Dissertações em Geologia e Geoquímica (Mestrado) - PPGG/IG
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2604
O Mestrado Acadêmico pertence ao Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Dissertações em Geologia e Geoquímica (Mestrado) - PPGG/IG por Linha de Pesquisa "GEOCRONOLOGIA E GEOQUÍMICA ISOTÓPICA"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) As águas subterrâneas de Belém e adjacências: influência da Formação Pirabas e parâmetros físico-químicos para medidas de qualidade(Universidade Federal do Pará, 1996-04-08) SAUMA FILHO, Michel; LIMA, Waterloo Napoleão de; http://lattes.cnpq.br/1229104235556506Na Região Metropolitana de Belém (PA) o abastecimento de água à população é proveniente de mananciais (área fisiográfica do Utinga) e de uma rede de poços tubulares posicionais, em geral, em zonas urbanas mais afastadas ou onde o bombeamento é precário. Este trabalho avalia as águas subterrâneas utilizadas na Região Metropolitana de Belém, correlacionando dados de parâmetros físicos, físico-químicos e químicos, na tentativa de compor um quadro compreensível sobre a qualidade dessas águas, e verificar a influência que sofrem das unidades geológicas nas quais estão situados os aquíferos que as preservam. Para a execução dos trabalhos, procedeu-se a coleta de amostras de água em dois períodos sazonais diferentes: de estiagem e chuvoso. Após exaustiva consulta aos arquivos de empresas, instituições e de pesquisadores, foram selecionados 17 poços tubulares, sendo 9 em Belém, 5 em Icoaraci, 2 em Mosqueiro e 1 em Ananindeua (Anexo A). Os índices mais frequentes de turbidez situaram-se entre 9 e 14 unidades (ppm de SiO2), mas alguns poços apresentaram valores mais elevados (33, 41 e 71 ppm de SiO2. Somente em alguns casos, essa turbidez pode ser imediatamente correlacionada com o teor de sílica obtidos por análise química. As medidas de cor mais frequentes se encontram no intervalo de zero a 7,5 U.C., predominando o índice zero. No entanto, alguns poços apresentaram valor acima de 100 U.C. e outros, menos frequentes, com índices variando entre 20 e 60 U.C. Constituíram-se parâmetros bastante diferenciados o pH e a condutividade elétrica. Assim, foram verificados os índices mais elevados de pH e de condutividade elétrica nos aquíferos da Formação Pirabas. Nesses casos, o pH se apresentou em torno de 6,4 a 7,6 e a condutividade entre 231 e 362 µS/cm, com uma descontinuidade em 87,5 µS/cm, também atribuída a um poço associado à supracitada Formação. Águas mais ácidas (pH abaixo de 6,38 e acima de 4,01) são, certamente, atribuídas aos aquíferos do Grupo Barreiras e Pós-Barreiras. Os constituintes químicos, notadamente os teores de Ca2+, Mg2+, Na+ e K+, são condizentes com a interpretação dos valores numéricos de pH e condutividade elétrica. Sem exceção, as concentrações de Ca2+ são superiores às dos demais cátions, estabelecendo-se uma ordem decrescente segundo Ca2+> Mg2+> Na+>K+, com alguma inversão entre Na+ e Mg2+. As concentrações mais elevadas de Ca2+ (logo seguidas pelas de Mg2+) são resultantes da dissolução de carbonatos presentes no calcário Pirabas. Aliás, confirmando esta assertiva, também as concentrações de HCO-3 são bem mais elevadas dos que as concentrações de Cl- e SO2-4. É de se esperar, portanto, que a dissolução de sedimentos Pirabas produzem concentrações mais elevadas de Ca2+ e HCO-3. Os teores de sílica e ferro também discriminam tais águas. Em geral, os teores mais elevados de sílica correspondem às maiores profundidades, como, aliás, seria de se esperar, levando-se em conta a ação do intemperismo químico em minerais de silicato. Quanto ao ferro, este constitui um parâmetro diferenciador das águas da Formação Pirabas, quase sempre em teores bem mais baixos do que os valores correspondentes associados aos aquíferos Barreiras e Pós-Barreiras, havendo, no entanto, exceções, nas quais se registraram índices apreciáveis de ferro relacionado aos sedimentos Pirabas. Saliente-se que a Formação Pirabas aparece na Região Metropolitana de Belém quase sempre às profundidades maiores do que 100 m, havendo registro, no entanto, de profundidades menores, mas são situações, aparentemente, mais raras, como são os casos do poço número 3, no Campus Universitário, às proximidades do rio Guamá, com 76 m de profundidade, e o poço de 94 m do Museu Paraense Emílio Goeldi, em zona central da cidade (Anexo A). A exaustiva consulta aos já mencionados arquivos de instituições, empresas e pesquisadores levou à constatação de que muitos poços tubulares instalados na zona urbana aproveitam águas associadas aos aquíferos Barreiras e Pós-Barreiras, onde os valores de pH são quase sempre, abaixo de 6 unidades, e as medidas de condutividade elétrica raramente atingem 100 µS/cm. Constata-se, finalmente, que há necessidade de maiores investimentos no sentido de aumentar a prospecção e a utilização de águas subterrâneas na região, pois estas, além de dispensarem tratamento prévio à distribuição, ainda são uma fonte de recursos, não dimensionados, mas de grande potencial.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Assinatura isotópica de Pb em sedimentos da margem leste da Baía do Guajará (orla de Belém) e rio Maguari(Universidade Federal do Pará, 2020-10-05) BARRA, Ingledir Suely Silva; LAFON, Jean Michel; http://lattes.cnpq.br/4507815620234645Sedimentos estuarinos fornecem um registro de longo prazo do acúmulo de metais traço de fontes ribeirinhas, atmosféricas e antropogênicas. A liberação de metais traços de fontes pontuais é amplamente controlada pelos processos naturais de intemperismo físico e químico das rochas, além de perturbações antropogênicas poderem ocorrer em grande escala. Além das fontes antropogênicas difusas, os metais podem enriquecer os sedimentos estuarinos por meio de tintas anti-incrustantes com teores elevados de metais (Cu, Zn, Pb), que são aplicadas em casco de navios e a muitas estruturas submersas para impedir o crescimento de organismos como bactérias, macroalgas, mexilhões, bivalves e invertebrados. As assinaturas isotópicas de Pb são ferramentas úteis para investigar as fontes e a mobilidade de metais traços em sistemas estuarinos e permitem distinguir entre fontes geogênicas e contribuições antropogênicas. Nos últimos anos, vários estudos isotópicos de Pb com essa finalidade foram conduzidos no sistema hidrográfico de Belém. O objetivo deste trabalho é a aplicação da geoquímica isotópica de Pb em sedimentos de fundo, material particulado em suspensão (MPS) e fragmentos de embarcações com tinta anti-incrustante de vários estaleiros da baía do Guajará e do rio Maguari, na região metropolitana de Belém, PA. Com o intuito de verificar se as tintas utilizadas nos estaleiros podem ser consideradas uma fonte pontual de contaminação por Pb. Foram coletadas amostras de sedimento de fundo em 9 estações ao longo dos setores norte e sul da orla de Belém, na margem direita da baía do Guajará e 3 no rio Maguari nas proximidades dos estaleiros, 6 amostras de material particulado em suspensão e 4 amostras de fragmentos de casco de embarcações. Amostras de sedimentos de fundo da desembocadura do Canal do Una (3 amostras) e do rio Paracui (1 amostra) também foram coletadas. Por fim, uma amostra de sedimento de fundo foi também amostrada na Ilha da Barra, no meio da Baía do Guajará, como referência do background geogênico. Foram realizadas análises químicas do Pb biodisponível nas amostras de sedimentos de fundo por espectrometria de emissão óptica em plasma indutivamente acoplado (ICP-OES) e análises isotópicas de Pb em todas as amostras por espectrometria de massa em plasma indutivamente acoplado com setor magnético e multicoletores (ICP-MS). Nas amostras de sedimentos de fundo dos estaleiros da orla de Belém e do rio Maguari, ocorrem variações importantes de concentrações de Pb da fração biodisponível, desde valor similar ao ponto de referência (11 mg kg-1) até teores de 25 mg kg- 1. Essas variações sugerem processos incipientes de ação antrópica. Ainda assim, os teores estão dentro do patamar das concentrações encontradas até agora e não mostram evidências de uma contribuição significativa de Pb ligada à proximidade dos estaleiros. Os intervalos similares de concentração de Pb biodisponível entre os diversos setores estudados (setores norte e sul da orla de Belém e rio Maguari) mostram que não há nenhum padrão claro de distribuição dos teores do Pb nos setores estudados. Essas concentrações, se mostraram sistematicamente inferiores aos valores de referência TEL (35 mg kg-1) e PEL (91,3 mg kg-1), dessa forma indicando que o Pb não está causando efeitos danosos a biota, nessas áreas do sistema guajarino. No setor norte da orla de Belém e ao longo do rio Maguari, as variações de razões isotópicas 206Pb/207Pb estão dentro do intervalo do ponto de referência da Ilha da Barra e dos valores considerados geogênicos em trabalhos anteriores (1,189 – 1,197). Apenas o ponto identificado como “cemitério de embarcações” apresentou uma menor razão (206Pb/207Pb = 1,183) e pode indicar um aumento de contribuição antropogênica de Pb pela deterioração das embarcações abandonadas e do estaleiro em atividade. No setor sul da orla de Belém, praticamente todos os sedimentos dos estaleiros e da desembocadura do canal do Una apresentaram razões isotópicas 206Pb/207Pb mais baixos (1,163 e 1,178), apontando contribuição antropogênica. Aparentemente essa contribuição antropogênica difusa está relacionada ao canal do Una e também à maior concentração de estaleiros e de outras possíveis fontes de metais. Em complemento, a comparação da composição isotópica de Pb dos sedimentos da desembocadura dos canais de drenagem dos setores norte e sul da orla de Belém sugere a existência de uma relação entre contribuição antropogênica e tamanho das bacias de drenagem, densidade populacional e atividades urbanas. Não foi encontrada nenhuma correlação entre as razões isotópicas 206Pb/207Pb dos sedimentos de fundo e MPS correspondente, entretanto todos os pontos mostraram uma linha de tendência, confirmando a mistura entre as diversas fontes de Pb tanto para os sedimentos quanto para o material em suspensão. As assinaturas isotópicas dos fragmentos de casco+tintas se posicionam na mesma linha de tendência estabelecida entre um polo geogênico e um polo antropogênico (aerossóis), para o sistema hidrográfico de Belém, impossibilitando evidenciar uma fonte antropogênica específica de Pb proveniente dos estaleiros. A comparação dessas assinaturas dos fragmentos com os sedimentos de fundo dos estaleiros indica que essa possível fonte antropogênica entra como apenas um dos componentes subordinados da contribuição antropogênica difusa da baía do Guajará. Por fim, com base nos dados deste estudo e nos trabalhos já desenvolvidos no sistema hidrográfico de Belém, propõese estender o intervalo de razão isotópica 206Pb/207Pb do Pb geogênico para 1,189 – 1,204 para o sistema hidrográfico de Belém como um todo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização da assinatura isotópica de Pb atual e da concentração de metais pesados em sedimentos de fundo da foz do rio Guamá e da Baía do Guajará (Belém - Pará)(Universidade Federal do Pará, 2007-11-09) NASCIMENTO, Suziane Magalhães do; LAFON, Jean Michel; http://lattes.cnpq.br/4507815620234645Belém lança uma quantidade significativa de efluentes domésticos in natura e efluentes industriais na foz do rio Guamá e na baia do Guajará. Estudos anteriores sugerem que os sedimentos depositados nas margens do rio e da baía tem a sua composição química influenciada por esses inputs antropogênicos. Este trabalho teve como objetivo a caracterização da assinatura isotópica de Pb atual, associada ao estudo da distribuição da concentração de Pb e de outros metais pesados (Cu, Cr e Ni) em sedimentos de fundo do sistema hidrográfico de Belém (rio Guamá e baía do Guajará), visando avaliar as variações regionais naturais e evidenciar possíveis contribuições antropogênicas ligadas as atividades industrial e urbana da cidade de Belém. Foram coletadas, em pontos georeferenciados, 33 amostras de sedimentos de fundo ao longo do rio Guamá e na baía do Guajará, com auxilio de uma draga de Petersen, com capacidade de amostrar os 10 primeiros cm do fundo lamoso. Quatorze amostras são provenientes da margem esquerda do rio, incluindo as ilhas do Cumbú e Grande, ate a sua desembocadura na baía e nove amostras da margem direita, na orla da cidade. Na baia de Guajará, foram coletadas nove amostras de sedimentos de fundo da margem de diversas ilhas (Oncas, Jutuba, Jararaca e Mirin) e uma amostra da orla de Belém, para analises de teor e composição isotópica de Pb. No laboratório, as amostras foram secas em uma estufa (50°C), desagregadas em gral de ágata e a fração fina (silte + argila) foi separada em peneiras de aço inox com 63 μm de abertura de malhas. A composição mineralógica da fração fina foi determinada por difração de raios-X. Os teores totais e parciais de metais pesados foram determinados, respectivamente, por ICP-MS em laboratório comercial (Acme ltda), e por ICP-OES no Laboratório de Toxicologia do Instituto Evandro Chagas, Belém. A determinação das composições isotópicas de Pb foi realizada em amostras lixiviadas no Laboratorio Para-Iso do Instituto de Geociências da UFPA, utilizando HNO3 e no Laboratório de Geocronologia do Centro de Pesquisas Geocronologicas da USP, com uma mistura HNO3 + HCl. As composições isotópicas do Pb foram determinadas por TIMS com espectrômetros de massa VG Isomass 54E com monocoletor, no laboratório da UFPA e VG354 equipado com multicoletores, no laboratório da USP. Os resultados obtidos indicam a presença de esmectita, illita e caulinita na fração fina dos sedimentos. As análises de metais pesados mostraram as seguintes concentrações totais e parciais para as amostras da margem direita do rio Guamá: Pbtotal (11 – 23 mg Kg-1); Pbparcial (9 - 18 mg Kg-1); Crtotal (26 - 69 mg Kg-1); Crparcial (11 - 33 mg Kg-1); Nitotal (7 - 29 mg Kg-1); Niparcial (6 - 26 mg Kg-1); Cutotal (7 - 23 mg Kg-1); Cuparcial (6 - 17 mg Kg-1). Para as 7 amostras da margem esquerda, as concentrações totais e parciais foram as seguintes: Pbtotal (16 -20 mg Kg-1), Pbparcial (13 - 19 mg Kg-1); Cr total (34 - 56 mg Kg-1), Crparcial (16 - 26 mg Kg-1); Nitotal (12 - 21 mg Kg-1), Niparcial (12 - 16 mg Kg-1), Cutotal (9 - 14 mg Kg-1) e Cuparcial (7 - 12 mg Kg-1). Os sedimentos das duas margens do rio apresentam uma mesma tendência de leve diminuição das concentrações de metais pesados em direção a baía, entretanto no lado sul das ilhas da margem esquerda, observa-se uma tendência contraria com aumento dos teores nessa mesma direção. Essas diferenças retratam provavelmente variações na hidrodinâmica do sistema aquático do rio Guamá com o efeito conjugado de correntes e mares. Nos sedimentos da margem direita do rio, variações locais significativas de teores de metais pesados foram identificadas, as quais são relacionadas a confluência com o rio Aurá que provoca perturbações locais da hidrodinâmica do Rio Guamá e uma redistribuição das concentrações ao longo da margem do rio Guamá. As condições físico-químicas das aguas do rio Aurá são provavelmente modificadas pelos efeitos do deposito de lixo região metropolitana de Belém, localizado as proximidades do traçado do rio, aumentando a capacidade de solubilizar os metais pesados o que se traduz por baixas concentrações de metais pesados nos sedimentos de fundo do rio Aura ate a desembocadura no rio Guamá. Dessa forma o rio Aurá não contribui para um aumento significativo dos teores de metais pesados no rio Guamá. Os diagramas de correlação mostram uma boa correlação dos metais pesados com a matéria orgânica (r = 0,80-0,83) e excelentes correlações com o Al, Mg e Fe (r = 0,95-0,99) para as amostras da margem direita do rio Guamá, indicando que os metais pesados devem estar complexados a matéria orgânica, adsorvidos nas estruturas dos argilominerais (esmectita, illita e caulinita) e, provavelmente, podem estar associados a oxihidróxidos de ferro, apesar dos mesmos não terem sido identificados. As amostras da margem esquerda, não apresentaram nenhuma correlação de Pb e Cr com a matéria orgânica (r = 0,24 e 0,40), porem identificou-se excelentes correlações com Al e com Fe (r = 0,94-0,97). No caso de Cu e Ni, também não houve uma boa correlação com a matéria orgânica (r = 0,59 e 0,72) enquanto que as correlações com Al, Mg e Fe foram boas (r = 0,74-089). Considera-se, portanto que os argilominerais e, possivelmente, oxi-hidróxidos de ferro foram preponderantes para a fixação dos metais pesados. Os sedimentos das margens direita e esquerda do rio Guamá possuem respectivos teores totais de Pb (23 e 20 mg Kg-1) e Cu (23 e 14 mg Kg-1) inferiores aos valores de 35 mg Kg-1 (Pb) e 36 mg Kg-1 (Cu) do TEL (Threshold effect level), estabelecido pela NOAA-EPA como guia de qualidade de sedimentos e que define o nível abaixo do qual os efeitos 8 biológicos adversos ocorrem raramente. Dessa forma, os sedimentos do rio Guamá, embora estejam em contato com efluentes domésticos, não representam nenhum risco, para o ecossistema aquático, no caso dos metais Pb e Cu. Os teores totais de Cr (69 e 56 mg.Kg-1) e Ni (29 e 21 mg Kg-1) dos sedimentos das margens direita e esquerda, encontram-se superior ou igual aos respectivos valores do TEL de 37 e 18 mg Kg-1, e podem representar um risco possível para os organismos aquáticos deste rio. Entretanto e provável que essas concentrações de Cr e Ni sejam de origem natural, sem influencia significativa de ações antrópicas. A assinatura isotópica bastante homogênea encontrada para os sedimentos do rio Guamá, associada aos baixos teores de Pb indicam uma origem geogênica desse metal e permite estabelecer um valor para o “background” local da concentração Pb em torno de 18-23 mg Kg-1. Permitem também considerar uma assinatura isotópica de 1,200-1,194 para a razão 206Pb/207Pb do Pb de origem natural. Teores mais baixos de Pb encontrados em alguns pontos da margem direita do rio Guamá (11-13 mg Kg-1), associados a uma assinatura isotópica levemente antropogênica (1,193-1,186) são interpretados com sendo o reflexo, nos sedimentos do rio Guamá, da influência do rio Aurá, afetado pelo aterro sanitário. O aumento significativo dos teores de Pb nos sedimentos de fundo da baía do Guajará e um indicio de possíveis riscos biológicos futuros no sistema hidrográfico de Belém. A correlação estabelecida entre o aumento dos teores de Pb (de 28 ate 46 mg Kg-1) e a diminuição da razão isotópica 206Pb/207Pb (de 1,188 ate 1,172), descarta a possibilidade desse aumento na baia de Guajará ser de origem geogênica e das diferenças de teor com o rio Guamá serem resultado apenas de processos hidrodinâmicos distintos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização e origem das formações ferríferas e xistos grafitosos do Grupo Estrondo na Região de Xambioá/Araguanã-TO(Universidade Federal do Pará, 2005) SOUSA, Wiverson do Socorro Pantoja de; KOTSCHOUBEY, Basile; http://lattes.cnpq.br/0096549701457340Na região de Xambioá/Araguanã, localizada na parte setentrional do Cinturão Araguaia do Neoproterozóico, formações ferríferas e xistos grafitosos pertencentes ao Grupo Estrondo estão intimamente associados a anfibolitos e metagabros de granulação fina a média, intercalados e intrusivos, respectivamente, nas rochas da citada unidade. No presente estudo, esses diferentes litotipos são caracterizados e comparados com formações e associações litológicas semelhantes. A seguir, procura-se definir a origem e o ambiente deposicional das formações ferríferas e dos xistos grafitosos, bem como a sua ligação com as rochas básicas. As formações ferríferas constituem diversas ocorrências menores, amplamente dispersas na área de estudo, e duas faixas descontínuas de até 5 km de extensão, dispostas ao longo da borda nordeste da estrutura braquianticlinal do Lontra e da borda norte da estrutura de Xambioá. Estas faixas consistem em corpos lenticulares de 200 a 1500m de comprimento e 50 a 800m de largura em afloramento. As formações ferríferas apresentam bandamento mili- a centimétrico e são essencialmente compostas de magnetita exibindo grau variável de martitização e quartzo, com pirita e pirrotita fortemente subordinadas. Muito ricas em Fe (média de Fe2O3Tot= 83,71%; máximo de 96,77%), as amostras coletadas revelaram teores de Pb, Zn, Cu e Co moderadamente elevados em relação aos das BIFs de Carajás, Maru e de tipos Superior e Algoma. A proeminente anomalia positiva de Eu (Eu* com média de 7,57 e máximo de 15,54), o padrão de ETR com ETRL>ETRP (La/Yb com média de 18,54 e máximo de 82,83) e a ΣETR com média de 229ppm e máximo de 371ppm sugerem que as formações ferríferas de Xambioá/Araguanã são derivadas de depósitos químicos de origem exalativa, em sua maioria, proximais. Os xistos grafitosos ocorrem geralmente na forma de lentes de extensão deca- a hectométrica, intercaladas nos micaxistos da Formação Xambioá. A W da estrutura do Lontra, aflora, no entanto, um espesso pacote destes xistos com extensão submeridiana quilométrica. São essencialmente compostos de muscovita, quartzo e grafita e sua composição química (Ctotal com média de 5,15% e máximo de 9,41%) mostra tratar-se de rochas semelhantes às formações carbonosas descritas na literatura. Ressaltam-se apenas teores de V e Cr algo elevados em relação aos comumente encontrados em rochas comparáveis. A fonte do carbono contido nos xistos grafitosos foi provavelmente orgânica (planctônica).Os anfibolitos e os metagabros ocorrem, geralmente, na forma de corpos alongados a lenticulares, orientados conforme a estruturação regional, encaixados em micaxistos variados e xistos grafitosos. Os anfibolitos são freqüentemente foliados, por vezes bandados ou microporfiríticos, enquanto os metagabros são normalmente isotrópicos a incipientemente foliados e, com freqüência, exibem textura porfirítica. Ambos compõem-se de hornblenda-actinolita e plagioclásio (labradorita e localmente de andesina em metabasitos mais grossos), com quartzo, granada, biotita, magnetita e hematita subordinados. Escapolita ocorre essencialmente na forma de pórfiros. Sulfetos (pirita, calcopirita, calcocita e covelita, esfalerita e pentlandita) ocorrem em traços. Esses metabasitos são tholeiíticos, subalcalinos a levemente alcalinos. O seu padrão de distribuição de ETR mostra tratar-se de rochas quimicamente semelhantes aos basaltos de tipo E-MORB. A associação de formações ferríferas, xistos grafitosos e metabasitos representaria um amplo quadro hidrotermal submarinho, desenvolvido durante a fase distensiva da bacia Araguaia. Em diversos setores da porção oriental da bacia, derrames basálticos e intrusões gabróicas cogenéticas permitiram a formação de sistemas convectivos. A água do mar, penetrando nas rochas máficas, vulcânicas e intrusivas de baixa profundidade, sofreu aquecimento, removendo dessas formações Fe, Si e diversos outros metais. Sedimentos metalíferos ricos em ferro originados da atividade exalativa foram depositados em sub-bacias restritas próximo às zonas de descarga, resultando após a diagênese em formações ferríferas localizadas. Por outro lado, o aporte de nutrientes pelos fluidos hidrotermais e condições físico-químicas adequadas nos arredores dessas zonas favoreceram o desenvolvimento local de abundante biota, consistindo, sobretudo, de plâncton. A matéria orgânica acumulada nesses setores resultou em enriquecimento de sedimentos siliciclásticos finos em material carbonoso. Durante a fase tardia da evolução da bacia Araguaia, a migração de fluidos provocada pelo metamorfismo regional causou a mobilização e remoção de parte da sílica nas formações ferríferas. O ferro, pouco móvel nestas condições, sofreu um considerável enriquecimento relativo. Nesta mesma ocasião, o material carbonoso foi transformado em grafita contida hoje nos xistos grafitosos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização hidrogeoquímica e isotópica (87Sr/86Sr) dos sistemas aquíferos Barreiras e Pirabas Superior nos municípios de Castanhal e Santa Maria do Pará, Estado do Pará(Universidade Federal do Pará, 2015-09-30) SILVA, Igor Rafael Furtado da; TORO, Marco Antonio Galarza; http://lattes.cnpq.br/8979250766799749A partir da década de 70 estudos geológicos e de sensoriamento remoto realizados no nordeste do Estado do Pará identificaram feições e estruturas tectônicas que caracterizaram o processo neotectônico nesta região. Investigações hidrogeológicas na Região Metropolitana de Belém e suas adjacências também foram realizadas objetivando a caracterização das águas dos sistemas aquíferos Barreiras e Pirabas (Pirabas Superior e Inferior), além de avaliar a possibilidade de mistura entre estes aquíferos por meio de sistemas de falhas e fraturas juntamente com o grau de vulnerabilidade a que estes estão sujeitos em relação à ação antropogênica. Paralelamente às investigações hidrogeoquímicas, estudos utilizando a assinatura isotópica de estrôncio (87Sr/86Sr) em águas subterrâneas têm sido realizados objetivando caracterizar as fontes de Sr para cada sistema aquífero, suas histórias geoquímicas e o potencial de mistura de águas entre eles. Dessa forma, foram realizados estudos da composição isotópica de estrôncio, bem como análises hidrogeoquímicas nas subáreas de Castanhal e Santa Maria do Pará, visando à caracterização desses sistemas aquíferos, além da detecção de eventuais misturas caso nelas ocorram. Os resultados hidrogeoquímicos revelaram características distintas entre os sistemas aquíferos estudados, destacando-se os parâmetros pH (3,52 a 5,97 no Sistema Barreiras; 6,17 a 6,60 no Sistema Pirabas Superior), Condutividade Elétrica (45,50 a 193,90 μS/cm no Barreiras;133,80 a 194,70 μS/cm no Pirabas Superior), HCO3– (até 32,88 mg/L no Sistema Barreiras; 89,10 a 117,15 mg/L no Sistema Pirabas Superior), Cl– (3,87 a 40,50 mg/L no Barreiras; 3,33 a 6,32 mg/L no Pirabas Superior), Na+ (1,00 a 18,55 mg/L no Sistema Barreiras; 1,35 a 2,55 mg/L no Sistema Pirabas Superior), Mg2+ (até 1,26 mg/L no Barreiras; 2,03 a 2,81 mg/L no Pirabas Superior), Ca2+ (até 5,14 mg/L no Barreiras; 21,30 a 27,38 mg/L no Pirabas Superior) e Sr2+ (0,0065 a 0,0874 mg/L no Barreiras; 0,2129 a 0,2679 mg/L no Pirabas Superior). Estudos estatísticos mostraram boas correlações entre os sistemas aquíferos (≥ 0,7), principalmente durante o período chuvoso. A partir da análise dos diagramas de Piper verificou-se que o Aquífero Barreiras possui predominantemente águas Cl–-Na+, sendo estas influenciadas pela contribuição das águas meteóricas e pela ação antropogênica, apresentando valores de pH ácidos, em torno de 4,7 e alta vulnerabilidade. As águas do Sistema Aquífero Pirabas Superior são majoritariamente HCO3–-Ca2+, sendo esta fácies hidroquímica fortemente influenciada pela dissolução do carbonato, tendo um pH com valores acima de 6,0 e com menor vulnerabilidade em relação a ação antrópica. Durante o período seco os resultados isotópicos 87Sr/86Sr mostraram que as amostras do Sistema Aquífero Barreiras são mais radiogênicas (0,712716 a 0,723881) que a amostra do Sistema Aquífero Pirabas Superior (0,706080 a 0,709063). No período chuvoso ocorreu o processo de homogeneização das razões isotópicas dos sistemas aquíferos em estudo. Nas amostras do Sistema Aquífero Barreiras houve uma significativa diminuição das razões isotópicas 87Sr/86Sr de 0,712716 a 0,723881 para uma faixa de 0,704239 a 0,709957, ficando estes valores semelhantes aos encontrados nas águas do Sistema Aquífero Pirabas Superior. Nos diagramas de composição dos principais íons (Na+, K+, Mg2+, HCO3–, NO3–, SO42–) contra o cloreto (Cl–) estes apresentaram grande variação indicando possivelmente a presença de mais de dois membros finais no processo de mistura destas águas. O tratamento estatístico multivariado (PCA), juntamente com o diagrama 87Sr/86Sr vs. 1/Sr mostraram uma tendência de mistura entre estes aquíferos e as águas meteóricas durante o período chuvoso. O modelamento hidrogeoquímico (diagrama de Schoeller) indicou que o grau de mistura das águas do Aquífero Pirabas Superior no Barreiras está em torno de 10% durante o período chuvoso. Em concordância com os estudos isotópicos e hidroquímicos e tomando como base a estruturação neotectônica existente na Região Metropolitana de Belém e suas adjacências, sugerem-se processos de mistura entre os sistemas aquíferos Barreiras e Pirabas Superior principalmente no período chuvoso. A falta de um sistema de planejamento e gerenciamento do uso dos mananciais subterrâneos nos municípios de Castanhal e Santa Maria do Pará, assim como em toda a Região Metropolitana de Belém, alertam para o perigo de contaminação do Sistema Aquífero Pirabas Superior por ação antropogênica, o qual representaria a melhor alternativa para o abastecimento público da população de Belém e suas adjacências com águas de excelente qualidade em relação à potabilidade para o consumo humano.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Caracterização litoquímica e geocronologia Rb-Sr das rochas granitóides e ortognaisses da região de Santa Quitéria-Sobral, NW do Ceará(Universidade Federal do Pará, 1992-12-21) TAVARES JÚNIOR, Stelio Soares.; LAFON, Jean Michel; http://lattes.cnpq.br/4507815620234645À SSW do Lineamento Sobral-Pedro II entre as cidades de Sobral, Forquilha e Santa Quitéria, no noroeste do Estado do Ceará, ocorre uma variedade de corpos graníticos isotrópicos e foliados, com predomínio dos primeiros. Os granitos isotrópicos constituem massas batolíticas e corpos de dimensões menores, intrusivos nas rochas dos complexos gnáissico-migmatíticos, no conjunto de rochas supracrustais, inclusive naquelas dos grupos Ubajara e Jaibaras. Os ortognaisses de Forquilha, de composição tonalítica com termos trondhjemíticos e granodioríticos subordinados, constituem uma das unidades individualizadas dentro dos complexos gnáissico-migmatíticos. Essas rochas forneceram uma idade Rb-Sr em rocha total de 1981 ± 45 Ma, a qual é interpretada como idade mínima para os processos de gnaissificação. A similaridade desse resultado com as idades obtidas na região de Granja evidencia uma significativa atuação do Evento Transamazônico no NW do Ceará. A razão isotópica inicial (0.70138 ± 13) dessas rochas sugere uma evolução a partir de uma fonte mantélica ou de protólitos de curta residência crustal. Os granitos brasilianos apresentam uma composição modal dominantemente monzogranítica, com variação desde microclima granitos até granodioritos. São corpos de composição alcalina, per a metaluminosa, com características geoquímicas que revelam uma forte semelhança com os granitos tipo A, que podem representar granitos alcalinos de ambiente tectônico intraplacas ou pós-tectônicos. Essas características, incluindo o comportamento dos ETR, são também similares às dos granitos Mucambo e Meruoca. Os estudos geocronológicos Rb-Sr realizados nesses granitos forneceram uma idade de 524 ± 12 Ma e 482 ± 8 Ma para os granitos do Pajé e Serra da Barriga, respectivamente. Quanto ao Granito Morrinho, idades convencionais entre 480 e 510 Ma foram obtidas. Somando-se esses resultados aos dados já existentes para os granitos Meruoca e Mucambo evidencia-se uma época de intensa granitogênese em toda a região NW do Ceará, desde o final do Proterozóico até o Eo-Paleozóico. Granitos foliados ocorrem como corpos alongados nos terrenos gnáissicos da Faixa de Alto Grau de Cariré, concordantes à estruturação regional. As características geoquímicas obtidas nestes corpos mostram bastante similaridade com aquelas do conjunto de granitos isotrópicos. No entanto, a idade Rb-Sr de 475 ± 15 Ma obtida nesses granitos é menor que as dos granitos isotrópicos e certamente corresponde a uma idade rejuvenescida. Este rejuvenescimento provavelmente está relacionado aos efeitos das reativações de Graben Jaibaras. Não foi possível determinar a idade verdadeira da cristalização desses corpos, bem como dos processos deformacionais que os afetam, numa situação bastante similar daquela encontrada para o Granitóide Chaval. A disposição das razões iniciais dos granitos foliados (0.70521 ± 56) e do Granito do Pajé (0.70488 ± 71) em relação à evolução das razões Rb/Sr dos ortognaisses de Forquilha é compatível com uma derivação dos granitos a partir desses gnaisses. Isso não é válido para o Granito Serra da Barriga que apresenta uma elevada razão inicial (0.70963 ± 160).Dissertação Acesso aberto (Open Access) Contribuição à evolução geológica da parte oriental da Província Amazônia Central através da geocronologia Rb-Sr da Província Mineral de Carajás e região de São Félix do Xingu - PA(Universidade Federal do Pará, 1992-09-21) PEREIRA, Ediléa Dutra; LAFON, Jean Michel; http://lattes.cnpq.br/4507815620234645Dissertação Acesso aberto (Open Access) Datação pelo método de traços de fissão em apatita da região da estrutura dômica de Monte Alegre, Bacia do Amazonas (PA)(Universidade Federal do Pará, 2011-04-05) NEGRÃO, Sílvia Cristina Barroso; LELARGE, Maria Lidia Vignol; MOURA, Candido Augusto Veloso; http://lattes.cnpq.br/1035254156384979Na porção norte da Bacia Sedimentar do Amazonas, ao sul do município de Monte Alegre (PA), ocorre uma estrutura semi-elipitica desenhada por um conjunto de serras, conhecida como o Domo de Monte Alegre. Na sua porção central afloram rochas devonianas da Formação Ererê e, em direção a borda da estrutura, estão expostas rochas das formações Barreirinha, Curiri, Oriximiná, Faro e Monte Alegre com idades variando do Neoevoniano ao Mesocarbonífero. Esse conjunto de rochas é cortado por diques de diabásio de aproximadamente 200 Ma (Magmatismo Penatecaua). A formação da estrutura dômica de Monte Alegre tem sido atribuída à colocação dos diques e soleiras de diabásio. No entanto, não se pode descartar, a priori, a contribuição do tectonismo Terciário, presente em toda a Bacia do Amazonas, na formação do domo, uma vez que nas porções leste e sul dessa estrutura as rochas cretáceo/terciárias da Formação Alter do Chão se encontram em contato por falha com as rochas da Formação Ererê. Neste estudo empregou-se a termocronologia por traços de fissão em apatita nos diabásios do Magmatismo Penatecaua com o objetivo de definir a idade da estruturação do Domo de Monte Alegre, de modo a investigar o papel do tectonismo terciário na formação da estrutura. O método de traços de fissão em apatitas (TFA) é aplicado ao estudo da evolução termotectônica de uma região, uma vez que a quantificação dos traços de fissão presentes no mineral permite estimar a idade em que a rocha passou em uma determinada temperatura (temperatura de bloqueio), que pode estar relacionada a um evento tectônico (soerguimento/ subsidência) ocorrido na área. As rochas máficas estudadas na região de Monte Alegre forneceram idades aparentes médias de TFA entre 53,2 e 43,6 Ma. Estas idades representam um importante evento tectônico do Terciário (Eo a Meso Eoceno) que alçou para níveis crustais mais rasos estes diabásios e suas rochas encaixantes. As histórias térmicas obtidas após a modelagem dos dados de TFA permitiram a individualização de quatro eventos de resfriamento para as amostras de diabásio aqui estudadas, ocorridos em 140-110 Ma, 110-100 Ma, 55-45 Ma e 30 Ma-recente. Apenas a amostra TFMA 12, localizada fora do Domo de Monte Alegre, não registrou do evento do Eoceno. A modelagem dos dados possibilitou, ainda, a avaliação de taxas de resfriamento que variam de 0,4 ºC/Ma, para eventos mais lentos, até 2,82ºC/Ma, para eventos mais rápidos. Essas taxas permitiram estimar de 3 a 3,35 Km para as seções removidas associadas a reativações de falhas em diferentes momentos da história da região, principalmente no Cenozóico. As idades aparentes de traços de fissão em apatitas situadas entre 53,2 Ma e 43,6 Ma, assim como o marcante evento térmico de resfriamento do Eoceno registrado no modelamento sugerem uma importante participação do tectonismo terciário na formação da estrutura dômica de Monte Alegre. Acredita-se que as idades aparentes de traços de fissão (53,2 Ma e 43,6 Ma) colocariam limites na idade dessa tectônica terciária.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Determinação da composição isotópica de chumbo e estrôncio em petróleo e derivados como ferramenta para o monitoramento ambiental(Universidade Federal do Pará, 2010-04-13) LIMA, Cristiane Souza de; MOURA, Candido Augusto Veloso; http://lattes.cnpq.br/1035254156384979O petróleo e seus derivados são vastamente utilizados nos dias atuais para as mais diversas atividades, entretanto, estas substâncias são também importantes fontes de poluição de compostos orgânicos nocivos aos seres vivos, e de introdução de metais pesados no meio ambiente. Dessa forma, o monitoramento de sedimentos, solos e águas naturais em áreas de processamento, armazenamento, manuseio e transporte de hidrocarbonetos deve ser constante para prevenir a contaminação ambiental decorrentes de pequenos vazamentos. Esse monitoramento é feito com a análise de substâncias orgânicas que são biodegradáveis. Alternativamente, ele pode ser realizado pela análise isotópica de metais presentes em pequenas quantidades nessas substâncias. Entretanto, a especificidade das técnicas analíticas envolvidas na extração de metais de substâncias orgânicas não incentiva o uso da composição isotópica de metais no monitoramento ambiental de hidrocarbonetos. Assim, neste trabalho aplicou-se procedimentos usuais na análise de materiais inorgânicos como rocha e solo na extração de metais em petróleo e derivados, com o objetivo de determinar a composição isotópica de chumbo e estrôncio nessas substâncias. As substâncias utilizadas nos procedimentos analíticos foram petróleo, gasolina, biodiesel, óleo lubrificante novo e óleo lubrificante usado. As duas últimas foram utilizadas para comparar eventuais mudanças na composição isotópica do chumbo e estrôncio após o seu uso em motores automotivos. Durante os procedimentos laboratoriais procurou-se encontrar as quantidades adequadas de cada tipo de amostra, para garantir a exatidão e precisão dos resultados analíticos. A implementação da metodologia de extração de metais de petróleo e derivados é o ponto central deste trabalho, onde procurou-se desenvolver um procedimento usando a infraestrutura laboratorial existente com segurança. Assim, o procedimento adotado envolveu a secura das amostras, seguida de calcinação para eliminação de matéria orgânica; dissolução da amostras com ácidos inorgânicos; separação cromatográfica do chumbo e estrôncio utilizando resina especifica de Sr (Sr.Spec); e determinação da composição isotópica de chumbo e estrôncio por espectrometria de massa. Após a realização de diversos ensaios verificou-se que as seguintes quantidades seriam adequadas para a análise isotópica de chumbo e estrôncio: petróleo (5 mL), gasolina (20 mL), biodiesel (20 mL), óleo lubrificante usado (5 mL), óleo lubrificante novo (30 mL). As composições isotópicas de chumbo e estrôncio variam dentro de um estreito limite para as substâncias estudadas. No caso do chumbo, com a razão 206Pb/207Pb apresentado os seguintes valores: petróleo (1,156), biodiesel (1,153), gasolina (1,136), óleo lubrificante novo (1,148) e o óleo lubrificante usado (1,138). Para o estrôncio a razão 87Sr/86Sr apresentou os seguintes valores: petróleo (0,70795), biodiesel (0,70896), gasolina (0,70769), óleo lubrificante novo (0,70812) e óleo lubrificante usado (0,70762). Os valores da razão 206Pb/207Pb do petróleo e derivados são semelhantes àqueles determinados na região metropolitana de Belém e atribuídos a fontes antropogências (~1,140) e, bastante distintos dos valores encontrados para fontes geogênicas (~1,192) nesta mesma região. Essas diferenças nos valores da razão 206Pb/207Pb tornam possível o uso da composição isotópica de chumbo para investigar eventual contribuição antropogênica em sedimentos e solos, proveniente do manuseio, armazenamento e transporte de petróleo e derivados. Por sua vez, a comparação da composição isotópica do estrôncio em petróleo e derivados com àquelas de água subterrâneas na região bragantina, no estado do Pará, por meio do parâmetro 87Sr(‰) mostra valores de 87Sr negativos para o petróleo e derivados, enquanto que para a água subterrânea eles são positivos. Considerando a significativa diferença apresentada nos valores de 87Sr acredita-se que a composição isotópica do estrôncio pode ser empregada como uma ferramenta alternativa para o monitoramento de águas subterrâneas em áreas onde ocorre ou ocorreu o processamento, armazenamento e o manuseio de petróleo e derivados.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Determinação da razão isotópica 87Sr/86Sr em águas naturais e sua aplicabilidade na investigação da influência da água do mar em águas subsuperficiais de zonas costeiras na Região Bragantina-PA(Universidade Federal do Pará, 2000-08-25) SANTOS, Adriana Bordalo Braga; MOURA, Candido Augusto Veloso; http://lattes.cnpq.br/1035254156384979Dissertação Acesso aberto (Open Access) Determinação das concentrações de uranio e de chumbo pelo método de diluição isotópica: aplicação em rochas da Província Mineral de Carajás.(Universidade Federal do Pará, 2001-10-15) ESTUMANO, Gerson dos Santos; MACAMBIRA, Moacir José Buenano; http://lattes.cnpq.br/8489178778254136Dissertação Acesso aberto (Open Access) Distribuição de metais pesados e isótopos de Pb em sedimentos de fundo do rio Murucupi-Barcarena-Pará(Universidade Federal do Pará, 2013-08-29) OLIVEIRA, Diomar Cavalcante; LAFON, Jean Michel; http://lattes.cnpq.br/4507815620234645A preocupação com a contaminação do meio ambiente por metais traço pelas atividades urbanas e industriais tem levado à realização de estudos com o propósito de medir os impactos e a incorporação dessas substâncias na biota aquática. Este trabalho teve como objetivo identificar através da determinação dos teores de metais pesados e das assinaturas isotópicas do Pb, uma possível participação dos efluentes domésticos oriundos dos núcleos urbanos e de rejeitos industriais como fontes de poluição do rio Murucupi, região de Barcarena, Pará. Pretende-se apontar o potencial das assinaturas isotópicas de Pb para detectar futuros impactos antrópicos para contaminação com metais pesados. Em complemento, foram identificados valores de referências de concentração de metais e composição isotópica de Pb naturais para esse setor do sistema estuarino do rio Pará. Foram coletadas dezoito amostras de sedimento de fundo superficiais ao longo dos rios Murucupi (8 amostras), furo do Arrozal (6 amostras) e rio Pará (4 amostras) e dois testemunhos no rio Murucupi. As amostras superficiais e os testemunhos foram coletadas com auxílio de um amostrador do tipo draga Van Veen e um testemunhador tipo Russian Peat Borer, respectivamente. A análise granulométrica foi realizada com granulômetro a laser para a quantificação percentual de areia, silte e argila. A composição mineralógica foi obtida por difração de raios-X. As concentrações total e parcial dos metais e as composições isotópicas de Pbforam determinadas por ICP-MS. Os teores de matéria orgânica foram determinados por volumetria de oxiredução, pelo o método Walkley Black. A análise granulométrica mostrou que houve uma predominância da fração silte sobre a areia e argila. As análises mineralógicas realizadas em amostra total e na fração argila mostraram a presença de quartzo, albita, e muscovita, além dos argilominerais esmectita, ilita e caulinita. Nas três drenagens estudadas, os resultados indicam que os teores de Pb, Cr, Cu, Zn e Ni não apresentam diferenças significativas e que as mesmas, quando existem, podem ser relacionadas com variações naturais dos sedimentos. As matrizes de correlações elaboradas indicam que os teores de metais pesados não são controlados pela matéria orgânica enquanto que a presença de correlação com o Al no rio Pará e Furo do Arrozal e com Fe e Mn no rio Murucupi indica que esses metais estão associados às estruturas dos argilominerais e aos óxi-hidróxidos de Fe e Mn nos sedimentos, respectivamente. As fortes correlações apresentadas pelos metais entre eles indicam que as concentrações dos metais nos sedimentos são regidas por processos químicos semelhantes nas três drenagens. Entretanto, no rio Murucupi, a ausência de correlação com os outros metais, indica que o Pb pode ter sido introduzido no meio ambiente por processos distintos dos outros metais. De maneira geral os fatores de enriquecimento (FE) determinados mostraram valores abaixo de 1 utilizando como valor de referência os sedimentos do rio Pará, indicando que não há evidencia de impacto antrópico nas concentrações dos metais pesados. Os sedimentos do furo do Arrozal apresentaram menores teores de metais pesados do que os sedimentos do rio Murucupi. Entretanto, a similaridade dos valores de FE entre os sedimentos dos dois corpos d´agua aponta para variações geoquímicas naturais. Os teores de Pb, Cr, Cu, Zn e Ni foram inferiores aos valores do TEL (Theshold effects level). Dessa forma, para todos os metais pesados estudados, os sedimentos dessas drenagens, no caso do rio Murucupi e Furo do Arrozal, embora estejam em contato com efluentes domésticos, não representam, no momento, nenhum risco, para os organismos aquáticos. Nas amostras de sedimentos de fundo superficiais, as assinaturas isotópicas homogêneas encontradas para o rio Pará (206Pb/207Pbmedia = 1,204 ± 0,001), evidenciam valores típicos de origem geogênica para o Pb, permitindo estabelecer um valor de razão isotópica 206Pb/207Pb para o background local. Valores mais baixos encontrados no rio Murucupi (206Pb/207Pbmedia = 1,186 ± 0,003) e no Furo do Arrozal (206Pb/207Pbmedia = 1,193 ± 0,002) são interpretados como sendo reflexo de influência dos efluentes domésticos provenientes dos Pólos urbanos de Vila dos Cabanos e Laranjal e do rio Barcarena, respectivamente. Através dos diagramas 206Pb/204Pb vs. 206Pb/207Pb e 208Pb/206Pb vs. 206Pb/207Pb, descartou-se a possibilidade da contribuição do rejeito de lama vermelha como fonte de poluição do rio Murucupi. A diminuição das razões isotópicas 206Pb/207Pb da base para o topo em testemunhos de sedimentos do rio Murucupi, corroboram a existência de uma contribuição antrópica recente para o Pb dos sedimentos neste rio.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Distribuição de metais pesados e isótopos de Pb em sedimentos do rio Amapari, setor de Pedra Branca do Amapari – Porto Grande, Amapá(Universidade Federal do Pará, 2011-03-18) SILVA, Danúbia Tavares da; LAFON, Jean Michel; http://lattes.cnpq.br/4507815620234645O trabalho consiste de um estudo geoquímico de metais pesados e de geoquímica isotópica de Pb em sedimentos provenientes da bacia hidrográfica do rio Amapari, o qual é um dos principais afluente da margem direita do rio Araguari. A área estudada é localizada na região central do Estado do Amapá, mais especificamente, no trecho do rio entre Porto Grande–Pedra Branca do Amapari. O Trabalho tem por objetivo investigar a distribuição de metais pesados, os quais são: Pb, Cu, Zn, Ni, Mn, Cd, Cr e de outros metais como o As, Al, Fe, Th e U associados à determinação da composição isotópica de Pb em sedimentos recentes em diversos pontos de amostragem representativos do rio Amapari e seus tributários. O estudo visa evidenciar e distinguir as contribuições naturais provenientes das principais unidades geológicas presentes na bacia de drenagem e as possíveis contribuições relacionadas às atividades de mineração nessa região do Estado do Amapá, em particular, da extração de ouro e ferro no setor de Pedra Branca do Amapari – Serra do Navio, que constitui o maior empreendimento de mineração no Estado. A estratégia de coleta das amostras de sedimentos recentes (solos aluviais), que são sedimentos depositados na margem superior do rio durante os eventos de inundação, dependeu basicamente da ocorrência de afloramentos adequados e da acessibilidade. Os sedimentos, coletados em novembro de 2007, correspondem a um conjunto de amostras proveniente do rio Amapari e desembocaduras de igarapés nesse rio e a três conjuntos de amostras coletadas em tributários da margem direita (rio Cachorrinho e rio Cupixi); e esquerda (igarapé Cupixizinho), totalizando 25 pontos de amostragem. Nessas amostras foram realizadas análises granulométrica, mineralógica, química e isotópica. A análise granulométrica foi efetuada para determinar as percentagens de material fino (silte + argila) e de argila. A composição mineralógica foi determinada por Difração de Raios-X. As análises químicas foram realizadas em laboratório comercial (ACME Analítica Laboratório), no qual foram determinados os teores de elementos maiores e traços por ICP-EOS e ICP-MS em dissolução total em 8 amostra total e 22 da fração fina. Os elementos de maior interesse foram: Al, Fe, Pb, Mn, Cu, Zn, Ni, As, Cd, Cr, Th e U. Para as análises isotópicas, as amostras de fração fina sofreram abertura química total (20 amostras) e lixiviação ácida (5 amostras). A separação e purificação do Pb foram realizadas por cromatografia de troca iônica. As composições isotópicas foram determinadas em modo estático com um espectrômetro de massa de termoionização modelo Finnigan MAT 262, com multi-coletores, do Laboratório de Geologia Isotópica (Pará-Iso) do IG da UFPA. Os resultados geoquímicos mostraram que todos os metais pesados se comportaram de forma similar e são enriquecidos nas mesmas amostras indicando que os sedimentos sofreram os mesmos processos de enriquecimento para todos os metais investigados, com exceção do cádmio que teve um comportamento diferente. Não foi possível evidenciar nenhuma relação clara entre granulometria e teores de metais pesados. Portanto, a quantidade de argilas presente no sedimento não parece ter sido preponderante nas concentrações dos metais pesados, ao contrário do que ocorre geralmente em sedimentos de fundo. Não foram observadas variações na composição mineralógica entre fração fina e fração superior a 62 μm, o que justifica a similaridade das composições químicas entre essas frações. Em ambas, a mesma paragênese formada por quartzo, caulinita, gibbsita e muscovita foi identificada. Alguns outros minerais foram encontrados em algumas das amostras, os quais devem representar relíquias das paragêneses primárias (anatásio, rutilo, microclínio, etc.) Esses minerais não influenciaram as concentrações dos metais pesados investigados. Os metais pesados apresentaram uma correlação melhor com o Fe do que com o Al, apesar de não terem sido detectados minerais de Fe nas amostras. As composições isotópicas de Pb apresentaram grandes variações. Foi possível construir isócronas no diagrama 207Pb/204Pb vs. 206Pb/204Pb que definiram sistematicamente idades paleoproterozóicas, em torno de 2,0 Ga (rio Amapari: 1964 ± 88 Ma, mswd = 1,6), indicando que os sedimentos são provenientes essencialmente das unidades supracrustais paleoproterozóicas (metasedimentos e rochas máficas) e dos granitoides associados. Apesar de aflorar em extensos locais no percurso do rio Amapari e tributários, o embasamento arqueano, não contribui significativamente para a fonte dos sedimentos. Em termos de distribuição geográfica, as concentrações de metais variam de forma bastante significativa, porém aleatória nos diversos pontos de amostragem do rio Amapari, mostrando que não houve homogeneização e que os sedimentos retratam as heterogeneidades das rochas fontes. Qualquer que sejam os processos que levaram a essa distribuição, os mesmos são provavelmente naturais já que nenhuma correlação foi estabelecida entre os teores dos metais e a localização das amostras em relação às áreas com atividades de mineração. A comparação dos teores de metais pesados do rio Amapari e seus tributários com aqueles determinados por outros autores em sedimentos de fundos de um igarapé na proximidade dos depósitos de Fe e de Au da Serra do Navio – Pedra Branca de Amapari confirma essa hipótese.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Distribuição e registro histórico de metais pesados e assinaturas isotópicas de PB em testemunhos de sedimentos de fundo da Baia do Guajará, Belém-PA(Universidade Federal do Pará, 2011-08-29) CARVALHO, Jully Hellen dos Santos; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568; LAFON, Jean Michel; http://lattes.cnpq.br/4507815620234645Os estuários são caracterizados como filtros ou destino final de uma parte significativa dos materiais particulados e dissolvidos que são trazidos pelos rios em direção aos oceanos. Estes estuários funcionam também como destino final para efluentes domésticos e industriais lançados, na maioria das vezes, in natura. A variedade de fatores e fontes somada com a complexidade da hidrodinâmica e das condições fisíco-químicas deste tipo de ambiente, torna os estudos de poluição dos estuários por metais um grande desafio. A análise isotópica de Pb é uma valiosa ferramenta para diferenciar fontes antrópicas de fontes geogênicas, já que o chumbo disperso no ambiente possui as características isotópicas da fonte da qual ele foi derivado, uma vez que as composições isotópicas de Pb não são afetadas por processos físicos ou químicos. A cidade de Belém (PA) possui uma rede hidrográfica pertencente ao estuário Guajará. Na margem leste da baía localiza-se a cidade de Belém, capital do Estado do Pará. A margem oeste é formada por um conjunto insular de 39 ilhas. Cerca de 30 km de drenagens naturais dividem a cidade formando canais que deságuam, sobretudo, nesta baía, que constitui o principal corpo hídrico receptor da carga de poluentes produzidos pelas atividades econômicas e domésticas da cidade. Entretanto a distribuição dos poluentes lançados diariamente na baía é difícil de ser avaliada, pelo fato do estuário representar um sistema hidrodinâmico complexo. Nesse contexto, a proposta desse estudo foi combinar a determinação de teores de metais com razão isotópica do Pb para estabelecer um registro histórico e investigar as fontes de Pb, seja ela natural ou antrópica, em sedimentos de fundo na margem oeste da Baía do Guajará, a mais afastada das possíveis fontes poluidoras. Uma amostragem foi realizada com auxilio de um testemunhador do tipo Russian Peat Borer. No total, 7 testemunhos de aproximadamente 50 cm foram coletados e posteriormente, fatiados de 10 em 10 cm totalizando 31 amostras. De acordo com a velocidade de deposição em torno de 0,7 cm/ano, previamente determinada para os sedimentos da baía do Guajará por geocronologia com 210Pb, os testemunhos coletados correspondem a um registro histórico de aproximadamente 70 anos. Foram realizadas análises granulométricas através do método de centrifugação, mineralógicas por Difração de Raio-X, análises geoquímicas com determinação da percentagem de matéria orgânica e dos teores de metais pesados por espectrometria ICP-MS e análises isotópicas de Pb por espectrômetria de massa por termoionização (TIMS). O estudo granulométrico e mineralógico dos testemunhos de sedimentos de fundo da margem oeste da baia do Guajará evidenciou uma evolução do regime hidrodinâmico, o qual tornou-se mais energético em toda a baía, ao longo do tempo. Esta afirmação foi baseada na caracterização dos sedimentos, os quais apresentaram predominância da fração areia e silte com diminuição da fração areia com a profundidade e textura que variou de arenosa a areno-siltosa. O estudo mineralógico não mostrou mudança de composição mineralógica das argilas, sendo a caulinita, a illita e a esmectita os argilominerais predominantes. Ao longo do tempo os teores de metais variam muito pouco, porém, detectou-se uma leve tendência a diminuir nos tempos mais recente, provavelmente ligada a evolução do regime hidrodinâmico. Por outro lado, não há evidência nos testemunhos de um aumento significativo das concentrações de metais com o aumento populacional ao longo dos últimos 70 anos. Estes resultados indicam que o background de Pb com intervalo de 25,3 - 29,1 mg.Kg-1 na baía é significativamente mais elevado que no rio Guamá (18 mg.Kg-1). As composições isotópicas 206Pb/207Pb de origem geogênicas ao longo dos testemunhos variaram entre 1,186 e 1,199. A assinatura isotópica média de 1,193 ± 0,0035 foi estabelecida como valor do background para a baia do Guajará, valor este inferior ao valor médio de 1.196–1,20 anteriormente determinado para a razão isotópica 206Pb/207Pb do Pb geogênico na região de Belém. As diferenças de teor e composição isotópica de Pb entre este estudo os realizados isotópicos anteriores realizados em sedimentos da margem oeste da baia, foram explicadas pela diferença da técnica utilizada na amostragem. Essa diferença indicou que, apesar do crescimento populacional acelerado das últimas décadas a contribuição de metais pesados pela ação antrópica é recente, intensificando-se nos últimos 7 anos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estratigrafia, análise de fácies e proveniência das unidades litoestratigráficas aflorantes na região de Presidente Figueiredo AM, borda norte da Bacia do Amazonas.(Universidade Federal do Pará, 2013-11-11) NOGUEIRA NETO, Ignácio de Loiola Alvares; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998; MACAMBIRA, Moacir José Buenano; http://lattes.cnpq.br/8489178778254136Esta dissertação apresenta os resultados de um estudo que envolve análise de fácies e de proveniência dos depósitos siliciclásticos de idades pré-cambriana e fanerozoica que constituem uma faixa continua de afloramentos na borda norte da Bacia do Amazonas. Nesse intervalo de tempo, essa borda da bacia foi caracterizada pela deposição de rochas sedimentares siliciclásticas que foram afetadas por variações climáticas extremas, como por exemplo, a Glaciação Siluriana. A Formação Prosperança (Grupo Purus, Proterozoico) e o Grupo Trombetas (Ordoviciano-Devoniano), representado pelas formações Nhamundá e Manacapuru, são as unidades litoestratigráficas que melhor registraram esses eventos paleoclimáticos na Bacia do Amazonas. A Formação Alter do Chão (Grupo Javari, Cretáceo) cobre as unidades anteriormente citadas. As fácies da Formação Prosperança estão todas relacionadas a ambientes flúvio–deltaicos e são compostas por arenitos, conglomerados e pelitos. Essas fácies foram agrupadas em três associações interpretadas como prodelta/lacustre, frente deltaica e planície braided. Quanto ao Grupo Trombetas, as fácies da Formação Nhamundá estão relacionadas a ambientes costeiros e são compostas por arenitos, pelitos e diamictitos. Essas fácies foram agrupadas de acordo com suas características em três associações e interpretadas como shoreface superior, shoreface inferior e glacial costeiro. As fácies da Formação Manacapuru estão relacionadas a ambientes costeiros e são compostas por intercalações de arenitos, pelitos e folhelhos. Essas fácies foram agrupadas em três associações representativas dos ambientes de fácies litorânea transicional, costa afora e transição shoreface–foreshore. O registro de vida nos depósitos siliciclásticos das formações Nhamundá e Manacapuru é caracterizado pela presença de traços fósseis e raros fósseis. Os traços fósseis são encontrados mais comumente nas fácies arenosas em ambas as formações. Fósseis são encontrados em folhelhos betuminosos e caracterizados por conchas de braquiópodes que sugerem a passagem de um ambiente anóxico para um ambiente com condições de manutenção da vida. Por fim, os depósitos cretáceos da Formação Alter do Chão registram uma sucessão formada por arenitos, conglomerados e pelitos. As litofácies foram agrupadas em duas associações interpretadas como depósitos de preenchimento de canal e como depósitos externos ao canal, depositadas em um sistema fluvial do tipo meandrante com variação de sinuosidade do canal e de carga mista (mixedload). Quanto aos seus constituintes minerais, a Formação Prosperança apresenta abundância de minerais estáveis, elevada maturidade composicional, com índice ZTE médio de 86,6%. Em geral, os minerais possuem forma de prismas longos, arredondados e angulosos. A Formação Nhamundá apresenta abundância de minerais estáveis, elevada maturidade composicional, com índice ZTR de 83%. Os minerais são comumente arredondados a secundariamente angulosos. A Formação Manacapuru apresenta abundância de minerais estáveis, elevada maturidade composicional e índice ZTRE de 86,4%. Os minerais são geralmente arredondados e raramente angulosos. A Formação Alter do Chão apresenta grande abundância de minerais estáveis com índice ZTRE de 96,5%. Os minerais são geralmente angulosos e raramente arredondados. Foram também realizadas análises geocronológicas pelo método U-Pb nos grãos de zircão através de LAMC-ICP-MS na Universidade de Brasília. As idades obtidas, com o auxilio dos dados de paleocorrente e assembleia de minerais pesados, indicaram as possíveis áreas-fonte. As principais áreas-fonte dos sedimentos da Formação Prosperança provavelmente são regiões localizadas ao norte/noroeste da borda norte da Bacia do Amazonas, sendo as rochas da Província Maroni-Itacaiúnas (2,2-1,95 Ga) as prováveis fontes e a idade máxima de deposição de 1,5 Ga. Para a Formação Nhamundá, os dados sugerem uma idade máxima de deposição de cerca de 0,5 Ga e indicam idades entre 0,5 e 2,8 Ga, assim como para a Formação Manacapuru. Essas idades de deposição indicam que as principais áreas-fonte são formadas por rochas de idade neoproterozoica e mesoproterozoica. Os zircões de idade neoproterozoica podem ter sido oriundos de retrabalhamento de rochas mais antigas, mas há também a possibilidade de que a fonte dos zircões neoproterozoicos e mesoproterozoicos ser a Laurásia ou até mesmo serem oriundos dos cinturões brasiliano/pan-africanos do oeste africano. Os terrenos de idade mesoproterozoica, expostos a sudoeste do Cráton Amazônico e reunidos nas províncias geocronológicas Sunsás e Rondoniana-San Ignácio, podem ter sido a fonte dos zircões neoproterozoicos. Os dados sugerem como áreas-fonte para a Formação Alter do Chão, as regiões localizadas a norte/nordeste da borda norte da Bacia do Amazonas, sendo a Província Maroni-Itacaiúnas (2,2-1,95 Ga), considerada como a principal fonte potencial para os arenitos dessa formação. Alternativamente, existe a possibilidade desses zircões provirem do retrabalhamento de formações mais antigas como, por exemplo, a Formação Prosperança.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo da composição isotópica de Pb em organismo bentônicos, poliquetas (Namalycastis abiuma) e oligoquetas, da Baía do Guajará e rio Guamá(Universidade Federal do Pará, 2009-06-24) OLIVEIRA, Simone Pereira de; ROSA FILHO, José Souto de; MOURA, Candido Augusto Veloso; http://lattes.cnpq.br/1035254156384979Na baia de Guajará (Terminal do Miramar e desembocadura do canal do Una) e no rio Guamá (desembocadura do Igarapé do Tucunduba), foram coletadas três amostras de sedimentos de fundo, três de poliquetas (Namalycastis abiuma) e cinco amostras de oligoquetas (Tubificidae). Nas amostras biológicas foram realizadas análises para a determinação da concentração e sua composição isotópica de chumbo, enquanto que nas amostras de sedimentos foi analisada apenas a composição isotópica do chumbo. O teor de chumbo quantificado em uma amostra representativa de oligoquetas foi de 5 mg.kg-1 e em uma amostra representativa de poliquetas foi de 3 mg.kg-1. Em termos percentuais, a concentração de chumbo determinado nos oligoquetas equivale a 13% do teor de chumbo quantificado nos sedimentos de fundo do seu habitat (38 mg.kg-1) em trabalhos anteriores. Levando em consideração que o teor de chumbo nos sedimentos da baía do Guajará sugere que eles são moderadamente poluídos, este percentual pode ser elevado quando comparado com a relação percentual de 1,7% dos oligoquetas em ambientes muito poluídos (p. ex. os sedimentos dos lagos indianos com teor de chumbo de até 2.260 mg.kg-1 e contendo oligoquetas com até 23 mg.kg-1). Este fato sugere que, proporcionalmente, os oligoquetas assimilam maiores teores de chumbo do seu habitat em ambientes menos poluídos. Não obstante, o chumbo nos oligoquetas comparado com o chumbo dos sedimentos de seu habitat, mostrou um comportamento linear o que indica que os oligoquetas podem ser utilizados como bioindicador. Quanto aos poliquetas (Namalycastis abiuma) os resultados indicaram comportamentos aleatórios e incoerentes, sem mostrar uma tendência que indique algum tipo de conexão ou correlação entre o teor de chumbo nos organismos e o teor chumbo dos sedimentos. Este fato praticamente inviabiliza a sua utilização como bioindicador da concentração de chumbo (e metais) em seu habitat. Na determinação da composição isotópica do chumbo nos sedimentos de fundo, os valores da razão 206Pb/207Pb dos sedimentos do rio Guamá foi de 1,193; o valor 1,194 foi sugerido, em trabalho anterior, como o valor natural (geogênico) desta razão nos sedimentos de fundo do rio Guamá. Essa redução indica que há origem não geogênica para o chumbo do rio Guamá no ponto amostrado. Na baía do Guajará, o sedimento amostrado na desembocadura do canal do Una apresentou o valor de 1,167 para a razão 206Pb/207Pb; valor próximo ao sugerido em trabalhos anteriores como indicativo de chumbo de origem antropogênica. Este valor da razão 206Pb/207Pb mostra que o canal do Una está contribuindo com chumbo para os sedimentos da baía do Guajará através dos despejos de efluentes domésticos e resíduos sólidos. Por sua vez, na amostra de sedimento coletada no Terminal do Miramar, também na baía do Guajará, o valor da razão 206Pb/207Pb foi de 1,188. Este valor é ligeiramente mais baixo do que aquele sugerido como valor natural da razão 206Pb/207Pb para os sedimentos de fundo da Região Metropolitana de Belém, que é de 1,200. Essa redução, possivelmente, está relacionada às atividades do Porto Petrolífero de Miramar, haja vista, que produtos originados de petróleo têm potencial de disseminação de chumbo para meio ambiente. Para comparar a assinatura isotópica do chumbo nos organismos com aquela dos sedimentos, foi adotado um procedimento que consistiu em dividir os valores da razão isotópica 206Pb/207Pb dos organismos pelos valores dessa mesma razão dos sedimentos. Para efeitos didáticos, o quociente resultante foi representado como R, sendo adotado o valor de R com tolerância de 1± 0,004 (0,996 ≤ R ≤ 1,004), para indicar que a assinatura dos organismos refletia a assinatura dos sedimentos de fundo de seu habitat. Os resultados de R em 75% das amostras biológicas ficaram com os valores dentro do intervalo tolerável (0,997 ≤ R ≤ 1,001). Enquanto que os restantes 25% que ficaram fora do intervalo de tolerância, foram as duas amostras de oligoquetas coletadas próximo a desembocadura do Una (R=1,015). Assim as três amostras de poliquetas coletadas em Miramar e as três amostras de oligoquetas coletados no rio Guamá próximo à desembocadura do igarapé Tucunduba, ficaram dentro do intervalo de tolerância. Os resultados dos valores de R indicam que os poliquetas (Namalycastis abiuma) e os oligoquetas refletiram a assinatura isotópica de chumbo do ambiente no qual estavam inseridos, mostrando que esses organismos se comportaram como bons bioindicadores da composição isotópica do chumbo de seu habitat. Esse percentual de 75%, segundo a metodologia de avaliação utilizada no presente estudo, é um percentual significativo, e sugere que esses macroinvertebrados podem ser utilizados como bioindicadores em monitoramento ambiental, usando a composição isotópica do chumbo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo da razão isotópica 87 Sr /86 em macrofosséis da Formação Pirabas, nordeste do estado do Pará(Universidade Federal do Pará, 2001-10-10) BELÚCIO, Elcinice Ferreira; MOURA, Candido Augusto Veloso; http://lattes.cnpq.br/1035254156384979A razão isotópica 87 Sr/86Sr de rochas carbonáticas e fósseis tem sido utilizada em estudos de correlação e datação de seqüências carbonáticas. Devido à potencialidade dessa técnica no estudo geocronológico de bacias sedimentares e à crescente demanda por esse tipo de pesquisa, sobretudo pela indústria de petróleo, no Laboratório de Geologia Isotópica da UFP A (Pará-Iso) estão sendo desenvolvidos estudos visando à investigação da aplicabilidade dessa técnica em seqüências carbonáticas. Neste trabalho são reportados os estudos realizados sobre macrofósseis da Formação Pirabas, que ocorre na Região Nordeste do Estado do Pará, datada do Eomioceno com base nos fósseis guias Orthau/ax pugnax (Gabb) e espécies de G/obigerinoides. o material fossilífero coletado para análise passou por seleção, identificação, pulverização, pesagem e dissolução com HCt** 2,5N. Na separação cromatrográfica do estrôncio foi utilizada a resina específica (Eichrom Sr SPS) e HN03 ** 3,5N e H20 milli-Q como soluções eluentes. Após a separação, o estrôncio foi depositado em filamento simples de tungstênio utilizando ativador de tântalo para ter sua composição isotópica eterminada por espectrometria de massa no aparelho VG ISOMASS 54. A metodologia de separação cromatográfica de estrôncio foi implantada com êxito no tratamento de rochas carbonáticas para análise isotópica de estrôncio e proporcionou uma perfeita separação do estrôncio, tanto do rubídio quanto do cálcio. Além disso, ela permitiu a redução na quantidade de reagentes utilizados na eluição das amostras, contribuindo para a diminuição da contaminação laboratorial. Finalmente foi possível também, diminuir o tempo empregado na separação cromatrográfica do estrôncio. Os valores obtidos para a razão isotópica 87 Sr/86Sr para a Ecofácies Capanema se concentraram no intervalo de 0,7086-0,7088. Utilizando como referência as curvas de variação da razão isotópica 87Srl6Sr de DePaolo & Ingram (1985) e Harris et ai. (2000) para o Terciário, verifica-se que este intervalo de valores indica uma idade entre 15 Ma e 19 Ma, coincidindo com a idade atribuída pelos estudos bioestratigráficos. Dessa forma, a utilização da razão isotópica 87 Sr/86Sr para a determinação da idade de deposição da seqüência carbonática da Ecofácies Capanema teve um resultado satisfatório, pois a idade obtida pela razão isotópica 87 Sr/86Sr, coincidiu com a idade anteriormente determinada através de estudos bioestratigráficos. Portanto, com base nos resultados apresentados, acreditasse que a razão isotópica 87 Srl6Sr pode ser utilizada para determinação de idades das seqüências carbonáticas da Formação Pirabas. Na Ecofácies Castelo, esta metodologia não proporcionou um resultado esperado, já que os valores resultantes das análises, em sua grande maioria, não coincidiram com as idades de deposição da Formação Pirabas determinadas a partir de dados bioestratigráficos. Acredita-se que este problema decorreu de uma possível interação da água do mar atual com as amostras.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo do comportamento do ouro nas formações supergênicas da área Cachoeira, nordeste do Pará(Universidade Federal do Pará, 1993-07-20) TARBACH, Milton; KOTSCHOUBEY, Basile; http://lattes.cnpq.br/0096549701457340Na área de Cachoeira, região do Gurupi, nordeste do Pará, ocorre uma sequência vulcano-sedimentar composta predominantemente de dácitos e riodácitos fortemente milonitizados, cortada por feixes de veios e vênulas de quartzo de direção NS a NNE-SSW. Nesta sequência, o ouro está presente sob forma de finas partículas “livres” disseminadas tanto nos veios como nas rochas encaixantes fortemente carbonatadas, bem como associado a uma paragênese sulfetada constituída por pirita, arsenopirita, calcopirita e esfalerita. Ao longo do tempo geológico desenvolveram-se várias superfícies marcadas por uma laterita fosfática antiga, uma laterita ferruginosa imatura e um nível de arenito ferruginoso, respectivamente. Ademais, formaram-se precocemente neste quadro supergênico gossans de extensão restrita. Neste trabalho foram estudados apenas a cobertura laterítica mais recentes e os corpo gossânicos. A laterita comporta um espesso horizonte saprolítico, uma zona mosqueada e uma crosta de 3 metros de espessura composta de hematita, goethita, caolinita e quartzo geralmente subordinado. Neste manto de alteração, tanto o ouro como a prata, embora “invisíveis”, apresentam um enriquecimento na parte superior do perfil e em particular na crosta. Os elementos traços Zn, Mn, Ni, Co, Cr, Cu e As, por sua vez, mostram teores mais elevados na zona mosqueada ou no topo do saprólito. Os corpos gossânicos, que marcam as zonas mais enriquecidas em sulfetos, são compostos essencialmente de goethita com quartzo microcristalino, caolinita e sericita subordinados. Além de fragmentos de veios. Ouro, prata e arsênio mostram uma tendência ao se enriquecerem em profundidade. Nas zonas com teores mais elevados em ouro este apresenta-se normalmente em finas partículas visíveis ou até diminutas pepitas. Por outro lado, os teores de Mn, Co, Zn e Pb sofrem poucas variações nos perfis estudados, enquanto que Ni e Cr exibem um enriquecimento no topo desses últimos. Supõe-se que durante a formação da cobertura laterítica, ouro e prata sofreram uma molibização incipiente, provavelmente na forma de cloretos e/ou de complexos orgânicos enquanto que em meio gossânico estes elementos migraram preferencialmente sob forma de tiossulfatos. Em ambos os casos o ouro e a prata teriam sido fixados pelo hidróxido de ferro por adsorção e/ou coprecipitação. Referente aos demais elementos traços, acredita-se que a sua mobilização ocorreu sobretudo na forma de sulfatos e conforme as condições físico-químicas do meio. A sua redistribuição e fixação nos produtos de alteração foi provavelmente controlada pela sua retenção pelo hidróxido de ferro mal cristalizado.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo do vulcano--plutonismo paleoproterozoico ocorrente na região de Vila Mandi (PA), Cráton Amazônico(Universidade Federal do Pará, 2017-10-01) SANTOS, Raquel Ferreira dos; FERNANDES, Carlos Marcello Dias; http://lattes.cnpq.br/0614680098407362; https://orcid.org/0000-0001-5799-2694; GALARZA TORO, Marco Antonio; http://lattes.cnpq.br/8979250766799749; https://orcid.org/0000-0002-7271-4737O Cráton Amazônico encontra-se inserido na Plataforma Sul-americana e representa um dos mais expressivos terrenos pré-cambrianos do mundo. Esta mega-unidade tectônica é recoberta por sequências vulcânicas efusivas e explosivas do Paleoproterozoico que recobrem aproximadamente 1.500.000 km2. Próximo ao distrito de Vila Mandi, extremo sul do município de São Félix do Xingu (PA), este evento encontra-se representado por sequências vulcano-plutônicas predominantemente félsicas, com subordinados tipos intermediários e sedimentos associados, pouco estudadas, mas que podem ser correlacionáveis a sequências de outras porções do Cráton Amazônico. Desta forma o objetivo do trabalho é contribuir com a caracterização do sistema vulcano-plutônico que ocorre na região, no que diz respeito aos seus aspectos petrográficos, geoquímicos e geocronológicos. Foram individualizados na área de estudo duas unidades vulcano-plutônicas efusivas e explosivas, denominadas formações Cinco Estrelas e Vila Mandi. A unidade basal Formação Cinco Estrelas é composta por rochas vulcânicas básicas a intermediárias efusivas e subordinadamente explosivas, de composição subalcalina e revela ao menos duas fácies distintas: 1) fácies de fluxo de lava maciça subaérea, representada por rochas intermediárias com foliação de fluxo magmático horizontal; e 2) fácies vulcanoclástica com tufo de cinzas laminado. A unidade superior, Formação Vila Mandi, de composição subalcalina é composta por cinco fácies: 1) fácies de fluxo de lava de riolitos maciços; 2) fácies de stocks de granitoides equigranulares; 3) fácies de ignimbrito de composição félsica associado a tufos de cinza soldados e não-soldados; 4) fácies de brecha polimítica maciça e subordinados lapilli-tufo e tufo de cristais; 5) fácies de diques com pórfiros graníticos. Os dados geoquímicos dessas rochas mostram que as rochas da Formação Cinco Estrelas apresentam conteúdo de SiO2 entre 55,49 e 73,31 % e razões K2O/Na2O entre 0,56 e 1,64. Já as vulcânicas da Formação Vila Mandi compreendem uma suíte mais evoluída, com conteúdos de SiO2 entre 69,10 e 78,31 % e muito altas razões K2O/Na2O (0,24 – 111,66). A unidade basal exibe caráter dominantemente cálcio-alcalino, levemente transicional entre cálcio-alcalino a shoshonítico, composição exclusivamente metaluminosa, razões A/NK entre 1 e 2, bem como afinidade geoquímica com granitoides de arcos vulcânicos. Já a Formação Vila Mandi apresenta características transicionais entre metaluminosa e peraluminosa com razão A/NK entre 1 e 1,5 e afinidade tectônica semelhante a Formação Cinco Estrelas. Apesar de algumas diferenças entre as rochas das duas formações, assinaladas pelos conteúdos de Elementos Terras Raras (ETR), existem também muitas similaridades. As rochas das duas formações exibem um enriquecimento dos Elementos Terras Raras leves (ETRL) em relação aos Elementos Terras Raras pesados (ETRP). As fácies de fluxo de lava e vulcanoclástica da Formação Cinco Estrelas exibem conteúdos totais de ETR de baixo a moderado (177,6 – 475,9 ppm), com anomalia de Eu média a inexistente (Eu/Eu* = 0,69 – 0,93) para as duas fácies, caracterizando assim um comportamento compatível com as séries cálcio-alcalinas. Por sua vez, os litotipos da Formação Vila Mandi possuem padrões mais diversificados, provavelmente vinculado à sua evolução polifásica, com significativas anomalias negativas de Eu (Eu/Eu* = 0,35 – 0,71), apontando para o fracionamento expressivo de feldspatos. Nos diagramas de multi-elementos normalizados para o MORB as rochas da Formação Cinco Estrelas mostram expressivo enriquecimento dos elementos Sr, K, Rb, Ba e Th; expressivo empobrecimento em Ta e Nb em relação a Th e Ce; empobrecimento do P em relação Ce e Zr; e forte empobrecimento em Ti, Y e Yb. Os litotipos da Formação Vila Mandi possuem anomalias negativas de Ta e Nb, apesar de revelarem conteúdos mais elevados desses elementos, em relação a Formação Vila Mandi. Exibem ainda marcantes anomalias negativas de Sr, Ba, P, Ti e Yb, que podem refletir o fracionamento de feldspatos, apatita e óxidos de Fe e Ti nessas unidades. A evolução geológica da Formação Cinco Estrelas é vinculada a fases de vulcanismo efusivo de composição básica a intermediária e outro explosivo. Por sua vez, a Formação Vila Mandi tem evolução polifásica gerada por fissuras crustais que formam pares conjugados orientados nas direções NE–SW e NW–SE. A fase final envolveu vulcanismo efusivo que permitiu a acumulação de riolitos com foliação de fluxo vertical e subordinados diques de pórfiros graníticos e stocks de sienogranitos equigranulares que selaram as fissuras. Foram obtidas as idades U-Pb zircão em riolitos da Formação Vila Mandi de 1889 ± 4 Ma e 1983 ± 18 Ma, sugerindo que o magmatismo na área é polifásico, formado por pelo menos dois eventos vulcano-plutônicos distintos separados por aproximadamente 100 Ma.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo geocronológico e de geoquímica isotópica da área Pojuca (Província Mineral de Carajás - PA)(Universidade Federal do Pará, 1996-03-15) SOUZA, Sandro Rogério Balieiro de; MACAMBIRA, Moacir José Buenano; http://lattes.cnpq.br/8489178778254136A área Pojuca, localizada na porção norte da Província Mineral de Carajás (sudeste do Estado do Pará – Brasil), apresenta unidades arqueanas como: seqüências metavulcano-sedimentares do Grupo Igarapé Pojuca, com importantes depósitos de Cu (Au, Ag, Mo); granitóides deformados (Granito Deformado Itacaiúnas); rochas sedimentares da Formação Águas Claras; e diques metagabróicos. O Granito Pojuca é um corpo Proterozóico intrusivo nas rochas arqueanas. Estudos geocronológicos e de geoquímica isotópica foram desenvolvidos nestas litologias utilizando-se os métodos Pb-Pb por evaporação em zircão, Pb-Pb em rocha total e fesdspato e Rb-Sr em rocha total e minerais (todos os resultados calculados com desvios de 2σ). Nas metavulcânicas do Grupo Igarapé Pojuca observou-se dois tipos distintos de zircão (metamíticos e não metamíticos). Os zircões metamíticos apresentam alta contaminação de Pb estranho, possivelmente provocada pela ação de fluidos hidrotermais durante eventos térmicos (metamorfismo regional arqueano, intrusões do Granito Deformado Itacaiúnas e do Granito Pojuca). Os zircões não metamíticos não mostraram quantidade de Pb detectáveis pelo espectrômetro de massa. As análises efetuadas pelo método Pb-Pb em rocha total e feldspatos não forneceram bons resultados em consequência da dispersão dos pontos analíticos no gráfico 206Pb/204Pb vs. 207Pb/204Pb. No entanto os valores das razões Th/U (2,5) indicaram para as rochas metavulcânicas uma fonte mantélica. O método Pb-Pb por evaporação em zircão foi aplicado com sucesso no Granito Deformado Itacaiúnas, obtendo-se uma idade de 2560 ± 37 Ma, interpretada como a idade mínima de cristalização dessas rochas. Confirmando para esse corpo uma idade arqueana próxima da obtida anteriormente pelo método Rb-Sr em rocha total (2480 ± 40 Ma), sendo a mesma correlacionada à idade do Granito Antigo Salobo (2573 ± 2 Ma, U-Pb em zircão). As análises pelo método Pb-Pb em rocha total e feldspatos não forneceram bons resultados no Granito Deformado Itacaiúnas. As idades obtidas (1597 ± 13 Ma e 2215 ± 86 Ma), indicam uma perturbação do sistema isotópico do Pb, causada possivelmente pela intrusão do Granito Pojuca. Este mesmo evento afetou e rehomogeneizou, em escala dos minerais, o sistema Rb-Sr deste corpo, como indica a idade Rb-Sr em rocha total e minerais (1810 ± 57 Ma). No Granito Pojuca apenas um zircão possibilitou obter uma idade de 1873 ± 59 Ma, similar à idade U-Pb em zircão anteriormente obtida (1874 ± 2 Ma). Pelo método Pb-Pb em rocha total e minerais obteve-se para o Granito Pojuca a idade de 1856 ± 23 Ma, interpretada igualmente como a idade de cristalização do corpo. O valor de µ = 10,5 ± 0,32, bem como as altas razões 206Pb/204Pb, 207Pb/204Pb e 208Pb/204Pb, indicam fonte crustal para o magma granítico. Os zircões das rochas metagabróicas (diques) apresentam-se petrograficamente semelhantes aos zircões metamícticos das rochas vulcânicas. Não sendo possível obter-se resultados geocronológicos satisfatórios. Nas rochas analisadas pelo método Pb-Pb em rocha total e feldspatos da área Pojuca verificou-se razões 206Pb/204Pb, 207Pb/204Pb e 208Pb/204Pb bastantes elevadas. No Granito Deformado Itacaiúnas e no Granito Pojuca essas razões são interpretadas como produto do enriquecimento dos magmas-fonte desses granitos nos elementos U e Th. Nas rochas metavulcânicas acredita-se que as altas razões refletem uma contaminação isotópica devido a fluidos hidrotermais associados com as intrusões do Granito Deformado Itacaiúnas e do Granito Pojuca. Lançando-se as razões isotópicas do Pb nos diagramas de discriminação 206Pb/204Pb vs. 208Pb/204Pb, 204Pb/206Pb vs. 207Pb/206Pb e 204Pb/206Pb vs. 208Pb/206Pb, nota-se que cada unidade estudada ocupa um domínio diferente. Contudo observa-se uma ligeira superposição entre os campos definidos pelas razões isotópicas das rochas metavulcânicas e do Granito Pojuca, podendo indicar uma contaminação das rochas metavulcânicas pelo granito.
