carbonática Puga (~635 Ma), relacionados ao contexto dos depósitos basais da bacia Araras-Alto Paraguai no sul do Cráton Amazônico, é revisitado nas seções clássicas de Tangará da Serra e Mirassol d'Oeste, no Estado de Mato Grosso. Esta sucessão exemplifica esse fenômeno paleoceanográficos pós-Marinoano, e é um dos melhores registros para avaliar os eventos de supersaturação sob condições de GIA e transgressão que controlaram o espaço de acomodação no sul do Cráton Amazônico. Dados sedimentológicos e estratigráficos foram integrados com novos dados paleoceanográficos e paleoredox, combinados com resultados diagenéticos, cristalográficos, geoquímicos (principalmente elementos terras raras e metais traços) e isotópicos (87Sr/86Sr, εNd(t), δ13C δ18O, Sm/Nd) em rocha total são fornecidos para a sequência de capa carbonática Puga. A sucessão de capa carbonática Puga ocorre com aproximadamente 90 metros, sendo os 10 primeiros metros composto por depósitos glaciomarinho, diamictitos e dropstones, da Formação Puga, a capa dolomitica, Formação Mirassol d´Oeste, aproximadamente 40 metros, está em contato direto e apresenta evidencias de deformações sinsedimentar na base, é compostos principalmente por: 1) Ds - doloboundstones estratiforme com pseudomorfo de gipso: 2) Dd - doloboundstones dômicos com estruturas tubulares, essa associação de fácies é interpretadas como uma plataforma rasa com intensa atividade microbiana. A porção superior da capa dolomitica é composta por 1) Dp - dolomudstone/dolopackstone peloidal com laminações paralelas ao plano, 2) Dq -dolograinstones/dolomudstone peloidal com laminações quasi-planar e truncamento de baixo ângulo, essa associação é interpretada como plataforma rasa influenciada por onda. A capa calcária (50 m de espessura da Formação Guia) recobre de forma concordante os depósitos de capa dolomitica, o contato é uma camada com espessuras descontínua de marga dolomítica e calcário com leques de cristais de calcita (pseudomorfo de aragonita) intercalados com calcário com megaripples. A associação de fácies da capa calcária indica um ambiente moderadamente profundo dominado por ação de ondas e tempestades que passam para uma plataforma profunda supersaturada com CaCO3. A mineralogia destes depósitos carbonáticos marinhos tem sido um fator crucial na restrição da composição dos oceanos durante a transgressão pós-Marinoana. Desta forma, as restrições diagenéticas, são uma etapa prévia crucial para demonstrar os impactos dos fluidos pós-deposicionais. Um estudo diagenético de alta resolução foi conduzido nestes depósitos, demonstrando maior influência dos processos sin/eodiagenéticos, indicados tanto nos padrões mineralógicos, quanto nos cristalográficos e texturais. O principal processo registrado é a dolomitização, que ocorre em pelo menos duas etapas principais, dolomitas si deposicionais e dolomitas de soterramento raso. Além disso, os testes geoquímicos e isotópicos aplicados neste estudo, corroboram a interpretação da preservação dos sinais sindeposicionais. Os padrões de elementos terras raras + ítrio no carbonato de capa de Puga oferecem insights sobre as condições marinhas pós-Snowball Earth. As baixas razões Y/Ho > 36 na capa dolomitica sugerem mistura de água de degelo com água do mar, no entanto a base registra altos valores da razão Y/Ho de até 70, e anomalias de Eu/Eu* até 3, indicam ressurgência de água do mar hipersalina com interação de fluido hidrotermal (vents), corroborando com a interpretação de que a capa dolomitica precipitou durante o processo de desestratificação dos oceanos. As composições isotópicas de Nd radiogênico, combinadas com outros proxies como δ13C e 87Sr/86Sr, indicou a influência de contribuições continentais e marinhas durante a precipitação do carbonato de capa de Puga. O sistema isotópico de Nd, menos suscetível a trocas diagenéticas, revelou assinaturas distintas de massas de água e intenso intemperismo do Cráton Amazônico durante a deglaciação, conforme indicado pelas tendências geoquímicas, ex. Y/Ho, e valores de 87Sr/86Sr, εNd(t), δ13C. Os nossos dados de 87Sr/86Sr na capa dolomitica variam de 0.7264 a 0.7084, e esses valores são mais altos do que os valores de 87Sr/86Sr pré e pós-glaciais da água do mar. A associação de valores de 87Sr/86Sr mais radiogênico com os valores de εNd(t) menos radiogênico, similares aos encontrados nos diamictitos, reforça a conexão com a contribuição do intemperismo continental na água de degelo. Esta abordagem multiproxies reconcilia-se com o modelo anterior de precipitação rápida de carbonato de capeamento, seguindo a escala de tempo de curto prazo para a desestratificação do oceano. Os dados de metais traços redoxsensíveis, U, Mo, V, Ni, Cu, P e isótopos de δ13C indicaram condições paleoredox e paleoprodutividade durante a transgressão pós-glacial. A capa dolomitica precipitou em condições oxigenadas com extensa contribuição das comunidades microbianas, passando para condições predominantemente disóxicas com ação de ondas na última fase de deposição na plataforma dolomitica. O aprofundamento das regiões costeiras relacionado ao aumento abrupto do nível do mar, que levou à modificação do ciclo biogeoquímico. Nossos dados demonstram uma relação direta da produção de oxigênio e a rápida colonização das comunidades microbianas. A rápida elevação do nível do mar interrompeu a precipitação disseminada de dolomita, à medida que íons de Mg se dispersaram, levando à substituição de plataformas dolomíticas por mares supersaturados em CaCO3. Além disso, os dados geoquímicos demonstram um baixo conteúdo de siliciclástico na capa dolomitica, coerente com o modelo de fome de siliciclástico, e o aumento abrupto nestes depósitos, coincide com evolução das condições paleoceanográficas, declínio das comunidades microbianas, predomínio de condições disóxicas e mudança da fábrica carbonática. Durante a transição Criogeniano-Ediacarano processos sedimentares e geoquímicos anômalos geraram uma das mais complexas perturbações paleoambientais no ciclo biogeoquímico associadas a transição Icehouse-Grenhouse. A análise de cenários pré-cambrianos no Cráton Amazônico, desvendando os climas extremos, lança uma luz crítica sobre a proliferação de vida em condições extremas e tem fortes implicações para a compreensão de outras superfícies planetárias.Tese Acesso aberto (Open Access) Caracterização geomorfológica estratigráfica e geoquímica da Planície Costeira do município de Itarema-CE.(Universidade Federal do Pará, 2011-09-01) PEREIRA, Lamarka Lopes; FREIRE, Geoerge Satander Sá; http://lattes.cnpq.br/6803944360256138; 6803944360256138; EL-ROBRINI, Maâmar; http://lattes.cnpq.br/5707365981163429; 5707365981163429A planície costeira do município de Itarema litoral Oeste do Ceará, está dentro região dominada por coberturas sedimentares cenozóicas. O presente trabalho vem descrever os aspectos geomorfológicos, sedimentológicos e geoquímicos da planície costeira Itarema. A compartimentação da planície costeira do município de Itarema é representada por duas grandes unidades morfo-estruturais: Tabuleiros pré-litorâneos e planície litorânea, sendo esta última a unidade mapeada com detalhes neste trabalho e subdividida nas unidades litoestratigráficas: planície lagunar, planície de maré com e sem mangue, planície flúvio marinha com e sem mangue, dunas móveis e fixas, cordões litorâneos, canais de maré, barras arenosas e praias. O aporte e o transporte sedimentar na área estão intimamente ligados as condições climáticas, meteorológicas e oceanográficas. O estudo estratigráfico e sedimentar juntamente com os dados e geoquímicos e geomorfológicos permitiu definir cinco unidades litológicas: Depósitos lagunares, Depósitos dunares, Depósitos de eolianitos, Depósitos de praia e Depósitos de leques aluviais e sete litofácies associadas: Fácies lama e lama arenosa, Fácies areia lamosa, Fácies areia fina, Fácies areia média, Fácies areno-argilosa conglomerática com características distintas através das quais foram delimitadas correlações laterais e verticais, permitindo assim a interpretação dos paleoambientes deposicionais relacionados com a evolução da Planície Litorânea da área. A associação das unidades litológicas permitiu a reconstrução de uma sucessão indicativa de processos transgressivos progradantes durante os quais o sistema laguna-barreira foi instalado sobre o sistema de leques aluviais, pelo barramento de pequenos córregos, formando a planície lagunar, verificou-se também que o corpo lagunar sofreu variações no seu tamanho tanto pela progradação da barreira como posteriormente pela deposição de sedimentos eólicos dentro da mesma. A planície costeira de Itarema apresenta fisiografia costeira de feições do tipo promontório ou núcleos centrais de embaimentos na forma de espiral que teria proporcionado a evolução para o ambiente atual e o modelo atual da linha de costa com praias do tipo praia-barreira sugere que está ocorrendo uma repetição na construção da morfologia comparada a morfogenética atuante no passado da região.Tese Acesso aberto (Open Access) Compartimentação morfotectônica do interflúvio Solimões-Negro(Universidade Federal do Pará, 2003-11-26) BEZERRA, Pedro Edson Leal; SILVA, Maurício Borges da; http://lattes.cnpq.br/1580207189205228A partir da análise morfoestrutural e morfotectônica integrada às informações constantes das imagens dos sensores remotos, da litoestratigrafia, da geomorfologia, dos dados sísmicos e dos dados de campo foi definida a estruturação neotectônica e a sua influência na elaboração das formas de relevo e da rede de drenagem durante o terciário Superior e o Quaternário. Esta estruturação foi delineada através da compartimentação morfotectônica do Interflúvio Solimões-Negro, objetivo desta pesquisa. As discussões concentram-se na área de distribuição das coberturas cenozóicas superposta às bordas leste e oeste das bacias sedimentares paleozóicas do Solimões e Amazonas, respectivamente. Esta área ocupa cerca de 290 000 Km²,e localiza-se entre os paralelos 0° e 4°S e meridianos 60°WGr, na região amazônica, envolvendo principalmente o Estado do Amazonas e parcela do Estado de Roraima. As unidades geológicas formadas durante ou após a implantação do regime neotectônico estão representadas: 1) pela Formação Içá de idade pós-miocênica provavelmente plio-pleistocênica; 2) por Terraços Pleistocênicos; 3) por Terraços Holocênicos; 4) pelas Áreas Inundáveis Interfluviais Holocênicas; e 5) pelos Aluviões Holocênicos. O modelamento da paisagem pela rede de drenagem evidencia uma compartimentação do relevo em sistemas de planícies, ligados à dinâmica fluvial atual,e em sistemas de interflúvios tabulares normalmente nivelados por uma superfície de aplainamento formada na metade do Pleistoceno, em retomada de erosão. A estruturação neotectônica tem um relacionamento direto com a regeneração das descontinuidades pertencentes à estruturação paleotectônica, isto é, com a tectônica ressurgente. Esta estruturação antiga é definida por:1) Lineamento Tacutu de orientação NE-SW, que se projeta para o quadrante noroeste da área; 2) o Lineamento Madeira, também de orientação NE-SW que secciona o quadrante sudeste;3) o Arco de Purus com orientação NW-SE que estabelece os limites entra as bacias do Amazonas e Solimões; (4) lineamentos menores como Juruá e o Japurá, de direção E-W, definidos fora dos domínios da área pesquisada. A atuação do campo de tensões neotectônico foi aliviada através de dois pulsos de movimentação cinemática de natureza essencialmente transcorrente. No primeiro pulso ocorrido imediatamente após a inversão para leste da rede de drenagem da Amazônia Ocidental, que corria para oeste, estabeleceram-se os principais corredores de drenagem na direção predominante NE-SW através do nordeste do Amazonas, Roraima e Guyana, alcançando o Oceano Atlântico através do rift valley do Tacutu. O segundo, predominantemente transtensivo, ocorreu no Pleistoceno Superior - Holoceno, provocou o redirecionamento desse sistema para o Amazonas, e responde pela configuração do relevo e pelo desenho da rede de drenagem tal como se mostra atualmente. Os sistemas de Relevo diferenciam-se, fundamentalmente, pelo grau de desenvolvimento da rede de drenagem, havendo uma nítida gradação da mais evoluída para menos evoluída, que se reflete na distribuição dos interflúvios e nas suas dimensões, e que registram a história da implantação do quadro estrutural neoctectônico e suas diferenciações geométricas e cinemáticas. Este registro encontra-se especializado em cinco compartimentos morfotectônicos, denominados: Compartimento Transpressivo Rio Juruá-Rio Purus; Compartimento Transcorrente Rio Madeira-Rio Purus; Compartimento Transcorrente Rio Negro- Rio Japurá; Compartimento Transtensivo Rio Negro- Rio Solimões; e o Compartimento Transtensivo Rio Branco- Rio Negro. A evolução morfoestrutural e morfotectônica se deu de sudoeste para nordeste, de modo que a rede de drenagem encontra-se bem desenvolvida no Compartimento Rio Juruá-Rio Purus; em desenvolvimento na zona central formada pelos Compartimentos Rio Madeira-Rio Purus; Rio Negro- Rio Japurá e Rio Negro - Rio Solimões; encontra-se em estágio inicial de desenvolvimento no Compartimento Rio Branco- Rio Negro. A nordeste do Compartimento Transtensivo Ri Negro- Rio Japurá, a rede de drenagem é composta, apresentado tanto feições de estágio inicial como os padrões amorfo e multibasinal, quanto outras feições típicas de rede de drenagem em desenvolvimento. As estruturas do Compartimento Rio Juruá- Rio Purus compreendem falhas inversas geradas no Terciário Superior; as dos compartimentos Rio Madeira-Rio Purus e Rio Negro- Rio Japurá são falhas direcionadas dextrais com componente de rejeito oblíquo, provavelmente inverso no Terciário Superior e normal no Pleistoceno; no Compartimento Rio Negro-Rio Solimões são principalmente falhas normais e de rejeito oblíquo dextral do Pleistoceno Superior; e no Compartimento Rio Branco - Rio Negro configura-se uma estrutura em cunha com movimentação oblíqua nas bordas noroeste e leste, e extensional na sua zonal central, com evolução iniciada no Pleistoceno Superior estendendo-se ao Holoceno. Atividades recentes de algumas dessas falhas são marcadas por eventos sísmicos de intensidade que chegam a 5.5 mB.Tese Acesso aberto (Open Access) Cristaloquímica de esmectitas dioctaédricas em bentonitas brasileiras(Universidade Federal do Pará, 2025-07-01) VEGA PORRAS, David Enrique; PAZ, Simone Patrícia Aranha da; http://lattes.cnpq.br/5376678084716817; https://orcid.org/0000-0002-5880-7638As bentonitas são insumos minerais de grande interesse industrial devido às propriedades físico-químicas dos argilominerais do grupo das esmectitas. Essas propriedades, resultantes da complexa química cristalina e o pequeno tamanho de partícula das esmectitas, incluem carga da camada variável, capacidade de inchamento e capacidade de troca catiônica. No Brasil, os principais depósitos de bentonita estão localizados no município de Boa Vista, Paraíba, responsável por >70% da produção nacional. No entanto, o esgotamento progressivo dessas variedades tem motivado a busca por novos depósitos. Entre estes, destaca-se o depósito de Formosa, no estado do Maranhão. Embora tanto as bentonitas de Boa Vista quanto a bentonita Formosa – em menor proporção – tenham sido amplamente estudadas em suas frações <2 μm ou maiores, a cristaloquímica de suas esmectitas ainda não foi completamente elucidada, devido não só à complexidade química e estrutural típica das esmectitas, mas também à dificuldade de obter fases puras e à interferência de minerais acessórios. Nesse contexto, esta tese apresenta um estudo detalhado da cristaloquímica da esmectita do depósito de Formosa, comparando-a com três variedades comerciais de Boa Vista: Bofe, Chocolate e Verde Lodo. Foram analisadas as frações <2 μm, 0,1-2 μm e <0,1 μm, sendo esta última o foco principal do estudo. As análises incluíram DRX (método de Rietveld), FTIR, MET-EDS, MEV, FRX, EAA, TG e espectroscopia Mössbauer. Essas esmectitas, anteriormente descritas como montmorillonitas, também exibem uma carga tetraédrica significativa na camada. De fato, as quatro amostras possuem carga tetraédrica de ~0,15 por meia unidade de fórmula, suficiente para induzir o inchamento após o tratamento Hofmann-Klemen. A simetria octaédrica das quatro amostras foi trans-vacante, influenciada pelo teor de Fe3+ e pela carga tetraédrica. As similaridades estruturais e químicas entre a esmectita de Formosa e as de Boa Vista, juntamente com os teores de esmectita nas frações <2 μm e <0,1 μm semelhantes – quantificado pelo Rietveld – demonstraram que o depósito de Formosa é uma alternativa potencial às bentonitas de Boa Vista.Tese Acesso aberto (Open Access) Desenvolvimento de processo para obtenção de zeólita do tipo faujasita a partir de caulim de enchimento, caulim duro e tube press: aplicação como adsorvente.(Universidade Federal do Pará, 2015-03-31) ROCHA JUNIOR, Carlos Augusto Ferreira da; NEVES, Roberto de Freitas; http://lattes.cnpq.br/9559386620588673; 9559386620588673Com o desenvolvimento tecnológico, vários resíduos, bem como produtos industriais vem sendo transformados em materiais com maior valor agregado. Dentro deste contexto, o resíduo do caulim proveniente do beneficiamento para a cobertura de papel, vem ao longo dos anos sendo empregado como fonte de silício e alumínio na síntese de diferentes tipos de zeólitas (materiais altamente valorizados no mercado mundial) uma vez que se configuram como matérias-primas de baixo custo para este processo. Assim, este trabalho tem como objetivo a síntese de zeólita do tipo faujasita (X e Y) a partir de um resíduo caulinítico, sendo este o caulim duro ou Flint (resíduo da lavra) um semi-produto o caulim tube press e um produto final o caulim de enchimento. Para o processo de zeolitização de cada caulim utilizou-se em um reator químico o produto de calcinação de cada material (metacaulim), metassilicato de sódio, hidróxido de sódio sólido e água destilada, submetido a 110 °C, tempo de reação de 13 h e relações Si/Al de 2, 4 e 6. Os produtos de cada síntese e os caulins de partida foram caracterizados por análises químicas, físicas e mineralógicas os quais foram: difração de raios x, fluorescência de raios-x, microscopia eletrônica de varredura e análises térmicas. A partir destas análises observou-se que todos os caulins apresentaram a formação de zeólita do tipo faujasita, porém com diferenças nas suas intensidades de pico e associações com outras fases zeolíticas. O caulim duro demonstrou um menor potencial de zeolítização na relação de Si/Al igual a 2, quando comparado com os outros dois materiais de partida, supostamente relacionado ao ferro presente em sua composição. Assim foi feito um processo de remoção deste constituinte, através do método de Mehra e Jackson para verificar uma possível maximização no processo de síntese. Novos resultados indicaram uma completa modificações quanto ao domínio e grau de ordem estrutural da fase faujasita, agora passando para a fase majoritária e havendo um aumento no grau de ordem estrutural. Como nesta condição reacional há um menor consumo e custo de matéria-prima e energia para calcinação, utilizou-se este meio como ponto de partida para um planejamento experimental a fim de avaliar melhores condições reacionais. Neste planejamento variou-se alguns parâmetros de síntese como: temperatura, tempo de reação, relação Si/Al e H2O/Na2O. Os resultados do planejamento estatístico mostraram a formação de faujasita nos 32 pontos de estudo, assim como uma região ótima com 8 pontos do planejamento, na qual esta fase é dominante. Nesta região o ponto 13 (Si/Al igual a 2, 7 h, 120 °C e H2O/Na2O igual a 80) mostrou-se como a melhor condição reacional em relação ao grau de ordem estrutural. A zeólita sintetizada neste ponto, demostrou uma alta capacidade de adsorção de amônio e percentuais próximos a 85 % de eficiência até 60 ppm. O modelo de Langmuir mostrou-se mais adequado que o de Freundlich e Sips no ajuste dos dados experimentais. Os parâmetros termodinâmicos demostraram que a adsorção de NH4 + é um processo espontâneo e exotérmico, na qual a elevação de temperatura de 25 a 60 °C promove uma pequena redução na capacidade adsortiva.Tese Acesso aberto (Open Access) Desenvolvimento do processo de síntese da zeólita A e da sodalita a partir de rejeitos de Caulim da Amazônia com aplicações em adsorção(Universidade Federal do Pará, 2011-08-31) MAIA, Ana Áurea Barreto; POLMANN, Herbert; ANGÉLICA, Rômulo Simões; http://lattes.cnpq.br/7501959623721607; 7501959623721607A minimização de resíduos doméstico e industriais é um dos grandes desafios que o mundo tem enfrentado. Assim, várias propostas são lançadas para esse fim, que vai desde o aprimoramento do processo para a geração de rejeito ser mínima até o uso do mesmo na produção de novos materiais. Nesse contexto, esse trabalho tem como proposta a utilização de rejeitos de caulim, das empresas localizadas no Pará, na produção de zeólitas, como a fase A e a sodalita. Essas empresas operam as minas dos distritos cauliníticos do Capim e do Jari e produzem caulim de alta qualidade para indústria de papel. Dessa forma, foi realizada uma caracterização química e mineralógica dos rejeitos de caulim da região do Capim (KC) e do Jari (KJ) para se ter conhecimento das suas características e como as mesmas podem influenciar na síntese da zeólita A e sodalita. Foi realizado também um estudo da ativação térmica da caulinita desses rejeitos, através de Ressonância Magnética Nuclear (RMN), em várias temperaturas, para se obter as condições ideais para produzir metacaulinita altamente reativa na síntese de zeólitas. A síntese da zeólita A de Na foi realizada variando parâmetros como tempo de síntese e relação Na/Al, com a temperatura fixa em 110 ºC, para os dois materiais de partida (KC e KJ). Posteriormente, com as fases NaA sintetizadas através dos dois resíduos, foram feitos os ensaios de troca catiônica para produzir as fases KA, MgA e CaA. No processo de síntese da sodalita, partiu-se diretamente de caulinita e foram utilizadas duas temperaturas (150 e 200 ºC), fixando-se a relação Na/ânion, e variando a relação Na/Al na mistura reacional para KC e KJ. E finalmente, verificou-se a possibilidade da utilização da zeólita NaA na adsorção de uma mistura de metais pesados (Co2+, Cr3+, Cu2+, Zn2+ e Ni2+), como proposta de reduzir problemas ambientais com efluentes industriais. Os resultados de Difração de Raios X (DRX) indicaram que os rejeitos de caulim do Capim e Jari são constituídos principalmente por caulinita, com baixíssima quantidade de impurezas. Dados de DRX mostraram também que a caulinita do KC apresenta um elevado grau de ordem estrutural, comparando com KJ. Essa diferença no grau de ordem estrutural da caulinita do KC e KJ influenciou diretamente na temperatura ideal para obter um material com alto teor de Al na coordenação IV. Através de RMN, foi verificado que para se produzir metacaulinita altamente reativa a partir de KJ, essa temperatura seria 600 ºC e para KC, 700 ºC. Zeólita A foi obtida com elevada pureza e alto grau de ordem estrutural nas seguintes condições: Na/Al de 1,64 para ambos os resíduos e 18 e 20 h para KC e KJ, respectivamente. O processo de troca catiônica entre o Na da zeólita A e K, Mg e Ca das soluções mostrou-se bem eficiente e juntamente com dados de DRX, mostraram que as fases KA, MgA e CaA foram obtidas com sucesso. A série sodalita foi produzida a partir de KC e KJ, e através de espectroscopia de infravermelho foi confirmada a inserção do cloreto, sulfato e carbonato na sua estrutura. Entre os dois materiais fontes de Si e Al, a caulinita do KJ se mostrou mais reativa na síntese de sodalita. Isso pode ser explicado pelo baixo grau de ordem estrutural desse argilomineral, que o torna mais reativo. Em relação à capacidade de adsorção da mistura de metais pesados em zeólita NaA, produzida a partir de KC e KJ, foi verificado que para todos os metais (Co2+, Cr3+, Cu2+, Zn2+ e Ni2+), essa variável apresentou valores satisfatório. O modelo de Langmuir mostrou-se mais adequado que o de Freundlich no ajuste dos dados experimentais. Zeólita NaA produzida a partir de KC e KJ pode ser um excelente material na adsorção de metais pesados no tratamento de águas residuais.Tese Acesso aberto (Open Access) A dinâmica dos manguezais no Nordeste do Brasil: uma abordagem a partir de dados de sensores remotos e SIG.(Universidade Federal do Pará, 2015-11-27) PEREIRA, Edson Adjair de Souza.; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252; 3282736820907252O presente estudo avalia a dinâmica dos manguezais do nordeste do Brasil nas últimas quatro décadas a partir de uma metodologia de classificação de imagens de sensores remotos orientada a objetos geográficos (GEOBIA). Esta metodologia combina informações espectrais, temporais e espaciais de imagens multitemporais para criar objetos (áreas de manguezais) consistentes para uma análise estatística a partir de imagens classificadas. O objetivo deste trabalho foi avaliar as mudanças na cobertura florestal dos manguezais em todos os estados do nordeste brasileiro entre os anos de 1975 e 2008 no que diz respeito ao aumento ou diminuição em suas áreas em resposta as variações naturais (erosão e acresção) e antrópicas (aquacultura/salinicultura). Para isto, foram processadas e analisadas imagens de sensores remotos (RADAMBRASIL, ALOS PALSAR, LANDSAT TM e SRTM) a partir da abordagem de GEOBIA. Durante o período estudado, observou-se uma redução da área de floresta de mangue de ~1.545 km2 em 1975 para ~1.480 km2 em 2008. Isto representa um perda líquida de ~65 km2, o que equivale a uma diminuição de 13% na área de floresta de mangue. Dos nove estados estudados apenas o Ceará e Pernambuco apresentaram um ganho na cobertura dos manguezais, enquanto todos os demais sofreram redução. Dentre o total de área de floresta de mangue perdida no período estudado (~953 km2), os tanques de aquacultura/salinicultura representam ~10%. É importante ressaltar que nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará a conversão de áreas de manguezal em tanque de aquacultura/salinicultura já representam ~41% e 32% da área total de mangue perdida, respectivamente. Portanto, é possível concluir que a metodologia utilizada para avaliar a dinâmica dos manguezais no nordeste do Brasil a partir de diferentes fontes de dados de sensoriamento remoto foi extremamente eficaz. Novas estratégias de recuperação e de uso sustentável das áreas de manguezal devem ser estabelecidas com vistas a conservar este ecossistema para gerações futuras.Tese Acesso aberto (Open Access) Efeito do tempo de síntese de zeólita A a partir de caulim amazônico, conformação por extrusão e verificação desta na eficiência de adsorção de NH4 +(Universidade Federal do Pará, 2015-04-24) SANTOS, Suzianny Cristina Arimatéa; NEVES, Roberto de Freitas; http://lattes.cnpq.br/9559386620588673O caulim é bastante utilizado na área de materiais (cerâmica, pozolanas, enchimentos e fabricação de tintas) tanto como o rejeito quanto o produto beneficiado. Atualmente a utilização mais explorada vem sendo em síntese de zeólitas, visto que esta apresenta as mais nobres aplicações. As zeólitas são sintetizadas a partir de fontes de silício e alumínio, fato este que justifica a utilização do caulim, pois é formado essencialmente pelo argilomineral caulinita (Al2Si2O5(OH)4). Neste trabalho foi realizada uma comparação do caulim da região do Rio Capim com caulins de referência mineralógica/química e outros caulins amazônicos para verificar se é possível torná-lo um material de referência. A comparação realizou-se através de análise granulométrica, difração de raios X, fluorescência de raios X, microscopia eletrônica de varredura, análise térmica diferencial e espectroscopia de infravermelho e cálculos de cristalinidade. Além disso, o caulim da região do Rio Capim foi utilizado como fonte de silício e alumínio para obtenção de zeólita A, a fim de verificar o efeito do tempo na síntese. Os ensaios foram realizados em tempos de 30 min, 1 h, 2 h e 24 h e estas zeólitas aplicadas em adsorção de amônio. A partir da zeólita sintetizada realizou-se o processo de conformação por extrusão, avaliando vários ligantes (silicato de sódio, bentonita, caulim e CMC) e temperaturas de queima (500, 700 e 800 °C). Posteriormente, estes extrudados foram aplicados, também, em adsorção de amônio para a verificação de sua eficiência. Observou-se que é possível a utilização do caulim do Rio Capim como material de referência mineralógica (de alto grau de ordem estrutural) e/ou química, pois o mesmo mostrou um desempenho próximo ou igual aos caulins de referência comparados nesse trabalho. A zeólita A foi sintetizada a partir de caulim amazônico e este apresentou uma excelente fonte silício e alumínio. Todos os tempos de síntese proporcionaram zeólita A em quantidades zeolítica de ~ 600 g. Todas as zeólitas apresentaram alto grau de ordem estrutural vistas ao DRX e MEV. Verificou-se, ainda, que síntese de zeólita A em tempos de 30 minutos pode ser realizada sem prejuízos na sua aplicação, já que esta apresentou a diferença inferior somente de 3% em eficiência na adsorção comparada com a de 24 h. Os ensaios de conformação por extrusão mostraram-se promissores, dos 10 ensaios realizados 5 foram bem sucedidos com a obtenção de granulados com resistência física. Contudo, apenas os granulados contendo silicato de sódio e CMC como ligantes apresentaram alta eficiência em adsorção de amônio. Com valores de ~ 95,5% de eficiência em 24 horas de contato.Tese Acesso aberto (Open Access) A Evolução da paisagem de transição savana-floresta em Roraima durante o Holoceno tardio: base mineralógica, geoquímica e palinológica(Universidade Federal do Pará, 2011-01-10) MENESES, Maria Ecilene Nunes da Silva; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302; https://orcid.org/0000-0002-0134-0432A Amazônia compreende diversas fisionomias vegetais, além da vasta e amplamente difundida floresta tropical. As savanas, por exemplo, estão presentes em várias partes como manchas descontínuas, ou cobrindo extensas áreas como é o caso das savanas encontradas nas porções norte e nordeste do estado de Roraima. Estas savanas pertencem ao chamado Complexo Rio Branco-Rupununi considerado o maior bloco contínuo desse tipo de vegetação na Amazônia brasileira, que no estado de Roraima atinge 41.000 km2 de um total de 53.000 km2, sendo limitado ao sul e a oeste pelas florestas tropicais. Visando entender a dinâmica da cobertura vegetal e a evolução dessa paisagem como um todo, frente às possíveis mudanças climáticas ocorridas ao longo do tempo geológico, foi realizado o presente estudo. A área selecionada para este trabalho representa uma faixa de transição entre as savanas e florestas na porção ocidental do bloco de savanas, onde quatro topossequências (FC, FH, TIA e RU) representativas dos padrões de relevo, cobertura vegetal e pedológica foram selecionadas para amostragem. Dessa forma, amostras da cobertura regolítica foram coletadas a partir da base das topossequências (veredas) até o topo seguindo as aparentes variações cromáticas e texturais dos materiais. Adicionalmente, outras duas veredas (AM e MB) foram também amostradas. As amostras destes regolitos foram submetidas às análises granulométricas via úmida; mineralógicas por DRX; e químicas (elementos maiores e traços) por ICP-MS e FRX. Os sedimentos das veredas foram ainda datados pelo método radiocarbono empregando-se a técnica AMS (Accelerator Mass Spectrometry) e submetidos a análises palinológicas, incluindo-se a quantificação das micro-partículas de carvão presentes nos mesmos. Os regolitos da área estudada variam de arenosos a areno-sílticos sendo compostos majoritariamente por quartzo e caulinita, e em menores proporções por muscovita, sillimanita, goethita, microclínio e albita. Os teores elevados de SiO2 confirmam o caráter essencialmente quartzoso destes regolitos, enquanto que os valores de Al2O3 mais expressivos nas zonas saprolíticas mosqueadas e nos sedimentos das veredas refletem a maior participação da caulinita, único argilomineral presente nas amostras. As composições mineralógicas e químicas destes materiais indicam proveniência de rochas metamórficas e de lateritos da região, que diante de condições climáticas úmidas e quentes tem sofrido intenso intemperismo químico e lixiviação. O surgimento e amplo desenvolvimento de veredas de Mauritia flexuosa a partir de 1550 anos AP nessa região, como demonstram as análises palinológicas, corrobora o aumento de umidade na região, o que também favoreceu a expansão de florestas. De fato, árvores de Virola, Alchornea, Melastomataceae e Moraceae entre outras ocorreram com freqüência indicando que florestas de galerias e manchas de florestas secundárias indicadas pelos gêneros Didymopanax, Cecropia e Attalea se desenvolveram na região na maior parte do tempo registrado. Apesar dessas condições úmidas, há registros de redução das florestas por volta de 1400-1100 anos (vereda FC), 900-200 anos (veredas AM e FC) e entre 700 e 300 anos (vereda TIA) em favor da expansão das savanas. É provável que a redução de florestas durante esses períodos tenha sido provocada pelo aumento na intensidade de fogos (provavelmente antrópicos) inferido pela mais alta concentração de partículas carbonizadas nos sedimentos prévia e simultaneamente a essa diminuição da cobertura florestal. Estes fogos ainda são comuns na região com maior freqüência nas proximidades de assentamentos humanos (indígenas) e fazendas de gado e possivelmente exercem algum impedimento à expansão das florestas. Embora, condições alternadas de hidromorfismo e estresse hídrico também contribuam para impedir esta expansão. As características granulométricas, mineralógicas e químicas da cobertura regolítica e os registros palinológicos e cronológicos dos sedimentos das veredas permitem interpretar que a paisagem de transição savana-floresta estudada, marcada atualmente por um complexo mosaico de savanas graminosas e/ou arbóreas, recortadas por extensas veredas de Mauritia flexuosa, corredores de matas de galerias, ilhas de florestas, sobre regolitos arenosos, quartzosos e cauliníticos é condizente com as atuais condições climáticas quentes e úmidas prevalecentes na região a partir do Holoceno Tardio. Em contrapartida, feições tais como linhas de pedras compostas por fragmentos de quartzo e de crostas lateríticas denotam eventos erosivos provavelmente ocorridos no Pleistoceno Tardio e até mesmo no Holoceno Médio quando climas secos a semi-áridos dominaram a região. Assim, a paisagem em questão tem sido palco de intensas transformações ecológicas e geomorfológicas fomentadas principalmente pelas mudanças climáticas impostas à região, embora o homem pré-histórico e também moderno também tenha contribuído, no sentido de retardar a expansão das florestas sobre as savanas.
