Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento - PPGTPC/NTPC
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2332
O Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento (PPGTPC), que integra o Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento(NTPC) da Universidade Federal do Pará (UFPA), iniciou suas atividades em 1987 com o curso de Mestrado Acadêmico em Psicologia: Teoria e Pesquisa do Comportamento. O curso de Doutorado passou a ser oferecido a partir do ano 2000.
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento - PPGTPC/NTPC por Área de Concentração "ECOETOLOGIA"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Acoustic ecology of dolphins of the genus Sotalia (Cetartiodactyla, Delphinidae) and of the newly described Araguaian boto Inia araguaiaensis (Cetartiodactyla, Iniidae)(Universidade Federal do Pará, 2018-03-09) SANTOS, Gabriel Melo Alves dos; MAY-COLLADO, Laura J.; SILVA, Maria Luisa da; http://lattes.cnpq.br/2101884291102108Sistemas sensoriais são vitais para que os animais obtenham informações sobre seus arredores. A informação pode ser adquirida por vias visuais, químicas, elétricas, táteis e acústicas. Estes sinais são usados em diferentes contextos ecológicos incluindo forrageamento, competição, defesa, interações sociais (e.g. corte), e também podem indicar uma condição, e estado emocional ou reprodutivo, ou a identidade do emissor do sinal. Para os mamíferos aquáticos o som é o meio de comunicação mais importante. A luz atenua rapidamente com a profundidade em ambientes aquáticos, limitando a comunicação visual. Todavia, a atenuação do som na água é baixa e ele viaja cerca de cinco vezes mais rápido na água do que no ar, o que o torna um meio de comunicação extremamente eficiente em baixo da água. Logo, o som é um aspecto fundamental da biologia dos cetáceos, já que estes animais dependem do som para comunicação, navegação e localização de presas. O gênero Sotalia compreende duas espécies que vivem em hábitats contratantes. O botocinza (Sotalia guianensis) que habita águas costeiras da Nicarágua ao sul do Brasil, e o tucuxi (Sotalia fluviatilis) restrito aos principais tributários da Bacia Amazônica. Enquanto que golfinhos do gênero Inia – popularmente conhecidos como botos-vermelhos – são encontrados exclusivamente nas Bacias dos rios Amazonas, Orinoco e Tocantins. Com ambos os seus estados de conservação como dados deficientes há grande demanda de informações quanto a sua biologia. Como fator-chave da biologia dos cetáceos a acústica pode nos prover uma riqueza de informações e ser usada como ferramenta para adquirir dados quanto ao uso de hábitat, números populacionais e comportamento. Entretanto, para fazê-lo, primeiro é necessário conhecer o repertório vocal das espécies em detalhe de forma que possamos diferenciá-las usando métodos acústicos. Portanto apresentamos aqui a primeira análise englobando toda a distribuição de golfinhos do gênero Sotalia e padrões geográficos e de diversidade de seus assobios. Além disso, apresentamos a primeira descrição do repertório vocal e de Inia araguaiensis focando na diversidade de repertório e em sua estrutura. O repertório de assobios de ambas as espécies de Sotalia é altamente estruturado, com populações da espécie fluvial apresentando um repertório menos diverso do que as populações da espécie costeira. Esta estruturação se dá provavelmente devido a áreas de vida pequenas e ao baixo fluxo gênico entre populações. As diferenças na riqueza entre o repertório destas espécies parecem estar relacionadas a uma combinação de fatores socio-ecológicos e evolutivos. Também apresentamos a primeira descrição do comportamento acústico do boto-o Araguaia (Inia araguaiaensis) e mostramos que eles possuem um repertório rico composto por assobios e principalmente chamados pulsados. Assobios foram produzidos raramente, um tipo específico de chamado, chamados curtos com dois componentes, foram o tipo de sinal mais comum durante nosso estudo. Estes chamados são similares em estrutura a aqueles produzidos por orcas (Orcinus orca) e baleias-piloto (Globicephala sp.). Devido ao contexto no qual estes sinais foram produzidos, nós hipotetizamos que eles podem funcionar para a comunicação ente mãe e filhote. Sotalia e Inia podem ser distintos acusticamente baseados em seus sons sociais, já que o primeiro tem um repertório baseado em assobios e o último em chamados pulsados. A baixa emissão de assobios por Inia faz com que a chance de identificação errônea seja baixa. Logo, sons 14 de ambos os gêneros podem ser usados para distingui-los durante monitoramentos acústicos passivos e podem servir como ferramentas para determinar a presença destas espécies em estudos de distribuição, uso de hábitat e abundância.Tese Acesso aberto (Open Access) Adaptação da Escala de Ansiedade de Beck para avaliação de surdos e cegos(Universidade Federal do Pará, 2013-09-05) SANCHEZ, Cintia Nazare Madeira; GOUVEIA JUNIOR, Amauri; http://lattes.cnpq.br/1417327467050274O presente trabalho reuniu três artigos a respeito da adaptação de instrumentos psicológicos para avaliação da população de surdos e de cegos. Considerando que estes instrumentos não são adaptados para avaliar pessoas com necessidades educacionais especiais, dificultando o diagnóstico e o prognóstico. Portanto a necessidade de adaptação desses instrumentos para essa população é indiscutível. Essa realidade ocorre também na área da surdez e da cegueira, na qual existe uma escassez de trabalhos no Brasil. No primeiro artigo foi realizada uma revisão da literatura dos instrumentos adaptados para essa população. Conclui-se que na área da surdez as escalas de avaliação são adaptadas para vários fatores psicométricos como para medida da depressão, ansiedade e inteligência, mas na área da cegueira os instrumentos adaptados são para a avaliação do funcionamento cognitivo. O objetivo do segundo estudo foi adaptar a Escala de Ansiedade de Beck (BAI) para língua de sinais e alfabeto digital gerando uma escala para avaliar ansiedade em surdos usuários da língua de sinais brasileira (LIBRAS). A amostra foi composta por 25 surdos usuários de LIBRAS (grupo experimental) e de 25 ouvintes (grupo controle), com idade entre 18 e 25 anos de idade de ambos os sexos, pareados por idade e sexo. A aplicação foi realizada em grupo. Após as orientações, os sujeitos preencheram a escala, o grupo controle a escala padrão e o grupo experimental a escala adaptada. Os resultados obtidos no estudo mostraram que a BAI adaptada não apresentou diferença estatística significativa comparada à escala padrão na ansiedade total e nas subescalas: subjetiva, neurofisiológica, autonômica e de pânico. Portanto o BAI adaptado mostrou eficácia equivalente ao BAI padrão para avaliar ansiedade em surdos, os itens adaptados parecem não ter modificado as estruturas fatoriais do instrumento, permitindo assim a sua utilização na avaliação de ansiedade em surdos usuários da LIBRAS. O terceiro estudo foi realizado com deficiente visual, essa deficiência é a de maior incidência na população atingindo 35,8 milhões de pessoas com dificuldade de enxergar mesmo com uso de lentes corretivas, sendo 506,3 mil são cegos. Apesar do número expressivo de cego, na literatura existem poucos trabalhos de adaptação de instrumentos de avaliação para cegos, sendo estes avaliados nos parâmetros dos videntes. Diante dessa realidade o objetivo do presente trabalho foi de adaptar a Escala de Ansiedade de Beck (BAI) para o Braille gerando uma escala para avaliar ansiedade em cegos usuários do Braille. A amostra foi composta por 25 cegos usuários do Braille (grupo experimental) e de 25 videntes (grupo controle), com idade entre 18 e 25 anos de idade de ambos os sexos, pareados por idade e sexo. A aplicação foi realizada em grupo. Após as orientações, os sujeitos preencheram a escala, o grupo controle a escala padrão e o grupo experimental a escala adaptada. Os resultados obtidos no estudo mostraram que a BAI adaptada não apresentou diferença estatística significativa comparada à escala padrão na ansiedade total e nas subescalas: subjetiva, neurofisiológica, autonômica. Na subescala de pânico na estatística esta diferença foi no limite significância. Portanto o BAI adaptado mostrou eficácia equivalente ao BAI padrão para avaliar ansiedade em cegos, os itens adaptados parecem não ter modificado as estruturas fatoriais do instrumento, permitindo assim a sua utilização na avaliação de ansiedade em cegos usuários do BrailleDissertação Acesso aberto (Open Access) Adoção de crianças e adolescentes com necessidades especiais: aspectos psicossociais envolvidos(Universidade Federal do Pará, 2013-03-06) SILVA, Fabíola Helena Oliveira Brandão da; CAVALCANTE, Lília Iêda Chaves; http://lattes.cnpq.br/4743726124254735Este trabalho teve por objetivo compreender e descrever aspectos psicossociais da adoção de crianças e adolescentes com necessidades especiais desde a criação do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), em abril de 2008. Para tanto, foram estipulados objetivos que motivaram a realização dos três estudos constituintes da dissertação. O primeiro descreveu as características sociofamiliares e demográficas dos pretendentes a pais por adoção de crianças com e sem desenvolvimento típico. Além disso, traçou um perfil das crianças e adolescentes considerados aptos para adoção, inscritos no CNA. O segundo estudo objetivou investigar fatores de risco e de proteção para o desenvolvimento de três crianças adotadas que possuem necessidades especiais, analisando aspectos comuns e únicos de suas trajetórias de vida, desde a condição psicossocial dos pais biológicos até o processo de inserção e convivência na família substituta. O terceiro envolveu três famílias que adotaram crianças com necessidades especiais, que tinham conhecimento prévio desta condição infantil, com o objetivo de descrever as rotinas familiares. A partir dos resultados obtidos pelos três estudos foi possível conhecer as características sociodemográficas e aspectos da estrutura e dinâmica familiar que marcam de forma geral, e nos casos estudados em particular, as demandas geradas por crianças com necessidades especiais e como pretendentes e pais por adoção têm se proposto a respondê-las. Conclui-se que tanto os pretendentes à adoção de crianças com necessidades especiais, quanto os seus pais adotivos aparentaram privilegiar o atendimento das demandas infantis, em especial proporcionar a convivência familiar a essas crianças em situação de vulnerabilidade.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Adoção tardia de gêmeos: estudo de caso de uma família adotante(Universidade Federal do Pará, 2013-03-06) OLIVEIRA, Márcia Luzia Silva de; PEDROSO, Janari da Silva; http://lattes.cnpq.br/4096274367867186; MAGALHÃES, Celina Maria Colino; http://lattes.cnpq.br/1695449937472051A pesquisa descreve a transição da conjugalidade para parentalidade adotiva de gêmeos tardios, na faixa etária de três anos e meio. Com base na teoria estrutural sistêmica teve como objetivo analisar a relação de um casal na faixa etária de 50 a 63 anos de idade, assim, identificar os motivos, rotina e mudanças após a adoção. Foram realizadas entrevistas semiestruturada, entrevistas de genograma, inventário de rotina e diário de campo. A partir dos relatos foram extraídos os eixos temáticos: “O casal: características e funcionamento” e “A família adotante: rotina do casal e cuidado com os gêmeos”. Os principais resultados apontaram que, desde o inicio da relação, o casal já vivenciava diversas transições. Constata-se que após a adoção, o papel da parentalidade gera um período de conflitos, crises, dificuldade em orientar, educar, estabelecer regras e limites as crianças que viveram institucionalizadas desde os sete meses de vida. Percebe-se no papel da esposa uma sobrecarga nos cuidados com as crianças, a família conta com o apoio de uma colaboradora nas tarefas domésticas e cuidados infantis. Além disso, o casal enfrenta alguns preconceitos da sociedade em geral, e pessoas mais próximas em relação à decisão de adotarem crianças maiores. Destaca-se que é necessário suporte psicológico as famílias adotantes durante e após o processo de adoção tardia e a importância de um estudo longitudinal.Tese Acesso aberto (Open Access) Uma análise de procedimentos para a indução de nomeação bidirecional(Universidade Federal do Pará, 2020-10-06) SANTOS, Edson Luiz Nascimento dos; SOUZA, Carlos Barbosa Alves de; http://lattes.cnpq.br/1264063598919201A presente tese é composta por uma revisão de literatura e um estudo experimental com o objetivo de analisar procedimentos que comumente são utilizados para a indução de Nomeação bidirecional (BiN). O estudo teórico realizou uma revisão sistemática de estudos experimentais sobre BiN com o objetivo de identificar e analisar, considerando a nova classificação proposta por Hawkins, Gautreaux e Chiesa (2018), o perfil dos participantes, os subtipos de BiN que os estudos buscaram avaliar e os procedimentos de ensino utilizados, os procedimentos utilizados para testar a emergência da BiN, e a BiN efetivamente avaliada. Observou-se que 16 estudos foram realizados com participantes com desenvolvimento atípico, e que a maioria utilizou (1) ensino de emparelhamento ao modelo por identidade com tato do estímulo modelo pelo experimentador (IDMTS+tato) e testes de tato e ouvinte na avaliação de Nomeação unidirecional de falante; e (2) ‘ensino por múltiplos exemplares’ (MEI) como procedimentos de indução de Nomeação unidirecional de falante. Já o estudo experimental teve o objetivo de verificar a efetividade de um procedimento de MEI para a indução de BiN e avaliar se apresentar Nomeação bidirecional conjunta é suficiente para a demonstração de Nomeação incidental bidirecional conjunta com quatro crianças com TEA. Um participante demonstrou Nomeação bidirecional conjunta após MEI e Nomeação incidental bidirecional conjunta com novos estímulos. O segundo participante passou nos testes de Nomeação unidirecional de ouvinte após MEI e outros dois, que apresentaram Nomeação bidirecional conjunta no pré-teste, também apresentaram Nomeação incidental bidirecional conjunta. Os resultados são discutidos à luz da literatura atual.Dissertação Acesso aberto (Open Access) As atividades de vida diária de crianças em situação de acolhimento institucional(Universidade Federal do Pará, 2013-03-04) VASCONCELOS, Thamires Bezerra de; CAVALCANTE, Lília Iêda Chaves; http://lattes.cnpq.br/4743726124254735Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar as atividades de vida diária (AVD) de crianças em situação de acolhimento institucional, discutindo a importância da avaliação sistemática desse tipo de atividade e o papel decisivo que cuidador pode ter na conquista de uma maior autonomia nos cuidados pessoais e na aquisição de habilidades diversas. Composta por dois estudos interligados, em sua primeira parte (estudo I) traz uma caracterização da produção científica acerca da avaliação das atividades de vida diária em diversos contextos, contemplando os métodos de pesquisa e os instrumentos utilizados com essa finalidade. Os resultados observados mostraram um predomínio do uso de instrumentos padronizados de avaliação, sendo Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI), o mais frequentemente encontrado na literatura revisada. Em que pese essa evolução nos métodos de avaliação, verificou-se pouca ou nenhuma atenção aos contextos de realização das AVD, dando maior ênfase nas características da pessoa, como a presença de patologias limitantes. O segundo estudo apresenta uma descrição dos níveis de assistência prestados pelos educadores nas AVD que envolvem, especificamente, crianças que convivem em uma instituição de acolhimento e as estratégias de incentivo utilizadas pelos cuidadores que se ocupam de suas rotinas para que cada uma delas possa para realizá-las da forma mais autônoma e eficiente possível. Esta descrição utilizou categorias inspiradas na parte II do teste PEDI, a Assistência do Cuidador. Os resultados mostraram um maior nível de assistência nas atividades de higiene e vestuário comparados aos dados obtidos nas atividades de alimentação. Atribui-se estes achados à rotina institucional e a traços pessoais dos participantes envolvidos. Conclui-se que, no contexto institucional, o maior nível de assistência observado pode ter um significado diferente do que seria esperado em ambiente familiar. Este nível maior de atenção e apoio verificado pode significar, de um lado, mais momentos de interação do educador com a criança, podendo ser este um aspecto positivo em um ambiente que tende a ser marcado pelo tratamento despersonalizado e rígidas rotinas. E, de outro, menos oportunidade de a criança se desenvolver a partir de um maior grau de autonomia nas AVD, o que pode ter implicações negativas para o curso do desenvolvimento. A importância de se avaliar e lançar um olhar ecológico para as atividades de vida diária de crianças em instituições de acolhimento faz com que esta pesquisa se situe na perspectiva de contribuir para um melhor entendimento acerca do desenvolvimento nesse contexto específico, uma vez que, nele, têm muitas vezes suas primeiras experiências de autocuidado. Os resultados e reflexões apontados podem orientar a constituição de programas que visem aperfeiçoar recursos e oportunidades presentes nas rotinas de autocuidado nesse ambiente de acolhimento institucional.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Autoeficácia e Percepção de Mães e Avós de Crianças com Caracteríscticas do TDAH(Universidade Federal do Pará, 2018-02-09) DOURADO, Carolina Morais; SILVA, Simone Souza da Costa; http://lattes.cnpq.br/9044423720257634Esta dissertação objetivou investigar a percepção de mães e avós de crianças com características do TDAH a respeito de sua autoeficácia parental e autoficácia geral e ainda, a percepção que apresentam sobre as características de suas crianças. Sua estrutura é constituída por dois estudos construídos de maneira interdependentes. O ambiente de coleta para ambos os estudos foi o Centro de Atenção a Saúde da Mulher e da Criança (CASMUC-UFPA). No primeiro, o objetivo foi investigar a percepção de autoeficácia de cuidadores de crianças com características do TDAH, considerando o subtipo do transtorno e o quociente de inteligência total das crianças. Participaram 24 cuidadores maiores de 18 anos; autodeclarados como cuidador principal de crianças com idades entre 6 a 12 anos. Utilizou-se o Protocolo de entrevista exploratória; escala de Autoeficácia Parental; EAEG; SNAP IV; Wisc IV. Os dados deste estudo mostraram que os cuidadores apresentaram médias rebaixadas de autoeficácia parental e de autoeficácia relacionadas a aspectos gerais da vida. Os níveis mais baixos estiveram ligados aos casos de TDAH do subtipo combinado. Da aplicação do Wisc IV, observou-se que em ambos os grupos de cuidadores, com baixa e alta autoeficácia parental, as crianças apresentaram Quociente de Inteligência Total abaixo da média esperada para a faixa etária. No segundo estudo, o objetivo foi descrever a percepção de mães e avós acerca das características da criança com traços de TDAH, bem como a relação que estes cuidadores tem com elas e a percepção sobre o papel de ser cuidador. Os participantes foram seis mães/avós de crianças entre 6 e 12 anos. Os instrumentos e técnicas utilizadas foram um protocolo de entrevista exploratória e entrevista em grupo focal. Os dados foram analisados via SPSS- (versão 20.0) e por análise de conteúdo. A análise qualitativa dos dados revelou no discurso dos pais as seguintes categorias: 1) Percepção das primeiras dificuldades; 2) Percepção sobre a criança (percepção positiva e percepção negativa do comportamento); 3) Percepção sobre o parceiro parental (Percepção colaborativa e Percepção não colaborativa); 4) Percepção de terceiros sobre a criança; 5) Serviços de atendimentos; 6) Fatores de risco ( riscos sociais e espiritualidade); 7) Fatores de proteção (Espiritualidade e Disponibilidade para o cuidado). Espera-se que os dados, ora apresentado nos dois estudos contribuam para a investigação da saúde mental de cuidadores de crianças com transtornos mentais e dê base para a criação de políticas publica que intervenham no bem-estar psicológico dos cuidadores e das crianças.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Autores de agressão sexual de crianças e adolescentes: experiências adversas na infância e fatores associados(Universidade Federal do Pará, 2021-01-26) FERRAZ, Maíra de Maria Pires; VELOSO, Milene Maria Xavier; http://lattes.cnpq.br/6105598873866312; CALVACANTE, Lília Iêda Chaves; http://lattes.cnpq.br/4743726124254735; https://orcid.org/0000-0003-3154-0651Estudos sobre os diferentes perfis dos autores de agressão sexual de crianças e adolescentes (AASCA) são encontrados com mais frequência na literatura da área nas últimas décadas, contudo, na população brasileira, a investigação acerca de sua trajetória de vida tem recebido menos atenção, principalmente na perspectiva da bioecologia do desenvolvimento humano. Este estudo teve por objetivo demonstrar possíveis relações entre Experiências Adversas na Infância (EAI) e fatores pessoais e situacionais de AASCA do sexo masculino (N = 30), que cumpriam pena em unidades prisionais localizadas nas mesorregiões do estado do Pará-Brasil. Para tanto, foi construído um sistema de categorias apoiado no instrumento ACE-IQ, que define as EAI como vivências potencialmente traumáticas que se tornam fonte de estresse crônico, com desfechos negativos para o desenvolvimento em idades posteriores. Os resultados foram analisados a partir de duas etapas: a primeira, quantitativa, onde os descritores da ocorrência, frequência e tipologia de EAI foram identificados, e uma segunda, quanti-qualitativa, em que trechos das entrevistas com os AASCA foram inseridos no Software IRAMUTEQ para realização de análises textuais simples e multivariadas. Neste grupo amostral, 96,67% dos AASCA relatou ter vivenciado ao menos uma subcategoria de EAI, enquanto mais da metade (60%) revelou quatro ou mais, com média de 4,36 EAI por participante. O abuso físico foi a EAI mais relatada (70%), estando relacionada principalmente à figura da mãe, enquanto a morte e/ou separação dos pais (56,67%) e o abuso de substâncias no contexto doméstico (53,33%) estiveram relacionadas ao pai. Cerca de 40% dos participantes relataram experiências envolvendo o abuso sexual, cujos relatos especificavam características como idade e vínculo com o possível autor da agressão, enquanto as violências sociais apareceram principalmente em contextos de transição da infância para a adolescência. Observou-se que experiências de morte e/ou separação dos pais, negligência emocional e violência doméstica na trajetória de vida de AASCA podem elevar o risco de vivenciar abuso sexual na infância. AASCA com maiores scores de EAI agrediram suas vítimas de forma mais recorrente e com menor necessidade do uso de álcool e/ou outras drogas. Os resultados confirmaram a relação entre a frequência e a tipologia de EAI e fatores referentes à prática da agressão sexual, demonstrando que esta é uma variável a ser considerada na investigação com AASCA, uma vez que os efeitos do estresse por estas gerado podem manifestar-se em curto e longo prazos, o que pode implicar na adoção futura de comportamentos sexualmente abusivos. Sugere-se que estudos posteriores possam aplicar diretamente o ACE-IQ em amostras maiores, com a realização de pós-teste para conferir maior confiabilidade aos relatos coletados.Tese Acesso aberto (Open Access) Avaliação de um sistema on-line de instrução personalizado na aprendizagem conceitual e procedimental de professores da educação especial(Universidade Federal do Pará, 2025-01-30) COSTA, Malena Russelakis Carneiro; SOUZA, Carlos Barbosa Alves de; http://lattes.cnpq.br/1264063598919201Procedimentos analítico-comportamentais têm sido apontados como efetivos para a capacitação de professores que atuam na educação especial. A maioria, no entanto, é implementada de forma presencial e individual, o que implica pior custo-benefício quando comparado a treinamentos on-line. O presente estudo avaliou a eficácia de um Sistema On-line de Instrução Personalizado (SOIP) para ensinar conhecimentos declarativos sobre diagnóstico do autismo, conceitos básicos de Análise do Comportamento, e implementação de três procedimentos analíticocomportamentais (Avaliação de Preferências Múltipla sem Reposição, Análise Funcional Sintética e Treino de Comunicação Funcional) para trinta e cinco professores da educação especial. Todos os professores completaram os módulos do SOIP, organizados de forma sequencial e individualizada, incluindo vídeo-instrução, material escrito e feedback escrito e computadorizado. A progressão entre os módulos dependia do cumprimento de critérios mínimos de desempenho em pós-testes de aprendizagem. Nove participantes foram submetidos a testes de generalização para verificar a aplicação prática dos conhecimentos procedimentais em ensaios simulados com confederados. Esses testes envolveram a implementação dos três procedimentos analítico-comportamentais aprendidos, avaliando a precisão de respostas corretas. Os resultados indicaram que o SOIP foi efetivo para o ensino de conhecimentos declarativos. No entanto, no teste de generalização, nenhum participante atingiu critério para implementar os procedimentos de forma independente, exigindo treinamento adicional com feedback. Este estudo contribui para o desenvolvimento de metodologias eficientes e acessíveis de capacitação de professores, destacando a importância de combinar sistemas de ensino on-line com estratégias presenciais para maximizar a aprendizagem e a aplicação prática de repertórios analítico-comportamentais na educação especial.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Avaliação psicopedagógica de crianças em acolhimento institucional(Universidade Federal do Pará, 2013-03-06) PINHEIRO, Marcilene Alves; MAGALHÃES, Celina Maria Colino; http://lattes.cnpq.br/1695449937472051; OLIVEIRA, Ana Irene Alves de; http://lattes.cnpq.br/8839751954613395Um dos grandes desafios da sociedade contemporânea está em enfrentar as questões que envolvem o acolhimento de crianças e adolescentes em instituições e os possíveis reflexos, desse período, no seu desenvolvimento. Estudos atuais buscam olhar a instituição de acolhimento como contexto de desenvolvimento sob a perspectiva Bioecológica de Desenvolvimento Humano, na qual não se privilegia somente o contexto, mas, as interações que a pessoa desenvolvente mantém para com ele. O presente estudo objetiva verificar a aplicabilidade do software Desenvolve® na avaliação psicopedagógica de crianças de cinco a sete anos em condição de acolhimento institucional, discutindo a possibilidade de arranjos ambientais e materiais que venham a favorecer um desenvolvimento saudável. Fizeram parte da pesquisa 16 crianças, na faixa etária de cinco a sete anos, acolhidas em uma instituição de acolhimento da rede pública do município de Belém. Para coleta de dados sociodemográficos utilizou-se a Ficha de Caracterização da Criança, formulário composto por 94 itens distribuídos em cinco categorias: identificação da criança, estrutura familiar, histórico de institucionalização, situação sociojurídica atual e, saúde da criança, das quais foram extraídas as variáveis idade, sexo, escolaridade, motivo do acolhimento, tempo de permanência em acolhimento institucional, e, avaliação pedagógica. A avaliação cognitiva foi realizada pelo software Desenvolve® que através de 127 que afere o desempenho em 19 habilidades cognitivas, que foram analisadas em duas categorias: porcentagem de acertos e erros¸ e, percentagem de rendimento em cada habilidade cognitiva. Os resultados revelam que o universo de participantes é composto em maior parte por meninos (75%), na faixa etária de cinco anos, sendo a negligência familiar o principal motivo para o acolhimento. Ressalta-se, ainda, que 50% dos participantes passam pela sua primeira experiência de acolhimento institucional, enquanto que os demais enfrentam suas segunda e terceira experiências, sobre a escolaridade tem-se que todas as crianças já iniciaram suas atividades escolares e/ou as desenvolvem na Sala do Serviço Pedagógico da instituição, entretanto, há uma carência para o registro em prontuário da avaliação pedagógica. Na avaliação cognitiva, para a categoria de porcentagem de acertos e erros, tem-se porcentagem de acertos maior do que de erros para todas as crianças na faixa etária de sete anos, já na categoria de porcentagem de rendimento em cada habilidade cognitiva, destacam-se como habilidades cognitivas de menor rendimento: percepção de letras e números, percepção espaço temporal, nomeia números, noção de tempo, noção de sequência numérica e percepção de sequência. A partir desses resultados, propõe-se um plano de estratégias ambientais e materiais para favorecer o desenvolvimento saudável, composto por 12 estratégias que englobam tanto atividades voltadas para a (re)organização do ambiente físico e dos educadores da instituição, quanto para a estimulação direta das habilidades cognitivas de menor rendimento. Através dos indicadores deste estudo pode-se observar a aplicabilidade do software Desenvolve® para a avaliação de crianças em situação de acolhimento institucional, além da importância desse tipo de mapeamento para a elaboração e implementação de estratégias que venham favorecer e ratificar a instituição de acolhimento como um contexto promotor de desenvolvimento saudável.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Brasileiros na Alemanha: processos de adaptação, estresse e resiliência(Universidade Federal do Pará, 2017-02-24) TORRES, Clauber Wellington Pinheiro; PONTES, Fernando Augusto Ramos; http://lattes.cnpq.br/1225408485576678A migração é um processo de transição ecológica que interfere drasticamente no desenvolvimento humano que envolve mudança de ambiente, relações sociais, percepções sobre si mesmo e tempo. Além disso, é um processo influenciado por vários aspectos sociais, econômicos ou políticos que insere o imigrante em um ambiente potencialmente de risco, contudo desafiador, que o mobiliza em busca de recursos para superar as adversidades. Nesse sentido, essa dissertação teve como objetivo principal identificar quais aspectos relativos ao contexto migratório são percebidos como elementos geradores de estresse e promotores de resiliência, relevantes no processo de adaptação de imigrantes brasileiros vivendo na Alemanha. Para tanto foram realizados dois estudos de natureza exploratória, descritiva, um quantitativo e outro qualitativo. O primeiro descreveu a percepção de estresse e resiliência de imigrantes brasileiros que escolheram viver na Alemanha. O trabalho contou com a participação de 111 residentes na Alemanha, a quem foi aplicado o PSS14 para avaliar o estresse e o CD-RISC para resiliência. Os resultados indicaram correlações negativas entre estresse e resiliência. O segundo estudo teve como objetivo descrever a percepção de imigrantes brasileiros na Alemanha sobre seu processo de adaptação. Participaram 113 pessoas por meio de entrevista via internet utilizando-se de plataforma virtual. Os resultados indicaram que os imigrantes encontraram diversos desafios, destacando-se o uso do idioma, cultura, clima e a interação com os alemães. Estes estudos podem contribuir para ampliar o conhecimento acerca dos imigrantes brasileiros, suas relações e como percebem os contextos em que vivem distante de seu país de origem.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Brincadeiras simbólicas em situação estruturada de crianças em acolhimento institucional(Universidade Federal do Pará, 2013-10-30) FILOCREÃO, Camila Lima; MAGALHÃES, Celina Maria Colino; http://lattes.cnpq.br/1695449937472051O acolhimento institucional é uma medida de proteção que define o afastamento familiar quando os direitos de crianças e adolescentes encontram-se ameaçados ou violados. As instituições de acolhimento podem ser consideradas o contexto de desenvolvimento dos atendidos, marcado pela oferta de atividades, estímulos e relacionamentos interpessoais. É importante investigar o acolhimento na perspectiva da criança e do adolescente a fim de se ampliar a compreensão desse fenômeno. Ao se tratar de crianças, convém a utilização de técnicas de pesquisas que lhe pareçam familiar e sejam prazerosas. Muitos pesquisadores têm se interessado em investigar a brincadeira como forma de compreender o universo infantil. Este estudo qualitativo teve como objetivo categorizar, descrever e analisar o conteúdo das brincadeiras simbólicas de crianças em acolhimento institucional em situação estruturada, tendo como foco a análise de aspectos referentes à trajetória institucional e familiar. A pesquisa aconteceu no Espaço de Acolhimento Provisório Infantil (EAPI) que acolhe crianças de zero a seis anos idade, do sexo feminino e masculino no Pará. Convidou-se todas as crianças com idade cinco a oito anos, que residiam no EAPI. Ao total, dez crianças participaram da investigação. Como instrumentos e materiais, utilizou-se um Formulário de Caracterização, uma maquete representativa de dois ambientes da instituição, miniaturas de objetos do cotidiano, bonecos e câmera de vídeo. Foi realizada uma pesquisa documental com o preenchimento do formulário de caracterização e, em seguida, realizada a coleta com recursos lúdicos. Em uma sala reservada, uma pesquisadora interagia com a criança enquanto a outra filmava. Foram realizadas quatro sessões de 30 minutos com cada participante. Os resultados foram organizados nas seguintes categorias e subcategorias: 1.Brincando de abrigo (1.1. Reconhecimento da rotina, 1.2. Jogos e Brincadeiras e 1.3.Relacionamentos); e 2.Brincando de família (2.1.Rotina, 2.2. Relacionamentos e 2.3.A família em perigo). Foi possível identificar concepções sobre o cotidiano institucional e observar a expressão da convivência familiar.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Características biopsicossociais de autores de agressão sexual de crianças e/ou adolescentes em contexto intrafamiliar e extrafamiliar(Universidade Federal do Pará, 2015-08-28) COSTA, Lucilene Paiva da; CAVALCANTE, Lília Iêda Chaves; http://lattes.cnpq.br/4743726124254735Esta pesquisa teve como objetivo geral compreender as características biopsicossociais de autores de agressão sexual de crianças e/ou adolescentes nos contextos intrafamiliar e extrafamiliar. Foram realizados dois estudos, um referente à revisão sistemática de literatura, e outro descritivo, documental, com caráter exploratório e abordagem quantitativa. O primeiro analisou as semelhanças e as diferenças das características biopsicossociais de autores de agressão de crianças e/ou adolescentes, no período de 1983 a 2013, a partir de publicações na literatura nacional e internacional. O segundo investigou e analisou, por meio de dados contidos em processos jurídicos, as características biopsicossociais de pessoas adultas acusadas de praticar agressão sexual contra crianças e adolescentes, no município de Belém, no Estado do Pará, no período de 2012 a 2014. O resultado do primeiro estudo indicou que as pesquisas sobre autores de agressão sexual são realizadas em sua maioria com condenados presos (84%) do sexo masculino (93%). Entre as publicações selecionadas, predominaram aquelas que se referiam simultaneamente aos contextos, intrafamiliar e extrafamiliar (77%). Essas publicações demonstraram que, no contexto intrafamiliar, os autores de agressão sexual mantêm relacionamento com a vítima de natureza não hostil e utilizam estratégias sutis e manipuladoras. Diferentemente do observado no contexto extrafamiliar, onde os autores dessa agressão tendem a utilizar estratégias coercitivas e a se expor a riscos mais elevados de apreensão. Os resultados do segundo estudo indicaram que no contexto intrafamiliar os principais autores foram os pais e padrastos das vítimas. No contexto extrafamiliar houve a predominância de autores conhecidos da família das vítimas, em ambos os contextos, as vítimas eram em sua maioria do sexo feminino. Os resultados encontrados no segundo estudo sugeriram que entre as pessoas acusadas nos processos jurídicos de praticar agressão sexual com idade acima dos 30 anos, com cônjuge e filhos, e com vínculo de parentesco com a vítima possuíam maior probabilidade de pertencer ao contexto intrafamiliar do que aquelas que possuem idade abaixo de 30 anos, com cônjuge e filhos, mas sem vínculo de parentesco com a vítima. A razão de chance (2,949) sugere que as pessoas acusadas acima dos 30 anos possuíam aproximadamente 2 vezes mais chance de pertencer ao contexto intrafamiliar quando comparado a uma com idade abaixo dos 30 anos. Neste estudo, utilizou-se como instrumento de coleta de dados um Formulário de Caracterização Biopsicossocial (FCB) e todas as análises foram realizadas no software estatístico SPSS versão 20.0 for Windows. Os resultados dos estudos realizados sugerem que existem diferenças nítidas no perfil dos autores de agressão sexual de crianças e adolescentes do contexto intrafamiliar e extrafamiliar, sendo no primeiro caso mais manipuladores e no segundo mais coercitivos, porém outras pesquisas precisam ser realizadas para que esta questão seja melhor compreendida. Espera-se que este estudo possa contribuir com a discussão dessa temática, principalmente, no contexto da região Amazônica, que necessita de mais investigações que utilizem como referencial a perspectiva bioecológica do desenvolvimento humano para compreensão do perfil e trajetória dos autores de qualquer forma de agressão, principalmente a sexual.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização do chamado de alarme de Dasyprocta sp. e Cuniculus paca (Rodentia, Caviomorpha) em cativeiro(Universidade Federal do Pará, 2015-03-31) SILVA, João Gabriel Souza; SILVA, Maria Luisa da; http://lattes.cnpq.br/2101884291102108Mamíferos sociais apresentam um comportamento vocal complexo e sofisticado, capazes de enviar e receber informações precisas referentes ao ambiente e as interações em grupo. A ordem Rodentia, maior dentre os mamíferos, contém espécies que desenvolveram amplo repertório vocal para intermediar relações tanto intraespecíficas como interespecíficas. Em situações de perigo, estes roedores emitem sinais sonoros específicos conhecidos como chamados de alarme, que possibilitam a percepção e a possível reação de luta ou fuga perante as ameaças, favorecendo uma defesa antipredador mais efetiva para essas espécies. Neste contexto, descrevemos e comparamos os parâmetros acústicos dos chamados de alarme de cutia (Dasyprocta sp.) e paca (Cuniculus paca), através de análises sonográficas de suas vocalizações em cativeiro. Os registros dos chamados de alarme de 16 indivíduos de Dasyprocta sp. e 6 indivíduos de C. paca foram realizados no biotério da Universidade Federal do Pará, totalizando 87 minutos de gravações dos chamados de alarme emitidos durante as observações nos respectivos recintos. A análise bioacústica das 539 amostras do chamado de alarme de cutias demonstrou que a faixa de frequência varia de 224 Hz a 978 Hz, com duração média de 898 ms. As 95 amostras do chamado de alarme de pacas apresentaram faixa de frequência com variação de 340 Hz a 1280 Hz, com duração média de 1967 ms. As características sonoras desses chamados indicaram que há uma predominância por frequências mais baixas do sinal acústico das duas espécies, porém as pacas podem atingir frequências máximas e mínimas muito maiores que as cutias, além de emitirem sinais de maior duração. A análise dos componentes principais (PCA) revelou que os chamados de alarme das duas espécies são diferenciados principalmente pela duração e frequência máxima dos sinais sonoros.Dissertação Desconhecido Comportamentos de crianças com transtorno do espectro autista com pares nos contextos de educação musical e recreio escolar(Universidade Federal do Pará, 2013-03-05) NASCIMENTO, Paulyane Silva do; FREITAS JÚNIOR, Áureo Déo de; http://lattes.cnpq.br/9902320223569217; SILVA, Simone Souza da Costa e; http://lattes.cnpq.br/9044423720257634O presente trabalho investigou características pessoais, ambientais e comportamentais que podem permitir ou dificultar/impedir a interação social de crianças com TEA com seus pares, assim como analisou os benefícios do contexto de educação musical como promotor desta interação. Para organizar as formas de emissão destes comportamentos elaborou-se o “Protocolo de observação de comportamentos de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) com seus pares”. Participaram deste estudo duas crianças, do sexo masculino, com TEA, que cursavam o Jardim I em escolas privadas distintas, na cidade de Belém/PA. As crianças tinham idades de seis e cinco anos, respectivamente, e estavam regularmente matriculadas em turmas de percussão de uma Escola de Música da cidade de Belém/PA. Foram analisadas 3 sessões no ambiente de escola regular (durante o recreio), com duração de 20 min. cada; e 8 sessões no contexto de educação musical (aulas de percussão), 30 minutos cada. Os resultados mostraram que os comportamentos entre as crianças ASD com seus pares ocorreram em ambos os contextos, porém atingindo maior frequência no contexto livre (escola regular/recreio). Quanto aos benefícios da educação musical, O participante 1 (6 anos), cujo perfil era marcado pela aceitação de contato físico, aproximação e a busca pelo outro, obteve o aumento de comportamentos de iniciativas funcionais e a diminuição de respostas não funcionais. Verificou-se ainda, a ocorrência de iniciativas funcionais por meio de estereotipias, indicando que esta peculiaridade do transtorno pôde auxiliar a criança na aproximação e interação com os pares. Já no participante 2 (5 anos), com perfil marcado pela disponibilidade para contato, expressão emocional adequada ao contexto, e reciprocidade social (embora ocasional), pôde-se observar a grande influência do adulto no manejo comportamental da criança. Esta influência mostrou-se positiva (ao diminuir a emissão de comportamentos não funcionais) e negativa (ao prestar assistência demasiada, desconsiderando as potencialidades da criança e dificultando sua interação com os pares). Conclui-se que dada a baixa frequência de tais comportamentos, não se pode afirmar que as alterações verificadas são relacionadas exclusivamente à configuração deste ambiente, mas tão somente à contiguidade das possibilidades representadas pelo perfil da criança e a abertura que cada contexto permitiu para a expressão e estímulo destas potencialidades, assim como para a oferta de ferramentas que possibilitaram a apreensão ou reforçar de comportamentos propícios à interação social.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Concepções e práticas de educadores voltadas para crianças em instituições de acolhimento(Universidade Federal do Pará, 2016-02-29) DONATO, Lilian De Jesus Fontel Cunha; MAGALHÃES, Celina Maria Colino; http://lattes.cnpq.br/1695449937472051O modelo do Nicho Desenvolvimental, contribui ao propor o estudo da criança e a cultura como única análise, por meio de três componentes mutuamente relacionados, (a) ambiente físico e social, (b) práticas de cuidado e (c) psicologia dos cuidadores. Dentre os campos de estudo da psicologia do desenvolvimento, destacamos aqui o ambiente de acolhimento institucional, por possibilitar investigações sobre aspectos que atuam sobre o desenvolvimento de crianças afastadas do convívio familiar e, principalmente, proporcionar dados que viabilizem intervenções para um desenvolvimento infantil. Para isto, faz-se necessário conhecer este ambiente, as práticas e concepções sobre o cuidado dos profissionais que prestam cuidado as crianças, pois segundo o modelo do Ninho, estes elementos contribuem para moldar o desenvolvimento das crianças. Neste sentido, este estudo objetivou investigar o ambiente de desenvolvimento de abrigos institucionais, para crianças de zero a seis anos, com base nos três subsistemas do Nicho, comparando dois contextos, Região Metropolitana de Belém (RMB) e Interior do Estado (IE), a partir do olhar de educadores dos abrigos institucionais. Os dados foram coletados por entrevista semiestruturada com educadores de 11 abrigos institucionais do estado do Pará. Participaram 110 educadores, sendo 107 do sexo feminino e três do masculino, entre 19 a 63 anos. O grupo da Região Metropolitana de Belém foi composto por 77 participantes e do Interior do Estado por 33. Os resultados indicam que, tanto na região metropolitana, quanto no interior, as instituições possuíam espaços amplos e arborizados, contudo, na região metropolitana, haviam instituições que atendiam grandes grupos de crianças, separando-as nos dormitórios por sexo e/ou faixa etária; por sua vez, no interior do estado, observou-se um ambiente institucional similar ao de uma residência e com estrutura para atender diferentes faixas etárias no mesmo dormitório. No que tange as práticas de cuidado, os educadores da Região Metropolitana de Belém valorizaram mais as brincadeiras não dirigidas, enquanto que educadores do interior as brincadeiras dirigidas. Com relação a psicologia dos educadores, os resultados apontam que educadores da Região Metropolitana de Belém melhor percebem a influência do seu trabalho no desenvolvimento da autonomia, curiosidade e na capacidade de se relacionar com os outros. O estudo indicou que apesar de existirem diferenças entre concepções e práticas de cuidado, prevalece uma homogeneidade das mesmas na Região Metropolitana de Belém e Interior do Estado. Cabe destacar que a análise apresentada está aquém de esclarecer a qualidade do cuidado e rotinas institucionais na Região Metropolitana de Belém e Interior do Estado, mas apresenta contribuições para a área visto que o instrumento utilizado foi sensível para o levantamento do perfil, concepções e práticas de cuidado dos educadores em abrigos institucionais.Tese Acesso aberto (Open Access) Conhecimento etnozoológico de estudantes de escolas públicas sobre os mamíferos aquáticos que ocorrem na Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2015-03-30) RODRIGUES, Angélica Lúcia Figueiredo; SILVA, Maria Luisa da; http://lattes.cnpq.br/2101884291102108Os mamíferos aquáticos são elementos funcionais importantes dos ecossistemas dos quais fazem parte. Ações visando à conservação das espécies não seriam eficientes sem informações acerca da ecologia e biologia, bem como as percepções que as comunidades locais possuem sobre essas espécies. As interações com as populações humanas ocorrem principalmente através de emalhes acidentais durante a pesca, eventos de encalhes ou pelo valor simbólico e mágico-religioso que estes animais representam, e desta forma estas interações podem resultar em percepções positivas ou negativas. Muitos estudos sobre a percepção dos cetáceos (botos e baleias) e sirênios (peixes-boi) foram conduzidos utilizando-se como principais interlocutores os pescadores, mas poucos relatam o que as crianças e jovens em idade escolar conhecem sobre estes animais e como se relacionam com estes. O objetivo desta tese foi investigar quais os conhecimentos etnozoológicos sobre os mamíferos aquáticos entre o público discente em diferentes locais do estado do Pará, na região amazônica e registrar as principais interações entre crianças e jovens com as espécies (botos, baleias e peixes-boi) em vida livre (N=15). Utilizamos para isso métodos quantitativos e qualitativos no campo da etnozoologia entre redações (N=374), entrevistas, questionários e pranchas topográficas (N=241). Os sujeitos da investigação são estudantes de escolas públicas do ensino fundamental II sediadas na região de Abaetetuba e Mocajuba no Baixo rio Tocantins, Ilha de Marajó, Santarém (Rio Tapajós) e região metropolitana de Belém. Os resultados demonstram uma prevalência de respostas afirmativas para o conhecimento das lendas relacionadas aos botos-vermelhos (Inia sp.) (66%, N=89) quando comparadas àquelas referentes aos botos Sotalia sp. (22%, N= 29), peixes-boi (7%, N=9) e baleias (7%, N= 5%). Vale ressaltar que sentimentos de indiferença (30%) juntamente com o medo (32%) foram os mais frequentes nas falas dos discentes. Os alunos possuem conhecimentos prévios etnozoológicos sobre características morfológicas, diversidade, lendas, comportamentos e ameaças à sobrevivência dos mamíferos aquáticos. Em locais onde se vive essencialmente dos recursos pesqueiros os jovens tendem a confirmar tais detalhes e parte dos saberes advém principalmente dos familiares e da mídia televisa. Através da lenda do Boto narrada pelos estudantes nas várias regiões pesquisadas pudemos identificar as variações das narrativas de acordo com os contextos sociais e comportamentos diversos dependendo da presença ou ausência de botos nas regiões pesquisadas. Apesar de uma parcela da amostra fazer parte de área considerada urbana, a crença na lenda do Boto é vastamente difundida, desta forma contribui para que o mito se mantenha vivo no imaginário popular amazônico e comprova que a tradição oral ainda se mantém presente na população urbana. As interações entre os botos e jovens e crianças nos rios próximos às feiras de Santarém e Mocajuba demonstram que os comportamentos mais evidentes são aqueles que envolvem alimentação induzida por parte dos meninos aos cetáceos e comportamento lúdico envolvendo grupo de jovens que nadam com botos-vermelhos nos rios. Percebemos que embora os mamíferos aquáticos que ocorrem na Amazônia sejam pouco conhecidos do ponto de vista biológico ou mesmo temidos por uma parte do público discente, poderão ser bem aceitos pelos estudantes através da articulação entre os saberes populares e científicos em programas conservacionistas. Estes programas devem garantir a manutenção do conhecimento local aliado à manutenção das espécies e do ecossistema do qual fazem parte. O público sensibilizado quanto à importância da manutenção da diversidade biológica e conservação ambiental pode auxiliar na divulgação das informações sobre os mamíferos aquáticos e dessa forma contribuir para a desconstrução gradativa dos valores negativos que permeiam este grupo de animais. Esta pesquisa fornece subsídios para realização de um projeto eficiente de iniciativas de sensibilização e informação para futuros estudos sobre este tema em outros locais de ocorrência de mamíferos aquáticos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Conhecimento sobre desenvolvimento infantil: um estudo com mães em contexto de cárcere(Universidade Federal do Pará, 2017-04-06) OLIVEIRA, Marília Zara Gentil de; MAGALHÃES, Celina Maria Colino; http://lattes.cnpq.br/1695449937472051O conceito de Nicho de Desenvolvimento engloba três subsistemas: o ambiente físico e social, a psicologia dos cuidadores e as práticas de cuidado. O presente estudo objetivou analisar o contexto de cárcere à luz do modelo teórico do Nicho Desenvolvimental. Fizeram parte da amostra 16 mães custodiadas na Unidade Materno Infantil da SUSIPE localizada em Ananindeua, região metropolitana de Belém. Utilizou-se para coleta dos dados um roteiro de entrevista com finalidade de levantar informações do perfil das mães e seus bebês. As mães responderam ao Inventário de conhecimento do Desenvolvimento Infantil (KIDI), instrumento composto por 75 questões, dividido em quatro categorias: práticas de cuidado, saúde e segurança, normas e marcos do desenvolvimento e princípios do desenvolvimento. Os resultados indicaram que a maioria das mães possuíam mais de 25 anos, multíparas e de escolaridade baixa. No que concerne ao resultado da aplicação do instrumento KIDI, vê-se que as mães acertaram 62% das questões do inventário e apresentaram desempenho superior a 50% de acerto em todas as categorias avaliadas pelo instrumento, entretanto os melhores resultados foram obtidos em assertivas relacionadas a categoria Saúde e Segurança (71,87%) e princípios do desenvolvimento (64,34%). A multiparidade e o ambiente físico e social se apresentaram como variáveis significativas no nível de conhecimento. A partir dos resultados encontrados, verifica-se o quanto se faz importante conhecer este contexto enquanto um Nicho de Desenvolvimento que guarda mútua relação entre ambiente, práticas e a psicologia dos cuidadores, e que, portanto devem ser entendidos nas suas diversas dimensões. O estudo em contexto de cárcere revelou-se satisfatório, na medida em que trouxe dados importantes para a reflexão de políticas públicas no ambiente prisional, possíveis orientações para as mães acerca do desenvolvimento infantil e contribuições para o aperfeiçoamento da atuação dos profissionais na unidade.Tese Acesso aberto (Open Access) Construção e validação de um instrumento para avaliação de clima organizacional no contexto público sob uma perspectiva analítico-comportamental(Universidade Federal do Pará, 2022-08-25) BARTH, César Augusto; BARROS, Romariz da Silva; http://lattes.cnpq.br/7231331062174024; https://orcid.org/0000-0002-1306-384X; RAMOS, Camila Carvalho; http://lattes.cnpq.br/4681656913940932O clima organizacional é concebido como um conjunto de percepções, compartilhadas entre os colaboradores, sobre diferentes aspectos do ambiente organizacional. Tradicionalmente, as avaliações de clima organizacional são realizadas por meio de instrumentos compostos por perguntas que investigam diferentes fatores da organização. Embora esses instrumentos tenham a proposta de investigar a percepção compartilhada dos colaboradores acerca das características do ambiente organizacional, usualmente avaliam tanto características pessoais do colaborador como características da organização, além de opiniões e relatos de comportamentos emitidos pelo colaborador. Apesar de a avaliação de clima apresentar indicadores valiosos, podendo subsidiar decisões sobre investimentos em aspectos-chave da organização, existem problemas relacionados à maneira de captar e tratar os dados em avaliações de clima organizacional. Dessa forma, são necessárias pesquisas para aprimoramento dos métodos e instrumentos utilizados para realização das avaliações. No campo da administração pública, a inadequação dos instrumentos é ainda maior, considerando que os instrumentos são, em geral, desenvolvidos para organizações privadas. Nesse contexto, o presente estudo objetivou elaborar e validar um instrumento de avaliação de clima organizacional voltado para a administração pública. Para isso, foi realizada uma revisão das ferramentas de avaliação de clima organizacional que foram aplicadas ou desenvolvidas na última década, compilando todos os itens que compuseram esses instrumentos. Posteriormente, foi desenvolvido um instrumento para avaliação de clima organizacional para o setor público. Para isso, a construção do instrumento foi implementada por meio da formulação de itens sob uma perspectiva comportamental. Por fim, foram realizadas aplicações piloto do instrumento e os resultados foram submetidos a análises para validação do instrumento. O instrumento resultante da pesquisa foi constituído por cinco fatores, compostos por 39 indicadores. Novas pesquisas poderão aplicar o instrumento em mais organizações públicas, podendo confirmar a estabilidade da estrutura da ferramenta em organizações com diferentes características.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Conta que eu conto: percepções de crianças sobre suas experiências de acolhimento(Universidade Federal do Pará, 2014-03-19) CRUZ, Dalízia Amaral; MAGALHÃES, Celina Maria Colino; http://lattes.cnpq.br/1695449937472051O interesse em investigar os serviços de acolhimento a partir da percepção que a criança tem das dinâmicas físicas e sociais da instituição, vem ganhando visibilidade na área da Psicologia do Desenvolvimento. Este interesse fez surgir no âmbito científicoacadêmico a necessidade de se pesquisar a perspectiva da criança em acolhimento a partir da abordagem sistêmica, que considera a pessoa desenvolvente como ser ativo na sua trajetória desenvolvimental. Nesse sentido, o estudo teve como objetivo investigar as percepções de crianças sobre suas experiências de acolhimento, no contexto de atividades de “contação” de histórias. Para tanto, utilizou-se para a coleta dos dados uma entrevista semiestruturada com seis crianças de uma instituição de acolhimento, na região metropolitana de Belém. A entrevista foi realizada durante seis atividades de “contação” de histórias. Para cada dia de atividade foi elaborado um roteiro de entrevista, de modo que as perguntas fossem feitas coerentes com momentos específicos de cada história. Foram utilizados seis contos infantis: “Quando me sinto zangado”, “Os três porquinhos”, “O patinho feio”, “Onde vivem os monstros”, “Choco encontra uma mamãe” e “Todo mundo fica feliz”. As atividades foram filmadas e transcritas na íntegra, para a análise de conteúdo. Utilizou-se também um formulário de caracterização das crianças para relacionar os dados com os obtidos a partir das atividades com os contos. Os principais resultados demonstram que as crianças desconhecem os reais motivos que determinaram seu acolhimento; as educadoras são apontadas pelas crianças como as principais figuras de referência; atividades externas à instituição foram citadas pelas crianças como algo que as deixava feliz e as atividades com os contos também apareceram como algo que despertava sentimento de felicidade. O relato das crianças ainda sugere que há interação entre irmãos na instituição. Quanto a questões referentes à família, as crianças, de modo geral, eram monossilábicas, quando indagadas de forma mais direta, mas aludiam a situações familiares espontaneamente, a partir do enredo das histórias. O trabalho com os contos infantis revelou-se satisfatório, na medida em que favoreceu e facilitou a expressão das crianças sobre suas experiências na instituição de acolhimento.
