Dissertações em Geologia e Geoquímica (Mestrado) - PPGG/IG
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2604
O Mestrado Acadêmico pertence ao Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Dissertações em Geologia e Geoquímica (Mestrado) - PPGG/IG por Linha de Pesquisa "EVOLUÇÃO CRUSTAL E METALOGÊNESE"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Afinidades petrológicas e geocronologia U-Pb em zircão de ortognaisses do Complexo Gnáissico-Migmatítico Água Azul, Terreno Sapucaia, Província Carajás.(Universidade Federal do Pará, 2024-10-09) PINTO, Eliziane de Souza; OLIVEIRA, Davis Carvalho de; http://lattes.cnpq.br/0294264745783506; https://orcid.org/0000-0001-7976-0472A área de Água Azul do Norte está inserida no contexto geológico da Província Carajás, precisamente no Terreno Sapucaia conforme as recentes propostas de compartimentação tectônica apresentadas pelo Grupo de Pesquisa Petrologia de Granitoides (GPPG/UFPA). Esta região é formada por um embasamento ortognáissico mesoarqueano de afinidade TTG (Complexo Gnáissico-Migmatítico Água Azul; 2,93 Ga) associado a intrusões mesoarqueanas tardias e de assinaturas sanukitoide (Granodioritos Água Azul e Água Limpa; 2,88-2,87 Ga), sódica de alto Ba-Sr (Granodiorito Nova Canadá; 2,89-2,87 Ga) e cálcico-alcalina de alto-K (Granito Boa Sorte; 2,89-2,85 Ga). A revisão dos dados geológicos e petrográficos apontaram que a crosta TTG de Água Azul do Norte é composicionalmente heterogênea e registram fortes evidências de metamorfismo progressivo e migmatização. Sendo assim, este trabalho reclassifica este embasamento TTG como sendo formado por ortognaisses, que eventualmente apresentam variações para composições tonalíticas a quartzo dioríticas que lembram fragmentos de uma crosta mais primitiva, intensamente deformada e gnaissificada. Tais variedades apresentam bandamento composicional de direção E-W frequentemente perturbado por bandas de cisalhamento e dobras de arrasto. Considerando a classificação de migmatitos, apresentam paleossoma ortognáissico e leucossomas ricos em Qz+Pl±Bt paralelos ao bandamento (metatexito estromático) e frequentemente contornados por agregados máficos (melanossoma rico em biotita e hornblenda). Além disso, formam quatrovariedades composicionais: i) hornblenda±biotita ortognaisse tonalítico (HBTnl), ii) clinopiroxênio-hornblenda ortognaisse tonalítico (CHTnl), iii) epídoto-biotita ortognaisse quartzo diorito (EBQzD) e iv) hornblenda-biotita ortognaisse quartzo diorito (HBQzD). Apresentam uma grande proporção de minerais máficos (M’> 15%), especialmente a biotita e a hornblenda que podem ocorrer ligeiramente estiradas segundo o plano de foliação. O plagioclásio e o quartzo secundário são abundantes e ocorrem na matriz ou, no caso apenas do plagioclásio, como fenocristais, enquanto que o álcali-feldspato e o quartzo primário são praticamente insignificantes. As análises geoquímicas em rocha total apontaram que as amostras MED-120A (EBQzD) e MEP-53B (HBQzD) apresentam caráter moderadamente magnesiano, assinatura cálcico-alcalina de médio-K, relativo empobrecimento em K2O, MgO, Ba, Ni e Cr e enriquecimento em Na2O, Al2O3, TiO2, Fe2O3 e Zr, refletindo certa afinidade com associações tonalíticas-trondhjemíticas tradicionais. A presença de muitos cristais de zircão com feições ígneas preservadas nessas amostras marca a idade de cristalização do protólito em 3,06 Ga, sugerindo tratarem-se de fragmentos crustais cerca de 100 Ma mais antigos que a crosta encaixante (Complexo Ortognáissico de Água Azul). Já a MED-144 (HBTnl) exibiu caráter fortemente magnesiano, assinatura cálcico-alcalina de alto-K, alta razão K2O/Na2O e enriquecimento em MgO, Ba, Ni e Cr, muito semelhante à composição observada em sanukitoides. Os dados U-Pb obtidos para esta amostra indicaram uma idade de cristalização em 2,92 Ga, similar ao observado nos sanukitoides descritos na região de Ourilândia do Norte (Granodiorito Arraias). As demais amostras apresentaram conteúdos significativos de elementos compatíveis (e.g. Fe, Mg, Ni, Cr) e moderados de incompatíveis (e.g. K, Rb, Ba, Sr, Zr, Ti) e revelaram um comportamento intermediário entre TTGs e granitoides enriquecidos em Mg, além de forte afinidade com o Ortognaisse São Carlos (2,93 Ga) descrito no mesmo terreno. Idades U-Pb concordantes obtidas para as amostras MED-95A (HBTnl) e EDC-28B (CHTnl) apontaram para uma cristalização em 2,95-2,93 Ga contemporânea à colocação dos TTGs de Água Azul e ao Ortognaisse São Carlos. O comportamento textural do quartzo e dos minerais máficos indicam mecanismos de recristalização dinâmica de temperaturas intermediárias à altas (~500-650ºC), enquanto que a morfologia observada nos migmatitos (metatexítica estromática e leucossomas portadores de minerais hidratados) sugerem que houve baixa quantidade de melt produzido e participação de fluidos no processo de fusão parcial. Aliado a paragênese mineral (Pl+Qz+Bt±Hbl±Ep), estes fatores apontam para um protólito de composição granítica metamorfizado em condições de fácies anfibolito, sendo a migmatização fortemente contemporânea à deformação e ao pico de metamorfismo regional descrito na região de Carajás (2,89 Ga; MED-95A).Dissertação Acesso aberto (Open Access) As águas subterrâneas de Belém e adjacências: influência da Formação Pirabas e parâmetros físico-químicos para medidas de qualidade(Universidade Federal do Pará, 1996-04-08) SAUMA FILHO, Michel; LIMA, Waterloo Napoleão de; http://lattes.cnpq.br/1229104235556506Na Região Metropolitana de Belém (PA) o abastecimento de água à população é proveniente de mananciais (área fisiográfica do Utinga) e de uma rede de poços tubulares posicionais, em geral, em zonas urbanas mais afastadas ou onde o bombeamento é precário. Este trabalho avalia as águas subterrâneas utilizadas na Região Metropolitana de Belém, correlacionando dados de parâmetros físicos, físico-químicos e químicos, na tentativa de compor um quadro compreensível sobre a qualidade dessas águas, e verificar a influência que sofrem das unidades geológicas nas quais estão situados os aquíferos que as preservam. Para a execução dos trabalhos, procedeu-se a coleta de amostras de água em dois períodos sazonais diferentes: de estiagem e chuvoso. Após exaustiva consulta aos arquivos de empresas, instituições e de pesquisadores, foram selecionados 17 poços tubulares, sendo 9 em Belém, 5 em Icoaraci, 2 em Mosqueiro e 1 em Ananindeua (Anexo A). Os índices mais frequentes de turbidez situaram-se entre 9 e 14 unidades (ppm de SiO2), mas alguns poços apresentaram valores mais elevados (33, 41 e 71 ppm de SiO2. Somente em alguns casos, essa turbidez pode ser imediatamente correlacionada com o teor de sílica obtidos por análise química. As medidas de cor mais frequentes se encontram no intervalo de zero a 7,5 U.C., predominando o índice zero. No entanto, alguns poços apresentaram valor acima de 100 U.C. e outros, menos frequentes, com índices variando entre 20 e 60 U.C. Constituíram-se parâmetros bastante diferenciados o pH e a condutividade elétrica. Assim, foram verificados os índices mais elevados de pH e de condutividade elétrica nos aquíferos da Formação Pirabas. Nesses casos, o pH se apresentou em torno de 6,4 a 7,6 e a condutividade entre 231 e 362 µS/cm, com uma descontinuidade em 87,5 µS/cm, também atribuída a um poço associado à supracitada Formação. Águas mais ácidas (pH abaixo de 6,38 e acima de 4,01) são, certamente, atribuídas aos aquíferos do Grupo Barreiras e Pós-Barreiras. Os constituintes químicos, notadamente os teores de Ca2+, Mg2+, Na+ e K+, são condizentes com a interpretação dos valores numéricos de pH e condutividade elétrica. Sem exceção, as concentrações de Ca2+ são superiores às dos demais cátions, estabelecendo-se uma ordem decrescente segundo Ca2+> Mg2+> Na+>K+, com alguma inversão entre Na+ e Mg2+. As concentrações mais elevadas de Ca2+ (logo seguidas pelas de Mg2+) são resultantes da dissolução de carbonatos presentes no calcário Pirabas. Aliás, confirmando esta assertiva, também as concentrações de HCO-3 são bem mais elevadas dos que as concentrações de Cl- e SO2-4. É de se esperar, portanto, que a dissolução de sedimentos Pirabas produzem concentrações mais elevadas de Ca2+ e HCO-3. Os teores de sílica e ferro também discriminam tais águas. Em geral, os teores mais elevados de sílica correspondem às maiores profundidades, como, aliás, seria de se esperar, levando-se em conta a ação do intemperismo químico em minerais de silicato. Quanto ao ferro, este constitui um parâmetro diferenciador das águas da Formação Pirabas, quase sempre em teores bem mais baixos do que os valores correspondentes associados aos aquíferos Barreiras e Pós-Barreiras, havendo, no entanto, exceções, nas quais se registraram índices apreciáveis de ferro relacionado aos sedimentos Pirabas. Saliente-se que a Formação Pirabas aparece na Região Metropolitana de Belém quase sempre às profundidades maiores do que 100 m, havendo registro, no entanto, de profundidades menores, mas são situações, aparentemente, mais raras, como são os casos do poço número 3, no Campus Universitário, às proximidades do rio Guamá, com 76 m de profundidade, e o poço de 94 m do Museu Paraense Emílio Goeldi, em zona central da cidade (Anexo A). A exaustiva consulta aos já mencionados arquivos de instituições, empresas e pesquisadores levou à constatação de que muitos poços tubulares instalados na zona urbana aproveitam águas associadas aos aquíferos Barreiras e Pós-Barreiras, onde os valores de pH são quase sempre, abaixo de 6 unidades, e as medidas de condutividade elétrica raramente atingem 100 µS/cm. Constata-se, finalmente, que há necessidade de maiores investimentos no sentido de aumentar a prospecção e a utilização de águas subterrâneas na região, pois estas, além de dispensarem tratamento prévio à distribuição, ainda são uma fonte de recursos, não dimensionados, mas de grande potencial.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Assinatura geoquímica do ouro na Província Mineral do Tapajós, Cráton Amazônico: o exemplo dos depósitos São Jorge e São Chico(Universidade Federal do Pará, 2025-06-19) GOMES, Iolanda Clara do Carmo; LIMA, Rafael Guimarães Corrêa; http://lattes.cnpq.br/6751523860876497; LAMARÃO, Claudio Nery; http://lattes.cnpq.br/6973820663339281; https://orcid.org/0000-0002-0672-3977O ouro é um elemento nativo de grande importância econômica, e a determinação da assinatura geoquímica e isotópica deste minério, explorado e explotado nas principais províncias minerais do Brasil, tem se tornado uma ferramenta valiosa, não só para fins de prospecção mineral, mas também para auxiliar no controle da sua origem e circulação. Este trabalho tem como objetivos caracterizar e comparar a composição química do ouro de dois depósitos, por meio de espectrometria de dispersão de energia acoplada ao microscópio eletrônico de varredura (MEV-EDS) e avaliar a viabilidade na distinção de origem em nível local e regional, além de discutir os fatores que controlam a distribuição de elementos no ouro nativo. Os depósitos São Jorge e São Chico são depósitos de ouro localizados na porção leste da Província Mineral do Tapajós e alinhados ao longo do Lineamento Tocantinzinho (WNWESE). A mineralização do depósito São Jorge consiste em uma paragênese formada por ouro + pirita + calcopirita ± esfalerita e, raramente, galena, na qual, o ouro ocorre em duas gerações com composições distintas, contida em veios de quartzo ou de forma disseminada nas rochas mais hidrotermalizadas. O ouro deste depósito tem como principal mineral hospedeiro a pirita, ocorrendo na forma de inclusões com altos teores de Au (84,27 – 91,02%), e preenchendo fraturas em pirita com uma composição mais rica em Ag (7,86 – 15,72%). As diferenças geoquímicas e texturais indicam que houve pelo menos dois eventos distintos de mineralização. Já a mineralização do depósito São Chico consiste em uma paragênese formada por ouro + pirita + galena + esfalerita ± calcopirita, contida em sistemas de veios de quartzo sulfetados e polimetálicos, na qual o ouro ocorre como electrum. O ouro deste depósito tem como principal mineral hospedeiro a galena, cujas relações texturais entre esses dois minerais sugerem precipitação simultânea em condições de baixas temperaturas. Além disso, o ouro deste depósito também ocorre associado à calcopirita e esfalerita, cuja relação é também evidenciada em sua composição química, que apresenta maiores teores médios de Cu (0,44%) e Zn (0,42%), respectivamente. A análise de componentes principais (PCA) identificou Ag, Fe e Te como os elementos com maiores potenciais de discriminação do ouro entre esses dois depósitos, haja vista que o ouro do depósito São Jorge apresenta uma assinatura geoquímica com altos teores de Au (73,82 – 91,02%), Fe (0,54 –6,21%) e Te (0,37 – 3,61%) em comparação com o ouro do depósito São Chico que apresenta uma assinatura com maiores concentrações de Ag (29,82 – 51,42%).Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização mineralógica com espectroscopia de reflectância por infravermelho (SWIR): exemplo do Complexo máficocarbonatítico Santana, sul do Cráton Amazônico(Universidade Federal do Pará, 2021-09-21) COSTA, Jhoseph Ricardo Costa e; FERNANDES, Carlos Marcello Dias; http://lattes.cnpq.br/0614680098407362; https://orcid.org/0000-0001-5799-2694No limite dos estados do Pará e Mato Grosso, contexto do Cráton Amazônico, município de Santana do Araguaia (PA), ocorre um vulcano-plutonismo denominado Complexo máfico-carbonatítico Santana. Esse conjunto hospeda o depósito de fosfato Serra da Capivara. É formado por um membro inferior máfico-ultramáfico com litofácies plutonovulcânica com piroxenito, ijolito, apatitito e basalto alcalino. Litofácies autoclástica contém depósitos mal selecionados de brecha polimítica maciça, lapilli-tufo, tufo de cristais e tufo de cinzas. Rocha epiclásticas vulcanogênicas cobrem essas litofácies. O membro superior carbonatítico contém litofácies plutônica com calcita-carbonatito grosso (sövito). Esse litotipo é seccionado por veios de carbonatito com alterações carbonática e apatítica pervasivas. Ocorre associado a teste membro subordinado apatitito grosso que representa o protominério do depósito. Litofácies vulcânica efusiva revela calcita-carbonatito fino (alviquito) com texturas variando de porfirítica, equigranular a afanítica. Completa este membro uma litofácies mal selecionada de tufo de cristais, lapilli-tufo e brecha polimítica maciça. Stocks e diques sieníticos invadem o conjunto. O complexo é interpretado como uma caldeira vulcânica na qual ocorrem amplas zonas de alterações hidrotermais representadas por rochas carbonatíticas de colorações avermelhada, vermelho amarronzado e amarelado, com paragênese barita + fluorapatita + calcita + dolomita ± quartzo ± rutilo ± calcopirita ± pirita ± monazita ± magnetita ± hematita. A aplicação de espectroscopia por infravermelho de ondas curtas (SWIR) revelou as características químicas e sua importância na cristalinidade de grande parte desses minerais hidrotermais, tais como radicais (OH- e CO3), molécula de H2O e ligações cátion-OH como Al-OH, Mg-OH e Fe-OH. As principais fases minerais identificadas foram dolomita, calcita, serpentina, clorita, muscovita com baixo, médio e alto alumínio, montmorillonita (Ca e Na), illita, nontronita (Na0.3Fe2((Si,Al)4O10)(OH)2·nH2O) e epídoto. Os dados mostraram um controle por temperatura, composição do fluido e relação fluído/rocha durante a evolução do Complexo máfico-carbonatítico Santana. Essa técnica exploratória de baixo custo, que pode ser aplicada em amostras de mão ou furos de sondagem em larga escala, é promissora na caracterização de centros vulcano-plutônicos em regiões submetidas a condições de intemperismo severo, além de auxiliar a elaboração de modelos para a prospecção de depósitos minerais de Elementos Terras Raras (ex. Nd, La) associados a complexos alcalino-carbonatíticos. Esta ferramenta pode ainda ser combinada com algoritmos de inteligência artificial para resultados mais robustos e rápidos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Desenvolvimento de uma metodologia para análise química de inclusões silicáticas em cristais de quartzo: estudo de caso em granitos estaníferos da Mina Pitinga (AM)(Universidade Federal do Pará, 2021-05-02) SANTOS, Gabrielle Cristine Silva dos; BORGES, Régis Munhoz Krás; http://lattes.cnpq.br/4220176741850416; https://orcid.org/0000-0002-0403-0974Inclusões silicáticas (melt inclusions) são pequenas gotas de fusões silicáticas aprisionadas em diferentes minerais magmáticos durante seu crescimento, e podem ser encontradas tanto em rochas vulcânicas quanto plutônicas. Facilmente identificadas em rochas vulcânicas, uma das maiores dificuldades no estudo dessas inclusões em rochas plutônicas é a sua identificação, pois, após o seu aprisionamento, sua evolução resulta em cristalização total ou parcial. Com base na literatura internacional, elas fornecem importantes informações sobre a origem, natureza dos magmas e sua evolução petrológica. Além disso, a detecção de metais nas inclusões é uma evidência geológica direta da associação genética desses elementos com os líquidos magmáticos (fonte) e de importância vital no estudo de depósitos ortomagmáticos ou hidrotermais. As técnicas de estudo de inclusões silicáticas para fins petrológicos e metalogenéticos têm evoluído muito rapidamente nas últimas quatro décadas, mas é uma metodologia que ainda não foi implantada no Brasil, tanto pela ausência de laboratórios com equipamentos adequados, quanto pela inexistência de grupos de pesquisa engajados nessa linha de pesquisa. Recentemente, foram desenvolvidos estudos pioneiros no CDTN (Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear), em Belo Horizonte (MG), com amostras de granitos estaníferos da mina Pitinga (AM), por meio de ensaios microtermométricos de alta temperatura e análises químicas de elementos-traço por LA-ICP-MS, em inclusões silicáticas hospedadas em cristais de quartzo desses granitos. No entanto, os ensaios foram realizados em lâminas bipolidas das rochas, o que inviabilizou a análise química de elementos maiores por microssonda eletrônica, uma vez que as inclusões se encontravam muito profundas nos cristais de quartzo, e qualquer tentativa de polimento para expor as inclusões inutilizaria as amostras. Com base nessa experiência preliminar, e tendo como objetivo central, este trabalho desenvolveu uma técnica de preparação de concentrados de cristais de quartzo contendo inclusões silicáticas, utilizando as mesmas amostras de granitos estaníferos da mina Pitinga (AM), representantes das fácies mais tardias do plúton Madeira, denominadas feldspato alcalino-granito hipersolvus porfirítico e albita-granito de núcleo. Assim, os trabalhos desenvolvidos no Laboratório de Inclusões Fluidas, com o apoio imprescindível da Oficina de Laminação, do Laboratório de Análises Químicas e do Laboratório de Microanálises do Instituto de Geociências da UFPA, permitiram que a pesquisa estabelecesse uma rotina envolvendo as seguintes etapas: estudos petrográficos de detalhe; britagem e moagem de amostras; separação granulométrica; preparação de concentrados de cristais de quartzo; experimentos de aquecimento e resfriamento em forno mufla; seleção de cristais com inclusões adequadas; montagem dos cristais em moldes com resina epóxi e posterior polimento; monitoramento e imageamento das inclusões através de MEV; análises químicas por EDS e, finalmente, análises químicas de elementos maiores (WDS) por microssonda eletrônica. Os dados microanalíticos (elementos maiores) obtidos especialmente naquelas inclusões silicáticas contendo duas ou mais fases sólidas (vidro, glóbulos esféricos), demonstraram que a técnica de preparação proporcionou uma boa exposição das inclusões. Dessa forma, a metodologia desenvolvida neste trabalho é relevante para o estudo de inclusões silicáticas e pode ser aplicada para a preparação de concentrados de qualquer mineral magmático transparente (quartzo, olivina, piroxênio, plagioclásio, etc.), hospedeiro de inclusões silicáticas, e que podem ser analisadas por quaisquer das técnicas microanalíticas tradicionais (microssonda eletrônica, LA-ICPMS, espectroscopia Raman, MEV, etc.).Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo geoquímico e isotópico (U-Pb/Lu-Hf) de novas ocorrências de granitos tipo-A no Domínio Carajás.(Universidade Federal do Pará, 2023-04-18) AFONSO, Jully Mylli Lopes; OLIVEIRA, Davis Carvalho de; http://lattes.cnpq.br/0294264745783506; https://orcid.org/0000-0001-7976-0472A Província Carajás foi palco de um evento magmático extensivo, marcado por intrusões graníticas anorogênicas e diques associados. O mapeamento geológico realizado na porção central do Domínio Canaã dos Carajás, permitiu a individualização de dois novos stocks graníticos anorogênicos. Esses granitos ocorrem como stocks de forma subcircular, isotrópicos, como intrusões em rochas graníticas arqueanas da Suíte Vila União e Granito Cruzadão. São classificados como monzogranitos e divididos em fácies biotita monzogranito equigranular (BMzGE) e biotita monzogranito porfirítico (BMzGP), apresentam aspecto de granitos evoluídos, onde a biotita é o principal mineral ferromagnesiano e estão frequentemente associadas à fluorita, além de allanita, zircão, apatita e epidoto. São metaluminosos a peraluminosos, com elevado conteúdo de HFSE ferroso com caráter reduzido a levemente oxidado. Quando comparados aos demais granitos tipo-A da Província Carajás, esses granitos demonstram contrastes significativos com as Suítes Jamon e Velho Guilherme e são similares ao observado para a Suíte Serra dos Carajás e, por consequência, ao Granito Gogó da Onça. Dados geocronológicos de U-Pb em zircão mostraram que a idade de cristalização desses granitos é de ~1893 ± 13 Ma, e associados aos dados isotópicos de Lu-Hf indicam fontes crustais para essas rochas, com valores ƐHf fortemente negativos variando entre -14 a -17 e TDM entre 3,38 Ga a 3,57 Ga, apontando alto tempo de residência crustal. Dados de modelagem geoquímica sugerem que tais granitos foram gerados a partir de fusão parcial de rochas tonalíticas de composição análoga ao do Tonalito Arco Verde e/ou Tonalito Caracol do Domínio Rio Maria. Tais resultados são compatíveis com a hipótese de que estes granitos foram gerados do retrabalhamento de granitoides mesoarqueanos e colocados em crosta rasa em 1,89 Ga.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo sedimentológico da Formação Pimenteira (Devoniano) na borda sudoeste da bacia do Parnaíba (TO)(Universidade Federal do Pará, 1998-04-15) SILVA, Valter Fernandes; CAPUTO, Mário Vicente; http://lattes.cnpq.br/1028384858323270A parte da Formação Pimenteira estudada ocorre na porção sudoeste da Bacia do Parnaíba, na região entre as cidades de Paraíso, Miranorte, Miracema, Tocantinea, Pedro Afonso e Itacajás no Estado do Tocantins. Essa formação é considerada como sendo depositada em um trato de sistema de mar transgressivo de idade Devoniano Médio e Superior (Givetiano ao Fameniano). Na área em palco os estudos das fáceis possibilitaram individualizar três associações de fácies denominadas aqui de A, B e C que foram depositadas em uma plataforma marinha rasa durante o nível de mar transgressivo, nível de mar regressivo e nível de mar alto, respectivamente. Estas associações de fácies foram interpretadas como produto dos seguintes ambientes deposicionais: 1) PLATAFORMA MARINHA DE LAMMA (associação de fácies A) representada pelas F1 (fácies folhelho laminado), Alp (arenito com laminação plano-paralela e Aab (arenito intercalado a argilitos com bolsões de areia) onde a deposição se deu, principalmente, a partir de sedimentos finos em suspensão (pelitos) intercalados a arenitos finos a muito finos (psamitos) depositados sob a influência de fluxo oscilatório e tratativo originados por ondas; 2) GLACIOMARINHO PROXIMAL com CANAL SUBGLACIAL, associado (associação de fácies B), representada pelas fácies Dmm (diamictito maciço), Acf (arenito com clásto fluidizado), F1 (folhelho laminado), Pgm (paraconglomerado grosso maciço), Pfm (paraconglomerado fino maciço) e Agm (arenito grosso maciço), foram depositadas a partir de geleiras, com canais subglacias associados, jangadas de gelo e/ou icebergs que se deslocaram do continente, flutuaram no mar, liberando água de derretimento trazendo uma grande quantidade de sedimentos finos e grosseiros, formando à frente da galeria uma pluma carregada de sedimentos em suspensão. Com o decréscimo da energia, ocorrem deposição de extensos lençois de lama, com seixos e cascalhos, dispersos, sendo liberados das jangadas de gelo e/ou icebergs, a medida que vão derretendo. A fácies F1, Pgm, Pfm e Agm representam um depósito de barras remanescente de um canal subglacial. Os canais subglaciais descarregam sedimentos grossos na frente da geleira que podem ser transportados para mais além por correntes de turbidez formando depósitos lenticulares ou acamadados intercalados aos diamictitos; 3) PLATAFORMA MARINHA RASA SOB AÇÃO DE ONDAS DE TEMPESTADES (associação de fácies C) representada pelas fácies F-A1 (folhelho-arenito laminado), F1-S (folhelho laminado irtercalado a siltitos), Aco (arenito com estratificação cruzada ondulada truncada por onda), Ap (arenito com estratificação plano-pararela), Apt (arenito com estratificação plano-paralela e cruzada tabular), Acot (arenito com estratificação cruzada ondulada truncada por onda e tangencial), Ach (arenito com estratificação cruzada hamocky), Aptb (arenito com estratificação plano-paralela e cruzada tabular bioturbado), Apmo (arenito com estratificação plano-paralela e marcas onduladas), Amg (arenito maciço com grânulos e seixos dispersos) e Pm (paraconglomerado maciço). Os depósitos são característicos de barras de plataforma com estruturas hummocky dominante, atestando a ação de ondas de tempestades, encobertas por extensas camadas de folhelhos marinhos depositados durante a fase de bom tempo. Essa associação de fácies predomina na porção superior da Formação Pimenteira passando gradativamente para os arenitos e diamictitos deformados da Formação Cabeças a leste da cidade de Pedro Afonso.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Geoquímica e geocronologia U-Pb shrimp dos granitóides TTG da área de Ourilândia-Tucumã, Província Carajás-SE do cráton amazônico.(Universidade Federal do Pará, 2023-11-17) REIS, Yury Haresson da Costa; OLIVEIRA, Davis Carvalho deAs rochas que constituem a crosta TTG da área ao norte de Ourilândia do Norte – Tucumã são de composição dominantemente tonalítica, com trondhjemitos e granodioritos subordinados, e mostram fortes afinidades petrográficas e geoquímicas com as demais ocorrências da Província Carajás. Tais granitoides foram individualizados a partir do que era definido como domínio de ocorrência das rochas indiferenciadas do Complexo Xingu, cujo padrão estrutural é marcado por uma foliação E-W com inflexões para NNE-SSE e N-S, o que sugere uma tendência de distribuição concêntrica da foliação. A idade de cristalização U-Pb em zircão obtida na variedade tonalítica foi de 3,00 Ga. Os trondhjemitos são dominantemente peraluminosos e apresentam maior razão Na2O/K2O comparados aos tonalitos deste estudo. Os TTGs deste estudo foram ser distinguidos em dois grupos: (i) TTG de baixo-ETRP com altas razões (La/Yb)N e Sr/Y, e (ii) TTG de alto-ETRP, com baixas razões (La/Yb)N e Sr/Y. A origem do grupo de baixo-ETRP está relacionada à fusão parcial em mais alta pressão (até 1,5 GPa) de uma fonte anfibolítica/eclogítica na zona de estabilidade da granada, enquanto o grupo de alto ETRP sugere fusão parcial de uma crosta metabasáltica em mais baixa pressão (~1,0 GPa), com ausência ou pouca influência da granada no resíduo. O arqueano é marcado pela formação de espessas sequências de greenstone e plútons TTG, formando estruturas em domos e quilhas em alguns crátons, como aquelas relatadas nos crátons leste de Pilbara (Austrália) e Dharwar (Índia). No modelo adotado para a área de Ourilândia-Tucumã, a geração dos primeiros estágios de magma TTG na Província Carajás teve como fonte metabasaltos da sequência greenstones belts do Grupo Tucumã-Gradaús, em um cenário que envolve a fusão parcial da base de uma protocrosta oceânica máfica espessada (litosfera primitiva) a partir da interação entre correntes convectivas do manto astenosférico, gerando melt TTG de alto-ETRP. Neste contexto, formaram-se gotejamentos crustais dispersos sob condições de pressão e temperatura crescentes, onde a fusão parcial do metabasalto no interior dos gotejamentos produziu melts félsicos que invadiram a crosta sobrejacente para formar TTG de baixo-ETRP.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Metalogênese do depósito aurífero Volta Grande, Domínio Bacajá (PA), Cráton Amazônico: aplicação de espectroscopia de infravermelho VNIR-SWIR.(Universidade Federal do Pará, 2024-02-27) PARESQUI, Brenda Gomes Silva; FERNANDES, Carlos Marcello Dias; http://lattes.cnpq.br/0614680098407362; https://orcid.org/0000-0001-5799-2694O depósito aurífero de classe mundial Volta Grande contém reservas medidas de ~6,0 Moz a 1,02 g/t, divididas nos blocos exploratórios norte e sul. Está inserido no contexto geológico do Domínio Bacajá e que foi afetado pelo Ciclo Transamazônico (2,26–1,95 Ga). Parte da mineralização é hospedada em um conjunto de gnaisses e granitoides milonitizados em fácies anfibolito de médio a alto grau metamórfico que são atribuídos ao Grupo Três Palmeiras (2,36 Ga). Pesquisas recentes no bloco norte revelaram a presença de vulcânicas e plutônicas tardias, com textura isotrópica e composições intermediária a félsica, que hospedam ouro disseminado em diversos tipos e estilos de alteração hidrotermal, bem como em vênulas e veios de quartzo e carbonato (±sulfetos). Assim, esta Dissertação de Mestrado representa a continuidade das pesquisas no bloco norte deste repositório com a aplicação da técnica de espectroscopia de infravermelho VNIR–SWIR (visible-near e short-wave infrared). Esta ferramenta ajuda a explicar com detalhe a configuração do sistema hidrotermal contribuindo para uma melhor compreensão da gênese do depósito. A mineralogia observada por espectroscopia nas rochas metamórficas confirma a ocorrência de alterações hidrotermais dos tipos potássica, propilítica, argílica intermediária, carbonática pervasiva e argílica avançada. Esta última ocorre associada a altos teores de ouro e alunita, mineral indicativo de sistemas epitermais de alta sulfidação. Por sua vez, o conjunto de rochas vulcânicas e plutônicas isotrópico apresenta alterações hidrotermais mais desenvolvidas, intensas e de maior volume. Revelam maior diversificação de minerais hidrotermais, onde a jarosita é o principal indicativo de alteração argílica avançada que também condiz com mineralizações epitermais de alta sulfidação. Além disso, o comparecimento de rodocrosita, pyroxmangita e galena, principalmente relacionada a rochas vulcânicas de composições andesítica e dacítica, indicam a ocorrência de sistema epitermal de intermediária sulfidação. As feições geológicas presentes na região e as alterações hidrotermais, em especial da alteração propilítica nas rochas com allanita, argilominerais, montmorillonita e zeólitas retratam uma típica subzona de epídoto de uma alteração propilítica de baixa temperatura que se relacionam geneticamente às intrusões de média profundidade onde figuram stocks de pórfiro hidratados. Desta forma, o depósito aurífero Volta Grande revela características compatíveis com sistemas mineralizantes dos tipos pórfiro e epitermal de metais preciosos e de base, já identificados em outras regiões do Cráton Amazônico. A ocorrência de condições de alta sulfidação a noroeste deste depósito, bem como daquelas de intermediária sulfidação a sudeste, apontam para um ambiente transicional. O método de espectroscopia VNIR-SWIR representa uma importante ferramenta que identifica e caracteriza minerais hidrotermais de forma rápida e eficiente, bem como os diferenciam daqueles intempéricos. Em geral, ela se torna um significativo guia prospectivo ao analisar com robustez minerais de difícil reconhecimento por outros métodos como microscópio óptico convencional ou microscópio eletrônico de varredura (MEV). Os resultados aqui apresentados representam uma contribuição em especial ao conhecimento geológico e metalogenético do Domínio Bacajá, bem como ao Cráton Amazônico como um todo, apontando potencialidades para identificação de depósitos economicamente viáveis de metais preciosos e de base associados à sistemas vulcânicos e plutônicos que ocorrem em uma vasta área deste domínio.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Morfologia e composição de rutilo como guia prospectivo para depósitos de Au: o exemplo do depósito São Jorge, Província Mineral do Tapajós(Universidade Federal do Pará, 2025-03-18) MEDEIROS, Marcos Flávio Costa; LAMARÃO, Claudio Nery; http://lattes.cnpq.br/6973820663339281; https://orcid.org/0000-0002-0672-3977A Província Mineral do Tapajós (PMT), inserida no contexto da província geocronológica Tapajós-Parima ou Ventuari-Tapajós, é reconhecida como a maior província aurífera do Brasil. O Granito São Jorge Jovem (GSJJ), situado a leste da PMT em uma área fortemente fraturada e hidrotermalizada, é o hospedeiro da mineralização aurífera. O GSJJ exibe filiação cálcioalcalina rica em K, composto por rochas de composição monzograníticas e leucomonzograníticas, com anfibólio e biotita como principais minerais máficos. Datação PbPb em zircão em leucomonzogranitos revelou uma idade de cristalização de 1891±3 Ma. Os polimorfos de TiO2são fases acessórias comuns em diversos tipos de rochas. Na natureza ocorrem como três principais polimorfos: anatásio e brookita, como representantes de baixas temperaturas e pressões, e rutilo, em média a alta e ultra alta pressões e temperaturas. Desses, o rutilo é o polimorfo mais comum na crosta terrestre. As amostras e lâminas polidas utilizadas nesta pesquisa são oriundas de furos de sondagem realizados pela empresa Rio Tinto Desenvolvimento Minerais (RTZ) no GSJJ. Os polimorfos de TiO2são representados por finos (10-100μm) cristais anédricos inclusos ou no entorno de biotitas. As amostras da zona mineralizada apresentam alteração hidrotermal variada, com rochas no estágio de alteração propilítica e fílica. Os polimorfos de TiO2 formam agregados aciculares ou com textura esqueletal, substituindo predominantemente a titanita. Análises pontuais de microssonda eletrônica realizadas em cristais individuais e em agregados de cristais de rutilo indicaram variações composicionais marcantes, principalmente em relação aos conteúdos de Nb, Al, Zr, V e W. Cristais de rutilo da zona estéril (ZE) mostraram maior enriquecimento em Nb (> 5.000 ppm) em relação aos cristais da zona mineralizada (ZM; dominantemente < 3.000 ppm). Cristais de rutilo da ZM mostram um trend de enriquecimento em Al e V. Cristais da ZE por vezes exibem enriquecimento em Fe, porém sempre acompanhados com teores consideráveis de Nb. Os cristais da ZM exibem trend de enriquecimento em W, V e Sb, e sempre empobrecidos em Nb. Análises em rutilo demonstram que sua composição química pode ser usada para discriminar rochas mineralizadas de outros tipos de rochas não mineralizadas. Os resultados indicam que a composição de elementos traço do rutilo, principalmente o V, em combinação com outros elementos, como Al, Zr, Sb, W oferecem as melhores indicações de mineralização em depósitos de ouro.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Petrografia e geoquímica do Granito Manda Saia, Província Carajás.(Universidade Federal do Pará, 2020-09-09) SANTOS, Marcelo Reis; OLIVEIRA, Davis Carvalho de; http://lattes.cnpq.br/0294264745783506; 0294264745783506O Granito Manda Saia está localizado a sudeste da cidade de Xinguara e é representado por dois stocks semicirculares separados pelo embasamento mesoarqueano do Domínio Rio Maria. Esses corpos seccionam na porção norte, os granitoides mesoarqueanos do tipo TTG e o Granodiorito Rio Maria, e nas suas porções sul, leste e oeste os metabasaltos da sequência greenstone belt do Grupo Babaçu. É formado por rochas de aspecto isotrópico, de coloração rosa acinzentada e de monótona variação textural. São rochas hololeucocráticas de textura heterogranular média a grossa, e por vezes porfiríticas. Seus conteúdos médios de quartzo e das razões plagioclásio/microclina permitem que estas rochas sejam classificadas como monzo- e sienogranitos. A biotita é o principal mineral ferromagnesiano e o anfibólio é raro e intersticial. Os minerais secundários são argilominerais, sericita, muscovita, fluorita e clorita. O Granito Manda Saia é formado por rochas peraluminosas as quais apresentam um intervalo restrito e elevado de SiO2 (74,80 e 77,70 %), altas razões Fe/(Fe+Mg) e enriquecimento de ETR leves e pesados com anomalia negativa de Eu moderada. O plúton pode ser classificado como um granito tipo-A ferroso com certas afinidades com os tipos reduzidos e aqueles mais evoluídos dos granitos oxidados da Província Carajás. A ocorrência de anfibólio intersticial aproxima o Granito Manda Saia dos corpos da Suíte Velho Guilherme, e por outro lado, a ocorrência frequente de magnetita aliado aos aspectos composicionais de suas rochas, também mostra que o Granito Manda Saia (GMS) é a fim das fácies leucograníticas dos granitos oxidados da Suíte Jamon. A colocação do Granito Manda Saia está ligada a uma tectônica extensional e o transporte de magma que resultou na colocação dos plútons em níveis crustais rasos (~1,0 ± 0,5 kbar) é dada através de um sistema de alimentação por diques.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Petrografia e mineralogia das alterações hidrotermais associadas ao bloco Sul do depósito aurífero Volta Grande do Xingu, Domínio Bacajá (PA), Cráton Amazônico(Universidade Federal do Pará, 2025-04-22) PINTO, BRENDA THAYS BARROS; FERNADES, Carlos Marcello Dias; http://lattes.cnpq.br/0614680098407362; https://orcid.org/0000-0001-5799-2694O depósito aurífero de classe mundial Volta Grande, Domínio Bacajá, contém reservas medidas de ~6,0 Moz a 1,02 g/t, dividida nos blocos exploratórios norte e sul. Historicamente, essa mineralização tem sido classificada como do tipo orogênica (lode-type) e está hospedada em um conjunto de granitoides milonitizados em fácies anfibolito de médio a alto grau metamórfico atribuídos ao Grupo Três Palmeiras (2,41 Ga) e ao Granodiorito Oca (2,16 Ga). Entretanto, pesquisas recentes nas rochas do bloco norte do depósito atestaram a presença de uma sequência vulcânica tardia com importante mineralização aurífera. Buscando contribuir com a sua modelagem metalogenética, esta Dissertação de Mestrado teve como foco o bloco sul, envolvendo descrições petrográficas mesoscópicas e microscópicas e aplicação de espectroscopia de reflectância VNIR–SWIR em testemunhos de sondagem dos alvos Pequi, Grande e Itatá. Os resultados obtidos envolvem a petrografia de rochas metamórficas, dadas por anfibolito e granodiorito milonítico, e um conjunto de rochas vulcânicas e plutônicas isotrópicas associado. A compilação dos dados revelou paragêneses minerais referentes a processos metamórficos e magmáticos-hidrotermais. As paragêneses metamórficas denotam metamorfismos regional e dinâmico-termal e superposição moderada de alterações hidrotermais típicas de sistemas epitermais, associadas à colocação do conjunto de rochas isotrópicas. Nas rochas isotrópicas ocorre a superposição de alterações hidrotermais e mineralização aurífera possivelmente dos tipos epitermal intermediate- e high-sulfidation geneticamente vinculadas a sistemas magmático-hidrotermais, com alterações carbonática em zona de boiling e argílica avançada. A integração dos dados do bloco sul mostra que, a exemplo do bloco norte, ocorrem ao menos dois eventos mineralizantes de ouro geneticamente distintos que potencializaram o teor e tonelagem do depósito Volta Grande, representando assim um novo modelo prospectivo para o Domínio Bacajá.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Petrografia, alterações hidrotermais e eventos mineralizantes do Bloco Norte do depósito aurífero Volta Grande, Domínio Bacajá (PA), Cráton Amazônico(Universidade Federal do Pará, 2021-09-22) SOUZA, Hugo Paiva Tavares de; VASQUEZ, Marcelo Lacerda; http://lattes.cnpq.br/4703483544858128; https://orcid.org/0000-0003-2729-9404; FERNANDES, Carlos Marcello Dias; http://lattes.cnpq.br/0614680098407362; https://orcid.org/0000-0001-5799-2694A região sudeste do Cráton Amazônico tem sido alvo de vários programas de pesquisa mineral ao longo dos últimos anos, que recentemente levaram à identificação do depósito de ouro de classe mundial Volta Grande, com reservas de ~3,8 Moz a 1,02 g/t, o que propicia expectativa de 17 anos de operação. O depósito se localiza no município de Senador José Porfírio no Pará e está hospedado em granitoides riacianos (2,15 Ga) que ocorrem associados à sequência vulcano-sedimentar sideriana (2,45 Ga) do Grupo Três Palmeiras. Estas unidades se situam no Domínio Bacajá, formado por cinturões de rochas para- e ortoderivadas de alto grau e supracrustais tipo greenstone belt com protólitos arqueanos a siderianos, retrabalhados durante as orogêneses do Ciclo Transamazônico (2,26–2,06 Ga). Granitoides e charnockitos seccionaram esse pacote no Riaciano. Parte da mineralização em Volta Grande é hospedada em granitoides metamorfisados em condições de médio a alto grau. Os indicadores cinemáticos locais sugerem um cavalgamento do greenstone belt em relação às rochas intrusivas. Descrições petrográficas realizadas neste trabalho revelaram: 1) granodiorito milonítico de cor cinza a esverdeado, com intensa deformação dos principais minerais que os constituem, tais como quartzo, biotita e feldspatos. A textura nesse litotipo é predominantemente porfiroclástica. A foliação metamórfica principal (S1) é definida por biotita e anfibólio, bem como revela veios e vênulas de quartzo concordantes. Os maiores teores de ouro estão distribuídos em zonas de fácies anfibolito superior. Nessas, o minério ocorre principalmente como grãos isolados em vênulas e veios centimétricos de quartzo associados à alteração carbonática pervasiva que foi síncrona ao metamorfismo dinâmico, bem como em estilo fissural. Parte do ouro também está associada a baixo teor de sulfetos disseminados nos veios e rocha encaixante; 2) As rochas metamáficas compreendem anfibolito e andesito foliados de cor verde-cinza escuro, granulação fina a média, e textura nematoblástica. Clorita, calcita, sericita e minerais opacos são as principais fases secundárias. Essas relações são compatíveis com sistemas de ouro do tipo orogênico (lode-type), comumente desenvolvido na transição entre as fácies metamórficas xisto verde e anfibolito. Fluxos de lava e diques de riodacito, riolito e rochas plutônicas isotrópicas, como quartzo monzonito, granodiorito, monzodiorito e microgranito subordinado seccionam o evento mineralizante anteriormente descrito. As rochas plutônicas apresentam granulação média a grossa, cor cinza com porções avermelhadas e esverdeadas ao longo do perfil, textura inequigranular com quartzo, feldspatos, biotita e anfibólio. Apatita, zircão, calcita, epídoto e minerais opacos são acessórios primários. As vulcânicas tem cores cinza claro, preto ou vermelho escuro, textura porfirítica a afírica e matriz microlítica ou felsofírica. Revelam fenocristais de plagioclásio, anfibólio, feldspato potássico e quartzo. Esse sistema vulcanoplutonismo contêm alterações hidrotermais potássica, propilítica, argílica intermediária e/ou carbonática em estilos seletivo, pervasivo ou fissural. Em zonas hidrotermalizadas, o ouro ocorre como grãos isolados disseminados ou associados aos sulfetos, bem como em veios centimétricos de quartzo em arranjo stockwork. Essas características são semelhantes às dos sistemas rasos epitermais de sulfidação intermediária a baixa, já identificados no Cráton Amazônico. Os dados do Volta Grande sugerem um segundo evento mineralizante superposto, fato comum em depósitos de ouro de alta tonelagem produtivos na China, Finlândia e outras áreas do planeta e representa um novo guia de exploração para o Domínio Bacajá. Vários eventos mineralizantes são fundamentais para a viabilidade econômica e longevidade dos depósitos auríferos de classe mundial. Assim, serão obtidos novos dados geoquímicos, geocronológicos, microtermométricos e de isótopos estáveis para a melhor definição da modelagem genética do depósito Volta Grande.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Petrografia, geoquímica e geocronologia de rochas vulcano- plutônicas orosirianas do SE do Cráton Amazônico: um estudo da fronteira dos domínios Tapajós e Iriri-Xingu(Universidade Federal do Pará, 2020-06-16) SILVA, Amanda Suany Marinho da; MACAMBIRA, Moacir José Buenano; http://lattes.cnpq.br/8489178778254136A parte central do Cráton Amazônico é configurada pelos domínios tectônicos Tapajós (DTJ) e Iriri-Xingu (DIX), que registram eventos vulcano-plutônicos do período Orosiriano. O limite entre os dois domínios foi proposto a partir de isótopos de Nd e é marcado pelo predomínio de fontes paleoproterozoicas juvenis ou com pouca participação da crosta arqueana para o DTJ, enquanto as rochas do DIX apresentam fontes crustais arqueanas. Contudo, a delimitação da fronteira entre esses domínios ainda é alvo de discussão devido à falta de dados isotópicos, de mudanças nos litotipos presentes e ausência de estruturas tectônicas que possam delinear esse contato. A área de estudo localiza-se na região limítrofe entre os DTJ e DIX, no município de Trairão, sudoeste do Pará, onde há ocorrência de associações vulcano-plutônicas de idade paleoproterozoica. O objetivo deste trabalho é aprimorar o entendimento do posicionamento tectônico e cronológico dessas rochas magmáticas, bem como melhor definir o limite entre o DTJ e DIX. Foram realizadas análises petrográficas e geoquímicas, e aplicadas as metodologias U-Pb em zircão por espectrometria de massa ICP-MS a laser ablation e Sm-Nd em rocha total por TIMS. Na área de estudo, as sequências vulcânicas são representadas pelas formações Moraes Almeida, Salustiano e Aruri. As unidades plutônicas correspondem às suítes Creporizão, Parauari (unidade granodiorítica e granítica) e Maloquinha. As rochas vulcânicas efusivas e vulcanoclásticas são riolitos, dacitos, andesitos, ignimbrito riolíticos e tufos. As rochas plutônicas são granodioritos, quartzomonzonitos, monzogranitos e sienogranitos. Os resultados geoquímicos apontaram que as rochas das suítes intrusivas Creporizão e Parauari (unidades granodiorítica e granítica) apresentam assinatura cálcio- alcalina de alto-K a shoshonítica, de caráter meta a peraluminoso, com enriquecimento em LILE (K, Rb, Ba e Sr), moderado fracionamento dos ETR pesados e fracas anomalias negativas de Eu*. Distintivamente, os granitoides da Suíte Intrusiva Maloquinha e as formações Salustiano e Moraes Almeida apresentam assinatura cálcio-alcalina de alto-K, caráter peraluminoso a peralcalino. Essas rochas apresentam enriquecimento em HFSE (Zr, Hf e Th), alto conteúdo de ETR e pronunciadas anomalias negativas de Eu*. Em diagramas de classificação de ambiente tectônico, os granitoides das suítes intrusivas Creporizão e Parauari (unidades granítica e granodiorítica), e as formações Salustiano e Aruri evidenciaram afinidades geoquímicas com granitoides cálcio-alcalinos relacionados a arco magmático, enquanto as rochas da Suíte Intrusiva Maloquinha e da Formação Moraes Almeida estão relacionadas a ambiente intraplaca. A datação U-Pb em zircão permitiu o reconhecimento das rochas plutônicas e vulcânicas mais antigas, pertencentes respectivamente, à Suíte Intrusiva Creporizão, com idade de cristaix lização de 1980±6 Ma e à unidade mapeada como Formação Salustiano, com idade de 1975±11 Ma. As rochas da Suíte Intrusiva Maloquinha foram geradas em 1880±9 Ma, tendo como correspondente vulcânico a Formação Moraes Almeida de 1877±14 Ma, coevas com as rochas plutônicas da Suíte Intrusiva Parauari (unidade granodiorítica) com idade de 1876±9 Ma, Suíte Intrusiva Parauari (unidade granítica), de 1867±15 Ma, e as rochas vulcânicas da Formação Aruri, geradas em 1867±7 Ma. As características geoquímicas aliadas aos dados geocronológicos permitiram definir uma evolução geodinâmica envolvendo um contexto relacionado a um ambiente de arco magmático de 1,98 Ga, que favoreceu a formação das rochas da Suíte Intrusiva Creporizão e Formação Salustiano, seguido por um ambiente extensional intraplaca (1,88 Ga), marcado pela coexistência das rochas tipos A e I das suítes intrusivas Maloquinha e Parauari (unidades granodiorítica e granítica) e formações Moraes Almeida e Aruri. Idades modelo Nd-TDM (2,31-2,64 Ga), com valores levemente a fortemente negativos de εNd(t) (-1,39 a -7,11), indicam magmas derivados da fusão de fontes crustais do Paleoproterozoico e Arqueano. Esses resultados permitiram delimitar um traçado NW-SE, que separa as rochas de idades modelo dominantemente paleoproterozoicas (<2,5 Ga) daquelas arqueanas (>2,5 Ga), pertencentes, respectivamente, aos DTJ e DIX.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Petrografia, suscetibilidade magnética e química mineral dos metagabros de Águas Claras, Serra dos Carajás-Pará(Universidade Federal do Pará, 1997-04-15) SOARES, José Erima Bezerra; DALL'AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675O presente trabalho evidencia a evolução petrológica dos metagabros de Águas Claras, procurando reconstituir sua evolução desde o estágio magmático até o metamórfico-hidrotermal. Esses metagabros constituem um sill de idade arqueana (2,645 ± 12 Ma), que é intrusivo na Formação Águas Claras e possui mineralizações de ouro e sulfetos associadas. Foram estudadas amostras provenientes de furos de sondagem F-70, F-72, F-95, F-124 e F-139, executados pela DOCEGEO. Petrograficamente, os metagabros foram classificados em dois grupos distintos: a) metagabros fortemente transformados, onde a textura magmática está obliterada e a mineralogia primária totalmente substituída; b) metagabros com textura ígnea preservada, que com base no conteúdo modal dos piroxênios foram subdivididos em quatro subgrupos: 1) Cpx > 30%; 2) 30% > Cpx > 15%; 3) 15% > Cpx > 4% e; 4) Cpx > 4%. As rochas do segundo grupo exibem textura subofítica a ofítica, com predomínio da primeira. As assembéias mineralógicas primárias eram constituídas por augitas, plagioclásio cálcico, titano-magnetita + ilmenita e quartzo granofírico. Os minerais oriundos de transformações hidrotermais são anfibólios, cloritas, epidotos, sericita, albita, opacos (óxidos de Fe e Ti secundários), titanita e leucoxênio. A proporção entre minerais primários e secundários é variável e depende da intensidade dos processos metamórfico-hidrotermais que afetaram essas rochas. A ausência de rochas portadoras de olivina, aliada à presença de quartzo primário, indicam que o magma tinha composição quartzo-toleiítica, sendo ligeiramente saturado em sílica. Os minerais opacos identificados foram magnetita e/ou maghemita, ilmenita (Trellis, Composite, Pacht e Individual), com pirita e calcopirita subordinadas. Rutilo, titanita e leucoxênio associam-se aos óxidos mencionados. Os opacos exibem uma grande variação nos seus conteúdos modais (0,2 a 6,6%) e modo de ocorrência. Isso se reflete nos valores de suscetibilidade magnética (SM) que variam de 0,618 x 10-3 a 49,47 x 10-3 SI. Não há nenhuma correlação entre SM e os grupos e subgrupos de metagabros, mostrando que os valores de SM e, consequentemente, o conteúdo de magnetita, não dependem do grau de preservação das rochas. Com base no tratamento estatístico dos dados, foram distinguidos três grupos de metagabros em termos de comportamento de SM. O grupo com valores mais baixos de SM (SM < 1,660 x 10-3 SI) é o que abrange o maior número de amostras e corresponde aos metagabros em que a magnetita primária foi inteiramente substituída por titanita e leucoxênio. O segundo grupo (SM variando de 1,660 x 10-3 a 8,494-3 SI) apresenta uma neoformação moderada de magnetita ou maghemita, as quais se desenvolvem sobre os opacos secundários, independentemente do grau de preservação das paragêneses primárias. No terceiro grupo (SM > 11,224 x 10-3) tem-se uma neoformação intensa de magnetita sobre os opacos primários e/ou disseminações ou veios na rocha a base de pirita, calcopirita e magnetita, relacionadas aos processos mineralizantes. Os minerais analisados em microssonda eletrônica incluem clinopiroxênio, anfibólio, plagioclásios, cloritas, ilmenitas e titanitas. As composições augíticas obtidas nos clinopiroxênios sem evidências de alteração e as suas altas razões Mg/(Mg+Fe+2), bem superiores àquelas fornecidas pelos anfibólios das mesmas amostras, assim como a notável homogeneidade composicional dos clinopiroxênios indicam claramente que os mesmos sejam de origem magmática. Os anfibólios são em uma grande maioria cálcicos e se distribuem passando do campo das ferro-hornblendas para o das ferro-hornblenda actinolíticas e deste para os das ferro-actinolitas e actinolitas. Essa variação se dá com um nítido crescimento das razões Mg/(Mg+Fe+2), paralelamente ao aumento de Si. Algumas poucas análises situam-se na porção inferior do campo das hornblendas actinolíticas e um número ainda menor, no das hornblendas magnesianas. Em termos das variedades petrográficas de anfibólios constata-se que os anfibólios designados como “hornblendas” tendem efetivamente e se concentrar no campo das ferro-hornblendas ou, excepcionalmente, hornblendas magnesianas. Já os anfibólios designados como “hornblendas actinolíticas”, tendem a se concentrar no campo das ferro-hornblendas actinolíticas, entretanto eles invadem os campos vizinhos e podem receber designações muito diversificadas. Finalmente, as “actinolitas” se concentram de fato nos campos das ferro-actinolitas e actinolitas, porém invadindo os campos das hornblenda actinolíticas e ferro-actinolíticas e ferro-hornblendas actinolitas. Conclui-se que tem-se um quadro geral razoavelmente coerente entre os vários tipos texturais de anfibólios e as suas classificações determinadas com base nas análises na microssonda eletrônica. Assim, os anfibólios verde oliva, cristalizados mais precocemente, são dominantes ferro-hornblendas, os anfibólios prismáticos verde azulados, um pouco mais tardios em relação às hornblendas, são geralmente ferro-hornblendas actinolíticas e suas transições composicionais para os campos limítrofes, e os anfibólios finos e fibroso, tardios, são em sua maioria actinolitas ou ferro-actinolitas. Em termos dos anfibólios ferro-magnesianos, aqueles associados à alteração local do clinopiroxênio, possuem composições variando de cummingtonita a grunerita, ao passo que os demais plotam no campo das cuummingtonitas. A avaliação das possíveis substituições envolvidas na evolução dos anfibólios cálcicos dos metagabros de Águas Claras indica que nas hornblendas substituições tschermakíticas, edeníticas e aquelas envolvendo Ti octaédrico tiveram um papel fundamental. Nos demais anfibólios, a substituição tschermakítica parece inteiramente dominante sobre as outras duas. O enriquecimento em Ti e os tipos de substituição apresentados são coerentes com a formação das hornblendas a temperaturas mais elevadas que os demais anfibólios. As cloritas analisadas situam-se no campo das brunsvigitas, transicionando para o das ripidolitas ou no campo das pycnocloritas (relacionadas com à alteração de clinopiroxênios). Os geotermômetros baseados na composição das cloritas (CATHELINEAU & NIEVA, 1985; ZANG & FYFE, 1995) indicaram temperaturas variando respectivamente entre 224 e 333°C ou entre 151 e 261°C, sendo a segunda opção, aparentemente mais coerente no caso estudado. De qualquer modo, ambos os geotermômetros revelam a formação da clorita a temperaturas relativamente baixas, confirmando o seu caráter tardio na seqüência evolutiva dos metagabros. Os plagioclásios analisados revelaram composições albíticas (An<3 e An entre 7 e 10; Or variando entre 0,25 e 5,25%). As análises de lamelas de ilmenita trellis e manchas de ilmenita em patches acusaram conteúdos relativamente elevados de MnO, traduzidos em 7 a 11% de moléculas de pyrofanita. As análises de titanita revelaram conteúdos expressivos de FeO, MgO e Al2O3, refletindo o alto grau de impureza dessas titanitas. O conjunto de dados obtidos no presente trabalho leva a propor um esquema evolutivo para os metagabros de Águas Claras. Primeiramente um estágio de cristalização magmático de gabros grossos com textura subofítica e caráter toleítico. A principal fase máfica é um clinopiroxênio augítico associado a plagioclásio labradorítico e titanomagnetitas. Nos estágios tardios da cristalização formam-se intercrescimentos granofíricos entre quartzo e feldspatos. No estágio subsolidus, a temperaturas em torno de 600°C, a titanomagnetita completa a sua transformação em intercrescimentos de ilmenita trellis e magnetita. Muito provavelmente dá-se então a formação de ferro-hornblendas através da substituição parcial do clinopiroxênio. Com a intensificação das transformações hidrotermais e continuando o resfriamento do corpo básico, ocorrem a total saussuritização dos plagioclásios primários, a substituição extensiva dos clinopiroxênios e de parte da ferro-hornblenda formada no estágio anterior por actinolita e o desequilíbrio da magnetita que é substituída por titanita e leucoxênio. Pode-se estimar uma temperatura em torno de 450°C para este estágio. A temperaturas ainda mais baixas, dá-se a deformação do corpo em zonas localizadas, e desenvolve-se um estágio de cloritização extensiva, mas irregularmente distribuída, acompanhado pela formação de epidoto e albita, bem como pela recristalização dos opacos, gerando novas fases magnéticas, responsáveis pelo aumento de SM nos metagabros. Esse estágio está muito provavelmente associado no tempo à geração de mineralizações de sulfetos e ouro. Ele marca o final da complexa evolução dos metagabros de Águas Claras.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Variabilidade espacial e temporal do manguezal em um estuário subtropical, baía da Babitonga, sul do Brasil(Universidade Federal do Pará, 2022-12-31) TORRES, Angela Esmeralda Cely; FRANÇA, Marlon Carlos; http://lattes.cnpq.br/8225311897488790; https://orcid.org/0000-0002-3784-7702Os manguezais são ecossistemas indicadores que respondem às mudanças globais nas regiões tropicais e subtropicais em todo o mundo. Mudanças climáticas e variações no nível do mar influenciaram significativamente os manguezais durante o Holoceno ao longo da costa brasileira. Aqui estudamos os manguezais estabelecidos próximo ao limite mais ao sul da América do Sul (28°S). Nosso estudo é baseado em um testemunho obtido na região do canal Palmital – Baía da Babitonga, Estado de Santa Catarina (SC), Brasil. Análises sedimentares, polínica, análises geomorfológicas e de vegetação permitiram a reconstituição paleoambiental durante o Holoceno tardio. As três associações de fácies encontradas indicaram uma sucessão progradacional onde uma planície de maré foi desenvolvida na margem do estuário. Durante a primeira fase, desde pelo menos 1440 a ±1286 anos cal AP, havia uma planície de inframaré arenosa na área de estudo. Inicialmente sem nenhum registro de manguezal, mas grãos de pólen de Laguncularia foram identificados à partir de ±1390 anos cal AP, indicando que na região circundante ao ponto de coleta as condições tornaram-se favoráveis para o desenvolvimento do manguezal. Após ±1286 anos cal AP, a planície de maré desenvolveu-se atingindo a linha de costa atual, favorecido pela estabilização do nível relativo do mar. Árvores de Avicennia foram estabelecidas na planície de maré a partir de ±1273 anos cal AP. Finalmente, árvores de Rhizophora foram estabelecidas durante as últimas décadas. Provavelmente, a sucessão de manguezal encontrada, foi favorecida por condições climáticas relacionadas ao aumento da temperatura durante o Holoceno tardio que tem causado uma migração do limite austral do manguezal para o sul da zona subtropical. A análise espaço-temporal moderna, revelou uma diminuição recente na área de manguezal de ±107 ha entre 1986 (4115 Ha) e 2021 (4008 ha). A maior perda localiza-se na zona costeira próxima da cidade de Joinville (SC), principalmente relacionada à expansão urbana. Observou-se uma leve expansão do manguezal à montante dos canais que pode estar relacionada com mudanças do nível relativo do mar moderno e com o aumento gradual das temperaturas mínimas na região sul do Brasil.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Vetorização geoquímica, caracterização e modelamento 3D de alterações hidrotermais em sistemas cupro-auríferos: exemplo do Complexo Sossego (PA), Província Mineral de Carajás(Universidade Federal do Pará, 2023-04-18) SANTOS, Antônio Fabrício Franco dos; FERNANDES, Carlos Marcello Dias; http://lattes.cnpq.br/0614680098407362; https://orcid.org/0000-0001-5799-2694O Complexo cupro-aurífero Sossego está localizado na porção sul da Província Mineral de Carajás, ao longo de uma zona de cisalhamento regional WNW-ESSE. O mesmo está dividido nos setores Pista, Sequeirinho/Baiano e Curral/Sossego. As principais litologias hospedeiras que ocorrem no complexo são granitoides, metavulcânicas félsicas, ultramáficas e intrusivas máficas. Esse trabalho envolveu a aplicação de técnicas estatísticas multivariadas para as definições de unidades geoquímicas e possíveis vetores químicos nos quais essas informações foram transformadas em modelos 3D com intuito de auxiliar nas interpretações geológicas, guias exploratórios e geometalurgia do complexo em relação às mineralizações. No geral, o uso das técnicas revelou boas correlações entre os dados químicos e as unidades geoquímicas propostas, que permitiram definir de forma coerente as unidades, principais elementos químicos e prováveis paragêneses minerais hidrotermais dos depósitos. Foram realizadas análises individualizadas e correlação de elementos selecionados em diagramas de probabilidade, histogramas, binários, ternários e Bloxplot, objetivando a identificação de características geoquímicas e suas relações com as associações mineralógicas. No setor Pista ocorrem ao menos cinco unidades geoquímicas (sódica, sódico-sílica, potássico-clorítica, magnesiana e feldspática potássica), onde se destacam as unidades com elevados conteúdos de sódio e sílica para zonas mais proximais ao minério. Os vetores geoquímicos nesse setor que predominam e podem ser consideradas como farejadores ou contaminantes com relação às zonas mineralizadas são As, Al, Ag, Hf, Sr, Te, Zr, Mo, Na, Pb, S, La, W e U, associados diretamente às unidades geoquímicas sódica-sílica e sódica. Os diagramas ternários demonstraram um possível indicador da paragênese, que compreende um vetor de uma fase inicial sódica evoluindo para potássica. No setor Sequeirinho/Baiano ocorrem nove unidades geoquímicas (sódica, sódico-sílica, sódico-férrica, sódico-cálcica, cálcico-férrica, férrica, magnesiana, potássico-clorítica e feldspática potássica) e é possível observar claramente as paragêneses geoquímicas que vão das porções mais distais até as proximais a mineralização. Nas porções distais dominam elevados conteúdos de sódio, passando gradativamente para valores medianos de sódio e cálcio, chegando a elevados conteúdos de ferro, cálcio e magnésio nas zonas proximais à mineralização, mostrando que as principais unidades geoquímicas associadas às mineralizações cupríferas de alto teor são cálcico-férrica e férrica. Os elementos Ag, As, Bi, Ca, Cd, Co, Fe, Ga, Ge, In, Ni, P, Pb, S, Se, Te e V (Mg, Mn, Re, Sb, Sn, Th e U secundários) foram considerados como principais vetores e estão diretamente associadas às mineralizações e unidades cálcica-férrica e férrica. Os diagramas ternários do setor sugerem dois prováveis Trends de evoluções das alterações hidrotermais, ambos de estágios iniciais sódicos, porém um vetor indicando a evolução para um estágio sódico-férrico e outro vetor para um estágio sódicocálcico e, posteriormente, cálcico-férrico. No setor Sossego/Curral existem sete unidades geoquímicas (sódica, sódico-sílica, sódico-potássica, potássica, clorítica, férrica e cálcica). Esse setor revelou complexas correlações entre o zonamento hidrotermal e as unidades geoquímicas, em função de suas feições geológicas (brechas, veios, vênulas e disseminações posteriores). Os gráficos demonstraram que as unidades geoquímicas que mais apresentam afinidade com zonas mineralizadas são clorítica, cálcica e férrica (zonas de brechas e/ou vênulas). Na unidade clorítica os vetores químicos que se destacam são Ag, Be, Bi, Ca, Ce, Cu, La, Mn, Mo, Ni, P e S (K, Al, Mg e Fe secundários). A unidade geoquímica férrica ocorre principalmente associada às zonas clorítica e cálcica, porém se diferencia pelos elevados teores de ferro (>15 % Fe) e seus principais vetores geoquímicos são As, Cd, Ce, Co, Fe, Ga, Ge, In, La, Re, S, Sb, Se, Sn, Te, U e Y (Ag, Be, Ca, Cs, Li, Mg, Mn, Mo e V secundários). A unidade cálcica corresponde a intervalos ricos principalmente em calcita, actinolita e epídoto de brechas e vênulas que seccionam as rochas cloritizadas e suas principais vetores geoquímicos são Al, Ca, Cr, Mn, Sc, Sr, V e Zn (Ag, As, Cd, Co, Fe, Ga, In, S, Se e Sr secundários). O provável vetor paragenético aponta para um estágio inicialmente sódico, evoluindo gradualmente para um estágio potássico e seguindo para uma evolução para estágio clorítico. Os modelamentos 3D implícitos implicaram na materialização espacial das unidades e vetores geoquímicos obtidos por meio dos resultados estatísticos desenvolvidos, demonstrando visualmente melhores entendimentos geológicos dos fluxos hidrotermais, suas prováveis paragêneses químicas/mineralógicas e correlações com as mineralizações. Esse trabalho irá contribuir futuramente para os entendimentos litológico, estrutural e geoquímico aplicados operacionalmente no Complexo Sossego, além de aprovisionar dados para estudos geometalúrgicos. Esse trabalho pode beneficiar as operações das minas com a reduções direta e indireta dos custos, incremento de segurança, previsibilidade e melhores performances operacionais dos processos de beneficiamento do minério.
