Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG
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O Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA) surgiu em 1976 como uma necessidade de desmembramento do então já em pleno desenvolvimento Curso de Pós-Graduação em Ciências Geofísicas e Geológicas (CPGG), instalado ainda em 1973 nesta mesma Universidade. Foi o primeiro programa stricto sensu de Pós-Graduação (mestrado e doutorado) em Geociências em toda Amazônia Legal. Ao longo de sua existência, o PPGG tem pautado sua atuação na formação na qualificação de profissionais nos níveis de Mestrado e Doutorado, a base para formação de pesquisadores e profissionais de alto nível. Neste seu curto período de existência promoveu a formação de 499 mestres e 124 doutores, no total de 623 dissertações e teses.
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG por Agência de fomento "CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Acúmulo e fracionamento de fósforo nos sedimentos do estuário do rio Coreaú (Ceará) para avaliação do impacto da carcinicultura(Universidade Federal do Pará, 2014-11-17) AQUINO, Rafael Fernando Oliveira; KAWAKAMI, Silvia Keiko; http://lattes.cnpq.br/5306256489815710; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568A criação de camarão (carcinicultura) é uma das atividades da aquicultura amplamente empregada nos estuários e manguezais brasileiros. A ração dada aos camarões é enriquecida em compostos fosfatados. Desta forma, os efluentes produzidos pelas fazendas podem acelerar os processos de eutrofização. O Estuário do Rio Coreaú (CE) vem apresentando um crescimento na prática da carcinicultura, porém dados de qualidade ambiental são escassos para o monitoramento da região. No presente trabalho, pretendeu-se avaliar a contribuição das fazendas de carcinicultura situadas às margens do Estuário do Rio Coreaú, no aporte de fósforo. As principais formas de fósforo: biodisponível (P-Bio), ligado aos oxi-hidróxidos de ferro (P-Fe), ligado à apatita biogênica, autigênica e aos carbonatos (P-CFAP), ligado à apatita detrítica (P-FAP) e o fósforo orgânico (P-Org), bem como carbono orgânico total (%COT) e clorofila-a foram determinadas em amostras de sedimentos superficiais e testemunhos das margens do Estuário do Rio Coreaú. As concentrações de P-Total obtidas nos sedimentos superficiais foram bastante elevadas e mostram a necessidade de estudos de monitoramento. A fração com maior representatividade foi a P-Fe compondo cerca de 30% do P-Total, o que demonstra a capacidade dos oxi-hidróxidos de ferro em imobilizar ou liberar o fósforo. A contribuição dos efluentes das fazendas ficou evidenciada pelas concentrações mais elevadas do P-Org nos pontos locados em frente às fazendas. Nos testemunhos, as concentrações de P-Total foram mais elevadas no ponto com sedimentos predominantemente finos (silte e argila), com as frações P-Fe, PCFAP e P-FAP sendo as principais contribuintes. Os dados de taxa de sedimentação disponíveis e os incrementos do P-Total indicam o possível período de desmatamento e o início ou a máxima atividade das fazendas de carcinicultura no final da década de 1980 e meados de 1990, respectivamente. As concentrações elevadas de fósforo, %COT e dos teores de clorofila-a obtidas sugerem uma contribuição antrópica significativa no Estuário do Rio Coreaú e um elevado potencial de eutrofização.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Adsorção de molibdato em minerais de argila delaminados e amorfizados(Universidade Federal do Pará, 2012-04-15) PEREIRA, Patricia Magalhães; LEMOS, Vanda Porpino; http://lattes.cnpq.br/1829861620854008A busca por metodologias eficientes no controle da poluição ambiental, assim como o desenvolvimento de tecnologias nos âmbitos químico, físico e biológico têm sido amplamente discutida a fim produzir alternativas eficientes na melhoria da qualidade de vida e controle de poluentes químicos (orgânicos ou inorgânicos), que ao longo dos anos estão sendo despejados no meio ambiente de forma inconseqüente por residências e indústrias. Desta forma, é importante o conhecimento acerca do comportamento adsortivo de metais nos solos, pois elevadas concentrações de metais geram efeitos desfavoráveis ao meio ambiente. O molibdênio é um elemento essencial para funções biológicas de plantas e animais, porém em altas concentrações no organismo pode gerar deformidades ósseas, anemia, anomalias no fígado e levar a morte. A possibilidade de interação de compostos orgânicos-inorgânicos (Ácido Húmico, Uréia e H2SO4) em sedimentos “in natura” provenientes da região do Acre, foi investigada, com intuito de se avaliar a possibilidade de aplicação destes materiais em processos de adsorção de molibdato em soluções aquosas. As amostras naturais utilizadas neste estudo possuem elevado teor de minerais de argila, principalmente esmectita, baixo teor de caulinita e minerais primários como feldspato e quartzo. Todas as amostras “in natura” foram caracterizadas por DRX, FRX, FTIR, MEV e pHH2O e pHKCl. A modificação com ácido inorgânico nas concentrações (0.25; 0.5; 1 e 1,5 Mol.L-1), a temperatura e o tempo de contato foram parâmetros importantes no processo de delaminação desses minerais de argila. Assim como o uso de compostos orgânicos como uréia e ácido húmico foram eficientes no processo de amorfização. O estudo por DRX nas amostras modificadas evidenciam a modificação da estrutura quando utilizado H2SO4 nas quatro concentrações, porém tal fato é observado somente para o pico 15Å, característico da esmectita, todos os outros picos não apresentaram significativa alteração. A síntese com compostos orgânicos promoveram a amorfização do pico referencial da esmectita. Desta forma, como o sedimento naturalmente possui argilominerais (esmectita, caulinita) confirmado por DRX, assim como a presença de ferro, indicando uma possível transição da montmorilonita para nontronita, com substituição isomórfica do ferro, espera-se uma maior interação da adsorção do molibdato na fração modificada com relação à natural. A inserção de H+ devido o processo de modificação com ácido sulfúrico, promoveu a substituição dos íons cálcio na estrutura, confirmado pela análise semi-quantitativa realizada por EDS. Análise por MEV indicaram nas amostras naturais a presença de morfologia placoíde, tal fato não foi observado nas amostras modificadas, no qual foi observado delaminação e amorfização. As condições de equilíbrio no processo de adsorção foram investigados, no qual foi estabelecido, tempo de 2h e pH foi medido nas soluções antes e após o processo de adsorção. Os dados de equilíbrio foram representados pelos modelos de isotermas de Langmuir, Freundlich e Sips. O processo de adsorção teve melhor desempenho nas primeiras concentrações para as amostras S10H15 e S10UH. As amostras modificadas com ácido húmico possuíram maior qmáx = 3.43, os valores de regressão ajustados ao modelo de Freundlich obtidos apontam um eficiente processo de adsorção, as amostras modificadas adsorveram eficazmente o ânion molibdato em comparação a amostra natural.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Adsorção de nitrato em rejeito de caulim organofuncionalizado com uréia(Universidade Federal do Pará, 2012-05-30) TAVARES, Laís Conceição; LEMOS, Vanda Porpino; http://lattes.cnpq.br/1829861620854008Rejeitos de caulim, gerados em abundância por empresas paraenses, vem provocando problemas ao meio ambiente. Com intuito de dar contribuições sobre o reaproveitamento deste rejeito foi avaliada a retenção do íon nitrato em rejeito de caulim natural e modificado com uréia e estudado o equilíbrio dos processos de adsorção nas interfaces sólidas-soluções. Os materiais foram caracterizados por difração e fluorescência de raios X (DRX e FRX), a espectroscopia de infravermelho (espectro FTIR), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e por dados estimados de carga superficial. Experimentos de adsorção do íon nitrato no rejeito de caulim natural (CRJN) e modificado com ureia (CRJU) foram realizados sem ajuste de pH. As concentrações de H+ foram medidas por potenciometria direta antes e após os processos de adsorção e as concentrações de equilíbrio de nitrato foram medidas por cromatografia iônica. Os resultados obtidos indicaram: alta pureza do rejeito de caulim; formação do complexo caulinita-uréia confirmada pela reflexão de DRX em 2θ 8,28o e d=1,068 nm e pelo espectro FTIR com aparecimento de uma banda larga de baixa intensidade, contendo dois discretos ombros em torno de 3500 a 3380 cm-1 ,correspondentes às vibrações assimétrica e simétrica do grupamento –NH2 da caulinita-uréia, superpostos à vibração da molécula d’água; dados de cargas superficiais, sugerindo que os materiais apresentam maior capacidade de adsorção de cátions do que ânions, mas dependendo da concentração de H+ e OH- nos adsorventes, as hidroxilas superficiais podem ser protonadas originando cargas positivas que propiciam a adsorção de ânions; obtenção de quantidades adsorvidas expressivas de nitrato, tanto em CRJN como CRJU (0,27-0,73 e 0,18-0,70 mg.g-1, respectivamente); coeficiente de separação (RL) entre 0,28 a 0,828, variação de energia livre ΔGº = -2,094 a + 0,445 KJ mol-1 para CRJN e ΔGº=-1,036 a + 1,32 KJ mol-1 para CRJN. Foi concluído com base nos dados de RL que os processos de adsorção são pouco favoráveis na maioria dos pontos dos processos de adsorção e os resultados da variação de energia livre (ΔGº) indicaram que os processos de adsorção são espontâneos a não espontâneos e de natureza física.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Adsorção simultânea de íons níquel, zinco e cobre em sedimentos argilosos da Formação Solimões no estado do Acre(Universidade Federal do Pará, 2011-09-02) CARDOSO, Vivian Mariana Miranda; LEMOS, Vanda Porpino; http://lattes.cnpq.br/1829861620854008As chuvas torrenciais na região Amazônica propiciam grande lixiviação de micronutrientes, que pode ser controlada a partir de reações de adsorção em minerais de argila. Estudos sobre as propriedades geoquímicas de sedimentos argilosos nas reações de adsorção de micronutrientes é um tema de pesquisa de grande relevância haja vista ao uso comprovado de minerais de argila com amplo espectro de aplicação em vários processos comerciais e em processos de adsorção envolvendo a remediação de solos, purificação do ar e águas. Com intuito de dar contribuições sobre as propriedades físico-químicas e aplicabilidade dos sedimentos da Formação Solimões do Estado do Acre foi realizado um estudo visando simular processo de adsorção competitiva natural de micronutrientes cobre, zinco e níquel em diferentes sítios adsorventes presentes nestes sedimentos e avaliar a influência dos atributos mineralógicos, químicos e físico-químicos nestes processos. Dados preliminares sobre a mineralogia permitiram selecionar quatro amostras distribuídas entre 4 estações nomeadas como H1RA, H6B, H9F e H23A, localizadas ao longo das rodovias BR 364 e BR 317, assim como nos afloramentos às margens do rio Acre. Análises das amostras o foram realizadas por DRX (método do pó no intervalo de 2θ= 5-75 ; análises da fração argila em lâminas orientadas secas ao ar, em atmosfera de etileno glicol e aquecidas a 550ºC em (2θ= 3-35º); análise química total por ICP-OES; análises de elementos trocáveis a fim de determinar parâmetros de fertilidade. Nos experimentos de adsorção as concentrações de equilíbrio do cobre, níquel e zinco foram determinadas por AAS. Foram usados os modelos de isotermas de Langmuir, Sips, Toth, Redlich-Petersen e Temkin no ajuste dos dados experimentais de adsorção. Os resultados indicaram que as amostras apresentam como minerais principais o quartzo e minerais de argila dos grupos da esmectita, mica e caulinita e o mineral a 14Å (H6B) preliminarmente apontado como interestratificado mica-clorita, esmectita-illita ou clorita-vermiculita. Os outros minerais identificados nas amostras foram o gipso em H1RA, microclinio em H6B e albita e microclinio em H9F. A composição química média é representada por 60,99 % de SiO2, 15,91% de Al2O3, 5,84 % de Fe2O3, 2,21 % de K2O , 0,34 %, de Na2O, 1,26 % de MgO, 0,86% de CaO e 0,86 % de TiO2. Os seguintes intervalos foram obtidos para os parâmetros de fertilidade: pHH2O= 5,24 a 8,36; pHKCl= 3,16 a 7,02; CTCefetiva= 3,37 a 25,42 Cmolc/Kg; %V(saturação por bases)= 83,08 a 97,63; saturação %Ca= 4,28 a 69,21; saturação %Mg= 11,32 a 76,42; saturação %K= 2,32 a 17,32;. Nos experimentos de adsorção foram obtidos os seguintes intervalos para a quantidade de cada elemento adsorvido (qe em mg/g) nas amostras de sedimento selecionadas: Cu) 91,30 a 147,46 em H1RA; 47,25 a 83,93 em H6B; 67,13 a 137,36 em H9F; 73,01 a 141,35 em H23A; Ni) 49,97 a 93,81 em H1RA; 42,51 a 113,44 em H6B; 62,52 a 134,86 em H9F; 54,13 a 172,58 em H23A; Zn) 50,11 a 104,50 em H1RA; 44,31 a 64,12 em H6B; 60,21 a 89,91 em H9F; 73,84 a 135,60 em H23A. Nestes experimentos foram obtidos os seguintes valores para o pH inicial das suspensões aquosas das amostras H1RA em pHinicial = 3,88 a 5,38; H6B em pHinicial =2,71 a 3,27; H9F em pHinicial =3,16 a 4,24 e H23A em pHinicial =2,61 a 3,29. Os valores de pH de equilíbrio foram 4,38 a 5,2 na amostra H1RA, 2,71 a 3,16 na amostra H6B, 3,24 a 4,2 na amostra H9F e 2,51 a 3,14 na amostra H23A. Foi concluído que as amostras de sedimento analisadas apresentam propriedades adsortivas adequadas na retenção simultânea de íons cobre, níquel e zinco em meio aquoso; Nas amostras em que o mineral esmectita (estação H23A) e o mineral a 14Å (H6B) são predominantes a adsorção de metais de transição se dá em valores de pH entre 2,5 a 3,1. Nas amostras H1RA e H9F com diferentes grupos de minerais de argila (esmectita, mica e caulinita) a adsorção de metais de transição se dá em valores de pH entre 3,2– 5,5. A força iônica aumenta com o decréscimo do pH final. Os melhores modelos para descrever os processos de adsorção do cobre, níquel e zinco nos sedimentos estudados foram os de Langmuir e Sips. Os valores de ns de Sips indicaram que a maior parte dos sistemas de adsorção enquadram-se entre sistemas homogêneos a heterogêneos. Os dados de equilíbrio e termodinâmico dos processos de interação simultânea entre estes íons e os minerais adsorventes indicaram que os processos são favoráveis, espontâneos e o tipo de adsorção é específica (adsorção química) com formação de complexos de esfera interna.Dissertação Acesso aberto (Open Access) As águas subterrâneas de Belém e adjacências: influência da Formação Pirabas e parâmetros físico-químicos para medidas de qualidade(Universidade Federal do Pará, 1996-04-08) SAUMA FILHO, Michel; LIMA, Waterloo Napoleão de; http://lattes.cnpq.br/1229104235556506Na Região Metropolitana de Belém (PA) o abastecimento de água à população é proveniente de mananciais (área fisiográfica do Utinga) e de uma rede de poços tubulares posicionais, em geral, em zonas urbanas mais afastadas ou onde o bombeamento é precário. Este trabalho avalia as águas subterrâneas utilizadas na Região Metropolitana de Belém, correlacionando dados de parâmetros físicos, físico-químicos e químicos, na tentativa de compor um quadro compreensível sobre a qualidade dessas águas, e verificar a influência que sofrem das unidades geológicas nas quais estão situados os aquíferos que as preservam. Para a execução dos trabalhos, procedeu-se a coleta de amostras de água em dois períodos sazonais diferentes: de estiagem e chuvoso. Após exaustiva consulta aos arquivos de empresas, instituições e de pesquisadores, foram selecionados 17 poços tubulares, sendo 9 em Belém, 5 em Icoaraci, 2 em Mosqueiro e 1 em Ananindeua (Anexo A). Os índices mais frequentes de turbidez situaram-se entre 9 e 14 unidades (ppm de SiO2), mas alguns poços apresentaram valores mais elevados (33, 41 e 71 ppm de SiO2. Somente em alguns casos, essa turbidez pode ser imediatamente correlacionada com o teor de sílica obtidos por análise química. As medidas de cor mais frequentes se encontram no intervalo de zero a 7,5 U.C., predominando o índice zero. No entanto, alguns poços apresentaram valor acima de 100 U.C. e outros, menos frequentes, com índices variando entre 20 e 60 U.C. Constituíram-se parâmetros bastante diferenciados o pH e a condutividade elétrica. Assim, foram verificados os índices mais elevados de pH e de condutividade elétrica nos aquíferos da Formação Pirabas. Nesses casos, o pH se apresentou em torno de 6,4 a 7,6 e a condutividade entre 231 e 362 µS/cm, com uma descontinuidade em 87,5 µS/cm, também atribuída a um poço associado à supracitada Formação. Águas mais ácidas (pH abaixo de 6,38 e acima de 4,01) são, certamente, atribuídas aos aquíferos do Grupo Barreiras e Pós-Barreiras. Os constituintes químicos, notadamente os teores de Ca2+, Mg2+, Na+ e K+, são condizentes com a interpretação dos valores numéricos de pH e condutividade elétrica. Sem exceção, as concentrações de Ca2+ são superiores às dos demais cátions, estabelecendo-se uma ordem decrescente segundo Ca2+> Mg2+> Na+>K+, com alguma inversão entre Na+ e Mg2+. As concentrações mais elevadas de Ca2+ (logo seguidas pelas de Mg2+) são resultantes da dissolução de carbonatos presentes no calcário Pirabas. Aliás, confirmando esta assertiva, também as concentrações de HCO-3 são bem mais elevadas dos que as concentrações de Cl- e SO2-4. É de se esperar, portanto, que a dissolução de sedimentos Pirabas produzem concentrações mais elevadas de Ca2+ e HCO-3. Os teores de sílica e ferro também discriminam tais águas. Em geral, os teores mais elevados de sílica correspondem às maiores profundidades, como, aliás, seria de se esperar, levando-se em conta a ação do intemperismo químico em minerais de silicato. Quanto ao ferro, este constitui um parâmetro diferenciador das águas da Formação Pirabas, quase sempre em teores bem mais baixos do que os valores correspondentes associados aos aquíferos Barreiras e Pós-Barreiras, havendo, no entanto, exceções, nas quais se registraram índices apreciáveis de ferro relacionado aos sedimentos Pirabas. Saliente-se que a Formação Pirabas aparece na Região Metropolitana de Belém quase sempre às profundidades maiores do que 100 m, havendo registro, no entanto, de profundidades menores, mas são situações, aparentemente, mais raras, como são os casos do poço número 3, no Campus Universitário, às proximidades do rio Guamá, com 76 m de profundidade, e o poço de 94 m do Museu Paraense Emílio Goeldi, em zona central da cidade (Anexo A). A exaustiva consulta aos já mencionados arquivos de instituições, empresas e pesquisadores levou à constatação de que muitos poços tubulares instalados na zona urbana aproveitam águas associadas aos aquíferos Barreiras e Pós-Barreiras, onde os valores de pH são quase sempre, abaixo de 6 unidades, e as medidas de condutividade elétrica raramente atingem 100 µS/cm. Constata-se, finalmente, que há necessidade de maiores investimentos no sentido de aumentar a prospecção e a utilização de águas subterrâneas na região, pois estas, além de dispensarem tratamento prévio à distribuição, ainda são uma fonte de recursos, não dimensionados, mas de grande potencial.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Alteração hidrotermal e potencial metalogenético do vulcanoplutonismo paleoproterozoico da região de São Félix do Xingu (PA), Província Mineral de Carajás(Universidade Federal do Pará, 2015-08-27) CRUZ, Raquel Souza; VILLAS, Raimundo Netuno Nobre; http://lattes.cnpq.br/1406458719432983A região de São Félix do Xingu, centro-sul do Estado do Pará, expõe um sistema vulcano–plutônico excepcionalmente bem preservado e agrupado nas formações Sobreiro e Santa Rosa, nas quais foram reconhecidas alterações hidrotermais e mineralizações associadas. A Formação Sobreiro é constituída por fácies de fluxo de lava de composições andesítica, andesito basáltica e dacítica, conforme as proporções ou ausência de fenocristais de clinopiroxênio e/ou anfibólio. Fácies de rochas vulcanoclásticas ocorre geneticamente associada e é representada por tufos de cinza, cristais de tufo máfico, lapilli-tufo e brecha polimítica maciça. A Formação Santa Rosa é controlada por fissuras, formada por riolitos que compreendem fácies de fluxo de lava e fácies vulcanoclástica associada de tufos de cristais felsico, ignimbritos (tufo de cinza), lápilli-tufo, e brechas polimíticas maciças. Parte desse sistema é interpretado como ash-flow caldera parcialmente erodida e desenvolvida em vários estágios. Dados de petrografia, difração de raios X (DRX), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia de infravermelho mostram as paragêneses de alterações hidrotermais que ocorrem nessas rochas. Em geral, os minerais de alteração desenvolvem cristais subeuédricos a anédricos e substituem minerais magmáticos. Os tipos de alterações hidrotermais identificados mostram-se incipientes a pervasivos, sendo distinguidas as alterações propilítica, sericítica, argílica e potássica, as quais se sobrepõem, além de fases fissurais de silicificação com hematita e carbonato associados. A alteração propilítica, predominante na Formação Sobreiro, apresenta ambos os estilos pervasivo e fissural. A paragênese resultante consiste de epidoto + clorita + carbonato + clinozoisita + sericita + quartzo ± albita ± hematita ± pirita, que é sobreposta por alteração potássica pervasiva ou controlado por fratura, representada principalmente por feldspato potássico + biotita ± hematita. Localmente, ocorre fratura com associação prehnita-pumpellyita precipitada que poderia estar relacionado com metamorfismo de baixo grau. A alteração sericítica é marcada pela ocorrência principalmente de sericita + quartzo + carbonato ± epidoto ± clorita ± muscovita. Manifesta-se principalmente nos tufos de cristais máficos. Entretanto, a sobreposição desses tipos de alteração fica evidenciada pelas relíquias de clorita da alteração propilítica e texturas das rochas, parcialmente obliteradas, em que restaram apenas pseudomorfos de plagioclásio sericitizado. Já na Formação Santa Rosa é pervasiva e caracterizada pela ocorrência de sericita + quartzo + carbonato. Apresenta-se também em estilo fissural, que é marcado pela presença de sericita + quartzo. É o principal tipo de alteração identificado nessa unidade, atribuindo às rochas coloração esbranquiçada. Dados de MEV mostram que, associados à alteração sericítica, ocorrem fosfatos de chumbo e terras raras além de ouro, bem como rutilo e barita. A alteração potássica ocorre mais subordinadamente, em geral associada aos pórfiros graníticos e, localmente, aos riolitos. A paragênese característica é conferida por microclínio + biotita + clorita + carbonato + sericita ± albita ± magnetita. A alteração argílica intermediária foi reconhecida nos riolitos e possivelmente corresponde aos estágios finais da alteração hidrotermal. É caracterizada pela presença de montmorillonita + illita + caolinita + clorita ± sericita ± caolinita ± haloisita ± quartzo ± hematita, os quais foram identificados por DRX e espectroscopia de infravermelho. A argilização confere às rochas coloração esbranquiçada a rosa esbranquiçada. Os tipos de alteração foram controlados principalmente pela temperatura, composição do fluido e pela relação fluido/rocha. São compatíveis com anomalias térmicas relacionadas com o magma envolvendo uma diminuição da temperatura e neutralização devido à mistura com água meteórica, semelhante ao que foi descrito em mineralizações baixo e intermediário-sulfidação. A identificação de ouro e fases de acessórios compatíveis fornecem importantes subsídios para pesquisas prospectivas na região, sobretudo para potenciais depósitos epitermais low-sulfidation de metais preciosos (ouro e prata) em sistemas vulcano-plutônicos com ash-flow calderas associadas, assim como depósitos do tipo pórfiro de Cu, Au e Mo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Alteração supergênica dos basaltos do Porto Franco-Grajaú-MA(Universidade Federal do Pará, 1985-10-04) VAQUERA VARGAS, Antônio; OLIVEIRA, Nilson Pinto deO presente trabalho trata das modificações morfológicas, mineralógicas e geoquímicas ocorrentes durante o desenvolvimento de seis perfis de intemperismo de basaltos da região de Porto Franco - Grajaú, estado do Maranhão. A principal característica dos perfis estudados é a grande espessura do seu horizonte C. o horizonte B, inexiste nos perfis de pequena espessura e é muito delgado nos perfis mais desenvolvidos. A alteração de basalto inicia-se com a decomposição da magnetita. A seguir, decompõem-se labradorita, pigeonita e augita, nesta ordem. O processo de alteração como um todo pode ser dividido em três estágios. O estágio inicial consiste na ruptura e desagregação das estruturas cristalinas dos minerais primários do basalto e na formação dos primeiros argilo-minerais, principalmente da smectita e da halloysita. O estágio pré-caolinítico, subsequente, é caracterizado pelo extensivo desenvolvimento de smectita e halloysita. Finalmente, no estágio caolinítico predominam caolinita e/ou hematita. Todas essas transformações são graduais. A variação da umidade na região estudada tem consequências bem definidas sobre o desenvolvimento da alteração. Na área de menor umidade, as características texturais do basalto são preservadas por mais tempo durante o processo de alteração, a velocidade de alteração do piroxênio, plagioclásio e smectita é menor, necessita-se de mais tempo para o equilíbrio mineral, a oxidação da magnetita ocorre mais lentamente e a hematita passa a ser um mineral comum no perfil, já nos primeiros estágios do intemperismo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Alterações hidrotermais associadas às rochas máfico-carbonatíticas do depósito de fosfato Serra da Capivara, região de Vila Mandi (PA), extremo sul do Cráton Amazônico.(Universidade Federal do Pará, 2019-07-14) VIEIRA, Danilo Amaral Strauss; FERNANDES, Carlos Marcello Dias; http://lattes.cnpq.br/9442875601862372Próximo ao limite dos estados do Pará e Mato Grosso, contexto do Cráton Amazônico, distante aproximadamente 90 km a oeste do distrito de Vila Mandi, município de Santana do Araguaia (PA), ocorre o inédito vulcano–plutonismo denominado Complexo máfico-carbonatítico Santana. É formado por um membro inferior máfico-ultramáfico com litofácies plutono–vulcânica e outra vulcanoclástica; bem como por um membro superior carbonatítico com litofácies plutônica, efusiva e outra vulcanoclástico originadas em ambiente de caldeira vulcânica com amplas zonas de alterações hidrotermais e estruturas circulares geneticamente relacionadas. Esse conjunto foi parcialmente afetado pelo severo intemperismo Amazônico, produzindo supergenicamente o depósito de fosfato Serra da Capivara. Apesar de especulativo, o Complexo máfico-carbonatítico Santana é do Paleoproterozoico, já que invade as sequências vulcano–plutônicas paleoproterozoicas formações Cinco Estrelas e Vila Mandi (1980–1880 Ma) e é capeado por rochas sedimentares também da mesma Era. O membro inferior máficoultramáfico contém litofácies com piroxenito e subordinados ijolito e apatitito que afloram em amplos lajedos. No geral o piroxenito possui granulação média com augita (~ 90% vol.), ceilonita (MgAl2O4), magnesio-riebeckita e olivina substituída por argilominerais (saponita). O ijolito é formado por fenocristais de clinopiroxênio e nefelina imersos em matriz fina com nefelina, calcita e magnetita intersticiais. Blocos de apatitito são compostos de apatita de granulação média (~ 98% vol.) e calcita. As rochas vulcânicas dessa litofácies são blocos isolados métricos de basalto alcalino e apatitito fino. Esse basalto apresenta granulação fina com mineralogia essencial composta por plagioclásio e augita. Além disso, ocorre uma intensa cimentação de calcita na forma de esférulos com calcita e quartzo, além de intersticiais pirita, óxidos de ferro, apatita, barita, rutilo, celestina e monazita. Essa textura mostra uma relação de imiscibilidade entre o magma silicático e o carbonatítico. Vulcanismo autoclástico a explosivo é materializado por litofácies com depósitos mal selecionados de brecha polimítica maciça, lapilli-tufo, tufo de cristais e tufo de cinzas. As rochas autoclásticas revelam textura vulcanoclástica formada por clastos angulosos originados da autofragmentação da litofácies plutono–vulcânica máfica-ultramáfica. Depósitos epiclásticos vulcanogênicos cobrem todas as litofácies anteriores. O membro superior carbonatítico contém litofácies com calcitacarbonatito grosso (sövito) amarelo-avermelhado com calcita (85–90%) subédrica a euédrica e variações para calcita magnesiana ferrífera e dolomita, além de acessórios como magnetita, hematita, feldspato potássico e pirita. Esse litotipo é seccionado por veios de carbonatito fino intensamente hidrotermalizado. Ocorre raro apatitito grosso que representa o protominério do depósito. Litofácies vulcânica efusiva revela calcita-carbonatito fino (alviquito) rico em calcita (80–85% vol.) com texturas variando de porfirítica equigranular fina, além de hematita, magnetita, feldspato potássico e pirita. Litofácies mal selecionada de vulcanismo explosivo carbonatítico contém tufo de cristais, lapilli-tufo e brecha polimítica maciça formados por clastos angulosos provenientes das encaixantes e do próprio complexo. Stocks e diques sieníticos invadem o conjunto. A principal alteração magmática hidrotermal do complexo é representada por rochas carbonatíticas hidrotermalizadas de colorações avermelhadas, vermelho amarronzado e amarelado. A paragênese mineral encontrada foi barita + fluorapatita + dolomita ± quartzo ± rutilo ± calcopirita ± pirita ± monazita ± magnetita ± hematita. Essa alteração ocorre de três maneiras distintas; 1) nas zonas mais profundas, onde os minerais encontrados foram barita, fluorapatita e dolomita em alterações pervasivas a fissurais associadas a carbonatitos finos profundos. 2) No sövito, de estilo intersticial fraco com mineralogia semelhante às alterações profundas. 3) no alviquito com alterações intersticiais intensas e formação de quartzo hidrotermal associado a barita, fluorapatita, dolomita, monazita, celestina e rutilo. A assembleia mineral das alterações mais profundas aponta para fluídos inicialmente ricos em sulfato, magnésio, fósforo e CO2 com origem na transição entre as fases tardi-magmática a hidrotermal. Ao passar para fases mais superficiais do vulcanismo, houve assimilação de SiO2 das rochas encaixantes evidenciados pela formação de quartzo intersticial no alviquito. O ambiente interpretado de caldeira vulcânica ocorre na interceptação de falhas regionais NE–SW e NW–SE com até 40 km de extensão e que serviram como conduto profundo do magma percursor do complexo. A raiz do sistema é representada por rochas máficoultramáficas e carbonatitos plutônicos. A fase pré-caldeira envolveu intensa degaseificação e atividades hidrotermais em função da evolução magmática, bem como ascensão por falhas lístricas e colocação em superfície de grande volume de lavas carbonatíticas (alviquitos) que construíram o extinto edifício vulcânico. O colapso dessa estrutura e o abatimento topográfico coincidiu com vulcanismo explosivo e formação dos litotipos vulcanoclásticos, representando a cobertura intra-caldeira. Os sienitos tardios podem representar a fase pós-caldeira e selagem das estruturas. A paragênese hidrotermal identificada no Complexo máfico-carbonatítico Santana mostra importante potencial metalogenético para elementos terras raras e fosfato e representa um guia prospectivo em terrenos proterozoicos do Cráton Amazônico, a exemplo de outras áreas do planeta.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Alvo Borrachudo, Serra dos Carajás (PA): rochas ígneas ricas em magnetita e apatita com mineralizações de sulfetos associada(Universidade Federal do Pará, 1996-05-25) FARIAS, Edielma dos Santos; VILLAS, Raimundo Netuno Nobre; http://lattes.cnpq.br/1406458719432983Dissertação Acesso aberto (Open Access) Ambiente geológico e mineralizações associadas ao granito Serra Dourada (extremidade meridional) Goiás(Universidade Federal do Pará, 1983-08-29) MACAMBIRA, Moacir José Buenano; VILLAS, Raimundo Netuno Nobre; http://lattes.cnpq.br/1406458719432983O granito Serra Dourada pertence a um conjunto de estruturas dômicas, em geral mineralizadas em cassiterita, achando-se situado no centro-leste de Goiás, onde dominam rochas das faixas de dobramentos Uruaçu e Brasília e do maciço mediano de Goiás. Objetivando-se contribuir aos conhecimentos petrológico, metalogenético e estratigráfico dessas rochas graníticas, selecionou-se a extremidade meridional da Serra Dourada para a realização deste estudo. Adotou-se como metodologia o mapeamento na escala 1:45.000, estudos petrográficos, minerográficos e geocronológicos, além da determinação dos teores de elementos maiores em rochas e alguns minerais, e de elementos traços em rochas. As rochas graníticas da Serra Dourada foram classificadas como sienogranitos, apresentando três variedades: anfibólio-biotita granito, muscovita-biotita granito e biotita granito, sendo a última dominante. O gráfico K-Rb indica um avançado grau de fracionamento para essas rochas e sugere um trend que se inicia no granito a anfibólio e termina naquele a muscovita. Por sua vez, a variação sistemática dos teores e razões de alguns elementos traços denuncia um íntimo relacionamento entre essas variedades, devendo significar intrusões múltiplas que correspondem a diferentes graus de fusão parcial do material original. Nas tentativas de datações pelo método Rb-SR, observou-se que os fenômenos subseqüentes ao alojamento inicial na crosta introduziram possíveis rejuvenescimentos isotópicos. Contudo, essas rochas graníticas forneceram idades convencionais máximas próximas de 2 b.a. As últimas fases magmáticas do granito Serra Dourada foram os pegmatitos que, no núcleo do batólito, são zonados e possuem água-marinha, enquanto que na borda são portadores de tantalita-columbita, esmeralda, muscovita e monazita. Em seguida, grandes quantidades de soluções hidrotermais enriquecidas em Sn e F atingiram tanto o granito como suas encaixantes, alterando-as para greisens. Ao contactarem os enclaves, as soluções precipitaram cassiterita, magnetita, fluorita e sulfetos. Veios com wolframita e rutilo se alojaram nas encaixantes mais próximas. Em temperaturas mais baixas, essas soluções geraram caulim ao atingirem os pegmatitos da faixa de contato. Vários tipos de enclaves foram identificados no granito: biotititos, soda-gnaisse, xenólitos de xistos e quartzitos, e anfibolitos. Os enclaves de soda-gnaisse têm natureza trondhjemítica e também apresentam variedades a anfibólio e biotita, a biotita e a biotita e muscovita. A semelhança da assembléia e do quimismo de algumas fases mineralógicas sugere uma consangüinidade entre a soda-gnaisse e o granito, com a possibilidade que sejam fragmentos parcialmente intactos das rochas que deram origem, por anatexia, ao material granítico. Por outro lado, os teores e razões anômalas de alguns elementos do soda-gnaisse indicam reação com o magma, que é enfatizada pela posição dessas rochas no gráfico K-Rb. Essa reação certamente afetou as razões isotópicas, permitindo apenas sugerir-lhes uma idade arqueana. Por sua vez, os biotititos possivelmente são restritos. A seqüência onde o granito Serra Dourada se alojou compõe-se de intercalações de xistos e quartzitos do Grupo Serra da Mesa. As mineralizações típicas do magmatismo ácido, greissens, pegmatitos e sills graníticos nos metassedimentos, além de xenólitos oriundos das encaixantes e foliação pronunciada nas bordas do corpo, depõem pelo caráter intrusivo do granito nesses metamorfitos, cujo evento tardi-sintectônico está associado com a formação do braquianticlínio, que concorda com o padrão estrutural regional. Através da assembléia mineralógica dessas rochas atestou-se condições do facies anfibolito baixo para a sua formação onde dominaram pressões acima de 4,5 Kb e temperaturas em torno de 550°C.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A ametista de Pau d' Arco e Alto Bonito no Pará e a do Alto Uruguai no Rio Grande do Sul(Universidade Federal do Pará, 1998-03-23) CASSINI, Carlos Tadeu; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302Tese Acesso aberto (Open Access) Análise da dinâmica das áreas de manguezal no litoral Norte do Brasil a partir de dados multisensores e hidrossedimentológicos(Universidade Federal do Pará, 2016-12-16) NASCIMENTO JUNIOR, Wilson da Rocha; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252O objetivo desta pesquisa é analisar a dinâmica das áreas de manguezal no litoral norte do Brasil a partir de imagens de sensores remotos orbitais e dados hidrossedimentológicos (vazão e concentração de sedimentos em suspensão). Buscamos compreender a existência de causalidade entre a expansão ou retração dos manguezais com a descarga sólida em suspensão calculada a partir de dados de vazão e concentração de sedimentos em suspensão. Os manguezais foram mapeados, utilizando a técnica de classificação orientada ao objeto, nos anos de 1975, 1996 e 2008 tendo como base dados de sensores imageadores na faixa das microondas (RADAM/GEMS; JERS-1; ALOS/PALSAR). Foram utilizados os dados de estações fluviométricas e sedimentos da Agência Nacional de Águas para calcular a descarga sólida em suspensão nos rios Araguari, Gurupi, Pindaré, Grajaú e Mearim buscando relacionar a acresção e erosão nas áreas de manguezal com a carga sedimentar dos rios que deságuam no litoral. As variações de vazão refletem a precipitação nas sub-bacias dos rios analisados e apresentaram correlação forte e moderada com as anomalias de temperatura na superfície do oceano Pacífico evidenciando uma relação dos fenômenos El Niño e La Niña com os regimes de precipitação na Amazônia. As variações de concentração de sedimentos em suspensão não apresentaram relação com a variação fluviométrica sugerindo que as oscilações médias anuais são reflexos de outros fenômenos (cobertura e uso do solo). Os resultados mostram que as áreas drenadas das sub-bacias mais impactadas pela ação antrópica contribuem com uma carga sedimentar superior a rios que possuem maior concentração de floresta nativa. A vegetação nativa contribui para a contenção da erosão do solo e as áreas de solo exposto e pastagem são mais vulneráveis a erosão dos solos. Os rios Gurupi, Pindaré, Grajaú e Mearim apresentaram carga sólida em suspensão superior ou igual ao rio Araguari. Analisando os manguezais nos estuários percebemos a acresção dos manguezais nas margens nos estuários dos rios Gurupi e Mearim (Baia de São Marcos) e a diminuição das áreas de manguezal no estuário do rio Araguari. A zona costeira amazônica está sujeita a processos naturais de grande magnitude, porém as atividades atrópicas influenciam na dinâmica natural da região ao implementar práticas econômicas ambientalmente insustentáveis.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Uma análise de cluster via CiteSpace a propósito da espectrometria WDXRF para geocientistas (2001-2021)(Universidade Federal do Pará, 2023-08-17) CASTANHO, Rebeca Soares; PAZ, Simone Patrícia Aranha da; http://lattes.cnpq.br/5376678084716817O presente estudo bibliométrico trata acerca da espectrometria de fluorescência de raios-X por dispersão de comprimento de onda (Wavelength Dispersive X-Ray Fluorescence, WDXRF) aplicada a analise geoquímica a fim de avaliar as tendências cientificas ao longo de um recorte temporal de vinte anos – entre 2001 e 2021 – usando o software acadêmico e gratuito CiteSpace. Foram recolhidos 941 artigos científicos internacionais envolvendo WDXRF na plataforma Web of Science (WoS) a partir das expressões “wdxrf” ou “wavelength dispersive x-ray fluorescence”. A avaliação dos dados ocorreu em duas partes: na primeira, buscou-se compreender e interpretar os aspectos quantitativos da produção cientifica relacionada a técnica e, na segunda parte, realizou-se uma analise de concorrência de palavras-chaves dos trabalhos recuperados. Apesar das flutuações, houve um aumento constante do numero de artigos relacionados a essa espectrometria, sendo 2020 o ano de maior produtividade da serie histórica (105 publicações). Os Estados Unidos da América são lideres na classificação por países (110 artigos), contudo, a distribuição relativamente homogênea desses estudos revela que a WDXRF e uma técnica bastante difundida no mundo. O Brasil esta entre os dez países mais influentes da área, ocupando a oitava posição com 59 publicações. O periódico X-Ray Spectrometry, que conta com 82 artigos, predomina a divulgação sobre esta técnica analítica. No total, foram encontradas 569 palavras-chave conectadas por 2002 ligações de concorrência, destacando-se o termo trace elemento (“elemento traço”), que denota um interesse solidificado, mas sempre em voga, em relação ao uso da WDXRF para este nível de analise química. Por outro lado, nanoparticle (“nanopartícula”) e a palavra-chave de maior explosão de citações nestas duas décadas, especialmente entre os anos de 2015 e 2021, trazendo a luz uma tendência mais atual a caracterização elementar de compostos nanoestruturados. O programa CiteSpace identificou 13 grupos temáticos, sendo cinco os mais notáveis no emprego da instrumentação: caracterização de nanomateriais (cluster #0); analise de metais pesados em nível traço (cluster #1); especiação química (cluster #2); analise de materiais particulados em filtros (cluster #5) e proveniência de cerâmicas históricas (cluster #6). Em suma, pode-se concluir que a química dos materiais geológicos não constitui um corpo de estudos estreitamente definido em relação a WDXRF, porem esta e uma fronteira cientifica que se expande através da interdisciplinaridade, o que pode fornecer novas e integradas abordagens metodológicas as pesquisas dos geocientistas que se aprofundarem na técnica.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise de imagens de sensores remotos orbitais para mapeamento de ambientes costeiros tropicais e de índices de sensibilidade ambiental ao derramamento de óleo no Golfão Maranhense(Universidade Federal do Pará, 2006-04-18) TEIXEIRA, Sheila Gatinho; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252Os derramamentos de óleo no Brasil estão cada vez mais frequentes, causando diversos impactos ao ambiente e comunidades biológicas. Mapas de índices de sensibilidade ambiental ao derramamento de óleo são componentes indispensáveis dos planos de contingência e resposta emergencial a este tipo de acidente. Estes apresentam um sistema de classificação que é baseado nas características geomorfológicas das áreas, as quais são definidas pelos seguintes fatores: grau relativo de exposição às energias de ondas e marés, declividade da costa e tipo de substrato, e, ainda, facilidades para limpeza e remoção das áreas impactadas pelo óleo. Dentro desse contexto, foi escolhida a região do Golfão Maranhense, extremo norte do Estado do Maranhão, com o objetivo de mapear e analisar os índices de sensibilidades ambientais (ISAs) dos ambientes costeiros ao derramamento de óleo, pois nesta área encontra-se o segundo maior porto em calado do mundo, o Porto de Itaquí. Além disso, esta região está na rota de aproximadamente seiscentos navios petroleiros por ano, que são potenciais causadores de acidentes que provocam o derramamento. A abordagem metodológica para a geração dos mapas de índices de sensibilidade envolveu a análise integrada dos ambientes costeiros a partir do processamento digital de imagens de sensores remotos ópticos, neste caso, Landsat-4 TM, CBERS-2 CCD e SPOT-2 HRV, imagens SAR (radar de abertura sintética) do RADARSAT-1 Wide-1, dados de elevação da SRTM (shuttle radar topography mission), sistema de informação geográfica (SIG) e levantamentos de campo, relativos a geomorfologia, topografia e sedimentologia. A partir dos métodos utilizados, os ambientes costeiros reconhecidos na região do Golfão Maranhense foram agrupados de acordo com seus índices de sensibilidade ambiental em: 1 - Estruturas artificiais (muro de arrimo) - ISA 1 B; 2- Falésias - ISA 1 C; 3 - Praias arenosas com granulometria fina e Dunas Móveis- ISA 3A; 4-Planicies de maré arenosa - ISA 7; 5 - Planícies de maré mista, Planícies de maré lamosa e Deltas de maré vazante - ISA 9A; 6 - Planícies de supramaré arenosa - ISA 9C; 7 Pântanos Salinos - ISA 1 DA; 8- Pântanos de água doce e Lagos intermitentes - ISA 108; 9 - Mangue -ISA 1DC. Esta abordagem mostrou-se eficaz no reconhecimento e análise dos ambientes costeiros e, conseqüentemente, permitiu a atribuição de índices de sensibilidade ao derramamento de óleo para estes ambientes, dentro de ma base de dados georreferenciada, que permite a tomada de decisão com maior rapidez e eficácia, caso ocorra algum derramamento de óleo na região.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise faciológica da formação Codó (Aptiano superior) na Região de Codó (MA), leste da Bacia do Grajaú(Universidade Federal do Pará, 2000-09-11) PAZ, Jackson Douglas Silva da; ROSSETTI, Dilce de Fátima; http://lattes.cnpq.br/0307721738107549Os depósitos da Formação Codó, na região de Codó (leste do estado do Maranhão) consistem de folhelhos, calcários e evaporitos contínuos lateralmente e organizados em ciclos de arrasamento ascendente de, em média, 2,5 m de espessura. Estes depósitos são considerados como o registro de um sistema lacustre que se instalou durante o Neoaptiano na Bacia do Grajaú. Esta interpretação baseia-se nos seguintes critérios: 1) presença de ostracodes e algas típicas de ambientes não-marinhos, associados à ausência de fósseis marinhos; 2) domínio de litologias formadas por suspensão e frequente formação de paleossolos, associados à ausência de estruturas geradas por maré e reduzida atividade de onda; e 3) razão 87sr/ 86sr igual, em média, a 0,7079, valor mais elevado que aquele esperado para evaporitos e carbonatos marinhos do período Aptiano. Foram individualizadas treze fácies deposicionais, as quais foram agrupadas em três associações de fácies atribuídas a: a) lago central; b) lago transicional; e c) lago marginal. A associação de fácies de lago central posiciona-se na base dos ciclos de arrasamento ascendente, sendo composta por duas fácies: a) folhelho negro betuminoso; e b) evaporito. O domínio de rochas pelíticas nesta associação de fácies é consistente com sedimentação em ambientes de baixa energia, típicos de centro de lago. A abundância de pirita e a composição betuminosa apontam para condições ambientais redutoras. A escassez de infauna é indicada pela ausência de bioturbação, o que é consistente com anoxia, enquanto as fácies evaporíticas apontam para um contexto lacustre salino. A associação de fácies de lago transicional consiste de: a) argilito laminado; b) mudstone calcífero; c) calcário peloidal (mudstone a packstone); e d) calcário meso-cristalino. Estes depósitos estão posicionados entre as associações de fácies de centro e de margem de lago, encontrando-se na porção média dos ciclos de arrasamento ascendente, o que levou a atribuí-los a ambiente lacustre transicional. A associação faciológica de lago marginal representa o topo dos ciclos de arrasamento ascendente e agrupa as seguintes fácies: a) pelito maciço; Db) calcita- arenito; c) calcário ostracodal (wackestone a grainstone); d) calcário pisoidal (packstone); e) gipsita-arenito; £f) tufa; e g) ritmito carbonato/folhelho. Estes depósitos mostram uma abundância de feições sedimentares (i.e., paleossolos, superfícies cársticas e fenestras) típicas de exposição meteórica e/ou subaérea, consistentes com a interpretação como depósitos de lago marginal. O modelo deposicional proposto consiste de sistema lacustre com margem em rampa e baixa energia de fluxo, tomando-se por base as seguintes características: 1) baixa taxa de suprimento sedimentar; 2) relevo pouco pronunciado em torno da bacia lacustre; 3) abundantes feições sedimentares registrando episódios de exposição subaérea ou à água meteórica; e 4) predomínio de fácies marginais sobre fácies centrais. Além destas características, esta interpretação é também sugerida pelos seguintes aspectos: 1) pequenas espessuras (i.e., poucos metros) dos ciclos deposicionais, o que pode ser atribuído a um espaço deposicional reduzido em função do predomínio de lâmina d'água rasa através da bacia lacustre; 2) ausência de depósitos turbidíticos, típicos em ambientes lacustres com quebra em talude acentuado; e 3) ausência de depósitos de ressedimentação (p.e., brechas e/ou depósitos deformados por ação gravitacional), característicos em associação a ambientes de talude. A abundância de folhelhos negros e evaporitos sugere que a bacia lacustre era hidrologicamente fechada, estratificada e salina. Os ciclos deposicionais identificados na área de estudo revelam caráter regressivo, sendo representados por três tipos: 1) ciclos completos de arrassamento ascendente; 2) ciclos incompletos de arrasamento ascendente; e 3) ciclos de inundação ascendente. A origem destes ciclos foi atribuída a tectonismo, com base no seu padrão assimétrico de empilhamento, o que também é corroborado pela presença de feições deformacionais sinsedimentares associadas com atividade sísmica sindeposicional. As informações faciológicas, paleontológicas e geoquímicas obtidas na região de Codó permitem considerar que a ingressão marinha neocaptiana, registrada na porção norte da Bacia de São Luís-Grajaú, não chegou a atingir a região de Codó, que manteve-se protegida desta ingressão.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise integrada da morfologia e sedimentologia do baixo curso do rio Xingu(Universidade Federal do Pará, 2019-01-28) SILVA, Ariane Maria Marques da; ASP NETO, Nils Edvin; http://lattes.cnpq.br/7113886150130994O rio Xingu é um importante afluente do rio Amazonas contribuindo com 5% de sua vazão líquida, embora não contribua significativamente com sedimentos. O baixo rio Xingu é definido como uma ria, em função do afogamento de seu vale como resultado da Última Grande Transgressão marinha. Em função de uma influência substancial de maré, com alturas de maré de mais de 1 m na confluência, este setor fluvial corresponde ainda a um tidal river. O presente estudo visa analisar a morfologia e sedimentologia de fundo do baixo rio Xingu, estabelecendo correlação com os dados hidrodinâmicos, visando o entendimento dos processos de preenchimento sedimentar da ria, ainda em andamento. A área amostrada vai desde a confluência com o Amazonas (proximidades da cidade de Porto de Mós) até o estreitamento do lago de ria a montante, nas proximidades da cidade de Vitória do Xingu. Foram efetuados levantamentos sedimentológicos durante períodos de alta (fev/2016) e baixa (nov/2016) descarga de sedimentos. Para o período de alta descarga foram coletadas 109 amostras de sedimentos de fundo. Durante o período de baixa descarga, a amostragem foi repetida em 11 destas estações. No período de máxima descarga liquida do rio Amazonas (jun/2018), foram também monitorados os níveis d’água em diversos pontos ao longo do rio Xingu, assim como ocorreu nos períodos de coleta anteriores. Os dados morfológicos referem-se aos levantamentos batimétricos realizados pela Marinha do Brasil (CLSAOR/DHN). Os resultados demonstram forte correlação da sedimentologia com a morfologia, revelando um preenchimento do lago de ria tanto a partir do próprio rio Xingu, formando um proeminente delta de cabeceira, como a partir do rio Amazonas, onde as variações de maré têm transportado sedimentos a montante no rio Xingu. Por outro lado, grandes áreas de seção transversal na parte central da ria demonstram que volumes relativamente pequenos de sedimento alcançam aquela área, com dinâmica reduzida e sedimentação lamosa. Transversalmente, as areias estão mais associadas às margens e sua erosão por ação de ondas. Longitudinalmente, as areias são substancialmente mais frequentes na região de delta de cabeceira, e na região da confluência com o Amazonas, onde as áreas de seção transversal são notadamente menores. Os resultados sugerem ainda que a sedimentação nas proximidades da confluência com o rio Amazonas tem se reduzido ao longo do tempo, onde a combinação de variação da área da seção transversal com a vazão do próprio rio Xingu reduz o fluxo a montante a partir do rio Amazonas.Tese Acesso aberto (Open Access) Análise integrada dos depósitos de caulim na região do Rio Capim: fácies, estratigrafia, petrografia e isótopos estáveis(Universidade Federal do Pará, 2006-09-29) SANTOS JÚNIOR, Antonio Emídio de Araújo; ROSSETTI, Dilce de Fátima; http://lattes.cnpq.br/0307721738107549Os depósitos de caulim que ocorrem na porção média do Rio Capim, leste da Sub-Bacia de Cameta, inserem-se na Formação Ipixuna, de idade cretácea superior, a qual se destaca por apresentar uma das maiores concentrações mundiais de caulim de excelente qualidade para a indústria de celulose. Um grande volume de trabalhos acadêmicos com enfoque geoquímico foi conduzido nestes depósitos, porém sem levar em consideração os aspectos faciológicos e estratigráficos, que são relevantes para entender sua origem e ocorrência. Somente recentemente, trabalhos sedimentológicos e estratigráficos mais detalhados destes depósitos de caulim foram apresentados, o que gerou uma série de novas considerações a respeito dos paleoambientes de deposição. Este tipo de estudo despertou interesse para se conduzir uma investigação integrada considerando-se aspectos sedimentológicos, estratigráficos, petrográficos e isótopos estáveis de hidrogênio e oxigênio, a fim de discutir os processos geológicos que podem ter influenciado na origem e evolução dos depósitos de caulim soft e semi-flint da Formação Ipixuna. A análise sedimentológica e estratigráfica apresentada neste estudo teve caráter complementar a investigações anteriores, tomando-se por base a presença de novas exposições ao longo das frentes de lavra que disponibilizaram novas informações importantes ao entendimento dos ambientes de deposição. Assim, a porção inferior da Formação Inpixuna caracteriza-se por uma unidade de caulim do tipo soft, o qual por apresentar-se com preservação das estruturas primárias, possibilitou melhor entendimento dos processos de sedimentação. Estes depósitos incluem principalmente arenitos e argilitos caulinizados formados em ambientes de canal de maré influenciado por sistema fluvial (associação de fácies A), canal de maré (associação de fácies B), planície de maré/mangue (associação de fácies C), e barra/planície de areia dominada por maré (associação de fácies D). Estes depósitos são atribuídos a sistema estuarino do tipo dominado por maré. A unidade superior, conhecida como semi-flint, é dominantemente maciça, porém um estudo em paralelo conduzido durante o desenvolvimento desta tese revelou a presença de lobos deltaicos e canais distributários. O estudo petrográfico e de microscopia eletrônica de varredura nos depósitos estudados levou à melhor caracterização textural dos tipos de caulinita presentes nas unidades de kaolin soft e semi-flint. Apesar da composição original fortemente modificada destes depósitos, informações ópticas revelaram inúmeras feições reliquiares distintas. Os depósitos de caulim soft são caracterizados por arenitos quartzosos caulinizados e pelitos laminados ou maciços, os quais são compostos por fragmentos líticos de rochas meta-vulcânicas e vulcânicas félsicas, bem como rochas metamórficas e graníticas. Estas litologias foram fortemente modificadas durante o processo de caulinização da Formação Ipixuna, processo que teria obliterado a composição primária dos grãos do arcabouço. Durante este processo, três tipos principais de caulinita foram geradas, definidas com base no tamanho e textura como Ka, Kb e Kc. A caulinita Ka ocorre dominantemente associada aos arenitos caulinizados, sendo caracterizada por cristais pseudohexagonais a hexagonais, com diâmetros de 10-30 μm, podendo ocorrer na forma de aglomerados formando “livretos” (booklets) ou sob forma vermicular contendo até 400 μm de comprimento. A caulinita Kb ocorre dominantemente nos pelitos, consistindo de cristais pseudohexagonais a hexagonais de 1-3 μm de diâmetro, ocorrendo na forma isolada, formando intercrescimentos dos tipos caótico, face-a-face, paralelo a pseudo-paralelo. A caulinita Kc ocorre como cristais pseudohexagonais a hexagonais com diâmetros regulares de 200 nm. Sua distribuição é dispersa ao longo da unidade de caulim soft, aumentando em abundância em níveis de paleossolo que ocorre no topo da unidade. Os depósitos de caulim semi-flint são constituídos principalmente de grãos retrabalhados dos depósitos de caulim soft e grãos provenientes de rocha-fontes metamórficas e graníticas. As caulinitas da unidade de semi-flint são dominantemente representadas por caolinita Kc, gerada principalmente durante intemperismo pretérito. As integração de estudos faciológicos, estratigráficos, ópticos e isótopos estáveis de deutério (δD) e oxigênio (δ18O) dos depósitos de caulim do Rio Capim permitiu melhor entender a gênese e evolução dos tipos de caolinita Ka+Kb e Kc. Os depósitos de caulim soft apresentam valores de δ18O variando de 6,04‰ a 19,18‰ nas caulinitas Ka e Kb, e de 15,38‰ a 24,86‰ nas caulinitas Kc. Os valores de δD variam de –63,06‰ a 79,46‰, e de –68,85‰ a –244,35‰, respectivamente. Os depósitos de caulim semi-flint são caracterizados por valores isotópicos de δ18O e δD entre 15,08‰ e 21,77‰, e -71.31‰ e -87.37‰, respectivamente. Baseando-se nestes dados e na composição isotópica da água meteórica e de sub-superfície, foi possível concluir que as caulinitas não se formaram em equilíbrio com as condições intempéricas atuais, e sim representam a composição isotópica de seu tempo de formação, podendo refletir contaminações mineralógicas proveniente da substituição parcial e/ou total dos grãos originais do arcabouço. Os valores isotópicos das caulinita do tipo Kc da unidade de semi-flint são amplamente variáveis em decorrência da variedade de fontes, incluindo caulinitas retrabalhadas dos depósitos subjacentes de caulim soft, bem como caulinitas formadas durante diferentes fases de intemperismo, além de fases tardias de caulinita geradas ao longo de fraturas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise mineralógica por difratometria de raios-X e método de análise de agrupamento (cluster analysis) como critério para individualização de horizontes bauxíticos(Universidade Federal do Pará, 2017-03-08) OLIVEIRA, Kelly Silva; ANGÉLICA, Rômulo Simões; http://lattes.cnpq.br/7501959623721607A formação de amplos perfis de alteração tal como os depósitos bauxitíferos, durante o período cenozoico na Amazônia é resultante de um intenso intemperismo causado por um clima sazonal, quente e úmido característicos desta região. A Província Bauxitífera de Paragominas, localizada na porção leste do Estado do Pará e oeste do Maranhão, ocupa uma área de aproximadamente 50.000 km2 e configura-se como o maior agrupamento de bauxitas do Brasil. Neste trabalho foi utilizado a Difratometria de Raiox-X, uma técnica que requer pouco tempo de análises, etapas mínimas de pré-tratamento e quantidades pequenas de amostra, associada à Análise Estatística por Agrupamento (Cluster Analysis) na individualização dos horizontes bauxíticos da mina Miltônia 3, Paragominas-PA. Os resultados obtidos foram correlacionados com as análises químicas tradicionais que são utilizadas no controle de qualidade e processamento das bauxitas. As amostras utilizadas neste trabalho e os resultados de análises químicas (teores de Alumina Aproveitável e Sílica Reativa) foram disponibilizadas pela empresa Norsk Hydro. Inicialmente, foram definidos os tipos mineralógicos do minério através do uso da análise por agrupamento com os dados da Difratometria de Raios-X em um conjunto de amostras de duas seções (HIJ-229 e HIJ-231) da malha de sondagem, cada seção compreendendo 23 furos, totalizando 375 amostras analisadas. Com base na posição e intensidade dos picos nos difratogramas, foi possível fazer a distinção dos horizontes bauxíticos. Devido à semelhança no conteúdo mineralógico desses horizontes, as diferenças encontradas nesses grupos referem-se as proporções dos principais minerais constituintes: gibbsita, caulinita, goethita, hematita e, mais raramente, quartzo e anatásio. Através da análise por agrupamento foi possível realizar uma separação das amostras por grupos cujos difratogramas eram similares. Além de facilitar a análise de um grande número de amostras de forma rápida e com resultados eficientes. Foi possível ainda, observar uma boa correlação dos agrupamentos com os litotipos identificados pela empresa Norsk Hydro através dos resultados da análise química. Desta forma, a análise de clusters em difratogramas de amostras de minério de alumínio pode vir a ser uma ferramenta eficiente auxiliando nos protocolos de beneficiamento desse material.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise morfoestratigráfica do estuário do Rio Marapanim - NE do Pará(Universidade Federal do Pará, 1998-12-20) SILVA, Cléa Araújo da; EL-ROBRINI, Maâmar; http://lattes.cnpq.br/5707365981163429O Estuário do Rio Marapanim está estabelecido sobre os sedimentos terciário-quaternários da Formação Barreiras e Pós-Barreiras, inserido no litoral de "rias" do nordeste do Estado do Pará, o qual foi submetido à transgressão marinha, a partir do Pleistoceno Superior, que afogou paleolinhas de costa e no máximo da Trangressão Holocênica atingiu o Planalto Costeiro. Este setor da costa sofre influência da maré dinâmica que atinge amplitude máxima de 5,3m (macromarés) e da maré salina que apresenta salinidade média entre a enchente e vazante, para os períodos de baixa e alta descarga fluvial com valores de 896o e 0%0 (Marudazinho), 24%o e 3%o (Marapanim), respectivamente. Entretanto, na parte externa do funil estuarino (Marudá), a salinidade apresenta valor constante de 35%0, não ocorrendo influência significativa da descarga fluvial na foz do estuário. A geomorfologia da área está compartimentada • em 3 domínios geomorfológicos: (1) Planície Costeira com as unidades de Planície de Cristas de Praia, Paleoduna, Duna costeira Atual (Fixa e Móvel), Pântano Salino (Interno e Externo), Planície de Maré (Arenosa e Lamosa), Praia Flecha-Barreira, Lago e Palco-Córrego de Maré; (2) Planície Estuarina com as unidades de Canal Estuarino (compartimentado em Funil Estuarino, Segmento Meandrante Sinuoso, Segmento Meandrante em Cúspide e Canal de Curso Superior), Canal de Maré e Planície de Inundação (Pântano Salino e Pântano de Água Doce) e; (3) Planície Aluvial com as unidades de Canal Meandrante (Meandro Abandonado), Depósito de Canal (Depósito de Fundo de Canal), Depósito de Margem de Canal (Dique Marginal, Depósito de Recobrimento e Planície de Inundação) e Depósito de Preenchimento de Canal. Com base na estratigrafia subsuperficial aliada às características sedimentológicas e geometria superficial foram identificadas 14 unidades morfoestratigráficas: Planície de Inundação, Dique Marginal, Meandro Abandonado, Pântano de Água Doce, Planície de Maré Lamosa, Barra de Maré Arenosa e Lamosa (Vegetada), Barra em Pontal Lamosa, Planície de Cristas de Praia, Paleoduna, Dunas Atuais, Praia Flecha-Barreira, Planície Arenosa e Pântano Salino. E, através de análise subsuperficial (testemunhagem à vibração), associada à análise sedimentológica identificou-se 6 fácies estratigráficos: areia e lama de barra em pontal, areia marinha, areia e lama estuarina, lama estuarina, areia fluvial e areia mosqueada. A partir de dados levantados, á respeito da morfologia e estratigrafia dos depósitos encontrados na área, foi possível identificar 3 seqüências estratigráficas: Seqüência Marinha Transgressiva Basal (S1) com ambiente Fuvial, Parálico e de Face Praial; Seqüência Marinha Regressiva (S2) com canal meandrante influenciado por maré (ambiente fluvial), Pântano de Água Doce, Planície de Maré, Pântano Salino e Planície de Crista de Praia e; Seqüência Marinha Transgressiva Atual (S3) com Ambiente Estuarino (Barra de Maré e Barra em Pontal) e Litorâneo (Praia Flecha-Barreira, Planície de Cristas de Praia e Duna Atual). A evolução do Estuário do Rio Marapanim foi controlada pelas oscilações do nível do mar, durante o Holoceno, que se manifestaram em ciclos progradacionais e retrogradacionais, o qual no máximo da Transgressão Holocênica provocou erosão do Planalto costeiro. Em condições de nível de mar estável houve regressão do mar o que propiciou a progradação lamosa sobre depósitos arenosos marinhos. Atualmente, observa-se a transgressão de depósitos arenosos sobre a planície lamosa, propiciando o preenchimento. parcial da foz do estuário por barras arenosas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise palaeoambiental e caracterização dos Folhelhos Negros da Formação Barreirinha utilizando análises Multiproxy(Universidade Federal do Pará, 2025-06-04) CARVALHO, Wivian Maria Rodrigues; BRITO, Ailton da Silva; http://lattes.cnpq.br/9873489431846769; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0001-9224-5563; SOARES, Joelson Lima; http://lattes.cnpq.br/1345968080357131A Formação Barreirinha teve sua fase inicial de sedimentação vinculada a uma rápida elevação relativa do nível do mar, durante um expressivo evento de transgressão marinha que inundou a Bacia do Amazonas. Esses folhelhos ricos em matéria orgânica afloram ao longo de uma faixa estreita, porém extensa, situada na borda sul da Bacia do Amazonas. Existem poucos estudos dedicados especificamente às possíveis variações paleoambientais associadas à deposição desses folhelhos. Isso se deve, principalmente, à relativa uniformidade litológica dessas rochas, predominantemente compostas por sedimentos finos, além de sua relevância econômica, que direciona a maior parte das pesquisas para a maturação da matéria orgânica. Com objetivo de investigar as variações paleoambientais ocorridas durante a deposição destes sedimentos finos, com foco na dinâmica sedimentar, origem e proveniência da matéria orgânica, utilizando como base a associação de diversas técnicas quantitativas, semiquantitativas e qualitativas (multiproxy). Deste modo, a sucessão estratigráfica analisada é composta majoritariamente por folhelhos de tonalidades cinza a negras, apresentando variações faciológicas associadas a influxos de sedimentos terrígenos mais grossos e episódios de bioturbação. Essas características indicam um ambiente deposicional marinho profundo, anóxico e distal, sem influência de carbonatos, típico do Membro Abacaxis da Formação Barreirinha. Análises mineralógicas (cluster) revelam predomínio de caulinita, caracterizando a fácies Caolinita, com ocorrência subordinada de quartzo, sulfatos e sulfetos nas porções inferiores. A base da sucessão contém arenitos finos, maciços e com estratificação cruzada, correlacionados à Formação Ereré, de origem deltaica a plataforma interna. A transição para folhelhos laminados com intercalamentos de arenitos e siltitos marca o início da transgressão devoniana (Frasniano), com importante aporte continental, atestado por minerais pesados, restos vegetais piritizados e tasmanites. A ocorrência de dumpstones sugere influência de processos glaciais, com deposição por transporte glacial marinho (ice-rafted debris). Os níveis superiores exibem folhelhos mais homogêneos, enriquecidos em matéria orgânica, desprovidos de bioturbação e minerais detríticos, refletindo a máxima anóxia durante o pico transgressivo na Bacia do Amazonas. Do ponto de vista diagenético, os folhelhos passaram por compactação, fraturamento, substituições minerais, oxidação e intensa piritização, principalmente na forma framboidal, típica de ambientes marinhos redutores. A mineralogia é dominada por caulinita e quartzo, com minerais acessórios indicativos de processos de alteração e possíveis intrusões ígneas jurássico-triássicas (magmatismo Penatecaua), que elevaram a maturação térmica do querogênio. Análises de Rock-Eval e biomarcadores revelam querogênios tipo II-III, com potencial gerador de gás, variando de imaturo a pós-maturo conforme a distância das intrusões. Esses dados refletem um sistema transgressivo com forte controle ambiental e influência térmica regional.
