Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2603
O Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA) surgiu em 1976 como uma necessidade de desmembramento do então já em pleno desenvolvimento Curso de Pós-Graduação em Ciências Geofísicas e Geológicas (CPGG), instalado ainda em 1973 nesta mesma Universidade. Foi o primeiro programa stricto sensu de Pós-Graduação (mestrado e doutorado) em Geociências em toda Amazônia Legal. Ao longo de sua existência, o PPGG tem pautado sua atuação na formação na qualificação de profissionais nos níveis de Mestrado e Doutorado, a base para formação de pesquisadores e profissionais de alto nível. Neste seu curto período de existência promoveu a formação de 499 mestres e 124 doutores, no total de 623 dissertações e teses.
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Tese Acesso aberto (Open Access) Acúmulo e exportação de carbono, nitrogênio, fósforo e metais em canais de maré dos manguezais de Marapanim, Costa Norte Brasileira(Universidade Federal do Pará, 2020-12-18) MATOS, Christiene Rafaela Lucas de; SILVA, José Francisco Berrêdo Reis da; http://lattes.cnpq.br/1338038101910673; https://orcid.org/0000-0002-8590-2462; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228Neste estudo foi avaliado o potencial dos sedimentos de canais de maré de manguezais em acumular e exportar carbono, nutrientes (N e P), e metais (Fe e Mn), além de avaliar como a sazonalidade regional, chuva-estiagem, influenciam nos parâmetros físico-químicos, nos processos diagenéticos e nos fluxos de nutrientes e metais na interface água-sedimento (IAS). O estudo foi realizado no sistema estuarino do rio Marapanim (norte do Brasil), o qual é influenciado por extensas áreas de manguezais bem desenvolvidos, parte da maior floresta de manguezal contínua e mais bem preservada do mundo, situado aproximadamente a 200 km a oeste da foz do rio Amazonas. Os resultados desse trabalho estão apresentados em dois artigos. O primeiro trata sobre o potencial de estoques e acumulação de carbono orgânico total (COT), nitrogênio total (NT) e fosforo total (PT), além de investigar as potenciais fontes de matéria orgânica (MO) nos sedimentos de canais de maré dos manguezais de Marapanim. O segundo avaliou a influência da sazonalidade nas condições físico-químicas, nos processos diagenéticos e nos fluxos de nutrientes e metais ao longo da IAS dos canais de maré estudados. Durante a estação chuvosa, os valores de salinidade intersticial diminuíram como consequência do aumento da precipitação e da vazão do rio Marapanim, com uma zona de mistura-diluição intensa nos primeiros 15 cm de profundidade. O zoneamento redox dos sedimentos oscilou em resposta aos padrões de chuva, com as maiores concentrações de Fe2+ e Mn2+ em camadas mais profundas de sedimentos durante a estação seca. Em condições subóxicas, os sedimentos dos canais de maré atuam como uma fonte de Fe2+, Mn2+, NH4 + e PO4 3- para a coluna de água e esses fluxos foram impulsionados pela chuva. Os resultados indicaram que os sedimentos dos canais de maré dos manguezais de Marapanim são bastante eficazes na retenção de carbono, nutrientes e ferro na fase sólida do sedimento do que na exportação para as águas costeiras, enquanto contribuem significativamente para o ciclo oceânico de Mn. O potencial desses canais de marés para esses elementos está diretamente relacionado à granulometria, às fontes e susceptibilidade de degradação da MO. A variabilidade temporal na formação da pirita revelou que os mecanismos de retenção da fase sólida também são suscetíveis a efeitos sazonais, com menores concentrações de enxofre redutível ao cromo (CRS, principalmente fração pirita) na estação de estiagem. Portanto, mostramos que essas variabilidades sazonais implicam em mudanças substanciais nas propriedades físico-químicas e nos processos diagenéticos, afetando a liberação de metais e nutrientes na IAS e seus acúmulo no sedimento.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Alteração hidrotermal e potencial metalogenético do vulcanoplutonismo paleoproterozoico da região de São Félix do Xingu (PA), Província Mineral de Carajás(Universidade Federal do Pará, 2015-08-27) CRUZ, Raquel Souza; VILLAS, Raimundo Netuno Nobre; http://lattes.cnpq.br/1406458719432983A região de São Félix do Xingu, centro-sul do Estado do Pará, expõe um sistema vulcano–plutônico excepcionalmente bem preservado e agrupado nas formações Sobreiro e Santa Rosa, nas quais foram reconhecidas alterações hidrotermais e mineralizações associadas. A Formação Sobreiro é constituída por fácies de fluxo de lava de composições andesítica, andesito basáltica e dacítica, conforme as proporções ou ausência de fenocristais de clinopiroxênio e/ou anfibólio. Fácies de rochas vulcanoclásticas ocorre geneticamente associada e é representada por tufos de cinza, cristais de tufo máfico, lapilli-tufo e brecha polimítica maciça. A Formação Santa Rosa é controlada por fissuras, formada por riolitos que compreendem fácies de fluxo de lava e fácies vulcanoclástica associada de tufos de cristais felsico, ignimbritos (tufo de cinza), lápilli-tufo, e brechas polimíticas maciças. Parte desse sistema é interpretado como ash-flow caldera parcialmente erodida e desenvolvida em vários estágios. Dados de petrografia, difração de raios X (DRX), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia de infravermelho mostram as paragêneses de alterações hidrotermais que ocorrem nessas rochas. Em geral, os minerais de alteração desenvolvem cristais subeuédricos a anédricos e substituem minerais magmáticos. Os tipos de alterações hidrotermais identificados mostram-se incipientes a pervasivos, sendo distinguidas as alterações propilítica, sericítica, argílica e potássica, as quais se sobrepõem, além de fases fissurais de silicificação com hematita e carbonato associados. A alteração propilítica, predominante na Formação Sobreiro, apresenta ambos os estilos pervasivo e fissural. A paragênese resultante consiste de epidoto + clorita + carbonato + clinozoisita + sericita + quartzo ± albita ± hematita ± pirita, que é sobreposta por alteração potássica pervasiva ou controlado por fratura, representada principalmente por feldspato potássico + biotita ± hematita. Localmente, ocorre fratura com associação prehnita-pumpellyita precipitada que poderia estar relacionado com metamorfismo de baixo grau. A alteração sericítica é marcada pela ocorrência principalmente de sericita + quartzo + carbonato ± epidoto ± clorita ± muscovita. Manifesta-se principalmente nos tufos de cristais máficos. Entretanto, a sobreposição desses tipos de alteração fica evidenciada pelas relíquias de clorita da alteração propilítica e texturas das rochas, parcialmente obliteradas, em que restaram apenas pseudomorfos de plagioclásio sericitizado. Já na Formação Santa Rosa é pervasiva e caracterizada pela ocorrência de sericita + quartzo + carbonato. Apresenta-se também em estilo fissural, que é marcado pela presença de sericita + quartzo. É o principal tipo de alteração identificado nessa unidade, atribuindo às rochas coloração esbranquiçada. Dados de MEV mostram que, associados à alteração sericítica, ocorrem fosfatos de chumbo e terras raras além de ouro, bem como rutilo e barita. A alteração potássica ocorre mais subordinadamente, em geral associada aos pórfiros graníticos e, localmente, aos riolitos. A paragênese característica é conferida por microclínio + biotita + clorita + carbonato + sericita ± albita ± magnetita. A alteração argílica intermediária foi reconhecida nos riolitos e possivelmente corresponde aos estágios finais da alteração hidrotermal. É caracterizada pela presença de montmorillonita + illita + caolinita + clorita ± sericita ± caolinita ± haloisita ± quartzo ± hematita, os quais foram identificados por DRX e espectroscopia de infravermelho. A argilização confere às rochas coloração esbranquiçada a rosa esbranquiçada. Os tipos de alteração foram controlados principalmente pela temperatura, composição do fluido e pela relação fluido/rocha. São compatíveis com anomalias térmicas relacionadas com o magma envolvendo uma diminuição da temperatura e neutralização devido à mistura com água meteórica, semelhante ao que foi descrito em mineralizações baixo e intermediário-sulfidação. A identificação de ouro e fases de acessórios compatíveis fornecem importantes subsídios para pesquisas prospectivas na região, sobretudo para potenciais depósitos epitermais low-sulfidation de metais preciosos (ouro e prata) em sistemas vulcano-plutônicos com ash-flow calderas associadas, assim como depósitos do tipo pórfiro de Cu, Au e Mo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Alterações hidrotermais associadas às rochas máfico-carbonatíticas do depósito de fosfato Serra da Capivara, região de Vila Mandi (PA), extremo sul do Cráton Amazônico.(Universidade Federal do Pará, 2019-07-14) VIEIRA, Danilo Amaral Strauss; FERNANDES, Carlos Marcello Dias; http://lattes.cnpq.br/9442875601862372Próximo ao limite dos estados do Pará e Mato Grosso, contexto do Cráton Amazônico, distante aproximadamente 90 km a oeste do distrito de Vila Mandi, município de Santana do Araguaia (PA), ocorre o inédito vulcano–plutonismo denominado Complexo máfico-carbonatítico Santana. É formado por um membro inferior máfico-ultramáfico com litofácies plutono–vulcânica e outra vulcanoclástica; bem como por um membro superior carbonatítico com litofácies plutônica, efusiva e outra vulcanoclástico originadas em ambiente de caldeira vulcânica com amplas zonas de alterações hidrotermais e estruturas circulares geneticamente relacionadas. Esse conjunto foi parcialmente afetado pelo severo intemperismo Amazônico, produzindo supergenicamente o depósito de fosfato Serra da Capivara. Apesar de especulativo, o Complexo máfico-carbonatítico Santana é do Paleoproterozoico, já que invade as sequências vulcano–plutônicas paleoproterozoicas formações Cinco Estrelas e Vila Mandi (1980–1880 Ma) e é capeado por rochas sedimentares também da mesma Era. O membro inferior máficoultramáfico contém litofácies com piroxenito e subordinados ijolito e apatitito que afloram em amplos lajedos. No geral o piroxenito possui granulação média com augita (~ 90% vol.), ceilonita (MgAl2O4), magnesio-riebeckita e olivina substituída por argilominerais (saponita). O ijolito é formado por fenocristais de clinopiroxênio e nefelina imersos em matriz fina com nefelina, calcita e magnetita intersticiais. Blocos de apatitito são compostos de apatita de granulação média (~ 98% vol.) e calcita. As rochas vulcânicas dessa litofácies são blocos isolados métricos de basalto alcalino e apatitito fino. Esse basalto apresenta granulação fina com mineralogia essencial composta por plagioclásio e augita. Além disso, ocorre uma intensa cimentação de calcita na forma de esférulos com calcita e quartzo, além de intersticiais pirita, óxidos de ferro, apatita, barita, rutilo, celestina e monazita. Essa textura mostra uma relação de imiscibilidade entre o magma silicático e o carbonatítico. Vulcanismo autoclástico a explosivo é materializado por litofácies com depósitos mal selecionados de brecha polimítica maciça, lapilli-tufo, tufo de cristais e tufo de cinzas. As rochas autoclásticas revelam textura vulcanoclástica formada por clastos angulosos originados da autofragmentação da litofácies plutono–vulcânica máfica-ultramáfica. Depósitos epiclásticos vulcanogênicos cobrem todas as litofácies anteriores. O membro superior carbonatítico contém litofácies com calcitacarbonatito grosso (sövito) amarelo-avermelhado com calcita (85–90%) subédrica a euédrica e variações para calcita magnesiana ferrífera e dolomita, além de acessórios como magnetita, hematita, feldspato potássico e pirita. Esse litotipo é seccionado por veios de carbonatito fino intensamente hidrotermalizado. Ocorre raro apatitito grosso que representa o protominério do depósito. Litofácies vulcânica efusiva revela calcita-carbonatito fino (alviquito) rico em calcita (80–85% vol.) com texturas variando de porfirítica equigranular fina, além de hematita, magnetita, feldspato potássico e pirita. Litofácies mal selecionada de vulcanismo explosivo carbonatítico contém tufo de cristais, lapilli-tufo e brecha polimítica maciça formados por clastos angulosos provenientes das encaixantes e do próprio complexo. Stocks e diques sieníticos invadem o conjunto. A principal alteração magmática hidrotermal do complexo é representada por rochas carbonatíticas hidrotermalizadas de colorações avermelhadas, vermelho amarronzado e amarelado. A paragênese mineral encontrada foi barita + fluorapatita + dolomita ± quartzo ± rutilo ± calcopirita ± pirita ± monazita ± magnetita ± hematita. Essa alteração ocorre de três maneiras distintas; 1) nas zonas mais profundas, onde os minerais encontrados foram barita, fluorapatita e dolomita em alterações pervasivas a fissurais associadas a carbonatitos finos profundos. 2) No sövito, de estilo intersticial fraco com mineralogia semelhante às alterações profundas. 3) no alviquito com alterações intersticiais intensas e formação de quartzo hidrotermal associado a barita, fluorapatita, dolomita, monazita, celestina e rutilo. A assembleia mineral das alterações mais profundas aponta para fluídos inicialmente ricos em sulfato, magnésio, fósforo e CO2 com origem na transição entre as fases tardi-magmática a hidrotermal. Ao passar para fases mais superficiais do vulcanismo, houve assimilação de SiO2 das rochas encaixantes evidenciados pela formação de quartzo intersticial no alviquito. O ambiente interpretado de caldeira vulcânica ocorre na interceptação de falhas regionais NE–SW e NW–SE com até 40 km de extensão e que serviram como conduto profundo do magma percursor do complexo. A raiz do sistema é representada por rochas máficoultramáficas e carbonatitos plutônicos. A fase pré-caldeira envolveu intensa degaseificação e atividades hidrotermais em função da evolução magmática, bem como ascensão por falhas lístricas e colocação em superfície de grande volume de lavas carbonatíticas (alviquitos) que construíram o extinto edifício vulcânico. O colapso dessa estrutura e o abatimento topográfico coincidiu com vulcanismo explosivo e formação dos litotipos vulcanoclásticos, representando a cobertura intra-caldeira. Os sienitos tardios podem representar a fase pós-caldeira e selagem das estruturas. A paragênese hidrotermal identificada no Complexo máfico-carbonatítico Santana mostra importante potencial metalogenético para elementos terras raras e fosfato e representa um guia prospectivo em terrenos proterozoicos do Cráton Amazônico, a exemplo de outras áreas do planeta.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Ambiente geológico e mineralizações associadas ao granito Serra Dourada (extremidade meridional) Goiás(Universidade Federal do Pará, 1983-08-29) MACAMBIRA, Moacir José Buenano; VILLAS, Raimundo Netuno Nobre; http://lattes.cnpq.br/1406458719432983O granito Serra Dourada pertence a um conjunto de estruturas dômicas, em geral mineralizadas em cassiterita, achando-se situado no centro-leste de Goiás, onde dominam rochas das faixas de dobramentos Uruaçu e Brasília e do maciço mediano de Goiás. Objetivando-se contribuir aos conhecimentos petrológico, metalogenético e estratigráfico dessas rochas graníticas, selecionou-se a extremidade meridional da Serra Dourada para a realização deste estudo. Adotou-se como metodologia o mapeamento na escala 1:45.000, estudos petrográficos, minerográficos e geocronológicos, além da determinação dos teores de elementos maiores em rochas e alguns minerais, e de elementos traços em rochas. As rochas graníticas da Serra Dourada foram classificadas como sienogranitos, apresentando três variedades: anfibólio-biotita granito, muscovita-biotita granito e biotita granito, sendo a última dominante. O gráfico K-Rb indica um avançado grau de fracionamento para essas rochas e sugere um trend que se inicia no granito a anfibólio e termina naquele a muscovita. Por sua vez, a variação sistemática dos teores e razões de alguns elementos traços denuncia um íntimo relacionamento entre essas variedades, devendo significar intrusões múltiplas que correspondem a diferentes graus de fusão parcial do material original. Nas tentativas de datações pelo método Rb-SR, observou-se que os fenômenos subseqüentes ao alojamento inicial na crosta introduziram possíveis rejuvenescimentos isotópicos. Contudo, essas rochas graníticas forneceram idades convencionais máximas próximas de 2 b.a. As últimas fases magmáticas do granito Serra Dourada foram os pegmatitos que, no núcleo do batólito, são zonados e possuem água-marinha, enquanto que na borda são portadores de tantalita-columbita, esmeralda, muscovita e monazita. Em seguida, grandes quantidades de soluções hidrotermais enriquecidas em Sn e F atingiram tanto o granito como suas encaixantes, alterando-as para greisens. Ao contactarem os enclaves, as soluções precipitaram cassiterita, magnetita, fluorita e sulfetos. Veios com wolframita e rutilo se alojaram nas encaixantes mais próximas. Em temperaturas mais baixas, essas soluções geraram caulim ao atingirem os pegmatitos da faixa de contato. Vários tipos de enclaves foram identificados no granito: biotititos, soda-gnaisse, xenólitos de xistos e quartzitos, e anfibolitos. Os enclaves de soda-gnaisse têm natureza trondhjemítica e também apresentam variedades a anfibólio e biotita, a biotita e a biotita e muscovita. A semelhança da assembléia e do quimismo de algumas fases mineralógicas sugere uma consangüinidade entre a soda-gnaisse e o granito, com a possibilidade que sejam fragmentos parcialmente intactos das rochas que deram origem, por anatexia, ao material granítico. Por outro lado, os teores e razões anômalas de alguns elementos do soda-gnaisse indicam reação com o magma, que é enfatizada pela posição dessas rochas no gráfico K-Rb. Essa reação certamente afetou as razões isotópicas, permitindo apenas sugerir-lhes uma idade arqueana. Por sua vez, os biotititos possivelmente são restritos. A seqüência onde o granito Serra Dourada se alojou compõe-se de intercalações de xistos e quartzitos do Grupo Serra da Mesa. As mineralizações típicas do magmatismo ácido, greissens, pegmatitos e sills graníticos nos metassedimentos, além de xenólitos oriundos das encaixantes e foliação pronunciada nas bordas do corpo, depõem pelo caráter intrusivo do granito nesses metamorfitos, cujo evento tardi-sintectônico está associado com a formação do braquianticlínio, que concorda com o padrão estrutural regional. Através da assembléia mineralógica dessas rochas atestou-se condições do facies anfibolito baixo para a sua formação onde dominaram pressões acima de 4,5 Kb e temperaturas em torno de 550°C.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise comparativa hidroambiental das bacias do Una e da Estrada Nova, em Belém-PA, e suas implicações socioeconômicas(Universidade Federal do Pará, 2015-03-26) LEÃO, Eduardo Araujo de Souza; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626Para se avaliar a efetividade das intervenções públicas no que se refere a alterar a dinâmica social e a melhorar a qualidade de vida de uma população é necessário a construção e aplicação de indicadores sociais no monitoramento da gestão pública, principalmente quando se tratam de grandes intervenções ambientais. Por mais que tais indicadores sejam mapeados, na grande maioria dos estudos ambientais onde ocorrem essas intervenções, observa-se que o poder público não tem se dedicado ou não consegue realizar e monitorar, de forma eficiente o comportamento destes indicadores ao longo do tempo. Em Belém, as inundações em áreas urbanas representam um sério problema para grande parte do município, principalmente quando atingem áreas densamente ocupadas, ocasião em que geram prejuízos consideráveis e muitas vezes irreparáveis, com perdas inclusive de vidas humanas. A inundação tem sido um problema frequente nos períodos de chuvas, tanto nas áreas mais antigas e consolidadas da cidade, como nas áreas de expansão urbana, fato esse agravado em função das características geológicas e geomorfológicas das áreas bem como do seu alto índice pluviométrico, pela impermeabilização do solo, ocupação das várzeas e retirada das matas ciliares, o que dificulta a infiltração das águas das chuvas. Em decorrência desses fatores ambientais e da desatenção do poder público em prover equipamentos sociais e intervenções físicas na área da metrópole, as populações que ocupam as partes mais vulneráveis da cidade de Belém, têm no geral, uma baixa qualidade de vida, no que se refere à questão do ambiente em que vivem. Com vistas a avaliar comparativamente duas realidades distintas e analisar se realmente a intervenção pública foi efetiva e eficiente e a partir da mesma incluir, como prática a aplicação de indicadores de qualidade hidro ambientais no monitoramento da gestão pública, utilizou-se como “case” para essa pesquisa a intervenção realizada pelo governo estadual na bacia do Una, onde foi executado a implantação da Macro Drenagem da Bacia Hidrográfica do Una que contemplou os serviços de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem de águas pluviais e sistema viário, comparativamente com a intervenção do governo municipal para a bacia hidrográfica da Estrada Nova, em execução, com a implantação dos mesmos serviços. Para desenvolver a pesquisa, o estudo levantou dados e informações obtidas na bacia do Una e projetou cenários futuros para a bacia da Estrada Nova, utilizando os mesmos indicadores. Estes indicadores socioambientais, nesse estudo, ainda foram contemplados e fortalecidos com uma avaliação hidrogeologica das duas bacias, a análise de qualidade das águas superficiais e subterrâneas, a consideração sobre a incidência de doenças de veiculação hídrica, a vulnerabilidade dos aquíferos, com o objetivo de avaliar a espacialização de criticidade das bacias e identificar quais regiões precisam de mais atenção ou apresentam os melhores resultados. O estudo demonstrou que as características físicas e socioeconômicas das duas bacias de estudo são similares e que após a intervenção na bacia do Una, nenhum tipo de indicador foi monitorado, com vistas a comprovar a eficiência da intervenção. O estudo ainda apresentou que os indicadores de saúde, ligados a veiculação hídrica (motivo pelo qual também foi feito a intervenção) escolhidos para monitoramento antes e após a intervenção, têm, parcialmente, conexões diretas com a qualidade ambiental da bacia, porém muitos indicadores não puderam ser escolhidos pela inexistência de dados do poder público. A vulnerabilidade do aquífero superior também é preocupante em alguns bairros, na medida em que grande parte da população se abastece deste aquífero, o qual tem sua recarga provida, em boa parte, pelos canais drenantes de Belém, sabidamente detentores de índices de qualidade muito ruins de suas águas, podendo mesmo serem caracterizados como verdadeiros esgotos a céu aberto. Os canais drenantes e igarapés de Belém, são responsáveis assim pelo direcionamento deste excesso de esgoto, para a Baia do Guajará e para o rio Guamá por meio da interligação que têm com esses elementos fisiográficos. Em virtude do município ter grande parte da sua área situada em cotas de até 4 metros, que é também a amplitude média anual das marés regionais, essas áreas estão sujeitas à inundações. Por via de consequência todo o aquífero superior fica vulnerável a infiltração das águas contaminadas dos canais, as quais nos momentos de cheias ficam represadas, aumentando o tempo de residência nos mesmos. A pesquisa ora em apresentação avaliou cenários e indicadores, dessa realidade, deixando em aberto a necessidade de serem construídos e monitorados outros indicadores para que o ato de avaliar a efetividade da intervenção pública possa ser mais consistente. Por fim o estudo também constata que vários indicadores não puderam ser considerados no estudo devido à insuficiência e a qualidade de dados existentes disponibilizados pelo poder público.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise da dinâmica da cobertura e uso do solo na bacia hidrográfica dos lagos Bolonha e Água Preta, Belém, Pará.(Universidade Federal do Pará, 2024-12-20) BARROS, Jackison Mateus Lopes; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252; https://orcid.org/0000-0003-0252-808XO aumento da população urbana no mundo tem impactado bacias hidrográficas que abastecem cidades de água, abrangendo os serviços de tratamento e distribuição de água potável para uso doméstico, industrial e comercial. Um exemplo é a Bacia Hidrográfica dos Lagos Bolonha e Água Preta (BHLBA) na Região Metropolitana de Belém (RMB), o segundo maior aglomerado urbano da Amazônia brasileira, com 2,3 milhões de habitantes. Uma das melhores de monitorar a dinâmica das bacias hidrográficas é a partir de técnicas de sensoriamento remoto com imagens orbitais, devido a qualidade dos dados espaço-temporais. Esse trabalho objetiva analisar as mudanças da cobertura e uso do solo nas últimas quatro décadas na BHLBA, através de imagens da série de satélites Landsat dos anos 1984, 1989, 1994, 1999, 2004, 2008, 2018, 2021 e 2023, utilizando a metodologia de análise de imagem orientada a objetos geográficos (GEOBIA). Assim, formam avaliadas as classes de lagos (L), área urbana (AU), macrófitas aquáticas (MA), vegetação arbórea (VA) e pastagem (P). A acurácia global das imagens classificadas apresentou valores entorno de 90%, tendo como principal erro, os erros de alocação. Foram identificadas as mudanças que ocorreram ao longo dos anos, como o crescimento expressivo das macrófitas sobre o espelho de água dos lagos Bolonha e Água preta, que diminuiu cerca de 3,7%. Também foi registrado o aumento de 13,4% da vegetação arbórea na BHLHA, evidenciando uma recomposição florestal. Foi observado também um crescimento de 3,2% das áreas urbanas ao redor da BHLBA, o que é preocupante pois a influência antrópica pode colocar em risco a saúde dos mananciais de abastecimento hídrico da RMB. A metodologia GEOBIA mostrou-se adequada para o estudo e recomendamos que o monitoramento seja continuado em virtude da importância socioambiental da área em estudo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise da dinâmica morfo-sedimentar da praia da Marieta – Ilha do Marco-Maracanã (NE do Pará)(Universidade Federal do Pará, 2010-04-19) GUERREIRO, Juliana de Sá; EL-ROBRINI, Maâmar; http://lattes.cnpq.br/5707365981163429O objetivo principal desta dissertação é analisar as variações morfológicas e sedimentares ocorridas na Praia da Marieta - ilha do Marco (NE do Pará) durante o período chuvoso (março) e menos chuvoso (novembro) do ano de 2007, buscando identificar os principais fatores responsáveis por estas variações. A praia da Marieta possui 3 km de extensão, com direção NW-SE, e é sustentada pelos sedimentos do Grupo Barreiras, Pós-Barreiras e pelos sedimentos recentes que fornecem boa parte dos sedimentos na desembocadura do estuário de Urindeua. Foram realizados 6 perfis topográficos nas seguintes subdivisões da praia da Marieta: Setor esporão arenoso - perfis I e II (tgβ = 0,0015); setor central - perfis III, IV (tgβ = 0,0017) e setor NW - perfis V e VI (tgβ =0,005). Foram aplicados nesta praia os seguintes modelos morfológicos: de Guza & Inmam (1975), Esporão Arenoso - no período chuvoso e no período menos chuvoso, Setor Central - 12 no período chuvoso e no período menos chuvoso. Estes resultados mostram uma forte reflexão com alguma dissipação, sendo caracterizada como Intermediário de Barra e Calha Longitudinal com no setor NW, que indicou um comportamento Dissipativo durante os dois períodos estudados; Para Wright & Short (1984) toda a praia teve um comportamento Dissipativo durante os dois períodos estudados - no período chuvoso e no período menos chuvoso; Para Masselink & Short (1993) os perfis mostraram ser modificados por marés, dissipativos embarreirados com RTR=4 no período chuvoso e RTR=3,6 no período menos chuvoso. A praia é predominantemente recoberta por areia muito fina, muito bem selecionada a moderadamente selecionada, com curtose mesocúrtica e platicúrtica com assimetria negativa nas zonas de supramaré durante o período chuvoso e nas zonas de inframaré no período menos chuvoso, nas demais zonas da praia da Marieta foram aproximadamente simétricas e com assimetrias positivas. A praia da Marieta teve seu perfil morfo-sedimentar influenciado pelo deslocamento da Zona de Convergência Inter-Tropical (ZCIT), no período chuvoso (1.736,6 mm) e no período menos chuvoso (2,4 mm). A velocidade dos ventos foi mais fraca durante o período chuvoso com média de 6,7 nós enquanto que no período menos chuvoso a velocidade média foi de 11,3 nós com direção preferencial NE, e conseqüentemente, formaram ondas com maior energia (Hb = 1,5 m no período chuvoso em março). Aliados a uma amplitude de 5,5 m de maré alcançando as zonas mais internas da praia. Já no período menos chuvoso, as ondas foram menores, se comparadas ao período chuvoso, que alcançaram 1,2 m aliados a uma amplitude de 4,8 m de maré. Através destes parâmetros observou-se que as maiores variações no perfil praial estiveram associadas principalmente à interação dos efeitos de ventos, ondas e marés e, mostrando a forte relação entre a forma da praia e a orientação e incidência desses agentes.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise de imagens de sensores remotos orbitais para mapeamento de ambientes costeiros tropicais e de índices de sensibilidade ambiental ao derramamento de óleo no Golfão Maranhense(Universidade Federal do Pará, 2006-04-18) TEIXEIRA, Sheila Gatinho; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252Os derramamentos de óleo no Brasil estão cada vez mais frequentes, causando diversos impactos ao ambiente e comunidades biológicas. Mapas de índices de sensibilidade ambiental ao derramamento de óleo são componentes indispensáveis dos planos de contingência e resposta emergencial a este tipo de acidente. Estes apresentam um sistema de classificação que é baseado nas características geomorfológicas das áreas, as quais são definidas pelos seguintes fatores: grau relativo de exposição às energias de ondas e marés, declividade da costa e tipo de substrato, e, ainda, facilidades para limpeza e remoção das áreas impactadas pelo óleo. Dentro desse contexto, foi escolhida a região do Golfão Maranhense, extremo norte do Estado do Maranhão, com o objetivo de mapear e analisar os índices de sensibilidades ambientais (ISAs) dos ambientes costeiros ao derramamento de óleo, pois nesta área encontra-se o segundo maior porto em calado do mundo, o Porto de Itaquí. Além disso, esta região está na rota de aproximadamente seiscentos navios petroleiros por ano, que são potenciais causadores de acidentes que provocam o derramamento. A abordagem metodológica para a geração dos mapas de índices de sensibilidade envolveu a análise integrada dos ambientes costeiros a partir do processamento digital de imagens de sensores remotos ópticos, neste caso, Landsat-4 TM, CBERS-2 CCD e SPOT-2 HRV, imagens SAR (radar de abertura sintética) do RADARSAT-1 Wide-1, dados de elevação da SRTM (shuttle radar topography mission), sistema de informação geográfica (SIG) e levantamentos de campo, relativos a geomorfologia, topografia e sedimentologia. A partir dos métodos utilizados, os ambientes costeiros reconhecidos na região do Golfão Maranhense foram agrupados de acordo com seus índices de sensibilidade ambiental em: 1 - Estruturas artificiais (muro de arrimo) - ISA 1 B; 2- Falésias - ISA 1 C; 3 - Praias arenosas com granulometria fina e Dunas Móveis- ISA 3A; 4-Planicies de maré arenosa - ISA 7; 5 - Planícies de maré mista, Planícies de maré lamosa e Deltas de maré vazante - ISA 9A; 6 - Planícies de supramaré arenosa - ISA 9C; 7 Pântanos Salinos - ISA 1 DA; 8- Pântanos de água doce e Lagos intermitentes - ISA 108; 9 - Mangue -ISA 1DC. Esta abordagem mostrou-se eficaz no reconhecimento e análise dos ambientes costeiros e, conseqüentemente, permitiu a atribuição de índices de sensibilidade ao derramamento de óleo para estes ambientes, dentro de ma base de dados georreferenciada, que permite a tomada de decisão com maior rapidez e eficácia, caso ocorra algum derramamento de óleo na região.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise de imagens Landsat ETM, Radarsat-1 e modelos numéricos de terreno para o mapeamento dos índices de sensibilidade ambiental ao derramamento de óleo na costa de manguezais do nordeste do Pará(Universidade Federal do Pará, 2006) BOULHOSA, Messiana Beatriz Malato; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252Acidentes relacionados à exploração e transporte de petróleo constituem uma ameaça às zonas costeiras de todo o mundo, pois um derrame de óleo trata-se de um evento ecologicamente desastroso e pode causar danos irreparáveis ao meio ambiente afetando principalmente os seres vivos que habitam na zona costeira e a economia local. Na costa nordeste do Pará, assim como ao longo de toda a costa norte do Brasil ocorre intenso fluxo de navios e balsas transportando petróleo e derivados, ameaçando os recursos naturais dessa região. Daí a necessidade de serem estabelecidas estratégias de prevenção e gestão dos impactos ambientais ao derrame de óleo para elaboração de planos de emergência. A caracterização dos ambientes costeiros, em especial os tropicais úmidos dominados por macromaré, é complexa em virtude de uma série de fatores limitantes para o mapeamento ao longo da zona costeira do nordeste do Pará. Primeiro, a planície de macromaré forma áreas baixas, onde a informação detalhada do relevo é muitas vezes escassa e a representação planimétrica é dominante. Segundo, as variações de maré em torno de 6 m produzem fortes modificações nos limites dos ambientes sedimentares costeiros em resposta aos amplos deslocamentos verticais e laterais das marés. Terceiro, as modificações geomorfológicas costeiras são muito intensas e rápidas. Dentro desse contexto o objetivo dessa dissertação de Mestrado é gerar o mapa dos ambientes costeiros e o mapa de índice de sensibilidade ambiental ao derrame de óleo dos ambientes costeiros de uma porção da costa nordeste do estado do Pará. A metodologia consistiu no processamento digital de imagens de sensores remotos na faixa do óptico (Landsat ETM +7) e das microondas (RADARSAT-1 Wide-1), associados aos dados do Modelo digital de elevação do SRTM (shuttle radar topographic mission) e aos dados de campo, em ambiente de SIG (sistema de informação geográfica) proporcionando assim uma análise integrada das características espectrais, geomorfológicas, altimétricas e sedimentológicas dos ambientes costeiros em base cartográfica georreferenciada. Os principais resultados gerados nesta dissertação permitiram: 1) Avaliação do potencial das imagens Landsat ETM+7, RADARSAT-1 e dos produtos de fusão multi sensores, para a identificação dos ambientes costeiros e dos Índices de Sensibilidade Ambiental ao derrame de óleo (ISA) nessa importante costa de manguezais; 2) Reconhecimento e descrição de cinco unidades morfológicas principais e quatorze subunidades: Planalto costeiro, Planície de Maré, Planície Litorânea e Planície aluvial; 3) Identificação e hierarquização de oito unidades de índices de sensibilidade ambiental (ISA), para a zona costeira amazônica, são eles: ISA 1B- Muro de arrimo; ISA 3A Praias com granulometria fina a média; ISA 3B- Escarpas expostas com declives ingresses em areia; ISA 9B- Bancos e planícies de marés lamosas vegetados; ISA 9C Campos herbáceos hipersalinas; ISA 10A- Campos herbáceos salinos e salobros; ISA 10C- Manguezal; ISA 10D- Várzea; 5) Geração do mapa de índice de sensibilidade ambiental ao derrame de óleo da área estudada. O uso das técnicas de sensoriamento remoto e SIG mostraram ser uma importante ferramenta para o reconhecimento e análise dos ambientes costeiros e geração dos mapas dos ambientes costeiros e dos índices de sensibilidade ambiental ao derrame de óleo da costa nordeste do Pará.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise do padrão espectro-temporal de ambientes costeiros com imagens Landsat, Ilha de Marajó/PA.(Universidade Federal do Pará, 2010-10-06) CARDOSO, Gustavo Freitas; SOUZA JUNIOR, Carlos Moreira de; http://lattes.cnpq.br/2090802631407077; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252O conhecimento da distribuição espacial e temporal e o acompanhamento da sua evolução dinâmica são os fatores mais importantes para o estudo e da gestão de zonas úmidas. O objetivo deste trabalho foi caracterizar, mapear, comparar a resposta espectral de zonas úmidas costeiras, assim como detectar suas mudanças na margem leste da Ilha de Marajó, no Estado do Pará, através de imagens reflectância do TM Landsat-5. Para tanto, as imagens foram corrigidas geométrica e radiometricamente. Coletaram-se na imagem de referência (2008), no mínimo, 20 amostras poligonais (5x5 pixels) para cada tipo de cobertura do solo. A análise de variância (ANOVA), o Teste de Tukey HSD e um índice de separabilidade espectral de pares de regiões de interesse (ROIs) foram calculados. O mapeamento foi gerado a partir do classificador supervisionado Spectral Angle Mapper, e a validação dos dados, delineados pela Matriz de Confusão. Desta forma foram reconhecidos as seguintes unidades: MAN - manguezal, MAD - manguezal degradado, PRD - praias e dunas, VSI – vegetação secundária inicial, VSA - vegetação secundária avançada, ACS - água com sedimento, ASS - água sem sedimento, OCH - ocupação humana e CAM – campos. O resultado da ANOVA mostrou que há diferenças significativas entre as reflectâncias médias em todas as classes, em no mínimo um par de médias, para todas as bandas (1-5 e 7) da imagem. O Teste de Tukey HSD verificou que a menor diferença entre duas médias nas bandas 1 e 2 ocorre no par VSAMAN, na banda 3, VSI-MAN, na banda 4, OCH-MAN, na banda 5, OCH–PRD, e na banda 7, ACS–ASS. A função de separabilidade espectral de pares de ROIs destacou um baixo valor para o par de classes OCH-CAM. O cálculo da exatidão do mapeamento apresentou valores aceitáveis. Foi aplicada também a técnica do modelo de mistura espectral para determinar as frações – vegetação, água e/ou sombra, solo e vegetação não fotossinteticamente ativa – nas imagens reflectância dos anos de 1988, 1994, 1998, 2004, 2006 e 2008. A detecção de mudanças ao longo destes anos foi feita com o auxílio do diagrama tri linear de Thompson, usado para analisar a evolução dos ambientes Manguezal, Campos Salinos com predomínio de solos, Campos Salinos com vegetação campestre, Praias e Dunas, Sedimentos Úmidos, Água com Sedimento e Água sem Sedimento. Os resultados mostraram que 80% das amostras do ambiente Manguezal, mantiveram suas características espectrais, ou seja, o ambiente não sofreu alterações ao longo do tempo, e que 15% das trajetórias possíveis indicaram uma mudança gradativa para formação de Manguezal até o ano de 2008. Do total dos pixels analisados para este ambiente, 93% corresponderam ao próprio Manguezal, confirmando uma relativa estabilidade deste ambiente na área de estudo. Os Campos Salinos indicaram uma condição atípica nas análises da imagem do ano de referência (2008), com comportamento espectral similar ao do solo, característica esta não verificada nos anos pretéritos. Nestes anos, houve o predomínio de Campos Salinos com Vegetação Campestre. Já para o ambiente Praias e Dunas detectou-se um considerável aumento de sua superfície (66,7%) no período de 20 anos (1988-2008). De modo geral, os resultados alcançados sugerem que a área em estudo, vem sofrendo o processo de progradação de sedimentos ao longo da linha de costa e uma estabilização no aumento da superfície de Manguezal desde 2006. Para os Campos Salinos detectaram-se as variações nos valores de abundância entre as três frações (Vegetação Verde, Sombra/Água e Vegetação não fotossinteticamente ativa/solo) geradas pelo modelo de mistura espectral, devido principalmente a sazonalidade climática da região. O método de detecção de mudanças propiciou o desenvolvimento de um modelo de diagrama de dispersão espectral para ambientes úmidos costeiros. Este modelo deve auxiliar em futuras pesquisas acerca do monitoramento dos impactos dos ambientes úmidos costeiros oriundos do aumento do nível do mar, da localização e caracterização espectral, assim como detecção das mudanças no tempo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise espaço-temporal dos manguezais degradados de Bragança, com base em imagens de satélite e modelos de elevação digital(Universidade Federal do Pará, 2022-02-22) MOLANO CÁRDENAS, Sergio Mauricio; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A Península de Bragança, localizada no litoral norte do Brasil-Pa, é parte da maior zona contínua de florestas de manguezal no mundo. A construção da rodovia PA-458 na década de 70, alterou as características hidrodinâmicas da península, provocando a degradação de uma porção considerável dos manguezais na região central da península. Nas últimas décadas as áreas degradadas têm sido recolonizadas por manguezais, principalmente pela espécie Avicennia germinans. Esse estudo pretende identificar mudanças dos manguezais degradados das planícies de maré de setores topograficamente mais elevados durante os últimos 35 anos, com base nas seguintes técnicas: a) mapeamento manual das áreas degradadas com imagens de satélite de resolução espacial moderada; b) classificação orientada a objetos das áreas degradadas e de manguezal, utilizando imagens de satélite de alta resolução espacial; c) fotogrametria de imagens de drone; d) modelos digitais de elevação; e e) validação topográfica com teodolito e “Antenna Catalyst”. Entre 1986 e 2019 houve uma redução da área degradada de 247,96 ha, conforme as quantificações dos dados de moderada resolução espacial. Os dados de alta resolução espacial mostraram também uma redução da área degradada de 211,65 ha entre os anos de 2003 e 2019. Existem flutuações na tendência de regeneração das florestas de manguezal na área degradada, as quais tem relação com grandes fenômenos climáticos como “El Niño” e “La Niña”, que vem acompanhados com épocas de estiagem e alta precipitação, respectivamente. Os valores de acurácia global e índice Kappa para os dados de alta resolução exibiram valores acima de 0,9. Os valores da acurácia do produtor, usuário e Kappa por classe evidenciaram dificuldades na separação de espécies de manguezal Avicennia germinans e Rhizophora mangle, devido à falta de resolução radiométrica das imagens analisadas. O modelo digital do terreno que representa a planície de maré, mostrou duas regiões topograficamente diferenciadas na área degradada, separadas pela rodovia PA-458, e influenciadas principalmente pelas características dos estuários Caeté e Taperaçú. Essa mesma diferença foi encontrada no modelo de altura da vegetação, onde as árvores, localizadas a SE da rodovia e sob influência do estuário do rio Caeté, alcançam até os 25 m, enquanto a NW da rodovia sob influência do Taperaçú, oscilaram entre 5 e 15 m. As taxas de regeneração estão controladas principalmente pelo aumento no nível médio do mar, o qual mobilizou a zona de intermaré para áreas topograficamente mais elevadas, favorecendo a lixiviação salina, essencial para o desenvolvimento de florestas de manguezal.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise faciológica da formação Codó (Aptiano superior) na Região de Codó (MA), leste da Bacia do Grajaú(Universidade Federal do Pará, 2000-09-11) PAZ, Jackson Douglas Silva da; ROSSETTI, Dilce de Fátima; http://lattes.cnpq.br/0307721738107549Os depósitos da Formação Codó, na região de Codó (leste do estado do Maranhão) consistem de folhelhos, calcários e evaporitos contínuos lateralmente e organizados em ciclos de arrasamento ascendente de, em média, 2,5 m de espessura. Estes depósitos são considerados como o registro de um sistema lacustre que se instalou durante o Neoaptiano na Bacia do Grajaú. Esta interpretação baseia-se nos seguintes critérios: 1) presença de ostracodes e algas típicas de ambientes não-marinhos, associados à ausência de fósseis marinhos; 2) domínio de litologias formadas por suspensão e frequente formação de paleossolos, associados à ausência de estruturas geradas por maré e reduzida atividade de onda; e 3) razão 87sr/ 86sr igual, em média, a 0,7079, valor mais elevado que aquele esperado para evaporitos e carbonatos marinhos do período Aptiano. Foram individualizadas treze fácies deposicionais, as quais foram agrupadas em três associações de fácies atribuídas a: a) lago central; b) lago transicional; e c) lago marginal. A associação de fácies de lago central posiciona-se na base dos ciclos de arrasamento ascendente, sendo composta por duas fácies: a) folhelho negro betuminoso; e b) evaporito. O domínio de rochas pelíticas nesta associação de fácies é consistente com sedimentação em ambientes de baixa energia, típicos de centro de lago. A abundância de pirita e a composição betuminosa apontam para condições ambientais redutoras. A escassez de infauna é indicada pela ausência de bioturbação, o que é consistente com anoxia, enquanto as fácies evaporíticas apontam para um contexto lacustre salino. A associação de fácies de lago transicional consiste de: a) argilito laminado; b) mudstone calcífero; c) calcário peloidal (mudstone a packstone); e d) calcário meso-cristalino. Estes depósitos estão posicionados entre as associações de fácies de centro e de margem de lago, encontrando-se na porção média dos ciclos de arrasamento ascendente, o que levou a atribuí-los a ambiente lacustre transicional. A associação faciológica de lago marginal representa o topo dos ciclos de arrasamento ascendente e agrupa as seguintes fácies: a) pelito maciço; Db) calcita- arenito; c) calcário ostracodal (wackestone a grainstone); d) calcário pisoidal (packstone); e) gipsita-arenito; £f) tufa; e g) ritmito carbonato/folhelho. Estes depósitos mostram uma abundância de feições sedimentares (i.e., paleossolos, superfícies cársticas e fenestras) típicas de exposição meteórica e/ou subaérea, consistentes com a interpretação como depósitos de lago marginal. O modelo deposicional proposto consiste de sistema lacustre com margem em rampa e baixa energia de fluxo, tomando-se por base as seguintes características: 1) baixa taxa de suprimento sedimentar; 2) relevo pouco pronunciado em torno da bacia lacustre; 3) abundantes feições sedimentares registrando episódios de exposição subaérea ou à água meteórica; e 4) predomínio de fácies marginais sobre fácies centrais. Além destas características, esta interpretação é também sugerida pelos seguintes aspectos: 1) pequenas espessuras (i.e., poucos metros) dos ciclos deposicionais, o que pode ser atribuído a um espaço deposicional reduzido em função do predomínio de lâmina d'água rasa através da bacia lacustre; 2) ausência de depósitos turbidíticos, típicos em ambientes lacustres com quebra em talude acentuado; e 3) ausência de depósitos de ressedimentação (p.e., brechas e/ou depósitos deformados por ação gravitacional), característicos em associação a ambientes de talude. A abundância de folhelhos negros e evaporitos sugere que a bacia lacustre era hidrologicamente fechada, estratificada e salina. Os ciclos deposicionais identificados na área de estudo revelam caráter regressivo, sendo representados por três tipos: 1) ciclos completos de arrassamento ascendente; 2) ciclos incompletos de arrasamento ascendente; e 3) ciclos de inundação ascendente. A origem destes ciclos foi atribuída a tectonismo, com base no seu padrão assimétrico de empilhamento, o que também é corroborado pela presença de feições deformacionais sinsedimentares associadas com atividade sísmica sindeposicional. As informações faciológicas, paleontológicas e geoquímicas obtidas na região de Codó permitem considerar que a ingressão marinha neocaptiana, registrada na porção norte da Bacia de São Luís-Grajaú, não chegou a atingir a região de Codó, que manteve-se protegida desta ingressão.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise faciológica das formações Poti e Piauí (carbonífero da Bacia do Parnaíba) na Região de Floriano-PI(Universidade Federal do Pará, 2000-07-20) RIBEIRO, Cleive Maria Monteiro; GÓES, Ana Maria; http://lattes.cnpq.br/2220793632946285Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise faciológica e aspectos estruturais da formação Águas Claras, região central da Serra dos Carajás-PA(Universidade Federal do Pará, 1995-01-31) NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; TRUCKENBRODT, Werner Hermann Walter; http://lattes.cnpq.br/5463384509941553Análises faciológica e estrutural das rochas siliciclásticas da Formação Águas Claras, Pré-Cambriano da Serra dos Carajás, foram realizadas em excelentes exposições na estrada de acesso à Mina do Igarapé Bahia. A Formação Águas Claras, constituída principalmente por quartzo-arenitos e pelitos, representa uma sucessão progradante de depósitos plataformais (parte inferior) e litorâneos e fluviais (parte superior). Os depósitos plataformais são constituídos por pelitos laminados, interpretados como lamas de offshore, e siltitos e arenitos finos com estratificação cruzada hummocky, laminação cruzada microhummocky, laminação plano-paralela e marcas onduladas relacionados a depósitos de tempestades. As fácies litorâneas consistem em arenitos finos a médios com estratificação cruzada swaley, considerados como tempestitos de shoreface; arenitos finos a grossos com seqüências de tidal bundles, estratificação cruzada de baixo ângulo e estratificação plano-paralela interpretados como depósitos de submaré; e, subordinadamente, arenitos finos laminados com truncamentos de baixo-ângulo e arenitos finos a grossos com tidal bundles intercalados a ritmitos com acamamentos flaser, wavy e linsen relacionados, respectivamente, a depósitos de foreshore e planície de maré. Os depósitos fluviais consistem em arenitos grossos e conglomerados, com estratificações cruzadas tabular e acanalada e estratificação plano-paralela, relacionados a depósitos de barras e dunas subaquosas em planície aluvial braided. Subordinadamente, ocorrem arenitos finos sílticos com laminação plano-paralela interpretados como depósitos de inundação. A Formação Águas Claras permite interpretar, pelo menos, três fases deposicionais. No início da deposição, predominaram processos de tempestades retrabalhando sedimentos finos de mar raso e acumulando areias na forma de barras e lençóis nas zonas de offshore e shoreface. Na fase seguinte, prevaleceram processos de maré, provavelmente responsáveis pelo retrabalhamento dos tempestitos de shoreface, e teria se desenvolvido um complexo de braid delta como resultado da progradação de uma planície aluvial sobre um ambiente litorâneo. O abandono de áreas deltaicas durante período de baixo influxo detrítico permitiria o retrabalhamento destas zonas por ondas gerando praias restritas. A fase final na evolução da Formação Águas Claras foi marcada por uma progradação para SW da planície aluvial, estimulada provavelmente por soerguimentos tectônicos das áreas fontes situadas a NE, o que levou à instalação definitiva de um sistema fluvial braided. A caracterização geométrica-estrutural da área estudada permitiu a individualização de dois domínios estruturais. O domínio I, localizado entre os igarapés São Paulo e Águas Claras, é marcado por zonas de cisalhamento verticalizadas, dobras e cavalgamentos oblíquos; em porções menos deformadas, estas estruturas rúpteis-dúcteis são recorrentes e o acamamento mostra-se rotacionado por falhas, às vezes, afetado por dobras desarmônicas e em caixa. O domínio II, a oeste do Igarapé Águas Claras, é caracterizado pela disposição regular do acamamento com mergulho médio de 200 para NE. As estruturas rúpteis-dúcteis marcam pelo menos um evento transpressivo localizado, ligado provavelmente à movimentação sinistral da Falha Carajás. A orientação e natureza das estruturas sugerem que este evento rúptil-dúctil esteve relacionado a uma transpressão NE-SW com transporte tectônico para SW. Posteriormente, as rochas foram afetadas por falhas transcorrentes e normais, orientadas nas direções NE-SW e NW-SE, às quais se associam diques básicos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise integrada da morfologia e sedimentologia do baixo curso do rio Xingu(Universidade Federal do Pará, 2019-01-28) SILVA, Ariane Maria Marques da; ASP NETO, Nils Edvin; http://lattes.cnpq.br/7113886150130994O rio Xingu é um importante afluente do rio Amazonas contribuindo com 5% de sua vazão líquida, embora não contribua significativamente com sedimentos. O baixo rio Xingu é definido como uma ria, em função do afogamento de seu vale como resultado da Última Grande Transgressão marinha. Em função de uma influência substancial de maré, com alturas de maré de mais de 1 m na confluência, este setor fluvial corresponde ainda a um tidal river. O presente estudo visa analisar a morfologia e sedimentologia de fundo do baixo rio Xingu, estabelecendo correlação com os dados hidrodinâmicos, visando o entendimento dos processos de preenchimento sedimentar da ria, ainda em andamento. A área amostrada vai desde a confluência com o Amazonas (proximidades da cidade de Porto de Mós) até o estreitamento do lago de ria a montante, nas proximidades da cidade de Vitória do Xingu. Foram efetuados levantamentos sedimentológicos durante períodos de alta (fev/2016) e baixa (nov/2016) descarga de sedimentos. Para o período de alta descarga foram coletadas 109 amostras de sedimentos de fundo. Durante o período de baixa descarga, a amostragem foi repetida em 11 destas estações. No período de máxima descarga liquida do rio Amazonas (jun/2018), foram também monitorados os níveis d’água em diversos pontos ao longo do rio Xingu, assim como ocorreu nos períodos de coleta anteriores. Os dados morfológicos referem-se aos levantamentos batimétricos realizados pela Marinha do Brasil (CLSAOR/DHN). Os resultados demonstram forte correlação da sedimentologia com a morfologia, revelando um preenchimento do lago de ria tanto a partir do próprio rio Xingu, formando um proeminente delta de cabeceira, como a partir do rio Amazonas, onde as variações de maré têm transportado sedimentos a montante no rio Xingu. Por outro lado, grandes áreas de seção transversal na parte central da ria demonstram que volumes relativamente pequenos de sedimento alcançam aquela área, com dinâmica reduzida e sedimentação lamosa. Transversalmente, as areias estão mais associadas às margens e sua erosão por ação de ondas. Longitudinalmente, as areias são substancialmente mais frequentes na região de delta de cabeceira, e na região da confluência com o Amazonas, onde as áreas de seção transversal são notadamente menores. Os resultados sugerem ainda que a sedimentação nas proximidades da confluência com o rio Amazonas tem se reduzido ao longo do tempo, onde a combinação de variação da área da seção transversal com a vazão do próprio rio Xingu reduz o fluxo a montante a partir do rio Amazonas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise integrada da paisagem para avaliação da vulnerabilidade à perda de solo das margens da Baía de Marajó, estado do Pará(Universidade Federal do Pará, 2011-11-30) GUIMARÃES, Ulisses Silva; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A Baía de Marajó faz parte da Zona Costeira Amazônica constituindo um estuário em forma de “V”, com intensos processos de erosão e progradação. As margens desta baía são o objeto desse estudo, desde a costa ocidental, representada pelos municípios de Soure e Salvaterra, até a costa oriental dada pela Ilha de Mosqueiro. A proposta é analisar os ambientes costeiros adjacentes à Baía de Marajó, com uma abordagem sistêmica e integrada utilizando bases de dados temáticos (Geologia, Geomorfologia, Pedologia, Climatologia e Uso e Cobertura da Terra) e imagens de sensores remotos (Landsat TM 5 e MDE SRTM) para elaborar cartas sínteses de unidades de paisagem e vulnerabilidade a perda de solo como subsidio a gestão costeira. O método teve como principais etapas: i) correção atmosférica por subtração do pixel escuro, correção geométrica por ortorretificação e classificação supervisionada com algoritmo Spectral Angle Mapper (SAM) através de amostras de treinamento para mapear o Uso e Cobertura da Terra; ii) compilação, adaptação e classificação para elaboração de dados de Morfologia; iii) elaboração de derivadas geomorfométricas; e,iv) integração das bases temáticas por álgebra de mapas, com uma equação de sobreposição para a carta síntese de unidades de paisagem e outra equação de média aritmética para elaboração do mapa de vulnerabilidade a perda de solo. As margens da Baía de Marajó apresentam majoritariamente a unidade de Campos com 17,61% da área de estudo (50.483,16 ha), a altimetria máxima obteve 58 m, o relevo é plano suave e a forma preponderante foram as vertentes retilíneas e planares. Os dados integrados indicam que os processos pedogenéticos prevalecem em apenas 3,58% (10.231,38 ha) da área de estudo. As áreas em equilíbrio de processos pedogenéticos e morfogênicos correspondem a 3,75% (10.737,63 ha), enquanto que a morfogênese prevalece em 42,40% (121.317,39 ha). A superioridade no terreno de unidades com morfogênese demonstra o risco natural desses ambientes costeiros à perda de massa por mecanismos superficiais de desagregação e erosão do substrato por processos de escoamento superficial e deslocamento de massa.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise morfoestratigráfica do estuário do Rio Marapanim - NE do Pará(Universidade Federal do Pará, 1998-12-20) SILVA, Cléa Araújo da; EL-ROBRINI, Maâmar; http://lattes.cnpq.br/5707365981163429O Estuário do Rio Marapanim está estabelecido sobre os sedimentos terciário-quaternários da Formação Barreiras e Pós-Barreiras, inserido no litoral de "rias" do nordeste do Estado do Pará, o qual foi submetido à transgressão marinha, a partir do Pleistoceno Superior, que afogou paleolinhas de costa e no máximo da Trangressão Holocênica atingiu o Planalto Costeiro. Este setor da costa sofre influência da maré dinâmica que atinge amplitude máxima de 5,3m (macromarés) e da maré salina que apresenta salinidade média entre a enchente e vazante, para os períodos de baixa e alta descarga fluvial com valores de 896o e 0%0 (Marudazinho), 24%o e 3%o (Marapanim), respectivamente. Entretanto, na parte externa do funil estuarino (Marudá), a salinidade apresenta valor constante de 35%0, não ocorrendo influência significativa da descarga fluvial na foz do estuário. A geomorfologia da área está compartimentada • em 3 domínios geomorfológicos: (1) Planície Costeira com as unidades de Planície de Cristas de Praia, Paleoduna, Duna costeira Atual (Fixa e Móvel), Pântano Salino (Interno e Externo), Planície de Maré (Arenosa e Lamosa), Praia Flecha-Barreira, Lago e Palco-Córrego de Maré; (2) Planície Estuarina com as unidades de Canal Estuarino (compartimentado em Funil Estuarino, Segmento Meandrante Sinuoso, Segmento Meandrante em Cúspide e Canal de Curso Superior), Canal de Maré e Planície de Inundação (Pântano Salino e Pântano de Água Doce) e; (3) Planície Aluvial com as unidades de Canal Meandrante (Meandro Abandonado), Depósito de Canal (Depósito de Fundo de Canal), Depósito de Margem de Canal (Dique Marginal, Depósito de Recobrimento e Planície de Inundação) e Depósito de Preenchimento de Canal. Com base na estratigrafia subsuperficial aliada às características sedimentológicas e geometria superficial foram identificadas 14 unidades morfoestratigráficas: Planície de Inundação, Dique Marginal, Meandro Abandonado, Pântano de Água Doce, Planície de Maré Lamosa, Barra de Maré Arenosa e Lamosa (Vegetada), Barra em Pontal Lamosa, Planície de Cristas de Praia, Paleoduna, Dunas Atuais, Praia Flecha-Barreira, Planície Arenosa e Pântano Salino. E, através de análise subsuperficial (testemunhagem à vibração), associada à análise sedimentológica identificou-se 6 fácies estratigráficos: areia e lama de barra em pontal, areia marinha, areia e lama estuarina, lama estuarina, areia fluvial e areia mosqueada. A partir de dados levantados, á respeito da morfologia e estratigrafia dos depósitos encontrados na área, foi possível identificar 3 seqüências estratigráficas: Seqüência Marinha Transgressiva Basal (S1) com ambiente Fuvial, Parálico e de Face Praial; Seqüência Marinha Regressiva (S2) com canal meandrante influenciado por maré (ambiente fluvial), Pântano de Água Doce, Planície de Maré, Pântano Salino e Planície de Crista de Praia e; Seqüência Marinha Transgressiva Atual (S3) com Ambiente Estuarino (Barra de Maré e Barra em Pontal) e Litorâneo (Praia Flecha-Barreira, Planície de Cristas de Praia e Duna Atual). A evolução do Estuário do Rio Marapanim foi controlada pelas oscilações do nível do mar, durante o Holoceno, que se manifestaram em ciclos progradacionais e retrogradacionais, o qual no máximo da Transgressão Holocênica provocou erosão do Planalto costeiro. Em condições de nível de mar estável houve regressão do mar o que propiciou a progradação lamosa sobre depósitos arenosos marinhos. Atualmente, observa-se a transgressão de depósitos arenosos sobre a planície lamosa, propiciando o preenchimento. parcial da foz do estuário por barras arenosas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise palaeoambiental e caracterização dos Folhelhos Negros da Formação Barreirinha utilizando análises Multiproxy(Universidade Federal do Pará, 2025-06-04) CARVALHO, Wivian Maria Rodrigues; BRITO, Ailton da Silva; http://lattes.cnpq.br/9873489431846769; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0001-9224-5563; SOARES, Joelson Lima; http://lattes.cnpq.br/1345968080357131A Formação Barreirinha teve sua fase inicial de sedimentação vinculada a uma rápida elevação relativa do nível do mar, durante um expressivo evento de transgressão marinha que inundou a Bacia do Amazonas. Esses folhelhos ricos em matéria orgânica afloram ao longo de uma faixa estreita, porém extensa, situada na borda sul da Bacia do Amazonas. Existem poucos estudos dedicados especificamente às possíveis variações paleoambientais associadas à deposição desses folhelhos. Isso se deve, principalmente, à relativa uniformidade litológica dessas rochas, predominantemente compostas por sedimentos finos, além de sua relevância econômica, que direciona a maior parte das pesquisas para a maturação da matéria orgânica. Com objetivo de investigar as variações paleoambientais ocorridas durante a deposição destes sedimentos finos, com foco na dinâmica sedimentar, origem e proveniência da matéria orgânica, utilizando como base a associação de diversas técnicas quantitativas, semiquantitativas e qualitativas (multiproxy). Deste modo, a sucessão estratigráfica analisada é composta majoritariamente por folhelhos de tonalidades cinza a negras, apresentando variações faciológicas associadas a influxos de sedimentos terrígenos mais grossos e episódios de bioturbação. Essas características indicam um ambiente deposicional marinho profundo, anóxico e distal, sem influência de carbonatos, típico do Membro Abacaxis da Formação Barreirinha. Análises mineralógicas (cluster) revelam predomínio de caulinita, caracterizando a fácies Caolinita, com ocorrência subordinada de quartzo, sulfatos e sulfetos nas porções inferiores. A base da sucessão contém arenitos finos, maciços e com estratificação cruzada, correlacionados à Formação Ereré, de origem deltaica a plataforma interna. A transição para folhelhos laminados com intercalamentos de arenitos e siltitos marca o início da transgressão devoniana (Frasniano), com importante aporte continental, atestado por minerais pesados, restos vegetais piritizados e tasmanites. A ocorrência de dumpstones sugere influência de processos glaciais, com deposição por transporte glacial marinho (ice-rafted debris). Os níveis superiores exibem folhelhos mais homogêneos, enriquecidos em matéria orgânica, desprovidos de bioturbação e minerais detríticos, refletindo a máxima anóxia durante o pico transgressivo na Bacia do Amazonas. Do ponto de vista diagenético, os folhelhos passaram por compactação, fraturamento, substituições minerais, oxidação e intensa piritização, principalmente na forma framboidal, típica de ambientes marinhos redutores. A mineralogia é dominada por caulinita e quartzo, com minerais acessórios indicativos de processos de alteração e possíveis intrusões ígneas jurássico-triássicas (magmatismo Penatecaua), que elevaram a maturação térmica do querogênio. Análises de Rock-Eval e biomarcadores revelam querogênios tipo II-III, com potencial gerador de gás, variando de imaturo a pós-maturo conforme a distância das intrusões. Esses dados refletem um sistema transgressivo com forte controle ambiental e influência térmica regional.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise paleoambiental da Formação Pirabas no litoral do Maranhão, Brasil(Universidade Federal do Pará, 2011-06-03) OLIVEIRA, Samantha Florinda Cecim Carvalho de; ROSSETTI, Dilce de Fátima; http://lattes.cnpq.br/0307721738107549A Formação Pirabas é uma unidade geológica reconhecida pelo seu abundante conteúdo fossilífero, que inclui um grande número de grupo de invertebrados e vertebrados. Esta unidade aflora no litoral norte e nordeste brasileiro, nos estados do Pará, Maranhão e Piauí. A maior parte dos estudos fossilíferos da Formação Pirabas enfatizaram, inicialmente, os invertebrados. No entanto, estudos utilizando ictiólitos têm sido enfatizados nos últimos anos, o que se deve à sua resistência à dissolução, ao transporte e à deposição. Além disto, o tamanho diminuto favorece recuperação de maneira mais contínua em diferentes níveis estratigráficos, o que permite sua utilização como elemento auxiliar em interpretações paleoambientais. Este trabalho objetivou prospecção de ictiólitos da Formação Pirabas exposta no litoral do Estado do Maranhão, bem como sua identificação e integração com dados faciológicos. Esta área de estudo está inserida na Bacia de São Luís, que possui preenchimento de 4.000m de espessura, sendo principalmente representado por rochas cretáceas e uma delgada cobertura cenozóica, a última representada pelas formações Pirabas e Barreiras, depositadas, em grande parte, no Mioceno. As exposições estudadas ocorrem sob a forma de falésias dispostas entre as cidades de Alcântara e Guimarães. Carbonatos miocênicos com registro de ictiólitos nesta localidade são pontuais, com ocorrência sob forma de camadas delgadas inferiores a 2 m de espessura, que intergradam, lateral e verticalmente, com depósitos siliciclásticos. Estes estratos ocorrem sob forma de três unidades estratigráficas, sendo a unidade 2 a que documenta calcários fossilíferos relacionados com a Formação Pirabas. As falésias estudadas incluem as das localidades de Canelateua, Mamuna Grande, Peru e Base. Foram analisadas 16 secções delgadas de amostras derivadas destas localidades que resultou na descrição de quatro microfácies carbonáticas, além de uma de argilito. As amostras forneceram 30 ictiólitos que foram fotografados, identificados e descritos sob microscópio eletrônico de varredura. Além de ictiólitos, o estudo petrográfico registrou a presença de outros fósseis na localidade como: briozoários, foraminíferos, gastrópode, bivalves, algas e equinóides. A integração de dados paleontológicos e microfaciológicos são consistentes com deposição de carbonatos em paleoambientes dominantemente de baixa energia, com indícios de condições redutoras e sujeito à frequente introdução de grãos siliciclásticos. Essas características, adicionadas à baixa freqüência de fósseis em grande parte das amostras analisadas, corroboram interpretações anteriores de que a deposição desses estratos teria ocorrido em paleoambientais parálicos do tipo estuarino. Entretanto, a abundância de fósseis tipicamente marinhos em algumas amostras, associada à presença de elementos ictiológicos comuns em ambientes com salinidade normal, denotam introdução periódica de influxos salinos. Portanto, pode-se concluir que os estratos analisados foram depositados em associação a sistemas estuarinos, porém representando fácies mais distais deste sistema, representativas de ambientes sujeitos à maior influência marinha.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise tafonômica da ostracofauna do testemunho 1AS-5-AM: contribuição para a interpretação paleoambiental dos depósitos neógenos da Formação Solimões, AM, Brasil.(Universidade Federal do Pará, 2019-11-01) SANTOS, Katiane Silva dos; RAMOS, Maria Inês Feijó; http://lattes.cnpq.br/4546620118003936A Formação Solimões corresponde a sucessão sedimentar miocênica da bacia do Solimões, e é constituída por argilitos, siltitos e arenitos finos, pouco consolidados, intercalados por níveis linhíticos e carbonáticos, cuja deposição se deu predominantemente em ambiente fluvial e fluvio-lacustre. Dentre os invertebrados da Formação Solimões, os ostracodes se destacam pela grande abundância e diversidade. Inicialmente, os estudos sobre esses microcrustáceos estiveram voltados principalmente à taxonomia. Posteriormente, contribuições no âmbito da bioestratigrafia, sugerem idade Mioceno Inferior - Mioceno Superior para essa unidade; enquanto que análises geoquímicas e paleontológicas apontam para condições ambientais predominantemente dulcícolas, embora com esporádicas incursões marinhas. Entretanto estudos tafonômicos com ênfase nos ostracodes da Formação Solimões ainda não foram realizados. A análise tafonômica das concentrações fossilíferas pode fornecer dados importantes sobre a hidrodinâmica paleoambiental, a geoquímica dos sedimentos, taxas de sedimentação e processos diagenéticos. Este trabalho aborda a biostratinomia e fossildiagênese de ostracodes da Formação Solimões, bem como a composição mineralógica e aspectos sedimentológicos. O material analisado é proveniente da sondagem 1AS-5-AM, perfurado no vilarejo Cachoeira, próximo ao rio Itacuaí, estado do Amazonas. De acordo com as características litológicas, tipos de preservação e ocorrência dos ostracodes foi possível individualizar três intervalos ao longo do testemunho analisado. O intervalo I (284,50-119,30 metros) corresponde a porção mais basal do testemunho. Neste, a ostracofauna é menos abundante e pobremente preservada, ocorrendo apenas poucos juvenis (estágios A-2, A-3) e adultos, com acentuado processo de dissolução. A litologia desse intervalo compreende argilitos maciços, cinza escuro esverdeado a preto, com rico conteúdo de matéria orgânica. O intervalo II (116,70-107,10 metros) apresenta maior abundância de ostracodes em excelente estado de preservação e vários estágios ontogenéticos, maior ocorrência de carapaças fechadas e baixo grau de dissolução (ocorre de forma parcial e pontual), sugerindo evento de soterramento rápido e pouca influência da metanogênese devido ao menor conteúdo de matéria orgânica das amostras. A litologia corresponde a mesma do intervalo I, porém o conteúdo de matéria orgânica é menor. O intervalo III (106,90-41,00 metros) apresenta estágio moderado de preservação, onde o maior índice de dissolução associa-se à oxidação de monossulfetos e sulfetos de ferro que ocorrem aderidos na superfície dos espécimes, os quais foram expostos por ação de organismos bioturbadores dos sedimentos. A predominância de ostracodes juvenis nesse intervalo indica alta mortalidade na ontogenia provavelmente por um estresse ambiental. A litologia desse intervalo é constituída por argilitos maciços cinza esverdeado claro a médio, localmente siltíticos e linhíticos. Bioturbações (Skolitos) foram registradas apenas neste intervalo. O conteúdo de matéria orgânica varia de baixo a moderado. Em relação a alteração de cor dos espécimes, valvas brancas opacas foram registradas no intervalo I com maior frequência, no II predominam exemplares de cor preta, cinza escura, branca e em menor quantidade, valvas de cor âmbar e hialinas; enquanto no III predominam espécimes de cor marrom avermelhados, seguida de cinza claro e branca opaca. A análise tafonômica dos ostracodes da Formação Solimões permitiu verificar carapaças/valvas com composição química original preservada, no entanto, contaminadas por elementos químicos provenientes dos sedimentos siliciclásticos e das películas minerais aderidas em sua superfície. Foram identificados os seguintes tipos de preservação: 1) valvas e carapaças de ostracodes recobertas por películas de monossulfetos, de fosfato de ferro e sulfetos de ferro e de tálio; 2) preservadas em óxidos de ferro, 3) recristalizadas e 4) moldes de carapaças piritizados. Os tipos de preservação identificados refletem condições predominantemente de diagênese precoce (mineralizações das películas e formação de moldes), e tardia (recristalização, formação de óxidos). As alterações fossildiagenéticas correspondem a preenchimento mineral das carapaças por pirita, dissolução, alteração de cor e recristalização. A primeira está relacionada com o fosfato de ferro presente nos sedimentos e à eventos de soterramento rápido. A dissolução decorreu da oxidação das películas de minerais aderentes nas valvas e do conteúdo de matéria orgânica; enquanto que carapaças/valvas de cor marrom avermelhado, cinza escura, pretas e âmbar refletem a deposição de delgadas películas de minerais na superfície dos espécimes, valvas brancas opacas decorrem da dissolução parcial. A recristalização pontual de poucas valvas reflete a estabilidade mineral da calcita baixa magnesiana, constituinte principal da carapaça dos ostracodes. As alterações bioestratinômicas identificadas equivalem a fragmentação, desarticulação (proveniente da morte, ecdise e transporte dos ostracodes), bioerosão (por ação de bactérias quitinolíticas) e transporte. No intervalo I os ostracodes alóctones juvenis sugerem transporte post-mortem. No intervalo II o predomínio da fauna autóctone evidencia ambiente de baixa energia. Ostracodes alóctones e autóctones (predominantes) do intervalo III refletem variação de energia em cenário próximo a zona litorânea de lago. Com base nos tipos de preservação e características litológicas, o ambiente foi interpretado como lacustre, de energia baixa a moderada. A ausência de minerais evaporíticos e pirita dispersa nos sedimentos atestam a baixa salinidade do ambiente.
