Programa de Pós-Graduação em Psicologia - PPGP/IFCH
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O Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP) do Instituto de Filosofia de Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Psicologia - PPGP/IFCH por Linha de Pesquisa "PSICOLOGIA, SOCIEDADE E SAÚDE"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Eu não sou agente, eu sou polícia: representação social do policial penal(Universidade Federal do Pará, 2024-01-19) BARROS, Andressa Regina Sandres Guimarães de; MOREIRA, Hélio Luiz Fonseca; http://lattes.cnpq.br/3977870273059388Esta dissertação tem como objetivo analisar as representações sociais de policiais penais que trabalham em uma das unidades prisionais do Complexo Penitenciário de Santa Izabel do Pará, localizado na Região Metropolitana de Belém. Fundamentandose na Teoria das Representações Sociais - TRS -, parte-se de indagações sobre as representações da identidade e do trabalho de policiais penais após a Emenda Constitucional nº 104, de 04/12/2019 (EC nº 104/2019). Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa, com revisão bibliográfica e aplicação de entrevistas semiestruturadas in loco. Após a EC nº 104/2019, as mudanças jurídicas repercutem em vários fatores, como na identidade do policial penal, gerando sensações paradoxais, como o empoderamento devido ao uso de arma de fogo e, ao mesmo tempo, a sensação de insegurança fora do contexto penitenciário. Além disso, refletem na relação com o trabalho mediante a manutenção de percepções relacionadas aos agentes penitenciários, como trabalho exaustivo e cansativo. Assim, conclui-se que os sentidos construídos sobre a identidade são outros, embora o sentido do trabalho seja o mesmo.Tese Acesso aberto (Open Access) “Eu rezo e tomo meus banhos de ervas” narrativas ribeirinhas de padecimento e cuidado em saúde mental na Ilha do Combu – Belém/ Pará(Universidade Federal do Pará, 2024-08-28) SANTOS, Cinthia de Castro; BELLOC, Márcio Mariath; http://lattes.cnpq.br/1570092596184654; https://orcid.org/0000-0003-0928-7557Esta tese de doutorado em psicologia parte do interesse em compreender os processos de interação envolvidos nas experiências de padecimento e cuidado em saúde mental, de comunidades ribeirinhas na Ilha do Combu, situada na cidade de Belém do Pará, que constroem o repertório de narrativas dos modelos explicativos de padecimento e cuidado. Quando o padecimento é olhado apenas pelo lado biológico, quando não há o reconhecimento dos significados de forma ampla para o usuário e seus familiares, há uma interferência no reconhecimento de problemas que podem ser perturbadores, mas potencialmente tratáveis no modo de vida do usuário. O padecimento é polissêmico, as experiências são variadas e por isso vale à pena examinar cada um dos sentidos, tanto em uma perspectiva clínica como também antropológica. Assim ,a interpretação do que é o adoecimento também pode contribuir para uma um trabalho mais efetivo de cuidado dentro de uma lógica territorial. Em concordância com os pressupostos da antropologia médica optou-se por usar o termo “padecimento”, pois fazemos referência à compreensão e experiência popular sobre doença e/ou sofrimento, tal qual nos aponta a definição de illness. Outro conceito que também uitlizaremos ao longo do trabalho é o de modelos explicativos, entendidos pelas formas como se entende científica e popularmente um processo de saúde/adoecimento/atenção, incluindo as formas de prevenção, tratamento, controle, alívio ou cura de uma determinada condição. O trabalho dá visibilidade às formas de entendimento, explicação e cuidado das questões relacionadas à saúde mental dessa comunidade, e e pelas narrativas da própria comunidade e da observação participante, busca conhecer como estas compreensões foram construídas. Conhecer o que está posto e adentrar no campo do não posto. Assim, o estudo inicia por uma pergunta: como se dão os processos que decorrem da experiência de padecimento e cuidado em saúde mental destas comunidades ribeirinhas? Reconhecer e permitir a mediação entre os saberes técnicos, populares e tradicionais nos ajuda na compreensão dos itinerários terapêuticos percorridos por uma determinada população. A etnografia que nos convocou a uma imersão no campo da pesquisa, a vivenciar o campo e estar junto aos sujeitos da pesquisa, estabelecer uma relação com os sujeitos para que possibilitássemos o protagonismo destes no processo. Como resultados desse estudo identificamos que os modelos de padecimento e as práticas de autocuidado em saúde mental da comunidade riberinha foram construídos a partir de experiências pessoais e de grupo que foram passados de geração em geração de famílias de origens quilombolas e indigenas, além das praticas biomedicas. Os efeitos de encantamentos também estão presentes e as narrativas são atravessadas pelo saber da instituição psiquiatria, havendo uma dupla possibilidade de explicar o padecimento localizado entre a loucura e misticismo, além de uma altiva influência das religiões neopentecostais nas narrativas de padecimento e autocuidado. Seria uma narrativa que se repete e se reconta sobre a colonização da história de vida das comunidades tradicionais deste território? Propomos com isto uma reflexão sobre a interveniência sobre os modelos explicativos ribeirinhos efetivada tanto pelo modelo biomédico hegemônico quanto por práticas religiosas cristãs neopentecostais.Dissertação Acesso aberto (Open Access) “Gordura não é coisa de macho”: reverberações da gordofobia nas masculinidades de homens gordos(Universidade Federal do Pará, 2024-04-03) MODESTO, Lucas de Almeida; LIMA, Maria Lúcia Chaves; http://lattes.cnpq.br/2883065146680171; ALVARENGA, Eric Campos; http://lattes.cnpq.br/5734378044087055; https://orcid.org/0000-0002-1803-2356A gordofobia é uma forma de violência interseccional, estrutural, cultural e institucionalizada que atinge pessoas gordas, discriminando e hostilizando seus corpos. Está presente em diversos cenários e ancora-se em saberes patologizantes, historicamente determinados, utilizando-se de discursos de saúde e beleza na mídia, na indústria de cosméticos, fármacos e procedimentos que podem “curar” um corpo que foi “adoecido” pelo estigma social causado por este suposto saber. Elenca-se que a maioria das produções que questionam a gordofobia foram produzidas por e sobre mulheres gordas, havendo assim a necessidade de incluir o público masculino neste debate, uma vez que estes também são atravessados de distintas formas pela gordofobia. Uma dessas formas é no aspecto da masculinidade, considerando as formas plurais que homens são subjetivados no Brasil. Investiguei como esses processos podem ser gordofóbicos, tendo em vista, que a “masculinidade hegemônica” tem um padrão de corpo atlético e musculoso, sendo para esta a gordura um atributo de feminilidade. Dessa forma, homens gordos passam a ter sua masculinidade colocada à prova por possuírem em excesso o que o “homem de sucesso” busca eliminar”. Utilizo uma epistemologia de autores(as) que estudam as masculinidades de forma plural e sob viés feminista e lanço mão dos estudos transdisciplinares das corporalidades gordas. Neste sentido, este trabalho tem por objetivo analisar como a gordofobia afeta as masculinidades de homens gordos na região metropolitana de Belém. Trata-se de uma pesquisa de campo, com abordagem qualitativa que através de entrevistas semiestruturadas visa produzir informações que possam ser analisadas a partir da análise de conteúdo, a fim alcançar os objetivos propostos. Participaram da pesquisa 9 homens com idades entre 20 e 37 anos. A partir da análise de conteúdo surgiram três categorias, tais quais: “É mais fácil falar sobre ser gordo do que sobre ser homem” onde discuto acerca dos processos de subjetivação dos homens gordos a partir do corpo, dos esportes e da cisheterossexualidade compulsória; “É basicamente igual roupa, pode não ser a que você gosta, mas você tem que levar”, em que trato a respeito do preterimento amoroso e da fetichização que homens gordos vivenciam devido à gordofobia e “É o meu corpo, é o que eu tenho!” em que disserto sobre as formas de sofrimento e enfrentamento vivenciadas por homens gordos. Por fim, esta pesquisa se propõe a suscitar em homens gordos a necessidade de unir-se às discussões e ao movimento antigordofobia, ademais, também elucida a necessidade de pesquisas futuras com homens gordos cisheterossexuais, visto que somente um dos participantes se identifica dessa forma, assim algumas questões não puderam ser alcançadas sobre essa especificidade, mas salientaram possíveis idiossincrasias.Tese Acesso aberto (Open Access) História da disciplina Psicologia da Educação no Piauí na formação inicial de professores: das Escolas Normais às licenciaturas em Pedagogia(Universidade Federal do Pará, 2024-05-29) SILVA, Ellery Henrique Barros da; NEGREIROS, Fauston; http://lattes.cnpq.br/6286677749065869A tese tem como escopo investigar a disciplina Psicologia da Educação na formação inicial de professores, desde as primeiras Escolas Normais da década de 30 até os cursos de licenciatura em Pedagogia nas instituições públicas no Estado do Piauí da segunda década do séc. XXI. Assim, emergiram os seguintes objetivos específicos: analisar a interface Psicologia e Educação como disciplina na formação de professores nas primeiras Escolas Normais do Piauí na década de 30; descrever o percurso histórico, formação e trajetória de professoras(es) pioneiras(os) ao ministrar a disciplina Psicologia da Educação nos cursos de Licenciatura em Pedagogia da segunda década do séc. XXI; averiguar a partir do currículo nos cursos de graduação em Pedagogia nas instituições públicas no Estado do Piauí como são trabalhadas as disciplinas que versam sobre Psicologia da Educação. A fundamentação teórica abordou os seguintes eixos: História da Psicologia da Educação; História da Educação Brasileira; Formação de Professores. O método é de abordagem qualitativa, do tipo exploratório-descritivo, com inspiração na perspectiva da historiografia e da história oral. Desse modo, foi composto por fontes documentais: currículos, planejamentos pedagógicos e atividades escolares das primeiras Escolas Normais do Piauí; Projetos Pedagógicos dos Cursos/PPCs dos cursos de Licenciatura em Pedagogia das universidades públicas do Estado do Piauí; e fontes orais: os depoimentos orais de professores pioneiros da disciplina de Psicologia da Educação. Os instrumentos utilizados foram: fichas para identificação dos documentos historiográficos; questionário sociodemográfico; e roteiro de entrevistas semiestruturadas. Os resultados da tese estão apresentados e analisados em três estudos e revelaram que: i) durante o funcionamento das Escolas Normais no Estado do Piauí, da década de 1930 até 1990, a disciplina Psicologia da Educação apresentou uma concepção de escolarização e de prática educativa alicerçada no cognitivismo, inspiradas por um modelo biológico, com aplicações psicológicas naturalizantes, reducionistas e com práticas medicalizantes e patologizantes quanto ao aprendizado e desenvolvimento humano, focadas especialmente em questões de inteligência e conduta, com forte tendência a responsabilizar as/os estudantes, suas famílias e professores pelo fracasso escolar; ii) na investigação com os docentes universitários pioneiros no ensino de Psicologia da Educação no estado do Piauí, seus depoimentos revelaram uma predominância desde as décadas de 1970 e 1980 de uma ciência psicológica para formar professores pautada no caráter diagnóstico e de explicações em torno do não aprendizado do sujeito, atribuindo às questões herodológicas o desempenho dos estudantes. O foco da formação era marcado pela busca de explicações acerca das denominadas “dificuldades de aprendizagem” a partir das diferenças individuais. Essa compreensão acerca do papel da disciplina perdurou nas décadas subsequentes, até que discussões mais abrangentes sobre os novos estudos da Psicologia da Educação, que começaram a emergir na primeira década dos anos 2000, com a criação e participação dos professores em núcleos de estudos e pesquisas voltados para a área. Não obstante, o foco da formação docente e da prática educativa seguiram sendo predominantemente pela dimensão psicoeducativa da prática, enquanto que psicossocial seguiu incipiente; iii) Nas ementas da disciplina Psicologia da Educação nos cursos de licenciatura em Pedagogia, foi verificada a presença de estudos no campo das teorias da aprendizagem e do desenvolvimento humano, subjetividade, transtornos, distúrbios e dificuldades de aprendizagem e práticas pedagógicas; tendo a perspectiva cognitivista, positivista, construtivista e pragmática no sentido dominante nas ementas. Ademais, destacou-se entre as principais referências, uma predominância maior para autores estrangeiros, bem como estudos de autoria brasileira, porém, em ambos os casos reproduzem as teorias estadunidenses e europeias, ou seja, constata-se uma literatura que não discute a partir da realidade brasileira, nordestina e sobretudo, piauiense. Em síntese, considerando a análise historiográfica da disciplina Psicologia da Educação no Piauí, revelou-se que houve alterações sutis e sólidas conservações. Isso evidencia a importância de conceber um currículo para essa disciplina que esteja em sintonia com a história e a cultura de cada contexto social. Além disso, promover uma formação que estimule a reflexão e a criticidade por meio de práticas psicoeducativas diretamente integradas aos aspectos psicossociais do estudante, da comunidade e do chão da escola, visando desenvolvimento humano e formação cidadã, incentivando sua emancipação e contribuindo para a transformação social. Fica evidente também a necessidade de ampliar os estudos e pesquisas autorais, especialmente na realidade educacional piauiense.Tese Acesso aberto (Open Access) Historiografia da psicologia escolar e educacional no Piauí: do pioneirismo na década de 1990 aos primeiros serviços da segunda década do século XXI(Universidade Federal do Pará, 2024-05-31) CARVALHO, Leilanir de Sousa; NEGREIROS, Fauston; http://lattes.cnpq.br/6286677749065869É imprescindível entrar em contato com as memórias da psicologia escolar e educacional no estado do Piauí, tecer análises, revelar e reconstruir coletivamente uma história permeada por lacunas, com largos espaços de tempo, com uma significativa escassez de registros escritos e produções acerca dessa área de atuação, como assinalam estudos prévios sobre esse contexto histórico-cultural (Negreiros, Silva, Rocha, Silva, Fonseca, Carvalho & Oliveira, 2021; Can-deira, Carvalho & Negreiros, 2020). Portanto, a presente tese de doutorado investigou a histo-riografia da psicologia escolar e educacional piauiense, desde a atuação dos pioneiros da psi-cologia no estado; passando pelos primeiros cursos de graduação, que proporcionaram a for-mação de psicólogos escolares; os primeiros serviços de psicologia na área da educação; che-gando contexto atual, analisando como a psicologia escolar e educacional se desenvolve no estado. A partir disso, despontaram os objetivos específicos: identificar as(os) profissionais pioneiras(os) da psicologia escolar instituídos no estado, historicizando a inserção do psicólo-go nos contextos educacionais, as repercussões dessa atuação desde sua implantação, até a reverberação no desenvolvimento de práticas atuais no contexto piauiense; analisar o desen-volvimento das disciplinas que versam sobre psicologia escolar e educacional nos cursos pio-neiros de graduação em psicologia no Piauí, bem como sua contribuição para a formação dos psicólogos; identificar os primeiros serviços de psicologia escolar instituídos no Piauí, as ex-periências e estratégias adotadas pelos profissionais; verificar as transformações do papel do psicólogo no campo educativo, as principais demandas e necessidades da área no estado. A pesquisa se tratou de um estudo historiográfico, de cunho qualitativo do tipo exploratório-descritivo, que utiliza a triangulação intramétodo com o emprego das técnicas metodológicas para acesso às fontes históricas orais e documentais: entrevistas individuais em profundidade por meio da história oral temática – profissionais da psicologia pioneiras na inserção em con-textos educacionais no estado; pesquisa documental – Projetos Políticos dos Cursos/PPCs); grupo focal – composto por profissionais dos serviços públicos e privados de psicologia esco-lar. Como instrumentos para coleta de dados foram utilizados: questionário de dados socio-demográficos e profissionais, fichas para identificação dos documentos historiográficos e ro-teiro de entrevistas semiestruturadas. Para análise e discussão dos produtos da pesquisa, foram organizados três capítulos em formato de artigos científicos, em que se revelam os seguintes resultados: i) Nos anos 80, a entrada de profissionais de psicologia no Piauí ocorreu princi-palmente por meio da integração nos serviços educacionais das Secretarias de Educação e na prestação de serviços escolares privados, predominantemente seguindo modelos clínicos indi-vidualizados. Nos anos 90, houve uma mudança significativa com a introdução de uma psico-logia mais progressista e crítica na comunidade escolar, impulsionada pela expansão da pro-fissão de Psicólogo Escolar e Educacional (PEE) no estado, resultado da criação dos primei-ros cursos de psicologia e da prestação de serviços de estagiários, depois de 1998. Já na se-gunda década dos anos 2000 houve a implementação de políticas públicas que enfatizam a descentralização dos serviços de psicologia na capital do estado, tendo como norteadoras as referências técnicas do Conselho Federal de Psicologia e produções científicas locais reco-nhecidas pelos concursos e seleções da Secretaria de Estado de Educação. ii) Os projetos polí-ticos pedagógicos dos cursos de psicologia que foram pioneiros e atuais, revelando a contri-buição da psicologia escolar e educacional para a prática profissional, destacando a importância do diálogo teórico entre psicologia e prática pedagógica. Entretanto, ainda é evidente a carência na abordagem crítica e atualizada das disciplinas teóricas nos cursos de psicologia do Piauí, especialmente em relação à compreensão acerca do papel da escola, análise crítica e psicossocial das demandas emergentes no contexto educativo, e atuação junto à comunidade escolar; iii) Os serviços inaugurais da psicologia escolar no Piauí, que se iniciaram tardiamen-te em comparação a outros estados brasileiros, tiveram suas práticas iniciais na esfera privada e seu estabelecimento posterior no setor público mediante a implementação de políticas edu-cacionais federais e estaduais. As principais demandas educacionais eram as queixas relacio-nadas ao processo de aprendizagem, saúde mental e vulnerabilidade social, revelando também a importância da atuação em psico-gestão e a transformação das práticas profissionais. Embo-ra haja uma predominância da busca por atendimentos individuais, há influência do movimen-to crítico em psicologia escolar e da perspectiva da psicologia histórico-cultural no embasa-mento teórico dos profissionais. Por fim, defende-se a tese de que a história da Psicologia Escolar e Educacional do Piauí teve movimentações e transformações acolhidas inicialmente pelas instituições educacionais da rede privada de ensino, e posteriormente consolidadas e ampliadas na rede pública, via maior aproximação das lutas por direitos, acesso e permanên-cia na Educação Básica e Superior, por meio das políticas públicas educacionais e concursos públicos. São, assim, um grande produto do impacto das inserções dos cursos superiores de Psicologia no estado as repercussões das atividades de campo nos estágios básicos e profissi-onalizantes na área da Psicologia Escolar e Educacional, com vistas a todas as potencialidades e vulnerabilidades locais, diante do cenário excludente, competitivo e marcado pela desigual-dade social que se tornou ao longo dos anos o sistema educacional brasileiro.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Homofobia e assistência à saúde para pessoas vivendo com HIV/Aids(Universidade Federal do Pará, 2024-04-18) MORAES FILHO, Leomar Santos; LIMA, Maria Lúcia Chaves; http://lattes.cnpq.br/2883065146680171Homofobia é o termo empregado para designar o sentimento ou a atitude dirigida aos homossexuais que inferioriza, hostiliza, discrimina ou os violenta em razão da sua sexualidade. A literatura indica que a homofobia é produzida socialmente, especialmente pelas ideologias cisheternormativa e sexista, podendo ser perpetrada por indivíduos, coletividades ou instituições. Na contemporaneidade, a homofobia vem apresentando um processo de recrudescimento, especialmente quando combinada ao viver com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)/Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). Desse modo, a presente pesquisa tem o objetivo de compreender como a homofobia reverbera na assistência à saúde de homens gays e bissexuais vivendo com HIV/AIDS. Partindo de uma pesquisa qualitativa foram entrevistados seis homens gays e bissexuais a partir dos 18 anos de idade, com sorologia positiva para o HIV em fase avançada da infecção e hospitalizados em uma unidade de referência em infectologia. Os interlocutores foram contactados a partir do diálogo com a equipe assistencial da instituição, leitura do prontuário e uma abordagem inicial do pesquisador para apresentação da pesquisa. As entrevistas seguiram o modelo semiestruturado e foram realizadas presencialmente no hospital-campo. Para a análise das informações produzidas este estudo utilizou a análise de conteúdo de Bardin (2016). Os resultados apontam que a homofobia faz parte do cotidiano e das dinâmicas sociais contemporâneas e quando aglutinada a condição sorológica positiva ao HIV, torna-se ainda mais complexa, produzindo situações específicas de sofrimento. No âmbito da assistência à saúde, entre os efeitos mais expressivos da homofobia destaca-se a pressuposição da heterossexualidade de todos os usuários, inabilidade no manejo clínico da sexualidade divergente da heterossexual e o não-reconhecimento desse marcador como um dado de saúde clinicamente relevante. Ademais, a vivência dos interlocutores evidenciou que o sofrimento vivenciado tem interfaces tanto com suas histórias de vida e vivências anteriores ao diagnóstico quanto o contexto de iniquidades, injustiça social, opressões e negligência do Estado o qual encontram-se expostos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Idosos(as) sobreviventes de um acidente vascular encefálico: suas ocupações, perdas e lutos(Universidade Federal do Pará, 2023-08-11) CRUZ, Larissa Maria de Souza; SOUZA, Airle Miranda de; http://lattes.cnpq.br/5311796283730540; CORRÊA, Victor Augusto Cavaleiro; http://lattes.cnpq.br/1910742195880054Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva do tipo estudos de casos múltiplos. O objetivo principal foi compreender como se apresentam as ocupações de pessoas idosas após o Acidente Vascular Encefálico (AVE) e avaliar a realização de valores. Os estudos de casos múltiplos foram realizados com pessoas idosas que sobreviveram a um AVE. Participaram da pesquisa 3 (três) pessoas idosas atendidas no Ginásio Adulto da Faculdade de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (FFTO) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Para a coleta de dados, foram utilizadas a entrevista semiestruturada, uma atividade livre expressiva e a realização de uma ocupação. As entrevistas foram gravadas e, posteriormente, transcritas e, todas as demais etapas registradas em imagem e em diário de campo. Os dados foram analisados através da Análise de Conteúdo Temática de Bardin que permitiu a identificação de núcleos temáticos a partir dos relatos. Identificou-se que as ocupações desses idosos tiveram grande impacto após o AVE, principalmente, pelas sequelas remanescentes, gerando grandes mudanças na rotina e em papéis na família, sendo evidenciadas perdas significativas e luto. Destaca-se que as ocupações remanescentes foram compreendidas como momentos de realização de sentido, e que apesar de todas as perdas, essas pessoas permanecem buscando encontrar sentido na vida, mesmo diante do sofrimento inevitável.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A (in)visibilidade das mulheres na política de drogas: uma perspectiva de análise da política de atenção a usuários de drogas no Brasil(Universidade Federal do Pará, 2024-09-24) SANTOS, Ana Beatriz de Sousa Silva dos; PIANI, Pedro Paulo Freire; http://lattes.cnpq.br/6434100473666705Esta pesquisa objetivou analisar, de maneira sincrônica e diacrônica, a política nacional sobre drogas e seu olhar para as questões de gênero nos anos de 2010 a 2020. O estudo será desenvolvido a partir de uma pesquisa documental realizada em quatro documentos acerca do tema que apresentam uma centralidade e destaque na políticas nacional sobre drogas no Brasil. Observando que a situação e as condições de mulheres nas políticas públicas acerca de drogas é tratada e vivenciada de forma diferente em relação aos demais segmentos sociais, uma vez que seus corpos são atravessados pelo sexismo e por fatores singulares que fazem parte das questões de gênero, razão pela qual esta pesquisa buscará uma visão transversal para compreender “como” essas políticas englobam essas especificidades. Documentos de domínio público foram analisados para identificar e analisar o problema de pesquisa a partir de uma perspectiva construcionista da psicologia social, que considera tanto aspectos históricos e relacionais quanto a construção da dinâmica que envolve o problema. O que os documentos apresentam é uma ausência de abordagem da questão de gênero ou ainda apenas referências genéricas ao segmento mulher/feminino como citações acerca numa perspectiva populacional e não como questão de análise, cuidado ou política.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Missão principal: mulheres desenvolvedoras de jogos eletrônicos e o combate à violência de gênero(Universidade Federal do Pará, 2024-02-29) MELO, Renata Christine da Silva; ALVARENGA, Eric Campos; http://lattes.cnpq.br/5734378044087055; https://orcid.org/0000-0002-1803-2356Este trabalho objetivou explorar mulheres brasileiras desenvolvedoras de jogos eletrônicos, as experiências hostis vivenciadas no trabalho e as estratégias de enfrentamento utilizadas por elas para lidar com a violência de gênero nesse meio. A metodologia baseia-se na abordagem qualitativa de pesquisa, do tipo exploratória, com levantamento por meio de entrevista online individual com 10 participantes e a análise se deu a partir das propostas das práticas discursivas e produção de sentidos de Spink (2010). Os resultados apontaram que as mulheres gamedevs desse estudo seguem um perfil conforme o panorama da indústria, elas são majoritariamente brancas, habitam principalmente a região sudeste do Brasil e a maioria delas são dos setores de produção ou artes. Todas elas experienciaram violência de gênero de alguma forma – discriminação, assédios, microagressões – durante a carreira, proveniente de chefes ou colegas de trabalho. Para enfrentar e se ajustar a esse cenário adverso, elas utilizam estratégias de sobrevivência ligadas ao esforço de normalizar violências ou proteção (silenciar, recusar e evitar, adaptar o trabalho, rede de apoio...), e outras estratégias estão mais relacionadas com resistência e mudanças (falar e se impor, terapia, rede de apoio entre mulheres, gerenciamento consciente...). Elas também enfatizaram a necessidade de ações modificadoras individuais (pessoas, homens) e coletivas (instituições de ensino, empresas, mídias/redes sociais) que devem ser tomadas pela indústria com foco no incentivo, acolhimento e permanência de meninas e mulheres nas tecnologias e desenvolvimento, bem como no aumento da participação delas em posições de tomada de decisão (CEO) e na educação de homens e comunidade dev para conscientização de privilégios e preconceitos. Por fim, espera-se que esse estudo contribua para ampliar a nossa compreensão sobre gênero, trabalho, desenvolvimento de jogos e estratégias de enfrentamento, mas principalmente, para incentivar futuras pesquisas, projetos e ações que foquem em soluções para que esse cenário se torne mais inclusivo e adequado para grupos sub-representados.Tese Acesso aberto (Open Access) Modos de subjetivação de adolescentes ‘incorrigíveis’ pelo UNICEF no Brasil em projetos de aceleração da aprendizagem na distorção idade-série(Universidade Federal do Pará, 2024-05-27) MESQUITA, Marcelo Ribeiro de; LEMOS, Flávia Cristina Silveira; http://lattes.cnpq.br/8132595498104759; https://orcid.org/0000-0003-4951-4435O objeto desta pesquisa foi a distorção idade-série escolar para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) como questão que se torna anormalidade, na sociedade do desempenho e da informação. Assim, como problemática de estudo, a temática tratada como objeto deste estudo tem em vista a singularidade dos casos que englobam os estudantes “a serem corrigidos” percebidos não como sujeitos e sim como dados e investimentos fabricados historicamente como produtos das relações de saber/poder constituídos a partir da hegemonia da educação escolar na modernidade e das ciências que lhe servem como substrato teórico. Perguntou-se: Como o UNICEF realiza o monitoramento do que denomina distorção idade-série? Como o UNICEF cria a noção de anormalidade a partir do processo de escolarização articulado à noção de desenvolvimento de crianças e adolescentes pela ideia cronológica vinculada ao desempenho? A tese afirma que o UNICEF, no Brasil age nas políticas de aceleração de aprendizagem no Brasil na correção do fluxo escolar e produz efeitos na subjetividade dos educandos vistos como corpos “a serem corrigidos” de forma etarista. A metodologia foi a genealogia a partir de Michel Foucault e a pesquisa documental da História Cultural. O objetivo geral foi problematizar e investigar os modos de subjetivação nas publicações do UNICEF e suas reverberações na implantação de projetos de aceleração da aprendizagem. Os objetivos específicos foram: perscrutar o cotidiano dos “incorrigíveis” no projeto de aceleração de acordo com as publicações do UNICEF; interrogar como os saberes e fazeres que possibilitaram a invenção do aluno com distorção idade – série nas políticas públicas educacionais para o UNICEF. Entre os resultados, é possível afirmar que o UNICEF, apesar de se preocupar com o direito das crianças e adolescentes à educação, acaba por realizar um processo de classificação etarista em relação ao processo de escolarização.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Perdas significativas, luto e atividade sexual após a lesão medular: uma revisão de escopo(Universidade Federal do Pará, 2024-02-08) MOREIRA, Paula Silva; CORRÊA, Victor Augusto Cavaleiro; http://lattes.cnpq.br/1910742195880054Objetivo: descrever o que os estudos abordam sobre perdas significativas, luto e atividade sexual após a lesão medular. Método: Trata-se de uma revisão de escopo conduzida conforme recomendações do Instituto Joanna Briggs, descrita de acordo com as indicações da última versão do check list do Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR) e registrado no Open Science Framework (OSF), com acesso disponível em: https://osf.io/x6d4n. A questão de pesquisa foi elaborada a partir do acrônimo PCC: População (lesão medular), Conceito (perdas significativas, luto e atividade sexual) e Contexto (estudos publicados na literatura). Foram utilizadas cinco bases de dados científicos: APA-PsycInfo, Web of Science, Scopus, Cochrane Library e Portal BVS. Foram incluídos estudos em qualquer idioma que abordaram as perdas significativas, luto e a atividade sexual de pessoas após lesão medular, não limitando o ano de publicação. A coleta de dados foi cega, feita por dois revisores independentes utilizando os softwares Google planilhas® e Rayyan®, atendendo aos critérios de elegibilidade. Foi feita análise qualitativa descritiva dos dados e os resultados foram apresentados em figuras, tabelas, fluxogramas e redação discursiva. Resultados: Foram incluídos 6 estudos, os quais apresentavam relatos das vivências após a lesão medular. Os dados demonstram que uma das principais perdas que remete a elaboração do luto associado à atividade sexual são as mudanças corporais e perda/alterações nas sensações genitais afetam significativamente a experiência sexual de pessoas com lesão medular, e esse fator esteve associado a sentimentos de perda da aparência sexualmente atraente, sobretudo para as mulheres e impactou a autoestima e identidade, tanto feminina, quanto masculina e o processo de elaboração do luto não foi fortemente investigado e descrito nos estudos incluídos. Discussão: Demonstrou-se que a atividade sexual constitui uma grande preocupação para pessoas que sofrem uma lesão medular e o impacto dessa perda pode refletir na vivência do luto como uma possibilidade de elaboração seja ele percebido ou não pelos enlutados. No entanto, são necessárias novas pesquisas para identificar e classificar as perdas, e o luto associados ou não à atividade sexual, possibilitando melhor enfrentamento. Considerações finais: Existem poucos estudos que abordem as perdas associadas à atividade sexual de pessoas com lesão medular e identifique a elaboração do luto diante de tal perda , apesar de terem sido identificados estudos que apontam essa relação.Tese Acesso aberto (Open Access) A relação cuidador-bebê e os vínculos precários de uma sociedade líquida(Universidade Federal do Pará, 2024-02-28) SILVA, Luan Sampaio; PEDROSO, Janari da Silva; http://lattes.cnpq.br/4096274367867186; http://orcid.org/0000-0001-7602-834XNa contemporaneidade, vive-se um momento no qual as relações humanas estão cada vez mais fragilizadas e inconsistentes. O ser humano, desprovido de empatia, não adquire a capacidade de se preocupar, de forma genuína, com as relações sociais e amorosas que estabelece. Tal fenômeno é apontado por Bauman como “modernidade líquida”. Apesar de descrever o fenômeno social, ele não oferece uma resposta, do ponto de vista psíquico, acerca dos motivos que levam as pessoas a não se implicarem afetivamente em seus relacionamentos. O objetivo deste trabalho é o de analisar, de modo interpretativo, a relação entre o cuidador-bebê e a fragilidade dos laços humanos pela ótica da teoria do amadurecimento pessoal, desenvolvida por Winnicott. O psicanalista discute a relação cuidador-bebê e as implicações dessa relação diádica na formação da personalidade de cada indivíduo ao propor um conhecimento próprio denominado “Teoria do Amadurecimento”, na qual é descrita o percurso desenvolvimentista do bebê em relação com seu ambiente de cuidados. As proposições em torno dessa teoria servirão de base para as investigações e discussões nesta tese, em articulação com estudos de outros autores psicanalíticos. Em relação à metodologia da pesquisa, é composta de duas etapas: a primeira compreende a revisão bibliográfica de algumas das principais obras clássicas escritas por Bauman, Winnicott, entre outros teóricos da psicanálise, que abordaram a construção e as fragilidades dos laços sociais na interação cuidador-bebê. Na segunda etapa, adotar-se-á o método psicanalítico-interpretativo por meio da análise do filme (dirigido por Lynne Ramsay) e fragmentos do livro (de Lionel Shriver) de mesmo nome: “Precisamos falar sobre o Kevin” (2011), com destaque para o personagem Kevin e seu ambiente/rede de cuidados. A tese é a de que a modernidade líquida e a fragilidade dos laços sociais são um fenômeno macrossocial, composto por vários fenômenos microssociais que apontam para “falhas ambientais” em diversas esferas, mas que, de forma micro, têm suas origens na qualidade da relação entre o ambiente-cuidador e o bebê, em um período primitivo específico do desenvolvimento emocional – estágio de concern –, o qual compromete a conquista da capacidade de se preocupar com o outro. A isso denominamos “relação líquida cuidadorbebê”.Tese Acesso aberto (Open Access) Saúde e democracia: complexidades e compreensões sobre o contemporâneo a partir da participação social e das conferências de saúde no Brasil(Universidade Federal do Pará, 2024-10-05) BAPTISTA, Gabriel Calazans; FERLA, Alcindo Antonio; http://lattes.cnpq.br/6938715472729668; https://orcid.org/0000-0002-9408-1504Este estudo toma como campo de análise a participação social em saúde e o seu processo de institucionalização a partir das conferências e conselhos de saúde. Entendendo o controle social como um reflexo da luta da sociedade brasileira pela abertura democrática e efetivação da saúde como direito da cidadania, busca apresentar elementos para reflexão e interpretação das práticas de participação e seus desdobramentos. Utiliza elementos empíricos de estudos realizados pelo pesquisador em diferentes momentos e dos dados gerados nas duas últimas Conferências Nacionais de Saúde (16ª e 17ªCNS) além de reflexões sobre a pandemia de covid-19 e a enchente de maio de 2024 no estado no Rio Grande Sul, para fornecer pistas sobre o tema. Como chave de leitura, mas sem a pretensão de obter respostas definitivas ou dicotomias (inexistentes) entre os conceitos de participação e controle social, apresentamos a ideia de macroparticipação e microparticipação, ou macro efeitos da participação e micro efeitos da participação. A primeira considera os efeitos da participação em relação direta com a política de saúde, as instituições e a institucionalidade das suas ações em geral. Falaremos sobre o caráter deliberativo, fiscalizador e indutor das políticas no campo da saúde e que colocam a saúde como um bastião da democracia brasileira. A segunda se refere aos efeitos micropolíticos da participação, que atravessam também todos os espaços institucionalizados de controle social, mas que extrapolam e ampliam a sua atuação, envolvendo processos de subjetivação, reconhecimento de práticas e saberes e de relações democráticas no cotidiano da produção de saúde nos territórios. A ideia de microparticipação está relacionada aos efeitos cotidianos da participação e a ideia de micropolítica do cotidiano e de uma participação direta dos usuários em seus territórios de vivências. Ambas as dimensões descrevem, ao mesmo tempo, efeitos sobre as políticas de saúde e processos de subjetivação democráticos em contextos de emergência de práticas autoritárias, de violência social e de aparente esgotamento das liberdades.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Trabalho do pesquisador docente: análise das vivências profissionais de pesquisadores (as) de um Programa de Pós-Graduação da Região Norte do Brasil(Universidade Federal do Pará, 2024-09-29) BRASIL, Maria Clara Acacio de Oliveira; OLIVEIRA, Paulo de Tarso Ribeiro de; http://lattes.cnpq.br/9266787581530443; https://orcid.org/0000-0002-1969-380XO trabalho compõe uma parcela considerável do tempo das pessoas nas mais diversas realidades e contextos dentro do sistema capitalista no qual o mundo se organiza. A atividade laboral define a forma como uma pessoa vive, se relaciona e acessa o mundo ao seu redor. Considerando o peso do exercício laboral, a teoria Psicodinâmica do Trabalho analisou diversos aspectos relacionados a este e abordou a prática laboral como produtora de prazer e sofrimento. A teoria citada trouxe o dinamismo inerente ao trabalho e expôs que a organização e as condições do trabalho estão entre os determinantes das experiências vividas por cada trabalhador. Neste sentido, o objetivo da pesquisa aqui proposta foi analisar as vivências de uma categoria específica de trabalhadores (as): pesquisadores (as) docentes universitários inseridos em um Programa de Pós-Graduação de ciências humanas de uma universidade pública da região norte do Brasil. A proposta leva em conta a relevância de se produzir a respeito do trabalhado com pesquisa dentro do ambiente universitário após anos de ataque as ciências, além de dar ênfase aos (às) pesquisadores (as) inseridos em uma região com os indicadores sociais mais baixos do país no que se refere ao desenvolvimento econômico e social o que despende um grande esforço acadêmico para se produzir ciência com qualidade. A metodologia de pesquisa adotada foi de perspectiva qualitativa, do tipo estudo de caso, em que, as técnicas metodológicas utilizadas foram: aplicação de entrevistas individuais semiestruturadas junto aos (às) pesquisadores (as) docentes e posterior sistematização, análise e discussão das informações coletadas. A análise das falas dos entrevistados foi feita a partir da técnica da Análise de Conteúdo tendo como aporte teórico central a fundamentação da Psicodinâmica do Trabalho. Os principais resultados foram aspectos da organização do trabalho que levam a sobrecarga e a extrapolação da carga horária, assim como uma lógica produtivista de produção do trabalho, além disso, foram encontradas condições de trabalho repletas de carências infraestruturais, para mais ficou evidente na pesquisa que a cooperação é repleta de contrapontos e sofre prejuízos por conta da forma como o trabalho se organiza, por fim, apesar dos impasses encontrados no trabalho os professores demonstraram grande prazer no reconhecimento presente nas relações com alunos, pares e demais trabalhadores (as) da universidades.
