Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2603
O Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA) surgiu em 1976 como uma necessidade de desmembramento do então já em pleno desenvolvimento Curso de Pós-Graduação em Ciências Geofísicas e Geológicas (CPGG), instalado ainda em 1973 nesta mesma Universidade. Foi o primeiro programa stricto sensu de Pós-Graduação (mestrado e doutorado) em Geociências em toda Amazônia Legal. Ao longo de sua existência, o PPGG tem pautado sua atuação na formação na qualificação de profissionais nos níveis de Mestrado e Doutorado, a base para formação de pesquisadores e profissionais de alto nível. Neste seu curto período de existência promoveu a formação de 499 mestres e 124 doutores, no total de 623 dissertações e teses.
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG por Área de Concentração "GEOQUÍMICA"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análises sequenciais para o ouro em solo do salobo 3A, Serra dos Carajás(Universidade Federal do Pará, 1989-06-07) FRANCO, Maria Esmeralda Bravo Esteves Bouça; RAMOS, José Francisco da Fonseca; http://lattes.cnpq.br/8189651755374537A área do Salobo 3A. na Serra dos Carajás no Estado do Pará pertence a uma faixa alongada. segundo direção WNW-E SE.de idade Arqueana, que bordeja o flanco norte do sinclinório de Carajás. Esta área tem sido objeto de diversos estudos, tendo como finalidade a prospecção e extração dos minérios de cobre e aproveitamento dos seus subprodutos. Com este trabalho pretende-se investigar a distribuição do ouro em solos da área do deposito de sulfetos de cobre do Salobo 3A. Foram coletadas 18 amostras em perfis horizontal e vertical junto à galeria G1 e outras dezesseis dos poços PA-O8 e PA-23. As concentrações de ouro nos solos foram determinadas segundo a abertura parcial sequencial de Gatehouse et al. (1977), que foi complementada pela extração orgânica. devido as baixas concentrações desse metal em solos. As fases consideradas isoladamente foram os óxidos e hidróxidos de ferro e manganês (amorfos e cristalinos), matéria orgânica e os silicatos argilominerais e quartzo. A fração granulométrica < 120 mesh foi escolhida. para evitar a presença de partículas maiores de ouro metálico. Além da análise sequencial. realizou-se o ataque de outras 5 gramas da mesma amostra com HF+HCl04 e de outras 5 gramas com HF+HCl04 seguido de ataque com água régia (Au-total). Todos os resultados foram comparados com os obtidos pela análise por ativação com nêutrons instrumental e com análises da DOCEGEO feitas através da abertura com água régia. O objetivo principal desse trabalho é mostrar a adequação de análises sequenciais para ouro em solos e, através dos resultados obtidos para as fases estudadas, aprofundar o conhecimento sobre o comportamento do ouro em ambiente supergênico. Desses, vale salientar a boa correlação entre a concentração de ouro determinada na matéria orgânica e a concentração de Au-total no solo (ou mesmo apenas com água régia. ou com valores obtidos por INAA). O estudo da quantidade de matéria orgânica relacionada com o ouro nela adsorvido parece estar de acordo com os mecanismos de mobilidade e transporte do ouro em ambiente supergênico conhecidos até ao momento. Das análises efetuadas conclui-se que, em geral, pouco ouro se encontra no estado nativo, se feita a comparação das concentrações obtidas pelas extrações parciais com a concentração de Au-total das amostras. Este elemento encontra-se preferencialmente nos silicatos (argilominerais e quartzo), na matéria orgânica e na goethita (nesses em menor quantidade).Dissertação Acesso aberto (Open Access) Aspectos mineralógicos geoquímicos da laterita niquelífera da área do Vermelho, Serra dos Carajás(Universidade Federal do Pará, 1982-12-29) CORRÊA, Sandra Lia de Almeida; SCHWAB, Roland GottliebO estudo mineralógico-geoquímico da laterita niquelífera da área do Vermelho, Serra dos Carajás, foi feito com base em 64 amostras obtidas em uma sondagem na rocha mãe e um poço no perfil de alteração. O perfil laterítico, desenvolvido sobre rochas ultrabásicas serpentinizadas, é constituído de três horizontes distintos; da base para o topo: horizonte saprolítico, com mais de 4 metros de espessura, horizonte argiloso, com 6,1 metros, e horizonte limonítico com 8,3 metros. Mineralogicamente, o horizonte saprolítico é constituído de serpentina, clorita, quartzo, hematita e goethita, o horizonte argiloso de smectita, clorita e goethita e o horizonte limonítico de quartzo, goethita, hematita, clorita e caulinita. A maghemita está presente, desde a base até o topo desse perfil. Durante a ação do intemperismo, os elementos principais e traços, sofreram atuação dos processos de lixiviação, transporte e reprecipitação, resultando na concentração desses elementos nos diferentes horizontes do perfil, com excessão do magnésio, que foi lixiviado em grande extensão. Apesar da baixa mobilidade do cromo no meio laterítico, esse elemento foi lixiviado do horizonte saprolítico e daí para cima se enriquece, comportando-se assim como um elemento relativamente móvel. Os cálculos de ganhos e perdas foram difíceis de fazer porque nenhum elemento mostrou enriquecimento relativo contínuo da base para o topo do perfil. Considerando os teores médios dos horizontes do perfil laterítico e do serpentinito fresco, apenas o ferro e o cobalto apresentam enriquecimento relativo contínuo. A concentração do níquel no horizonte argiloso ocorreu possivelmente através de processo de troca iônica entre a smectita e o nível migrado por soluções descendentes, após sua liberação da goethita. A rocha mãe contém 0,3 % de Ni, enquanto que o horizonte argiloso apresenta um teor médio de 4,5 % de Ni. O cobalto e o zinco também foram fortemente enriquecidos durante o processo de laterização. O cobalto concentrou-se no horizonte limonítico, onde atinge teor médio de cerca de 0,1 % em peso, sofrendo com isso um enriquecimento de quase nove vezes em relação ao seu teor na rocha mãe. A distribuição do cobalto no perfil laterítico é controlada pelos minerais de ferro e de manganês. O zinco concentrou-se no horizonte saprolítico, onde apresenta teor médio de aproximadamente 0,05 % em peso, enriquecendo-se cerca de 10 vezes em relação a seu teor na rocha mãe.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Aspectos termodinâmicos relacionados com a gênese e alteração de minerais de cobre em clima tropical úmido (região da Serra dos Carajás-PA(Universidade Federal do Pará, 1990-01-14) FERREIRA, Rosângela Sales; LIMA, Waterloo Napoleão de; http://lattes.cnpq.br/1229104235556506Os depósitos de cobre pertencentes à sequência vulcano-sedimentar (Salobo 3 A e Bahia) e o depósito de enriquecimento supergênico da Serra Verde são objetos de estudo deste trabalho, estando localizados na Província Mineral de Carajás (Município de Parauapebas, Estado do Pará). Para a caracterização químico-mineralógica, procedeu-se: (1) à difratometria de raios X; (2) à análise química (colorimetria e espectrofotometria de absorção atômica); e (3) o emprego do cálculo estequiométrico, fornecendo dados capazes de contribuir para o esclarecimento do comportamento geoquímico das espécies de cobre e dos minerais associados nos perfis de intemperismo. Para se examinar mais detalhadamente as alterações geoquímicas inferidas nos ambientes geológicos dos três depósitos (Salobo 3A, Bahia e Serra Verde), procedeu-se a um estudo teórico sobre parâmetros termodinâmicos, compilados na literatura e manipulou-se tais dados nos cálculos das energias livres de Gibbs e das constantes de equilíbrio das reações para os sistemas químicos considerados. Tal estudo envolveu as relações de equilíbrio entre os minerais biotita (Fe), clorita (Fe), montmorillonita (Fe), tremolita (actinolita), caulinita, geothita, pirita, calcopirita, bornita, brochantita, azurita, malaquita e pseudomalaquita, oriundos dos depósitos de cobre na região da Serra dos Carajás. Objetivou-se a elaboração de diagramas de estabilidade destes minerais. Procedeu-se, também, um breve estudo experimental, através da realização de medidas de Eh e pH, em laboratório, mediante dissolução do material amostrado em água destilada, com a finalidade de enquadrar tais dados em diagrama Eh-pH, existente na literatura científica, na tentativa de se obter informações sobre as características ácidas, básicas, oxidantes e redutores das espécies contidas nas amostras em estudo. O estudo termodinâmico teórico diz respeito à aplicabilidade dos cálculos relacionados com o produto da solubilidade e a energia livre de Gibbs. A composição final resultante do uso conjunto do trabalho experimental com a investigação teórica permitiu averiguar as estabilidades das espécies minerais detectadas, sendo possível confirmar as observações de campo. Para Serra Verde, os cálculos termodinâmicos demonstraram claramente que a estabilidade dos minerais supergênicos de cobre detectados crescem segundo a ordem malaquita-azurita-brochantita-pseudomalaquita. As reações sugeridas no trabalho revelam que tanto a bornita como a calcopirita sofreram alterações em meio oxidante (Eh positivo e algo elevado), produzindo os referidos minerais supergênicos. Para o Salobo tal estudo mostra a possibilidade de se determinar os campos de estabilidade dos silicatos primários e alterados, provenientes da rocha hospedeira do cobre, bem como os campos de estabilidade dos sulfetos de cobre e de ferro (bornita e calcopirita), possibilitando a formação da brochantita,, que ocorre localmente na área de estudo. Para a ocorrência do Bahia a determinação do campo de estabilidade foi feita do mesmo modo que para o Salobo, sendo a calcopirita aí encontrada em forma disseminada.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Avaliação ambiental da matéria orgânica degradada nos canais de drenagem da região metropolitana de Belém (PA)(Universidade Federal do Pará, 1997-01-14) SANTOS, Maria Tereza Primo dos; LIMA, Waterloo Napoleão de; http://lattes.cnpq.br/1229104235556506Tese Acesso aberto (Open Access) Avaliação da contaminação por metais pesados em sedimentos por atividades de estaleiros na Baia do Guajará e no canal do Rio Maguari(Universidade Federal do Pará, 2021-12-17) GUIMARÃES, Robledo Hideki Ebata; WALLNER-KERSANACH, Mônica; http://lattes.cnpq.br/7960214506412584; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568As tintas anti-incrustantes aplicadas em embarcações contêm altas concentrações de metais em sua composição, principalmente Cu e Zn, com concentrações superiores a 50% e 20%, respectivamente. Apesar de serem elementos essenciais para os seres vivos, em altas concentrações causam problemas no crescimento celular e na reprodução dos organismos. Na cidade de Belém, Estado do Pará, ocorre o lançamento de uma quantidade significativa de efluentes industriais e domésticos na Baía de Guajará, sendo uma delas relacionadas às atividades em estaleiros. Estudos anteriores mostraram indícios de contaminação por metais nos sedimentos da orla de Belém, entretanto, nenhum trabalho destacou a contaminação proveniente de estaleiros. Portanto, o objetivo desse trabalho é avaliar a contaminação de sedimentos por atividades em estaleiros e abandono de embarcações na orla de Belém. Foram realizadas 3 amostragens, em 5 estaleiros de Belém, sendo duas realizadas no período menos chuvoso (setembro de 2017 e novembro de 2019) e uma no período chuvoso em maio de 2018. O sedimento foi coletado até 10 cm de profundidade, sendo também coletadas amostras de fragmentos de tinta e fragmentos de cascos de embarcações abandonadas. Foi medido o pH in situ da água intersticial do sedimento. Em laboratório, as amostras de sedimento foram colocadas em estufa a 60°C para secar, foram desagregadas e em seguida peneiradas (< 63μm). As amostras de fragmentos de tinta e dos cascos de embarcações abandonadas foram lavadas com água deionizada e secas em estufa a 60°C, maceradas, misturadas a areia quartzosa maceradas e reservadas. Uma amostra da tinta comercial de maior utilização nos estaleiros foi comprada, e uma alíquota colocada em uma membrana de nitrato de celulose em uma capela, após, parte da amostra foi removida e macerada. Uma alíquota das amostras do sedimento de cada estaleiro foi utilizada para análise granulométrica, por meio de um analisador de partículas a laser. A composição mineralógica das amostras de sedimentos foi determinada por difração de raios X, método do pó. Para a determinação dos argilominerais foi por difração de raio x, seguindo a Lei de Stokes e de acordo com metodologia proposta por Moore & Reynolds Jr (2002). Para a determinação do carbono orgânico total foi usado um analisador de TOC - VCPH com detector de combustão. Para a determinação das concentrações de Cu, Zn, Pb, Ni, Cr, Ba, V, Li, Fe e Al contidos no sedimento, na tinta comercial, nos fragmentos de tinta e nos fragmentos de casco de embarcações abandonadas, as amostras passaram por extração química com água regia e determinadas através de Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-OES). Para tratamento estatístico dos dados foram aplicados à correlação de Spearman, para determinar a relação entre os parâmetros, e o teste Análise de Componentes Principais, para determinar a relação dos metais com os estaleiros, estação controle e estação de fonte antropogênica difusa. Foi também aplicado o teste Wilcoxon para averiguar se ocorreram diferenças significativas nas concentrações dos metais dos sedimentos coletados em frente ao estaleiro, com os sedimentos coletados em contato com a embarcação abandonada. Para avaliar o nível de contaminação por metais foi aplicado o índice de geoacumulação proposto por Muller (1969). A granulometria do sedimento da orla de Belem apresentam maior proporção de areia e silte. Os sedimentos são compostos por muscovita, ilita, caulinita, quartzo e plagioclásio. Já os argilominerais identificados foram: esmectita, caulinita, ilita e quartzo. Os valores do pH da água intersticial das amostras de sedimento da Baía do Guajará e Furo do Rio Maguari ficaram em torno 5,2 – 6,7. Já o carbono orgânico total do sedimento ficou em torno de 0,6 % a 2,2 %. A tinta comercial analisada apresentou as seguintes concentrações mais representativas: Fe (21,2 %), Cu (18.497 mg kg-1), Zn (16.589 mg kg-1) e Al (1,59 %). As maiores concentrações encontradas na composição dos fragmentos de tinta e nos fragmentos dos cascos das embarcações abandonadas foram: Fe (69,2 %), Ba (29.583 mg kg-1), Zn (9.350 mg kg-1) Pb (1.406 mg kg-1), Cu (697 mg kg-1) e Cr (548,7 mg kg-1). Esse resultado revelou que o abandono de embarcações é a maior fonte de contaminação nas áreas de estaleiro na cidade de Belém. De acordo com as Diretrizes de qualidade de sedimentos para metais em ecossistemas de água doce de Buchman (2008), apenas a concentração média do Cu, com 41,0 mg kg-1, no sedimento atingiu valores acima do Threshold Effects Level para o anfípode, Hyallela azteca (28,0 mg kg-1) no estaleiro ABSS. Os demais estaleiros apresentaram médias de Cu que variaram entre 13,3 – 28,3 mg kg-1. Os outros metais apresentaram concentrações médias sempre abaixo do valor de Threshold Effects Level, para o anfípode H. azteca. Espacialmente, os sedimentos que foram coletadas na frente do estaleiro ABSS para a maioria dos metais obtiveram concentrações mais altas em relação aos sedimentos que estavam em contato com o casco da embarcação abandonada, deste estaleiro. Contudo, os sedimentos que foram coletados na frente do estaleiro MS no geral obtiveram concentrações mais baixas em relação aos sedimentos que estavam em contato direto com a embarcação abandonada. Estes que apresentaram com concentrações de Cu (39,0 mg kg-1) e Zn (120,0 mg kg-1) que ultrapassaram o valor de Threshold Effects Level para o anfípode H. azteca. Contudo, o teste estatístico Wilcoxon Rank não atestou diferenças significativas nos sedimentos coletados em frente aos estaleiros com os sedimentos que estavam em contato com as embarcações abandonadas. Os principais elementos que compõem as tintas anti-incrustantes: Cu, Zn obtiveram correlação forte positiva (r = 0,80; p<0,05). A análise de componentes principais (PCA) confirmou a contaminação pelos metais Cu, Zn, Pb, Ni, Li, Fe e Al tem relação mais forte com as atividades em estaleiros e abandono de embarcações do que com as fontes geogênicas ou antropogênicas difusas. O índice de geoacumulação (IGeo) classificou os sedimentos próximos aos estaleiros IS e ABSS, como moderadamente poluídos para o cobre com índices de 2,0 e 2,5, respectivamente. Os demais metais Zn, Ba, Fe e Al nos estaleiros estudados mostram uma contribuição antropogênica por atividades em estaleiros e abandono de embarcações, classificando um ou mais estaleiros como já estando numa situação próxima de um ambiente poluído, para um ou mais metais estudados, com índice de geoacumulação próximo de 2. Os resultados podem apoiar estudos adicionais de contaminação por metais através de atividades em estaleiros e abandono de embarcações, ainda, pode auxiliar na aplicação da gestão de resíduos em estaleiros e cemitérios de navios em todo o mundo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Avaliação da distribuição das concentrações de mercúrio total em sedimentos, rejeitos, solos e solos com TPA, na bacia do rio Rato-Itaituba/PA(Universidade Federal do Pará, 1995-08-20) SOUZA, Jorge Raimundo da Trindade; RAMOS, José Francisco da Fonseca; http://lattes.cnpq.br/8189651755374537O rio Rato localiza-se na porção sudoeste do Estado do Pará, no sudeste da cidade de Itaituba, principal centro garimpeiro da região. O trecho mapeado, que possui uma extensão aproximada de 60 km, sofre grandes impactos ambientais devido a exploração do ouro. Para a avaliação da distribuição das concentrações de mercúrio total na bacia do rio Rato, foram realizadas duas campanhas de campo, coletando-se 161 amostras. A análise de mercúrio total foi realizada por absorção atômica com a técnica de vapor frio, sendo antes realizada a digestão química das amostras, por meio de H2SO4, HNO3 e V2O5. Através das análises de sedimentos de corrente, rejeito de garimpo, solos e solos com Terra Preta Arqueológica (TPA), foram determinadas as concentrações de mercúrio total, carbono orgânico e perda ao fogo, com o objetivo de se encontrar correlações entre estas três variáveis. Os valores mínimos, máximos, médios e o desvio padrão identificados no tratamento estatístico, foram utilizados como parâmetros para avaliação da poluição da área, e também para comparação com os limites máximos propostos em outros estudos, sendo as amostras distribuídas em sete grupos, de acordo com a etapa de amostragem, o tipo de amostra e o local da coleta. Em todos os tipos de materiais coletados, em que houve oportunidade de se comparar os resultados das duas campanhas de campo, estes sempre foram mais altos na primeira campanha, reflexo de uma maior atividade garimpeira, possibilitada por época de pouca chuva. Em poucas oportunidades, observou-se correlação entre o mercúrio e as outras duas variáveis (carbono orgânico e perda ao fogo), confirmando a ocasionalidade da poluição por mercúrio, observando-se que, o que define na realidade a distribuição de mercúrio no garimpo são fatores como o tipo de explotação, época de atividade e granulometria e localização das amostras, refletindo situações pontuais e específicas. Em todos os grupos, observou-se que grande parte das amostras, apresentam concentrações superiores ao background regional, concluindo-se, portanto, que o mercúrio utilizado em torno do rio Rato e seus tributários está provocando a contaminação do ambiente.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Avaliação geoquímica da contaminação por mercúrio dos sedimentos de correntes e solos do distrito mineiro de Zaruma-Portovelo, república do Equador(Universidade Federal do Pará, 1996-05-31) MALDONADO RAMIREZ, Roque Vicente; RAMOS, José Francisco da Fonseca; http://lattes.cnpq.br/8189651755374537São conhecidas ocorrências auríferas na área de Zaruma-Portovelo, Equador, desde o período pré-colombiano, mas só a partir do fim da década de 70 passou-se a desenvolver uma atividade de garimpagem bastante intensa. Os garimpeiros do setor realizam as atividades de exploração, explotação e beneficiamento do minério polimetálico utilizando técnicas rudimentares, o que causa a contaminação os rios, solo e atmosfera por mercúrio e outros metais pesados, além do cianeto. Ainda desmatam a área, pois utilizam madeira nas estruturas de segurança das galerias minerais. A jazida do distrito mineiro de Zaruma-Portovelo é de origem hidrotermal, polimetálica, ocorrendo num complexo de rochas vulcânicas andesíticas da Formação Celíca. O minério é composto pelos sulfetos pirita, calcopirita, galena, esfalerita e bornita, entre outros, além dos minerais de ganga quartzo e calcita. Os metais Cd, Zn, Pb e Cu são liberados a partir destes minerais. O mercúrio é de origem antropogênica, pois ele é usado na metalurgia extrativa do ouro, assim como o cianeto, que é utilizado numa segunda fase do processo de recuperação do ouro. O presente trabalho teve como objetivo a identificação e avaliação geoquímica e a descrição das atividades das fontes de poluentes, especialmente do mercúrio, através da coleta e análises de amostras de sedimentos de fundo, solos e rejeitos mineiros, além de fazer uma breve descrição das atividades do garimpo. Foi realizada uma campanha de amostragem no final da estação de estiagem, tendo-se coletado 26 amostras de sedimentos de fundo, 23 de solo e 4 de rejeitos. Em 5 pontos foram tomadas amostras de solo em perfis com intervalos de 2 cm até uma profundidade de 14 cm. Também foi realizado um estudo da distribuição dos metais nas diferentes frações granulométricas dos sedimentos. Em três pontos foram coletados amostras em triplicata para determinar a variabilidade dos resultados. As concentrações do Hg(total) em solos indicam que 83% das amostras estão acima do background (103ppb) com valores mínimos e máximos de 109 e 9.546 ppb e uma média de 662 ppb, sendo que as maiores concentrações ocorrem nas amostras às proximidades das fontes de emissão, que são os moinhos (plantas de beneficiamento). Em todos os perfis, verificou-se que os teores maiores ocorrem na sua parte superior, diminuindo gradualmente com a profundidade. Nos sedimentos de fundo além do Hg(total) foram analisados na fração trocável os elementos Pb, Zn, Cd e Cu, observando-se valores anômalos para todos estes valores anômalos se concentram principalmente nas drenagens dos rios Calera e Amarillo, após a junção com o rio Calera, que tem em suas margens a maioria das plantas de beneficiamento da área. Nas amostras de rejeitos de garimpagem foram observados teores elevados de Hg, Zn, Pb, Cd e Cu, confirmando que os processos de beneficiamento artesanais além de gerar poluição causam perdas econômicas, devido a baixa recuperação dos metais. Os testes para verificação das quantidades de mercúrio usadas pelos garimpeiros para a amalgamação mostram que 95 a 97% do mercúrio são liberados á atmosfera na etapa de queima do amálgama. O restante, é lançada em forma líquida nos solos e drenagens da área. Isto mostra a importância do desenvolvimento de uma política de educação dos garimpeiros, oferecendo novas alternativas e tecnologias para evitar a queima do amálgama ao ar livre, o que contribuiria grandemente à diminuição da contaminação por mercúrio.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Balneabilidade das praias estuarinas da Ilha de Mosqueiro (PA): uma visão geoquímica ambiental(Universidade Federal do Pará, 1995-09-21) DIAS, Lianne Maria Magalhães; BRAZ, Vera Maria Nobre; http://lattes.cnpq.br/1729944237086176; LIMA, Waterloo Napoleão de; http://lattes.cnpq.br/1229104235556506Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização geoquímica das drenagens afetadas pelo beneficiamento de ouro no distrito aurífero de Ginebra, departamento del Valle Del Cueda, Colômbia(Universidade Federal do Pará, 1995-10-30) RAMOS, Jader Muños; RAMOS, José Francisco da Fonseca; http://lattes.cnpq.br/8189651755374537O Distrito Aurífero de Ginebra apresenta, regionalmente, três unidades geológicas bem definidas: a formação Amaime (pillow-lavas tectonizadas), em contato falhado com o maciço ofiolítico de Ginebra (sequência de peridotitos, gabros, metabasaltos, plagiogranitos e micro-brechas), e o batólito de Buga (quartzo-diorito com variações a tonalito). O batólito de Buga intrudiu o maciço ofiolítico de Ginebra produzindo uma ampla zona de alteração hidrotermal e uma mineralização rica em sulfetos e ouro, na área de contato, gerando um depósito aurífero tipo stockwork e uma série de filões com ouro nas vizinhanças. Os garimpeiros do setor vêm explorando e explotando o distrito há quase um século, utilizando técnicas rudimentares, desperdiçando o minério e jogando os rejeitos nos riachos que vertem seus efluentes no rio de onde é captada a água para os aquedutos dos municípios de Ginebra e Guacarí. Daí a importância desse estudo. Para caracterizar e avaliar geoquimicamente os níveis de metais pesados nas drenagens do setor, foram analisadas 27 amostras de água, para As, Au, Co, Cr, Cu, Fe, Mn, Nie Pb, e 28 amostras de sedimento (das quais 1 de sedimento em suspensão), para Ag, As, Au, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, Hg, Mn, Ni, Pb e Zn, coletadas no Distrito. Os resultados de tais análises foram submetidos a tratamento estatístico, obtendo-se valores anômalos locais associados às descargas mineiras. 2 Observaram-se anomalias para As, Au, Co, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni e Pb nas águas, próxima aos locais de descarga dos rejeitos mineiros. O pH de background, que varia de levemente básico a básico, funciona como barreira geoquímica e faz baixar as concentrações anômalas dos metais em águas, aumentando suas concentrações nos sedimentos, que podem apresentar anomalias para As, Au, Co, Cu, Hg, Mn, Ni, Pb e Zn. O mercúrio encontrado na área tem fonte antropogênica e é usado para amalgamar o ouro. As perdas na recuperação do amálgama e na queima do mesmo, para obter o ouro, aumentam a concentração desse metal nos sedimentos de corrente e no ar. O transporte aéreo do Hg foi deduzido através dos resultados das concentrações de Hg obtidos em perfis verticais em solos. A possibilidade de mudanças maiores no pH e Eh das águas da área, produto da atividade antropogênica em geral, a remobilização mecânica dos sedimentos com concentrações altas de metais pesados (sejam sedimentos de corrente ou em suspensão) e o transporte aéreo do Hg, justificam um monitoramento contínuo das águas para consumo doméstico dos municípios de Ginebra e Guacari e dos sedimentos em suspensão contidos nelas, assim como o acompanhamento técnico do uso do mercúrio e melhoramento do beneficiamento do ouro, de modo a ser diminuída a agressão ao meio ambiente.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização mineralógica com espectroscopia de reflectância por infravermelho (SWIR): exemplo do Complexo máficocarbonatítico Santana, sul do Cráton Amazônico(Universidade Federal do Pará, 2021-09-21) COSTA, Jhoseph Ricardo Costa e; FERNANDES, Carlos Marcello Dias; http://lattes.cnpq.br/0614680098407362; https://orcid.org/0000-0001-5799-2694No limite dos estados do Pará e Mato Grosso, contexto do Cráton Amazônico, município de Santana do Araguaia (PA), ocorre um vulcano-plutonismo denominado Complexo máfico-carbonatítico Santana. Esse conjunto hospeda o depósito de fosfato Serra da Capivara. É formado por um membro inferior máfico-ultramáfico com litofácies plutonovulcânica com piroxenito, ijolito, apatitito e basalto alcalino. Litofácies autoclástica contém depósitos mal selecionados de brecha polimítica maciça, lapilli-tufo, tufo de cristais e tufo de cinzas. Rocha epiclásticas vulcanogênicas cobrem essas litofácies. O membro superior carbonatítico contém litofácies plutônica com calcita-carbonatito grosso (sövito). Esse litotipo é seccionado por veios de carbonatito com alterações carbonática e apatítica pervasivas. Ocorre associado a teste membro subordinado apatitito grosso que representa o protominério do depósito. Litofácies vulcânica efusiva revela calcita-carbonatito fino (alviquito) com texturas variando de porfirítica, equigranular a afanítica. Completa este membro uma litofácies mal selecionada de tufo de cristais, lapilli-tufo e brecha polimítica maciça. Stocks e diques sieníticos invadem o conjunto. O complexo é interpretado como uma caldeira vulcânica na qual ocorrem amplas zonas de alterações hidrotermais representadas por rochas carbonatíticas de colorações avermelhada, vermelho amarronzado e amarelado, com paragênese barita + fluorapatita + calcita + dolomita ± quartzo ± rutilo ± calcopirita ± pirita ± monazita ± magnetita ± hematita. A aplicação de espectroscopia por infravermelho de ondas curtas (SWIR) revelou as características químicas e sua importância na cristalinidade de grande parte desses minerais hidrotermais, tais como radicais (OH- e CO3), molécula de H2O e ligações cátion-OH como Al-OH, Mg-OH e Fe-OH. As principais fases minerais identificadas foram dolomita, calcita, serpentina, clorita, muscovita com baixo, médio e alto alumínio, montmorillonita (Ca e Na), illita, nontronita (Na0.3Fe2((Si,Al)4O10)(OH)2·nH2O) e epídoto. Os dados mostraram um controle por temperatura, composição do fluido e relação fluído/rocha durante a evolução do Complexo máfico-carbonatítico Santana. Essa técnica exploratória de baixo custo, que pode ser aplicada em amostras de mão ou furos de sondagem em larga escala, é promissora na caracterização de centros vulcano-plutônicos em regiões submetidas a condições de intemperismo severo, além de auxiliar a elaboração de modelos para a prospecção de depósitos minerais de Elementos Terras Raras (ex. Nd, La) associados a complexos alcalino-carbonatíticos. Esta ferramenta pode ainda ser combinada com algoritmos de inteligência artificial para resultados mais robustos e rápidos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Contaminação no lago Xolotlán causada pelos despejos vertidos pela área metropolitana da cidade de Manágua, Nicarágua(Universidade Federal do Pará, 1995-05-25) ALBUQUERQUE ESPINOZA, Noemi Marlene; FENZL, Norbert; http://lattes.cnpq.br/6834981018643186O lago Xolotlán, o menor dos dois grandes lagos que ocupam a Depressão Nicaraguense, está sendo poluído pela área metropolitana da cidade de Managuá desde 1928 quando começa a ser utilizado como corpo receptor dos esgotos sanitários dessa cidade. Atualmente recebe, além disso, as águas residuárias das principais indústrias da Nicarágua (localizadas em Manágua); sedimentos, lixo, alto teor de nutrientes e poluentes orgânicos da bacia de drenagem e as águas que percolam do principal lixão da cidade de Manágua (Lixão Acahualinca). Para determinar os níveis de contaminação por cromo, cobre, arsênio, cádmio, mercúrio e chumbo no litoral Sul do lago Xolotlán foram realizadas duas campanhas de amostragem em seis perfis com direção norte que partiram desde os pontos de descarga de três coletores de esgotos sanitários, um efluente de águas residuárias industriais, um canal de drenagem pluvial e na frente de um aterro "sanitário". Na primeira campanha, a amostragem foi realizada até uma distância de 1000 metros da costa do lago e na segunda, até 500 metros. Foram coletadas amostras de água e sedimentos para análise de elementos traços e amostras de água para a determinação de variáveis físicas e físico-química. Uma terceira campanha de amostragem foi realizada em dois perfis para determinar as concentrações de ƩDDT e do toxafeno em sedimentos do lago Xolotlán. Para a determinação dos elementos traços foi utilizado o método de espectrometria de absorção atômica. A ƩDDT e o toxafeno foram determinados pelo método de cromatografia gasosa. Na análise das variáveis físicas e físico-químicas foram utilizados os métodos descritivos por APHA (1992). As concentrações de cromo, cobre, arsênio e cádmio em água foram inferiores aos limites estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) do Brasil em 1987 para águas salobras destinadas à recreação de contato primário, à proteção de comunidades aquáticas e a criação de espécies destinadas à alimentação humana. O chumbo esteve justamente no limite estabelecido pelo CONAMA para esse poluente (10ppb) no ponto de descarga do afluente amostrado de águas residuárias industriais na primeira amostragem. As concentrações de mercúrio em água foram elevadas em todo o perfil do efluente de águas residuárias, variando desde 0,6 até 0,1 ppb, nas duas amostragem. Em sedimentos do litoral do lago Xolotlán o cromo foi encontrado numa concentração média de 15,1 µg/g e sua distribuição na maioria dos perfis indica contaminação por fontes pontuais, à semelhança do que ocorre com o cobre (57 - 28 µg/g) e o arsênio (1,3 - 11,2 µg/g). A contaminação por cádmio (0,7 - 4,7 µg/g) é produto da atividade vulcânica. Os sedimentos amostrados no ponto de descarga do efluente de águas residuárias amostrados apresentam uma forte contaminação por mercúrio (57,6 µg/g), que diminui com a distância. Por sua vez, a contaminação por chumbo (concentração média de 36,8 µg/g) está difundida em toda a área de estudo e, com exceção de um perfil, sua distribuição espacial indica contaminação por fontes não pontuais. O toxafeno só foi detectado no ponto de descarga das águas residuárias industriais, mas a concentração foi elevada (10 ppm). A distribuição da ƩDDT sugere contaminação por uma fonte pontual não identificada. Os resultados das análises das variáveis físico-químicas demonstram que a atividade vulcânica está contribuindo com altos valores de Ph, sólidos, boro, fluoretos e concentrações de íons maiores. A diminuição significativa na concentração de nutrientes e das demandas química e bioquímicas de oxigênio, com a distância das fontes de contaminação pontuais revelam que o lago Xolotlán possui uma elevada capacidade de estabilização.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A Distribuição dos elementos Cu, Au, Co, Zn, Ni, Mn, e Fe em solos sobre o depósito de Cobre de Salobo -3A, Serra dos Carajás(Universidade Federal do Pará, 1985-10-04) HERRERA, Marco Túlio Guillen; RAMOS, José Francisco da Fonseca; http://lattes.cnpq.br/8189651755374537Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo da qualidade da água e abastecimento da zona urbana de Belém (PA), aplicação à problemática existente no bairro do Jurunas(Universidade Federal do Pará, 1985-10-04) BRAZ, Vera Maria Nobre; LIMA, Waterloo Napoleão de; http://lattes.cnpq.br/1229104235556506O presenta trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade da água consumida em Belém, principalmente em áreas cujas condições sanitárias fossem deficientes. Para esse propósito foi escolhido como universo de estudo o bairro do Jurunas, o qual se apresenta com extensas áreas de “baixadas”, carentes em saneamento. A qualidade da água foi verificada através de análises físico-químicas e bacteriológicas. As amostras analisadas, foram classificadas de acordo com os padrões de potabilidade da Organização Mundial de Saúde, através de programa de computação. Foram ainda estudados elementos traços presentes tais como, Ni, Co, Cu, Cr, Pb, Mn e Al por espectrometria de absorção atômica temelétrica, estudo até então inédito em águas que abastecem a Cidade. Na fase experimental foram efetuadas quatro amostragens, distribuídas nos meses de maio, agosto, novembro de 1983 e fevereiro de 1984, para que pudesses ser detectadas as variações sazonais que porventura ocorressem. As coletas efetuaram-e em dez pontos, representativos da totalidade do bairro. A fim de que fosse caracterizado o meio ambiente abordou-se aspectos ligados à geologia, geomorfologia, clima, vegetação, solo e hidrologia da Cidade. Por outro lado, foram efetuadas considerações acerca dos mananciais, do sistema de tratamento de águas e das redes de abastecimento e esgotos sanitários. Particularmente, buscou-se correlacionar as condições sanitárias das baixadas com a ocorrência de doenças veiculadas pela água. De acordo com os resultados das determinações analíticas, foi verificado que a maioria dos parâmetros físico-químicos estudados encontravam-se compatíveis com os padrões de potabilidade. Constituíram-se excessões, pH, condutividade, cloretos, ferro e alumínio, cujos valores extrapolaram os recomendados, principalmente aqueles referentes ao mês de novembro de 83, período em que ocorreu forte estiagem na região, o que acarretou salinização das águas dos mananciais e de abastecimento. Com relação aos parâmetros bacteriológicos, 34% dos valores se mostraram fora dos critérios recomendados pela OMS, constituindo-se portanto um dos problemas mais significativos detectados nas águas analisadas. Os resultados obtidos deveram-se provavelmente às condições das rede de distribuição do bairro, assim como as condições higiênicas em alguns pontos de coleta; a presença de bactérias nas águas é causa de inúmeras doenças, tendo alguns de seus sintomas sido detectados na população residente no bairro, por ocasião das amostragens associadas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo de águas destinadas ao consumo da população das baixadas da cidade de Belém-PA (bairro da Sacramenta): avaliação da qualidade sob os aspectos físico-químico, bioquímico e bacteriológico(Universidade Federal do Pará, 1985-10-04) MENEZES, Lúcia Beckmann de Castro; LIMA, Waterloo Napoleão de; http://lattes.cnpq.br/1229104235556506Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo geológico e aspectos econômicos de um depósito de esmeralda clássico, Socotó-BA(Universidade Federal do Pará, 1990-12-17) COLLYER, Taylor Araújo; KOTSCHOUBEY, Basile; http://lattes.cnpq.br/0096549701457340O comércio mundial de gemas, que hoje envolve valores da ordem de 80 bilhões de dólares/ano, remonta a milênios, tendo tido grande influência no desenvolvimento da civilização humana. A esmeralda ocupa um lugar de destaque nesta comercialização, e o Brasil, com grandes províncias gemológicas é uma importante fonte deste mineral. A produção brasileira com aproximadamente 80 toneladas/ano de esmeralda bruta, é favorecida pela relativa estabilidade político-social do país, o que constitui uma vantagem em relação a outros países produtores. Em contrapartida, a exportação de gemas no estado bruto, a ausência de uma política mineral e de pesquisa neste setor, impedem a geração de recursos maiores, beneficiando apenas pequenos grupos geralmente estrangeiros. O presente trabalho objetiva mostrar que o depósito de esmeralda de Socotó, pelas suas características clássicas, pode servir de modelo em vista de prospecção em outras áreas apresentando ambiente geológico semelhante, bem como, permitir o esclarecimento de algumas questões relacionadas à formação deste mineral. O quadro geológico de Socotó consiste principalmente em um corpo de rochas básico-ultrabásicas intensamente fraturadas/falhadas, correspondendo a "roof pendant" ou um mega -encrave encaixado no batólito granitóide de Campo Formoso. O magma intrusivo de composição granítica, rico em molibdênio, elementos voláteis e berílio, reagiu com as rochas meta-ultrabásicas; fornecedoras dos elementos cromóforos Cr, Fe e V, o que resultou ao longo de diques e veios, em abundante mineralização esmeraldífera controlada por fatores geoquímicos, físicos e estruturais. Um intenso metassomatismo permitiu na auréola de contato, o desenvolvimento de pelo menos três zonas concêntricas, caracterizadas por associações minerais específicas, a saber: uma zona externa, uma zona intermediária e uma zona mais interna no encrave. Através de levantamento geofísico por cintilometria e magnetometria, foram definidas a forma e as seguintes dimensões para este encrave: 2.150 metros de comprimento, 180 a 335 metros de largura e uma espessura de até 161 metros. A análise da magnetização remanescente, mostrou a evolução térmica dos granitóides, desde a sua colocação há 1973 ± 24 m.a (Torquato et aI, 1978), até o fechamento do ciclo mineralizador há 1784 ± 47 m.a, idade obtida pelo método Rb/Sr em flogopitas associadas a esmeralda. Finalmente, o reconhecimento dos diferentes tipos de inclusões e de grande quantidade de tubos de crescimento e canais ao longo do eixo C dos cristais de esmeralda, preenchidos ou não por minerais, permitiu a previsão, com objetivos econômicos, de tratamento químico convencional ou complexo, envolvendo a aplicação de raio laser e o deslocamento de átomos ao longo desses filamentos naturais.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo hidrodinâmico e sedimentológico do Estuário Guajará - Belém (PA)(Universidade Federal do Pará, 1987-08-22) PINHEIRO, Roberto Vizeu Lima; FARIA JUNIOR, Luis Ercílio do Carmo; http://lattes.cnpq.br/2860327600518536Este trabalho apresenta as características hidrodinâmicas e sedimentológicas do Estuário Guajará, nas adjacências da cidade de Belém. Sua abordagem abrange aspectos geológicos e geomorfológicos, o comportamento das ondas, ventos, marés, correntes de marés e a investigação dos parâmetros físico-químicos das águas, com o objetivo de esboçar um modelo quantitativo para esse ambiente além de apresentar uma proposta para a evolução física da região. Sob o ponto de vista oceanográfico, o Estuário Guajará caracteriza-se pela ausência de estratificação térmica marcante, enquadrando-se como parcialmente misturado, do tipo B na classificação de Pritchard (1955), com apreciáveis variações laterais de salinidade. Está sujeito a um mecanismo de circulação controlado por fortes correntes tidais, as quais definem canais facilmente individualizados de enchentes e vazantes. Dois sistemas principais de ventos são responsáveis pela formação de vários conjuntos de ondas com características que vão depender da velocidade, intensidade, tempo de duração e direção destes em relação a geografia do estuário. As marés e correntes de marés interferem decisivamente na formação das ondas. A maré dinâmica apresenta amplitude média em sizígia e quadratura, no Porto de Belém, em torno de 3,0 m e 2,5 m respectivamente. As correntes de marés em superfície, durante os momentos de mudança de sentido, mostram um mecanismo complexo de circulação, sempre obedecendo as características de individualização dos canais de enchentes e vazantes. O mecanismo de entrada da maré salina obedece, também, a este padrão. A condutividade revelou-se o mais importante parâmetro para a definição do mecanismo de intrusão da maré salina. Importantes variações dos valores médios de pH, concentração de O2 concentração de material em suspensão e da condutividade nas águas estuarinas acompanham, aproximadamente as variações sazonais durante o ano marcadas por períodos muito chuvosos seguidos pela época de estiagem. Variações horárias durante os ciclos de marés, bem como variações decorrentes dos movimentos quinzenais da Lua (sizígia e quadratura) são da mesma forma importantes. A temperatura das águas acompanha as variações de temperatura do ar, na região, com expressivas amplitudes diárias. Os sedimentos holocênicos que preenchem a calha estuarina são predominantemente arenosos, variando de selecionados a bem selecionados, por vezes siltosos. A sedimentação é balizada pelas condições hidrodinâmicas do ambiente, sendo reconhecidas duas fácies texturais importantes: Fácies Lamosa e Fácies Arenosa. A distribuição desta fácies texturais aparentemente oscila em função da periodicidade das marés. A fração pelítica dos sedimentos estuarinos é composta por caolinita, ilita, esmectita e interestratificados de ilita-esmectita, ocorrendo ainda, traços de clorita. Na fração arenosa o quartzo é o mineral principal em associação com grãos de óxido de ferro. Dentre os minerais pesados transparentes predominam estaurolita, turmalina, cianita, zircão, epídoto e anfibólios, além de granada, rutilo e andaluzita. Como áreas fontes principais são apontados os rios Tocantins e Guamá. Além destes, o Grupo Barreiras e os Terrenos Holocênicos deve suprir com sedimentos o leito estuarino. Propõe-se um modelo evolutivo geológico-geomorfológico para o Estuário Guajará, admitindo-se a idade de sua implantação do Holoceno Inferior a Médio, associada as manifestações da Transgressão Flandriana.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos em Microplásticos de Praias do Litoral Brasileiro(Universidade Federal do Pará, 2021-07-30) BRANCO, Felipe Ohade Lopes; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568Quando introduzidos no ambiente, os materiais plásticos podem ter vários destinos, sendo um deles a fragmentação. A contínua degradação e fragmentação dos materiais plásticos origina os chamados microplásticos (MP), partículas com tamanhos que variam de 5 mm a 1 μm de grande potencial de dispersão. Quando em ambientes poluídos, os microplásticos tendem a se tornar superfícies de adsorção para poluentes hidrofóbicos de forma mais eficiente do que partículas sólidas naturais, como os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA). Os HPA são poluentes orgânicos que podem ter sua origem tanto de forma natural quanto antrópica. Assim como os microplásticos, os HPA possuem uma alta persistência no meio ambiente, e por apresentarem propriedades mutagênicas e potencialmente carcinogênicas quando absorvidos pelo metabolismo humano e de organismos aquáticos são extremamente perigosos. Por sua característica tóxica e nociva à saúde ambiental e humana, dezesseis HPA são definidos como prioritários em estudos ambientais pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (US EPA). Diversos estudos avaliaram a ocorrência de microplásticos e HPA individualmente em matrizes ambientais, mas ainda são poucos os que investigaram a associação desses dois poluentes. Sendo assim, especialmente no Brasil, existe uma necessidade de expansão de trabalhos a respeito dessa temática. O presente trabalho tem por objetivo investigar a ocorrência e concentração de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos em microplásticos presentes em sedimentos praiais de oito estados costeiros brasileiros, verificar sua composição e possíveis fontes dos compostos para os MP nas áreas estudadas, relacionando o acumulo dos MP e presença dos HPA considerando os fatores de uso de terra e socioambientais de cada região, e por fim avaliar o potencial tóxico e de contaminação dos HPA através dos MP para organismos aquáticos. Amostras de sedimentos superficiais foram coletadas na linha de maré alta das faixas praiais de locais potencialmente poluídos nas praias do Ver-o-Rio e Farol (PA), Iracema (CE), Boa Viagem (PE), Porto da Barra (BA), Curva da Jurema (ES), Arpoador e Botafogo (RJ), Praia Grande, Santos e São Vicente (SP), e Praia Grande (RS). Em laboratório utilizando uma solução hipersalina e um sistema de filtração, os MP foram separados dos sedimentos. Os HPA foram extraídos utilizando três tipos de microplásticos, sendo estes 0,2-0,3 g de fragmentos e pellets, e 0,02 g de EPS (isopor) e analisados em Cromatógrafo a Gás acoplado a um Espectrômetro de Massas com Triplo Quadrupolo (GC/MS/MS). Foi possível detectar quatorze dos dezesseis HPA estudados, onde a concentração total de HPA (Σ-HPA) variou de 0,25 a 71,60 ng g-1 entre as amostras e os tipos de MP. Na região Norte e Nordeste, as baixas concentrações (0,31 a 71,60 ng g-1) dos HPA nos MP aparentam estar relacionadas aos intensos processos hidrodinâmicos atuantes. As concentrações do Naftaleno nas amostras de isopor estiveram acima do Threshold Effect Level (TEL > 35) nas amostras coletadas em Pernambuco e Bahia, e próxima no Ceará (70,15, 36,97 e 33,28 ng g-1, respectivamente); sendo assim, efeitos nos organismos podem ocorrer devido a esse composto. As regiões Sudeste e Sul são as únicas que apresentaram estudos anteriores de HPA em MP, foi então possível realizar uma melhor comparação e discussão dos dados obtidos no presente estudo. As fontes de HPA para o meio e consequentemente para os MP foram atribuídas à contribuição antropogênica (petrogênica e pirogênica). As maiores concentrações de HPA foram encontradas nas amostras de isopor, sugerindo que esse tipo de MP pode ter considerável contribuição na dispersão desses contaminantes especialmente em locais mais poluídos. Por fim, conclui-se que os HPA estão presentes em todos os estados brasileiros estudados e sua ocorrência foi evidenciada pela adsorção deles em MP coletados em ambientes praiais. Esses contaminantes orgânicos originam-se tanto petrogênica como pirogenicamente, sendo as principais fontes para os locais avaliados são as atividades industriais e portuárias, o descarte inadequado de efluentes, e o escoamento superficial urbano por águas pluviais.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Implantação da metodologia U-Pb em monazita por LA-ICP- MS no Laboratorio de Geologia Isotópica da UFPA (Pará-Iso): aplicação em rochas de alto grau metamórfico da região central do Amapá, Sudeste do Escudo das Guianas(Universidade Federal do Pará, 2022-06-15) FERREIRA, Dominique de Paula Amaral; LAFON, Jean Michel; http://lattes.cnpq.br/4507815620234645Esta dissertação foi dedicada à implantação do protocolo experimental da metodologia U-Pb em monazita por espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado e sonda a laser (LA-ICP-MS) no Laboratório de Geologia Isotópica da Universidade Federal do Pará (Pará-Iso). A monazita é um ortofosfato de elementos terras raras leves que ocorre em diversos tipos de rochas ígneas e metamórficas. Sua resistência a metamictização e alta temperatura de fechamento para difusão de Pb (~750-900°C) fazem deste mineral uma importante ferramenta para datar eventos metamórficos de alto grau pelo método U–Pb. O protocolo de preparação da amostra para separação e concentração da monazita foi adaptado do procedimento já em rotina para o zircão, levando em conta as especificidades da monazita (principalmente a susceptibilidade magnética). Após a seleção dos cristais e confecção das pastilhas com resina epóxi, imagens por elétrons retro espalhados (ERE) foram obtidas em Miscroscópio Eletrônico de Varredura para avaliar as estruturas internas e selecionar os locais para as análises isotópicas no ICP-MS Thermo Finnigan Neptune equipado com uma sonda laser Nd:YAG 213nm CETAC LSX-213 G2. A redução dos dados analíticos brutos foi realizada em macro Microsoft Excel, adaptada para o processamento de dados da monazita. Os cálculos da idade foram efetuados com auxílio do programa Isoplot/EX. Inicialmente, duas monazitas já instituídas como materiais de referência internacional (Bananeira e Diamantina) foram analisadas para testar a confiabilidade, precisão e reprodutibilidade dos dados analíticos. Além destas, uma amostra de monazita de um pegmatito neoproterozoico da porção leste do Cinturão Araguaia, estado do Tocantins, foi avaliada como potencial material de referência (MR). As análises por LA-ICP-MS das monazitas Bananeira e Diamantina forneceram idades de 510 ± 5 Ma (médias ponderadas das idades 207Pb*/235U, n = 27, 95% conf., MSWD = 0,089) e 495 ± 2 Ma (médias ponderadas das idades 206Pb*/238U, n = 47, 95% conf., MSWD = 0,995) respectivamente, similares aos valores de 508 ± 1 Ma e 495 ± 1 Ma obtidos por ID-TIMS, LA-Q-ICP-MS e LA-SF-ICP-MS para esses respectivos MRs. A maior intensidade do sinal analítico da monazita Bananeira a elegeu como MR primário e a monazita Diamantina como MR secundário. Imagens ERE e mapas composicionais destacaram a homogeneidade da amostra de monazita Xambioá. A análise por LA-ICP-MS forneceu uma média ponderada das idades 206Pb*/238U de 514,8 ± 2,3 Ma (n = 27, 2σ, MSWD = 0,56), que é compatível com o quadro geológico regional. Esses dados precisam ser validados por comparação inter-laboratorial, porém essa monazita mostrou potencial como MR interno do laboratório tendo em vista o tamanho do cristal disponível (7 cm de comprimento, ~180 g). Uma primeira aplicação da metodologia U–Pb em monazitas por LA-ICP-MS buscou fornecer uma idade confiável do metamorfismo de rochas paleoproterozoicas do complexo granulítico Tartarugal Grande (CGTG), na região central do Amapá, sudeste do Escudo das Guianas. Para comparação interlaboratorial, uma das amostras foi também analisada no Laboratório de LA-ICP-MS da Unidade de Pesquisa Géosciences Montpellier da Universidade de Montpellier, França. Foram analisadas monazitas de dois granada-biotita gnaisses riacianos do CGTG (HP-17 e HP-04) e um neossoma derivado destes (HP-09C). Estudos estimaram que o metamorfismo destas rochas em condições de fácies granulito alcançou temperatura de 800° ± 20 °C e pressão de ~7 Kbar. As análises isotópicas U-Pb das monazitas da amostra HP-17 forneceram idades por intercepto superior de 2058 ± 19 Ma (n = 51, MSWD = 0,64; Pará-Iso) e 2037 ± 4 Ma (n = 15, MSWD = 0,098; Montpellier), portanto similares dentro do erro. A amostra HP-09C forneceu uma idade média das idades 207Pb/206Pb de pontos concordantes de 2058 ± 7 Ma (n = 30, 2σ, MSWD = 0,15). Estas idades são interpretadas como sendo do pico de metamorfismo granulítico. As monazitas da amostra HP- 04 apresentaram um espalhamento dos pontos analíticos ao longo da Concórdia, com idades 207Pb/206Pb variando de 2096 a 2056 Ma. Essas idades podem retratar um intervalo de crescimento prolongado da monazita durante o metamorfismo ou uma reabertura parcial a total do sistema U-Pb de monazitas magmáticas do protólito durante o evento metamórfico. A integração dos dados U-Pb das monazitas com os dados geocronológicos anteriores das rochas do CGTG e unidades magmáticas vizinhas indicam a ocorrência de um magmatismo granítico intenso entre ~2,10 e 2,08 Ga, seguido por um evento metamórfico de alta temperatura e pressão intermediaria. O pico de metamorfismo ocorreu em torno de 2,06-2,04 Ga, e o resfriamento metamórfico entre ~2,04 e 1,96 Ga quando alcançou temperatura abaixo de 300°C, indicados pelas idades 40Ar-39Ar em biotita. Estes dados confirmam que o evento metamórfico tardi-orogênico de alto grau evidenciado na região central do Amapá foi contemporâneo ao evento metamórfico de alto grau identificado no cinturão granulítico Bakhuis (Suriname). As idades obtidas com êxito demonstram a viabilidade de realizar a metodologia U-Pb em monazita por LA-ICP-MS no Laboratório Pará-Iso, sendo colocada em rotina à disposição dos usuários.Tese Acesso aberto (Open Access) Lateritização e sedimentação cenozoica na evolução da paisagem da Serra dos Carajás(Universidade Federal do Pará, 2021-04-01) MAURITY, Clovis Wagner; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302A Serra dos Carajás localizada na porção sudoeste da Amazônia brasileira é um dos exemplos de terrenos lateríticos com couraças ferruginosas ou cangas sustentando platôs que formam altiplanos de até ~700 m. Dois conjuntos distintos de duricrostas são reconhecidos nesta região: 1) um mais antigo, desenvolvido durante o Paleógeno sobre formações ferríferas bandadas (BIF) e vulcânicas do Pré-cambriano; e 2) relacionados uma sucessão de até 30 m de espessura ferruginizada previamente considerada como supergênica e reinterpretada aqui como de origem sedimentar. As análises geomorfológica, sedimentológica, paleomagnética e geoquímica destes depósitos ferruginizados em afloramentos e testemunhos de sondagem formados por brecha e ironstone constataram que estes registram fases recorrentes de denudação e aplainamento a partir do desmantelamento de perfis lateríticos. As brechas são cimentadas por goethita e oxi-hidróxidos de ferro e alumínio são representativos de fluxos de detritos subaéreos e em lençol relacionados a leques coluviais adjacentes a sistema lacustres rasos compreendendo deposição química de goethita e hematita. As rochas ricas em goethita apresenta camadas centimétricas a métricas com laminação plana alternadas com níveis de pisólitos/oncoides indicam atividade microbiana. Dados petrográficos e de difração de raios-x indicaram principalmente hematita (50%), goetita (47%) e gibbsita+Al-goetita+magnetita (3%). A alta suscetibilidade magnética, campos alternados e desmagnetização térmica destes depósitos indicaram uma magnetização remanescente fornecida principalmente pela hematita e goethita. A alta concentração de carbono presente nestes minerais sugere que a forte magnetização detectada pode resultar de antigos incêndios florestais. O padrão gráfico oblato da anisotropia da suscetibilidade magnética e a dispersão dos polos da magnetização remanescente natural indicam variáveis sin e pós-deposicionais relacionada à magnetização herdada presente nos fragmentos de BIF. Análise geoquímica destes depósitos mostram que os elementos pouco móveis têm relação incipiente com as unidades do substrato formadas pelos BIF e basaltos e os valores altos de titânio também corroboram concentração durante a sedimentação não relacionada com a lateritização. A formação de leques coluviais progradantes em direção aos lagos rasos químicos implantados nos vales foram recorrentes na Serra dos Carajás e atestam variações climáticas que ocorrem desde o Pleistoceno. Esta nova visão das duricrostas da Serra dos Carajás inicia uma nova leitura geológica que permite um melhor entendimento dos processos intempéricos e sedimentares relacionados a evolução da paisagem amazônica durante o Cenozoico.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Mineralogia e geoquímica da zona de alteração do depósito de Salobo, Serra dos Carajás(Universidade Federal do Pará, 1989-07-31) FLORES, Silvia Maria Pereira; OLIVEIRA, Nilson Pinto deO depósito de cobre Salobo 3A, localizado na Província Mineral de Carajás, Estado do Pará, é parte de um conjunto de ocorrências cupríferas sulfetadas, numa sequência de rochas metassedimentares e matavulcânicas, que apresenta mais de 70 km de extensão. O produto resultante da alteração, em clima equatorial dessas rochas mineralizadas atinge de 70 a 100 m de espessura e apresenta como particularidade a ausência de mineralização cuprífera típica de zonas de oxidação, conservando no entanto, aproximadamente, os teores de cobre do minério primário. Para esta pesquisa foram selecionados três perfis para estudos mineralógicos e geoquímicos, visando identificar as fases suporte do Cu, tão bem como o comportamento de alguns elementos importantes (Ni, Co, Au, Ag. Mo) ao longo dos perfis. Os estudos mineralógicos permitiram concluir que os perfis estudados apresentam baixo grau de maturidade. Em consequência disso só foi possível a caracterização de horizontes nos perfis a partir da identificação da natureza dos argilo-minerais presentes, os quais foram identificados como: argilo-minerais 15 Å (esmectita, vermiculita), 10 Å (ilita), 7 Å (caolinita) e interestratificados (hidrobiotita). Os dados obtidos permitem concluir que: a) as fases suporte de cobre mais importantes são os produtos de alteração das biotitas: hidrobiotita e vermiculita. b) o Ni, após sua liberação dos minerais primários, parece permanecer ligado à esmectita e em alguns casos à vermiculita, quando em profundidade. Próximo à superfície ou em perfis mais maduros, o Ni parece estar associado aos óxi-hidróxidos de Fe e Mn. c) na desestabilização dos minerais ferro-magnesianos, o Co liberado parece permanecer nos perfis, absorvido sobre os óxi-hidróxidos de Fe e Mn. d) o Au, originado provavelmente dos xistos mais magnéticos, demonstra encontrar-se associado aos minerais secundários de Fe, podendo também estar adsorvido em argilas, próximo à superfície. e) a Ag pode estar originalmente substituindo parte do Cu na calcopirita e na desestabilização desta, associar-se principalmente aos óxidos de Mn e hidróxidos de Fe. f) o Mo, originário da molibdenita, deve estar adsorvido nos óxi-hidróxidos de Fe ou sobre minerais de argila, sendo necessário estudos mais detalhados para conclusões mais precisas. Embora fosse esperado enriquecimento laterítico em Cu nos solos do Salobo, o que foi observado é que existe apenas conservação temporária desse elemento nas fases intermediárias de alteração das biotitas as quais uma vez alteradas até o ponto de filossilicatos 1:1, com o amadurecimento do perfil, tenderão a perder esse Cu, lixiviado pelas águas de percolação.
