Dissertações em Geologia e Geoquímica (Mestrado) - PPGG/IG
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2604
O Mestrado Acadêmico pertence ao Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Dissertações em Geologia e Geoquímica (Mestrado) - PPGG/IG por Linha de Pesquisa "GEOLOGIA E GEOQUÍMICA MARINHA E COSTEIRA"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análises texturais de produtos derivados de LiDAR para discriminação de cangas lateríticas, Serra Sul de Carajás (PA)(Universidade Federal do Pará, 2016-09-30) SANTOS, Jaqueline Alcântara dos; SILVA, Arnaldo de Queiroz da; http://lattes.cnpq.br/1682623730626187; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252A caracterização de feições geológicas por meio de produtos oriundos do sensoriamento remoto em regiões do trópico úmido sofre severas restrições devido à influência da vegetação na radiometria medida. Essa é a motivação para se investigar novas abordagens metodológicas visando extrair informações de dados de sensores remotos aplicados ao mapeamento geológico. Esta pesquisa visa desenvolver uma abordagem metodológica para discriminar tipos de superfícies lateríticas a partir de parâmetros texturais de Haralick extraídos de imagem de relevo sombreado gerada de Modelo Digital do Terreno de alta resolução espacial (1 m), derivado dos sinais de último retorno (ground) de dados LiDAR. A área de estudo localiza-se no corpo S11CD na Serra Sul da Província Mineral de Carajás, compreendendo o município de Canaã dos Carajás (Estado do Pará - Brasil). O corpo S11CD é caracterizado por um relevo residual sustentado por crosta ferruginosa espessa desenvolvida sobre formações ferríferas bandadas arqueanas (Formação Carajás/Grupo Grão Pará) e é recoberto por vegetação de savana (campus rupestres) que contrasta com a floresta ombrófila do entorno. As crostas lateríticas na área de estudo são classificadas em (1) canga estrutural e (2) canga detrítica. A discriminação dos tipos de canga laterítica foi analisada através de métricas de microtopografia do relevo (Hrms), medidos em campo e, por parâmetros texturais de Haralick extraídos da imagem de relevo sombreado. Testes estatísticos de comparação de médias do Hrms (teste t Student) mostraram que é possível separar pela microrugosidade do terreno os tipos de cangas lateríticas presentes em S11CD. Na classificação orientada a objeto (GEOBIA) foi utilizado o parâmetro textural Dissimilaridade de Haralick para discriminar os tipos de cangas lateríticas. Para tal, utilizou-se os limiares do desvio padrão da média da Dissimilaridade para separação da canga detrítica (26,1 ↔ 33,234) e da canga estrutural (20,573 ↔ 28,515). O resultado desta classificação recobriu em torno de 89,35% a área de estudo, permanecendo ~11% da imagem não classificada, possivelmente em consequência de ruídos no dado LiDAR. A validação desta classificação atestou que a acurácia global entre os dados de campo e da classificação foi de 78,8%. Salienta-se ainda, que a canga estrutural ocorre na serra como pequenas “janelas” em meio à canga detrítica, o que dificultou realizar amostragem de campo nessa unidade, assim os erros de comissão e omissão tornaram-se altos para cada classe de canga.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O aumento do nível do mar pós-glacial afetou a dinâmica das florestas de várzea da Amazônia durante os últimos 5000 anos?(Universidade Federal do Pará, 2015-04-10) ARAUJO, Mayra Nina; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228Quatro testemunhos, entre três e dez metros de profundidade, amostrados de antigos terraços fluviais e canais abandonados do Rio Branco-Roraima tiveram seus sedimentos, estruturas e conteúdo polínico analisados. Além disso, as idades de deposição foram determinadas através de sete datações por Carbono-14. Os dados revelam ciclos naturais de atividades dos canais da região, resultando na formação de lagos e sua posterior reativação. As fases lacustres permitiram o acúmulo de pacotes de lama, em diferentes intervalos de tempo, adequados para a preservação polínica. Os diagramas polínicos indicam uma combinação de pelo menos setenta taxa, os mais representativos são: Moraceae, Euphorbiaceae, Caesalpiniaceae, Fabaceae, Rubiaceae, Melastomataceae, Combretaceae, Sapindaceae, Poaceae, Cyperaceae, Aizoaceae e Apiaceae, representantes de vegetação arbórea e de ervas similares à atual vegetação encontrada na área de estudo desde o Holoceno Médio. Considerando o período “seco” que ocorreu na Amazônia durante o Holoceno Inferior e Médio, seguido de um período úmido no Holoceno Superior, os dados apresentados neste trabalho não sugerem importantes alterações na vegetação como consequência dessas mudanças no clima. Portanto, condições climáticas e hidrológicas favoreceram a estabilidade da vegetação no local de estudo durante pelo menos os últimos 5500 anos. Três hipóteses são apresentadas para justificar a estabilidade da vegetação na área estudada desde 5000 cal anos AP: 1) o clima seco do Holoceno Inferior e Médio não afetou o padrão de vegetação; 2) uma fase climática seca nunca esteve presente; ou 3) a estabilização do nível relativo do mar cerca de 6000 cal anos AP ao longo do litoral norte do Brasil pode ter influenciado o nível de base dos rios e o lençol freático, favorecendo o estabelecimento e manutenção das florestas da planície amazônica durante o Holoceno Médio e Superior. Além disso, este processo pode ter atenuado o impacto deste período seco em áreas sob maior influência fluvial.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Detecção de mudanças paleoambientais no litoral do Rio Grande do Norte (RN) durante o Holoceno médio e superior(Universidade Federal do Pará, 2017-08-16) BATISTA, Edson José Louzada; FRANÇA, Marlon Carlos; http://lattes.cnpq.br/8225311897488790Durante o Holoceno a dinâmica da vegetação nativa no litoral nordeste do estado do Rio Grande do Norte (RN) foi caracterizada por fases de estabelecimento, expansão e contração de manguezais. A dinâmica dessa vegetação está relacionada principalmente com a dinâmica sedimentar e com as variações no nível relativo do mar (NRM) registradas para esse período. Durante o último milênio processos inerentes principalmente à dinâmica sedimentar dessa planície costeira controlou a dinâmica da vegetação ao longo de perfis estratigráficos formados por sequências de canais ativos, seguidos pelo seu respectivo abandono. Portanto, com base em análises granulométricas, estruturas sedimentares, dados polínicos, dados isotópicos (δ13C e δ15N), razão C/N e datação 14C da matéria orgânica sedimentar de dois testemunhos (NAT 6 e NAT 8) coletados em uma planície de maré, propõe-se um modelo para a evolução paleoambiental desde o Holoceno médio ao superior (~7 mil anos AP ao moderno), descrito em quatro associações de fácies sedimentares: (A) estuário/canal ativo, representada por depósitos arenosos maciços (fácies Sm) e deposições de lama; (B) canal abandonado, representada pelas fácies de acamamento heterolítico wavy (fácies Hw), acamamento heterolítico lenticular (fácies Hl) e pequenos intervalos com areia maciça (fácies Sm); (C) canal ativo, correspondentes a depósitos arenosos maciços (fácies Sm); e (D) planície de maré vegetada (manguezais/campos herbáceos e palmeiras), representada pelos depósitos de argila com acamamento heterolítico lenticular (fácies Hl). Neste contexto, variações de curta escala de tempo (milênio/século) na relação entre manguezais e demais vegetações associadas nessa região não necessariamente estão ligadas às variações no NRM ou mesmo às mudanças climáticas (processos alocíclicos), pois os processos inerentes à dinâmica sedimentar do ambiente deposicional (processos autocíclicos) devem ter controlado principalmente a assembleia polínica ao longo dos perfis estratigráficos estudados.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Os efeitos da subida do nível do mar sobre os manguezais do litoral sul da Bahia durante o Holoceno(Universidade Federal do Pará, 2015-03-25) FONTES, Neuza Araújo; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228O trabalho atual integra dados palinológicos, sedimentológicos e geomorfológicos com datações por Carbono-14, assim como valores de δ13C e C/N da matéria orgânica sedimentar para identificar o impacto das mudanças do nível do mar e do clima durante o Holoceno sobre os manguezais do Rio Jucuruçu, próximo a cidade de Prado, no estado da Bahia. Um testemunho de sedimento com 4,5 m de profundidade amostrado de um vale fluvial, 23 km distante da atual linha de costa, apresentou idade de 7450 cal AP na sua base. Os dados revelam duas importantes fases caracterizadas pela 1) presença de um estuário com planícies de maré colonizadas por manguezais, e matéria orgânica sedimentar proveniente principalmente de plâncton de águas salobras durante o Holoceno inicial e médio. 2) Na segunda fase os manguezais desapareceram e as ervas e palmeiras expandiram no local de estudo. Valores de δ13C e C/N apontam um aumento na contribuição de plantas terrestres C3. Tais fases identificadas nesse estudo estão compatíveis com o aumento do nível relativo do mar do Holoceno inicial e médio, assim como com sua subsequente descida no Holoceno tardio. Além disso, influência dos padrões climáticos propostos para o Holoceno podem ser identificados ao longo do testemunho estudado. Provavelmente, mudanças no ambiente deposicional e na vegetação dominante no local de estudo foram causadas pela ação combinada das mudanças no nível relativo do mar e aporte de águas fluviais. Segundo o modelo proposto nesse estudo, durante o Holoceno inicial e médio ocorreu um aumento do nível relativo do mar que causou uma incursão marinha ao longo do vale fluvial estudado. O período seco do Holoceno inicial e médio gerou uma diminuição na descarga fluvial e contribuiu para a transgressão marinha. Entretanto, durante o Holoceno tardio ocorreu uma queda no nível relativo do mar juntamente com um clima mais úmido. Isso favoreceu uma regressão marinha e, consequentemente, os manguezais abandonaram o interior do vale fluvial e se refugiaram nas planícies de maré das lagunas próximas a atual linha de costa. A evolução geomorfológica e da vegetação descrita neste trabalho está compatível com uma subida contínua do nível de mar acima do atual até o Holoceno médio, seguida de uma queda até os dias atuais.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo da morfodinâmica sazonal e quantificação de transporte sedimentar costeiro nas praias de Fortalezinha e Princesa, Algodoal/Maiandeua (nordeste do estado do Pará)(Universidade Federal do Pará, 2015-02-03) SILVA, Paulo Victor Magno; EL-ROBRINI, Maâmar; http://lattes.cnpq.br/5707365981163429O entendimento dos processos responsáveis pela morfodinâmica dos ambientes costeiros e de transporte sedimentar costeiro é necessário tendo em vista que tais processos assumem um importante papel na conformação e estabilização do ambiente praial. A zona costeira é uma faixa complexa, dinâmica e instável, na qual está sujeita a contínuas alterações morfodinâmicas geradas por processos meteorológicos (ventos) e hidrodinâmicos (ondas, maré e correntes associadas). Este trabalho mostra a morfodinâmica e quantifica o transporte sedimentar nas praias de macromaré da Princesa e de Fortalezinha, ambas localizadas na costa nordeste do Estado do Pará e inseridas na faixa arenosa da Ilha de Algodoal/Maiandeua (município de Maracanã), no setor costeiro da Costa Atlântica do Salgado Paraense. Foram realizadas duas campanhas de coleta de dados: (i) no período seco (15 - 19/10/2012) e; (ii) chuvoso (13 - 16/03/2013) para analisar a variação morfológica das praias e suas tendências erosivas e/ou de acreção, através de 8 perfis topográficos, sendo 4 em cada praia. Concomitantemente ao levantamento dos perfis, foram realizadas amostragem de sedimentos e medições de parâmetros hidrodinâmicos (ondas e correntes). Para quantificar o transporte de sedimento costeiro foram utilizadas: (1) armadilhas de sedimentos para o transporte eólico em cada perfil e (2) armadilhas na zona de surfe, em três setores distintos das praias para o transporte longitudinal. Estas praias são compostas predominantemente por areia fina e bem selecionadas. As praias exibiram baixa declividade (< 2°) para os dois períodos. No período seco foi possível observar na praia da Princesa um sistema calha-barra bem desenvolvido na zona de intermaré média, característico de praias dissipativas, enquanto que no período chuvoso ocorreu perda de sedimentos nesta zona, permitindo a exposição de um terraço lamoso de paleomangue no setor central. Na praia de Fortalezinha o período chuvoso foi marcado por características erosivas no setor NW, com ausência de calhas e barras, somente o setor SE apresentou características típicas de praias dissipativas. Em geral, as praias da Princesa e Fortalezinha estão submetidas a um regime de macromaré semi-diurna, com ondas dominantes do tipo deslizante de baixo período, com direção NE. A corrente costeira tem direção preferencial de NW, com variações durante o ciclo de maré. Os ventos atuantes têm direção preferencial de E no período menos chuvoso e NE no período chuvoso. Durante o período seco as praias tiveram características de praias intermediárias, com Ω entre 4,322 a 4,579 na praia da Princesa e de 4,074 a 4,668 na Praia de Fortalezinha. No período chuvoso foram caracterizadas como dissipativas, com valores de Ω variando de 5,088 a 6,763 na praia da Princesa e 5,790 a 6,174 na praia de Fortalezinha, tendo apenas o setor NE da praia da Princesa com características intermediárias. A praia da Princesa passou do estado de praia ultradissipativa (75) (período chuvoso). Entretanto, a praia de Fortalezinha teve seu estado como intermediário com sistema de calha-barra de baixa-mar (35), no período chuvoso. Nas praias ocorre transporte longitudinal bidirecional, com resultante para NW. A direção da corrente longitudinal e da deriva litorânea é influenciada, respectivamente, pela direção e intensidade dos ventos alísios de NE (período seco) e correntes de maré (período chuvoso). O transporte eólico se dá em função da intensidade e duração dos ventos e principalmente por chuvas, entretanto, no período seco este é elevado, devido aos fortes ventos, e a ausência de chuvas deixa os sedimentos da zona de espraiamento menos coesos e mais fáceis de serem transportados. A dinâmica costeira nas praias é influenciada pelas drenagens adjacentes (rios e canais de maré) principalmente durante a vazante da maré. Durante o período chuvoso, a vazão dos rios Marapanim e Maracanã é alta devido ao aumento das chuvas nas cabeceiras dos rios, que aumenta a exportação de sedimentos continentais (silte e argila) para a região costeira, e são incorporados a deriva litorânea e depositados nas praias durante os momentos de baixa energia, juntamente com os sedimentos arenosos provenientes principalmente da plataforma continental adjacente, através das correntes de maré.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Impacto do último máximo glacial pleistocênico na vegetação de Humaitá, Amazonas(Universidade Federal do Pará, 2016-09-27) LIMA JÚNIOR, Walmir de Jesus Sousa; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A busca por novos fatos que solucionem as incógnitas relacionadas às variações climáticas e da vegetação que ocorreram durante o Último Máximo Glacial (UMG) na região da Floresta Amazônica brasileira ainda impulsionam muitos pesquisadores (Hoorn & Wessilingh, 2011; Maslin et al., 2012; Cheng, 2013; Rull, 2013; Cohen et al., 2014; Guimarães et al., 2016), essa temática vem sendo abordada pela comunidade científica há algumas décadas (Irion, 1982; Salati & Vose, 1984; Salo, 1987), ainda assim, lacunas sobre a evolução dessa floresta para este intervalo de tempo necessitam de mais detalhamento. Durante o UMG ocorreram significativas mudanças climáticas globais (Zhang, 2014; Wang et al., 2014; Jasechko et al., 2015; Tallavaara et al., 2015; Eaves et al., 2016; Werner et al.,, 2016), sendo os impactos registrados para região amazônica fortes indicadores das bruscas reduções nas taxas pluviométricas, as quais alcançaram valores até 55% menores que os atuais, variando entre 500 e 1500 mm (van der Hammen & Absy, 1994; van der Hammnen & Hooghiemstra, 2000). Essa diminuição no volume de chuvas, combinada com decréscimos na temperatura e o estresse hídrico nas vegetações típicas de floresta equatorial úmida, devido as baixas concentrações de CO2 atmosféricos (Mayle et al., 2004), pode ter favorecido a expansão das savanas (Haffer & Prance, 2001; Beerling & Mayle, 2006), reduzindo assim a área dessa floresta em até 14 % abaixo dos valores atuais (Mayle et al. 2009). Essas teorias são confrontadas por Wilson et al. (2011), que após analisarem isótopos de oxigênio, identificaram um considerável aumento nas taxas pluviométricas sobre a Bacia Amazônia. O fato de haverem muitas controvérsias a respeito dos padrões de temperatura e umidade para o UMG (Conlivaux et al., 2000; Conlivaux et al., 2001; Salo, 1987), apesar de alguns modelos climáticos sugerirem um acentuado decréscimo em termos de temperatura para as regiões tropicais durante esse período (Webb et al., 1997; Ganopolski et al., 1998; Gasse e Van Campo, 1998; Stute & Talma, 1998), motivaram Cruz et al. (2005) a estabelecer que houve oscilações da temperatura para esse intervalo de tempo, e não uma queda contínua. Os valores propostos, de um modo geral, não apresentam um denominador comum, onde para a pesquisa CLIMAP (1976) a temperatura diminuiu cerca 2°C, enquanto para (Van der Hammen & Hooghiemstra 2000; D'Apolito et al., 2013; Cohen et al., 2014) a queda foi de 4-6°C, numa outra perspectiva Thompson et al. (1995) propõe até 12°C abaixo dos padrões atuais. O mesmo debate pode ser estendido para a umidade, cujos questionamentos são se houve um clima mais frio e úmido ou mais frio e árido, onde Van der Hammen & Hooghiemstra (2000), Mayle et al. (2004), Maslin et al. (2011), argumentaram sobre condições mais áridas durante o UMG que o presente, posteriormente D'Apolito et al. (2013) afirmou que a conclusão de (Colinvaux et al., 1996, Colinvaux & De Oliveira, 2001; de Bush et al., 2004) a respeito de um clima frio e úmido foi baseada em interpretações imprecisas de registros sedimentares datados de aproximadamente 21.000 anos AP da Colina de Seis Lagos no noroeste do Brasil, sugerindo que na realidade o clima teria sido frio e árido. Entretanto, Mosblech et al.(2012) afirmam que no decorrer dos últimos 94.000 anos a Amazônia não passou por períodos áridos prolongados, confirmando o exposto por Bush et al. (2002) que sugeriram a predominância de umidades elevadas, até maiores que atual (Baker, 2001). Para Cheng et al. (2013) que analisaram isótopos de oxigênio em espeleotemas as alterações foram mais sutis, com aumento da umidade no oeste da Amazônia, enquanto as condições mais áridas prevaleceram na Amazônia oriental, em comparação com o final do Holoceno. Guimarães et al. (2014) resume que a confiabilidade e precisão da inferência sobre esse debate ainda permanece em grande parte limitado. Registros palinológicos do Lago Calado, referentes ao UMG, indicam uma área influenciada por flutuações do nível de água do sistema de drenagem amazônica, incluindo um intervalo de tempo onde o gênero Mauritia foi mais abundante (Behling et al., 2001), o que reflete um período de umidade elevada. A identificação de Podocarpus nos sedimentos Quaternários de aproximadamente 15.000 anos AP da Lagoa de Caco (Ledru et al. 2001), conduziu esses autores a interpretarem condições mais frias e úmidas na floresta amazônica. Os dados aqui expressos tem por finalidade expandir o conhecimento a respeito da dinâmica vegetacional ocorrida ao longo do UMG na região de Humaitá-Am, situada nas terras baixas da Amazônia Ocidental, de onde foram retirados dois testemunhos sedimentares das margens do Rio Madeira, maior afluente do Rio Amazonas e um dos maiores em extensão do mundo, utilizando para isso ferramentas multidisciplinares, tais como a análise polínica, fácies sedimentares e datação por radiocarbono. Com isso, contribuir para a afirmativa sobre períodos mais frios durante o Pleistoceno tardio e quentes para o Holoceno.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Morfodinâmica da praia estuarina do Cajuúna, Soure, Marajó – Pará(Universidade Federal do Pará, 2016-06-08) BITTENCOURT, Lorena Amaral; EL-ROBRINI, Maâmar; http://lattes.cnpq.br/5707365981163429A praia do Cajuúna está localizada no município de Soure (0°37' 41.971" S – 48° 28' 56.980" W e 0° 38' 54.888" S – 48° 29' 6.867" W), na margem leste da ilha do Marajó no estado do Pará. Esta praia é recortada por canais de marés (um no meio e os dois nas extremidades), e é influenciada por parâmetros meteorológicos (ventos, chuvas, tempestades), hidrológicos (descarga hídrica e sólida do estuário do rio Pará) e hidrodinâmicos (ondas, correntes de maré). O objetivo desta dissertação é de identificar a morfodinâmica da praia estuarina do Cajuúna através de análises sazonais, podendo esclarecer questionamentos sobre quais feições morfológicas são características durante os períodos chuvoso e menos chuvoso; quais as variações texturais dos sedimentos; qual a maior forçante desta variação no transporte e distribuição dos sedimentos e com que intensidade e direção preferencial estes são transportados. Foram realizadas duas campanhas de campo: durante os períodos chuvoso de maré equinocial (01/04/2014) e menos chuvoso (23/11/2014). A praia se estende por 4 km, sua largura varia de 100 a 489 m, onde foram aplicados 7 perfis topográficos com equidistância de 300 m. A praia foi dividida em 3 setores: perfis A e B - setor 1, perfis C, D e E - setor 2, perfis F e G - setor 3. As amostras de sedimentos foram coletadas a partir de: (1) medição pontual do transporte longitudinal na zona de surfe (armadilhas) e (2) ao longo de perfís topográficos, adotando a zonação morfológica (Souza Filho et al., 2003). Ainda, dados de ondas e correntes adquiridos na zona de surfe. As amostras de sedimentos foram submetidas ás análises e classificadas de acordo com o método de Folk e Ward (1957), Diagramas de Shepard (1954) e de Pejrup (1988). Além destes foram produzidos os parâmetros morfométricos: Variação de volume sedimentar (Vv), Declividade da face praial (β), Largura da praia (Yb), Coeficiente de variação da linha de costa (CVYb), Velocidade de decantação das partículas sedimentares (Ws), Estado morfodinâmico praial (Ω) de Dean (1973) e a variação relativa da maré (RTR - Relative Tide Range) de Davies e Hayes (1984), sugerido por Masselink e Short (1993). Os resultados mostram que a praia do Cajuúna é composta por sedimentos que variam de areia fina (< 2 a 3 Φ) a muito fina (< 3 a 4 Φ), com bom grau de selecionamento (0,35 a 0,50 Φ) de muito bem selecionado (< 0,35 Φ) a moderadamente selecionado (0,50 a 1,00 Φ) no período menos chuvoso. A assimetria se manteve aproximadamente simétrica tendendo a valores positivos (0,10 a 0,30 Φ), muito positivos (0,30 a 1,00 Φ) e negativos (-0,30 a -0,10 Φ) e a curtose predominante nos dois períodos foi a leptocúrtica (1,11 a 1,50 Φ), variando para muito leptocúrtica (1,50 a 3,00 Φ), mesocúrtica (0,90 a 1,11 Φ) e platicúrtica (0,67 a 0,90 Φ). Esta praia apresentou balanço positivo no volume sedimentar do período chuvoso (menor volume 134 m³/m e maior volume 955 m³/m) para o menos chuvoso (menor volume 74 m³/m e maior volume 1.567 m³/m), sendo crescente, havendo exceção no setor 2 onde ocorre o decréscimo no volume sedimentar (de 136 m³/m no período chuvoso para 74 m³/m no menos chuvoso). A praia do Cajuúna se mantém mais larga no período chuvoso; o coeficiente de variação da linha de costa também foi maior neste período; entretanto os setores 1 e 3 foram mais largos no período menos chuvoso (áreas abrigadas). Esta praia teve baixa declividade (< 2,0°) nos dois períodos, relacionada com a presença de sedimentos finos. Prevaleceu o estado morfodinâmico (Ω) intermediário nos dois períodos; Terraço de Baixa Mar (TBM) no período chuvoso e variação entre Terraço de Baixa Mar e Banco de Praia de Cúspide (BPC) no período menos chuvoso. O RTR classificou a praia como intermediária nos períodos menos chuvoso e chuvoso, com interação onda-maré (RTR < 7), ocorrendo variação no período menos chuvoso, uma classificação refletiva, dominada por onda, com RTR < 3. Na zona de surfe, a fração de areia fina (< 3 a 4 Ф) foi dominante nos períodos chuvoso (máximo de 74,27 g) e menos chuvoso (máximo de 562,61) durante as marés vazantes no setor 2; a fração silte se manteve alta (100g), chegando a ultrapassar a fração dominante no período menos chuvoso; e a argila teve a menor quantidade nos dois períodos (mínimo de 0,27g e máximo de 23,48g). O ângulo de incidência das ondas variou de NW (período chuvoso) para NE (período menos chuvoso). A maior altura de ondas foi registrada durante a maré vazante nos dois períodos (1,074 m no período chuvoso e 2,94 m no menos chuvoso). A velocidade dos ventos foi mais intensa durante a enchente no período chuvoso (8,4 m/s), e na vazante no menos chuvoso (10,3 m/s). A intensidade das correntes de maré foi maior durante a enchente nos períodos chuvoso (0,73 m/s) e menos chuvoso (0,35 m/s). Várias feições como cristas e calhas, paleomangue, dunas, esporão arenoso e canais ocorrem na praia do Cajuúna, são formadas e/ou modificadas sazonalmente pelas forçantes meteorológicas, hidrológicas e hidrodinâmicas. A compreensão da morfodinâmica da praia do Cajuúna é importante, tendo em vista a sua localização estratégica, acima das praias da região leste da ilha do Marajó, sofre influencia direta da foz do rio Pará e faz parte de uma Área de Proteção Ambiental (APA). Apesar da implementação de um Plano de Gerenciamento Costeiro (GERCO / PA), em alguns trechos da região Nordeste do Pará; até hoje, a Ilha do Marajó não apresenta uma metodologia bem definida para o prognóstico e monitoramento da erosão costeira. Diante disto, é necessário determinar como o aumento do nível do mar está afetando a margem Leste da Ilha do Marajó. Este estudo faz contribuição a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), no projeto “Adaptation to Sea Level Rise in the Amazon Delta” que objetiva a avaliação das consequências do aumento do nível do mar causados pela mudança climática global sobre os entornos da ilha do Marajó (margens Leste e Norte).Dissertação Acesso aberto (Open Access) Processos autocíclicos e alocíclicos afetando os registros da paleoflora da foz do rio Jucuruçu, litoral sul da Bahia, durante os últimos 1000 anos(Universidade Federal do Pará, 2016-06-07) MORAES, Caio Alves de; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228Durante o Holoceno a história da vegetação no litoral sul da Bahia é caracterizada por fases de estabelecimento, expansão e contração de manguezais. Essa dinâmica da vegetação está relacionada principalmente às mudanças climáticas e às variações no nível relativo do mar. Entretanto, pontualmente e em escalas de tempo menores, por exemplo, durante os últimos 1000 anos, outros processos inerentes à dinâmica sedimentar do ambiente deposicional em questão, chamados processos autocíclicos, estão controlando a assembleia polínica ao longo de perfis estratigráficos formados por sequências de canais ativos seguidos pelo seu abandono. Com base na análise do tamanho das partículas de sedimentos, estruturas sedimentares, grãos de pólen, isótopos (δ13C, δ15N, C/N) e datação 14C de matéria orgânica sedimentar de dois testemunhos (PR-11 e PR-12) amostrados de um meandro abandonado e de uma planície de maré inseridos na foz de um vale fluvial próximo do litoral da cidade de Prado, no estado da Bahia, propõe-se um modelo para a evolução do canal de maré estudado juntamente com a vegetação de seu entorno. O testemunho de sedimento PR-11, com 1,48 metros de profundidade foi amostrado dentro de uma zona de manguezal, com idade máxima de 678 cal anos AP. O PR-12 foi coletado em uma zona de várzea distante aproximadamente 2,7 km da linha de costa atual com 1,92 metros de profundidade e idade máxima de 680 cal anos AP. Os dados revelam duas associações de fácies ao longo desses testemunhos: (A) Canal de maré, representada por depósitos arenosos maciços (fácies Sm), areia com estratificação cruzada (Scs) e acamamento heterolítico flaser (Hf); e (B) Planície de maré, representada pelas fácies acamamento heterolítico wavy (Hw), acamamento heterolítico lenticular (Hl) e um pequeno intervalo (5 cm) com areia maciça (Sm) e lama maciça (Mm). Os dados polínicos dos dois testemunhos sedimentares mostram que na associação de fácies (A), referentes à base dos perfis estratigráficos, há ausência de grãos de pólen de manguezais que pode ser consequência da intensa atividade do canal retrabalhando sedimentos de sua margem e depositando os sedimentos juntamente com os grãos de pólen oriundos de unidades de vegetação não necessariamente das proximidades do local de estudo. Já para o topo da sucessão, na associação de fácies (B), é possível identificar a implantação e expansão dos manguezais na recém formada planície de maré (PR-11) ou lago (PR-12). No caso do PR-12 este momento pode ser marcado pelo abandono do canal que resultou na formação de um lago com intenso acúmulo de lama, onde a interação descarga fluvial/maré diminuiu e propiciou o preenchimento com material sedimentar mais fino e de mais alto potencial de preservação orgânica que forneceu condições para o desenvolvimento dos manguezais e preservação polínica. No caso do PR-11, a migração natural do canal de maré causou o desenvolvimento de uma planície de maré que favoreceu a expansão do manguezal nesse local. Esses ambientes deposicionais, favoráveis à formação dos manguezais, podem ser parciais ou completamente modificados pela dinâmica natural dos canais de maré e canais estuarinos que estão sob influência das variações do aporte fluvial sedimentar na costa e dos processos de deriva litorânea ao longo da costa associados à ação das marés, ondas e correntes. Esses resultados foram comparados com os dados de um testemunho amostrado 23 km a montante do Rio Jucuruçu que também indicou a presença de manguezais sobre planície de maré com matéria orgânica estuarina durante o Holoceno inicial e médio, seguido de vegetação herbácea sobre uma planície fluvial com matéria orgânica oriunda de água doce durante o Holoceno tardio (Fontes, 2015). Nesse caso as flutuações do nível do mar e mudanças climáticas foram as principais forças controladoras da dinâmica dos pântanos na foz desse rio durante o Holoceno, assim caracterizando um processo halocíclico. Entretanto, considerando as sequências estratigráficas dos testemunhos analisados nesse trabalho de mestrado (PR-11 e PR-12), tais sucessões sedimentares associadas às mudanças na vegetação e fonte da matéria orgânica estão relacionadas aos processos naturais de preenchimento das depressões costeiras, marcados principalmente por fácies de canais ativos, canais abandonados e planícies de maré. Portanto, variações de curta escala de tempo na relação entre manguezais e demais vegetações associadas aos litorais não necessariamente estão diretamente ligadas às variações de nível do mar ou mesmo às mudanças climáticas (processos halocíclicos). Por outro lado, processos inerentes à dinâmica sedimentar do ambiente deposicional (processos autocíclicos) devem ter controlado principalmente a assembleia polínica ao longo dos perfis estratigráficos estudados.
