Teses em Geologia e Geoquímica (Doutorado) - PPGG/IG
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/6341
O Doutorado Acadêmico pertence ao Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Teses em Geologia e Geoquímica (Doutorado) - PPGG/IG por Linha de Pesquisa "EVOLUÇÃO CRUSTAL E METALOGÊNESE"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Evolução tectono-metamórfica e petrogênese de gnaisses migmatíticos e granitoides mesoarqueanos do Subdomínio Sapucaia (Província Carajás): uma abordagem geocronólogica, isotópica e estrutural(Universidade Federal do Pará, 2025-05-09) NASCIMENTO, Aline Costa do; OLIVEIRA, Davis Carvalho de; http://lattes.cnpq.br/0294264745783506; https://orcid.org/0000-0001-7976-0472O Subdomínio Sapucaia, localizado entre o Domínio Rio Maria e o Subdomínio Canaã dos Carajás, apresenta litoestratigrafia mesoarqueana que inclui greenstone belts, TTG, gnaisses migmatizados, sanukitoides, granitos potássicos e “híbridos”. Este trabalho apresenta uma descrição das principais estruturas migmatíticas do embasamento deste subdomínio e propõe a individualização dos ortognaisses Caracol, Colorado, Água Azul e São Carlos, agrupandoos no Complexo gnáissico-migmatítico Caracol. Intrusivos neste complexo e na sequência greenstone belts Sapucaia, ocorrem o Trondhjemito Água Fria, que representa uma segunda geração de magmatismo sódico, além dos granodioritos ricos em Mg da Suíte Sanukitoide Água Limpa e Granito potássico Xinguara. Os migmatitos mostram feições de fusão sinanatética in situ e in source, caracterizados por metatexitos estromáticos, net-structured metatexitos, schollen, schlieren diatexitos e raras ocorrências de patch metatexitos. O paleossoma é composto de ortognaisse e anfibolito, enquanto o leucossoma é quartzofeldspático e o melanossoma rico em biotita. O neosoma não segregado é representado por um granodiorito fino. A anatexia ocorreu sob condições de fácies anfibolito superior (~650–700ºC). Os ortognaisses do Complexo Caracol são metagranitoides com altos teores de SiO2 e Na2O, baixo MgO e forte fracionamento de ETR. Os sanukitoides da Suíte Água Limpa seguem um trend cálcico-alcalino, ricos em Mg, Ni, Cr e LILE. O Trondhjemito Água Fria, apesar de mais jovem, tem afinidade geoquímica semelhante aos gnaisses, mas com maior conteúdo de K₂O. O Granito Xinguara é cálcico-alcalino, rico em SiO2 e K2O, com pronunciadas anomalias negativas de Eu, indicando origem crustal. Dados geocronológicos indicam cristalização dos protólitos dos gnaisses entre 2,95–2,93 Ga, com metamorfismo regional entre 2,89–2,84 Ga, coevo aos granulitos da Província Carajás. Os sanukitoides da suíte Água Limpa e o Trondhjemito Água Fria têm idade de 2,87 Ga, seguido pelo Granito Xinguara a 2,86 Ga. Os dados isotópicos dos ortognaisses revelam valores de ƐHf(t) e ƐNd(t) positivos (+0,65 a +3,9), com idades modelo Hf-TDM C e Nd-TDM entre 3,21 e 2,98 Ga, sugerindo fonte juvenil. Os sanukitoides têm ƐHf(t) e ƐNd(t) variando de –3,31 a +1,76, idades modelo de 3,28 a 2,91 Ga, valores de δ18O entre 5,0 a 7,6‰, e composição de Pb em feldspato com μ > 10 que indicam fonte mantélica contaminada por material crustal. O Trondhjemito Água Fria tem ƐHf(t) e ƐNd(t) variando entre +1,14 e +3,59, com idades modelo Hf-TDM C de 3,05 a 3,21 Ga. O Granito Xinguara apresenta idade modelo Nd-TDM de 2,94 a 2,86 Ga, com ƐNd(t) entre +1,32 e +2,55. A proximidade temporal entre a extração mantélica e a idade de cristalização desses granitoides sugere um rápido processo de crescimento crustal na região. Os dados geoquímicos indicam que o líquido gerador do grupo de gnaisses com alta razão (La/Yb)N é atribuído a fusão de metabasaltos não enriquecidos, previamente transformados em granada-anfibolito. Fontes com composição similar à média dos metabasaltos arqueanos do Greenstone Belt Sapucaia e Identidade seria adequada para gerar tal líquido, porém a partir de diferentes graus de fusão (25-30% ou 10-15%). O líquido formador dos gnaisses com baixas razões (La/Yb)N poderia também ser derivado de uma fonte similar às anteriores, porém sem granada. O líquido dos sanukitoides derivou de 19–20% de fusão de um manto enriquecido por 32% de um líquido tipo-TTG no campo de estabilidade da granada. O Trondhjemito Água Fria resultou de 5–10% de fusão de metabasaltos, enquanto o Granito Xinguara se formou a partir de diferentes graus de fusão de fontes similares aos gnaisses mais antigos. A petrologia experimental indica que os sanukitoides cristalizaram entre 1000–970 °C no estágio liquidus e 700 °C no solidus, com pressões de 900–600 MPa na cristalização e 200–100 MPa na colocação do magma. Apresentam mineralogia indicativa de cristalização em condições oxidantes (NNO +0,3 a +2,5) e alto conteúdo de água (H₂Omelt > 6–7%). A evolução mesoarqueana do Subdomínio Sapucaia ocorreu em três fases principais: (1) >3,0 Ga, formação da crosta félsica primitiva; (2) entre 2,95–2,92 Ga, formação dos gnaisses do Complexo Caracol; (3) 2,89–2,84 Ga, espessamento crustal durante a atuação de uma tectônica transpressiva sinistral associada à exumação e metamorfismo do embasamento de composição TTG. A estabilização crustal permitiu a formação de magmas sanukitoides e TTG mais jovens (Trondhj. Água Fria). A ascensão desses magmas forneceu calor para a fusão dos metagranitoides do embasamento da região e formação de granitos anatéticos. Nesta etapa, a foliação gnáissica foi obliterada pela deformação e intrusões de granitoides mais jovens. A integração dos dados sugere a atuação de uma tectônica que favoreceu a formação de magmas crustais e mantélicos no final do Mesoarqueano no Subdomínio Sapucaia. Podemos sugerir que o crescimento crustal no Subdomínio Sapucaia foi inicialmente controlado por plumas mantélicas associado à tectônica vertical, similar ao que se observa nos crátons Pilbara e Dharwar. No entanto, diferente do que é proposto para o Domínio Rio Maria, a estruturação dômica do embasamento gnáissico deste subdomínio foi intensamente obliterada pela atuação da tectônica transpressiva sinistral (deformação não-coaxial) formando corpos sigmoidais de orientação E-W.Tese Acesso aberto (Open Access) Geologia e Metalogênese do Depósito Au-Ag (Pb-Zn) do Coringa, Sudeste Província Mineral Tapajós, Pará.(Universidade Federal do Pará, 2020-09-16) GUIMARÃES, Stella Bijos; KLEIN, Evandro Luiz; http://lattes.cnpq.br/0464969547546706; https://orcid.org/0000-0003-4598-9249A Província Mineral Tapajós (PMT) está localizada na parte centro-sul do Cráton Amazônico e é considerada uma das principais províncias metalogenéticas do Brasil. Uma parte significativa da província compreende rochas vulcânicas e vulcanoclásticas félsicas e granitos, formados predominantemente em dois intervalos, 2,02 a 1,95 Ga e 1,91 a 1,87 Ga, pertencentes a várias unidades estratigráficas e litodêmicas. A partir de dados obtidos em trabalho de campo, petrografia e geofísica aérea de alta resolução nos permitiram produzir um novo mapa na escala de 1: 100.000 para a porção sudeste da PMT, onde localiza-se o depósito de ouro e prata (Cu-Pb-Zn) Coringa. Identificamos duas novas unidades geológicas: (1) as rochas vulcânicas e piroclásticas da Formação Vila Riozinho, anteriormente atribuídas ao Grupo Iriri, incluindo uma fácies aqui definida dessa formação, que compreende um grupo de rochas com o maior conteúdo magnético da região (Formação Vila Riozinho -fácies piroclástica magnética), e (2) o Feldspato Alcalino Granito Serra (FAGS), que é intrusivo na Formação Vila Riozinho (FVR). Essas unidades representam as rochas hospedeiras do depósito Coringa. As rochas da FVR representam um arco magmático cálcio-alcalino de alto K a shoshoníticas. Existem semelhanças nos padrões de LILE e HFSE e nos diagramas multielementares com as rochas graníticas da Suíte Intrusiva Creporizão (SIC). A contemporaneidade entre essas unidades reforça uma possível correlação petrogenética e converge para a hipótese de fontes semelhantes, de provável refusão de rochas de arco. Os dados isotópicos revelaram comportamento semelhante entre VRF, FAGS e a Suíte Intrusiva Maloquinha e apresentam valores negativos de εNd; no entanto, indica rochas derivadas de fontes enriquecidas (rochas da crosta antiga). Portanto, essas unidades tiveram a mesma fonte durante o ajuste tectônico e a evolução crustal da PMT. Desta forma, representa um estágio pós-colisão transcorrente que se seguiu à colisão do Arco Magmático de Cuiú-Cuiú relacionado ao evento vulcano-plutônico Orosiano (2033-2005 Ma). Com base nas informações geocronológicas disponíveis, essas unidades podem ser associadas a um evento vulcano-plutônico que ocorreu no período Orosiriano, a cerca de 1,98 Ga. O depósito de Au- Ag (Cu-Pb-Zn) Coringa ocorre essencialmente em veios que seguem a estruturação regional (NNW-SSE). Hospeda-se nas rochas vulcânicas e piroclásticas das fácies piroclástica magnética da Formação Vila Riozinho (ignimbritos, tufos e brechas) e o Feldspato Alcalino Granito Serra, com predominância das rochas supracrustais. Os processos hidrotermais afetaram todos os litotipos associados à mineralização, produzindo alteração distal (carbonato-clorita-epidoto), alteração intermediária-proximal (sericita-pirita) e alteração proximal (clorita-hematita). Os veios mineralizados são geralmente compostos por quartzo + pirita + calcopirita + galena + esfalerita + electrum + clorita + sericita. Os grãos de ouro ocorrem como inclusões ou preenchendo fraturas na pirita. Os fluidos apresentam baixa salinidade, rico em H2O e pobre em CO2, com evidência de mistura (magmática-meteórica), e a presença de adulária e Mn-calcita são características diagnósticas desse depósito. Todas as características convergem para confirmar um depósito epitermal de intermediária sulfetação como modelo genético para o depósito Coringa.Tese Acesso aberto (Open Access) Intemperismo tropical em fachadas azulejadas de edificacoes historicas em belem do para(Universidade Federal do Pará, 2007-05-14) SANJAD, Thais Alessandra Bastos Caminha; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302A aplicação de azulejos europeus nas fachadas das edificações de Belém iniciou no século XIX. Após mais de cem anos de exposição ao intemperismo, os azulejos começaram a apresentar alterações. Para entender esta alteração intempérica, dois edifícios do século XIX foram estudados: Palacete Pinho e Solar do Barão de Guajará, localizados no centro histórico de Belém. O Palacete possui azulejos alemães (PPA e PPA-C) e portugueses do Porto (PPP). O Solar tem apenas azulejos portugueses na fachada principal, também do Porto (BGFP). A principal alteração dos azulejos alemães é a presença de manchas escuras. Estas manchas estão localizadas entre o vidrado e o biscoito, sem perda de vidrado. No caso dos azulejos portugueses de ambas as edificações, a perda de vidrado é freqüente, além da presença de manchas verdes embaixo do vidrado descolado. Os resultados da caracterização física são os seguintes: 1) os azulejos alemães (PPA e PPA-C) tem mais baixa porosidade acessível (12,96% e 9,59%, respectivamente) e maior densidade (1,99 g/cm3 e 1,92g/cm3, respectivamente), que os portugueses (PPP: 29,34% e 1,59 g/cm3 e BGFP: 17,53% e 1,74 g/cm3); 2) os azulejos portugueses apresentam espessura de vidrado entre 0,06-0,1 mm (PPP) e 0,5-0,54 mm (BGFP) e os alemães entre 0,04-0,2 mm (PPA e PPA-C); 3) o vidrado dos azulejos portugueses tem um contato abrupto com o biscoito enquanto que os alemães apresentam uma zona de transição entre as duas camadas. As análises mineralógicas do biscoito foram realizadas utilizando DRX e MEV/SED. As principais fases identificadas são: quartzo, mullita e cristobalita (azulejos alemães) e quartzo, gehlenita, diopsídio e calcita (azulejos portugueses). Quartzo, cassiterita e apatita foram encontrados nos vidrados de ambos azulejos alemães e portugueses; somente a amostra PPP não tem cassiterita. A análise química total do biscoito dos azulejos alemães indicou uma quantidade maior de SiO2 (75%) e Al2O3 (18%). No caso dos azulejos portugueses, além de SiO2 (46%) e Al2O3 (15%), apresenta também concentrações elevadas de CaO (22%). Em relação aos vidrados, a composição química é formada principalmente por Si e Pb. As manchas escuras e as verdes embaixo do vidrado estão relacionadas a microrganismos das divisões Cyanophyta e Bacillariophyta. Dados climáticos de Belém desde 1898 foram pesquisados e mostraram que não aconteceram mudanças climáticas 9 significantes na região. Amostras e análises da água da chuva foram realizadas também nas vizinhanças das edificações estudadas. Os resultados mostraram pequenas concentrações de Ca acima dos níveis regulares para água da chuva, possivelmente relacionado com as argamassas. A medição de temperatura na superfície dos azulejos indica variações em diferentes partes das fachadas. No Solar, as áreas de maior temperatura na superfície são aquelas que o vidrado está descolado do biscoito. Os resultados mostraram que os azulejos apresentam certa resistência ao intemperismo tropical. Azulejos alemães têm uma menor perda de vidrado em função da zona de interface existente entre as camadas vidrado e biscoito. A ausência desta zona de transição nos azulejos portugueses os torna mais vulneráveis ao intemperismo devido às mudanças climáticas, principalmente as variações térmicas diárias, que permitem o descolamento do vidrado.Tese Acesso aberto (Open Access) lndicadores de estabilidade da matéria orgânica em terras pretas nos sítios arqueológicos Jabuti e Jacarequara (Pará)(Universidade Federal do Pará, 2015-09-02) SENA, Luciana Freitas de; KERN, Dirse Clara; http://lattes.cnpq.br/8351785832221386; 8351785832221386; LEMOS, Vanda Porpino; http://lattes.cnpq.br/1829861620854008; 1829861620854008As condições ambientais da região amazônica favorecem o intemperismo e a decomposição do material orgânico do solo, tornando-o empobrecido em nutrientes e dificultando o uso agrícola. Porém, na mesma região, áreas que foram modificadas pela ação antrópica pretérita, conhecidas como Terra Preta Arqueológica (TPA), apresentam propriedades diferenciadas, dentre as quais, destaca-se a elevada estabilidade da matéria orgânica do solo (MOS) que em algumas pesquisas é atribuída às interações entre a MOS e demais constituintes do solo, tais como carbono pirogênico e minerais do solo. Neste estudo foram selecionados dois sítios arqueológicos no Estado do Pará, o Jabuti, tipo cemitério habitação, localizado no município de Bragança, e o Jacarequara, tipo sambaqui, situado no município de Barcarena, a fim de avaliar a estabilidade da matéria orgânica em TPA, a partir de soluções extraídas dos solos (profundidades de 30 e 80 cm) e dos próprios solos (coletados durante a implantação dos extratores no mês de dezembro de 2013) em áreas de TPA e adjacências. A caracterização das soluções dos solos foi realizada no período compreendido entre os meses de março e junho de 2013, com base nas propriedades macroscópicas e nos indicadores químicos: concentrações de carbono dissolvido (orgânico, inorgânico e total), determinados pelo método de combustão; pH, Eh e condutividade. As avaliações da estabilidade de MOS nas fases sólidas da TPA e áreas adjacentes (ADJ) foram feitas com base na verificação textural dos solos, indicadores químicos (pH, concentrações de carbono orgânico e dos nutrientes Ca, K, P, Na, e Mg) e biológico, representado pela biomassa microbiana, determinada pelo método de irradiação/extração e expressa em termos de carbono (Cbm) e nitrogênio (Nbm). Os resultados obtidos das soluções de solos indicaram que nos dois sítios os valores de pH são mais elevados em profundidade (80 cm), sendo que, no sítio Jacarequara foram determinados valores de até 7,2 para esse parâmetro, enquanto que, no sítio Jabuti os resultados de pH não ultrapassam o valor 6. Os valores máximos de Eh (mV), condutividade (µs) e carbono orgânico dissolvido (mg L-1) no sítio Jacarequara, a 30 cm de profundidade foram respectivamente +201 mV, 427 µs e 13 mg L-1 e, na área adjacente a este sítio, na mesma profundidade os maiores valores foram +128 mV, 72 µs e 23 mg L-1 para os mesmos parâmetros. No sítio Jabuti e sua ADJ, a 30 cm de profundidade, os valores máximos respectivos das áreas foram Eh igual a +108 mV e +96 mV; condutividade 138,87 µs e 59,85 µs e carbono orgânico dissolvido 12 mg L-1 e 21,08 mg L-1. Comparando-se as áreas de TPA e suas respectivas ADJ, os dados de Eh e carbono orgânico dissolvido remetem a componentes mais estáveis nas soluções de solo das áreas de TPA, devido aos valores mais oxidantes e as menores concentrações de carbono orgânico dissolvido, os resultados de condutividade, que é um indicador da concentração de íons, são mais elevados nas TPA reportando a maior disponibilidade de nutrientes. Em ambos os sítios, os solos apresentaram textura arenosa, tanto nas áreas de TPA quanto nas ADJ, sendo esta última mais arenosa. Nos solos do sítio Jacarequara e sua ADJ, no intervalo de 20 a 30 cm de profundidade, foram obtidos os seguintes valores, respectivamente: 119,82 g kg-1 e 20,34 g kg-1 para MOS; pHH2O igual a 6,8 e 4,9; 183 mg/dm3 e 5 mg/dm3 de P (disponível); 39 mg/dm3 e 29 mg/dm3 de K (trocável); 14,8 cmolc/dm3 e 0,7 cmolc/dm3 de Ca (trocável); 0,1 cmolc/dm3 e 1,7 cmolc/dm3 de Al (trocável), 181,26 µg g-1 e 88,74 µg g-1 de Cbm e 3,27 mg kg-1 e 1,91 mg kg-1 de Nbm. No solo do sítio Jabuti, os valores determinados foram: 83,66 g kg-1 de MOS, pHH2O igual a 4,4; 55 mg/dm3 de P (disponível); 59 mg/dm3 de K (trocável); 0,3 cmolc/dm3 de Ca (trocável); 4 cmolc/dm3 de Al (trocável); 92,56 µg g-1 de Cbm e 1,41 mg kg-1 de Nbm; na área adjacente a este sítio, os valores foram: 13,13 g kg-1 de MOS, pHH2O igual a 4,6; 4 mg/dm3 de P (disponível); 29 mg/dm3 de K (trocável); 0,3 cmolc/dm3 de Ca (trocável); 1 cmolc/dm3 de Al (trocável), 27,54µg g-1 de Cbm e 0,96 mg kg-1 de Nbm. Assim como em outros sítios arqueológicos com TPA, o Jacarequara e o Jabuti apresentaram valores significativamente mais elevados de nutrientes quando comparados às áreas circunvizinhas, com exceção do elemento Ca no Jabuti. Nos sítios, partículas carbonáceas foram investigadas, não apresentando resultados intrínsecos a carbono pirogênico. Nas áreas de TPA, os resultados obtidos a partir das análises dos solos, indicaram relação positiva entre biomassa microbiana, matéria orgânica e nutrientes, o que pode ser associado a melhor qualidade do solo nessas áreas quando comparadas as suas ADJ, condizendo com os dados evidenciados nas soluções de solo. Comparando-se os dois sítios, os resultados indicam que a MOS do sítio Jacarequara apresenta constituintes mais estáveis.Tese Acesso aberto (Open Access) Materiais construtivos e sua biodeterioração em fortificações da Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2017-03-29) NORAT, Roseane da Conceição Costa; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302; https://orcid.org/0000-0002-0134-0432Tese Acesso aberto (Open Access) Origem e evolução do complexo granitoide neoarqueano de vila Jussara: implicações para a evolução crustal da província Carajás(Universidade Federal do Pará, 2022-07-15) SILVA, Fernando Fernandes da; OLIVEIRA, Davis Carvalho de; http://lattes.cnpq.br/0294264745783506; https://orcid.org/0000-0001-7976-0472Novas informações sobre a geologia, aliadas à obtenção de dados geoquímicos e isotópicos (U-Pb, Hf e Nd) da Suíte Vila Jussara, são apresentadas com objetivo de discutir um modelo petrogenético para os granitoides neoarqueanos da Província Carajás. Esta suíte surge como uma série de plútons com formas sigmoidais, coalescentes e alongados na direção E-W, os quais seguem a tendência regional. As áreas centrais dos plútons são levemente deformadas, enquanto que as porções marginais apresentam aspecto milonítico e são delimitadas por zonas de cisalhamento sinistral pertencentes ao sistema transcorrente da Cinturão de Cisalhamento Itacaiúnas. Esses granitoides apresentam um amplo espectro composicional, com quatro litotipos individualizados: (i) biotita-hornblenda monzogranito seriado, que é subdividido em tipos oxidados e reduzidos; (ii) biotita-hornblenda tonalito; (iii) biotita monzogranito; e (iv) granitoide porfirítico (hornblenda biotita monzogranito/granodiorito). Os dados geocronológicos U-Pb e Pb-Pb em zircão forneceram idade de cristalização de 2.74 Ga para a variedades graníticas e granitoides porfiríticos, e para a variedade biotita-hornblenda tonalito, idade de 2.76 Ga. Os dados isotópicos de Nd e Hf, sugerem que os magmas da suíte Vila Jussara não são juvenis [εNd (-3,5 a 1,5) e εHf (-1,2 a 3,5)] e foram derivados de rochas de idade mesoarqueana (TDM > 3.0 Ga). O modelo petrogenético adotado para gerar os magmas primários desta suíte admite como rocha geradora os granulitos mesoarqueanos da área Ouro Verde do subdomínio Canaã dos Carajás. Relações de campo, dados geoquímicos e isotópicos sugerem que os granitoides que compõem a Suíte Vila Jussara não são formados a partir de um único magma parental, mas por múltiplas injeções de magmas gerando extensa hibridização. Seus magmas foram colocados ao longo de estruturas pré-existentes sob regime tectônico transtensional dominado por cisalhamento puro em um contexto sintectônico póscolisional.Tese Acesso aberto (Open Access) Petrogênese da Suíte Igarapé Gelado: implicações para o magmatismo neoarqueano da Província Carajás, Cráton Amazônico(Universidade Federal do Pará, 2025-04-30) MESQUITA, Caio José Soares; DALL’ AGNOL, Roberto; http://lattes.cnpq.br/2158196443144675A Suíte Igarapé Gelado (SIG) localiza-se próximo à fronteira norte da Província Carajás, quase no limite com o Domínio Bacajá, ao longo do lineamento Cinzento. É intrusiva em rochas metamáficas e formações ferríferas bandadas. A porção centro-leste da SIG compreende quatro variedades de rochas: tonalito a granodiorito com teores variados de biotita e anfibólio, (1) com clinopiroxênio e / ou ortopiroxênio (PBHTnGd) ou (2) desprovido de piroxênios (BHTnGd); e monzogranitos que exibem conteúdo variável de biotita e anfibólio, e podem ser (3) moderadamente (BHMzG) ou (4) fortemente reduzidos (BHMzGR). O PBHTnGd contém ferrosilita e/ou augita com hedenbergita subordinada. Os anfibólios são K-hastingsita e, subordinadamente, Fe-Tschermakita em monzogranitos. As biotitas são ferrosas, e em granitos reduzidos apresentam #Fe > 0,90. Essas micas são afins daquelas de rochas alcalinas a subalcalinas e composicionalmente semelhantes às biotitas magmáticas primárias. Plagioclásio é oligoclásio. A integração dos resultados da termobarometria e da modelagem termodinâmica e sua comparação com a paragênese presente nas rochas naturais permitiu aprimorar a estimativa dos parâmetros de cristalização (T, P, ƒO2, XH2O) e da evolução magmática. Assim, os granitos da SIG cristalizaram a pressões de 550 ± 100 MPa, superiores às atribuídas a outros granitos neoarqueanos em Carajás. A temperatura liquidus estimada para a variedade com piroxênio é de ~ 1000±50° C. Os BHTnGd e BHMzG se formaram dentro de uma faixa de temperatura semelhante ao PBHTnGd, enquanto o BHMzGR teve temperaturas líquidas mais baixas (≤900 ° C). Foram estimadas temperaturas solidus de cerca de ~ 660 ° C para as quatro variedades da SIG. O magma do BHMzG evoluiu em condições de baixa ƒO2, ligeiramente acima ou abaixo do tampão FMQ (FMQ±0,5), como os da Suíte Planalto e dos granitos reduzidos das suítes Vila Jussara e Vila União da Província de Carajás. Nos magmas das variedades PBHTnGd e BHTnGd a fugacidade do oxigênio atingiu FMQ+0,5. O BHMzGR cristalizou sob condições fortemente reduzidas equivalentes a FMQ-0,5 a FMQ-1. Os magmas das variedades monzograníticas evoluíram com alto teor de H2O (≥4% em peso), atingindo 7% no caso dos monzogranitos reduzidos. Isso é comparável ou ligeiramente superior aos níveis geralmente atribuídos aos granitos neoarqueanos de Carajás (>4%). Em contraste, a variedade com piroxênio tem um teor de água (~4%), tal como os do Enderbiro Café e do Charnoquito Rio Seco da Província Carajás, e do Pluton Matok do Cinturão do Limpopo. Com base na composição química, as rochas do SIG são ferrosas, reduzidas a oxidadas e com composição similar a granitos tipo A, semelhantes a outras suítes graníticas neoarqueanas da Província de Carajás. As idades da SIG são mais jovens do que as idades de 2,76-2,73 Ga atribuídas aos granitos neoarqueanos da Província Carajás. Uma idade concordante de cristalização de ~2,68 Ga foi obtida por U-Pb SHRIMP em zircão para a variedade BHMzGR, e idades de intercepto superior semelhantes foram fornecidas pelas outras variedades da SIG, exceto aquelas de ~2,5 Ga que se assemelham às idades do depósito IOCG Salobo associadas à reativação do Lineamento Cinzento. As zonas de cisalhamento associadas a este lineamento são responsáveis pela deformação das rochas da SIG, que moldou corpos alongados com foliação variada. Essas zonas facilitaram a migração e causaram deformação dos magmas desde o estágio final da cristalização até seu resfriamento completo, caracterizando um processo sintectônico. O sintectonismo destes granitos está associado à inversão da Bacia Carajás, e a idade de cristalização mais jovem dessas rochas indica que a inversão ocorreu até 2,68 Ga, estendendo o intervalo estimado anteriormente (2,76–2,73 Ga). A SIG exibe valores negativos a ligeiramente positivos de εNd(t)(-2,86 a 0,18) e εHf(t)(-3,3 a 0,1), e idades TDM do Paleoarqueano ao Mesoarqueano [Nd-TDM(2,98-2,84) e Hf-TDM C(3,27-3,12)]. Os valores positivos de εNd(t) e εHf(t) para a variedade BHMzGR, sugerem possível contribuição juvenil ou contaminação na fonte de seu magma. As rochas da SIG foram geradas por fusão de 19% (PBHTnGd) e 14% (BHTnGd) de granulito máfico contaminado e por fusão de 9% (BHMzG) e 7% (BHMzGR) de um granulito máfico toleítico. A área de ocorrência da SIG é marcada por hidrotermalismo que modificou localmente a composição de rochas e minerais, permitindo a lixiviação de ETR e Y que fez com que algumas amostras de BHMzG fujam do padrão dominante e apresentem características geoquímicas de granitos do subtipo A1. Além disso, esses processos foram responsáveis pela transformação do zircão, que resultou em grãos com enriquecimento em U, Th e ETRL, e aspecto maciço, que apresentam idades U-Pb de intercepto superior, ao contrário dos cristais de zircão da variedade BHMzGR que preservaram características primárias e apresentam idades Concordia.Tese Acesso aberto (Open Access) Petrogênese dos granitos Manda Saia e Marajoara: contribuições para a definição da natureza do magmatismo paleoproterozóico da Província Carajás.(Universidade Federal do Pará, 2024-12-13) SANTOS, Rodrigo Fabiano Silva; OLIVEIRA, Davis Carvalho de; http://lattes.cnpq.br/0294264745783506; https://orcid.org/0000-0001-7976-0472Os granitos Marajoara (GMJ) e Manda Saia (GMS) estão localizados no sudeste do Estado do Pará e representam intrusões circulares com dimensões de stock encaixadas em rochas mesoarqueanas do Domínio Rio Maria, na porção centro-sul da Província Carajás. São formados por rochas que afloram sob a forma de extensos lajedos, sobre os quais não foram observados vestígios de deformação no estado sólido (aspecto isotrópico) e frequentemente apresentam enclaves angulosos de suas rochas encaixantes. O GMJ é formado pelas variedades biotita monzogranito equigranular (BMzE) e heterogranular (BMzH), e enclaves porfiríticos (EP) e microgranulares (EM) que são restritos à fácies BMzH. Os conteúdos médios de quartzo e das razões plagioclásio/microclínio variam significativamente, permitindo que estas rochas sejam classificadas como de composição sieno a monzograníticas, e até mesmo granodioríticas no caso dos enclaves microgranulares. São granitos peraluminosos similares aos granitos ferrosos com altas razões K2O+Na2O/CaO e FeOt/(FeOt+MgO). São enriquecidos em Rb, Zr, Y, Nb, F e ETR pesados, com as fácies mais evoluídas apresentando baixos conteúdos de Sr e Ba. Nos padrões de ETR, as anomalias negativas de Eu são acentuadas e os ETR pesados mostram um aumento gradual com a diferenciação magmática. Estes granitos incidem no campo dos granitos intraplaca e mostram afinidades geoquímicas com os granitos tipo-A. Suas razões FeOt/(FeOt+MgO) são compatíveis com aqueles dos típicos granitos tipo-A oxidados (BMzH e EP) e reduzidos (BMzE), enquanto o GMS mostra um caráter moderadamente reduzido. Já os EM mostram afinidade com os granitos magnesianos e da série cálcio-alcalina. De acordo com os dados de química mineral de biotita, o GMS e a fácies BMzH do GMJ incidem no campo das rochas da série magnetita, enquanto as rochas da variedade BMzE são semelhantes às rochas da série ilmenita. As análises U–Pb em zircão (SHRIMP) fornecem idade de cristalização de 1884 ± 11 Ma para o GMJ e 1866 ± 10 Ma para o GMS (LA–SF–ICP–MS). Os dados isotópicos de Lu–Hf indicam ƐHf(t) entre -11 e -18 e Hf-TDMC de 3,2 a 3,6 Ga para o GMJ; e ƐHf(t) entre -13 e -19 e Hf-TDMC de 3,3 a 3,6 Ga para o GMS. As lacunas composicionais entre as diversas variedades que constituem o GMJ sugerem que seus magmas não são cogenéticos. Modelamento geoquímico sugere que o GMJ e o GMS foram gerados a partir de fusão parcial de rochas tonalíticas, com eventual contribuição metassedimentar, a uma taxa de fusão que varia de 16 a 18% e uma assembleia residual composta por plagioclásio, quartzo, biotita, magnetita e ilmenita. A mistura de magmas félsicos e máficos desempenhou um papel importante na colocação. Os enclaves representam magmatismo básico do manto litosférico enriquecido que foi injetado na câmara magmática durante o processo de subducção, interagindo em graus variados com o magma formador do granito Marajoara. Essa hipótese pode ser reforçada pela ocorrência de um dique composto de diabásio-granito porfirítico de 1,88 Ga na região de Rio Maria. O modelo proposto sugere que o magma granítico inicialmente formou uma câmara magmática, seguida por injeções repetidas de magma máfico, resultando em convecção em pequena escala. Subsequentemente, grandes volumes de magma máfico quente entraram na câmara, levando a processos de mistura. Enclaves microgranulares e porfiríticos foram formados devido à mistura de magmas em áreas onde havia contrastes de temperatura entre magmas félsicos e máficos. Os resultados apresentados neste trabalho destacam a importância da crosta arqueana para a origem dos granitos paleoproterozóicos, cuja colocação em níveis crustais rasos ocorreu através de um sistema alimentador de diques como consequência de tectônica extensional.Tese Acesso aberto (Open Access) Quartzo e cassiterita como marcadores da evolução magmático-hidrotermal dos Granitos Mocambo e Velho Guilherme, Província Carajás.(Universidade Federal do Pará, 2024-12-16) BARROS NETO, Rubem Santa Brígida.; LAMARÃO, Claudio Nery; http://lattes.cnpq.br/6973820663339281; https://orcid.org/0000-0002-0672-3977Cristais de quartzo do Granito Mocambo e Velho Guilherme e de cassiterita do Granito Mocambo presentes em rochas greisenizadas e veios hidrotermais pertencentes à Suíte Intrusiva Velho Guilherme, região do Xingu, Cráton Amazônico, foram analisados por microscopia eletrônica de varredura - catodoluminescência (MEV-CL) e por espectrometria de massa com plasma acoplado indutivamente por ablação a laser (LA-ICP-MS). As análises morfológicas e texturais obtidas através de imagens de CL permitiram identificar tipos similares e definir um padrão de evolução para o quartzo presente nas rochas de ambos os plutons. O tipo magmático (Qz1), presente nas rochas menos evoluídas e pouco alteradas, passando pelos Qz2 e Qz3, comuns nas rochas medianamente alteradas, até os tipos Qz4 e Q5, dominantes nas rochas mais evoluídas e hidrotermalizadas, incluindo as greisenizadas e os veios de quartzo associados, ambos marcadores da mineralização de cassiterita, wolframita e sulfetos presentes nessa suíte. As análises químicas mostraram que todos os quartzos do Granito Mocambo, detentor de um importante depósito secundário de cassiterita, são mais enriquecidos e apresentam maior variabilidade nos elementos analisados. Os quartzos magmáticos são mais enriquecidos em Ti e apresentam teores variados de Al, K, P, Na e Fe. Os conteúdos mais elevados de Al, K e Li identificados nos quartzos hidrotermais os diferenciam dos quartzos magmáticos. Por sua vez, cristais de cassiteritas mostram texturas variadas em imagens de catodoluminescencia, como zoneamentos concêntricos/oscilatórios e setoriais, assim como bandamentos formados por faixas mais e menos luminescentes. Zonas escuras homogêneas são comuns e cristais relíquiares, presentes geralmente em veios de quartzo associado com wolframita, são menos luminescentes. Os principais elementos traços encontrados nas cassiteritas são representados por Ti, Fe, Nb, Ta, W, Zr, Al e Hf, similar aos de mineralizações estaníferas presentes em veios de quartzo e greisens de depósitos de diferentes ambientes geológicos. No entanto, o padrão formado pelo “spidergrama” normalizado é único, apresentando picos positivos de Sc, Ti, Nb, Sb, Ta e W e negativos de V, Mn e Fe.Tese Acesso aberto (Open Access) Uso de ferramentas multidisciplinares na avaliação de vulnerabilidade e risco a subsidência no meio cárstico na cidade de Castanhal, Nordeste do Pará – Brasil.(Universidade Federal do Pará, 2009-11-06) PINHEIRO, Ana Valéria dos Reis; GOUVEIA, José Luiz; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626; 9626349043103626Castanhal é uma das cidades de maior crescimento demográfico do estado do Pará e tem o abastecimento público de água feito a partir do sistema aqüífero Pirabas, cuja característica principal é ser formado por rochas carbonáticas. A hipótese levantada neste trabalho é a de que a presença de edifícios cársticos subsuperficialmente explicaria a perda de fluido bentonítico de perfuração ocorrida durante a construção de três poços no bairro Jaderlândia, naquela cidade. Isto representaria uma situação de risco ambiental, por se tratar de área sujeita a colapso por afundamento de solo devido à desestabilização em subsuperfície. Geologicamente a região nordeste do Pará, onde Castanhal está inserida, é composta pelos sedimentos Pós-Barreiras e por rochas do Grupo Barreiras, que recobrem irregularmente a Formação Pirabas, cuja constituição calcária possibilita o desenvolvimento de edifício cárstico. Para a execução deste trabalho foi criada uma metodologia própria na qual são utilizadas diversas metodologias e aplicadas várias técnicas em diversas áreas do conhecimento, com destaque para sensoriamento remoto, geomorfologia, estratigrafia, neotectônica, geofísica e hidrogeologia, para análise ambiental. A partir de imagens do satélite Landasat-5/TM, imagens da SRTM, fotografias aéreas pancromáticas em escala 1: 70.000 e mosaico de ortofotos em escala 1: 10.000 foram gerados os mapas temáticos que junto com os perfis litoestratigráficos concebidos a partir de perfis litológicos dos poços da COSANPA possibilitaram a elaboração de perfis e blocos diagramas, que deram origem ao mapa de risco ambiental da cidade de Castanhal. Para complementar os dados geológicos usou-se métodos geofísicos de gravimetria, resistividade e de perfilagem de poços: raios γ, potencial espontâneo e resistência elétrica. O estudo hidrogeológico da cidade de Castanhal foi feito utilizando-se principalmente dados de poços para abastecimento público, complementados por poços particulares. A interpretação da rede de drenagem indica que ela está estruturalmente ordenada, representada por padrão em treliça, com direção principal NE-SW e NW-SE e assimetria forte, utilizada para evidenciar os landformes tectônicos primários, cujo significado permitiu a compartimentação tectônica da Folha Castanhal SA.23-V-C-I e da cidade de Castanhal. A organização geométrica foi confirmada pelos perfis litoestratigráficos dos poços e pelos perfis de resistividade. Esta estruturação tectônica é congruente com o sistema transcorrente dextral de Riedel, e ainda contém relay ramps, que são favoráveis à recarga dos sistemas aqüíferos, por serem estruturas abertas. Quanto à análise da qualidade das águas foram 2 observados altos teores de ferro total e turbidez em vários poços e de carbonato de cálcio nos poços abastecidos pelo sistema Pirabas. A carga hidráulica e o fluxo subterrâneo apresentam uma zona de recarga no centro da cidade e outra na Vila de Apeú, e indicam drenagens efluentes, subordinadas a falhas e fraturas abertas, que podem ser áreas de recarga. Isto aumenta a vulnerabilidade à contaminação dos aqüíferos, fato preocupante, tanto pela contaminação em si como pela penetração de águas superficiais levemente ácidas que proporcionam a dissolução do calcário, desenvolvendo a construção de edifícios cársticos. O levantamento gravimétrico mostrou uma anomalia positiva no centro da cidade, indicando a proximidade do embasamento cristalino em subsuperfície, corroborado pelas SEV’s. Já nos bairros Jaderlândia e Bom Jesus ocorrem anomalias negativas, concordantes com alinhamentos de drenagem com direção NNESSW, as quais indicam a construção de dois edifícios cársticos entre 60 m e 100 m de profundidade com uma extensão de 200 m e 400 m, representando alto risco de colapso nestes bairros. A interação das informações supracitadas possibilitou delinear a geometria das formações geológicas assim como a definição dos padrões estruturais geométrico e cinemático, o que permitiu estabelecer modelos tridimensionais. Quanto à hidrogeologia, foram indicadas as áreas de recarga, áreas de vulnerabilidade à contaminação, e ainda as áreas com risco de colapso por afundamento, devido ao desenvolvimento de edifícios cársticos, sendo sugeridos procedimentos para minorar e/ou evitar tais problemas.
