Navegando por Assunto "Desenvolvimento infantil"
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Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Afetividade e aprendizagem escolar: reflexões acerca do processo ensino-aprendizagem(Universidade Federal do Pará, 2015-06) PEREIRA, Zildene FranciscaDiscutimos, neste artigo, a relação existente entre o processo de ensino-aprendizagem e a afetividade, a partir da teoria walloniana como nosso principal referente teórico. Para tanto temos como objetivos: discutir a importância da afetividade na prática pedagógica e conhecer os estágios de desenvolvimento, considerando o processo histórico do qual a criança faz parte. Compreender a afetividade para além do entendimento na maneira de agir maleável e suave faz com que possamos ampliar nosso conhecimento acerca desse conceito tão difundido, atualmente, nas práticas pedagógicas, mas nem sempre compreendido em toda sua amplitude. Desse modo, estudar essa temática é um desafo constante, pois são inúmeras as dificuldades impostas em sala de aula cotidianamente.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Association between family poverty and the neuropsychomotor development of children in the administrative districts of Belém(Universidade Federal do Pará, 2016-09) COSTA, Elson Ferreira; CAVALCANTE, Lília Iêda Chaves; SILVA, Mariane Lopes da; GUERREIRO, Talitha Buenaño FrançaIntrodução: O desenvolvimento infantil é uma sequência de mudanças no comportamento e processos subjacentes, infl uenciado por fatores biológicos e ambientais. A triagem desenvolvimento têm se mostrado um procedimento efi ciente para identifi car precocemente desvios desenvolvimentais. Objetivo: Analisar o perfi l do neurodesenvolvimento, segundo o Teste de Triagem do Desenvolvimento Denver II, de crianças de pré-escolas dos Distritos Administrativos de Belém e mapear os distritos e os percentuais de desenvolvimento avaliado como “normal” e “suspeita de atraso”. Métodos: Estudo transversal e de caráter descritivo exploratório. Foi aplicado com os pais das crianças um questionário para coletar os dados pessoais, contextuais e familiares, e instrumento para medição do nível de pobreza familiar. Resultados: Das 319 crianças avaliadas, a prevalência de suspeita de atraso no desenvolvimento chegou a 77,7% e da área da linguagem foi de 59,2%. A variável denominada Nível de Pobreza Familiar apresentou associação estatisticamente signifi cativa com o nível de desenvolvimento global (p = 0,011) e da linguagem (p = 0,003). Conclusão: Espera-se que esta pesquisa possa contribuir para gerar repercussões sobre a melhoria das condições de saúde das crianças e suas famílias, reduzindo os fatores de riscos aos quais elas estão expostas.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Avaliação das práticas e conhecimentos de profissionais da atenção primária à saúde sobre vigilância do desenvolvimento infantil(2003-12) FIGUEIRAS, Amira Consuêlo de Melo; PUCCINI, Rosana Fiorini; SILVA, Edina Mariko Koga da; PEDROMÔNICO, Márcia Regina MarcondesO objetivo desta pesquisa foi avaliar os conhecimentos e práticas relacionados à vigilância do desenvolvimento da criança de 160 profissionais que atuam na atenção primária à saúde, no Município de Belém, Pará. Foram selecionados 40 médicos e 40 enfermeiros de Unidades Municipais de Saúde (UMS), e 40 médicos e 40 enfermeiros do Programa da Família Saudável (PFS). Na avaliação dos conhecimentos por meio da aplicação de teste objetivo, o percentual de acerto foi de 63,7% para médicos das UMSs, 57,3% para médicos do PFS, 62,1% para os enfermeiros do PFS e 54,3% para enfermeiros das UMSs. Na avaliação das práticas, apenas 21,8% das mães informaram que foram indagadas sobre o desenvolvimento dos seus filhos, 27,6% que o profissional perguntou ou observou o desenvolvimento da sua criança e 14,4% que receberam orientação sobre como estimulá-las. Concluímos que médicos e enfermeiros da atenção primária no Município de Belém apresentam deficiências nos conhecimentos sobre desenvolvimento infantil e que a vigilância do desenvolvimento não é realizada de forma satisfatória, sendo necessárias sensibilização e capacitação dos profissionais para esta prática.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Avaliação do desenvolvimento de crianças em acolhimento institucional(Universidade Federal do Pará, 2012-10-10) DIAS, Greicyani Brarymi; PEDROSO, Janari da Silva; http://lattes.cnpq.br/4096274367867186O presente estudo aborda o desenvolvimento de crianças em instituição de acolhimento infantil (abrigo) a partir da utilização de escalas avaliativas. Destaca-se compreender o desenvolvimento, sob o enfoque de aspectos relacionados à comunicação, coordenação motora fina e grossa, resolução de problemas e comportamento pessoal-social. Participaram da pesquisa seis crianças com idades compreendidas entre 4 e 9 meses e as educadoras de referência dos dormitórios das crianças envolvidas no estudo. Para tanto, utilizou-se dados coletados da avaliação de crianças a partir da aplicação das escalas Ages and Stages Questionnaires third edition (ASQ- 3) e Bayley Scales of Infant Development second edition. As crianças selecionadas para o estudo também foram observadas através de um Roteiro de Observação Sistematizada, estruturado previamente com inspiração em três escalas de desenvolvimento para crianças de 1 a 12 meses. Dados referentes à história pregressa de todas as crianças envolvidas no estudo, também foram considerados e obtidos por meio de relatos informais da equipe da instituição de acolhimento e através de documentos (prontuários) junto à direção. A avaliação demonstrou que cinco das seis crianças avaliadas pela ASQ-3, tiveram seus resultados ratificados pelas escala Bayley II e destas, quatro estão em risco para o desenvolvimento e necessitariam de avaliação mais aprofundada nas áreas de coordenação motora ampla e resolução de problema. O estudo realizado, além de contribuir para a compreensão do desenvolvimento das crianças nessas instituições, principalmente, no sentido de prevenir os danos oriundos da ausência de atenção precoce, demonstra, ainda, que as educadoras presentes nesses locais podem ser capazes de avaliar alterações que possam surgir no curso do desenvolvimento das crianças sob sua responsabilidade, pois os resultados do instrumento de triagem utilizado pelas educadoras foram ratificados pela avaliação realizada por um profissional a partir da escala Bayley. Propõe-se que estudos futuros possam reconhecer a importância das educadoras neste processo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Avaliação e intervenção de bebês em instituição de acolhimento infantil(Universidade Federal do Pará, 2013-01-18) LOPES, Andreza Mourão; PEDROSO, Janari da Silva; http://lattes.cnpq.br/4096274367867186O presente estudo aborda a avaliação e intervenção com bebês em uma instituição de acolhimento infantil na cidade de Belém-Pa, através da aplicação da Escala de Desenvolvimento do Comportamento da Criança – EDCC e de um programa de atividades elaborado pela pesquisadora para a estimulação precoce/essencial das habilidades motoras, cognitivas, linguagem e afetivas. Dados referentes à história pregressa de todas as crianças envolvidas no estudo também foram considerados e obtidos por meio de relatos informais da equipe da instituição de acolhimento e através de documentos (prontuários) junto à direção. Participaram do estudo quatro bebês, com idade entre seis a onze meses, que não apresentavam disfunções neurológicas e com o maior tempo de permanência na instituição. A abordagem metodológica utilizada foi qualitativa, com característica descritiva e interventiva de pesquisa. A avaliação com a utilização da EDCC no período pré-intervenção demonstrou que todos os bebês participantes da pesquisa obtiveram a pontuação “4” referente a classificação “bom” da escala, sendo que inicialmente apresentaram dificuldades na realização de comportamentos que envolvem a linguagem e a interação social. Na reavaliação, a maioria dos bebês participantes manteve a pontuação “4” com apenas um evoluindo para “5” (excelente), visto que obtiveram melhora significativa nos comportamentos que exigiam a interação com outra pessoa. Assim como através do programa de estimulação, as crianças evoluíram na aquisição das habilidades motoras e afetivo-sociais. Os bebês passaram a demonstrar comportamentos como olhar nos olhos, sorrisos, reconhecimento do rosto do adulto, vocalizações, entre outros. Isto evidenciou que o contexto de acolhimento pode ser um fator de proteção para a infância que encontra-se em situação de vulnerabilidade. Por fim, propõe-se que estudos futuros possam reconhecer a importância da avaliação do desenvolvimento infantil em contextos institucionais e de propostas de estimulação que possam ser incorporadas no cotidiano desses ambientes.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Concepções de desenvolvimento e práticas de cuidado à criança em ambiente de abrigo na perspectiva do Nicho Desenvolvimental(Universidade Federal do Pará, 2011-04-28) CORRÊA, Laiane da Silva; MAGALHÃES, Celina Maria Colino; http://lattes.cnpq.br/1695449937472051; CAVALCANTE, Lília Iêda Chaves; http://lattes.cnpq.br/4743726124254735Há tempos a psicologia tem se ocupado de pesquisas com foco no cuidado institucional. Este interesse fez aflorar no campo científico a necessidade de se estudar os ambientes coletivos de cuidado da criança na perspectiva do Nicho Desenvolvimental, onde o ambiente físico e social, as práticas de cuidado comumente adotadas na rotina institucional, além da psicologia dos que cuidam são subsistemas que devem ser entendidos de forma integrada e indissociável. Este estudo teve como objetivo investigar, assim, aspectos do ambiente físico e social, conhecimentos e concepções sobre desenvolvimento infantil, rotinas e práticas de cuidado presentes entre educadores de uma instituição de acolhimento infantil. Fizeram parte do estudo 100 educadores (95% da população) responsáveis pelo cuidado diário a crianças encaminhadas a um espaço de acolhimento infantil. Os educadores responderam ao Knowledge of Infant Development Inventory (KIDI), instrumento composto por 75 questões, dividido em quatro categorias: práticas de cuidado, saúde e segurança, normas e aquisições e princípios do desenvolvimento. Deste universo, foram selecionados 10 educadores, que compuseram as sessões observacionais, com destaque para as rotinas de cuidado na instituição, sendo que o critério principal para essa escolha foi à seleção com base no desempenho obtido no KIDI. Das sessões observacionais foram selecionados momentos em que cada educador esteve envolvido com situações de banho, alimentação, sono e brincadeira. A partir destes relatos foram extraídos episódios que ilustram práticas de cuidado e atividades de rotina na instituição. Os resultados mostram que entre estes profissionais a maioria é mulher (99%), com mais de 35 anos, possui filhos, completou o ensino médio e tem mais de 24 meses de experiência como educador. No que concerne ao resultado da aplicação do instrumento, vê-se que 66% dos educadores acertaram em média 66 questões. Deste modo, apresentaram desempenho superior a 50% de acerto em todas as categorias avaliadas pelo instrumento, entretanto os melhores resultados foram obtidos em assertivas relacionadas às práticas de cuidado (80%) e princípios do desenvolvimento (68%). A escolaridade se apresentou como variável significativa no nível de conhecimento. No que se refere à rotina institucional verifica-se que o espaço conta com um conjunto de normas e regras que são seguidas pelos educadores e crianças, em horários e locais determinados. Observou-se ainda que o conhecimento sobre desenvolvimento infantil se apresenta como variável relevante para a qualidade das interações e do cuidado oferecido à criança, especialmente nas situações de brincadeira e sono. Identificou-se que os educadores alteram a rotina, modificam o ambiente físico e social e adaptam suas práticas de acordo com a demanda e estrutura da situação, visando promover o seu bem estar, mas também o da criança, dando-lhe possibilidade de alterar o ambiente de acordo com seus interesses. Além de proporcionar à criança experiências que resgatam a comunidade cultural ao qual fazem parte. A partir dos resultados encontrados neste estudo, verifica-se o quanto se faz importante conhecer estes espaços enquanto um Nicho de Desenvolvimento que guarda mútua relação entre ambiente, práticas e a psicologia dos cuidadores, e que, portanto devem ser entendidos nas suas diversas dimensões.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Conhecimento sobre desenvolvimento infantil em mães primíparas de diferentes centros urbanos do Brasil(2004-12) MOURA, Maria Lucia Seidl de; RIBAS JÚNIOR, Rodolfo de Castro; PICCININI, César Augusto; BASTOS, Ana Cecília de Sousa Bittencourt; MAGALHÃES, Celina Maria Colino; VIEIRA, Mauro Luís; SALOMÃO, Nádia Maria Ribeiro; SILVA, Algeless Milka Pereira Meireles da; PFITZER, Anna Karina da SilvaCognições parentais constituem importante componente do contexto sociocultural em que se dá o desenvolvimento infantil, e a literatura brasileira sobre o tema é ainda escassa. O objetivo deste estudo é analisar a relação entre conhecimento sobre desenvolvimento infantil e variáveis da mãe e do bebê. Foi estudada uma amostra de 405 mães primíparas, com filhos menores de um ano, distribuída por seis cidades em diferentes regiões do Brasil. Utilizou-se o Inventário do Conhecimento do Desenvolvimento Infantil (KIDI). Foram encontrados efeitos significativos de escolaridade materna e centro urbano. O efeito significativo de escolaridade materna foi verificado em todas as cidades, menos em Porto Alegre, possivelmente pelas políticas de atenção materno-infantil aí implementadas. Estes resultados contribuem para o conhecimento de aspectos do contexto de desenvolvimento de crianças brasileiras, e têm implicações para o planejamento de programas de intervenção que visem à promoção de saúde.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Conhecimento sobre desenvolvimento infantil: um estudo com mães em contexto de cárcere(Universidade Federal do Pará, 2017-04-06) OLIVEIRA, Marília Zara Gentil de; MAGALHÃES, Celina Maria Colino; http://lattes.cnpq.br/1695449937472051O conceito de Nicho de Desenvolvimento engloba três subsistemas: o ambiente físico e social, a psicologia dos cuidadores e as práticas de cuidado. O presente estudo objetivou analisar o contexto de cárcere à luz do modelo teórico do Nicho Desenvolvimental. Fizeram parte da amostra 16 mães custodiadas na Unidade Materno Infantil da SUSIPE localizada em Ananindeua, região metropolitana de Belém. Utilizou-se para coleta dos dados um roteiro de entrevista com finalidade de levantar informações do perfil das mães e seus bebês. As mães responderam ao Inventário de conhecimento do Desenvolvimento Infantil (KIDI), instrumento composto por 75 questões, dividido em quatro categorias: práticas de cuidado, saúde e segurança, normas e marcos do desenvolvimento e princípios do desenvolvimento. Os resultados indicaram que a maioria das mães possuíam mais de 25 anos, multíparas e de escolaridade baixa. No que concerne ao resultado da aplicação do instrumento KIDI, vê-se que as mães acertaram 62% das questões do inventário e apresentaram desempenho superior a 50% de acerto em todas as categorias avaliadas pelo instrumento, entretanto os melhores resultados foram obtidos em assertivas relacionadas a categoria Saúde e Segurança (71,87%) e princípios do desenvolvimento (64,34%). A multiparidade e o ambiente físico e social se apresentaram como variáveis significativas no nível de conhecimento. A partir dos resultados encontrados, verifica-se o quanto se faz importante conhecer este contexto enquanto um Nicho de Desenvolvimento que guarda mútua relação entre ambiente, práticas e a psicologia dos cuidadores, e que, portanto devem ser entendidos nas suas diversas dimensões. O estudo em contexto de cárcere revelou-se satisfatório, na medida em que trouxe dados importantes para a reflexão de políticas públicas no ambiente prisional, possíveis orientações para as mães acerca do desenvolvimento infantil e contribuições para o aperfeiçoamento da atuação dos profissionais na unidade.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Continuing education on child development for primary healthcare professionals: a prospective before-and-after study(Universidade Federal do Pará, 2014-05) FIGUEIRAS, Amira Consuêlo de Melo; PUCCINI, Rosana Fiorini; SILVA, Edina Mariko Koga daAlterações do desenvolvimento em crianças frequentemente têm sido tardiamente identificadas por profissionais de saúde que atuam na atenção básica. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto de um programa de educação permanente sobre desenvolvimento infantil nos conhecimentos e práticas desses profissionais. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo de coorte única prospectivo (antes-e-depois), realizado no município de Belém, Pará, Brasil. MÉTODOS: 221 (82,2%) profissionais da rede básica de saúde que participaram do programa de educação permanente sobre desenvolvimento infantil foram avaliados antes e após a implantação do programa, através de testes sobre seus conhecimentos em desenvolvimento infantil com 19 questões para médicos e 14 para enfermeiros, e questionários sobre sua prática profissional. RESULTADOS: Um a três anos após o programa, a média de perguntas certas dos testes aumentou de 11,5 para 14,3 entre os médicos do Programa da Família Saudável (PFS); 13,0 para 14,3 entre os médicos de Unidades Municipais de Saúde (UMS); 8,3 para 10,0 entre os enfermeiros de PFS e 7,8 para 9,4 entre os enfermeiros de UMS. Nas entrevistas com mães atendidas por esses profissionais, verificou-se que, antes do programa, apenas 21,7% informaram que foram indagadas sobre o desenvolvimento dos seus filhos, 24,7% relataram que o profissional perguntou ou observou o desenvolvimento da sua criança e 11,1% receberam orientação sobre como estimulá-las; após o programa, esses percentuais aumentaram para 34,5%, 54,2% e 30,3%, respectivamente. CONCLUSÃO: Profissionais que participaram do programa apresentaram melhor desempenho quanto aos conhecimentos e práticas sobre desenvolvimento infantil.Tese Acesso aberto (Open Access) Convergências e/ou divergências no sistema de crenças e práticas parentais: comparação entre duas amostras amazônicas(Universidade Federal do Pará, 2010-12-11) BELTRÃO, Manuela Cavaleiro de Macêdo; BRITO, Regina Célia Souza; http://lattes.cnpq.br/5576436464955236A proposta desta pesquisa foi identificar convergências e divergências nas crenças, metas de socialização e práticas de cuidados parentais em dois contextos ecológicos amazônicos, buscando analisar a relação entre fatores biológicos e ecoculturais. Participaram da pesquisa 99 mães de duas localidades: Belém – capital (CEU – contexto ecológico urbano – N=50) e Santa Bárbara (CENU – contexto ecológico não urbano – N=49), com idade superior a 18 anos com pelo menos uma criança com idade entre 0 e 6 anos . Os dados foram coletados por meio de entrevistas em que se aplicavam questionários e para análise destes foram utilizados critérios estatísticos e o respaldo teórico da Psicologia Evolucionista. Os dados indicaram que as comunidades estudadas em relação aos dados socio-demográficos diferem de forma sistemática uma da outra, em função dos níveis de desenvolvimento tecnológico e diferentes organizações para o contexto social. O mundo social das crianças de CENU e de CEU representam contextos desenvolvimentais que oferecem diferentes oportunidades. A literatura aponta que as trocas sociais estabelecidas entre crianças e cuidadores podem refletir sobre o desenvolvimento da criança em relação ao aspecto cognitivo, emocional e social. Os resultados encontrados indicam que as mães de CEU apesar de terem sido mais autônomas que as de CENU, foram ao mesmo tempo mais relacionais que as mesmas, demonstrando que talvez as mudanças que atingem os contextos, ocorram com mais rapidez em ambientes urbanizados. Além disso, os dados parecem indicar que os contextos por estarem em um momento de transição passam de um modelo interdependente para um modelo autônomo-relacional. Entretanto, foi possível perceber que as idéias que as mães possuem sobre a importância de determinadas ações nem sempre refletem suas práticas. Em relação aos cuidados primários as mães parecem valorizar e realizar de igual modo. Em relação ao Contato corporal as mães de CENU valorizam mais que as mães de CEU. Em estimulação corporal o resultado foi bastante interessante, pois os itens que CEU deu mais importância e praticou menos, foram os mesmos itens em que CENU deu menos importância e praticou mais. No que tange a estimulação por objeto as mães de CEU dão mais importância as praticas do que as realizam e vice-versa acontece em CENU. Ao sistema face-a-face foi atribuída maior importância pelas mães de CEU. Os dados apresentados sugerem que as mães de ambos os contextos estão utilizando estratégias parentais distais e proximais ao mesmo tempo, ou seja, desejam que seus filhos se tornem auto-suficientes, mas também desejam que os mesmos sejam respeitosos e obedientes. Além disso, os resultados aqui encontrados confirmam que os quatro sistemas descrevem as experiências interacionais das crianças e expressam a ênfase cultural de combinações e estilos particulares. Não foram encontradas diferenças marcantes nas crenças e práticas de cuidados maternos entre CEU e CENU, o que nos levou a considerar que as crenças parentais, em consequência à adaptação ao contexto, variaram menos conspicuamente nas cidades escolhidas do que entre outras cidades examinadas em outros estudos. Outra questão bastante interessante encontrada foi o resultado relativo ao nível de instrução das mães de CEU e a valorização de metas relacionais, pois de acordo com a hipótese na literatura o nível educacional das mães torna-se uma variável importante em relação às metas de socialização. CENU demonstrou uma tendência para metas e práticas relacionais. Isso se deve ao modo de vida mais próximo do protótipo de interdependência que este contexto apresenta, no qual as mães tendem a valorizar as normas e regras determinadas pela família ou grupo ao qual pertencem. Os resultados referentes ao CEU não confirmaram a hipótese de que ele apresentaria mais metas e práticas voltadas para a independência, sendo percebido que Belém apresenta tanto características do modelo de independência como de interdependência. Presume-se que CEU e CENU são contextos que passam por mudanças, uma vez que as mães podem acreditar em uma coisa e na realidade agir de outra forma.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Crenças de mães e professoras sobre o desenvolvimento da criança(2011-04) BAHIA, Celi da Costa Silva; MAGALHÃES, Celina Maria Colino; PONTES, Fernando Augusto RamosEstudos têm revelado uma ligação entre a maneira como os adultos pensam e as formas como eles se relacionam com as crianças. Este estudo objetivou levantar as crenças de mães e professoras sobre o desenvolvimento da criança que freqüenta o ambiente de creche e identificar se as crenças se dirigem para as características de competências ou de disfunções. Participaram deste estudo 28 adultos (16 mães e 12 professoras). Para coletar os dados utilizou-se o grupo focal e para interpretá-los a análise de conteúdo. Os resultados apontaram que as participantes possuem a mesma crença (ambientalista) sobre desenvolvimento, mas têm concepções diferentes quanto à direção em que o contexto familiar e/ ou da creche influencia no desenvolvimento. A análise indica que a formação inicial e continuada das profissionais precisa contemplar aspectos específicos do desenvolvimento infantil para que crenças mais adequadas sejam construídas e compartilhadas com as famílias de crianças que frequentam ambientes coletivos.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) A criança e o adolescente com problemas do desenvolvimento no ambulatório de pediatria(2003-06) MIRANDA, Luci Pfeiffer; RESEGUE, Rosa Miranda; FIGUEIRAS, Amira Consuêlo de MeloOBJETIVO: revisar a literatura e os princípios básicos sobre o atendimento ambulatorial da criança e do adolescente com alterações no desenvolvimento, salientando os aspectos da prevenção, detecção e intervenção precoce, inclusão e reabilitação. FONTE DE DADOS: pesquisa nas bases de dados Medline, Lilacs, nas publicações de comitês científicos, de instituições para portadores de necessidades especiais e protocolos sobre assistência ambulatorial em centros de referência para crianças e adolescentes portadores de deficiências. SÍNTESE DOS DADOS: esta população-alvo apresenta, além dos problemas de saúde típicos de sua faixa etária, os relacionados à sua patologia de base, ou às conseqüências dessas. Este artigo traz ao pediatra as principais causas de distúrbios de desenvolvimento e as características de cada forma de deficiência, ressaltando os cuidados necessários na sua abordagem nos ambulatórios de pediatria. CONCLUSÕES: o censo brasileiro de 2000 aponta que 14,5% da população brasileira apresenta algum tipo de deficiência, posicionando os problemas de desenvolvimento como um dos mais prevalentes agravos da infância e da adolescência. Assim sendo, todo pediatra há que estar atento ao desenvolvimento das crianças e adolescentes e aos fatores que possam influir sobre ele. Do pediatra depende a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento em tempo hábil, sendo insubstituível na coordenação da assistência multidisciplinar, bem como na inclusão desta clientela na assistência básica à saúde, fundamentais na definição do prognóstico e da qualidade de vida dos portadores de deficiências.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Descrição e avaliação das brinquedotecas hospitalares em Belém(Universidade Federal do Pará, 2011-03-18) LIMA, Mayara Barbosa Sindeaux; MAGALHÃES, Celina Maria Colino de; http://lattes.cnpq.br/1695449937472051A brinquedoteca hospitalar é um direito legalmente assegurado às crianças por meio da Lei 11.104/05, entretanto ainda não concretizado integralmente no país. O presente estudo objetivou descrever e analisar as condições de serviços e espaços disponibilizados pelas brinquedotecas hospitalares em Belém do Pará. Fizeram parte da pesquisa quatro hospitais que possuem este serviço. A pesquisa envolveu 10 técnicos e 39 crianças e seus acompanhantes. Para os técnicos foram utilizados um roteiro de Entrevista; a Escala Autoavaliativa de Índices de Qualidade (EAIQ), sendo do tipo Likert, composta por 27 itens fechados e três abertos. Para as crianças e seus responsáveis foram aplicados roteiros de entrevista. Foram realizados também observações e registro fotográfico. A coleta de dados foi iniciada após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, as entrevistas e a aplicação da EAIQ foram feitas individualmente. Os dados oriundos das entrevistas foram agrupados em categorias a partir dos tópicos presentes nos roteiros e os da escala segundo a literatura, ambos analisados qualitativamente. Dentre os principais resultados encontrados estão: a- Todos os hospitais do estudo eram público; b- no tocante a conceituação do espaço, as resposta dos técnicos e acompanhantes esteve em consonância com a literatura e a legislação vigente; c- existem poucos registros acerca da implantação e funcionamento dos espaços; d- as equipes se diferiram tanto em relação ao número de membros quanto à formação, sendo que em metade delas falta uma rotina sistemática de reuniões, contudo foram avaliadas positivamente pela clientela, e- verificou-se que três delas funcionam no mínimo cinco dias por semana e que todas oferecem atividades livres, dirigidas; f- no tocante ao acervo lúdico, este se diferenciou em relação à quantidade, mas as instituições dispunham de brinquedos de faz-de-conta, blocos de montar e jogos de tabuleiro, g- verificou-se que as crianças apresentaram pouca restrição às brincadeiras que gostariam de realizar no hospital e relataram que o local preferido dentro desse contexto é aquele em que podem brincar. O estudo permitiu traçar um perfil destas brinquedotecas, verificar os aspectos que favorecem a concretização dos objetivos desses espaços e reflexões sobre possibilidades de melhorias.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Desenvolvimento neuropsicomotor de crianças das unidades de educação infantil do município de Belém: características pessoais e fatores ambientais associados(Universidade Federal do Pará, 2013-08-08) GUERREIRO, Talitha Buenaño França; CAVALCANTE, Lília Iêda Chaves; http://lattes.cnpq.br/4743726124254735O desenvolvimento infantil é considerado uma sequência de mudanças no comportamento e processos subjacentes, sendo influenciado por fatores biológicos e ambientais. A triagem e o acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), têm se revelado como procedimentos eficientes na identificação precoce de diferentes afecções do desenvolvimento na infância. Este estudo teve como objetivo relacionar o estado do desenvolvimento neuropsicomotor de crianças, na faixa etária de 36 a 48 meses, que frequentavam Unidades de Educação Infantil (UEI), distribuídas nos Distritos Administrativos do município de Belém, a características pessoais e variáveis do seu ambiente ecológico. O estudo é transversal, de caráter exploratório descritivo. Para avaliação do desenvolvimento foi utilizado o Teste de Triagem do Desenvolvimento Denver II, tendo sido aplicado questionário para levantamento das características biopsicossociais da criança e outro instrumento para medição do nível de pobreza de suas famílias. O estudo revelou que das 319 crianças avaliadas, 77,74% apresentaram desenvolvimento suspeito de atraso. As variáveis que apresentaram relação estatisticamente significativa foram escolaridade paterna (0,000**), principal cuidador da criança (0,039*), planejamento da gravidez (0,007*). Quanto ao instrumento de medição do nível de pobreza urbana, a pontuação variou de 28 a 52 pontos, e apresentou relação estatisticamente significativa com o desfecho (0,003*). A alta prevalência de possíveis atrasos no desenvolvimento observados em crianças das UEI do município mostrou a importância de programas de estimulação precoce, incentivando o acompanhamento do desenvolvimento infantil através de triagem, além de alertar para a questão da interferência negativa dos fatores socioeconômicos e culturais no crescimento e desenvolvimento infantil.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Efeitos de uma história de variação comportamental sobre a sensibilidade do comportamento de crianças a mudanças nas contingências(Universidade Federal do Pará, 2002-04-03) SANTOS, José Guilherme Wady; ALBUQUERQUE, Luiz Carlos de; http://lattes.cnpq.br/5261537967195189; PARACAMPO, Carla Cristina Paiva; http://lattes.cnpq.br/9018003546303132Considerando algumas controvérsias sobre o papel da história de variação comportamental na sensibilidade do seguimento de regras às contingências de reforço programadas, o presente estudo investigou se uma história de variação comportamental gerada por diferentes instruções gera ou não desempenho sensível às mudanças nas contingências, quando estas mudanças são sinalizadas. Quatorze crianças entre oito e nove anos de idade foram expostas a um procedimento de escolha segundo o modelo. Em cada tentativa, um estímulo modelo e dois de comparação eram apresentados e em seguida uma luz era acesa. Na presença desses estímulos, o participante deveria tocar um dos estímulos de comparação. As repostas corretas e incorretas foram reforçadas diferencialmente. O experimento era constituído de duas condições e cada condição, de três fases. A Fase 1 da Condição Única Instrução (UI) era iniciada com a apresentação de instruções correspondentes às contingências. Nesta fase eram reforçadas as respostas de escolher o estímulo de comparação igual ao modelo na presença da luz verde e o diferente do modelo na presença da luz vermelha. As contingências em vigor na Fase 1 eram revertidas na Fase 2 e restabelecidas na Fase 3. A Fase 1 da Condição Múltiplas Instruções (Ml) era constituida de três passos. Cada passo era iniciado com uma instrução corresponde reforçadas as respostas de escolher o estímulo igual na presença da luz verde e o diferente na presença da luz amarela no Passo 1, o igual na presença da amarela e o diferente na presença da vermelha no Passo 2, e o igual na presença da verde e o diferente na presença da vermelha no Passo 3. As contingências em vigor no Passo 3 eram revertidas na Fase 2 e restabelecidas na Fase 3. Nas duas condições, as transições de uma fase para outra eram sinalizadas pela apresentação de uma instrução especificando que o participante deveria descobrir qual a melhor maneira de ganhar fichas. As respostas verbais nunca eram reforçadas. Os resultados mostraram que os seis participantes continuaram seguindo instruções, independentemente das mudanças nas contigências. Os oito participantes da Condição MI seguiram instruções nos Passos 1, 2 e 3 da Fase 1. Nas Fases 2 e 3, quatro participantes continuaram seguindo instruções, e quatro mudaram seus desempenhos, passando a responder de acordo com as contigências de reforço. O comportamento verbal de todos os participantes correspondeu ao não verbal ao longo de todo o experimento. Os resultados sugerem que a variabilidade tanto nas instruções quanto ns contigências, antes da mudança nas contigências, juntamente com a sinalização dessa mudança, são variáveis que podem contriibuir para tornar o comportamento instruído sensível às mudanças nas contigências.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) O espaço para crianças produzido pelo Programa Minha Casa, Minha Vida: estudo de caso na região metropolitana de Belém, PA(Universidade Federal do Pará, 2017-06) MÜLLER, Shirley Coelho; LIMA, José Júlio FerreiraA atual política de habitação de interesse social no Brasil determina que o lazer infantil seja atendido por espaços construídos especificamente para esse fim. Este artigo traz os resultados de pesquisa de espaços projetados para o lazer infantil em dois conjuntos habitacionais de interesse social produzidos pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, Jardim Campo Grande e Jardim dos Pardais, ambos na Região Metropolitana de Belém, no Pará. Indaga-se que espaços de fato têm sido produzidos, partindo-se do princípio de que o corpo em movimento no espaço e as interações sociais possibilitadas pelo lazer são fundamentais para que o desenvolvimento sócio-cognitivo e psicomotor das crianças aconteça de forma satisfatória. Investiga-se também a efetiva utilização desses espaços pelas crianças. O método de estudo de caso combina técnicas de análise do projeto arquitetônico e do espaço físico com a observação comportamental das crianças em seu lazer. Observou-se que os espaços de lazer infantil dos conjuntos estudados carecem de elementos que atendam de forma adequada à necessidade de lazer das crianças, que seu uso independe da quantidade de área destinada a esse fim, e que fatores como sensação de segurança ou insegurança e tipologia habitacional podem limitar ou estimular o uso desses espaços e a apropriação dos espaços comuns.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Estudo do "Ages and Stages Questionnaires" com cuidadores de crianças institucionalizadas(2014-12) CRUZ, Edson Júnior Silva da; DIAS, Greicyani Brarymi; PEDROSO, Janari da SilvaEste estudo explorou o conhecimento de cuidadoras sobre o desenvolvimento de crianças em acolhimento institucional com um instrumento de triagem. Participaram deste estudo quatro crianças na faixa etária de 5 anos de idade e as cuidadoras responsáveis. O instrumento utilizado foi o Ages and Stages Questionnaires, que contém 21 questionários que envolvem seis áreas de desenvolvimento. Os resultados revelaram que a comunicação foi uma das áreas pouco pontuadas pelas crianças. Suas principais dificuldades estão em verbalizar e se concentrar nas tarefas propostas. A área da coordenação motora ampla, que envolve, entre outras coisas, o correr e pular, incentivada pelo próprio ambiente da instituição, foi considerada dentro das expectativas para o desenvolvimento e recebeu pontuação máxima de acordo com o ASQ-3. As cuidadoras como pessoas de referência para as crianças, foram essenciais para aplicação do ASQ-3, que se mostrou sensível na identificação dos problemas do desenvolvimento.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Influências ambientais na saúde mental da criança(2004-04) HALPERN, Ricardo; FIGUEIRAS, Amira Consuêlo de MeloObjetivo: Apresentar uma revisão atualizada sobre a influência ambiental na saúde mental da criança, os principais fatores de risco e medidas práticas para intervenção pelo pediatra. Fontes dos dados: Foram utilizadas para a revisão as principais bases de dados, MEDLINE, Psyclit e Lilacs, livros técnicos e publicações relevantes na área de desenvolvimento e promoção da saúde mental da criança e adolescente. Síntese dos dados: As crianças estão expostas a múltiplos riscos, entre os quais o de apresentarem uma alta prevalência de doenças, o de nascerem de gestações desfavoráveis e/ou incompletas e o de viverem em condições socioeconômicas adversas. Tal cadeia de eventos negativos faz com que essas crianças tenham maior chance de apresentar problemas emocionais. Os resultados negativos no desenvolvimento e comportamento são produzidos pela combinação de fatores de risco genéticos, biológicos, psicológicos, e ambientais, envolvendo interações complexas entre eles. Os fatores mais fortemente associados com a saúde mental da criança são o ambiente social e psicológico, influenciando mais do que as características intrínsecas do indivíduo. O efeito cumulativo de risco é mais importante na determinação de problemas emocionais da criança do que a presença de um estressor único, independente de sua magnitude. Conclusão: Os fatores ambientais tem um papel importante na gênese dos problemas emocionais da criança e é papel do pediatra através de uma prática clínica adequada a identificação e intervenção precoce nos fatores de risco para o desenvolvimento desses distúrbios.Dissertação Acesso aberto (Open Access) “João e Maria”: uma observação psicanalítica sobre a experiência de crianças em situação de abrigamento(Universidade Federal do Pará, 2009-08-28) BARROS, Ana Cláudia Borba Gonçalves; PEDROSO, Janari da Silva; http://lattes.cnpq.br/4096274367867186Tendo em vista a importância do ambiente, das relações afetivas e dos efeitos negativos da privação materna nos primeiros anos de vida para o desenvolvimento infantil, a presente pesquisa buscou compreender a experiência de crianças em situação de abrigamento. Para tanto, foram observadas duas crianças, na faixa etária de 23 a 31 meses, de nomes fictícios João e Maria, cujas histórias de vida proporcionaram uma analogia com o conto “João e Maria” dos Irmãos Grimm. As observações foram realizadas em um abrigo estadual, que acolhe crianças de zero a seis anos de idade, na cidade de Belém-PA. As sessões ocorreram duas vezes por semana, com duração de uma hora, durante cinco meses, a partir da aplicação do Método Bick de Observação de Bebês, em seus três momentos distintos: observação, anotação e supervisão em grupo. Os resultados foram organizados em três categorias: 1) O ambiente de cuidado de João e Maria, 2) João e Maria revelados por suas peripécias, e 3) Encontros com a observadora-narradora, sendo esses três eixos analisados com base na perspectiva psicanalítica winnicottiana. Na primeira categoria, foram apresentados fragmentos da história de vida de João e Maria, além de aspectos referentes aos cuidados recebidos nesse contexto, que estiveram permeados, principalmente, por carência de afeto e ausência na priorização das necessidades reais, no tempo e ritmo das crianças, possivelmente em função da dinâmica institucional. Na segunda categoria, foram abordadas as brincadeiras de João e Maria, associadas especialmente ao contato corporal e à relação de cuidados envolvendo seus pares e a observadora, cuja temática mais frequente foi da alimentação. Na terceira e última categoria, foram apresentados os sentimentos, as dificuldades e o aprendizado da observadora, bem como, a sua mobilização interna diante da história de vida das duas crianças e das particularidades do ambiente. Portanto, foi constatado que João e Maria buscavam cuidar e serem cuidados, o que, em sua maioria, envolvia contato corporal e afetivo; mostraram-se disponíveis no contato com o outro e se permitiram criar vínculos afetivos, aspectos saudáveis e positivos para o desenvolvimento infantil. Indubitavelmente, o entendimento da teoria winnicottiana e a utilização do Método Bick de Observação de Bebês contribuíram para a compreensão da experiência de João e Maria e colaboraram significativamente para uma apreensão da realidade dessas crianças e dos seus contextos de desenvolvimento.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A objetivação da saúde da criança pelo UNICEF: problematizando tecnologias de biopoder na Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2011) MEDEIROS, Larissa Gonçalves; LEMOS, Flávia Cristina Silveira; http://lattes.cnpq.br/8132595498104759Este estudo busca problematizar a concepção de saúde da criança veiculada pelo UNICEF, analisando especificamente os regimes de verdade e práticas de poder que são operados por esta agência acerca das condições de saúde em que vivem as crianças na Amazônia. Para tanto é realizada uma pesquisa documental que tem como fonte de análise o relatório “Ser Criança na Amazônia”: uma análise das condições de desenvolvimento infantil na região norte do Brasil, publicado pelo UNICEF em 2004. Como ferramentas de análise são utilizadas a história-genealógica de Foucault e sua analítica do poder, especialmente em relação ao biopoder. No contexto das políticas da ONU a performance do UNICEF no cuidado da infância é compreendida como parte de uma governamentalidade liberal que atua na promoção do progresso social e desenvolvimento econômico dos países, em prol da segurança. Neste sentido, esta pesquisa procura dar visibilidade ao modo como as práticas do UNICEF são articuladas às práticas vizinhas e engendram um dispositivo de governo que opera através de estratégias disciplinares e biopolíticas no controle da população da Amazônia, em função da gestão de riscos. De acordo com as análises do UNICEF, a saúde da criança é compreendida como efeito de determinadas condições sociais e econômicas consideradas fundamentais para sua sobrevivência e bem-estar. A falta de infraestrutura social e as precárias condições de existência são apontadas como fatores que podem gerar doenças e prejuízos ao desenvolvimento das crianças. Além disso, o relatório enfatiza o papel da mulher enquanto mãe, colocando-a como principal responsável pela sobrevivência e educação dos filhos, e a importância do desempenho da família para a garantia do pleno desenvolvimento infantil. Observa-se como as noções de saúde e infância, compreendidas respectivamente como um campo multideterminado e uma etapa da vida que precisa ser protegida e controlada, são utilizadas pelo UNICEF no governo das populações pobres da região, capturadas em discursos higiênicos que desqualificam as famílias em função de suas condições de sobrevivência e de suas práticas de cuidado em relação às crianças. Estes discursos produzem a demanda por uma rede infinda de proteções para as famílias que promovem a saúde e asseguram a vida, mas implicam em controles que põem em xeque sua autonomia.
